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PRF Direito Administrativo Aula 09 - Ponto dos concursos

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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
 
PRF/2016 
 
POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 09 
 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Olá! 
 
Vamos que vamos. Nesta o tema também é um dos 
queridinhos das Bancas. Vamos falar sobre 
Responsabilidade Civil do Estado, conforme o 
seguinte: 
 
Aula 09: 6.1 Responsabilidade civil da administração: 
evolução doutrinária e reparação do dano. 9 
responsabilização da administração 9.4 Responsabilidade 
civil do Estado. 
 
É isso aí. 
 
Bons estudos. 
 
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S U M Á R I O 
 
1. Responsabilidade do Estado ..............................................................4 
2. Evolução .............................................................................................5 
2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado ..........................................5 
2.2 Teoria da Responsabilidade .............................................................6 
2.2.1 Responsabilidade por Culpa (Civilista) .........................................6 
2.2.2 Responsabilidade por Culpa Administrativa .................................8 
2.2.3 Teoria da Responsabilidade Objetiva ...........................................9 
3. Evolução da Responsabilidade do Estado no Brasil ........................ 14 
4. QUESTÕES COMENTADAS ............................................................... 15 
5. QUESTÕES SELECIONADAS ........................................................... 112 
6. GABARITO ..................................................................................... 131 
 
 
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1. Responsabilidade do Estado 
 
O Estado, assim como os demais sujeitos de direito 
existentes em uma sociedade, se sujeita às determinações proscritas 
no ordenamento jurídico. Não há qualquer sujeito que se intitule fora 
da ordem normativa, eis que é próprio do Estado Democrático de 
Direito à sujeição de todos à ordem jurídica. 
 
Com efeito, estando o Estado também submerso à 
incidência do ordenamento jurídico (princípio da jurisdicidade), é 
normal que ele responda pelos danos que causar, sobretudo, quando 
o causar em nome da coletividade e em detrimento de um ou de 
alguns. 
 
Conforme ressalta Celso Antônio Bandeira de Mello 
“todos os povos, todas as legislações, doutrina e jurisprudência 
universais, reconhecem, em consenso pacífico, o dever estatal 
de ressarcir as vítimas de seus comportamentos danosos”. 
 
Nesse sentido, a título de curiosidade, os dois últimos a 
se sucumbirem à teoria da responsabilidade, foram Estados Unidos e 
Inglaterra, respectivamente em 1946 e 1947, entendendo que o 
Estado não está imune à responsabilidade de reparar danos causados 
a terceiros. 
 
Nos Estados Unidos a teoria da irresponsabilidade 
perdurou até 1946, quando por meio do Federal Tort Claim Act foi 
abolida, e na Inglaterra até 1947 quando foi editado o Crown Proceding 
Act. Nestes dois Estados passou-se a responder de forma subjetiva, ou 
seja, quando seus agentes tiverem causado o dano por culpa em 
sentido amplo. 
 
Dessa forma, com apoio na lição de Dirley da Cunha 
Junior, pode-se dizer que a responsabilidade extracontratual do Estado 
“é a obrigação que incumbe ao Estado de reparar os danos 
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lesivos a terceiros e que lhe sejam imputáveis em virtude de 
comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou 
omissivos, materiais ou jurídicos”. 
 
Celso Antônio, sempre com maestria, assevera que se 
“entende por responsabilidade patrimonial extracontratual do 
Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar 
economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente 
garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em 
decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, 
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. 
 
Para a Profa. Di Pietro “a responsabilidade 
extracontratual do Estado corresponde à obrigação de reparar 
danos causados a terceiros em decorrência de comportamentos 
comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou 
ilícitos, imputáveis aos agentes públicos”. 
 
Contudo, é importante percebemos que nem sempre 
vigeu a teoria da responsabilidade do Estado pelos seus atos, ou seja, 
evoluiu-se da irresponsabilidade para a responsabilidade, conforme 
veremos. 
 
2. Evolução 
 
2.1 Teoria da Irresponsabilidade do Estado 
 
Na origem dos Estados modernos vigia o sistema de 
irresponsabilidade do Estado visto que o Rei, representante divino e 
por vezes a própria divindade, jamais poderia errar ou cometer atos 
que supostamente fossem reprováveis sob qualquer aspecto, pois sua 
vontade era algo absolutamente irretocável. 
 
Portanto, não havia meios de responsabilizar o Estado 
pelos seus atos ou omissões. 
 
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Nesse período, denominado absolutista, o Rei, que se 
confundia com a própria figura do Estado, não respondia por seus atos, 
portanto, insuscetível de qualquer reprovação, daí surgindo as 
expressões Le roi ne peut mal faire ou The king can do not wrong. 
 
Destarte, o Estado não respondia por quaisquer danos 
que causasse a seus súditos, porque se isso ocorresse era a própria 
manifestação do poder do Rei, da divindade. 
 
Nessa fase é possível verificar a evolução do sistema de 
responsabilidade, passando em alguns países a haver temperamentos, 
tal como na França, onde leis específicas passaram a prevê a 
responsabilidade do Estado (Lei do 28 pluvioso do Ano VIII) ou de 
seu agente, quando o ato pudesse ser imputado diretamente a ele. 
 
Obviamente que com a derrocada dos regimes 
absolutistas, impondo-se limitações ao Estado, submetendo-o ao 
regime das leis (Estado de Direito), passou-se a adotar a teoria da 
responsabilidade. 
 
2.2 Teoria da Responsabilidade 
 
2.2.1 Responsabilidade por Culpa (Civilista) 
 
A teoria da responsabilidade surge sob a ideia da 
responsabilidade estatal baseada na culpa, discutia-se acerca da culpa 
do agente. Em primeiro momento havia distinção entre os atos 
chamados de império (no qual o Estado não respondia) e os chamados 
atos de gestão, sob os quais o Estado responderia. 
 
Nesse período entendeu-se que o Estado deveria 
responder quando ficasse demonstrada a culpa de seu agente e, 
portanto, sua culpa, em conformidade com as regras de direito privado. 
 
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O problema, no entanto, consistia em separar quandoo 
agente estava atuando no exercício das funções estatais e quando não 
atuava investido em tais prerrogativas. 
 
Por isso, tal teoria não perduraria muito. 
 
Assim, a teoria da responsabilidade civilista do Estado 
evolui sob o auspício da jurisprudência francesa, à margem do 
tratamento legal, tendo como marco histórico o julgamento proferido 
pelo Tribunal de Conflitos Francês no caso Blanco (1873). 
 
Conforme narra a Profa. Di Pietro, “a menina Agnes Blanco, 
ao atravessar uma rua em Bordeaux, foi colhido por uma vagonete da Cia. 
Nacional de Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de indenização, 
com base no princípio de que o Estado é civilmente responsável por prejuízos 
causados a terceiros, em decorrência de ação danosa de seus agentes. 
Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum e o contencioso 
administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu que a controvérsia deveria ser 
solucionada pelo tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a 
responsabilidade decorrente de funcionamento do serviço público. Entendeu-
se que a responsabilidade do Estado não pode reger-se pelos princípios do 
Código Civil, porque se sujeita a regras especiais que variam conforme as 
necessidades do serviço e a imposição de conciliar os direitos do Estado com 
os diretos privados". 
 
Vê-se aí a evolução da responsabilidade com esteio na 
culpa privada para a responsabilidade com base na culpa presumida, 
devendo-se ao memorável Conselheiro Davi, que apontou a 
necessidade de evolução no tocante à responsabilidade civil do Estado, 
distinguindo-a da estabelecida nas relações privadas, de maneira que 
não fosse necessário demonstrar a culpa individual, mas a culpa do 
serviço. 
 
