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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS 
CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
Prof. Edson Marques 
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Olá pessoal, 
Esta é nossa última aula. Então, veremos: 
AULA 09: 4.3 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações (Títulos I, 
II, III, IV e VI e Capítulos I, II e III). 4 Agentes 
administrativos. 4.1 Investidura e exercício da função pública. 
Assim, vamos ao que interessa. 
Agente Administrativo 
Para compreendermos o alcance da expressão agente 
administrativo, necessário antes entendermos e termos a noção de 
agente público. 
Nesse sentido, o termo atualmente mais usual, e 
podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal, de 
agente público está expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim 
dispõe: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta 
lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função nas entidades mencionadas no artigo anterior. 
É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da 
expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação 
clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos 
são divididos em: 
a) Agentes políticos 
b) Agentes administrativos 
c) Agentes honoríficos 
d) Agentes delegados 
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e) Agentes credenciados 
Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que 
compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de 
independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime 
especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, 
investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou 
designação. 
Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, 
os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos 
representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, 
e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder 
Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e 
Vereadores). 
Por outro lado, há forte corrente que defende serem os 
agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos 
eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, 
Vereador etc. 
Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar 
atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos 
são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes 
diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os 
detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também 
outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme 
orientação firmada no Informativo 263. Vejamos: 
Informativo 263 (RE-228977) 
Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* 
(v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - 
Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação 
reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte 
passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A 
autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos 
atos jurisdicionais praticados. Os magistrados 
enquadram-se na espécie agente político, investidos 
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para o exercício de atribuições constitucionais, sendo 
dotados de plena liberdade funcional no desempenho 
de suas funções, com prerrogativas próprias e 
legislação específica.
(...) 
(...) os magistrados se enquadram na espécie agente 
político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições 
constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional 
no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias 
e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao 
exercício de suas funções decisórias. 
(...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em 
sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 
72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, 
judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, 
conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com 
independência nos assuntos de sua competência. São as 
autoridades públicas supremas do Governo e da 
Administração na área de sua atuação, pois não estão 
hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites 
constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os 
agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável 
à independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para 
tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus 
eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com 
culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria 
encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da 
República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de 
Município); os membros das Corporações Legislativas 
(Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do 
Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros 
do Ministério Público (Procuradores da República e da 
Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." 
Por outro lado, agentes administrativos são todos 
aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não 
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sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou 
governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a 
que servem. 
Nesse conceito estão todos os que têm com os entes 
Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas 
(Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de 
natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de 
dependência. 
Por isso, dividem-se em: servidores públicos, 
empregados públicos e funcionários ou servidores 
temporários. 
Servidores públicos são todas as pessoas físicas que 
ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinação com o 
Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. 
Nesse sentido, vale lembrar que cargo público é o 
conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma 
estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor 
(art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação 
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento 
poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. 
Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos 
(concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos 
de Direção e Assessoramento Superior). 
Os empregados públicos são pessoas físicas que 
ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime 
da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. 
Em regra tais agentes estão no âmbito das estatais, 
submetidos ao regime laboral, na medida em que tais entidades são 
regidas, preponderantemente, pelo regime de direito privado. 
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Ocorre, no entanto, que com a EC 19/98, permitiu-se à 
Administração direta, autárquica e fundacional também contratar sob 
o regime celetista. Disposição que restou suspensa pela decisão 
proferida pelo STF na ADI 2.135. 
Servidores ou funcionários temporários, ou 
simplesmente temporários, são agentes contratados de forma 
temporária, por excepcional interesse público, para exercer função 
por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal 
em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor 
visando atender necessidade temporária em razão de excepcional 
interesse público. 
Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na 
esfera federal a contratação de pessoalpara o exercício de atividade 
temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público 
poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos 
legais. 
Agentes delegados são particulares que, por força de 
contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma 
atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, 
sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este 
(descentralização por colaboração). Temos como exemplo os 
delegatários de serviço público, tal como os concessionários, 
permissionários, tabelião, leiloeiros etc. 
Agentes honoríficos são particulares que, em razão 
de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade 
profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para 
exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo 
ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos 
Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). 
Por fim, temos ainda os chamados agentes 
credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de 
representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato 
determinado, mediante remuneração. 
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É possível, ademais, constatarmos a existência de 
outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais 
agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). 
É o que explicita a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, 
em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na 
categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a 
expressão, por isso não são considerados como servidores, 
figurando-se como mais uma categoria de agente público, 
denominados simplesmente de militares. 
Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a 
expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos 
os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante 
ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se 
refere a qualquer agente público para fins penais tão-somente. 
Regime Jurídico do Servidor Público 
Inicialmente, é preciso observar que a Constituição 
Federal de 1988, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da 
Administração Pública direta, autárquica e fundacional de adotar 
regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único 
e planos de carreira para os servidores da administração 
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
No âmbito Federal foi editada a Lei nº 8.112/90, que 
criou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime 
Jurídico Único (RJU). 
Eis que veio a Emenda Constitucional nº 19/98 
(reforma do Estado) e promoveu alteração no art. 39, caput, da 
CF/88, retirando a obrigatoriedade de se adotar um único regime 
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jurídico para dispor sobre os servidores públicos, de maneira que se 
abriu possibilidade de a Administração Pública direta, autárquica e 
fundacional de adotar outros regimes, tal como o celetista, para 
provimento de emprego nos seus quadros, por exemplo. 
No entanto, recentemente, em controle de 
constitucionalidade, no julgamento da ADI 2135-4 o Supremo 
Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelar para suspender a 
redação do caput do artigo 39, CF/88, dada pela EC 19/98, por vício 
de inconstitucionalidade formal, voltando a vigorar a redação anterior 
à essa emenda, ou seja, a redação original da Constituição. 
É de se esclarecer, portanto, que temos novamente a 
obrigatoriedade de se adotar regime jurídico único. No entanto, 
cumpre dizer que o STF conferiu efeito ex-nunc, ou seja, a decisão 
não tem efeito retroativo. 
Com isso, toda a legislação editada durante a vigência 
do artigo 39, caput, com a redação da EC nº 19/98, continua válida a 
regular o período de 1998 até a decisão do STF, ressaltando que, 
dessa forma, ficam resguardas as situações consolidadas, até que o 
mérito da ADI 2135-4 seja julgado em definitivo. 
Lembre-se, portanto, que a Lei nº 8.112/90 institui o 
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias, 
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais, 
sendo denominada de RJU (regime jurídico único), por força do 
art. 39, caput, da CF/88. 
E, nos termos do RJU, considera-se servidor a pessoa 
legalmente investida em cargo público, e cargo público, o 
conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um 
servidor. 
Então, para estudarmos o RJU, temos também de aliar 
o estudo à parte constitucional que dispõe acerca dos servidores 
públicos. 
