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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL PRF/2016 POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 09 RESPONSABILIDADE DO ESTADO DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Edson Marques PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 Olá! Vamos que vamos. Nesta o tema também é um dos queridinhos das Bancas. Vamos falar sobre Responsabilidade Civil do Estado, conforme o seguinte: Aula 09: 6.1 Responsabilidade civil da administração: evolução doutrinária e reparação do dano. 9 responsabilização da administração 9.4 Responsabilidade civil do Estado. É isso aí. Bons estudos. Prof. Edson Marques PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 S U M Á R I O 1. Responsabilidade do Estado ..............................................................4 2. Evolução .............................................................................................5 2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado ..........................................5 2.2 Teoria da Responsabilidade .............................................................6 2.2.1 Responsabilidade por Culpa (Civilista) .........................................6 2.2.2 Responsabilidade por Culpa Administrativa .................................8 2.2.3 Teoria da Responsabilidade Objetiva ...........................................9 3. Evolução da Responsabilidade do Estado no Brasil ........................ 14 4. QUESTÕES COMENTADAS ............................................................... 15 5. QUESTÕES SELECIONADAS ........................................................... 112 6. GABARITO ..................................................................................... 131 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 1. Responsabilidade do Estado O Estado, assim como os demais sujeitos de direito existentes em uma sociedade, se sujeita às determinações proscritas no ordenamento jurídico. Não há qualquer sujeito que se intitule fora da ordem normativa, eis que é próprio do Estado Democrático de Direito à sujeição de todos à ordem jurídica. Com efeito, estando o Estado também submerso à incidência do ordenamento jurídico (princípio da jurisdicidade), é normal que ele responda pelos danos que causar, sobretudo, quando o causar em nome da coletividade e em detrimento de um ou de alguns. Conforme ressalta Celso Antônio Bandeira de Mello “todos os povos, todas as legislações, doutrina e jurisprudência universais, reconhecem, em consenso pacífico, o dever estatal de ressarcir as vítimas de seus comportamentos danosos”. Nesse sentido, a título de curiosidade, os dois últimos a se sucumbirem à teoria da responsabilidade, foram Estados Unidos e Inglaterra, respectivamente em 1946 e 1947, entendendo que o Estado não está imune à responsabilidade de reparar danos causados a terceiros. Nos Estados Unidos a teoria da irresponsabilidade perdurou até 1946, quando por meio do Federal Tort Claim Act foi abolida, e na Inglaterra até 1947 quando foi editado o Crown Proceding Act. Nestes dois Estados passou-se a responder de forma subjetiva, ou seja, quando seus agentes tiverem causado o dano por culpa em sentido amplo. Dessa forma, com apoio na lição de Dirley da Cunha Junior, pode-se dizer que a responsabilidade extracontratual do Estado “é a obrigação que incumbe ao Estado de reparar os danos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 lesivos a terceiros e que lhe sejam imputáveis em virtude de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. Celso Antônio, sempre com maestria, assevera que se “entende por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. Para a Profa. Di Pietro “a responsabilidade extracontratual do Estado corresponde à obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícitos, imputáveis aos agentes públicos”. Contudo, é importante percebemos que nem sempre vigeu a teoria da responsabilidade do Estado pelos seus atos, ou seja, evoluiu-se da irresponsabilidade para a responsabilidade, conforme veremos. 2. Evolução 2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado Na origem dos Estados modernos vigia o sistema de irresponsabilidade do Estado visto que o Rei, representante divino e por vezes a própria divindade, jamais poderia errar ou cometer atos que supostamente fossem reprováveis sob qualquer aspecto, pois sua vontade era algo absolutamente irretocável. Portanto, não havia meios de responsabilizar o Estado pelos seus atos ou omissões. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 Nesse período, denominado absolutista, o Rei, que se confundia com a própria figura do Estado, não respondia por seus atos, portanto, insuscetível de qualquer reprovação, daí surgindo as expressões Le roi ne peut mal faire ou The king can do not wrong. Destarte, o Estado não respondia por quaisquer danos que causasse a seus súditos, porque se isso ocorresse era a própria manifestação do poder do Rei, da divindade. Nessa fase é possível verificar a evolução do sistema de responsabilidade, passando em alguns países a haver temperamentos, tal como na França, onde leis específicas passaram a prevê a responsabilidade do Estado (Lei do 28 pluvioso do Ano VIII) ou de seu agente, quando o ato pudesse ser imputado diretamente a ele. Obviamente que com a derrocada dos regimes absolutistas, impondo-se limitações ao Estado, submetendo-o ao regime das leis (Estado de Direito), passou-se a adotar a teoria da responsabilidade. 2.2 Teoria da Responsabilidade 2.2.1 Responsabilidade por Culpa (Civilista) A teoria da responsabilidade surge sob a ideia da responsabilidade estatal baseada na culpa, discutia-se acerca da culpa do agente. Em primeiro momento havia distinção entre os atos chamados de império (no qual o Estado não respondia) e os chamados atos de gestão, sob os quais o Estado responderia. Nesse período entendeu-se que o Estado deveria responder quando ficasse demonstrada a culpa de seu agente e, portanto, sua culpa, em conformidade com as regras de direito privado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 O problema, no entanto, consistia em separar quandoo agente estava atuando no exercício das funções estatais e quando não atuava investido em tais prerrogativas. Por isso, tal teoria não perduraria muito. Assim, a teoria da responsabilidade civilista do Estado evolui sob o auspício da jurisprudência francesa, à margem do tratamento legal, tendo como marco histórico o julgamento proferido pelo Tribunal de Conflitos Francês no caso Blanco (1873). Conforme narra a Profa. Di Pietro, “a menina Agnes Blanco, ao atravessar uma rua em Bordeaux, foi colhido por uma vagonete da Cia. Nacional de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de indenização, com base no princípio de que o Estado é civilmente responsável por prejuízos causados a terceiros, em decorrência de ação danosa de seus agentes. Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum e o contencioso administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu que a controvérsia deveria ser solucionada pelo tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a responsabilidade decorrente de funcionamento do serviço público. Entendeu- se que a responsabilidade do Estado não pode reger-se pelos princípios do Código Civil, porque se sujeita a regras especiais que variam conforme as necessidades do serviço e a imposição de conciliar os direitos do Estado com os diretos privados". Vê-se aí a evolução da responsabilidade com esteio na culpa privada para a responsabilidade com base na culpa presumida, devendo-se ao memorável Conselheiro Davi, que apontou a necessidade de evolução no tocante à responsabilidade civil do Estado, distinguindo-a da estabelecida nas relações privadas, de maneira que não fosse necessário demonstrar a culpa individual, mas a culpa do serviço. Portanto, surge daí, em abandono a teoria civilista, a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado baseada na culpa administrativa, culpa anônima, ou denominada faute du service. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 2.2.2 Responsabilidade por Culpa Administrativa Verificando-se que demonstrar a culpa estatal era sempre algo complexo, e por vezes de difícil alcance, passou-se a discutir temperamentos a tal regra, de modo que a responsabilidade subjetiva passou a ser entendida como decorrência do serviço estatal, ou seja, passou-se a denominar culpa administrativa ou culpa anônima. A teoria da culpa administrativa funda-se na ideia de que a responsabilidade do Estado não está vinculada a culpa individual (subjetiva) do agente público. O Estado responderá, mesmo que agente não seja culpado pelo evento danoso, mas quando em razão de falha na prestação de suas atividades puder decorrer um dano para terceiros. É modalidade de responsabilidade calcada na culpa do serviço (faute du service) que ocorre quando: i) o serviço não existiu ou não funcionou quando devia funcionar; ii) serviço funcionou mal, iii) serviço atrasou. Nessas três hipóteses, diz-se que houve a culpa do serviço, culpa anônima ou administrativa. Em tal situação, poderá ocorrer de a vítima não ter como demonstrar a culpa do Estado, eis que estando fora do aparelho estatal não detém poder para buscar as informações que a comprove. Por isso, haverá a presunção de culpa. Com efeito, a vítima fica desobrigada a provar a culpa, ou seja, nessa modalidade a culpa é presumida, cabendo ao Estado, para afastar sua responsabilidade, demonstrar que ela não ocorreu. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 2.2.3 Teoria da Responsabilidade Objetiva A responsabilidade por culpa do serviço evolui para uma nova fase denominada responsabilidade publicista ou responsabilidade objetiva em que a obrigação de reparar o dano, por ato lícito ou ilícito, é cabível no caso de se comprovar a relação de causalidade entre o dano e o ato do agente. In casu, a responsabilidade objetiva não perpassa por análise de qualquer elemento subjetivo, isto é, não se verifica a necessidade de demonstrar que o ato se deu por culpa (culpa ou dolo), ainda que seja ela presumida. É que, na hipótese, não há que se perquirir acerca da culpa, basta que haja a relação entre o comportamento (conduta) e o dano para que o Estado seja responsabilizado por este. Com efeito, na teoria da responsabilidade objetiva não é necessário provar a culpa do Estado ou de seus agentes, basta que se prove a configuração de três elementos: a atuação estatal, o dano e a nexo causal entre o comportamento estatal e o dano. O ato estatal é ação imputada ao Estado, ou seja, decorre de conduta comissiva atribuída ao Estado. O dano poderá ser moral ou patrimonial. E o nexo de causalidade é demonstração de que o dano decorre da ação estatal. É importante observar que a teoria da responsabilidade objetiva evoluiu e se dividiu em duas teorias, a teoria do risco administrativo e a teoria do risco integral. É a teoria do risco que dá fundamento para responsabilidade objetiva, baseando-se no sentido de que se deve partir os benefícios gerados pela atuação do Estado. E, por isso, todos também devem suportar os encargos advindos dessa atuação (distribuição equânime dos bônus e dos ônus). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 Nessa teoria, a ideia de culpa é substituída pelo nexo de causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido, sem se cogitar em culpa do serviço ou culpa do agente. Nesse sentido, a Constituição de 1988 em seu artigo 37, §6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra responsável no caso de dolo ou culpa. Como se observa, nessa modalidade de responsabilidade, o particular lesionado não carece demonstrar a culpa ou dolo do agente público para que o Estado venha a responder, basta apenas demonstrar o dano, o nexo de causalidade, e a conduta atribuída à Administração ou a seu agente. No entanto, alguns autores controvertem acerca desse assunto. Para uns a responsabilidade objetiva somente decorreria de ação estatal e, por isso, a responsabilidade por omissão seria subjetiva. O próprio Supremo Tribunal Federal, por vezes, vacila no tocante ao tema, vejamos: "A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política de 1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão. Essa PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 concepçãoteórica, que informa o princípio constitucional da responsabilidade civil objetiva do Poder Público, faz emergir, da mera ocorrência de ato lesivo causado à vítima pelo Estado, o dever de indenizá-la pelo dano pessoal e/ou patrimonial sofrido, independentemente de caracterização de culpa dos agentes estatais ou de demonstração de falta do serviço público. Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade material entre o eventus damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal (RTJ 55/503 – RTJ 71/99 – RTJ 91/377 – RTJ 99/1155 – RTJ 131/417)." (RE 109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 02/08/96) "Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. A falta do serviço — faute du service dos franceses — não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro. Latrocínio praticado por quadrilha da qual participava um apenado que fugira da prisão tempos antes: neste caso, não há falar em nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o latrocínio." (RE 369.820, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 27/02/04). No mesmo sentido: RE 409.203, Rel. Min. Carlos Velloso, Informativo 391. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 É fato, no entanto, que a corrente majoritária é no sentido de que a responsabilidade objetiva é decorrente de ação estatal, remanescendo a subjetiva, por culpa administrativa, no caso de omissão. De todo modo, a responsabilidade objetiva na modalidade risco administrativo diferencia-se do risco integral no sentido de que aquela (risco administrativo) admite a chamada excludente de responsabilidade, ou seja, casos em que fica afastada a responsabilidade estatal, sendo: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, e fato de terceiro. A culpa exclusiva da vítima se dá quando o evento danoso decorre única e exclusivamente de conduto do agente lesado. O caso fortuito e força maior são considerados fatos imprevisíveis, e há certa divergência na doutrina quanto ao seu alcance. Para uns não há distinção entre os dois institutos, a exemplo do entendimento do Prof. Carvalho Filho. (pág. 557) Contudo, para a Prof. Di Pietro, “força maior é acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes, como uma tempestade, um terremoto, um raio” e caso fortuito “ocorre nos casos em que o dano seja decorrente de ato humano ou de falha da Administração; quando se rompe, por exemplo, uma adutora ou um cabo elétrico, causando dano a terceiros”. (pág. 652). No entanto, para a citada professora, a força maior não será causa excludente de responsabilidade. Na hipótese de culpa concorrente, ou seja, se o dano advém também de conduta do terceiro e de conduta da Administração, a exemplo de uma pessoa que fura um sinal vermelho, enquanto uma viatura policial também fura de outro lado, vindo a colidir os dois veículos, o Estado deverá responder, porém de forma mitigada. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 É a denominada concausa, ou seja, a culpa concorrente não afasta a responsabilidade, somente atenua o quantum a ser indenizado. É claro que uma sendo obrigada a indenizar e a Administração, quando conseguir demonstrar a culpa do agente, poderá promover a ação de regresso para se ver ressarcida do que despendeu. Ademais, a responsabilidade do Estado pode advir de um ato administrativo, legislativo ou judicial. Celso Antônio Bandeira de Mello, citando lição do Professor Oswaldo Aranha, salienta que a responsabilidade objetiva do Estado será sempre por ação ou quando o Estado é o criador da situação que induz o risco (presídio em local habitável, paiol de munições etc). Outrossim, será subjetiva a responsabilidade decorrente de ato omissivo do Estado. De outro lado, é possível destacar que em certas situações, muito embora não se possa identificar uma ação condutora do dano, o Estado poderá propiciar que tal ocorra. É a denominada responsabilidade em razão de atuação propiciadora do Risco. Ocorre no caso de o Estado, embora não cause diretamente o dano, dá ensejo à situação propiciadora do risco. Ex. Depósito de material explosivo. Preso que mata outro detento. Preso que foge do presídio e comete vários crimes da fuga. Semáforo estragado. Em todas essas situações o Estado responderá objetivamente. Celso Bandeira de Mello salienta que o estágio a que se caminha a teoria da responsabilidade é para a teoria da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 14 responsabilidade do risco social, onde o Estado seria responsável por condutas ainda que não fossem imputadas ao próprio Estado. 3. Evolução da Responsabilidade do Estado no Brasil No Brasil, a teoria da responsabilidade também passou por algumas fases. No entanto, é assente na doutrina que no Brasil não se passou pelo período da irresponsabilidade do Estado, tendo sido adotada a teoria da responsabilidade. A Constituição de 1946, no seu artigo 194, no entanto, foi a primeira a prevê expressamente a responsabilidade do Estado por danos, seguindo-se pelas Constituições de 1967 (art. 105) e 1969 (art. 107). Em todas essas Constituições, na linha preconizada pelo Código Civil de 1916, utilizou-se a teoria da responsabilidade subjetiva do Estado. No entanto, a Constituição de 1988 em seu artigo 37, §6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra responsável no caso de dolo ou culpa. É isso. Então, vamos às questões. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 4. QUESTÕES COMENTADAS 1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil adotou a teoria da responsabilidadesubjetiva do Estado, segundo a qual a administração pública somente poderá reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente comprovada a culpa do agente público. Comentário: A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37, §6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros. É verdade, no entanto, que também se adota a responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que o Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da responsabilidade objetiva. Observe: “Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido. Nexo de causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se seguiu antes do crime são suficientes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a responsabilidade objetiva nos termos do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição do Brasil.” (RE 573.595-AgR, Rel. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-2008.) A responsabilidade subjetiva, em regra, quando aplicada diz respeito à modalidade culpa administrativa, decorre de fato de terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos serviços, hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa, pois o ônus se inverte, cabendo ao administrado provar apenas que o serviço não funcionou, funcionou mal ou não existiu. Assim, a Administração Pública poderá reparar o prejuízo causado a terceiro ainda que não demonstrada culpa do agente público, mas a culpa (falha) no serviço. Gabarito: Errado. 2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da irresponsabilidade do Estado. Comentário: O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da responsabilidade e, em regra, a responsabilidade objetiva (art. 37, §6º, CF/88). Gabarito: Errado. 3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria da irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 A teoria da irresponsabilidade dispõe que o Estado não responde pelos danos que eventualmente cause aos administrados. Essa teoria baseia-se no fato de que o Estado não erra. Por isso, não se aplica no âmbito da Administração Pública brasileira na medida em que o Estado responde por ação ou omissão, dolosa ou culposa, por ato lícito ou ilícito, que cause dano a terceiros. É que na atualidade incide a teoria da responsabilidade estatal. Gabarito: Errado. 4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem objetivamente pelos eventuais danos que seus agentes causarem a terceiros ao prestarem tais serviços. Comentário: De fato, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros. Gabarito: Certo. 5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) O Estado é civilmente responsável pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, venham a causar a terceiros, excetuados os casos dos agentes sem vínculo típico de trabalho e dos agentes colaboradores sem remuneração. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 Comentário: O Estado responde pelos danos causados por seus agentes públicos, qualquer que seja a natureza, que estiverem atuando em razão do exercício da função pública ou em decorrência dela. Gabarito: Errado. 6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – CESPE/2014) As autarquias respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, devendo, para tanto, estar caracterizado o dolo ou a culpa na hipótese da prática de atos comissivos. Comentário: As autarquias, por serem pessoas jurídicas de direito público, respondem independentemente de dolo ou culpa (responsabilidade objetiva) pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Gabarito: Errado. 7. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Para que se configure a responsabilidade civil objetiva do Estado, o dano deve ser causado por agente público, não abrangendo a regra a categoria dos agentes políticos. Comentário: A responsabilidade do Estado alcança os atos praticados por todos os agentes públicos, qualquer que seja a sua natureza, no exercício da função administrativa ou em decorrência dela. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 Gabarito: Errado. 8. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As empresas prestadoras de serviços públicos não respondem pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Em tal hipótese, o ressarcimento do terceiro prejudicado deve ser feito diretamente pelo agente causador do dano. Comentário: Tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88. Gabarito: Errado. 9. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de direito privado prestadoras de serviço público respondem objetivamente pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Comentário: De fato, tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto às pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 10. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica respondem pelos danos que seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas regras aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito privado. Comentário: Somente responderá de formaobjetiva as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, §6º, da CF/88). Portanto, as empresas estatais que explorem atividade econômica respondem sob o regime aplicável as demais pessoas jurídicas de direito privado. Gabarito: Certo. 11. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A regra da responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica tanto às entidades de direito privado que prestam serviço público como às entidades da administração indireta que executem atividade econômica de natureza privada. Comentário: Somente respondem de forma objetiva as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, §6º, da CF/88). Gabarito: Errado. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Segundo a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as pessoas jurídicas de direito público, as de direito privado PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 prestadoras de serviços públicos e as executoras de atividade econômica. Comentário: A responsabilidade civil do Estado, de fato, aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado prestadoras de serviços públicos, não alcançando, no entanto, as executoras de atividade econômica. Gabarito: Errado. 13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma sociedade de economia mista que explore atividade econômica responde objetivamente pelos danos que causar a terceiros. Comentário: Somente respondem de forma objetiva as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, §6º, da CF/88). Gabarito: Errado. 14. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das entidades estatais de direito privado que desempenham serviços públicos, as empresas privadas que prestam serviços públicos por delegação não se submetem ao regime da responsabilidade civil objetiva prevista no texto constitucional. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 Nos termos do art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade civil do Estado aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado prestadoras de serviços públicos. Gabarito: Errado. 15. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Segundo a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange prejuízos causados pelas pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que integram a administração pública indireta, não abarcando atos danosos praticados pelas concessionárias de serviço público. Comentário: As pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, conforme a Constituição Federal, integrantes ou não da Administração Pública indireta, responderão objetivamente. Gabarito: Errado. 16. (NÍVEL SUPERIOR – CADE – CESPE/2014) No direito pátrio, as empresas privadas delegatárias de serviço público não se submetem à regra da responsabilidade civil objetiva do Estado Comentário: Nos termos do art. 37, §6º, da CF/88 as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, e neste caso se incluem as delegatárias de serviços públicos, respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) Entidade integrante da administração indireta, dotada de personalidade jurídica de direito privado e exploradora de atividade econômica, responderá objetivamente pela reparação de danos a terceiros, com fundamento na teoria do risco administrativo. Comentário: A pessoa jurídica de direito privado que explora atividade econômica responderá nos moldes do direito privado. Deve-se ressaltar que a responsabilidade objetiva, nos termos do art. 37, §6º, da CF/88 somente alcança as pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. Gabarito: Errado. 18. (PROCURADOR – TCE/PB – CESPE/2014) A CF inovou em relação às constituições anteriores ao prever a possibilidade de responsabilização de forma objetiva das pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviço público. Comentário: De fato, a Constituição de 1988 inovou ao expressamente estabelecer a responsabilidade objetiva para as pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. Gabarito: Certo. 19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A marca característica da responsabilidade objetiva é a desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva requer, apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal. Comentário: A responsabilidade objetiva, conforme se extrai do art. 37, §6º, CF/88, não depende de culpa, ou seja, a sua configuração depende da ocorrência de três pressupostos: a conduta (ação) estatal, a ocorrência de dano e o nexo causal. Gabarito: Certo. 20. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de apenas três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o nexo causal, sendo desnecessário que o lesado pela conduta estatal prove a existência de culpa do agente ou do serviço. Comentário: De fato, a configuração da responsabilidade objetiva depende de três elementos: (a) ato comissivo (ação atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade (entre a ação e o dano). Gabarito: Certo. 21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) A demonstração da ocorrência do fato administrativo e do dano causado é suficiente para gerar ao Estado a obrigação de indenizar. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 Comentário: A responsabilidade do Estado é baseada em três elementos, sendo: fato administrativo, o dano e o nexo de causalidade entre o fato e o dano. Gabarito: Errado. 22. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a sua configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a terceiros e nexo de causalidade. Comentário: De fato, a responsabilidade objetiva do Estado exige a configuração de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade (entre a ação e o dano). Gabarito: Certo. 23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – CESPE/2013)Se do atributo da executoriedade do ato administrativo resultar dano ao particular em razão de ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o nexo causal. Comentário: A responsabilidade civil do Estado, na modalidade objetiva, decorre de ato lícito ou ilícito, exigindo-se a demonstração de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade (entre a ação e o dano). Gabarito: Certo. 24. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de eventual responsabilidade do Estado. Comentário: No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já observado, é necessária a verificação do nexo de causalidade entre a conduta comissiva ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se configura a responsabilidade pela interrupção do nexo causal. "A responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e, atualmente, no § 6º do art. 37 da Carta Magna), não dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do nexo de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros. Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no art. 1.060 do Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e imediato, também denominada teoria da interrupção do nexo causal. Não obstante aquele dispositivo da codificação civil diga respeito a impropriamente denominada responsabilidade contratual, aplica-se ele também à responsabilidade extracontratual, inclusive a objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias existentes: a da equivalência das condições e a da causalidade PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 adequada." (RE 130.764, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ de 7-8- 1992.) Gabarito: Errado. 25. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha ocorrido de modo regular e conforme com o direito. Comentário: De acordo com o art. 37, §6º, CF/88, o Estado responderá por ação, seja lícita ou ilícita, que seja causadora de dano a terceiros, sob a modalidade objetiva, quer dizer independentemente de culpa. Gabarito: Certo. 26. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2013) Considere que veículo oficial conduzido por servidor público, motorista de determinada autoridade pública, tenha colidido contra o veículo de um particular. Nesse caso, tendo o servidor atuado de forma culposa e provados a conduta comissiva, o nexo de causalidade e o resultado, deverá o Estado, de acordo com a teoria do risco administrativo, responder civil e objetivamente pelo dano causado ao particular. Comentário: De fato, o Estado deverá responder civil e objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa condição, causem a terceiros, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 bastando demonstrar que ocorreu a conduta comissiva, o dano, e o nexo causal entre a conduta e o dano. Gabarito: Certo. 27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – CESPE/2013) Se do atributo da executoriedade do ato administrativo resultar dano ao particular em razão de ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o nexo causal. Comentário: O Estado responde pelos seus atos ainda que legítimo. Assim, quando executa diretamente um ato, se configura a partir dele um dano, ou seja, restar provado o dano e o nexo causal decorrente dessa conduta, o Estado terá o dever de reparar o dano causado. Gabarito: Certo. 28. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2013) A responsabilidade do Estado será objetiva caso um sargento da polícia militar estadual utilizando arma da corporação, em dia de folga, efetue disparos contra um desafeto, gerando lesões graves, utilizando uma arma da corporação. Comentário: O entendimento jurisprudencial é no sentido de que, embora em dia de folga, se o agente público utiliza-se de instrumento (equipamento) da administração, o Estado responderá objetivamente em razão de a conduta ter vínculo com a atuação estatal. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 Gabarito: Certo. 29. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória configuração da culpa para a eclosão do evento danoso. Comentário: Na responsabilidade objetiva não é necessário demonstrar culpa. Gabarito: Errado. 30. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de a pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da culpa do agente ou do serviço. Comentário: No âmbito da responsabilidade objetiva não é necessário demonstrar culpa do agente ou do serviço. Gabarito: Errado. 31. (AGENTE ADMINISTRATIVO – POLÍCIA FEDERAL – CESPE/2014) Considere que, durante uma operação policial, uma viatura do DPF colida com um carro de propriedade particular estacionado em via pública. Nessa situação, a administração responderá pelos danos causados ao veículo particular, ainda que se comprove que o motorista da viatura policial dirigia de forma diligente e prudente. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 Comentário: De fato, ainda que o agente não tenha atuado com dolo ou culpa o Estado responderá por se tratar de responsabilidade objetiva que independe de dolo ou culpa. Gabarito: Certo. 32. (AGENTE ADMINISTRATIVO – SUFRAMA – CESPE/2014) Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou, invadiu a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O acidente resultou em danos a ambos os veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem. Provado que o motorista da SUFRAMA não agiu com dolo ou culpa, a superintendência não estará obrigada a indenizar todos os danos sofridos pelo condutor do veículo particular Comentário: A responsabilidade do Estado no caso é objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa. Assim, o fato de o agente público não ter agindo com dolo ou culpa, somente afastará eventual ação regressiva do Estado em face dele agente. Gabarito:Errado. 33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a responsabilidade civil do Estado são os servidores estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho que os vincula diretamente à administração. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 Comentário: A responsabilidade civil do Estado decorre de dano causado por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o agente público está atuando no exercício de suas funções ou em decorrência dela. A expressão agente, é importante destacar, deve ser concebida em sentido amplo, ou seja, de modo a compreender os agentes políticos, administrativos, honoríficos, credenciados e os delegados, não se restringindo apenas aos servidores públicos (estatutários). Gabarito: Errado. 34. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente o servidor que, em sua atuação, causar dano a terceiros. Exclui- se, assim, dessa noção as pessoas que não têm vínculo típico de trabalho com a administração e os agentes colaboradores e sem remuneração. Comentário: Na responsabilidade civil do Estado devemos entender a expressão agente sob alcance mais amplo, não se referindo somente aos servidores públicos, na medida em que engloba, inclusive, os funcionários das pessoas jurídicas de direito privado que exercem atividade interna na Administração, assim como os colaboradores (honoríficos, credenciados) que recebam ou não remuneração. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público causador do dano deve ser servidor público estatutário e possuir vínculo direto com a administração. Comentário: Na responsabilidade civil a expressão agente pública não diz respeito apenas ao servidor público típico, engloba qualquer agente que esteja no exercício de função administrativa ou prestando atividade para a Administração. Gabarito: Errado. 36. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua competência legal. Comentário: De fato, o agente público causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua competência legal, mas em decorrência dela. Gabarito: Certo. 37. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a jurisprudência têm reconhecido a obrigatoriedade de o Estado indenizar tanto os danos materiais quanto os danos morais, mas não os danos emergentes e os lucros cessantes. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 Comentário: Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhecem que o dever do Estado de reparar dano atinge tanto os danos materiais quanto os danos morais, além dos danos emergentes e os lucros cessantes. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANISTIA (LEI 9.140/95). ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DO DECRETO 20.910/32. ACUMULAÇÃO DE REPARAÇÃO ECONÔMICA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI 10.559/2002. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO. 1. Não viola o art. 535, I e II, do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que decide, motivadamente, todas as questões argüidas pela parte, julgando integralmente a lide. 2. A pretensão indenizatória decorrente de violação de direitos humanos fundamentais durante o Regime Militar de exceção é imprescritível. Inaplicabilidade da prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto 20.910/32. 3. A Lei 10.559/2002 proíbe a acumulação de: (I) reparação econômica em parcela única com reparação econômica em prestação continuada (art. 3º, § 1º); (II) pagamentos, benefícios ou indenizações com o mesmo fundamento, facultando-se ao anistiado político, nesta hipótese, a escolha da opção mais favorável (art. 16). 4. Não há vedação para a acumulação da reparação econômica com indenização por danos morais, porquanto se tratam de verbas indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à recomposição patrimonial (danos emergentes e PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 lucros cessantes), ao passo que esta tem por escopo a tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade. Aplicação da orientação consolidada na Súmula 37/STJ. 5. Os direitos dos anistiados políticos, expressos na Lei 10.559/2002 (art. 1º, I a V), não excluem outros conferidos por outras normas legais ou constitucionais. Insere-se, aqui, o direito fundamental à reparação por danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CC/1916, art. 159; CC/2002, art. 186), que não pode ser suprimido nem cerceado por ato normativo infraconstitucional, tampouco pela interpretação da regra jurídica, sob pena de inconstitucionalidade. 6. Recurso especial desprovido. (REsp 890.930/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ 14/06/2007, p. 267) Gabarito: Errado. 38. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de responsabilidade civil do Estado, é possível a cumulação de indenizações por dano material e dano moral que decorram de um só fato. Comentário: Não há vedação para acumulação de dano material e moral acerca da responsabilidade civil. É que o dano pode tanto dizer respeito a danos patrimoniais, quanto atingir a esfera da moral do terceiro. Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Responsabilidade civil do estado. Indenização por danos morais e PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 materiais. Prisão ilegal praticada por agente público. 4. Reexame de conteúdo fático-probatório. Incidência do Enunciado 279 da Súmula do STF. Precedentes. 5. Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 698782 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 21/08/2012) Gabarito: Certo. 39. (ANALISTA PROCESSUAL – MPU – CESPE/2013) A responsabilidade civil do Estado incide apenas se os danos causados forem de caráter patrimonial. Comentário: A responsabilidade civil do Estado incide sobre danos patrimoniais (material) ou morais. Gabarito: Errado. 40. (TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS – TJ/DF– CESPE/2014) No exercício da função administrativa, o Estado responde objetivamente tanto no caso de danos morais quanto no de danos materiais causados a terceiros por seus agentes. Comentário: De fato, o Estado responde, no exercício da função administrativa, objetivamente tanto no caso de danos morais quanto nos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 36 41. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade do poder público só se configura em face de atos lícitos, os atos contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a responsabilidade penal e civil do agente público, mas não a responsabilidade civil do Estado. Comentário: A responsabilidade civil do Estado pode decorrer de ato lícito ou ilícito. Gabarito: Errado. 42. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a teoria do risco administrativo, consagrada no ordenamento jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por danos causados aos administrados baseia-se na equânime repartição dos prejuízos que o desempenho do serviço público impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais. Comentário: A responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco administrativo, funda-se na distribuição dos prejuízos, ou seja, no princípio da igualdade dos ônus ou encargos sociais, de modo que eventual prejuízo sofrido por um em razão de atuação do Estado, deve ser suportado por toda a coletividade. Esse é o entendimento do STF. Vejamos: "A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 37 a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. A consideração no sentido da licitude da ação administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é devida a indenização, que se assenta no princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais." (RE 113.587, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 18-2- 1992, Segunda Turma, DJ de 3-3-1992.) Gabarito: Certo. 43. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante de três elementos - dano, negligência administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do poder público -, é inafastável o direito à indenização ou reparação civil de quem suportou os prejuízos. Comentário: O Estado pode responder sob a modalidade objetiva ou subjetiva. A responsabilidade subjetiva divide-se em culpa comum ou culpa administrativa. Na responsabilidade estatal por culpa comum é necessário demonstrar que o dano decorre de conduta estatal culposo ou dolosa, ou seja, é preciso demonstrar o elemento subjetivo. Já na responsabilidade por culpa administrativa, a culpa é anônima, isto é decorre da prestação do serviço que foi falha, que PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 38 não existiu, ou que foi tardia. Nesse caso, demonstra-se a falha (ou falta) do serviço. De todo modo, na responsabilidade subjetiva deve estar presente: a conduta culposa, o dano e o nexo entre tal conduta e o dano. Gabarito: Certo. 44. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina dominante é no sentido de que se aplica a teoria da responsabilidade subjetiva nos casos de ato comissivo estatal. Comentário: A responsabilidade do Estado será objetiva ou subjetiva. Ocorre a responsabilidade objetiva diante de atos estatais, ou seja, diante de ato comissivo estatal. De outro lado, em regra, a responsabilidade subjetiva decorre da omissão estatal, ou seja, de atos omissivos. Gabarito: Errado. 45. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta omissiva do Estado, incide a responsabilidade objetiva, bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o prejuízo causado ao particular. Comentário: Diante da omissão estatal incide, em regra, a responsabilidade subjetiva. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 39 Gabarito: Errado. 46. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – CESPE/2011) Para se caracterizar a responsabilidade civil do Estado no caso de conduta omissiva, não basta a simples relação entre a omissão estatal e o dano sofrido, pois a responsabilidade só estará configurada quando estiverem presentes os elementos que caracterizem a culpa. Comentário: A responsabilidade subjetiva para ser configurada é necessária a demonstração da conduta (culposo ou dolosa), o nexo de causalidade, o dano. Assim, não basta provar que houve a omissão estatal, faz mister provar a configuração dos demais elementos, sobretudo que a omissão foi dolosa ou culposa (negligência, por exemplo). Gabarito: Certo. 47. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Em se tratando de conduta omissiva, para configuração da responsabilidade estatal, é necessária a comprovação dos elementos que caracterizam a culpa, de forma que não deve ser aplicada absolutamente a teoria da responsabilidade objetiva. Comentário: A regra da responsabilidade objetiva não é absoluta. O Estado poderá responder sob a forma subjetiva. Nesta hipótese, em regra, por omissão, e desde que demonstrado os demais elementos ensejadores da responsabilidade, tal como dano, nexo, culpa ou dolo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 40 Gabarito: Certo. 48. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na atuação estatal, ou seja, a prova da omissão do Estado, em que pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e do nexo causal entre ambos. Comentário: Mais uma vez, reforça-se. O Estado por omissão responderá sob a forma da responsabilidade subjetiva, na qual se deve demonstrar a conduta omissiva, o dano, o nexo causal, bem como a culpa (negligência). Gabarito: Certo. 49. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No caso de conduta omissiva do Estado, só haverá responsabilidade civil quando estiverem presentes os elementos que caracterizam a culpa. Comentário: De fato, a responsabilidade civil no tocante à omissão estatal é subjetiva, em regra. Portanto, exige que se demonstre aculpa. Gabarito: Certo. 50. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado responda por danos causados por agente seu a particular, é necessário PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 41 que a pessoa lesada faça prova da culpabilidade direta ou indireta da administração, tanto no caso de ação quanto no de omissão. Comentário: No caso de omissão, por se tratar de responsabilidade subjetiva, exige-se a demonstração de culpa. Gabarito: Errado. 51. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente público que produza dano ao particular obriga o Estado a indenizar o particular, desde que a vítima comprove que a omissão é a causa do prejuízo. Comentário: Observe que o dano poderá vir de conduta omissiva (omissão) como comissiva (ação). Na omissão a responsabilidade é subjetiva e depende de se comprovar a culpa, mas na comissiva é objetiva e, neste caso, o dano não depende da comprovação de omissão estatal, mas de ação causadora do dano. Gabarito: Errado. 52. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de reparar os danos causados por seus agentes a terceiros em decorrência de suas atuações, mas não por suas omissões. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 42 A responsabilidade civil decorre de conduta comissiva (objetiva) ou omissiva (subjetiva). Gabarito: Errado. 53. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação chuvosa, a região metropolitana de determinado município é acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores preponderantes causadores das enchentes são o sistema deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas vias públicas. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes. De acordo com a jurisprudência e a doutrina dominante, na hipótese em pauta, caso haja danos a algum cidadão e reste provada conduta omissiva por parte do Estado, a responsabilidade deste será subjetiva. Comentário: A responsabilidade civil por condutas omissivas, em regra, é subjetiva. Gabarito: Certo. 54. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) De acordo com a jurisprudência do STJ, é objetiva a responsabilidade civil do Estado nas hipóteses de omissão, devendo-se demonstrar a presença concomitante do dano e do nexo de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do poder público. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 43 A responsabilidade do Estado por omissão, segundo a jurisprudência do STJ, é subjetiva, devendo ser demonstrada concomitantemente o dano, o nexo de causalidade entre o dano e o comportamento ilícito do Estado, e que o comportamento decorra de conduta dolosa ou culposa. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. OMISSÃO. NEXO DE CAUSALIDADE. DANOS MORAIS E MATERIAIS. REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. A alegação genérica de violação do artigo 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Nos termos da jurisprudência do STJ, a responsabilidade civil do estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo necessário, dessa forma, comprovar a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo causal entre ambos. 3. O Tribunal de origem, com base no conjunto fático probatório dos autos, expressamente consignou que "restou evidente o nexo de causalidade entre a omissão do ente municipal e o evento danoso". 4. Dessa forma, não há como modificar a premissa fática, pois para tal é indispensável o reexame do contexto fático-probatório dos autos, o que é vedado por esta Corte, pelo óbice da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 501.507/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 02/06/2014) Gabarito: Errado. 55. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) Os casos de ilícito omissivo impróprio são equiparáveis aos atos comissivos para efeito de responsabilidade civil do Estado. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 44 O Prof. Marçal Justen Filho faz distinção no tocante ao ilícito omissivo no sentido de que “as hipóteses de dano derivado de omissão podem ser diferenciadas em dois grandes grupos. Existem os casos em que uma norma prevê o dever de atuação e a omissão corresponde à infração direta ao dever jurídico (ilícito omissivo próprio). E há os casos em que a norma proscreve certo resultado danoso, o qual vem a se consumar em virtude da ausência da adoção de cautelas necessárias a tanto (ilícito omissivo impróprio)”. Nesse sentido, equipara-se o ilícito omissivo próprio aos atos comissivos para fins de responsabilização. É o caso, por exemplo, de o agente que tem o dever de atuar e não o faz justamente para causar prejuízo a terceiro. Portanto, deixar de realizar o ato de sua competência para causar dano (ato ilícito omissivo próprio). O ilícito omissivo impróprio ocorre nos casos em que o agente tem o dever de proteger determinado bem da vida (posição de garante), ou seja, tem o dever de cuidado, de zelo. Assim, o Estado somente responderá se comprovado que não houve o devido zelo, cuidado, diligência especial no sentido de não ter adotado as medidas necessárias para impedir o evento danoso. Portanto, os casos de ilícito omissivo próprio é que são equiparáveis aos atos comissivos para fins de responsabilização. Gabarito: Errado. 56. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente responsável pelo dano praticado, independentemente de este ter agido com culpa ou dolo. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 45 Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o Estado for obrigado a reparar o dano, deverá promover ação regressiva contra o agente que deu causa ao dano, isso quando ficar demonstrado que este agiu com dolo ou culpa. Gabarito: Errado. 57. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito de regresso é o assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o agente responsável pelo dano, independentemente de este ter agido com culpa ou dolo. Comentário: Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para promover ação com a finalidade de se ver ressarcido do que eventualmente arcou no caso de danos causados a terceiros, em razão de conduta, dolosa ou culposa, de seus agentes.Gabarito: Errado. 58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) A responsabilidade do agente público, causador do dano a particular, é subjetiva, devendo o Estado, ao ingressar com ação regressiva, comprovar a culpa do agente. Comentário: De fato, o agente público responde somente se comprovado sua culpa. Portanto, trata-se de responsabilidade subjetiva. Assim, caberá ao Estado, em ação regressiva, demonstrar a culpa do agente para eventual ressarcimento. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 46 59. (ANALISTA TÉCNICO – MDIC – CESPE/2014) Considere que o motorista de um veículo oficial de determinado ministério, ao trafegar em velocidade acima do limite legal, tenha colidido contra um veículo de particular que estava devidamente estacionado. Nessa situação, embora o Estado seja obrigado a indenizar o dano, somente haverá o direito de regresso do Estado caso se comprove o dolo específico na conduta do servidor. Comentário: Não se exige na propositura de ação regressiva que o Estado comprove o dolo específico (ou seja, que o agente tinha a intenção de causar o acidente). Com efeito, o direito de regresso do Estado se apresenta quando se comprovar que o agente agiu com dolo ou culpa. Gabarito: Errado. 60. (OFICIAL DE POLÍCIA MILITAR – PM/CE – CESPE/2014) A responsabilidade civil do servidor público por dano causado a terceiros, no exercício de suas funções, ou à própria administração, é subjetiva, razão pela qual se faz necessário, em ambos os casos, comprovar que ele agiu de forma dolosa ou culposa para que seja diretamente responsabilizado. Comentário: O agente responde sempre subjetivamente perante o Estado ou perante a terceiros. Assim, seja em ação regressiva, ou em ação promovida pelo terceiro diretamente contra o agente público, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo ou culpa para que seja responsabilizado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 47 Gabarito: Certo. 61. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2013) São imprescritíveis as ações de reparação de dano promovidas contra o Estado, caso o dano resulte de motivação política. Comentário: De fato, de acordo com o entendimento do STJ, as ações de reparação de danos, com fundamento em motivação política, são imprescritíveis. Precedente: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO OMISSIVO DO MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA. ANISTIA POLÍTICA. MILITAR. PRETENSÃO QUANTO AO PERCEBIMENTO DO EFEITO FINANCEIRO RETROATIVO. POSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO DA PRETENSÃO DO IMPETRANTE NA VIA ELEITA. NÃO CONSUMAÇÃO DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA. DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO PREVISTO NA LEI 10.559/02. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO EVIDENCIADO. 1. A Primeira Seção desta Corte já se manifestou no sentido de que: a) o Ministro de Estado da Defesa ostenta legitimidade para figurar no pólo passivo de writ of mandamus que verse sobre o pagamento de reparação econômica em prestação mensal, permanente e continuada, com efeitos retroativos, decorrentes do reconhecimento da condição de anistiado político aos militares; b) o mandado de segurança é instrumento adequado para controle do cumprimento das portarias referentes à concessão de anistia política; c) a decadência não se aperfeiçoou, na medida em que a conduta PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 48 da autoridade impetrada é omissiva e continuada, consubstanciada no não pagamento da reparação econômica, e, por isso mesmo, renova-se sucessivamente; d) a prescrição também não se consumou, dado que é imprescritível a pretensão de reparação de danos sofridos durante o regime exceção; e) o Tribunal de Contas da União revogou a decisão cautelar n.º 011.627/2006-4, que tinha por objetivo revisar os processos de anistias já concedidas, o que reforça a liquidez e certeza do direito vindicado no presente writ; e f) havendo a demonstração da existência de crédito específico para o pagamento dos retroativos devidos aos anistiados e transcorrido o prazo previsto no § 4º do art. 12 da Lei 10.559/02, configura direito líquido e certo de perceber o valor integral da reparação econômica, ou seja, a prestação mensal, permanente e continuada acrescida do efeito financeiro retroativo. Precedentes: MS 15.257/DF, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 01/03/11; MS 15.184/DF, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 03/12/10; MS 15.252/DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 17/11/10; MS 15.216/DF, Rel. Min. Mauro Campbell, Primeira Seção, DJe 17/11/10; MS 15.295/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, DJe 22/10/10. 2. A situação do impetrante não pode ser agravada no bojo desta impetração, cujo objeto tão somente respeita ao efeito financeiro retroativo, de modo que a Portaria n. 1.104-GM3/64 e a alegação de ele não teria comprovado que efetivamente sofreu perseguição de motivação política são desinfluentes para o resultado prático da demanda. 3. A expedição e a execução do precatório pelo qual se dará o pagamento dos citados efeitos financeiros retroativos ficarão suspensas caso a portaria que concedeu a respectiva anistia venha a ser anulada (Questão de Ordem no MS 15.706/DF). 4. Nos termos do que dispôs a Primeira Seção no julgamento dos EDcl no MS 15.485/DF, rel. Ministro Castro Meira, o pagamento do efeito financeiro retroativo deveria ter sido PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIA FEDERAL - PRF AULA 09 – Responsabilidade do Estado Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 49 efetuado até o 60º (sexagésimo) dia da data da publicação da portaria que anistiou o impetrante. O não pagamento a partir do 61º (sexagésimo primeiro) dia após o referido ato configura a mora, o que revela o termo inicial da obrigação acessória. Nesse sentido, confiram-se: EDcl no MS 17.521/DF, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, DJe 15/02/12; e EDcl no MS 15.588/DF, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, DJe 23/03/12. 5. Segurança concedida. (MS 19.102/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2012, DJe 19/12/2012) Gabarito: Certo. 62. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Segundo entendimento do STJ, é imprescritível a pretensão de recebimento de indenização por dano moral decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção. Comentário: De fato, conforme o entendimento firmado pelo STJ, é imprescritível a pretensão de obter reparação por dano moral decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção. ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO. DESNECESSIDADE. PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS NA DITADURA MILITAR. IMPRESCRITIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO ART. 1º. DO DECRETO-LEI 20.910/32. 1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal
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