Portanto, surge daí, em abandono a teoria civilista, a 
teoria da responsabilidade subjetiva do Estado baseada na culpa 
administrativa, culpa anônima, ou denominada faute du service. 
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2.2.2 Responsabilidade por Culpa Administrativa 
 
Verificando-se que demonstrar a culpa estatal era 
sempre algo complexo, e por vezes de difícil alcance, passou-se a 
discutir temperamentos a tal regra, de modo que a responsabilidade 
subjetiva passou a ser entendida como decorrência do serviço estatal, 
ou seja, passou-se a denominar culpa administrativa ou culpa 
anônima. 
 
A teoria da culpa administrativa funda-se na ideia de que 
a responsabilidade do Estado não está vinculada a culpa individual 
(subjetiva) do agente público. O Estado responderá, mesmo que 
agente não seja culpado pelo evento danoso, mas quando em razão de 
falha na prestação de suas atividades puder decorrer um dano para 
terceiros. 
 
É modalidade de responsabilidade calcada na culpa 
do serviço (faute du service) que ocorre quando: i) o serviço 
não existiu ou não funcionou quando devia funcionar; ii) serviço 
funcionou mal, iii) serviço atrasou. 
 
Nessas três hipóteses, diz-se que houve a culpa do 
serviço, culpa anônima ou administrativa. 
 
Em tal situação, poderá ocorrer de a vítima não ter como 
demonstrar a culpa do Estado, eis que estando fora do aparelho estatal 
não detém poder para buscar as informações que a comprove. Por isso, 
haverá a presunção de culpa. Com efeito, a vítima fica desobrigada a 
provar a culpa, ou seja, nessa modalidade a culpa é presumida, 
cabendo ao Estado, para afastar sua responsabilidade, demonstrar que 
ela não ocorreu. 
 
 
 
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2.2.3 Teoria da Responsabilidade Objetiva 
 
A responsabilidade por culpa do serviço evolui para uma 
nova fase denominada responsabilidade publicista ou responsabilidade 
objetiva em que a obrigação de reparar o dano, por ato lícito ou ilícito, 
é cabível no caso de se comprovar a relação de causalidade entre o 
dano e o ato do agente. 
 
In casu, a responsabilidade objetiva não perpassa por 
análise de qualquer elemento subjetivo, isto é, não se verifica a 
necessidade de demonstrar que o ato se deu por culpa (culpa ou dolo), 
ainda que seja ela presumida. 
 
É que, na hipótese, não há que se perquirir acerca da 
culpa, basta que haja a relação entre o comportamento (conduta) 
e o dano para que o Estado seja responsabilizado por este. 
 
Com efeito, na teoria da responsabilidade objetiva não é 
necessário provar a culpa do Estado ou de seus agentes, basta que se 
prove a configuração de três elementos: a atuação estatal, o dano 
e a nexo causal entre o comportamento estatal e o dano. 
 
O ato estatal é ação imputada ao Estado, ou seja, 
decorre de conduta comissiva atribuída ao Estado. O dano poderá ser 
moral ou patrimonial. E o nexo de causalidade é demonstração de 
que o dano decorre da ação estatal. 
 
É importante observar que a teoria da responsabilidade 
objetiva evoluiu e se dividiu em duas teorias, a teoria do risco 
administrativo e a teoria do risco integral. 
 
É a teoria do risco que dá fundamento para 
responsabilidade objetiva, baseando-se no sentido de que se deve 
partir os benefícios gerados pela atuação do Estado. E, por isso, todos 
também devem suportar os encargos advindos dessa atuação 
(distribuição equânime dos bônus e dos ônus). 
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Nessa teoria, a ideia de culpa é substituída pelo nexo de 
causalidade entre o comportamento estatal e o dano sofrido, sem se 
cogitar em culpa do serviço ou culpa do agente. 
 
Nesse sentido, a Constituição de 1988 em seu artigo 37, 
§6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada 
na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas 
de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço 
público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as 
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra responsável no 
caso de dolo ou culpa. 
 
Como se observa, nessa modalidade de 
responsabilidade, o particular lesionado não carece demonstrar a culpa 
ou dolo do agente público para que o Estado venha a responder, basta 
apenas demonstrar o dano, o nexo de causalidade, e a conduta 
atribuída à Administração ou a seu agente. 
 
No entanto, alguns autores controvertem acerca desse 
assunto. Para uns a responsabilidade objetiva somente decorreria de 
ação estatal e, por isso, a responsabilidade por omissão seria subjetiva. 
O próprio Supremo Tribunal Federal, por vezes, vacila no tocante ao 
tema, vejamos: 
 
"A teoria do risco administrativo, consagrada em sucessivos 
documentos constitucionais brasileiros desde a Carta Política 
de 1946, confere fundamento doutrinário à responsabilidade 
civil objetiva do Poder Público pelos danos a que os agentes 
públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão. Essa 
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concepçãoteórica, que informa o princípio constitucional da 
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, faz emergir, 
da mera ocorrência de ato lesivo causado à vítima pelo Estado, 
o dever de indenizá-la pelo dano pessoal e/ou patrimonial 
sofrido, independentemente de caracterização de culpa dos 
agentes estatais ou de demonstração de falta do serviço 
público. Os elementos que compõem a estrutura e delineiam 
o perfil da responsabilidade civil objetiva do Poder Público 
compreendem (a) a alteridade do dano, (b) a causalidade 
material entre o eventus damni e o comportamento positivo 
(ação) ou negativo (omissão) do agente público, (c) a 
oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a agente 
do Poder Público, que tenha, nessa condição funcional, incidido 
em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da 
licitude, ou não, do comportamento funcional (RTJ 140/636) e 
(d) a ausência de causa excludente da responsabilidade 
estatal (RTJ 55/503 – RTJ 71/99 – RTJ 91/377 – RTJ 99/1155 
– RTJ 131/417)." (RE 109.615, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 
02/08/96) 
 
"Tratando-se de ato omissivo do poder público, a 
responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige 
dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, 
a imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, 
necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao 
serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. A falta 
do serviço — faute du service dos franceses — não dispensa o 
requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade 
entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano 
causado a terceiro. Latrocínio praticado por quadrilha da qual 
participava um apenado que fugira da prisão tempos antes: 
neste caso, não há falar em nexo de causalidade entre a fuga 
do apenado e o latrocínio." (RE 369.820, Rel. Min. Carlos 
Velloso, DJ 27/02/04). No mesmo sentido: RE 409.203, Rel. 
Min. Carlos Velloso, Informativo 391. 
 
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É fato, no entanto, que a corrente majoritária é no 
sentido de que a responsabilidade objetiva é decorrente de ação 
estatal, remanescendo a subjetiva, por culpa administrativa, no caso 
de omissão. 
 
De todo modo, a responsabilidade objetiva na 
modalidade risco administrativo diferencia-se do risco integral no 
sentido de que aquela (risco administrativo) admite a chamada 
excludente de responsabilidade, ou seja, casos em que fica afastada a 
responsabilidade estatal, sendo: culpa exclusiva da vítima, caso 
fortuito ou força maior, e fato de terceiro. 
 
A culpa exclusiva da vítima se dá quando o evento 
danoso decorre única e exclusivamente de conduto do agente lesado. 
 