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Regime Jurídico Único (RJU) 
Os servidores públicos são regidos por um conjunto 
de regras que estabelecem seus direitos, deveres, obrigações 
e responsabilidades. Trata-se do regime jurídico dos servidores 
públicos. 
Com efeito, após a Constituição de 1988 estipulou-se a 
necessidade de os servidores públicos serem regidos por regime 
jurídico único. Com isso, foi editada a Lei nº 8.112/90, que criou o 
Regime Jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias 
e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico 
Único (RJU). 
A Lei nº 8.112/90 delimita os critérios, direitos, deveres 
e demais regras que estabelecem as obrigações e responsabilidades 
dos servidores públicos federais. 
É fato que esse vínculo, do servidor com o Estado, se 
inicia com nomeação, posse e exercício no cargo. 
Cargo Público 
Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112/90, cargo 
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser 
cometidas a um servidor. 
De outro lado, conforme a própria Lei nº 8.112/90, art. 
2º, estabelece, servidor é pessoa legalmente investida em cargo 
público. 
Assim, somente haverá cargos públicos no âmbito da 
Administração direta, autárquica e fundacional (fundações públicas de 
direito público). 
Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas 
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fundações públicas de direito privado e nas estatais (empresas 
públicas e sociedades de economia mista) não teremos cargos 
públicos, teremos empregados públicos. 
Investidura 
A Lei nº 8.112/90 estabeleceu os requisitos para 
investidura em cargo público, conforme art. 5º, que assim dispõe: 
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo 
público: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o gozo dos direitos políticos; 
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
V - a idade mínima de dezoito anos; 
VI - aptidão física e mental 
Deve-se observar que tais requisitos devem ser 
demonstrados no ato da posse, não se estabelecendo qualquer limite 
de idade para efeito de inscrição em concurso. 
Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem 
firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade 
para inscrição em concurso público depende de expressa previsão 
legal, conforme a súmula 14, que assim dispõe: 
Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, 
restringir, em razão da idade, inscrição em concurso 
para cargo público. 
Esse entendimento foi aplicado, inclusive, 
recentemente, conforme Informativo nº 580, que assim veiculou: 
INFORMATIVONº 580 
TÍTULO: Forças Armadas: Limite de Idade para Concurso de 
Ingresso e Art. 142, § 3º, X, da CF - 2 
PROCESSO: RE - 600225 
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ARTIGO 
A Min. Cármen Lúcia, relatora, negou provimento ao recurso 
por entender que, tendo a Constituição Federal determinado, 
em seu art. 142, § 3º, X, que os requisitos para o ingresso 
nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência 
expressa ao critério de idade, não caberia regulamentação 
por meio de outra espécie normativa. Considerou, por 
conseguinte, não recepcionada pela Carta Magna a expressão 
“e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica”, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe 
sobre o Estatuto dos Militares (“Art. 10 O ingresso nas Forças 
Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou 
nomeação, a todos os brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da 
marinha, do exército e da aeronáutica.”.). Afirmou ser 
inquestionável a prerrogativa das Forças Armadas de instituir 
por regulamento de cada Força, e até mesmo nos editais de 
concursos, os procedimentos relativos a todo o certame. 
Aduziu que o conteúdo definido constitucionalmente como 
sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria 
de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos 
administrativos, tais como os regulamentos e editais.
Observou, contudo, que esses atos não poderiam inovar nos 
pontos em que a legislação não tivesse estatuído. Registrou, 
ainda, que, no item específico relativo à definição dos
limites de idade, a fixação do requisito por 
regulamento ou edital, categoria de atos 
administrativos, esbarraria, inclusive, na Súmula 14 do 
STF (“Não é admissível, por ato administrativo, 
restringir, em razão da idade, inscrição em concurso 
para cargo público.”). RE 572499/SC, rel. Min. Cármen 
Lúcia, 25.3.2010. (RE-572499) 
Vale destacar que a Constituição Federal estabeleceu a 
necessidade de reserva de vagas aos portadores de necessidades 
especiais, tendo, nesse aspecto, remetido à lei para regulamentar tal 
disposição. 
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Desse modo, a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 5º, §3º, 
estabeleceu que até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas 
nos concursos públicos serão reservadas aos portadores de 
necessidades especiais. 
Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer fração, 
na fixação do percentual, deverá ser arredondado o número de vagas 
para o próximo inteiro. Por exemplo, um concurso estabelece 19 
vagas e 10% são destinadas aos portadores de necessidades 
especiais. Assim, teríamos 1,9 (um inteiro e nove décimos), ou seja, 
apenas uma vaga? Não. Teríamos duas vagas destinadas a PNE, eis 
que se arredonda sempre para o próximo número inteiro. 
Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto 
3.298/99, em seu artigo 37, trouxe previsão de que no mínimo 5% 
(cinco por cento) das vagas serão destinadas aos candidatos 
portadores de necessidades especais, conforme o seguinte: 
Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o 
direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de 
condições com os demais candidatos, para provimento de 
cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência 
de que é portador. 
§ 1º O candidato portador de deficiência, em razão da 
necessária igualdade de condições, concorrerá a todas 
as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de 
cinco por cento em face da classificação obtida. 
§ 2º Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo 
anterior resulte em número fracionado, este deverá ser 
elevado até o primeiro número inteiro subseqüente. 
É de se observar, ademais, que, de acordo com a 
Constituição, os cargos públicos também podem ser acessíveis aos 
estrangeiros, na forma da lei. 
Para tanto, a Lei nº 8.112/90, em seu art. 5º, §3º, 
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estabelece que “as universidades e instituições de pesquisas 
científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos 
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo 
com as normas e procedimentos desta Lei”. 
Do Provimento 
Provimento é o ato de preencher cargo público. Com 
efeito, há duas formas de provimento, o denominado originário, ou 
seja, quando o agente não tem vínculo anterior com o cargo a ser 
ocupado, e o provimento derivado, quando há um vínculo anterior. 
O derivado poderá ser vertical (elevação funcional) ou 
horizontal (mudança de cargo do mesmo nível). 
Assim, conforme disposto no art. 8º da Lei nº 
8.112/90, são formas de provimento: a) nomeação; b) 
promoção; c) readaptação; d) reversão; e) aproveitamento; f) 
reintegração; e, g) recondução. Vejamos: 
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: 
I - nomeação; 
II - promoção; 
III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 
1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
A nomeação é a única forma de provimento originário, 
todas as demais são provimentos derivados. 
Nomeação é a indicação de uma pessoa para ocupar 
um cargo público, podendo ser de provimento efetivo, que se dará 
em virtude de aprovação em concurso público de provas ou provas e 
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títulos, ou, comissionado, que é de livre nomeação e exoneração. 
A nomeação é sempre ato administrativo unilateral
que não gera, por si só, qualquer obrigação para o servidor, mas sim 
o direito subjetivo para que esse formalize seu vínculo com a 
Administração, por meio da posse. 
