Buscar

PRF Direito Administrativo Aula 02 - Ponto dos concursos

Prévia do material em texto

POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
PRF/2016 
 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 02 
 
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Professor Edson Marques 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
1 
 
 
Olá! 
 
Nesta aula vamos tratar dos princípios que orientam 
toda a atividade administrativa e a própria 
Administração Pública. 
 
Seguramente é fonte inesgotável de questões e 
sempre vale a pena uma leitura cuidadosa. Então, 
veremos o seguinte: 
 
Aula 02: 1 Estado, governo e administração pública: 
conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e 
princípios. 2 Direito administrativo: conceito, fontes e 
princípios. 6 Princípios básicos da administração. 
 
É isso aí, vamos ao que interessa. 
 
Bons estudos e grande abraço, 
 
Prof. Edson Marques 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
S U M Á R I O 
 
1. Direito Administrativo ............................................................................................ 3 
2. Fontes do Direito Administrativo ........................................................................... 7 
3. Regime Jurídico Administrativo ........................................................................... 10 
3.1 Princípio da legalidade ....................................................................................... 11 
3.2 Princípio da impessoalidade ............................................................................... 14 
3.3 Princípio da moralidade ..................................................................................... 15 
3.4 Princípio da publicidade ..................................................................................... 17 
3.5 Princípio da eficiência ........................................................................................ 18 
3.6 Princípio da supremacia do interesse público .................................................... 19 
3.7 Princípio da indisponibilidade ............................................................................ 19 
3.8 Princípio da autotutela ....................................................................................... 20 
3.9 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade ................................................. 20 
3.10 Princípio da continuidade ................................................................................ 21 
3.11 Princípio da segurança jurídica ........................................................................ 22 
4. QUESTÕES COMENTADAS..................................................................................... 24 
5. QUESTÕES SELECIONADAS .................................................................................. 85 
6. GABARITO .......................................................................................................... 100 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
3 
1. Direito Administrativo 
 
O Direito é concebido como ramo da ciência criado pelo 
homem na medida em que regras e normas não estão dispostas na 
natureza no sentido de serem observadas e, assim, empreender uma 
padronização. Por isso, se diz que o Direito é essencialmente criação 
humana. Sendo, no entanto, uno. 
 
Contudo, para efeito de estudo, pensamento que de 
certo modo já está ultrapassado, pois modernamente tem-se a 
concepção de que emana de uma só fonte, da Constituição, divide-se 
em dois ramos: o direito público e o direito privado. 
 
Com efeito, nessa linha de pensamento, o direito 
privado seria encarregado de regular as relações em que os sujeitos 
atuem preponderantemente em igualdade de condições, ainda que, 
em certas ocasiões, haja certa proteção para um dos lados. Cuida-se, 
portanto, de relações de interesses privados, sendo exemplo o Direito 
Civil, Empresarial etc. 
 
O Direito Público, por outro lado, estaria encarregado 
de reger as relações envolvendo especialmente o Estado, quando 
agindo com supremacia, superioridade, a fim de preservar e realizar 
o interesse público, tendo como exemplo o Direito Administrativo, 
Tributário, Econômico etc. 
 
Assim, podemos dizer que o Direito Administrativo 
seria um dos ramos do direito público que tem por objeto a 
função administrativa e os entes ou entidades que exercem tal 
função. 
 
Mas nem tudo é tão simples assim. Desse modo, até 
para compreendermos melhor essa definição, é preciso entender os 
critérios que nortearam e norteiam a definição do direito 
administrativo enquanto ciência do direito. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
4 
 
Nesse sentido, vejamos alguns critérios: 
 
 Escola legalista 
 Critério do Poder Executivo 
 Escola do Serviço Público 
 Critério das relações Jurídicas 
 Critério Teleológico 
 Critério negativo ou residual 
 Critério distintivo entre atividade jurídica e social do 
Estado 
 Critério da Administração Pública 
 
 
A Escola ou Critério Legalista (surgiu após 
Revolução de 1789), também conhecida como Exegética, Francesa, 
Clássica, Empírica ou Caótica entendia que o direito administrativo se 
resumia às leis e normas administrativas, negando-lhe o caráter 
científico, ou seja, traduzindo-se em mera compilação de leis que 
cuidassem da organização ou atuação do Estado no campo 
administrativo. 
 
A Escola ou Critério do Poder Executivo entendia 
que o Direito Administrativo tratava do Poder Executivo. Significa 
dizer que o direito administrativo seria restrito a atuação do Poder 
Executivo. 
 
Para a Escola do serviço público (Escola de 
Bordeaux) formada na França (início do século XX), tendo como 
expoentes Léon Duguit e Gaston Jéze, o Direito Administrativo seria 
definido como a realização dos serviços públicos (atendimento das 
necessidades coletivas pelo Estado), ou seja, seria o exercício de todo 
e qualquer atividade desempenhada pelo Estado. 
 
Segundo o critério das relações jurídicas o Direito 
Administrativo seria o conjunto de normas que regem as relações 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
5 
entre a Administração e os administrados. Otto Mayer, expoente 
dessa corrente, entendia que o direito administrativo compreendia o 
conjunto de regras que disciplinam as relações jurídicas entre a 
Administração Pública e os particulares. 
 
Para o Critério teleológico o Direito Administrativo 
seria o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade 
concreta do Estado para o cumprimento de seus fins, ou seja, seria a 
realização de atividade do Estado no sentido de empreender ações de 
utilidade pública. 
 
Ao se adotar o Critério negativo ou residual, o 
Direito Administrativo teria por objeto as atividades desenvolvidas 
para a consecução dos fins estatais, excluídas as funções legislativa e 
jurisdicional, ou pelo menos essa última atividade, ou seja, tratar-se-
ia de definir o DireitoAdministrativo excluindo-se algumas das 
atividades realizadas pelo Estado (legislativa, jurisdicional, e ainda as 
atividades de direito privado e patrimoniais). 
 
Por outro lado, sob o Critério da distinção entre 
atividade jurídica e social do Estado, o Direito Administrativo seria 
o ramo do direito público interno que regularia a atividade jurídica não 
contenciosa do Estado (sentido objetivo) e a constituição dos órgãos 
e meios de sua ação em geral (sentido subjetivo). 
 
E, finalmente, sob o Critério da Administração 
Pública, o Direito Administrativo seria o conjunto de princípios que 
regeria a Administração Pública. 
 
Na doutrina brasileira, há também uma diversidade de 
conceituação, não se podendo exatamente conceber uma ou outra 
escola, isoladamente. 
 