O caso fortuito e força maior são considerados fatos 
imprevisíveis, e há certa divergência na doutrina quanto ao seu 
alcance. Para uns não há distinção entre os dois institutos, a exemplo 
do entendimento do Prof. Carvalho Filho. (pág. 557) 
 
Contudo, para a Prof. Di Pietro, “força maior é 
acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade 
das partes, como uma tempestade, um terremoto, um raio” e 
caso fortuito “ocorre nos casos em que o dano seja decorrente de ato 
humano ou de falha da Administração; quando se rompe, por exemplo, 
uma adutora ou um cabo elétrico, causando dano a terceiros”. (pág. 
652). 
 
No entanto, para a citada professora, a força maior não 
será causa excludente de responsabilidade. 
 
Na hipótese de culpa concorrente, ou seja, se o dano 
advém também de conduta do terceiro e de conduta da Administração, 
a exemplo de uma pessoa que fura um sinal vermelho, enquanto uma 
viatura policial também fura de outro lado, vindo a colidir os dois 
veículos, o Estado deverá responder, porém de forma mitigada. 
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É a denominada concausa, ou seja, a culpa concorrente 
não afasta a responsabilidade, somente atenua o quantum a ser 
indenizado. 
 
É claro que uma sendo obrigada a indenizar e a 
Administração, quando conseguir demonstrar a culpa do agente, 
poderá promover a ação de regresso para se ver ressarcida do que 
despendeu. 
 
Ademais, a responsabilidade do Estado pode advir de um 
ato administrativo, legislativo ou judicial. 
 
Celso Antônio Bandeira de Mello, citando lição do 
Professor Oswaldo Aranha, salienta que a responsabilidade objetiva do 
Estado será sempre por ação ou quando o Estado é o criador da 
situação que induz o risco (presídio em local habitável, paiol de 
munições etc). Outrossim, será subjetiva a responsabilidade 
decorrente de ato omissivo do Estado. 
 
De outro lado, é possível destacar que em certas 
situações, muito embora não se possa identificar uma ação condutora 
do dano, o Estado poderá propiciar que tal ocorra. É a denominada 
responsabilidade em razão de atuação propiciadora do Risco. 
 
Ocorre no caso de o Estado, embora não cause 
diretamente o dano, dá ensejo à situação propiciadora do risco. Ex. 
Depósito de material explosivo. Preso que mata outro detento. Preso 
que foge do presídio e comete vários crimes da fuga. Semáforo 
estragado. 
 
Em todas essas situações o Estado responderá 
objetivamente. 
 
Celso Bandeira de Mello salienta que o estágio a que se 
caminha a teoria da responsabilidade é para a teoria da 
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responsabilidade do risco social, onde o Estado seria responsável por 
condutas ainda que não fossem imputadas ao próprio Estado. 
 
3. Evolução da Responsabilidade do Estado no Brasil 
 
No Brasil, a teoria da responsabilidade também passou 
por algumas fases. No entanto, é assente na doutrina que no Brasil 
não se passou pelo período da irresponsabilidade do Estado, tendo sido 
adotada a teoria da responsabilidade. 
 
A Constituição de 1946, no seu artigo 194, no entanto, 
foi a primeira a prevê expressamente a responsabilidade do Estado por 
danos, seguindo-se pelas Constituições de 1967 (art. 105) e 1969 (art. 
107). 
 
Em todas essas Constituições, na linha preconizada pelo 
Código Civil de 1916, utilizou-se a teoria da responsabilidade subjetiva 
do Estado. 
 
No entanto, a Constituição de 1988 em seu artigo 37, 
§6º introduz a chamada responsabilidade objetiva do Estado, calcada 
na teoria do risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas 
de direito público e as de direito privado, prestadoras de serviço 
público, são responsáveis pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
 
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as 
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra responsável no 
caso de dolo ou culpa. 
 
É isso. 
 
Então, vamos às questões. 
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4. QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil 
adotou a teoria da responsabilidadesubjetiva do Estado, 
segundo a qual a administração pública somente poderá 
reparar o prejuízo causado a terceiro se restar devidamente 
comprovada a culpa do agente público. 
 
Comentário: 
 
A Constituição Federal, conforme estabelece o art. 37, 
§6º, adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, segundo a qual 
as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, 
prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de 
culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a 
terceiros. 
 
É verdade, no entanto, que também se adota a 
responsabilidade subjetiva, nos casos de omissão estatal, desde que o 
Estado não tenha criado a situação de risco ou esteja na posição de 
garante (dever de cuidado, de proteção, tendo em vista a criação do 
risco), já que nestes casos o STF tem aplicado a teoria da 
responsabilidade objetiva. Observe: 
 
“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da 
Constituição do Brasil. Latrocínio cometido por foragido. 
Nexo de causalidade configurado. Precedente. A 
negligência estatal na vigilância do criminoso, a inércia 
das autoridades policiais diante da terceira fuga e o curto 
espaço de tempo que se seguiu antes do crime são 
suficientes para caracterizar o nexo de causalidade. Ato 
omissivo do Estado que enseja a responsabilidade 
objetiva nos termos do disposto no art. 37, § 6º, 
da Constituição do Brasil.” (RE 573.595-AgR, Rel. 
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Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda 
Turma, DJE de 15-8-2008.) 
 
A responsabilidade subjetiva, em regra, quando aplicada 
diz respeito à modalidade culpa administrativa, decorre de fato de 
terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos serviços, 
hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa, pois o ônus 
se inverte, cabendo ao administrado provar apenas que o serviço não 
funcionou, funcionou mal ou não existiu. 
 
Assim, a Administração Pública poderá reparar o prejuízo 
causado a terceiro ainda que não demonstrada culpa do agente 
público, mas a culpa (falha) no serviço. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) O 
ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da 
irresponsabilidade do Estado. 
 
Comentário: 
 
O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria da 
responsabilidade e, em regra, a responsabilidade objetiva (art. 37, 
§6º, CF/88). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
3. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria 
da irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro. 
 
Comentário: 
 
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A teoria da irresponsabilidade dispõe que o Estado não 
responde pelos danos que eventualmente cause aos administrados. 
Essa teoria baseia-se no fato de que o Estado não erra. 
 
Por isso, não se aplica no âmbito da Administração 
Pública brasileira na medida em que o Estado responde por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, por ato lícito ou ilícito, que cause dano a 
terceiros. É que na atualidade incide a teoria da responsabilidade 
estatal. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
4. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) As pessoas 
jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos respondem objetivamente pelos eventuais 
danos que seus agentes causarem a terceiros ao prestarem tais 
serviços. 
 
Comentário: 
 
De fato, nos termos do art. 37, §6º, da Constituição 
Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado, 
prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de 
culpa, pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a 
terceiros. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) O Estado é 
civilmente responsável pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, venham a causar a terceiros, excetuados os casos 
dos agentes sem vínculo típico de trabalho e dos agentes 
colaboradores sem remuneração. 
 
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Comentário: 
 
O Estado responde pelos danos causados por seus 
agentes públicos, qualquer que seja a natureza, que estiverem atuando 
em razão do exercício da função pública ou em decorrência dela. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/CE – 
CESPE/2014) As autarquias respondem pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, devendo, para 
tanto, estar caracterizado o dolo ou a culpa na hipótese da 
prática de atos comissivos. 
 
Comentário: 
 
As autarquias, por serem pessoas jurídicas de direito 
público, respondem independentemente de dolo ou culpa 
(responsabilidade objetiva) pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
7. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Para que se configure 
a responsabilidade civil objetiva do Estado, o dano deve ser 
causado por agente público, não abrangendo a regra a 
categoria dos agentes políticos. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade do Estado alcança os atos praticados 
por todos os agentes públicos, qualquer que seja a sua natureza, no 
exercício da função administrativa ou em decorrência dela. 
 