Posse é ato jurídico bilateral de investidura do 
servidor no cargo. Importante salientar que somente haverá posse no 
provimento originário, ou seja, por nomeação. 
O prazo para o nomeado tomar posse é de trinta 
dias, improrrogáveis, contados da nomeação, ressalvando-se as 
seguintes hipóteses de licenças e afastamento, quando o prazo será 
contado a partir do término do impedimento. 
Art. 81, inc. I Licença em virtude de doença em pessoa da família 
Art. 81, inc. III Licença para prestar serviço militar obrigatório 
Art. 81, inc. V Licença capacitação 
Art. 102, inc. I Férias, 
Art. 102, inc. IV Treinamento regularmente instituído ou pós-graduação 
stricto sensu 
Art. 102, inc. VI Júri e outros serviços obrigatórios por lei 
Art. 102, inc. VIII, “a” Licença gestante, adotante e paternidade 
Art. 102, inc. VIII, “b” Licença para tratamento de saúde 
Art. 102, inc. VIII, “d” Licença em virtude de acidente em serviço ou doença 
profissional 
Art. 102, inc. VIII, “e” Licença capacitação 
Art. 102, inc. VIII, “f” Convocação para serviço militar 
Art. 102, inc. IX Deslocamento por remoção 
Art. 102, inc. X Participação em competição representando o país 
A lei permite que a posse se dê mediante procuração 
específica, ou seja, que seja exclusiva no sentido de outorgar poderes 
ao terceiro para proceder à investidura no cargo em nome do 
nomeado, nos termos do art. 13, §3º, que assim dispõe: 
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo 
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termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as 
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, 
que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer 
daspartes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. 
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração 
específica. 
Acaso o nomeado não tome posse no prazo fixado, 
torna-se sem efeito o ato de nomeação. 
Com a posse abre-se o prazo quinzenal (15 dias) 
para o empossado entrar em exercício. 
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do 
cargo público, de modo que não poderá ser conferido a terceiro (é 
personalíssimo). Não entrando o empossado em exercício no prazo 
legal será exonerado. No caso de função de confiança o exercício, 
em regra, coincide com a data da designação e acaso não se entre 
em exercício torna-se sem efeito a designação. 
Os servidores têm jornada de trabalho com duração 
máxima semanal de quarenta horas, devendo observar o limite 
mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias. 
As demais formas de provimento são derivadas. A 
vertical é a promoção, a horizontal é a readaptação, as outras são por 
reingresso. 
Readaptação é a investidura de servidor, ocupante de 
cargo efetivo, em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade 
física ou mental. 
Aqui se aplica ao servidor estável ou não, e sempre é 
precedida de inspeção médica, pois se o servidor for julgado incapaz 
será aposentado. 
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A readaptação deverá observar o seguinte: atribuições 
condizentes com sua limitação; habilitação exigida para o cargo; 
mesmo nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. 
Reintegração é o retorno, ou investidura, do servidor 
estável ao cargo anteriormente ocupado em razão de ter sido 
invalidada, por decisão administrativa ou judicial, sua demissão. 
O servidor reintegrado terá direito ao ressarcimento de 
todas as vantagens durante o período de seu afastamento. 
Se o cargo que ocupava tiver sido transformado em 
outro, voltará para o cargo objeto da transformação. Se extinto, 
ficará em disponibilidade. 
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em estágio 
probatório ou por reintegração do anterior ocupante. 
Aproveitamento é o retorno do servidor posto em 
disponibilidade e, por isso, estável, a cargo de atribuições e 
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
Reversão é o retorno à atividade do servidor 
aposentado. Ocorre nos casos de aposentadoria por invalidez quando 
Junta Médica declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou 
por aposentadoria voluntária, no interesse da administrativa, e desde 
que não tenha ocorrido há mais de cinco anos, sendo o servidor 
estável quando em estava na ativa, havendo cargo vago, e ter 
ocorrido a solicitação de retorno. 
Promoção é a elevação funcional do servidor dentro de 
uma carreira, ou seja, é a passagem de um servidor de uma 
categoria/classe para outra. 
Assim, por exemplo, Delegado de Polícia de terceira 
categoria, sendo promovido, por antiguidade ou merecimento, para 
Delegado de Polícia de segunda categoria, depois, primeira e, por fim, 
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para a categoria especial. 
É importante destacar que a Lei nº 8.112/90 trazia a 
previsão da ascensão e da transferência, duas formas que eram tidas 
por inconstitucionais, já que violavam o princípio da acessibilidade 
por meio de concurso público. 
A ascensão era a modalidade de provimento por 
transposição ou verticalidade, de modo que o indivíduo tinha acesso a 
outro cargo, de nível superior ao que ocupava, sem concurso público. 
Referida modalidade foi revogada pela Lei nº 9.527/97, pois estava 
suspensa pelo STF que certamente a declararia inconstitucional. 
Na transferência o servidor passava de um cargo para 
outro em órgãos ou entidades distintas. Por também ser 
inconstitucional, foi objeto de revogação pela Lei nº 9.527/97. 
Vacância 
A vacância é o ato administrativo pelo qual o cargo 
público fica vago, em razão de exoneração, demissão, aposentadoria, 
promoção, falecimento, posse em outro cargo inacumulável, 
conforme estabelece o art. 33, que assim dispõe: 
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: 
I - exoneração; 
II - demissão; 
III - promoção; 
IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VI - readaptação; 
VII - aposentadoria; 
VIII - posse em outro cargo inacumulável; 
IX - falecimento. 
Estabilidade x Vitaliciedade 
A Lei nº 8.112/90 não estabelece qualquer garantia de 
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vitaliciedade ou inamovibilidade para servidores públicos. Tais 
garantias estão previstas constitucionalmente para algumas carreiras, 
consideradas típicas de Estado, tal como a magistratura, membros do 
Ministério Público (promotores de justiça, procuradores da República) 
e para Defensores Públicos. 
Para os servidores públicos, ocupantes de cargos 
efetivos, a Lei nº 8.112/90, nos moldes preconizados pela 
Constituição Federal (art. 41), possibilita a estabilidade no serviço 
público, após três anos de efetivo exercício. 
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo 
exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público 
São requisitos para a estabilidade que o servidor tenha 
sido aprovado em concurso público, nomeação para cargo público 
efetivo, ter três anos de efetivo exercício do cargo (conforme 
entendimento do STF e STJ), bem como ter realizado e ter sido 
aprovado na avaliação especial de desempenho por comissão 
instituída para essa finalidade. 
Direitos e Vantagens 
Conforme estabelece o art. 40 do RJU, vencimento é a 
retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor 
fixado em lei. E, a remuneração, de acordo com o art. 41, é o 
vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias 
permanentes estabelecidas em lei. 