Para Hely Lopes Meirelles o “Direito Administrativo é 
o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os 
órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
6 
realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados 
pelo Estado”. 
 
Para Di Pietro, o “Direito Administrativo é o ramo 
do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e 
pessoas jurídicas administrativas que integram a 
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa 
que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de 
seus fins, de natureza pública”. 
 
Na abalizada lição de Celso Antônio Bandeira de Mello, 
o “Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que 
disciplina o exercício da função administrativa, e os órgãos que 
a desempenham”. 
 
É possível, então, afirmar que a definição do Direito 
Administrativo poderá ser reduzida a três sentidos, qual seja: 
subjetivo, objetivo e formal. 
 
Com base no aspecto subjetivo, a Administração Pública 
é o conjunto de órgãos, entes e entidades, ou seja, conjunto de 
pessoas (entes, entidades e agentes) e órgãos que integram a 
Administração. Sob o objetivo, é o conjunto de atividades do Estado 
destinadas a atender o interesse público. E, no tocante ao aspecto 
formal, compreenderia o regime jurídico, ou seja, a atuação do Estado 
ou de quem lhe faça às vezes, submetido a regime especial, ainda que 
parcialmente. 
 
Para concluir, então, podemos conceituar o Direito 
Administrativo como ramo do direito público destinado a reger 
a organização administrativa do Estado e a realização de suas 
atividades no exercício da função administrativa, ainda que 
por meio de delegação, submetido a regime de direito público, 
mesmo que parcialmente. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
7 
2. Fontes do Direito Administrativo 
 
Sabendo, então, ser o Direito Administrativo uma 
ciência jurídica, é necessário destacar quais são as fontes (formais) 
de onde promana suas bases fundamentais, quer dizer de onde 
emana, de onde surge seus fundamentos. 
 
Desse modo, podemos indicar como fontes: a Lei, a 
Jurisprudência, a doutrina e os costumes. 
 
 Constituição 
 Direta (imediata) Lei Leis (LO, LC, LD, MP) 
 
 Fontes 
 (Próprias)* Decretos, Regulamentos etc 
 Jurisprudência 
 
Indireta (mediata) 
 
Doutrina 
 
 (Impróprias) 
Costumes 
 
 
 
A Lei deve ser entendida sob acepção ampla (bloco de 
legalidade), ou seja, a lei constitui todo o arcabouço normativo, 
englobando desde a Constituição, seus princípios expressos e 
implícitos, suas regras e valores, às Leis em sentido estrito (Lei 
Ordinária, Lei Complementar, Lei Delegada), Medidas Provisórias e 
demais espécies legislativas, assim como os regulamentos 
administrativos (Decretos, Regulamentos etc). 
 
É importante destacar que no Brasil, por aderir à 
corrente positivista, a principal fonte do direito é o ordenamento 
jurídico, ou seja, a Lei. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
8 
Alguns autores ainda colocam os princípios gerais do 
direito como fonte principal a preencher eventuais lacunas, havendo, 
no entanto, os que entendem que se tratam de regras de integração. 
 
A jurisprudência é proveniente de reiteração de 
julgamentos no mesmo sentido, sobre fatos ou matérias 
assemelhadas. Significa dizer que são os julgados dos Tribunais, em 
especial, do Supremo Tribunal Federal e demais Tribunais Superiores 
que adotam, de maneira repetida, reiterada, uma mesma decisão. 
 
É possível, ainda, que a jurisprudência seja firmada pela 
Administração, denominada de jurisprudência administrativa, tal 
como as súmulas administrativas da AGU, das procuradorias 
estaduais, bem ainda pelos Tribunais de Contas, no exercício da 
função fiscalizatória das Contas Públicas. 
 
É importante ressaltar que excepciona essa regra as 
súmulas vinculantes e as decisões vinculantes do STF, isso 
porque, como o próprio nome indica, vinculam a Administração 
Pública, e, portanto, são de observância obrigatória, de modo que 
devem ser consideradas fontes diretas. 
 
Lei 11.417/2006 (Lei da Súmula Vinculante) 
Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou 
por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional, editar enunciado de súmula que, a 
partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos 
do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma prevista nesta Lei. 
 
Lei 9.868/99 (Lei da ADIn) 
Art. 28. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
9 
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou 
de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação 
conforme a Constituição e a declaração parcial de 
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm 
eficácia contra todos e efeito vinculante em 
relação aos órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública federal, estadual e 
municipal. 
 
A doutrina é o trabalho realizado pelos estudiosos do 
Direito Administrativo que se empenham em pesquisar os contornos 
dessa ciência jurídica e expor suas ideais e pesquisas. Deve-se 
entender, no entanto, que a doutrina não é vinculante, tratando-se de 
fonte auxiliar na solução dos casos administrativos. 
 
O costume deve ser entendido como regra aceita como 
obrigatória pela consciência geral e diuturnamente observada, sem 
que o Poder Público a tenha estabelecido (opinio necessitatis). 
 
É preciso, no entanto, esclarecer que o costume não 
derroga a regra positivada e deve ser utilizado de forma supletiva, ou 
seja, diante da omissão legislativa, e com restrições, eis que não se 
pode criar deveres, tampouco obrigações para o administrado por 
meio do costume simplesmente. 
 
Quer dizer, o costume deve estar em conformidade 
com a Lei (secundum legem), não podendo ser contrário (contra 
legem) ou além da lei (praeter legem). 
 
Ou seja, o costume é conjunto de regras sociais, não-
escritas, observadas de forma generalizada e prolongada no âmbito 
de uma sociedade, que as considerasobrigatórias, diferente da praxe 
administrativa que é a reiteração de uma forma de atuar da 
Administração, ou seja, a prática procedimental administrativa 
desempenhada cotidianamente em determinadas situações. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
10 
Fala-se ainda na analogia, cuja utilização ocorre com 
a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos 
legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que 
regulem o caso concretamente apresentado. Mas, como se pode 
observar, a analogia não é forma é uma técnica de integração. 
 
3. Regime Jurídico Administrativo 
 
Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos 
deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais 
entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto 
de normas que vai orientar toda a sua atuação. 
 
Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser 
divididas em regras e princípios, que compõem o regime jurídico 
administrativo, ou seja, o conjunto de normas que regem a 
atividade administrativa e a administração pública. 
 
Nesse aspecto, vale estudar os princípios 
administrativos que se diferenciam das regras. 
 
Os princípios são comandos mais abstratos, gerais, 
quando em conflito (só aparente) se resolve pela ponderação de 
valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam (os conflitos são 
resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal como lei posterior 
revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), são menos abstratas 
e, em geral, tratam de situação específica. 
 
