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POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL PRF/2016 POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL AULA 10 RJU (1ª PARTE) DIREITO ADMINISTRATIVO Professor Edson Marques PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 1 Olá! Nesta aula, estudaremos o regime jurídico que regerá nossas relações com a administração pública, ou seja, o conjunto de direitos, deveres e responsabilidades que guiará nossas vidas no serviço público. Vamos ver o seguinte: Aula 10: 4.4 Lei nº 8.112/90 e suas alterações. 4. Agentes administrativos. 4.1 Investidura e exercício da função pública. 4.2 Direitos e deveres dos funcionários públicos; regimes jurídicos. Então é isso aí! Vamos ao que interessa. Prof. Edson Marques PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 SUMÁRIO 1. Agentes Públicos ........................................................................................ 3 2. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis (RJU) ................................. 8 2.1 Cargo Público ......................................................................................... 10 2.2 Investidura ............................................................................................. 11 2.3 Do Provimento ....................................................................................... 14 2.5 Vacância ................................................................................................. 18 2.6 Estabilidade x Vitaliciedade .................................................................... 19 2.7 Direitos e Vantagens .............................................................................. 19 2.7.1 Indenizações ....................................................................................... 20 2.7.2 Gratificações ....................................................................................... 22 2.7.3 Adicionais ............................................................................................ 23 2.8 Benefícios da Seguridade Social ............................................................. 24 2.9 Férias ...................................................................................................... 24 2.10 Licenças ................................................................................................ 25 2.11 Afastamentos e concessões .................................................................. 31 2.12 Concessões: .......................................................................................... 31 3. QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................... 32 4. QUESTÕES SELECIONADAS .................................................................... 118 5. GABARITO .............................................................................................. 137 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 1. Agentes Públicos A noção de agente público se confunde de certo modo com a noção de servidor público, que durante muito tempo foi denominado funcionário público, expressão já ultrapassada. No entanto, atualmente é mais usual e adequado referirmo-nos de maneira geral ao conjunto de pessoas que realizam as diversas atribuições no âmbito da administração pública utilizando a expressão agente público, que, inclusive, goza de previsão legal, conforme expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim dispõe: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a divisão clássica de Hely Lopes Meirelles, para quem há as seguintes espécies de agentes públicos: a) Agentes políticos b) Agentes administrativos c) Agentes honoríficos d) Agentes delegados e) Agentes credenciados Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos apenas aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. Nesse sentido, vale salientar, e é preciso ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo n. 263. Vejamos: Informativo 263 (RE-228977) Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. (...) (...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercício de suas funções decisórias. (...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridadespúblicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juízes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." Por outro lado, agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. Por isso, dividem-se em: servidores públicos, empregados públicos e funcionários ou servidores temporários. Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público, submetidos a regime estatutário, e mantendo vínculo de subordinação com o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Nesse sentido, vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior). Os empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. Em regra, tais agentes estão no âmbito das estatais, submetidos ao regime laboral, na medida em que tais entidades são regidas, preponderantemente, pelo regime de direito privado. Ocorre, no entanto, que com a EC n. 19/98, permitiu-se à Administração direta, autárquica e fundacional também contratar sob o regime celetista. Disposição que restou suspensa pela decisão proferida pelo STF na ADI n. 2.135. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente agentes temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público (exemplo: recenseador do IBGE). Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais. Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Como exemplo pode-se citar os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc. Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Exemplo: Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares (agentes militares) e os terceirizados (agentes em colaboração). É o que explica a Profa. Di Pietro em relação aos militares, que antes da EC n. 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares. Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão, como ressaltado, em desuso, no entanto, ainda prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais. 2. Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis (RJU) A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da administração pública direta, autárquica e fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Nesse sentido, no âmbito Federal foi editada a Lei nº 8.112/90, que criou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 Contudo, a Emenda Constitucional nº 19/98 (reforma do Estado) promoveu alteração no art. 39, caput, da CF/88, retirando a obrigatoriedade de se adotar um único regime jurídico para dispor sobre os servidores públicos, de maneira que se abriu possibilidade de a administração pública direta, autárquica e fundacional de adotar outros regimes, tal como o celetista, para provimento de emprego nos seus quadros, por exemplo. Recentemente, no entanto, em controle de constitucionalidade, no julgamento da ADI n. 2135-4 o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelarpara suspender a redação do caput do artigo 39, CF/88, dada pela EC n. 19/98, por vício de inconstitucionalidade formal, voltando a vigorar a redação original da Constituição. É de se esclarecer, portanto, que temos novamente a obrigatoriedade de se adotar regime jurídico único. Entretanto, cumpre dizer que o STF conferiu efeito ex-nunc, ou seja, a decisão não tem efeito retroativo. E, com isso, toda a legislação editada durante a vigência do artigo 39, caput, com a redação da EC nº 19/98, continua válida a regular o período de 1998 até a decisão do STF. Ressalta-se, dessa forma, que ficam resguardas as situações consolidadas no período da EC n. 19 até decisão de suspensão, até que o mérito da ADI n. 2135-4 seja julgado em definitivo, ou seja, quem foi contratado pelo regime de emprego regido pela CLT continuará sob tal regime até que o mérito seja julgado pelo STF e decida sobre tais situações. Lembre-se, portanto, que a Lei nº 8.112/90 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais, sendo denominada de RJU (regime jurídico único), por força do art. 39, caput, da CF/88. E, nos termos do RJU, considera-se servidor a pessoa PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 legalmente investida em cargo público, e cargo público, o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Portanto, os servidores públicos, em sentido estrito, são regidos por um conjunto de regras que estabelecem seus direitos, deveres, obrigações e responsabilidades. Trata-se do regime jurídico dos servidores públicos. A Lei nº 8.112/90 delimita os critérios, direitos, deveres e demais regras que estabelecem as obrigações e responsabilidades dos servidores públicos federais. É fato que esse vínculo, do servidor com o Estado, se inicia com nomeação, posse e exercício no cargo. 2.1 Cargo Público Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112/90, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. De outro lado, conforme a própria Lei nº 8.112/90, art. 2º, estabelece, servidor é pessoa legalmente investida em cargo público. Assim, somente haverá cargos públicos no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional (fundações públicas de direito público). Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas fundações públicas de direito privado e nas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) não teremos cargos públicos, teremos empregados públicos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 2.2 Investidura A Lei nº 8.112/90 estabeleceu os requisitos para investidura em cargo público, conforme art. 5º, que assim dispõe: Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental Deve-se observar que tais requisitos devem ser demonstrados no ato da posse, não se estabelecendo qualquer limite de idade para efeito de inscrição em concurso. Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade para inscrição em concurso público depende de expressa previsão legal, conforme a súmula 14, que assim dispõe: Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. Esse entendimento foi aplicado, inclusive, recentemente, conforme Informativo nº 580, que assim veiculou: INFORMATIVO Nº 580 TÍTULO: Forças Armadas: Limite de Idade para Concurso de Ingresso e Art. 142, § 3º, X, da CF - 2 PROCESSO: RE - 600225 ARTIGO PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 A Min. Cármen Lúcia, relatora, negou provimento ao recurso por entender que, tendo a Constituição Federal determinado, em seu art. 142, § 3º, X, que os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência expressa ao critério de idade, não caberia regulamentação por meio de outra espécie normativa. Considerou, por conseguinte, não recepcionada pela Carta Magna a expressão “e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica”, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares (“Art. 10 O ingresso nas Forças Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exército e da aeronáutica.”.). Afirmou ser inquestionável a prerrogativa das Forças Armadas de instituir por regulamento de cada Força, e até mesmo nos editais de concursos, os procedimentos relativos a todo o certame. Aduziu que o conteúdo definido constitucionalmente como sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos administrativos, tais como os regulamentos e editais. Observou, contudo, que esses atos não poderiam inovar nos pontos em que a legislação não tivesse estatuído. Registrou, ainda, que, no item específico relativo à definição dos limites de idade, a fixação do requisito por regulamento ou edital, categoria de atos administrativos, esbarraria, inclusive, na Súmula 14 do STF (“Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.”). RE 572499/SC, rel. Min. Cármen Lúcia, 25.3.2010. (RE-572499) Vale destacar que a Constituição Federal estabeleceu a necessidade de reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, tendo, nesse aspecto, remetido à lei para regulamentar tal disposição. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 Desse modo, a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 5º, §3º, estabeleceu que até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos serão reservadas aos portadores de necessidades especiais. Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer fração, na fixação do percentual, deverá ser arredondado o número de vagas para o próximo inteiro. Por exemplo, um concurso estabelece 19 vagas e 10% são destinadas aos portadores de necessidades especiais. Assim, teríamos 1,9 (um inteiro e nove décimos), ou seja, apenas uma vaga? Não. Teríamos duas vagas destinadas a PNE, eis que se arredonda sempre para o próximo número inteiro. Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto 3.298/99, em seu artigo 37, trouxe previsão de que no mínimo 5% (cinco por cento) das vagas serão destinadas aos candidatos portadores de necessidades especais, conforme o seguinte: Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadorade deficiência o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador. § 1º O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida. § 2º Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente. É de se observar, ademais, que, de acordo com a Constituição, os cargos públicos também podem ser acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei. Para tanto, a Lei nº 8.112/90, em seu art. 5º, §3º, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 14 estabelece que “as universidades e instituições de pesquisas científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos desta Lei”. 2.3 Do Provimento Provimento é o ato de preencher cargo público. Com efeito, há duas formas de provimento, o denominado originário, ou seja, quando o agente não tem vínculo anterior com o cargo a ser ocupado, e o provimento derivado, quando há um vínculo anterior. O derivado poderá ser vertical (elevação funcional) ou horizontal (mudança de cargo do mesmo nível). Assim, conforme disposto no art. 8º da Lei nº 8.112/90, são formas de provimento: a) nomeação; b) promoção; c) readaptação; d) reversão; e) aproveitamento; f) reintegração; e, g) recondução. Vejamos: Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução. A nomeação é a única forma de provimento originário, todas as demais são provimentos derivados. Nomeação é a indicação de uma pessoa para ocupar um PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 cargo público, podendo ser de provimento efetivo, que se dará em virtude de aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, ou, comissionado, que é de livre nomeação e exoneração. A nomeação é sempre ato administrativo unilateral que não gera, por si só, qualquer obrigação para o servidor, mas sim o direito subjetivo para que esse formalize seu vínculo com a Administração, por meio da posse. Posse é ato jurídico bilateral de investidura do servidor no cargo. Importante salientar que somente haverá posse no provimento originário, ou seja, por nomeação. O prazo para o nomeado tomar posse é de trinta dias, improrrogáveis, contados da nomeação, ressalvando-se as seguintes hipóteses de licenças e afastamento, quando o prazo será contado a partir do término do impedimento. Art. 81, inc. I Licença em virtude de doença em pessoa da família Art. 81, inc. III Licença para prestar serviço militar obrigatório Art. 81, inc. V Licença capacitação Art. 102, inc. I Férias, Art. 102, inc. IV Treinamento regularmente instituído ou pós-graduação stricto sensu Art. 102, inc. VI Júri e outros serviços obrigatórios por lei Art. 102, inc. VIII, “a” Licença gestante, adotante e paternidade Art. 102, inc. VIII, “b” Licença para tratamento de saúde Art. 102, inc. VIII, “d” Licença em virtude de acidente em serviço ou doença profissional Art. 102, inc. VIII, “e” Licença capacitação Art. 102, inc. VIII, “f” Convocação para serviço militar Art. 102, inc. IX Deslocamento por remoção Art. 102, inc. X Participação em competição representando o país A lei permite que a posse se dê mediante procuração específica, ou seja, que seja exclusiva no sentido de outorgar poderes PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 ao terceiro para proceder à investidura no cargo em nome do nomeado, nos termos do art. 13, §3º, que assim dispõe: Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Acaso o nomeado não tome posse no prazo fixado, torna-se sem efeito o ato de nomeação. Com a posse abre-se o prazo quinzenal (15 dias) para o empossado entrar em exercício. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público, de modo que não poderá ser conferido a terceiro (é personalíssimo). Não entrando o empossado em exercício no prazo legal será exonerado. No caso de função de confiança o exercício, em regra, coincide com a data da designação e acaso não se entre em exercício torna-se sem efeito a designação. Os servidores têm jornada de trabalho com duração máxima semanal de quarenta horas, devendo observar o limite mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias. As demais formas de provimento são derivadas. A vertical é a promoção, a horizontal é a readaptação, as outras são por reingresso. Readaptação é a investidura de servidor, ocupante de cargo efetivo, em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 Aqui se aplica ao servidor estável ou não, e sempre é precedida de inspeção médica, pois se o servidor for julgado incapaz será aposentado. A readaptação deverá observar o seguinte: atribuições condizentes com sua limitação; habilitação exigida para o cargo; mesmo nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. Reintegração é o retorno, ou investidura, do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão de ter sido invalidada, por decisão administrativa ou judicial, sua demissão. O servidor reintegrado terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens durante o período de seu afastamento. Se o cargo que ocupava tiver sido transformado em outro, voltará para o cargo objeto da transformação. Se extinto, ficará em disponibilidade. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em estágio probatório ou por reintegração do anterior ocupante. Aproveitamento é o retorno do servidor posto em disponibilidade e, por isso, estável, a cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado. Ocorre nos casos de aposentadoria por invalidez quando Junta Médica declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou por aposentadoria voluntária, no interesse da administrativa,e desde que não tenha ocorrido há mais de cinco anos, sendo o servidor estável quando em estava na ativa, havendo cargo vago, e ter ocorrido a solicitação de retorno. