Buscar

Apostila Drogas 2018

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacodependência
Abuso de drogas
Prof. Dr. Luiz Carlos da Cunha
lccunha@ufg.br
lucacunha@gmail.com
Faculdade de Farmácia da UFG
Farmacodependência
Abuso de drogas
 O que são drogas?
 Abuso de drogas ou drogas de abuso?
 O que é abuso?
 O que é dependência?
 Qualquer usuário de substância psicoativa é 
dependente?
 Qual a diferença entre SPA e substância psicotrópica?
 A dependência só existe para SPA?
 Por que existe abuso de SPA?
 Drogas (OMS, 1981)
"qualquer entidade química ou mistura de entidades (mas
outras que não aquelas necessárias para a manutenção da
saúde como, por exemplo, água e oxigênio) que alteram a
função biológica e possivelmente a sua estrutura".
 Drogas Psicoativas
"são aquelas que alteram comportamento, humor e
cognição". agem preferencialmente nos neurônios, afetando o
SNC.
 Drogas Psicotrópicas
"agem no SNC produzindo alterações de comportamento,
humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora
sendo, portanto, passíveis de autoadministração“
 Drogas de Abuso
"qualquer substância (tomada através de qualquer forma de
administração) que altera o humor, o nível de percepção ou o
funcionamento do SNC (desde medicamentos até álcool e
solventes)".
Farmacodependência 
Alguns conceitos básicos
 Tolerância (sensitização e 
taquifilaxia)
 Dependência (síndrome de 
dependência)
 Overdose (sobredosagem)
 Potencial de dependência 
da substância
 Síndrome de abstinência
 Fissura (craving)
 Dependência cruzada
 Flashback
1. Efeito antabuse
2. Toxicomania
3. Reinstalação
4. Binge
5. Rush / buzz (associação nitrato amila)
6. Crash (letargia/depressão após longo uso de 
droga – anfetaminas).
7. Doping
8. Escalada Drogas de Abuso
 Tolerância
 Sensibilização 
 Dependência física 
 Dependência psíquica
DSM V
Diagnostic and Statistical Manual
of Mental Disorders (APA)
CID 10
Classificação Internacional de Doenças 
(OMS)
Tolerância
Resposta farmacológica 
diminuída. 
 Necessidade de quantidades muito maiores da substância para
que haja intoxicação ou o efeito desejado. Ou ainda: redução de
efeito com a manutenção da dose.
Tolerância inata
variações individuais na sensibilidade 
à droga que estão presentes desde 
sua primeira administração
polimorfismo 
genético
Tolerância Adquirida
 Farmacocinética
Indução enzimática.
 Farmacodinâmica
Alterações na interação droga–receptor
 Aprendida (comportamental)
Obs.: Sensibilização ou tolerância reversa.
Dependência
características 
da dependênciatolerância abstinência
Abandono da vida social
Condição em que o indivíduo experimenta um profundo desejo 
(obsessão/compulsão)de continuar a tomar a droga cujos efeitos 
ele sente serem necessários para manter o bem-estar ou impedir um 
desconforto físico. 
Desejo emocional ou mental de tomar 
a droga para sentir o bem-estar 
Dependência 
psíquica 
Dependência 
física
distúrbios físicos
interrupção abrupta da administração 
ou administração um antagonista da 
droga (síndrome de abstinência) 

Dependência Física: mecanismos
 necessidade da droga para manter o funcionamento “normal”.
 fenômeno associado à tolerância e que costuma resultar de
mecanismos semelhantes aos que provocam tolerância
farmacodinâmica.
ausência da droga adaptações que 
levam a tolerância 
número ou 
sensibilidade 
dos 
receptores
Exemplo: ingestão aguda de álcool potencializa ação GABAérgica
interrupção 
súbita do 
uso de álcool
diminuição da inibição 
GABAérgica
estado de hiperatividade do SNC 
(síndrome de abstinência)
Dependência psicológica
Olds & Milner (1951)
Regiões neuroanatômicas da 
recompensa e reforço 
positivo... Onde estão?!?!
Eletrodos em 
várias regiões 
encefálicas
Tarefa: pressionar 
alavanca 
pulso breve de 
estimulação encefálica 
não-destrutiva
Olds J, Milner P. "Positive reinforcement produced by electrical
stimulation of septal area and other regions of rat brain." Journal of
Comparative and Physiological Psychology. 1954 Dec; 47(6):419-27.
Milner P. "Brain Stimulation Reward: A Review." Canadian Journal of
Psychology Outstanding contributions Series. 1991; 45(1):1-36.
Dependência psicológica
subgrupo de 
neurônios 
dopaminérgicos 
fundamentais para 
a via de 
recompensa 
encefálica
As drogas que podem causar dependência psicológica induzem a maior 
dependência quando administradas diretamente à VTA (área tegumental
ventral, rica em DA, GABA e glutamato), ao nucleus accumbens
Dependência psicológica
probabilidade de recaída 
 estresse 
 contexto em que a droga foi 
usada antes
Interação entre o circuito de recompensa e de memória encefálico, 
que, em circunstâncias normais, atribui valor emocional a determinadas 
memórias. “Fissura”, mesmo muito tempo após a retirada da droga...
Dependência psicológica
Alostase
Adaptação encefálica 
(neuroadaptação), prolongada, 
à presença crônica de uma 
droga, que cria uma 
homeostase alterada 
dependente da presença 
contínua da droga
níveis alterados dos 
neurotransmissores
Abstinência 
 disforia
 distúrbios do sono 
 aumento do estresse (semanas a meses após a desintoxicação)
 aumenta chance de recaída