Com efeito, é importante sabermos que é a 
Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou 
implícita os princípios fundamentais que orientam a 
Administração Pública. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
11 
Os princípios administrativos, segundo o Prof. Carvalho 
“são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de 
agir da Administração Pública”. 
 
Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um 
conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um 
sistema e lhe garantem validade”. 
 
Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo 
Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um sistema, 
estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido 
lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada 
compreensão de sua estrutura”. 
 
Com efeito, como disse, a Constituição prevê os 
princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta 
ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal 
e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos) 
básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme 
preconiza o art. 37, caput, assim expresso: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, 
também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
 
3.1 Princípio da legalidade 
 
O princípio da Legalidade, também chamado de 
legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a 
administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
12 
É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, 
“princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da 
essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na 
legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. 
 
Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio da 
autonomia da vontade) que permite aos particulares que se faça 
tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da CF/88, 
segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. 
 
Todavia, ao administrador público somente cabe 
realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação 
discricionária). 
 
É necessário distinguir o princípio da legalidade do 
princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o 
alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade 
administrativa (alcance da legalidade). 
 
Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade 
deve ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, 
devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato 
normativo, desde a Constituição, passando pelos atos 
infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), 
os tratados internacionais, até os atos infralegais (decretos, 
regulamentos, instruções normativas, regimentos e estatutos 
administrativos). 
 
Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os 
princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou 
seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito. 
Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja, 
não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
13 
Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem 
sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da 
Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve 
observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 
9.784/99. 
 
Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da 
reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de 
necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, 
certas matérias, conforme exigência constitucional. 
 
Por exemplo, ao servidor público é assegurado o direito 
à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em sentido 
estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a matéria 
ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei.
 
Quer dizer que determinados temas devem 
necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido estrito. 
 
Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade tem 
representação para além do âmbito geral ou administrativo, há ainda 
o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. 
 
A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade 
é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o 
administrador público deve observar em todos os seus atos o 
fim estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse 
público. 
 
Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não 
cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de 
desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que causa 
a nulidade do ato. 
 
Para alguns autores, o princípio da finalidade tem 
estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
14 
 
3.2 Princípio da impessoalidadeO princípio da impessoalidade é visto sob duas 
vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse 
público (finalidade), impedindo assim que a Administração 
atue de forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios 
subjetivos, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por 
critérios pessoais. 
 
Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira 
de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de 
princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve 
proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os 
administrados. 
 
Noutra acepção, estabelece a vedação da 
promoção pessoal de agentes públicos ou autoridades 
administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, 
assim expresso: 
 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem 
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
Nesse aspecto, é bom esclarecer que os atos realizados 
pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, mas às 
pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração Pública 
(princípio da imputação volitiva), conforme observamos na 
aplicação da teoria do órgão. 
 
Assim, quando o agente usa a máquina administrativa 
visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida 
em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da coletividade, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
15 
isto é, em nome da Administração Pública, que representa o interesse 
coletivo. 
 
Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade 
está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se 
traduz na busca da satisfação do interesse público. 
 
A propósito, vale lembrar que o interesse público se 
subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido 
como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). 
 
Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso 
Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da 
isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. E 
afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da 
legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece 
o dever de a lei cumprir seu objetivo. 
 
3.3 Princípio da moralidade 
 
O princípio da moralidade está assentado na ética, 
moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade 
administrativa, a honestidade. 
 
É princípio que permite a verificação de validade dos 
atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. 
 
É certo que se trata de um conceito jurídico 
indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua 
natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o 
princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, 
materialmente, o princípio da legalidade”. 
 
Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de 
primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas 
ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
16 
caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina 
administrativa no tocante à condução da coisa pública. 
 
Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade 
administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, 
honestidade, probidade. 
 
Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, 
estabelece que os atos de improbidade administrativa 
importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função 
pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
 
Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial 
atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a 
improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. 
 
Com efeito, a Constituição permitiu ao particular 
(cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de 
verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas 
também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao 
dispor sobre a ação popular. 
 
Art. 5º 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise a anular ato lesivo 
ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, 
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento 
de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 
 
 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
17 
 
3.4 Princípio da publicidade 
 
O princípio da publicidade consiste na obrigação 
que tem a Administração Pública, como atividade e ente 
público, de dar transparências aos seus atos, como meio de 
assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim 
de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos, bem como 
para fins de o ato produzir seus efeitos. 
 
É certo que a conduta da Administração deve ser 
pública, deve ser transparente. Todavia, a Constituição ressalva 
alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos 
imperativos de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade 
ou vida privada. 
 
A publicidade poder ser feita pelos mais diversos meios, 
tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se possa dar 
ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário 
que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado 
(notificação) ou somente em boletim interno. 
 
Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de 
transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá, como 
instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do ato), ser 
requisito de eficácia. 
 
Uma das decorrências do princípio da publicidade é o 
princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja, ao 
praticar um ato deve a Administração apresentar, tornar explícitos, os 
motivos de sua realização, explicitando os fatos e fundamentos de 
direito que o justificam. 
 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
18 
3.5 Princípio da eficiência 
 
O princípio da eficiência, erigido a princípio expresso 
a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca pela 
excelência no exercício das atividades administrativas. 
 
Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as 
escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de 
desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão 
(art. 37, §8º, CF/88). 
 
Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da 
eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir 
os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a 
menor custo”. Destaca, ademais, que “consiste na organização 
racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para 
a prestação de serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. 
(art. 5º, LXXVIII) 
 
Trata-se da tentativade mudar o foco da 
Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, 
que busca o resultado, em detrimento da Administração 
burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração 
Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o 
interesse da Administração. 
 
A par desses princípios expressos existem outros 
princípios implícitos na CF/88, também chamados de reconhecidos, 
sendo importante destacar os princípios da supremacia do 
interesse público sobre o privado, o da indisponibilidade do 
interesse público, da autotutela, da proporcionalidade e 
razoabilidade, da continuidade dos serviços públicos, dentre 
outros. 
 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
19 
3.6 Princípio da supremacia do interesse público 
 
O princípio da supremacia do interesse público 
traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer 
sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando 
houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se 
dar primazia ao interesse público. 
 
Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição 
estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, mesmo 
em confronto com o interesse público, devem ser respeitados, 
resguardados. 
 
Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do 
interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes especiais 
conferidos à Administração Pública. 
 
É por força da supremacia que a Administração Pública 
atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, 
impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de 
cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo 
presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. 
 