O servidor público além do vencimento poderá perceber 
indenizações, gratificações e adicionais, conforme art. 49 que assim 
estabelece: 
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor 
as seguintes vantagens: 
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I - indenizações; 
II - gratificações; 
III - adicionais. 
No entanto, as indenizações não se incorporam ao 
vencimento ou provento para qualquer efeito, incorporando-se 
apenas as gratificações e adicionais, conforme art. 49, §§1º e 2º do 
RJU. 
Indenizações 
a) Ajuda de custo (arts. 53 a 57) 
É destina-se a compensar as despesas de instalação do 
servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova 
sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. 
A Administração assume, ainda, as despesas de 
transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, 
bagagem e bens pessoais. 
Valor máximo: 3 meses de remuneração. 
O servidor é obrigado a restituir a ajuda de custo 
quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo 
de 30 dias. 
b) Diárias (arts. 58 e 59) 
A Lei nº 8.112/90, conforme art. 58, dispõe que o 
servidor que se afastar, em caráter eventual e transitório, para outro 
ponto do território nacional ou do exterior, a serviço fará jus a 
passagens e diárias, nestes termos: 
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em 
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território 
nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias 
destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária 
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com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme 
dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 
10.12.97) 
É importante salientar que as diárias serão concedidas, 
com base em regulamento, por dia de afastamento, sendo devida 
pela metade no caso de não haver pernoite fora da sede. 
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo 
devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite 
fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as 
despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada 
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir 
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a 
diárias. 
Assim, quando não houver o afastamento da sede não 
serão devidas as diárias, ficando o servidor obrigado a devolvê-las, 
no prazo de cinco dias, conforme o art. 59, do RJU, que assim 
estabelece: 
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da 
sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las 
integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. 
De igual forma, quando se tratar de região 
metropolitana, aglomerados urbanos ou microrregiões, ou seja, 
municípios limítrofes também não serão devidas as diárias, conforme 
o art. 58, §3º, que assim dispõe: 
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar 
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou 
microrregião, constituídas por municípios limítrofes e 
regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado 
mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência 
dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se 
estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em 
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que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os 
afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei 
nº 9.527, de 10.12.97) 
c) Indenização de transporte (art. 60) 
É devida ao servidor que realiza serviços externos 
utilizando meio de transporte próprio. 
Gratificações 
a) Pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento. 
É o acréscimo à remuneração que ocorre pelo exercício 
de cargo comissionado (DAS). 
b) gratificação natalina 
Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a 
que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no 
respectivo ano, sendo fração igual ou superior a 15 (quinze) dias 
considerada como mês integral para efeito de cálculo (art. 63). 
Adicionais 
a) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas 
ou penosas 
Insalubridade: devido ao servidor que, em razão de 
suas funções, está em constante contato com substâncias ou 
elementos que podem, em longo prazo, provocar deterioração de sua 
saúde. 
Periculosidade: é pago ao servidor que coloca em 
risco sua integridade física em razão do exercício de suas funções. 
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não 
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podem ser recebidos cumulativamente. 
Penosidade: pago aos servidores em exercício em 
zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida 
(penosas) o justifiquem. 
d) adicional pela prestação de serviço extraordinário 
O serviço extraordinário é remunerado com acréscimo 
de 50% em relação à hora normal de trabalho (art. 73). O limite 
máximo de horas-extras permitido é de 2 horas por jornada (art. 74). 
e) adicional noturno (art. 75) 
É devido pela prestação de serviço no horário 
compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas da manhã do dia 
seguinte. 
O adicional compreende o acréscimo de 25% sobre o 
valor da hora paga pelo mesmo serviço exercido em horário diurno, 
considerando-se hora noturna de 52min e 30s. 
O adicional de serviço noturno é calculado 
cumulativamente com o adicional de serviço extraordinário (se for o 
caso de o serviço noturno ser extraordinário). 
f) adicional de férias 
Corresponde a 1/3 (um terço) da remuneração do 
período das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, 
chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a 
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional. 
Benefícios da Seguridade Social 
a) Auxílio-natalidade (art. 196): O auxílio-natalidade é devido à 
servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente 
ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de 
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natimorto, e caso de parto múltiplo será acrescido de 50% por cada 
nascituro. 
b) Salário-família: O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao 
inativo, por dependente econômico, devendo o valor ser estabelecido 
em lei. 
Férias 
O servidor faz jus a 30 dias de férias anuais, após 
completar 12 meses de efetivo exercício. Podem ser parceladas em 
até três etapas, a requerimento do servidor, no entanto, a concessão 
do parcelamento é discricionária. 
Podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, 
no caso de necessidade do serviço. 
Para o primeiro período aquisitivo de férias serão 
exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º). 
O pagamento da remuneração das férias será efetuado 
até 2 dias antes do início do respectivo período (art. 78). 
As férias somente poderão ser interrompidas por 
motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para 
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço 
declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (art. 80). 
Licenças 
a) Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família 
Doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos 
filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva 
às suas expensas e conste do seu assentamento funcional. 
Somente será concedida se o servidor comprovar 
indispensável sua assistência direta e essa não puder ser prestada 
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simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação 
de horário. 
É vedado ao servidor o exercício de atividade 
remunerada durante o período da licença. 
O período máximo de licença será de 150 dias, sendo 
que os primeiros trinta dias a licença será remunerada. Os trinta dias 
seguintes poderão ser de licença remunerada, dependendo essa 
prorrogação de parecer de junta médica oficial. O restante (90 dias) 
não serão remunerados. 
O período de licença remunerada é contado como 
tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e 
disponibilidade (art. 103, II). 
b) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge 
Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi 
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou 
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e 
Legislativo. 
A licença será por prazo indeterminado e sem 
remuneração e o período de fruição não é computado como tempo de 
serviço para qualquer efeito. 
c) Licença para o Serviço Militar 
Ao servidor convocado para o serviço militar será 
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação 
específica. 
Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias, 
sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo. 
O período de licença é considerado como de efetivo 
exercício (art. 102, VIII, “f”). 
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d) Licença para Atividade Política 
O servidor poderá obter licença durante o período que 
mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato 
a cargo eletivo,e a véspera do registro de sua candidatura perante a 
Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de 
serviço, será sem remuneração. 
Também poderá obter a licença a partir do registro da 
candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, com a 
remuneração do cargo efetivo. 
Nessa hipótese, a remuneração somente será paga pelo 
período de três meses. Caso o período entre o registro da candidatura 
e o décimo dia seguinte ao da eleição supere três meses, o servidor 
poderá permanecer de licença, mas sem direito à remuneração. Esse 
período de licença será computado como tempo de serviço apenas 
para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III). 
e) Licença para Capacitação 
Após cada cinco anos de efetivo exercício, não 
acumuláveis, o servidor poderá, no interesse da Administração, 
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva 
remuneração, por até três meses, para participar de curso de 
capacitação profissional. 