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 Promoção é a elevação funcional do servidor dentro de uma carreira, ou seja, é a passagem de um servidor de uma categoria/classe para outra. Assim, por exemplo, Delegado de Polícia de terceira categoria, sendo promovido, por antiguidade ou merecimento, para Delegado de Polícia de segunda categoria, depois, primeira e, por fim, para a categoria especial. É importante destacar que a Lei nº 8.112/90 trazia a previsão da ascensão e da transferência, duas formas que eram tidas por inconstitucionais, já que violavam o princípio da acessibilidade por meio de concurso público. A ascensão era a modalidade de provimento por transposição ou verticalidade, de modo que o indivíduo tinha acesso a outro cargo, de nível superior ao que ocupava, sem concurso público. Referida modalidade foi revogada pela Lei nº 9.527/97, pois estava suspensa pelo STF que certamente a declararia inconstitucional. Na transferência o servidor passava de um cargo para outro em órgãos ou entidades distintas. Por também ser inconstitucional, foi objeto de revogação pela Lei nº 9.527/97. 2.5 Vacância A vacância é o ato administrativo pelo qual o cargo público fica vago, em razão de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção, falecimento, posse em outro cargo inacumulável, conforme estabelece o art. 33, que assim dispõe: Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. 2.6 Estabilidade x Vitaliciedade A Lei nº 8.112/90 não estabelece qualquer garantia de vitaliciedade ou inamovibilidade para servidores públicos. Tais garantias estão previstas constitucionalmente para algumas carreiras, consideradas típicas de Estado, tal como a magistratura, membros do Ministério Público (promotores de justiça, procuradores da República) e a inamovibilidade também para Defensores Públicos. Para os servidores públicos, ocupantes de cargos efetivos, a Lei nº 8.112/90, nos moldes preconizados pela Constituição Federal (art. 41), possibilita a estabilidade no serviço público, após três anos de efetivo exercício. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público São requisitos para a estabilidade que o servidor tenha sido aprovado em concurso público, nomeação para cargo público efetivo, ter três anos de efetivo exercício do cargo (conforme entendimento do STF e STJ), bem como ter realizado e ter sido aprovado na avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 2.7 Direitos e Vantagens Conforme estabelece o art. 40 do RJU, vencimento é a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. E, a remuneração, de acordo com o art. 41, é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O servidor público além do vencimento poderá perceber indenizações, gratificações e adicionais, conforme art. 49 que assim estabelece: Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. No entanto, as indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito, incorporando-se apenas as gratificações e adicionais, conforme art. 49, §§1º e 2º do RJU. 2.7.1 Indenizações a) Ajuda de custo (arts. 53 a 57) É destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. A Administração assume, ainda, as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. Valor máximo: 3 meses de remuneração. O servidor é obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 b) Diárias (arts. 58 e 59) A Lei nº 8.112/90, conforme art. 58, dispõe que o servidor que se afastar, em caráter eventual e transitório, para outro ponto do território nacional ou do exterior, a serviço fará jus a passagens e diárias, nestes termos: Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) É importante salientar que as diárias serão concedidas, com base em regulamento, por dia de afastamento, sendo devida pela metade no caso de não haver pernoite fora da sede. § 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. Assim, quando não houver o afastamento da sede não serão devidas as diárias, ficando o servidor obrigado a devolvê-las, no prazo de cinco dias, conforme o art. 59, do RJU, que assim estabelece: Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. De igual forma, quando se tratar de região PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 metropolitana, aglomerados urbanos ou microrregiões, ou seja, municípios limítrofes também não serão devidas as diárias, conforme o art. 58, §3º, que assim dispõe: § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipótesesem que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) c) Indenização de transporte (art. 60) É devida ao servidor que realiza serviços externos utilizando meio de transporte próprio. 2.7.2 Gratificações a) Pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento. É o acréscimo à remuneração que ocorre pelo exercício de cargo comissionado (DAS). b) gratificação natalina Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano, sendo fração igual ou superior a 15 (quinze) dias considerada como mês integral para efeito de cálculo (art. 63). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 2.7.3 Adicionais a) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas Insalubridade: devido ao servidor que, em razão de suas funções, está em constante contato com substâncias ou elementos que podem, em longo prazo, provocar deterioração de sua saúde. Periculosidade: é pago ao servidor que coloca em risco sua integridade física em razão do exercício de suas funções. Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não podem ser recebidos cumulativamente. Penosidade: pago aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida (penosas) o justifiquem. d) adicional pela prestação de serviço extraordinário O serviço extraordinário é remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho (art. 73). O limite máximo de horas-extras permitido é de 2 horas por jornada (art. 74). e) adicional noturno (art. 75) É devido pela prestação de serviço no horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas da manhã do dia seguinte. O adicional compreende o acréscimo de 25% sobre o valor da hora paga pelo mesmo serviço exercido em horário diurno, considerando-se hora noturna de 52min e 30s. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 O adicional de serviço noturno é calculado cumulativamente com o adicional de serviço extraordinário (se for o caso de o serviço noturno ser extraordinário). f) adicional de férias Corresponde a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional. 2.8 Benefícios da Seguridade Social a) Auxílio-natalidade (art. 196): O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto, e caso de parto múltiplo será acrescido de 50% por cada nascituro. b) Salário-família: O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico, devendo o valor ser estabelecido em lei. 2.9 Férias O servidor faz jus a 30 dias de férias anuais, após completar 12 meses de efetivo exercício. Podem ser parceladas em até três etapas, a requerimento do servidor, no entanto, a concessão do parcelamento é discricionária. Podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço. Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 dias antes do início do respectivo período (art. 78). As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (art. 80). 2.10 Licenças a) Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional. Somente será concedida se o servidor comprovar indispensável sua assistência direta e essa não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. É vedado ao servidor o exercício de atividade remunerada durante o período da licença. O período máximo de licença será de 150 dias, sendo que os primeiros trinta dias a licença será remunerada. Os trinta dias seguintes poderão ser de licença remunerada, dependendo essa prorrogação de parecer de junta médica oficial. O restante (90 dias) não serão remunerados. O período de licença remunerada é contado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, II). b) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração e o período de fruição não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito. c) Licença para o Serviço Militar Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo. O período de licença é considerado como de efetivo exercício (art. 102, VIII, “f”). d) Licença para Atividade Política O servidor poderá obter licença durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de serviço, será sem remuneração. Também poderá obter a licença a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, com a remuneração do cargo efetivo. Nessa hipótese, a remuneração somente será paga pelo período de três meses. Caso o período entre o registro da candidatura PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 e o décimo dia seguinte ao da eleição supere três meses, o servidor poderá permanecer de licença, mas sem direito à remuneração. Esse período de licença será computado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III). e) Licença para Capacitação Após cada cinco anos de efetivo exercício, não acumuláveis, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participarde curso de capacitação profissional. Trata-se de ato discricionário, não gerando direito adquirido. Não devendo ser confundido com a licença prêmio, pois esta foi extinta. O período de licença para capacitação é considerado como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de serviço. f) Licença para Tratar de Interesses Particulares O servidor poderá requerer licença para tratar de interesses particulares, sem remuneração, que poderá durar até três anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. É vedada, no entanto, para servidor em estágio probatório. Sendo, ademais, ato discricionário da Administração. O período de licença, evidentemente, não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito. g) Licença para o Desempenho de Mandato Classista PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 O servidor poderá obter licença para desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão. Será de forma não remunerada, sendo, no entanto, ato vinculado, ou seja, obrigatória a concessão. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, por uma única vez. O tempo de fruição da licença é computado como de efetivo exercício para todos os efeitos, exceto para efeito de promoção por merecimento (art. 102, VIII, “c”). h) Licença para Tratamento de Saúde O servidor poderá obter licença para tratamento de sua própria saúde. Trata-se de licença remunerada. O prazo máximo contínuo de licença para tratamento de saúde é de 24 meses. O período de licença é computado como tempo de efetivo exercício até o limite de vinte e quatro meses, cumulativos ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo. A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de todo o tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo, o período de licença será considerado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. i) Licença à Gestante, à Adotante e Licença-Paternidade Gestante: 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 prejuízo da remuneração. Podendo ser prorrogado por mais 60 dias. O direito à licença pode ser exercido pela servidora a partir do primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. Adotante: (a) 90 dias se a criança tiver até 1 ano de idade; ou (b) 30 dias se a criança tiver mais de 1 ano de idade, que também poderá ser prorrogado, conforme o seguinte: Art. 1o Fica instituído, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, o Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante. Art. 2o Serão beneficiadas pelo Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante as servidoras públicas federais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. § 1o A prorrogação será garantida à servidora pública que requeira o benefício até o final do primeiro mês após o parto e terá duração de sessenta dias. § 2o A prorrogação a que se refere o § 1o iniciar-se-á no dia subsequente ao término da vigência da licença prevista no art. 207 