3.7 Princípio da indisponibilidade 
 
De outro lado, o princípio da indisponibilidade do 
interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe 
restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse 
interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse 
público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a 
coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. 
 
Significa dizer que, de um modo geral, não há 
possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, 
daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
20 
administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal como 
dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. 
 
Esses dois princípios, é importante dizer, são 
considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras 
angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso 
Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos demais 
princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo. 
 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema 
administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é 
nestes dois princípios primordiais (na supremacia e na 
indisponibilidade do interesse público). 
 
3.8 Princípio da autotutela 
 
Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação do 
princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, segundo 
o qual a administração pública pode controlar seus próprios 
atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de 
legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, 
respeitados os direitos de terceiros de boa-fé. 
 
Podemos ainda citar os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da 
motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. 
 
3.9 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade 
 
Os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos 
na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da 
legalidade, bem como do postulado do devido processo legal 
substantivo. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
21 
Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 positivou 
esses princípios, ao prescrever a observância da adequação entre 
meios e fins (razoabilidade), vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas 
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público 
(proporcionalidade). 
 
De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 
9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito federal, 
positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo da 
Constituição, estabelecendo o seguinte: 
 
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, 
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
3.10 Princípio da continuidade 
 
O princípio da continuidade, princípio específico da 
prestação dos serviços públicos, estabelece que em razão do 
atendimento das necessidades e anseios da coletividade, os serviços 
públicos não podem ser interrompidos, não podem sofrer lapso 
(intervalo) de continuidade. 
 
É claro que, como se sabe, nenhum princípio é absoluto, 
de modo que há casos em que será possível a paralisação. Todavia, 
trata-se de exceção à regra, ou seja, os serviços poderão ser 
interrompidos nos seguintes casos: 
 
 Desde que ocorra o prévio aviso: 
o Para fins de manutenção 
o Por razões de inadimplência (falta de pagamento). 
Neste caso, o débito deve ser atual, considerado este 
o até três meses do aviso de corte. (se for débito 
antigo, segundo entendimento do STJ não poderá 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
22 
ocorrer a suspensão no fornecimento). 
 
 Sem aviso prévio 
o Situações emergenciais (catástrofes ou decorrentes 
de eventos da natureza ou caso fortuito/força maior) 
 
3.11 Princípio da segurança jurídica 
 
O princípio da segurança jurídica, denominado por 
alguns de princípio da proteção da confiança (boa-fé), estabelece 
a necessidade de estabilidade das relações jurídicas em virtude do 
transcurso de tempo e da boa-fé do administrado. 
 
É decorrência desse princípio a decadência, a 
prescrição, bem como os postulados constitucionais do direito 
adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. 
 
Esse princípio é visto sob duas vertentes, a perspectiva 
de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e regras são de 
conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade, isto é, de que 
as relações constituídas se consolidam com o tempo (segurança 
jurídica) e de que o administrado, por atuar de boa-fé, não pode sofrer 
com atos da Administração que venham no futuro a ser invalidados, 
já que gozam de presunção de legalidade. 
 
O prof. Carvalho Filho ainda indica o princípio da 
precaução, retirado do âmbito do Direito Ambiental, mas que 
também já vem sendo adotado no âmbito do Direito Administrativo, 
no sentido de que se determinadas condutas traz riscos para a 
coletividade a Administração deve tomar medidas (prevenção) paraevitar que tais ações/eventos lhe geram danos. 
 
Por exemplo, se um empresário que desenvolver um 
novo projeto empresarial (exploração de determinado componente) 
ao solicitar o alvará para funcionamento dessa atividade, a 
Administração deverá lhe cobrar os estudos necessários para saber 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
23 
qual o impacto que essa exploração possa vir a causar na coletividade 
(precaução). 
 
Assim, vamos às questões. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
24 
 
4. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (CONTADOR – MTE – CESPE/2014) A supremacia do 
interesse público sobre o privado e a indisponibilidade, pela 
administração, dos interesses públicos, integram o conteúdo 
do regime jurídico-administrativo. 
 
Comentário: 
 
Realmente, o conteúdo do regime jurídico-
administrativo está assentado sob dois pilares fundamentais, a 
supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade 
desse interesse. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) O regime 
jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras e 
princípios que norteia a atuação do poder público e o coloca 
numa posição privilegiada. 
 
Comentário: 
 
É verdade. O regime jurídico administrativo é um 
conjunto de regras e princípios que norteia a atuação do poder público 
e o coloca numa posição de privilégio, na medida em que lhe 
estabelece prerrogativas, poderes, especiais. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
3. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) Do princípio da 
supremacia do interesse público decorre a posição jurídica de 
preponderância do interesse da administração pública. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
25 
Comentário: 
 
O princípio da supremacia do interesse público 
estabelece que o interesse público preponderar sobre o privado. 
Contudo, devemos lembrar que o interesse da administração pública, 
enquanto pessoa jurídica, denominado de interesse público 
secundário, gozando de supremacia quando condizente com o 
interesse público primário (interesse da coletividade). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
4. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) O 
princípio da supremacia do interesse público vincula a 
administração pública no exercício da função administrativa, 
assim como norteia o trabalho do legislador quando este edita 
normas de direito público. 
 
Comentário: 
 
O princípio da supremacia tanto vincula a Administração 
na condução de seus atos, bem como o Legislador no momento de 
elaboração da norma. Observe que as prerrogativas que são 
conferidas à administração pública deve ser fixadas em lei ou na 
própria Constituição. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
5. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A 
supremacia do interesse público é o que legitima a atividade 
do administrador público. Assim, um ato de interesse público, 
mesmo que não seja condizente com a lei, pode ser 
considerado válido pelo princípio maior da supremacia do 
interesse público. 
 
Comentário: 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
26 
 
É importante dizer que não há hierarquia entre 
princípios constitucionais e que também não existe princípio absoluto. 
 
Então, o princípio da supremacia, muito embora a seja 
considerado um super-princípio, anda lado ao lado com o princípio da 
indisponibilidade, do qual decorre, por exemplo, o princípio de 
legalidade. 
 
Assim, um ato de interesse público não será 
considerado válido se não estiver condizente com a legalidade, ainda 
que se considere a supremacia desse interesse, até mesmo porque o 
legislador ao editar a norma já leva em consideração tal princípio. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – 
CESPE/2011) Em situações em que a administração participa 
da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando 
atividade econômica em um mercado concorrencial, 
manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do 
interesse público. 
 