Farmacodependência
Classificação: Origem
 Naturais – utilizadas in natura ou através de algumas
transformações de vegetais, fungos ou animais, como secagem,
trituração, confecção de cigarro, extração do princípio ativo
(e.g.: maconha, tabaco, cocaína, cafeína, ópio, morfina, codeína,
álcool, datura, beladona, mescal, noz-moscada, peiote,
cogumelos, ahyuasca – Santo Daime, LSD-25, anabolizantes).
 Semi-sintéticas – uma vez extraídas e purificadas, sofrem
alterações químicas propositais (e.g. heroína –diacetilmorfina;
 Sintéticas (design drugs) – fabricadas em laboratório: ecstasy
(metilenodioximetanfetamina, MDMA), anfetamina e
derivados, barbitúricos, benzodiazepínicos, anorexígenos,
opióides, anticolinérgicos, meperidina, metadona, clorofórmio,
éter, protóxido de azoto, nitrito de amilo, anabolizantes. Novas
substâncias psicoativas.

Farmacodependência
Classificação: Estado físico
 Sólido (e.g.: pós de cocaína, crack, heroína; comprimidos e
cápsulas de anfetamina, ecstasy, medicamentos psicotrópicos;
cigarros de tabaco e maconha).
 Líquido (e.g.: bebidas alcoólicas – vinho, cerveja, cachaça,
uísque, conhaque).
 Pastoso (e.g.: merla).
 Volátil (e.g.: solventes orgânicos - clorofórmio, éter, protóxido
de azoto, nitrito de amilo, tolueno, “cheirinho da loló”,
gasolina, querosene).
 Gasoso/vapor (e.g.: fumaça de tabaco, maconha, gases
anestésicos).

Farmacodependência
Classificação
Enquadramento legal
Lícitas: permitidas por meio de regulamentação e restrições previstas em Lei (e.g.:
Legislação Farmacêutica, Código Brasileiro de Trânsito, Estatutos e Regimentos
do Comitê Olímpico Internacional), tais como o tabaco, o café, as bebidas
alcoólicas, os medicamentos, os solventes orgânicos, os anabolizantes.
Ilícitas: proibidas por meio de legislação específica (e.g., Lei Antidrogas no Brasil),
tais como a cocaína e derivados, a maconha e outros alucinógenos (LSD,
mescalina, peiote), a heroína e outros opióides relacionados, a anfetamina e
derivados, dentre outras.
Portaria 344/1998, anexos (lista E e F) e atualizações.
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006. Institui o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
Classe Exemplos
I
(elevado potencial de abusoelevado, sem utilidade 
terapêutica)
Heroína, alucinógenos (LSD, peyote), maconha, metaqualona (Quaalude), MDMA (3,4-
metilenodioximethamphetamina).
II
(elevado potencial de abuso 
elevado, elevado risco de 
dependência)
Narcóticos: ópio ou morfina, codeína, opióides sintéticos (meperidina – Demerol;
dextrometorfano, dextropropoxifeno, oxicodona, fentanil, metadona). Hipnóticos e
sedativos (secobarbital, amobarbital, glutetimida pentobarbital). Estimulantes:
anfetaminas, metanfetamina, metilfenidato (Ritalin) e fenetrazina (Preludin); PCP.
III
(moderado potencial de abuso 
elevado, moderado risco de 
dependência)
Narcóticos: produtos combinados contendo < 15 mg de hidrocodona por unidade de
dosagem (Vicodin), produtos contendo não mais de 90 mg de codeína por unidade de
dosagem (Tylenol com Codeína), aspirina com codeína, elixir paregórico,
buprenorfina (Suboxone). Não-narcóticos: benzfetamina (Didrex), fendimetrazina,
metiprilon, cetamina e esteróides anabolizantes.
IV
(menor potencial de abuso que o 
III)
Hidrato de cloral (Noctec), etclorovinol (Placidyl), flurazepam (Dalmane), alprazolam
(Xanax), pentazocina (Talwin), clordiazepóxido (Librium), propoxifeno (Darvon),
dietilpropiona (Tenuate), carisoprodol (Soma), clonazepam (Klonopin), clorazepato
(Tranxene), diazepam (Valium), lorazepam (Ativan), midazolam (Versed), temazepam
(Restoril) e triazolam (Halcion).
V
(baixo abuso, elevada utilidade)
Preparações contendo quantidadades limitadas de certos narcóticos. Ex.: misturas
de narcóticos e atropina (Lomotil); misturas de codeína (200 mg), ezogabina.
Farmacodependência
Classificação: Potencial de abuso
Quanto ao potencial de abuso e à utilidade (DEA, Drug Enforcement Agency, USA; 1970)
http://medshadow.org/resource/drug-classifications-schedule-ii-iii-iv-v/
Farmacodependência
Classificação
Farmacológica usual 
(SENAD)
Lewin, 1928 Exemplos
Estimulantes Excitantia Cafeína (café, guaraná, chá,
refrigerantes, chocolates),
anfetaminas, cocaína,
antidepressivos, anorexígenos
(inibidores do apetite), nicotina.
Depressores Euphorica
Inebriantia
Hypnotica
Opiáceos e opióides
Substâncias voláteis ou solventes
orgânicos
Fármacos barbitúricos e
benzodiazepínicos
Alucinógenos
(perturbadores)
Phantastica Maconha (Cannabis)*, haxixe, LSD-25, 
peiote, cogumelos, ayahuasca, datura, 
beladona.
* Ilusiogênica.
A droga estimulante mais usada é a cocaína e seus 
derivados, como cloridrato, crack, merla, pasta.
Drogas Psicotrópicas: Classificação
Drogas 
Estimulantes 
atividade do SNC 
(estado de vigília)
Consequências
 Diminuição do sono 
 Nervosismo
 Atividade motora
 Alucinações e delírios (doses elevadas) 
Cocaína, anfetaminas, nicotina, xantinas,
IMAO, tricíclicos, ISRS, monoaminas.