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do benefício de que trata o art. 71 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. § 3o O benefício a que fazem jus as servidoras públicas mencionadas no caput será igualmente garantido a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, na seguinte proporção: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 I - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 71-A da Lei nº 8.213, de 1991: a) sessenta dias, no caso de criança de até um ano de idade; b) trinta dias, no caso de criança de mais de um e menos de quatro anos de idade; e c) quinze dias, no caso de criança de quatro a oito anos de idade. II - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 210 da Lei nº 8.112, de 1990: a) quarenta e cinco dias, no caso de criança de até um ano de idade; e b) quinze dias, no caso de criança com mais de um ano de idade. § 4o Para os fins do disposto no § 3o, inciso II, alínea “b”, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos, nos termos do art. 2o da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Paternidade: Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade, remunerada, de 5 dias consecutivos. Os períodos de gozo das licenças descritas nesse tópico consideram-se como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de serviço (art. 102, VIII, “a”). j) Licença por Acidente em Serviço Se do acidente em serviço resultar invalidez permanente do servidor, será ele aposentado com proventos integrais, não importa quanto tempo tenha de serviço. Se, ao término de 24 meses, o servidor for considerado inapto para o serviço, será aposentado por invalidez permanente com proventos integrais. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 A prova do acidente deve ser feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. 2.11 Afastamentos e concessões Afastamentos: (1) Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade (art. 93); (2) Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo (art. 94); Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior (art. 95) 2.12 Concessões: Conforme o art. 97 da Lei nº 8.112/90, sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço, por 1 (um) dia, para doação de sangue; por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Dito isso, vamos às questões. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 3. QUESTÕES COMENTADAS 1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as pessoas que servem ao poder público, de forma transitória ou definitiva, remuneradas ou não, são consideradas servidores públicos. Comentário: Em sentido amplo, servidor público ou agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades integrantes da Administração Pública ou queprestem serviços públicos. Contudo, em sentido estrito, servidor público é o ocupante de cargo público efetivo ou comissionado. Gabarito: Errado. 2. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Integram a categoria dos agentes administrativos aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. Comentário: Realmente, os agentes administrativos são divididos em: servidores públicos, empregados públicos e os temporários, estes são contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 Gabarito: Certo. 3. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades integrantes da administração indireta, portanto, aos seus funcionários aplica-se o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Comentário: A CF/88, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administração Pública Direta, autárquica e fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Diante disso, como observado, no âmbito federal, foi editada a Lei nº 8.112/90, que criou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU), que, consoante dispõe o art. 1º: Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Portanto, tal regime não se aplica às empresas públicas e as sociedades de economia mista na medida em que o regime de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 seus empregados é o contratual (celetista). Gabarito: Errado. 4. (ANALISTA – ECT – CESPE/2011) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. Comentário: Apenas os ocupantes de cargo público é que têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. Gabarito: Errado. 5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) O regime jurídico instituído pela Lei n.o 8.112/1990 aplica-se aos servidores civis da União e das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. Comentário: A Lei nº 8.112/90, denominado RJU, aplica-se aos servidores públicos civis da União (administração direta) e das autarquias e fundações públicas (de direito público). Portanto, não se aplica às pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública (empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado). Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 6. (INVESTIGADOR DE POLÍCIA – PC/BA – CESPE/2013) As empresas públicas são submetidas ao regime jurídico instituído pela Lei n.º 8.112/1990. Comentário: O regime jurídico dos empregados públicos é o celetista. Com efeito, as empresas públicas não estão submetidas ao regime jurídico instituído pela Lei nº 8.112/90. Gabarito: Errado. 7. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) O regime estatutário, como o instituído pela Lei n.º 8.112/1990, abrange somente os servidores titulares de cargos efetivos. Comentário: Ao servidor público é aplicado o regime estatutário (Lei nº 8.112/90). E, conforme estabelece o RJU, servidor público é aquele que ocupa cargo público, seja de provimento efetivo ou em comissão. Portanto, aplica-se o regime estatutário a ambos. Só deve ser ressalvado que o servidor ocupante de cargo comissionado está submetido para fins previdenciários ao regime geral de previdência social e não ao regime da Lei nº 8.112/90. Gabarito: Errado. 