Trata-se de ato discricionário, não gerando direito 
adquirido. Não devendo ser confundido com a licença prêmio, pois 
esta foi extinta. 
O período de licença para capacitação é considerado 
como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de 
serviço. 
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f) Licença para Tratar de Interesses Particulares 
O servidor poderá requerer licença para tratar de 
interesses particulares, sem remuneração, que poderá durar até três 
anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor 
ou no interesse do serviço. 
É vedada, no entanto, para servidor em estágio 
probatório. Sendo, ademais, ato discricionário da Administração. 
O período de licença, evidentemente, não é computado 
como tempo de serviço para qualquer efeito. 
g) Licença para o Desempenho de Mandato Classista 
O servidor poderá obter licença para desempenho de 
mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito 
nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade 
fiscalizadora da profissão. 
Será de forma não remunerada, sendo, no entanto, ato 
vinculado, ou seja, obrigatória a concessão. 
A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser 
prorrogada, no caso de reeleição, por uma única vez. 
O tempo de fruição da licença é computado como de 
efetivo exercício para todos os efeitos, exceto para efeito de 
promoção por merecimento (art. 102, VIII, “c”). 
h) Licença para Tratamento de Saúde 
O servidor poderá obter licença para tratamento de sua 
própria saúde. Trata-se de licença remunerada. 
O prazo máximo contínuo de licença para tratamento 
de saúde é de 24 meses. 
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O período de licença é computado como tempo de 
efetivo exercício até o limite de vinte e quatro meses, cumulativos ao 
longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de 
provimento efetivo. 
A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de todo o 
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento 
efetivo, o período de licença será considerado como tempo de serviço 
apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. 
i) Licença à Gestante, à Adotante e Licença-Paternidade 
Gestante: 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem 
prejuízo da remuneração. Podendo ser prorrogado por mais 60 dias. 
O direito à licença pode ser exercido pela servidora a 
partir do primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação 
por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença 
terá início a partir do parto. 
Adotante: (a) 90 dias se a criança tiver até 1 ano de 
idade; ou (b) 30 dias se a criança tiver mais de 1 ano de idade, que 
também poderá ser prorrogado, conforme o seguinte: 
Art. 1o Fica instituído, no âmbito da Administração Pública 
federal direta, autárquica e fundacional, o Programa de 
Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante. 
Art. 2o Serão beneficiadas pelo Programa de Prorrogação da 
Licença à Gestante e à Adotante as servidoras públicas 
federais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades 
integrantes da Administração Pública federal direta, 
autárquica e fundacional. 
§ 1o A prorrogação será garantida à servidora pública que 
requeira o benefício até o final do primeiro mês após o parto 
e terá duração de sessenta dias. 
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§ 2o A prorrogação a que se refere o § 1o iniciar-se-á no dia 
subseqüente ao término da vigência da licença prevista no 
art. 207 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do 
benefício de que trata o art. 71 da Lei no 8.213, de 24 de 
julho de 1991. 
§ 3o O benefício a que fazem jus as servidoras públicas 
mencionadas no caput será igualmente garantido a quem 
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de 
criança, na seguinte proporção: 
I - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que 
trata o art. 71-A da Lei nº 8.213, de 1991: 
a) sessenta dias, no caso de criança de até um ano de idade; 
b) trinta dias, no caso de criança de mais de um e menos de 
quatro anos de idade; e 
c) quinze dias, no caso de criança de quatro a oito anos de 
idade. 
II - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que 
trata o art. 210 da Lei nº 8.112, de 1990: 
a) quarenta e cinco dias, no caso de criança de até um ano 
de idade; e 
b) quinze dias, no caso de criança com mais de um ano de 
idade. 
§ 4o Para os fins do disposto no § 3o, inciso II, alínea “b”, 
considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade 
incompletos, nos termos do art. 2o da Lei no 8.069, de 13 de 
julho de 1990. 
Paternidade: Pelo nascimento ou adoção de filhos, o 
servidor terá direito à licença-paternidade, remunerada, de 5 dias 
consecutivos. 
Os períodos de gozo das licenças descritas nesse tópico 
consideram-se como de efetivo exercício para efeito de contagem do 
tempo de serviço (art. 102, VIII, “a”). 
j) Licença por Acidente em Serviço 
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Se do acidente em serviço resultar invalidez 
permanente do servidor, será ele aposentado com proventos 
integrais, não importa quanto tempo tenha de serviço. 
Se, ao término de 24 meses, o servidor for considerado 
inapto para o serviço, será aposentado por invalidez permanente com 
proventos integrais. 
A prova do acidente deve ser feita no prazo de 10 dias, 
prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. 
Afastamentos e concessões 
Afastamentos: (1) Afastamento para Servir a Outro 
Órgão ou Entidade (art. 93); (2) Afastamento para Exercício de 
Mandato Eletivo (art. 94); Afastamento para Estudo ou Missão no 
Exterior (art. 95) 
Concessões: 
Conforme o art. 97 da Lei nº 8.112/90, sem qualquer 
prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço, por 1 (um) dia, 
para doação de sangue; por 2 (dois) dias, para se alistar como 
eleitor; por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: 
a) casamento; 
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou 
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e 
irmãos. 
Deveres e Responsabilidades do Servidor 
Os deveres estão previstos no art. 116 do RJU, que 
estabelece o seguinte: 
Art. 116. São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
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II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando 
manifestamente ilegais; 
V - atender compresteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, 
ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito 
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as 
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do 
patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade 
administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso 
de poder. 
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso 
XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada 
pela autoridade superior àquela contra a qual é 
formulada, assegurando-se ao representando ampla 
defesa. 
Proibições 
Além dos deveres, a Lei nº 8.112/90 estabelece um rol 
de proibições, que conforme art. 117, são os seguintes: 
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia 
autorização do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, 
qualquer documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
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IV - opor resistência injustificada ao andamento de 
documento e processo ou execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no 
recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de 
sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se 
a associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função 
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o 
segundo grau civil; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de 
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 
X - participar de gerência ou administração de sociedade 
privada, personificada ou não personificada, exercer o 
comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou 
comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a 
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios 
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo 
grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de 
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado 
estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares; 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao 
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e 
transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis 
com o exercício do cargo ou função e com o horário de 
trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando 
solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
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Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput 
deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela 
Lei nº 11.784, de 2008 
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de 
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou 
indiretamente, participação no capital social ou em sociedade 
cooperativa constituída para prestar serviços a seus 
membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, 
na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre 
conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 
Penalidades 
Ao servidor público poderá ser aplicada as seguintes 
penalidades: 
 Advertência; 
 Suspensão; 
 Demissão; 
 Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
 Destituição de cargo em comissão; 
 Destituição de função comissionada. 