Comentário: 
 
O princípio da supremacia do interesse público se traduz 
em prerrogativas, poderes especiais, conferidos à administração 
pública para realizar seus fins. 
 
Todavia, em regra, quando a Administração cria 
entidade para participar do mercado, estará atuando em pé de 
igualdade com os demais particulares, ou seja, estará submetida ao 
mesmo regime jurídico das demais pessoas privadas (regime jurídico 
de direito privado), conforme estabelece o art. 173, §1º, inc. II, 
CF/88, que assim expressa: 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
27 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, 
a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só 
será permitida quando necessária aos imperativos da 
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços, 
dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações 
civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
Por isso, em tais situações não se manifesta a 
preponderância do princípio da supremacia do interesse público, em 
regra. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – 
CESPE/2012) Ao deliberar pela prática ou não de ato 
vinculado, o servidor deve observar o princípio da supremacia 
do interesse público, sob pena de se caracterizar o desvio de 
finalidade, se o ato favorecer particular específico. 
 
Comentário: 
 
É preciso cuidado. Se o ato é vinculado não cabe 
deliberação (decisão) por parte da Administração em praticá-lo ou 
não, ainda que sob o argumento de que o interesse público deve 
preponderar e que o ato tenha por finalidade favorecer pessoa 
específica. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
28 
É que, justamente aí, poderá estar diante de um ato 
que visa resguardar, preservar, o direito individual. Ademais, se o ato 
é vinculado, estará totalmente descrito na lei. Portanto, cabe ao 
agente cumprir a lei. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
8. (ANALISTA DE PLANEJAMENTO – INPI – CESPE/2013) A 
supremacia do interesse público constitui um dos princípios 
que regem a atividade da administração pública, 
expressamente previsto na Constituição Federal. 
 
Comentário: 
 
O princípio da supremacia é um princípio implícito, que 
decorre do regime democrático de direito.Gabarito: Errado. 
 
 
9. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 10ª REGIÃO – 
CESPE/2013) O princípio da supremacia do interesse público 
é, ao mesmo tempo, base e objetivo maior do direito 
administrativo, não comportando, por isso, limites ou 
relativizações. 
 
Comentário: 
 
Não há princípio absoluto. Todos podem ser 
relativizados ou limitados. O princípio da supremacia encontra limite, 
por exemplo, nos direitos e garantias individuais, ou mesmo diante de 
outro princípio. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
29 
10. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) De acordo com precedente 
histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da 
indisponibilidade do interesse público, a União firmar 
compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde 
que relativamente a direitos patrimoniais do Estado. 
 
Comentário: 
 
O princípio da indisponibilidade diz que a administração 
é mera gestora do interesse público e deste não pode dispor 
livremente. 
 
É interessante, entretanto, observar que no julgamento 
do Recurso Extraordinário n. 253.855-0, da relatoria da Ministra Ellen 
Gracie, resgatou-se um entendimento histórico do STF no sentido de 
que o Estado pode firmar compromisso arbitral, a fim de se 
utilizar de soluções alternativas de conflitos, desde que 
relativamente a direitos patrimoniais. 
 
Observe o trecho do julgado: 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
30 
11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – 
CESPE/2014) As restrições ou sujeições especiais no 
desempenho da atividade de natureza pública são 
consideradas consequências do princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado, que integra o conteúdo do 
regime jurídico-administrativo. 
 
Comentário: 
 
Da conjugação dos princípios da supremacia do 
interesse público e da indisponibilidade desse interesse é que 
decorrem as prerrogativas, poderes, bem como as restrições ou 
sujeições especiais no desempenho da atividade pública. 
 
Normalmente, temos que as prerrogativas ou poderes 
especiais decorrem da supremacia do interesse público e as limitações 
ou restrições especiais da indisponibilidade. 
 
No entanto, conforme ressalta a doutrina majoritária, é 
da conjugação desses dois princípios é que surgem os poderes e 
restrições impostas à Administração. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
12. (ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – TC/DF – 
CESPE/2014) O princípio da supremacia do interesse público 
sobre o interesse privado é um dos pilares do regime jurídico 
administrativo e autoriza a administração pública a impor, 
mesmo sem previsão no ordenamento jurídico, restrições aos 
direitos dos particulares em caso de conflito com os interesses 
de toda a coletividade. 
 
Comentário: 
 
Mesmo com base no princípio da supremacia do 
interesse público sobre o privado não pode a administração pública 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
31 
impor restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito com 
os interesses de toda a coletividade sem lei que estabeleça. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
13. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TCE/ES – 
CESPE/2012) Segundo o princípio da indisponibilidade, o 
agente público não dispõe livremente dos bens e do interesse 
público, devendo geri-los da forma que melhor atenda à 
coletividade. 
 
Comentário: 
 
Lembre-se que o agente público é mero gestor da coisa 
público, portanto, com base no princípio da indisponibilidade, não 
dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los 
da forma que melhor atenda à coletividade, aos fins públicos. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
14. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Em 
decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse 
público, não é permitido à administração alienar qualquer bem 
público enquanto este bem estiver sendo utilizado para uma 
destinação pública específica. 
 
Comentário: 
 
Quando um bem público tem destinação específica, de 
modo a atender ao interesse público, diz-se que está afetado. Neste 
caso, não é permitido, ante o princípio da indisponibilidade do 
interesse público, aliená-lo. 
 
Gabarito: Certo. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
32 
 
 
15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MS – 
CESPE/2013) Decorrem do princípio da indisponibilidade do 
interesse público a necessidade de realizar concurso público 
para admissão de pessoal permanente e as restrições impostas 
à alienação de bens públicos. 
 
Comentário: 
 
A admissão de pessoal deve ser pautada por sistema 
em que não crie privilégios ou distinção pessoal. Assim, como se trata 
de mecanismo a permitir o ingresso de modo igualitário, não pode o 
Estado dispor desse mecanismo para contratar que bem entender. 
 
Por isso, o concurso público, embora também decorra 
de outros princípios, e as restrições impostas à alienação de bens 
públicos são decorrências do princípio da indisponibilidade. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
16. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - MJ - 
CESPE/2013) As restrições impostas à atividade 
administrativa que decorrem do fato de ser a administração 
pública mera gestora de bens e de interesses públicos derivam 
do princípio da indisponibilidade do interesse público, que é 
um dos pilares do regime jurídico-administrativo. 
 
Comentário: 
 
Os princípios da supremacia e da indisponibilidade são 
pilares do regime jurídico-administrativo. Assim, de um lado temos os 
poderes, prerrogativas, ou seja, características especiais (supremacia 
do interesse público). E, de outro, as restrições, as vedações especiais 
(indisponibilidade do interesse público). 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
33 
Gabarito: Certo. 
 