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Gabarito: Errado. 
 
 
8. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As 
empresas prestadoras de serviços públicos não respondem 
pelos prejuízos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros. Em tal hipótese, o ressarcimento do terceiro 
prejudicado deve ser feito diretamente pelo agente causador do 
dano. 
 
Comentário: 
 
Tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as 
pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causarem 
nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
9. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) As entidades de 
direito privado prestadoras de serviço público respondem 
objetivamente pelos prejuízos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros. 
 
Comentário: 
 
De fato, tanto as pessoas jurídicas de direito público, 
quanto às pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes causarem nesta condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da 
CF/88. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
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10. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) As 
empresas públicas e as sociedades de economia mista que 
exploram atividade econômica respondem pelos danos que 
seus agentes causarem a terceiros conforme as mesmas regras 
aplicadas às demais pessoas jurídicas de direito privado. 
 
Comentário: 
 
Somente responderá de formaobjetiva as pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, 
§6º, da CF/88). Portanto, as empresas estatais que explorem atividade 
econômica respondem sob o regime aplicável as demais pessoas 
jurídicas de direito privado. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
11. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A 
regra da responsabilidade civil objetiva do Estado se aplica 
tanto às entidades de direito privado que prestam serviço 
público como às entidades da administração indireta que 
executem atividade econômica de natureza privada. 
 
Comentário: 
 
Somente respondem de forma objetiva as pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, 
§6º, da CF/88). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) 
Segundo a CF, a responsabilidade civil do Estado abrange as 
pessoas jurídicas de direito público, as de direito privado 
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prestadoras de serviços públicos e as executoras de atividade 
econômica. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade civil do Estado, de fato, aplica-se às 
pessoas jurídicas de direito público e às de direito privado prestadoras 
de serviços públicos, não alcançando, no entanto, as executoras de 
atividade econômica. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Uma 
sociedade de economia mista que explore atividade econômica 
responde objetivamente pelos danos que causar a terceiros. 
 
Comentário: 
 
Somente respondem de forma objetiva as pessoas 
jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos (art. 37, 
§6º, da CF/88). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
14. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Diferentemente das 
entidades estatais de direito privado que desempenham 
serviços públicos, as empresas privadas que prestam serviços 
públicos por delegação não se submetem ao regime da 
responsabilidade civil objetiva prevista no texto constitucional. 
 
Comentário: 
 
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Nos termos do art. 37, §6º, CF/88, a responsabilidade 
civil do Estado aplica-se às pessoas jurídicas de direito público e às de 
direito privado prestadoras de serviços públicos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
15. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Segundo a CF, a 
responsabilidade civil do Estado abrange prejuízos causados 
pelas pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
que integram a administração pública indireta, não abarcando 
atos danosos praticados pelas concessionárias de serviço 
público. 
 
Comentário: 
 
As pessoas jurídicas de direito privado que prestem 
serviços públicos, conforme a Constituição Federal, integrantes ou não 
da Administração Pública indireta, responderão objetivamente. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
16. (NÍVEL SUPERIOR – CADE – CESPE/2014) No direito 
pátrio, as empresas privadas delegatárias de serviço público 
não se submetem à regra da responsabilidade civil objetiva do 
Estado 
 
Comentário: 
 
Nos termos do art. 37, §6º, da CF/88 as pessoas 
jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos, e neste caso 
se incluem as delegatárias de serviços públicos, respondem 
objetivamente pelos danos causados a terceiros. 
 
Gabarito: Errado. 
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17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) Entidade 
integrante da administração indireta, dotada de personalidade 
jurídica de direito privado e exploradora de atividade 
econômica, responderá objetivamente pela reparação de danos 
a terceiros, com fundamento na teoria do risco administrativo. 
 
Comentário: 
 
A pessoa jurídica de direito privado que explora atividade 
econômica responderá nos moldes do direito privado. Deve-se 
ressaltar que a responsabilidade objetiva, nos termos do art. 37, §6º, 
da CF/88 somente alcança as pessoas jurídicas de direito público e as 
pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
18. (PROCURADOR – TCE/PB – CESPE/2014) A CF inovou em 
relação às constituições anteriores ao prever a possibilidade de 
responsabilização de forma objetiva das pessoas jurídicas de 
direito privado que prestem serviço público. 
 
Comentário: 
 
De fato, a Constituição de 1988 inovou ao 
expressamente estabelecer a responsabilidade objetiva para as 
pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviços públicos. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
19. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A 
marca característica da responsabilidade objetiva é a 
desnecessidade de o lesado pela conduta estatal provar a 
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existência da culpa do agente ou do serviço, ficando o fator 
culpa desconsiderado como pressuposto da responsabilidade 
objetiva; a caracterização da responsabilidade objetiva requer, 
apenas, a ocorrência de três pressupostos: o fato 
administrativo; a ocorrência de dano e o nexo causal. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade objetiva, conforme se extrai do art. 
37, §6º, CF/88, não depende de culpa, ou seja, a sua configuração 
depende da ocorrência de três pressupostos: a conduta (ação) estatal, 
a ocorrência de dano e o nexo causal. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
20. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SE – CESPE/2012) Para a 
configuração da responsabilidade objetiva, há necessidade de 
apenas três pressupostos: o fato administrativo, o dano e o 
nexo causal, sendo desnecessário que o lesado pela conduta 
estatal prove a existência de culpa do agente ou do serviço. 
 
Comentário: 
 
De fato, a configuração da responsabilidade objetiva 
depende de três elementos: (a) ato comissivo (ação atribuível ao 
Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade (entre 
a ação e o dano). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) A 
demonstração da ocorrência do fato administrativo e do dano 
causado é suficiente para gerar ao Estado a obrigação de 
indenizar. 
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Comentário: 
 
A responsabilidade do Estado é baseada em três 
elementos, sendo: fato administrativo, o dano e o nexo de causalidade 
entre o fato e o dano. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
22. (INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE – CESPE/2012) A 
responsabilidade civil do Estado exige três requisitos para a sua 
configuração: ação atribuível ao Estado, dano causado a 
terceiros e nexo de causalidade. 
 
Comentário: 
 
De fato, a responsabilidade objetiva do Estado exige a 
configuração de três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação 
atribuível ao Estado); (b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de 
causalidade (entre a ação e o dano). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – 
CESPE/2013)Se do atributo da executoriedade do ato 
administrativo resultar dano ao particular em razão de 
ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o 
lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o 
nexo causal. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade civil do Estado, na modalidade 
objetiva, decorre de ato lícito ou ilícito, exigindo-se a demonstração de 
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três requisitos, sendo: (a) ato comissivo (ação atribuível ao Estado); 
(b) dano (causado a terceiros); (c) nexo de causalidade (entre a ação 
e o dano). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
24. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O 
nexo de causa e efeito não constitui elemento a ser aferido na 
apuração de eventual responsabilidade do Estado. 
 
Comentário: 
 
No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já 
observado, é necessária a verificação do nexo de causalidade entre a 
conduta comissiva ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se 
configura a responsabilidade pela interrupção do nexo causal. 
 