8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/RJ – CESPE/2012) Para os efeitos da Lei n. o 8.112/1990, servidor público é o ocupante de cargo público, conceituação que abrange os ocupantes de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 36 cargo em comissão e função de confiança. Comentário: De fato, servidor público é aquele que ocupa cargo público, seja de provimento efetivo ou em comissão. Os ocupantes de função de confiança obrigatoriamente devem ser servidores públicos e, portanto, também os ocupantes de função de confiança estariam englobados na noção de servidor público. Cuidado, a questão quer te induzir a erro, ou seja, não se confunde a função de confiança com função pública. Aquele que ocupa uma função pública não precisa ocupar cargo público necessariamente. No entanto, a função de confiança é destinada à servidor de carreira. Art. 37. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Gabarito: Certo. 9. (ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se ao regime de integral dedicação ao serviço e pode ser convocado sempre que houver interesse da administração Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 37 O servidor ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração, conforme estabelece a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 19, §1º, in verbis: Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) § 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Percebam que há uma diferença entre dedicação integral e dedicação exclusiva.Regime de dedicação integral quer dizer dedicação plena ao serviço, exigindo-se dedicação por inteiro ao cargo, ou seja, o servidor fica à disposição da Administração. No entanto, é possível que acumule o cargo efetivo e o comissionado, conforme estabelece o art. 120 do RJU, quando houver compatibilidade de horário e local e declarado pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidas. De outro lado, dedicação exclusiva diz respeito à vedação de exercício de quaisquer outras atividades, públicas ou privadas, independentemente se dentro ou fora do horário de trabalho. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 38 10. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) Os servidores temporários, ao serem contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, exercem função pública e, portanto, passam a estar vinculados a emprego público. Comentário: Os servidores temporários são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por tempo determinado, conforme art. 37, inc. IX, CF/88, mantendo vínculo contratual, por prazo determinado, com a Administração Pública. Portanto, tais agentes não ocupam emprego público. Trata-se do exercício de uma função pública. Gabarito: Errado. 11. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ/RR – CESPE/2012) Os servidores contratados para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público estão sujeitos ao mesmo regime jurídico aplicável aos servidores estatutários. Comentário: Os servidores temporários são regidos pela Lei n. 8.745/93 que estabelece um estatuto contratual próprio para o temporário, não lhes sendo aplicada a Lei nº 8.112/90. Gabarito: Errado. 12. (TODOS OS CARGOS – SUPERIOR – ANEEL – CESPE/2010) No que se refere aos vocábulos cargo, emprego e função PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 39 pública, é correto afirmar que o servidor contratado por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público exerce função pública. Comentário: O servidor temporário, muito embora mantenha vínculo contratual com a Administração, exerce função pública por prazo determinado. Gabarito: Certo. 13. (CESPE/2014 – MEC – TODOS OS CARGOS) No que se refere à contratação de pessoal por tempo determinado para o atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, julgue os itens seguintes, com base na legislação de regência. Na referida forma de contratação, o recrutamento de pessoal prescinde de concurso público. Comentário: O recrutamento de temporário é feito, em regra, por meio de seleção pública. Por isso, prescinde de concurso público. Gabarito: Certo. 14. (POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – CESPE/2013) A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 40 Nos termos do art. 37, inc. II, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. Ademais, não se trata de algumas situações excepcionais, mas nos casos em que a lei estabelece os cargos comissionados, que são de livre nomeação e exoneração. Gabarito: Errado. 15. (CESPE/2014 – MTE – AGENTE ADMINISTRATIVO) Apenas por meio de prévia aprovação em concurso de provas ou de provas e títulos, poderá o cidadão brasileiro ter acesso aos cargos e empregos públicos. Comentário: Os cargos públicos, em regra, são acessíveis por meio de concurso público de provas ou provas e títulos (art. 37, inc. II, CF/88). Contudo, há diversos cargos que não são preenchidos por meio de concurso a exemplo dos cargos comissionados. Gabarito: Errado. 16. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) As pessoas com qualquer tipo de deficiência física têm garantido o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, além da reserva de, pelo menos, 25% das vagas oferecidas no concurso. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 41 Comentário: Observe que o percentual não é de pelo menos 25% das vagas oferecidas no concurso, conforme art. 5º, §3º, Lei nº 8.112/90 é de até 20% (vinte por cento) das vagas. Gabarito: Errado. 17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Constitui requisito básico para a investidura em cargo público a nacionalidade brasileira, não se admitindo, portanto, o provimento de cargos com cidadãos estrangeiros, independentemente da instituição. Comentário: É de se observar que os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros, natos ou naturalizados, e aos estrangeiros na forma da lei, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inc. I, que assim determina: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Nesse sentido, a Lei nº 8.112/90 permite que as Universidades e Instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais preencham seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, conforme art. 5º, §3º, assim expresso: § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 42 as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97) Gabarito: Errado. 