 
17. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - TCE/RO - 
CESPE/2013) De acordo com a doutrina, o regime jurídico-
administrativo abrange tanto as regras quanto os princípios, 
os quais são considerados recomendações para a atividade da 
administração pública. 
 
Comentário: 
 
O regime jurídico-administrativo abrange, de fato, tanto 
as regras quanto os princípios, sendo todos orientadores, de 
obrigatória observância, da atividade administrativa, e não apenas 
recomendações. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA – TRT 10ª 
REGIÃO – CESPE/2013) Os princípios constitucionais da 
administração pública se limitam à esfera do Poder Executivo, 
já que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo não exercem 
função administrativa. 
 
Comentário: 
 
Observe que o mandamento constitucional prescrito no 
art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a 
todas as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta 
e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, DistritoFederal e Municípios, conforme o seguinte: 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios 
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
34 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
19. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Os 
princípios elencados na Constituição Federal, tais como 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência, aplicam-se à administração pública direta, 
autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e 
sociedades de economia mista que explorem atividade 
econômica. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 37, CF/88, a Administração 
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência. 
 
Assim, tanto os entes políticos (União, Estados-
membros, DF e Municípios), quanto às entidades administrativas 
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e 
empresas públicas) se submetem aos princípios administrativos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
20. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Os 
princípios que informam o processo administrativo são os 
mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com 
a mesma intensidade, em um e outro processo. 
 
Comentário: 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
35 
Os princípios que informam o processo administrativo 
não são os mesmos e nem têm a mesma intensidade dos que 
informam o processo judicial. Veja, por exemplo, o princípio da inércia 
que se aplica no âmbito judicial e o da oficialidade, ou seja, que a 
própria Administração pode deflagrar o processo administrativo, mas 
o judiciário deve ser provocado. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
21. (SECRETÁRIO EXECUTIVO – FUB – CESPE/2011) Tanto na 
administração pública quanto na particular, o administrador, 
para que órgão público ou a empresa alcance os objetivos 
pretendidos, goza de liberdade para fazer o que for necessário, 
desde que a lei não proíba. 
 
Comentário: 
 
Sabemos que a atuação administrativa sempre depende 
de lei, seja autorizando (conduta discricionária), seja determinado 
(conduta vinculada). Significa dizer que se não houver autorização 
legal, a Administração Pública não pode fazer. 
 
Por outro lado, no âmbito privado, há a liberdade de 
atuar, sendo restringida apenas quando houver proibição legal. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) O princípio da legalidade está relacionado ao 
fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. 
 
Comentário: 
 
O princípio da legalidade impõe a obrigação de agir 
somente de acordo com a lei (atuação conforme a lei e o direito), ou 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
36 
seja, somente pode fazer o que a lei (bloco de legalidade) permita ou 
autorize. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – 
CESPE/2012) O princípio da presunção de legalidade gera para 
o prejudicado o ônus de provar a ilegalidade do ato 
administrativo, tendo em vista a natureza jure et de jure da 
presunção formada. 
 
Comentário: 
 
O princípio da presunção de legalidade gera, de fato, o 
ônus de o administrado demonstrar a ilegalidade do ato. Contudo, 
essa presunção não é jure et de jure (absoluta) e sim juris tantum 
(relativa). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
24. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A 
observância do princípio da legalidade — limitação imposta ao 
Estado, que só pode fazer o que a lei permite — não impede 
que a administração, por simples ato administrativo, conceda 
direitos, crie obrigações ou imponha vedações aos 
administrados em benefício da coletividade. 
 
Comentário: 
 
O princípio da legalidade somente permite que a 
Administração faça o que lei determina ou autorize. Assim, por 
simples ato administrativo não pode a Administração conceder direito 
ou criar obrigações ou mesmo impor vedações, sem o devido lastro 
legal. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
37 
Gabarito: Errado. 
 
 
25. (ESPECIALISTA - DEPEN - CESPE/2013) Segundo o 
princípio da legalidade, a administração pública vincula-se, em 
toda sua atividade, aos mandamentos da lei, tanto em relação 
aos atos e às funções de natureza administrativa quanto em 
relação às funções legislativa e jurisdicional. 
 
Comentário: 
 
Esta é uma questão muito interessante. Vale o cuidado. 
Somos sempre levados a crer que somente a Administração Pública 
deve obediência ao princípio da legalidade. Na verdade é o Estado 
limitado pela Legalidade. 
 
Então, todas as suas funções (administrativa, legislativa 
e jurisdicional) vincula-se aos mandamentos da lei, ou seja, ao 
princípio da legalidade, já que não há nenhuma atividade que se 
sobreponha à Constituição. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
26. (TODOS OS CARGOS - MPOG - CESPE/2013) Em 
consequência do princípio da legalidade, pode-se concluir que, 
havendo discordância entre determinada conduta e a lei, 
deverá a conduta ser corrigida para eliminar-se a ilicitude. 
 
Comentário: 
 
Então, se há discordância entre certa conduta e a lei, 
temos uma conduta ilegal e, portanto, deverá ser corrigida para se 
conformar com a lei, eliminando-se a ilicitude. 
 
Gabarito: Certo. 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
38 
 
27. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) 
Segundo jurisprudência do STJ, a administração, por estar 
submetida ao princípio da legalidade, não pode levar a termo 
interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei 
assim não o dispuser de forma expressa. 
 
Comentário: 
 