A demissão será aplicada no caso de faltas graves, ou 
seja, de acordo com o art. 132 da Lei nº 8.112/90, nos casos de: 
 Crime contra a administração pública, ficando o servidor 
impedido de retornar ao serviço público federal, 
 Abandono de cargo, definido como a ausência intencional do 
servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos, 
inassiduidade habitual, definida como a falta ao serviço, sem 
causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante 
o período de doze meses; 
 Improbidade administrativa, ficando o servidor impedido de 
retornar ao serviço público federal; 
 Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
 Insubordinação grave em serviço; 
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 Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em 
legítima defesa própria ou de outrem; 
 Aplicação irregular de dinheiros públicos, ficando o servidor 
impedido de retornar ao serviço público federal; 
 Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
 Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, 
ficando o servidor impedido de retornar ao serviço 
público federal; 
 Corrupção, ficando o servidor impedido de retornar ao 
serviço público federal; 
 Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, se 
comprovada má-fé do servidor. A opção do servidor por um dos 
cargos até o último dia de prazo para defesa, no processo 
administrativo disciplinar sumário instaurado para apuração 
dessa irregularidade, configurará sua boa-fé e o servidor será 
simplesmente exonerado do outro cargo; 
 Transgressão das proibições enumeradas anteriormente (incisos 
IX ao XVI do art. 117). 
Prescrição 
A prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data 
em que o fato se tornou conhecido, em: 
a) 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com 
demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
b) 2 (dois) anos, quanto à suspensão; 
c) 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-
se às infrações disciplinares capituladas também como crime. 
A abertura de sindicância ou a instauração de processo 
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por 
autoridade competente. 
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Responsabilidades 
Conforme dispõe o art. 121 do RJU, o servidor 
responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de 
suas atribuições. 
Com efeito, a responsabilidade civil decorre de ato 
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao 
erário ou a terceiros. 
A obrigação de reparar o dano estende-se aos 
sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da 
herança recebida. 
A responsabilidade penal abrange os crimes e 
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. 
A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato 
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. 
Vige a independência de instâncias, ou seja, as sanções 
civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo 
independentes entre si. Todavia, a responsabilidade administrativa 
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a 
existência do fatoou sua autoria. 
Da sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar 
A autoridade que tiver ciência de qualquer 
irregularidade estará obrigada a promover a imediata apuração 
mediante sindicância, quando se tratar de ilícitos menos grave, ou por 
meio de processo administrativo disciplinar, ante a gravidade dos 
fatos, sob pena de condescendência criminosa. 
Cabe ressaltar que há duas espécies de sindicância, a 
sindicância investigatória que é aquela utilizada para simples 
apuração dos fatos (materialidade e autoria) e a sindicância 
punitiva, sendo aquela utilizada para punições de menor expressão 
(advertência e suspensão até 30 dias). 
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Essa é a dicção do artigo 145 da Lei nº 8.112/90 ao 
estabelecer que da sindicância poderá resultar em: 
a) arquivamento do processo; 
b) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de 
até 30 (trinta) dias; 
c) instauração de processo disciplinar. 
Significa dizer que não constatada qualquer 
irregularidade (atipicidade da conduta – ausência de materialidade), 
bem como não sendo apurada a autoria, a sindicância deverá ser 
arquivada. 
De outro lado, se já se souber da autoria e da 
materialidade do fato, determina-se a abertura de sindicância 
punitiva, desde que a penalidade seja a advertência ou suspensão. 
Por fim, tendo em vista a gravidade dos fatos ou a 
punição em tese a ser aplicada, poderá resultar na abertura de 
processo administrativo disciplinar. 
Observe que o processo administrativo disciplinar será 
obrigatório, nos termos do art. 146 do RJU, sempre que o ilícito 
praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de 
suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em 
comissão. 
Vê-se, portanto, que não seria a sindicância uma fase 
do processo administrativo, ela poderia ensejar sua abertura, tendo 
como prazo para conclusão 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado 
por igual período, conforme dispõe o art. 145, parágrafo único, do 
RJU: 
Art. 145. 
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não 
excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual 
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período, a critério da autoridade superior. 
O processo administrativo, por outro lado, como 
asseverado, é instrumento utilizado para eventual sanção por faltas 
mais graves. Nesse sentido, esclarece o artigo 151 do RJU que o 
processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: 
I – instauração 
II - inquérito administrativo 
III - julgamento. 
Nesse sentido, teremos as fases de instauração, 
mediante publicação do ato que constituir a comissão, inquérito 
administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório, e, 
por fim, a fase de julgamento. 
A instauração por ser promovida de ofício pela 
Administração ou por força de denúncia, que deverá ser formulada 
por escrito, devendo conter a identificação e o endereço do 
denunciante, devendo ser confirmada a autenticidade. 
Se o fato descrito na denúncia não configurar evidente 
infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por 
falta de objeto. 
Instauração dá-se pela publicação da portaria de 
designação da comissão encarregada de proceder aos trabalhos de 
investigação e apresentar um relatório final conclusivo sobre a 
procedência ou não das acusações levantadas. 
A comissão disciplinar será composta de três servidores 
estáveis designados pela autoridade competente, que terá o prazo de 
60 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a 
comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, a critério da 
autoridade instauradora, quando as circunstâncias o exigirem, para 
concluir os trabalhos. 
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No inquérito se procederá à tomada de depoimentos, 
acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta 
de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de 
modo a permitir a completa elucidação dos fatos. 
Nessa fase, é assegurado ao servidor acusado o direito 
de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de 
procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e 
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. 
Será promovida a oitiva das testemunhas, que serão 
intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da 
comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser 
anexado aos autos. 
As testemunhas serão inquiridas separadamente e 
prestarão depoimento oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito 
à testemunha trazê-lo por escrito. 
Assim, concluída a inquirição das testemunhas, a 
comissão promoverá o interrogatório do acusado. 
Após tudo isso, e tipificada a infração disciplinar, será 
formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a 
ele imputados e das respectivas provas, para então ser citado por 
mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar 
defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista 
do processo na repartição. 
É importante destacar que se houver mais de um 
indiciado o prazo será comum, de 20 (vinte) dias, contado da data de 
ciência do último citado. No caso de citação feita por edital, o prazo 
para a defesa será de 15 (quinze) dias, contados da data da última 
publicação do edital. 
O prazo para defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, 
pelo presidente da comissão, caso sejam indispensáveis diligências 
para a realização do ato. 
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Pode ocorrer, no entanto, do indiciado não apresentar 
defesa, o que se denomina revelia. Todavia, não surge nenhuma 
presunção legal contra o servidor, ou seja, não equivale à confissão 
(verdade material). 