18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RJ – CESPE/2012) Tendo em vista que a nacionalidade é um dos requisitos para investidura em cargos públicos, é correto afirmar que estrangeiro não pode exercer qualquer atividade de natureza pública. Comentário: Em que pese ser requisito para ingresso em cargo público a nacionalidade, a própria Lei nº 8.112/90, no sentido do que assegura a CF/88, permite que as Universidades e Instituições de pesquisa científica e tecnológicas federais preencham seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, conforme art. 5º, §3º, assim expresso: § 3º As universidades e instituições de pesquisa científicae tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97) Gabarito: Errado. 19. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) Observadas as garantias constitucionais, a elaboração de novos planos de carreira e a inovação no regime jurídico dos agentes administrativos estão sujeitas à valoração de conveniência e oportunidade da administração pública, não possuindo o servidor a ela estatutariamente vinculado qualquer PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 43 sorte de direito adquirido a enquadramento diverso daquele determinado legalmente, segundo os critérios discricionariamente normatizados. Comentário: De fato, a elaboração de novas planos de carreira, modificando-se o regime jurídico dos agentes, se insere no âmbito das atividades discricionárias, de modo que não há direito adquirido do agente à manutenção do regime antigo, conforme entendimento firmado pelo próprio Supremo Tribunal Federal. Ademais, o enquadramento que o servidor receberá será aquela fixado no novo regime, não podendo ser conferido enquadramento distinto, sob pena de ilegalidade do ato. Gabarito: Certo. 20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 10ª REGIÃO – CESPE/2013) A acumulação lícita de cargos públicos por parte do servidor é condicionada à demonstração de compatibilidade de horários. Comentário: A regra é a vedação da acumulação de cargos. No entanto, permite-se a acumulação nos casos autorizados pela CF/88, desde que haja compatibilidade de horário, conforme o seguinte: Art. 37 XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 44 científico; c) a de dois cargos privativos de médico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; Gabarito: Certo. 21. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O concurso público tem validade de três anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Comentário: Conforme estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, inc. III, o concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. Neste sentido também dispõe o art. 12 da Lei nº 8.112/90, que assim expressa: Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Gabarito: Errado. 22. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) O edital do concurso público é o instrumento idôneo para o estabelecimento do limite mínimo de idade para a inscrição no concurso. Comentário: Dispõe o art. 37, inc. I, da CF/88 que “os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 45 Nesse aspecto, estabelece a Lei nº 8.112/90 os requisitos necessários para a investidura em cargo público, sendo: Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental Deve-se observar que tais requisitos devem ser demonstrados no ato da posse, não se estabelecendo qualquer limite de idade para efeito de inscrição em concurso. Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade para inscrição em concurso público depende de expressa previsão legal, conforme a súmula 14, que assim dispõe: Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. Entendimento que foi aplicado, inclusive, recentemente veja o informativo 580: INFORMATIVO Nº 580 TÍTULO: Forças Armadas: Limite de Idade para Concurso de Ingresso e Art. 142, § 3º, X, da CF - 2 PROCESSO: RE - 600225 ARTIGO A Min. Cármen Lúcia, relatora, negou provimento ao recurso por entender que, tendo a Constituição Federal determinado, em seu art. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 46 142, § 3º, X, que os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência expressa ao critério de idade, não caberia regulamentação por meio de outra espécie normativa. Considerou, por conseguinte, não recepcionada pela Carta Magna a expressão “e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica”, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares (“Art. 10 O ingresso nas Forças Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exército e da aeronáutica.”.). Afirmou ser inquestionável a prerrogativa das Forças Armadas de instituir por regulamento de cada Força, e até mesmo nos editais de concursos, os procedimentos relativos a todo o certame. Aduziu que o conteúdo definido constitucionalmente como sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos administrativos, tais como os regulamentos e editais. Observou, contudo, que esses atos não poderiam inovar nos pontos em que a legislação não tivesse estatuído. Registrou, ainda, que, no item específico relativo à definição dos limites de idade, a fixação do requisito por regulamento ou edital, categoria de atos administrativos, esbarraria, inclusive, na Súmula 14 do STF (“Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.”). RE 572499/SC, rel. Min. Cármen Lúcia, 25.3.2010. (RE-572499) Gabarito: Errado. 23. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012) O ato administrativo que motivadamente estabeleça idade mínima para preenchimento de determinado cargo público não viola o princípio da legalidade. Comentário: Nos termos da Súmula 14-STF, não é admissível, por ato PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - PRF AULA 10 – RJU 1ª Parte Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 47 administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público, tampouco a exigência de idade por meio de ato administrativo, pois os requisitos devem ser previstos em lei. Gabarito: Errado. 24. (CESPE/2014 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO) O STF admite que
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