"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por 
força do disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e, 
atualmente, no § 6º do art. 37 da Carta Magna), não 
dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do 
nexo de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída 
a seus agentes e o dano causado a terceiros. Em nosso 
sistema jurídico, como resulta do disposto no art. 1.060 
do Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de 
causalidade é a teoria do dano direto e imediato, 
também denominada teoria da interrupção do 
nexo causal. Não obstante aquele dispositivo da 
codificação civil diga respeito a impropriamente 
denominada responsabilidade contratual, aplica-se ele 
também à responsabilidade extracontratual, inclusive a 
objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer 
considerações de ordem subjetiva, afasta os 
inconvenientes das outras duas teorias existentes: a da 
equivalência das condições e a da causalidade 
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adequada." (RE 130.764, Rel. Min. Moreira Alves, 
julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ de 7-8-
1992.) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
25. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Mediante expressa 
determinação legal, o Estado poderá responder civilmente por 
danos causados a terceiros, ainda que sua atuação tenha 
ocorrido de modo regular e conforme com o direito. 
 
Comentário: 
 
De acordo com o art. 37, §6º, CF/88, o Estado 
responderá por ação, seja lícita ou ilícita, que seja causadora de dano 
a terceiros, sob a modalidade objetiva, quer dizer independentemente 
de culpa. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
26. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2013) 
Considere que veículo oficial conduzido por servidor público, 
motorista de determinada autoridade pública, tenha colidido 
contra o veículo de um particular. Nesse caso, tendo o servidor 
atuado de forma culposa e provados a conduta comissiva, o 
nexo de causalidade e o resultado, deverá o Estado, de acordo 
com a teoria do risco administrativo, responder civil e 
objetivamente pelo dano causado ao particular. 
 
Comentário: 
 
De fato, o Estado deverá responder civil e objetivamente 
pelos danos que seus agentes, nessa condição, causem a terceiros, 
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bastando demonstrar que ocorreu a conduta comissiva, o dano, e o 
nexo causal entre a conduta e o dano. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – CNJ – 
CESPE/2013) Se do atributo da executoriedade do ato 
administrativo resultar dano ao particular em razão de 
ilegitimidade ou abuso, o Estado estará obrigado a indenizar o 
lesado, uma vez configurados a conduta danosa, o dano e o 
nexo causal. 
 
Comentário: 
 
O Estado responde pelos seus atos ainda que legítimo. 
Assim, quando executa diretamente um ato, se configura a partir dele 
um dano, ou seja, restar provado o dano e o nexo causal decorrente 
dessa conduta, o Estado terá o dever de reparar o dano causado. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
28. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – 
CESPE/2013) A responsabilidade do Estado será objetiva caso 
um sargento da polícia militar estadual utilizando arma da 
corporação, em dia de folga, efetue disparos contra um 
desafeto, gerando lesões graves, utilizando uma arma da 
corporação. 
 
Comentário: 
 
O entendimento jurisprudencial é no sentido de que, 
embora em dia de folga, se o agente público utiliza-se de instrumento 
(equipamento) da administração, o Estado responderá objetivamente 
em razão de a conduta ter vínculo com a atuação estatal. 
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29 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
29. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A 
responsabilidade civil do Estado é objetiva, sendo obrigatória 
configuração da culpa para a eclosão do evento danoso. 
 
Comentário: 
 
Na responsabilidade objetiva não é necessário 
demonstrar culpa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
30. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) A 
responsabilidade objetiva caracteriza-se pela necessidade de a 
pessoa lesada por conduta estatal provar a existência da culpa 
do agente ou do serviço. 
 
Comentário: 
 
No âmbito da responsabilidade objetiva não é necessário 
demonstrar culpa do agente ou do serviço. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
31. (AGENTE ADMINISTRATIVO – POLÍCIA FEDERAL – 
CESPE/2014) Considere que, durante uma operação policial, 
uma viatura do DPF colida com um carro de propriedade 
particular estacionado em via pública. Nessa situação, a 
administração responderá pelos danos causados ao veículo 
particular, ainda que se comprove que o motorista da viatura 
policial dirigia de forma diligente e prudente. 
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Comentário: 
 
De fato, ainda que o agente não tenha atuado com dolo 
ou culpa o Estado responderá por se tratar de responsabilidade 
objetiva que independe de dolo ou culpa. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
32. (AGENTE ADMINISTRATIVO – SUFRAMA – CESPE/2014) 
Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, 
derrapou, invadiu a pista contrária e colidiu com o veículo de 
um particular. O acidente resultou em danos a ambos os 
veículos e lesões graves no motorista do veículo particular. Com 
referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se 
seguem. Provado que o motorista da SUFRAMA não agiu com 
dolo ou culpa, a superintendência não estará obrigada a 
indenizar todos os danos sofridos pelo condutor do veículo 
particular 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade do Estado no caso é objetiva, ou seja, 
independe de dolo ou culpa. Assim, o fato de o agente público não ter 
agindo com dolo ou culpa, somente afastará eventual ação regressiva 
do Estado em face dele agente. 
 
Gabarito:Errado. 
 
 
33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Os 
agentes que, por ação ou omissão, podem gerar a 
responsabilidade civil do Estado são os servidores estatutários, 
uma vez que apenas eles têm relação de trabalho que os vincula 
diretamente à administração. 
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Comentário: 
 
A responsabilidade civil do Estado decorre de dano 
causado por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o 
agente público está atuando no exercício de suas funções ou em 
decorrência dela. 
 
A expressão agente, é importante destacar, deve ser 
concebida em sentido amplo, ou seja, de modo a compreender os 
agentes políticos, administrativos, honoríficos, credenciados e os 
delegados, não se restringindo apenas aos servidores públicos 
(estatutários). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
34. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para 
efeito de responsabilidade civil do Estado, considera-se agente 
o servidor que, em sua atuação, causar dano a terceiros. Exclui-
se, assim, dessa noção as pessoas que não têm vínculo típico 
de trabalho com a administração e os agentes colaboradores e 
sem remuneração. 
 
Comentário: 
 
Na responsabilidade civil do Estado devemos entender a 
expressão agente sob alcance mais amplo, não se referindo somente 
aos servidores públicos, na medida em que engloba, inclusive, os 
funcionários das pessoas jurídicas de direito privado que exercem 
atividade interna na Administração, assim como os colaboradores 
(honoríficos, credenciados) que recebam ou não remuneração. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
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35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para 
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público 
causador do dano deve ser servidor público estatutário e 
possuir vínculo direto com a administração. 
 
Comentário: 
 
Na responsabilidade civil a expressão agente pública não 
diz respeito apenas ao servidor público típico, engloba qualquer agente 
que esteja no exercício de função administrativa ou prestando 
atividade para a Administração. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
36. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) Para 
configurar a responsabilidade civil do Estado, o agente público 
causador do prejuízo a terceiros deve ter agido na qualidade de 
agente público, sendo irrelevante o fato de ele atuar dentro, 
fora ou além de sua competência legal. 
 
Comentário: 
 
De fato, o agente público causador do prejuízo a 
terceiros deve ter agido na qualidade de agente público, sendo 
irrelevante o fato de ele atuar dentro, fora ou além de sua competência 
legal, mas em decorrência dela. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
37. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) A doutrina e a 
jurisprudência têm reconhecido a obrigatoriedade de o Estado 
indenizar tanto os danos materiais quanto os danos morais, 
mas não os danos emergentes e os lucros cessantes. 
 