Assim, conforme art. 164, §2º da Lei nº 8.112/90, o 
indiciado que citada não promover sua defesa será considerado revel 
e, diante disso, será nomeado defensor dativo, que deverá ser 
ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de 
escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
Nesse sentido, O Superior Tribunal de Justiça havia 
editado a súmula 343 que determinava a presença de advogado nos 
processos administrativos disciplinares em que o réu fosse revel, 
considerando trata-se de curadoria de revel. 
Por isso, tal incumbência recairia sobre os Defensores 
Públicos que, nos termos da Lei Complementar nº 80/94, têm a 
incumbência de realizar a curadoria especial nos termos da lei, tal 
como a de revel em processo disciplinar, segundo entendimento do 
STJ. No entanto, a súmula do STJ foi cancelada. 
É que o Supremo Tribunal Federal em posição contrária 
ao do STJ entendeu que não é necessária a presença de advogado 
para patrocinar a defesa de servidor em processo administrativo, 
consoante Súmula Vinculante nº 05: 
Súmula Vinculante nº 5 - A falta de defesa técnica por 
advogado no processo administrativo disciplinar não 
ofende a Constituição. 
Bem, após apresentada a defesa, a Comissão irá 
elaborar o relatório, que é o último ato da Comissão. Este deverá 
sempre ser conclusivo, pela absolvição ou pela punição. 
Caso o relatório conclua pela responsabilidade do 
servidor, deverão ser indicados os dispositivos legais ou 
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regulamentares transgredidos, bem como as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes. 
Concluído o relatório, o processo é remetido para aautoridade competente realizar o julgamento, fase final do processo 
administrativo disciplinar, sendo a autoridade competente definida 
conforme a sanção a ser aplicada. 
Assim, nas hipóteses de demissão e cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, a penalidade, conforme o Poder, 
órgão, ou entidade a que se vincula ou servidor, deverá ser aplicada 
pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder 
Legislativo, dos Tribunais e pelo Procurador-Geral da República e os 
respectivos congêneres em cada esfera. 
Na hipótese de suspensão superior a 30 dias, a 
penalidade deverá ser aplicada pelas autoridades administrativas de 
hierarquia imediatamente inferior às descritas acima. 
Por fim, no caso de penalidades de advertência e 
suspensão de até 30 dias são aplicadas pelo chefe da repartição e 
outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou 
regulamentos. 
A destituição de cargo em comissão será aplicada pela 
autoridade que houver feito a nomeação. 
A autoridade terá prazo de 20 (vinte) dias, contados do 
recebimento do processo, para julgamento. Todavia, o 
descumprimento não acarreta nulidade. A sua não observância 
acarreta somente a volta do curso do prazo prescricional. 
É de se observar que o relatório deverá ser acatado, 
salvo se sua conclusão for contrária à prova dos autos. Neste caso, a 
autoridade julgadora, motivadamente, poderá agravar ou abrandar a 
penalidade proposta ou isentar o servidor de penalidade, 
devidamente motivado. 
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Da revisão 
A revisão do processo disciplinar é instrumento 
destinado a realizar uma reapreciação do julgado. 
Nesse sentido, estabelece o art. 174 do RJU que o 
processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido 
ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias 
suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da 
penalidade aplicada. 
Vê-se, portanto, que a revisão poderá ser proposta a 
qualquer momento, inclusive, poderá ser realizado de ofício. 
Todavia, em caso de falecimento, ausência ou 
desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá 
requerer a revisão do processo. 
É preciso enfatizar que o ônus da prova cabe ao 
requerente no pedido de revisão e desse pedido não poderá resultar 
agravamento de penalidade. 
Dito isso, vamos às questões. 
QUESTÕES COMENTADAS 
1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as 
pessoas que servem ao poder público, de forma transitória ou 
definitiva, remuneradas ou não, são consideradas servidores 
públicos. 
Comentário: 
Em sentido amplo, servidor público ou agente público é 
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades integrantes da Administração 
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Pública ou que prestem serviços públicos. 
Contudo, em sentido estrito, servidor público é o 
ocupante de cargo público efetivo ou comissionado. 
Gabarito: Errado. 
2. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) As 
pessoas que, nos termos da CF, são contratadas para atender 
a necessidade temporária de excepcional interesse público, 
por se constituírem em categoria especial de agentes públicos, 
não podem ser consideradas servidores públicos em sentido 
amplo. 
Comentário: 
De fato, conforme observado, os servidores ou agentes 
temporários são considerados agentes administrativos, ou seja, 
servidores públicos em sentido amplo (lato sensu). 
Gabarito: Errado. 
3. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – 
CESPE/2010) As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista são entidades integrantes da administração 
indireta, portanto, aos seus funcionários aplica-se o regime 
jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias 
e das fundações públicas federais. 
Comentário: 
A CF/88, em seu artigo 39, estabeleceu a 
obrigatoriedade da Administração Pública Direta, autárquica e 
fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, 
conforme assim expresso: 
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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de 
carreira para os servidores da administração pública 
direta, das autarquias e das fundações públicas. 
Diante disso, como observado, no âmbito federal, foi 
editada a Lei nº 8.112/90, que criou o regime jurídico dos servidores 
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas 
federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU), que, 
consoante dispõe o art. 1º: 
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos 
Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, 
inclusive as em regime especial, e das fundações 
públicas federais. 
Portanto, tal regime não se aplica às empresas públicas 
e as sociedades de economia mista na medida em que o regime de 
seus empregados é o contratual (celetista). 
Gabarito: Errado. 
4. (ANALISTA – ECT – CESPE/2011) Os ocupantes de cargo 
público ou de emprego público têm vínculo estatutário e 
institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no 
caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. 
Comentário: 
Apenas os ocupantes de cargo público é que têm 
vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional 
próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. 
Gabarito: Errado. 
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5. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) Os 
servidores civis das fundações públicas federais são regidos 
pelo regime jurídico único. 
Comentário: 
Poderemos ter nas fundações públicas pessoal regido 
por regime estatutário (fundações de direito público) quanto pelo 
regime celetista (fundações públicas de direito privado). 
Por isso, a questão não teria resposta na medida em as 
fundações públicas poderão ter ou não servidores, conforme seu 
regime jurídico de criação. 
Lembre-se, ademais, que mesmo as fundações públicas 
(autarquias) havia a possibilidade de contratar sob o regime celetista 
com o advento da EC 19/98, que vigorou até a medida cautelar na 
ADI 2135. 
Dessa forma, os servidores que ingressaram a partir do 
julgamento da ADI(MC) 2135, sabemos, com certeza, que se 
submetem ao regime jurídico único. Todavia, aqueles que 
ingressaram entre a EC 19/98 e a ADI podem ser celetistas ou 
estatutários, de modo que a questão teria dupla resposta, por isso foi 
anulada. 