É entendimento do STJ que a Administração, ante a 
submissão ao princípio da legalidade, não pode levar a termo 
interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim 
não o dispuser de forma expressa. 
 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. APROVAÇÃO EM 
CONCURSO PÚBLICO. PRETERIÇÃO NA ORDEM 
CLASSIFICATÓRIA, INEXISTÊNCIA. CRIAÇÃO DE CARGO 
PÚBLICO. SOMENTE POR MEIO DE LEI ESPECÍFICA. 
PRECEDENTES DO PRETÓRIO EXCELSO E DESTA CORTE. 
ESTRITA OBEDIÊNCIA À ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO DO 
CERTAME. CONTRATAÇÕES A TÍTULO PRECÁRIO. 
ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS PELO ACERVO 
PROBATÓRIO COLIGIDO AOS AUTOS. DIREITO LÍQUIDO E 
CERTO. INEXISTENTE. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. 
NECESSIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. 
1. Há direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de 
validade do certame, caso tenha havido preteriçãona ordem 
classificatória ou contratação a título precário para o 
preenchimento de vagas existentes, em detrimento da 
nomeação de candidatos aprovados em certame ainda válido. 
2. Na hipótese, o art. 19 da Lei Estadual n.º 7.033/97 criou 
apenas 04 (quatro) vagas para o cargo de Oficial de Justiça 
dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comarca de 
Riachão de Jacuípe/BA. 
3. Embora o edital do concurso tenha veiculado a existência 
de 04 (quatro) vagas, é patente ter decorrido essa 
informação de manifesto erro da Administração ao publicar a 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
39 
regra editalícia, porquanto 02 (duas) dessas vagas já 
estavam preenchidas por candidatos aprovados no concurso 
anterior. 
4. Diante da discrepância entre o número de vagas oferecidas 
no edital do certame e as realmente existentes por força de 
lei, deve prevalecer o prescrito nesta última, pois as 
disposições contidas em mero ato administrativo - edital - 
não podem sobrepor-se a determinação expressa em 
comando legal. 
5. A concessão da ordem pleiteada seria equivalente a 
hipótese de criação de cargo público, desiderato esse que, 
nos termos do art. 37, inciso I, da Constituição Federal, 
somente pode ser alcançado por meio de lei específica. 
6. A obediência à ordem de classificação dos certames 
públicos é medida inarredável tanto para a Administração 
Pública quanto para o Poder Judiciário. 
7. Na via mandamental, a matéria submetida ao crivo de 
Poder Judiciário reclama a apresentação de prova robusta e 
pré-constituída do direito perseguido, sendo certo que meras 
alegações não são capazes de contornar essa exigência, 
sendo também impossível, nesse eito, levar a termo dilação 
probatória. 
8. O writ of mandamus não foi instruído com acervo 
probatório apto a demonstrar a formalização de contratações 
a título precário que alcançassem as respectivas 
classificações dos Recorrentes. 
9. A Administração, por ser submissa ao princípio da 
legalidade, não pode levar a termo interpretação 
extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim 
não o dispuser de forma expressa. 
10. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido 
e desprovido. 
(RMS 28.675/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA 
TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 22/08/2012) 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
40 
28. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) 
Embora a administração pública esteja submetida ao princípio 
da legalidade estrita, o STJ admite que a administração pública 
institua sanção restritiva de direito ao administrado por meio 
de ato administrativo de hierarquia inferior à lei. 
 
Comentário: 
 
Não se pode criar direitos ou obrigações por meio de ato 
administrativo que não decorram diretamente da lei. Por isso, a 
Administração não pode instituir sanção restritiva de direito por meio 
de ato administrativo, conforme entendimento do STJ: 
 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INTERDIÇÃO DE 
DIREITO APLICADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE - 
ANS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DA PENALIDADE. NÃO 
INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAR 
CONTRA A PESSOA SANCIONADA E DE PRAZO DE DURAÇÃO 
DA SANÇÃO. OFENSA AO ART. 2o. DA LEI 9.784/99. 
RECURSO PROVIDO, SEM PREJUÍZO DE ULTERIOR 
PROCESSO ADMINISTRATIVO, OBSERVADA A GARANTIA DO 
DUE PROCESS OF LAW, DE HIERARQUIA CONSTITUCIONAL. 
1. O excepcional poder sancionador da Administração 
Pública, por representar uma exceção ao monopólio 
jurisdicional do Judiciário, somente pode ser exercido 
em situações peculiares e dentro dos estritos limites 
da legalidade formal, não havendo, nessa seara 
específica do Direito Administrativo (Direito 
Sancionador), a possibilidade de atuação 
administrativa discricionária, na qual vigora a 
avaliação de oportunidade, conveniência e motivação, 
pelo próprio agente público, quanto à emissão e ao 
conteúdo do ato. 
2. Somente a Lei, em razão do princípio da estrita 
adstrição da Administração à legaldiade, pode instituir 
sanção restritiva de direitos subjetivos; neste caso, a 
reprimenda imposta ao recorrente pela Agência 
Nacional de Saúde-ANS não se acha prevista em Lei, 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
41 
mas apenas em ato administrativo de hierarquia 
inferior (Resolução Normativa 11/2002-ANS), 
desprovido daquela potestade que o sistema atribui 
somente à norma legal. 
3. É condição de validade jurídica da sanção administrativa 
que a pessoa sancionada tenha sido convocada para integrar 
o processo do qual resultou o seu apenamento, em atenção 
à garantia do due process of Law, porquanto os atos 
administrativos que independem da sua observância são 
somente os que se referem ao exercício do poder-dever 
executório da Administração, não os que veiculam sanção de 
qualquer espécie ou natureza. 
4. Recurso provido, mas sem prejuízo da instauração ulterior 
de processo administrativo regular, com o estrito 
atendimento das exigências próprias da atividade 
sancionadora do Poder Público. 
(AgRg no REsp 1287739/PE, Rel. Ministro FRANCISCO 
FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA 
FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 
31/05/2012) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
29. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Conforme decisão 
do STF, é prescindível a edição de lei que fixe a idade limite 
para o ingresso nas forças armadas, de modo que não ofende 
o princípio da legalidade norma, nesse sentido, estipulada 
somente em edital de concurso da administração pública. 
 
Comentário: 
 
O STF entendeu que a fixação de limite de idade para 
cargos públicos deve observar o princípio da reserva legal, modo que 
deve ter previsão expressa em lei. Portanto, é imprescindível a edição 
de lei. Vejamos: 
 
INFORMATIVO Nº 608 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
42 
TÍTULO: Forças Armadas: limite de idade para concurso de 
ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 4 
PROCESSO: RE – 600.885 
ARTIGO 
O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário em 
que se discute a constitucionalidade, ou não, do 
estabelecimento de limite de idade por edital de concurso 
para ingresso nas Forças Armadas. Trata-se, na espécie, de 
recurso interposto pela União contra acórdão do Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em relação 
ao ingresso na carreira militar, a Constituição Federal exigiria 
que lei dispusesse a respeito do limite de idade (CF, art. 142, 
§ 3º, X), não se admitindo, portanto, que um ato 
administrativo estabelecesse a restrição, sob pena de afronta 
ao princípio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos 
públicos — v. Informativo 580. Em voto-vista, o Min. Ricardo 
Lewandowski, não obstante concordar com as premissas 
estabelecidas pela Min. Cármen Lúcia, relatora, sobre a 
necessidade de lei formal para regulamentar o 
ingresso nas Forças Armadas (postulado da reserva de 
lei), dela divergiu quanto à solução a ser dada para o caso. 
Acompanhou, no ponto, a proposta formulada pelo Min. 
Gilmar Mendesno sentido de prover o recurso e reputar ainda 
constitucional, pelo lapso temporal de 1 ano, a norma do art. 
10 da Lei 6.880/80 (“O ingresso nas Forças Armadas é 
facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a 
todos os brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica.”). RE 600885/RS, rel. Min. 
Cármen Lúcia, 10.11.2010. (RE-600885) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
30. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Em 
se tratando de processo administrativo disciplinar, não 
configura ofensa ao princípio da legalidade, consoante 
posicionamento do STJ, a instauração de comissão 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
43 
processante provisória em hipótese para a qual esteja 
legalmente prevista apuração por comissão permanente. 
 