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33 
Comentário: 
 
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência reconhecem 
que o dever do Estado de reparar dano atinge tanto os danos materiais 
quanto os danos morais, além dos danos emergentes e os lucros 
cessantes. 
 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ANISTIA (LEI 
9.140/95). ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 535, I E II, DO 
CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO. 
INAPLICABILIDADE DO ART. 1º DO DECRETO 
20.910/32. ACUMULAÇÃO DE REPARAÇÃO ECONÔMICA 
COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
POSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 16 DA LEI 
10.559/2002. PRECEDENTES. DESPROVIMENTO. 
1. Não viola o art. 535, I e II, do CPC, nem importa 
negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que 
decide, motivadamente, todas as questões argüidas pela 
parte, julgando integralmente a lide. 
2. A pretensão indenizatória decorrente de violação de 
direitos humanos fundamentais durante o Regime Militar 
de exceção é imprescritível. Inaplicabilidade da 
prescrição qüinqüenal prevista no art. 1º do Decreto 
20.910/32. 
3. A Lei 10.559/2002 proíbe a acumulação de: (I) 
reparação econômica em parcela única com reparação 
econômica em prestação continuada (art. 3º, § 1º); (II) 
pagamentos, benefícios ou indenizações com o mesmo 
fundamento, facultando-se ao anistiado político, nesta 
hipótese, a escolha da opção mais favorável (art. 16). 
4. Não há vedação para a acumulação da reparação 
econômica com indenização por danos morais, 
porquanto se tratam de verbas indenizatórias com 
fundamentos e finalidades diversas: aquela visa à 
recomposição patrimonial (danos emergentes e 
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lucros cessantes), ao passo que esta tem por 
escopo a tutela da integridade moral, expressão 
dos direitos da personalidade. Aplicação da 
orientação consolidada na Súmula 37/STJ. 
5. Os direitos dos anistiados políticos, expressos na Lei 
10.559/2002 (art. 1º, I a V), não excluem outros 
conferidos por outras normas legais ou constitucionais. 
Insere-se, aqui, o direito fundamental à reparação por 
danos morais (CF/88, art. 5º, V e X; CC/1916, art. 159; 
CC/2002, art. 186), que não pode ser suprimido nem 
cerceado por ato normativo infraconstitucional, 
tampouco pela interpretação da regra jurídica, sob pena 
de inconstitucionalidade. 
6. Recurso especial desprovido. 
(REsp 890.930/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ 
14/06/2007, p. 267) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
38. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Em matéria de 
responsabilidade civil do Estado, é possível a cumulação de 
indenizações por dano material e dano moral que decorram de 
um só fato. 
 
Comentário: 
 
Não há vedação para acumulação de dano material e 
moral acerca da responsabilidade civil. É que o dano pode tanto dizer 
respeito a danos patrimoniais, quanto atingir a esfera da moral do 
terceiro. 
 
Agravo regimental no recurso extraordinário com 
agravo. 2. Direito Administrativo. 3. Responsabilidade 
civil do estado. Indenização por danos morais e 
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materiais. Prisão ilegal praticada por agente público. 4. 
Reexame de conteúdo fático-probatório. Incidência do 
Enunciado 279 da Súmula do STF. Precedentes. 5. 
Ausência de argumentos capazes de infirmar a decisão 
agravada. 6. Agravo regimental a que se nega 
provimento. (ARE 698782 AgR, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Segunda Turma, julgado em 21/08/2012) 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
39. (ANALISTA PROCESSUAL – MPU – CESPE/2013) A 
responsabilidade civil do Estado incide apenas se os danos 
causados forem de caráter patrimonial. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade civil do Estado incide sobre danos 
patrimoniais (material) ou morais. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
40. (TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS – TJ/DF– CESPE/2014) No exercício da função administrativa, o Estado 
responde objetivamente tanto no caso de danos morais quanto 
no de danos materiais causados a terceiros por seus agentes. 
 
Comentário: 
 
De fato, o Estado responde, no exercício da função 
administrativa, objetivamente tanto no caso de danos morais quanto 
nos patrimoniais causados a terceiros por seus agentes. 
 
Gabarito: Certo. 
 
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41. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Como a responsabilidade 
do poder público só se configura em face de atos lícitos, os atos 
contrários à lei, à moral ou ao direito podem gerar a 
responsabilidade penal e civil do agente público, mas não a 
responsabilidade civil do Estado. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade civil do Estado pode decorrer de ato 
lícito ou ilícito. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
42. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a 
teoria do risco administrativo, consagrada no ordenamento 
jurídico brasileiro, a responsabilidade objetiva do Estado por 
danos causados aos administrados baseia-se na equânime 
repartição dos prejuízos que o desempenho do serviço público 
impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco 
administrativo, funda-se na distribuição dos prejuízos, ou seja, no 
princípio da igualdade dos ônus ou encargos sociais, de modo que 
eventual prejuízo sofrido por um em razão de atuação do Estado, deve 
ser suportado por toda a coletividade. 
 
Esse é o entendimento do STF. Vejamos: 
 
"A responsabilidade civil do Estado, 
responsabilidade objetiva, com base no risco 
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa 
do particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir 
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a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese, diante 
dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação 
administrativa; c) e desde que haja nexo causal 
entre o dano e a ação administrativa. A consideração 
no sentido da licitude da ação administrativa é 
irrelevante, pois o que interessa, é isto: sofrendo o 
particular um prejuízo, em razão da atuação estatal, 
regular ou irregular, no interesse da coletividade, é 
devida a indenização, que se assenta no princípio da 
igualdade dos ônus e encargos sociais." (RE 
113.587, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 18-2-
1992, Segunda Turma, DJ de 3-3-1992.) 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
43. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a 
responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação 
concomitante de três elementos - dano, negligência 
administrativa e nexo de causalidade entre o evento danoso e 
o comportamento ilícito do poder público -, é inafastável o 
direito à indenização ou reparação civil de quem suportou os 
prejuízos. 
 
Comentário: 
 
O Estado pode responder sob a modalidade objetiva ou 
subjetiva. A responsabilidade subjetiva divide-se em culpa comum ou 
culpa administrativa. 
 
Na responsabilidade estatal por culpa comum é 
necessário demonstrar que o dano decorre de conduta estatal culposo 
ou dolosa, ou seja, é preciso demonstrar o elemento subjetivo. 
 
Já na responsabilidade por culpa administrativa, a culpa 
é anônima, isto é decorre da prestação do serviço que foi falha, que 
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não existiu, ou que foi tardia. Nesse caso, demonstra-se a falha (ou 
falta) do serviço. 
 
De todo modo, na responsabilidade subjetiva deve estar 
presente: a conduta culposa, o dano e o nexo entre tal conduta e o 
dano. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
44. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina 
dominante é no sentido de que se aplica a teoria da 
responsabilidade subjetiva nos casos de ato comissivo estatal. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade do Estado será objetiva ou subjetiva. 
Ocorre a responsabilidade objetiva diante de atos estatais, ou seja, 
diante de ato comissivo estatal. 
 
De outro lado, em regra, a responsabilidade subjetiva 
decorre da omissão estatal, ou seja, de atos omissivos. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
45. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Na hipótese de conduta 
omissiva do Estado, incide a responsabilidade objetiva, 
bastando a comprovação do nexo causal entre a omissão e o 
prejuízo causado ao particular. 
 
Comentário: 
 
Diante da omissão estatal incide, em regra, a 
responsabilidade subjetiva. 
 
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39 
Gabarito: Errado. 
 
 
46. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/ES – 
CESPE/2011) Para se caracterizar a responsabilidade civil do 
Estado no caso de conduta omissiva, não basta a simples 
relação entre a omissão estatal e o dano sofrido, pois a 
responsabilidade só estará configurada quando estiverem 
presentes os elementos que caracterizem a culpa. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade subjetiva para ser configurada é 
necessária a demonstração da conduta (culposo ou dolosa), o nexo de 
causalidade, o dano. 
 