Gabarito: ** Anulada 
6. (TECNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Acerca da Lei 
nº 8.112/90. A referida lei estabeleceu, para algumas 
carreiras específicas, denominadas carreiras de Estado, o 
direito à vitaliciedade e à inamovibilidade. 
Comentário: 
A Constituição Federal estabeleceu para algumas 
carreiras que exerçam função de Estado, ou seja, que exerça parcela 
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do poder estatal as garantias de inamovibilidade e vitaliciedade. 
Dentre tais carreiras estão à magistratura (juízes) e 
membros do Ministério Público (promotores, procuradores da 
república) que gozam da vitaliciedade e da inamovibilidade (art. 
95, inc. I e II c/c art. 128, inc. I, “a” e “b”, ambos da CF/88). 
Também aos Defensores Públicos foi conferida a 
garantia da inamovibilidade, conforme estabelece o art. 134, §1º, 
CF/88. 
Portanto, não foi o regime jurídico dos servidores civisda União (Lei nº 8.112/90) que estabeleceu referidas prerrogativas, 
devendo ser observado, inclusive, que referido regime somente se 
aplica supletivamente a tais carreiras. 
Gabarito: Errado. 
7. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) As 
funções de confiança podem ser exercidas tanto por 
servidores efetivos quanto por aqueles que, mesmo não 
detendo vínculo permanente com a administração, trabalham 
no serviço público e percebem vantagem pecuniária extra, 
paga em virtude do tipo especial de atribuição que 
desempenham. 
Comentário: 
As funções de confiança somente podem ser exercidas 
por servidores de carreira, ou seja, servidores públicos ocupantes de 
cargo efetivo, consoante estabelece o art. 37, inc. V, da CF/88, assim 
expresso: 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em 
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira 
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
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destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento 
Gabarito: Errado. 
8. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Cargo 
público é o lugar dentro da organização funcional da 
administração direta, de suas autarquias, empresas públicas, 
sociedades de economia mista e fundações públicas que, 
ocupado por servidor público, tem funções e remuneração 
fixadas em lei ou diploma a ela equivalente. 
Comentário: 
Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112/90, cargo público 
é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura 
organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
De outro lado, conforme a própria Lei nº 8.112/90, art. 
2º, estabelece, servidor é pessoa legalmente investida em cargo 
público. 
Assim, somente haverá cargos públicos no âmbito da 
Administração direta, autárquica e fundacional (fundações públicas de 
direito público). Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas 
fundações públicas de direito privado e nas estatais não teremos 
cargos públicos, teremos empregados públicos. 
Gabarito: Errado. 
9. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Os 
ocupantes de empregos públicos são designados empregados 
públicos, contratados sob o regime da legislação trabalhista, 
ainda que submetidos a todas as normas constitucionais 
referentes a requisitos para investidura, acumulação de 
cargos e vencimentos. 
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Comentário: 
De fato, os empregados públicos são os ocupantes de 
empregos públicos, na medida em que são contratados sob o regime 
da legislação trabalhista, ainda que submetidos a todas as normas 
constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulação 
de cargos e vencimentos. 
Assim, em que pese o empregado estar submetido a 
uma relação contratual, há requisitos estabelecidos 
constitucionalmente aplicáveis a cargos, empregos ou funções, tal 
como acumulação, acessibilidade e investidura e vencimentos. 
Gabarito: Certo. 
10. (ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO – MS – 
CESPE/2010) O ocupante de cargo em comissão ou função de 
confiança submete-se ao regime de integral dedicação ao 
serviço e pode ser convocado sempre que houver interesse da 
administração 
Comentário: 
O servidor ocupante de cargo em comissão ou função 
de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, 
podendo ser convocado sempre que houver interesse da 
Administração, conforme estabelece a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 
19, §1º, in verbis: 
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada 
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, 
respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 
quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de 
seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação 
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) 
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de 
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confiança submete-se a regime de integral dedicação 
ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser 
convocado sempre que houver interesse da Administração. 
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
Percebam que há uma diferença entre dedicação 
integral e dedicação exclusiva. 
Regime de dedicação integral quer dizer dedicação 
plena ao serviço, exigindo-se dedicação por inteiro ao cargo, ou seja, 
o servidor fica à disposição da Administração. No entanto, é possível 
que acumule o cargo efetivo e o comissionado, conforme estabelece o 
art. 120 do RJU, quando houver compatibilidade de horário e local e 
declarado pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades 
envolvidas. 
De outro lado, dedicação exclusiva diz respeito à 
vedação de exercício de quaisquer outras atividades, públicas ou 
privadas, independentemente se dentro ou fora do horário de 
trabalho. 
Gabarito: Certo. 
11. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MPU – CESPE/2010) Os 
servidores temporários, ao serem contratados por tempo 
determinado para atender à necessidade temporária de 
excepcional interesse público, exercem função pública e, 
portanto, passam a estar vinculados a emprego público. 
Comentário: 
Como ressaltado, os servidores temporários são 
agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse 
público, para exercer função por tempo determinado, conforme art. 
37, inc. IX, CF/88, mantendo vínculo contratual, por prazo 
determinado, com a Administração Pública. 
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Todavia, tais agentes não ocupam emprego público. 
Trata-se do exercício de uma função pública. 
Gabarito: Errado. 
12. (TODOS OS CARGOS – SUPERIOR – ANEEL – 
CESPE/2010) No que se refere aos vocábulos cargo, emprego 
e função pública, é correto afirmar que o servidor contratado 
por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público exerce função 
pública. 
Comentário: 
De fato, o servidor temporário, muito embora 
mantenha vínculo contratual com a Administração, exerce função 
pública por prazo determinado. 
Gabarito: Certo. 
13. (TECNICO JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TJ/CE – 
CESPE/2008) Das vagas de qualquer concurso público, 20% 
delas devem sempre ser asseguradas aos portadores de 
necessidades especiais. 
Comentário: 
A Constituição Federal estabeleceu a necessidade de 
reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, tendo, 
neste aspecto, remetido à Lei para fixar o percentual a ser observado 
nos certames. 
Desse modo, a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 5º, §3º, 
em cumprimento ao mandamento constitucional, estabelece que ATÉ 
20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos 
será reservada aos portadores de necessidades especiais. 
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Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer fração, 
na fixação do percentual, deverá ser arredondado o número de vagas 
para o próximo inteiro. 
Por exemplo, um concurso estabelece 19 vagas e 10% 
destinadas aos portadores de necessidades especiais, assim, teríamos 
1,9 (um inteiro e nove décimos), ou seja, apenas uma vaga? Não, 
teríamos duas vagas destinadas a PNE, eis que se arredonda sempre 
para o próximo número inteiro. 
Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto 
3.298/99, em seu artigo 37, estabeleceu que serão destinados no 
mínimo 5% (cinco por cento) das vagas para os candidatos 
portadores de necessidades especais, conforme o seguinte: 
Art. 37. Fica assegurado à pessoa