Comentário: 
 
Se a lei estabelece comissão permanente, ofenderá o 
princípio da legalidade a instituição de comissão provisória para o 
caso, tratando-se de verdadeiro juízo de exceção (ofensa também ao 
princípio do juízo natural), conforme entendimento firmado no âmbito 
do STJ. Precedente: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. DELEGADO DA POLÍCIA 
FEDERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. 
COMISSÃO PROCESSANTE AD HOC. IMPOSSIBILIDADE. 
INOBSERVÂNCIA DO ART. 53, § 1º, DA LEI N. 4.878/1965. 
NULIDADE. 
1. A instauração de comissão provisória, nas hipóteses 
em que a legislação de regência prevê expressamente 
que as transgressões disciplinares serão apuradas por 
comissão permanente, inquina de nulidade o 
respectivo processo administrativo por inobservância 
dos princípios da legalidade e do juiz natural (MS n. 
10.585/DF, Ministro Paulo Gallotti, Terceira Seção, DJ 
26/2/2007). 
2. Segurança concedida. 
(MS 13.148/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, 
TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/05/2012, DJe 01/06/2012) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
31. (PROCURADOR – TCDF – CESPE/2013) Por força do 
princípio da legalidade, a administração pública não está 
autorizada a reconhecer direitos contra si demandados quando 
estiverem ausentes seus pressupostos. 
 
Comentário: 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
44 
 
A legalidade indica que a administração somente pode 
fazer o que a lei determina ou autoriza. Se, portanto, não foram 
preenchidos os pressupostos legais não pode a administração simples 
reconhecer tais direitos. 
 
É o que eu sempre digo. Deixe que o Juiz decida, e com 
isso, determine a administração que o faça. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
32. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 10ª REGIÃO 
– CESPE/2013) Em decorrência do princípio da legalidade, a lei 
é a mais importante de todas as fontes do direito 
administrativo. 
 
Comentário: 
 
Cuidado. Aqui temos uma brincadeirinha do CESPE. 
Veja, não há princípio mais importante. No entanto, é de se observar 
que dentre as fontes do direito, a lei é a fonte principal, portanto, a 
mais importante. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
33. (ESPECIALISTA - DEPEN - CESPE/2013) Em razão do 
princípio da legalidade, previsto em artigo do texto 
constitucional, apenas a lei é fonte do direito administrativo. 
 
Comentário: 
 
Olha novamente o pega! Então, embora a lei, em 
sentido amplo, seja a principal fonte (decorrência do princípio da 
legalidade), ela não é a única. Lembre-se da jurisprudência, da 
doutrina e do costume. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
45 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
34. (ANALISTA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – TC/DF – 
CESPE/2014) Em razão do princípio da legalidade, a 
administração pública está impedida de tomar decisões 
fundamentadas nos costumes. 
 
Comentário: 
 
Devemos observar que também é fonte do Direito 
Administrativo o costume. Assim, não viola o princípio da legalidade 
tomar decisões com base no costume. Contudo, ressalte-se que o 
costume não poderá ser contrário à lei (contra legem), nem afastá-la 
(praeter legem). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
35. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RR – CESPE/2013) O 
princípio da legalidade administrativa impõe que a 
administração pública fundamente a sua atuação no direito, 
razão por que, para se realizar exame psicotécnico em 
concurso público, é necessária prévia autorização em ato 
normativo do chefe do Poder Executivo. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o entendimento do STF, para realização 
de exame psicotécnico em concurso público deve haver a previsão 
legal e o teste ter um mínimo de objetividade. Vejamos: 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. CONTROLE DE LEGALIDADE DE ATO 
PRATICADO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DE RONDÔNIA. 
CONCURSO PÚBLICO. EXAME PSICOTÉCNICO. PREVISÃO EM 
LEI. CRITÉRIOS OBJETIVOS. ORDEM DENEGADA. I – O art. 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
46 
5º, I, da Lei 12.016/2009 não configura uma condição de 
procedibilidade, mas tão somente uma causa impeditiva de 
que se utilize simultaneamente o recurso administrativo com 
efeito suspensivo e o mandamus. II – A questão da legalidade 
do exame psicotécnico nos concursos públicos reveste-se de 
relevância jurídica e ultrapassa os interesses subjetivos da 
causa. III – A exigência de exame psicotécnico, como 
requisito ou condição necessária ao acesso a 
determinados cargos públicos, somente é possível, nos 
termos da Constituição Federal, se houver lei em 
sentido material que expressamente o autorize, além 
de previsão no edital do certame. IV – É necessário um 
grau mínimo de objetividade e de publicidade dos critérios 
que nortearão a avaliação psicotécnica. A ausência desses 
requisitos torna o ato ilegítimo, por não possibilitar o acesso 
à tutela jurisdicional para a verificação de lesão de direito 
individual pelo uso desses critérios V - Segurança denegada. 
(MS 30822, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, 
Segunda Turma, julgado em 05/06/2012, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-124 DIVULG 25-06-2012 PUBLIC 26-06-
2012) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
36. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – IBAMA – CESPE/2012) De 
acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o 
estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade 
na administração pública. 
 
Comentário: 
 
Realmente, o entendimento é no sentido de que o 
princípio da legalidade é excepcionado pelas medidas provisórias (Não 
é lei. Tem força de lei) e pelo estado de defesa e de sítio. Nestes dois 
últimos casos, a autoridade presidencial poderá decretar medidas 
restritivas de direitos, por meio de decreto presidencial (arts. 136 e 
137 da CF/88). 
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
PRF – PRF/2016 
AULA 02 – Princípios Administrativos 
Prof. Edson Marques 
 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 
 
 
47 
 
Sobretudo nos casos de defesa e sítio, trata-se de 
situação de exceção, cuja previsão decorre da CF/88, que, conforme 
entendimento do STF é “O estado de exceção é uma zona de 
indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não é 
a exceção que se subtrai

Continue navegando