Assim, não basta provar que houve a omissão estatal, 
faz mister provar a configuração dos demais elementos, sobretudo que 
a omissão foi dolosa ou culposa (negligência, por exemplo). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
47. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – PREVIC – CESPE/2011) Em 
se tratando de conduta omissiva, para configuração da 
responsabilidade estatal, é necessária a comprovação dos 
elementos que caracterizam a culpa, de forma que não deve ser 
aplicada absolutamente a teoria da responsabilidade objetiva. 
 
Comentário: 
 
A regra da responsabilidade objetiva não é absoluta. O 
Estado poderá responder sob a forma subjetiva. Nesta hipótese, em 
regra, por omissão, e desde que demonstrado os demais elementos 
ensejadores da responsabilidade, tal como dano, nexo, culpa ou dolo. 
 
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Gabarito: Certo. 
 
 
48. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) A 
responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é 
subjetiva, sendo necessária a comprovação da negligência na 
atuação estatal, ou seja, a prova da omissão do Estado, em que 
pese o dever legalmente imposto de agir, além do dano e do 
nexo causal entre ambos. 
 
Comentário: 
 
Mais uma vez, reforça-se. O Estado por omissão 
responderá sob a forma da responsabilidade subjetiva, na qual se deve 
demonstrar a conduta omissiva, o dano, o nexo causal, bem como a 
culpa (negligência). 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
49. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RO – CESPE/2012) No caso 
de conduta omissiva do Estado, só haverá responsabilidade civil 
quando estiverem presentes os elementos que caracterizam a 
culpa. 
 
Comentário: 
 
De fato, a responsabilidade civil no tocante à omissão 
estatal é subjetiva, em regra. Portanto, exige que se demonstre aculpa. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
50. (JUIZ – TJ/AC – CESPE/2012) Para que o Estado responda 
por danos causados por agente seu a particular, é necessário 
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que a pessoa lesada faça prova da culpabilidade direta ou 
indireta da administração, tanto no caso de ação quanto no de 
omissão. 
 
Comentário: 
 
No caso de omissão, por se tratar de responsabilidade 
subjetiva, exige-se a demonstração de culpa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
51. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/AL – CESPE/2012) Um agente 
público que produza dano ao particular obriga o Estado a 
indenizar o particular, desde que a vítima comprove que a 
omissão é a causa do prejuízo. 
 
Comentário: 
 
Observe que o dano poderá vir de conduta omissiva 
(omissão) como comissiva (ação). Na omissão a responsabilidade é 
subjetiva e depende de se comprovar a culpa, mas na comissiva é 
objetiva e, neste caso, o dano não depende da comprovação de 
omissão estatal, mas de ação causadora do dano. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
52. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MS – CESPE/2013) A 
responsabilidade civil do Estado refere-se à obrigação de 
reparar os danos causados por seus agentes a terceiros em 
decorrência de suas atuações, mas não por suas omissões. 
 
Comentário: 
 
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A responsabilidade civil decorre de conduta comissiva 
(objetiva) ou omissiva (subjetiva). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
53. (ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS – 
TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) Todos os anos, na estação 
chuvosa, a região metropolitana de determinado município é 
acometida por inundações, o que causa graves prejuízos a seus 
moradores. Estudos no local demonstraram que os fatores 
preponderantes causadores das enchentes são o sistema 
deficiente de captação de águas pluviais e o acúmulo de lixo nas 
vias públicas. Considerando essa situação hipotética, julgue os 
itens subsequentes. De acordo com a jurisprudência e a 
doutrina dominante, na hipótese em pauta, caso haja danos a 
algum cidadão e reste provada conduta omissiva por parte do 
Estado, a responsabilidade deste será subjetiva. 
 
Comentário: 
 
A responsabilidade civil por condutas omissivas, em 
regra, é subjetiva. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
54. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) De acordo com a 
jurisprudência do STJ, é objetiva a responsabilidade civil do 
Estado nas hipóteses de omissão, devendo-se demonstrar a 
presença concomitante do dano e do nexo de causalidade entre 
o evento danoso e o comportamento ilícito do poder público. 
 
Comentário: 
 
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A responsabilidade do Estado por omissão, segundo a 
jurisprudência do STJ, é subjetiva, devendo ser demonstrada 
concomitantemente o dano, o nexo de causalidade entre o dano e o 
comportamento ilícito do Estado, e que o comportamento decorra de 
conduta dolosa ou culposa. 
 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO 
CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. OMISSÃO. NEXO DE 
CAUSALIDADE. DANOS MORAIS E MATERIAIS. REEXAME DE FATOS 
E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 
1. A alegação genérica de violação do artigo 535 do Código de 
Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o 
acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 
2. Nos termos da jurisprudência do STJ, a responsabilidade 
civil do estado por condutas omissivas é subjetiva, sendo 
necessário, dessa forma, comprovar a negligência na 
atuação estatal, o dano e o nexo causal entre ambos. 
3. O Tribunal de origem, com base no conjunto fático probatório dos 
autos, expressamente consignou que "restou evidente o nexo de 
causalidade entre a omissão do ente municipal e o evento danoso". 
4. Dessa forma, não há como modificar a premissa fática, pois para 
tal é indispensável o reexame do contexto fático-probatório dos 
autos, o que é vedado por esta Corte, pelo óbice da Súmula 7/STJ. 
Agravo regimental improvido. 
(AgRg no AREsp 501.507/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 27/05/2014, DJe 02/06/2014) 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
55. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) Os casos 
de ilícito omissivo impróprio são equiparáveis aos atos 
comissivos para efeito de responsabilidade civil do Estado. 
 
Comentário: 
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O Prof. Marçal Justen Filho faz distinção no tocante ao 
ilícito omissivo no sentido de que “as hipóteses de dano derivado de omissão 
podem ser diferenciadas em dois grandes grupos. Existem os casos em que uma 
norma prevê o dever de atuação e a omissão corresponde à infração direta ao dever 
jurídico (ilícito omissivo próprio). E há os casos em que a norma proscreve certo 
resultado danoso, o qual vem a se consumar em virtude da ausência da adoção de 
cautelas necessárias a tanto (ilícito omissivo impróprio)”. 
 
Nesse sentido, equipara-se o ilícito omissivo próprio aos 
atos comissivos para fins de responsabilização. É o caso, por exemplo, 
de o agente que tem o dever de atuar e não o faz justamente para 
causar prejuízo a terceiro. Portanto, deixar de realizar o ato de sua 
competência para causar dano (ato ilícito omissivo próprio). 
 
O ilícito omissivo impróprio ocorre nos casos em que o 
agente tem o dever de proteger determinado bem da vida (posição de 
garante), ou seja, tem o dever de cuidado, de zelo. Assim, o Estado 
somente responderá se comprovado que não houve o devido zelo, 
cuidado, diligência especial no sentido de não ter adotado as medidas 
necessárias para impedir o evento danoso. 
 
Portanto, os casos de ilícito omissivo próprio é que são 
equiparáveis aos atos comissivos para fins de responsabilização. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
56. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O 
Estado pode exercer o direito de regresso contra o agente 
responsável pelo dano praticado, independentemente de este 
ter agido com culpa ou dolo. 
 
Comentário: 
 
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Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o 
Estado for obrigado a reparar o dano, deverá promover ação regressiva 
contra o agente que deu causa ao dano, isso quando ficar demonstrado 
que este agiu com dolo ou culpa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
57. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito 
de regresso é o assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua 
pretensão indenizatória contra o agente responsável pelo dano, 
independentemente de este ter agido com culpa ou dolo. 
 
Comentário: 
 
Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para 
promover ação com a finalidade de se ver ressarcido do que 
eventualmente arcou no caso de danos causados a terceiros, em razão 
de conduta, dolosa ou culposa, de seus agentes.Gabarito: Errado. 
 
 
58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/CE – CESPE/2014) A 
responsabilidade do agente público, causador do dano a 
particular, é subjetiva, devendo o Estado, ao ingressar com 
ação regressiva, comprovar a culpa do agente. 
 
Comentário: 
 
De fato, o agente público responde somente se 
comprovado sua culpa. Portanto, trata-se de responsabilidade 
subjetiva. Assim, caberá ao Estado, em ação regressiva, demonstrar a 
culpa do agente para eventual ressarcimento. 
 
Gabarito: Certo. 
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59. (ANALISTA TÉCNICO – MDIC – CESPE/2014) Considere 
que o motorista de um veículo oficial de determinado 
ministério, ao trafegar em velocidade acima do limite legal, 
tenha colidido contra um veículo de particular que estava 
devidamente estacionado. Nessa situação, embora o Estado 
seja obrigado a indenizar o dano, somente haverá o direito de 
regresso do Estado caso se comprove o dolo específico na 
conduta do servidor. 
 
Comentário: 
 
Não se exige na propositura de ação regressiva que o 
Estado comprove o dolo específico (ou seja, que o agente tinha a 
intenção de causar o acidente). Com efeito, o direito de regresso do 
Estado se apresenta quando se comprovar que o agente agiu com dolo 
ou culpa. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
60. (OFICIAL DE POLÍCIA MILITAR – PM/CE – CESPE/2014) A 
responsabilidade civil do servidor público por dano causado a 
terceiros, no exercício de suas funções, ou à própria 
administração, é subjetiva, razão pela qual se faz necessário, 
em ambos os casos, comprovar que ele agiu de forma dolosa ou 
culposa para que seja diretamente responsabilizado. 
 
Comentário: 
 
O agente responde sempre subjetivamente perante o 
Estado ou perante a terceiros. Assim, seja em ação regressiva, ou em 
ação promovida pelo terceiro diretamente contra o agente público, 
deverá ser comprovado que ele agiu com dolo ou culpa para que seja 
responsabilizado. 
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Gabarito: Certo. 
 
 
61. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – 
CESPE/2013) São imprescritíveis as ações de reparação de 
dano promovidas contra o Estado, caso o dano resulte de 
motivação política. 
 
Comentário: 
 
De fato, de acordo com o entendimento do STJ, as ações 
de reparação de danos, com fundamento em motivação política, são 
imprescritíveis. Precedente: 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE 
SEGURANÇA CONTRA ATO OMISSIVO DO MINISTRO DE 
ESTADO DA DEFESA. ANISTIA POLÍTICA. MILITAR. 
PRETENSÃO QUANTO AO PERCEBIMENTO DO EFEITO 
FINANCEIRO RETROATIVO. POSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO 
DA PRETENSÃO DO IMPETRANTE NA VIA ELEITA. NÃO 
CONSUMAÇÃO DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA. 
DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA. DESCUMPRIMENTO DO 
PRAZO PREVISTO NA LEI 10.559/02. JUROS DE MORA E 
CORREÇÃO MONETÁRIA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO 
EVIDENCIADO. 
1. A Primeira Seção desta Corte já se manifestou no 
sentido de que: a) o Ministro de Estado da Defesa ostenta 
legitimidade para figurar no pólo passivo de writ of mandamus 
que verse sobre o pagamento de reparação econômica em 
prestação mensal, permanente e continuada, com efeitos 
retroativos, decorrentes do reconhecimento da condição de 
anistiado político aos militares; b) o mandado de segurança é 
instrumento adequado para controle do cumprimento das 
portarias referentes à concessão de anistia política; c) a 
decadência não se aperfeiçoou, na medida em que a conduta 
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da autoridade impetrada é omissiva e continuada, 
consubstanciada no não pagamento da reparação econômica, 
e, por isso mesmo, renova-se sucessivamente; d) a 
prescrição também não se consumou, dado que é 
imprescritível a pretensão de reparação de danos 
sofridos durante o regime exceção; e) o Tribunal de 
Contas da União revogou a decisão cautelar n.º 
011.627/2006-4, que tinha por objetivo revisar os processos 
de anistias já concedidas, o que reforça a liquidez e certeza do 
direito vindicado no presente writ; e f) havendo a 
demonstração da existência de crédito específico para o 
pagamento dos retroativos devidos aos anistiados e 
transcorrido o prazo previsto no § 4º do art. 12 da Lei 
10.559/02, configura direito líquido e certo de perceber o valor 
integral da reparação econômica, ou seja, a prestação mensal, 
permanente e continuada acrescida do efeito financeiro 
retroativo. Precedentes: MS 15.257/DF, Rel. Min. Herman 
Benjamin, Primeira Seção, DJe 01/03/11; MS 15.184/DF, Rel. 
Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 03/12/10; MS 15.252/DF, 
Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 17/11/10; 
MS 15.216/DF, Rel. Min. Mauro Campbell, Primeira Seção, DJe 
17/11/10; MS 15.295/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira 
Seção, DJe 22/10/10. 
2. A situação do impetrante não pode ser agravada no bojo 
desta impetração, cujo objeto tão somente respeita ao efeito 
financeiro retroativo, de modo que a Portaria n. 1.104-GM3/64 
e a alegação de ele não teria comprovado que efetivamente 
sofreu perseguição de motivação política são desinfluentes 
para o resultado prático da demanda. 
3. A expedição e a execução do precatório pelo qual se dará o 
pagamento dos citados efeitos financeiros retroativos ficarão 
suspensas caso a portaria que concedeu a respectiva anistia 
venha a ser anulada (Questão de Ordem no MS 15.706/DF). 
4. Nos termos do que dispôs a Primeira Seção no julgamento 
dos EDcl no MS 15.485/DF, rel. Ministro Castro Meira, o 
pagamento do efeito financeiro retroativo deveria ter sido 
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efetuado até o 60º (sexagésimo) dia da data da publicação da 
portaria que anistiou o impetrante. O não pagamento a partir 
do 61º (sexagésimo primeiro) dia após o referido ato configura 
a mora, o que revela o termo inicial da obrigação acessória. 
Nesse sentido, confiram-se: EDcl no MS 17.521/DF, Rel. 
Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Seção, DJe 15/02/12; 
e EDcl no MS 15.588/DF, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia 
Filho, Primeira Seção, DJe 23/03/12. 
5. Segurança concedida. 
(MS 19.102/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/12/2012, DJe 19/12/2012) 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
62. (PROMOTOR – MPE/AC – CESPE/2014) Segundo 
entendimento do STJ, é imprescritível a pretensão de 
recebimento de indenização por dano moral decorrente de atos 
de tortura ocorridos durante o regime militar de exceção. 
 
Comentário: 
 
De fato, conforme o entendimento firmado pelo STJ, é 
imprescritível a pretensão de obter reparação por dano moral 
decorrente de atos de tortura ocorridos durante o regime militar de 
exceção. 
 
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO. CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO. 
DESNECESSIDADE. PERSEGUIÇÕES POLÍTICAS NA DITADURA 
MILITAR. IMPRESCRITIBILIDADE. INAPLICABILIDADE DO 
ART. 1º. DO DECRETO-LEI 20.910/32. 
1. É firme a jurisprudência do Superior Tribunal

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