 Algumas dessas substâncias são úteis como medicamentos em casos
nos quais o SNC está funcionando "muito acima do normal“.
epilepsias, insônias, excesso de ansiedade
Drogas Psicotrópicas: Classificação
Drogas 
Depressoras 
atividade do SNC 
(funcionamento mais lento)
Consequências
 Sonolência
 Lentificação psicomotora. 
As drogas depressoras mais consumidas
Álcool, benzodiazepínicos ansiolíticos, hipnóticos, 
inalantes, opióides, antipsicóticos
Drogas Psicotrópicas: Classificação
Drogas 
perturbadoras 
ou alucinógenas
produzem uma mudança
qualitativa no funcionamento 
do SNC
Consequências
 alterações mentais: 
delírios, ilusões e alucinações.
psicoticomiméticas
drogas perturbadoras mais usadas
 Naturais: maconha, mescalina, psilocibina.
 Sintéticos: LSD, MDMA, fenciclidina, quetamina, anticolinérgicos.
Farmacodependência
Classificação: Atividade farmacológica
Drug Class Primary Effects/Approved Medicinal Uses Examples
Opiates/Opioids/NarcoticAnalgesics analgesia, cough suppression, antidiarrhea, 
suppression of opiate withdrawal, sedation; 
currently used therapeutically for the first 
four effects
opium, morphine, codeine, heroin (diacetyl
morphine), fentanyl, methadone, 
meperidine, L-alpha-acetylmethadol
(LAAM)
Narcotic/Opiate Antagonists block the effects of narcotics; used to treat opiate 
overdose
naloxone, naltrexone
Psychomotor Stimulants stimulate psychological and sensory-motor 
functioning; used therapeutically to treat 
ADHD and narcolepsy, sometimes as an 
appetite suppressant, occasionally 
antifatigue, formerly for asthma and for 
sinsus decongestion
amphetamine, methamphetamine, cocaine, 
methylphenidate
Other Stimulants similar to psychomotor stimulants but with much 
less efficacy; various therapeutic effects 
including caffeine compounded with aspirin 
in some OTC pain relievers, ephedrine in 
OTC asthma medicines, pseudoephedrine in 
OTC sinus decongestants and OTC appetite 
suppressants
caffeine, nicotine, ephedrine, pseudoephedrine
Barbiturates general decrease in CNS arousal/excitability 
level; used therapeutically for anesthetic, 
anticonvulsant, sedative, and hypnotic 
effects
thiopental, secobarbital, pentobarbital, 
phenobarbital
http://www.addictionscience.net/ASNclass.htm
Drug Class Primary Effects/Approved Medicinal Uses Examples
Minor Tranquilizers general decrease in CNS arousal/excitability level, but 
low dose are somewhat selective for anxiety and 
much less sedative than barbiturates; used 
therapeutically as anxiolytics, benzodiazepines also 
as anesthetics and anticonvulsants
includes two subclasses: benzodiazepines (e.g.,. 
diazepam, chlordiazepoxide, flunitrazepam 
[Rohypnol]) and muscle relaxants (e.g., 
meprobamate)
Major Tranquilizers 
(antipsychotics/neuroleptics)
general sedation at high doses, with selective 
antipsychotic activity at lower doses; used 
therapeutically to treat schizophrenia and other 
major psychotic disorders
haloperidol, pimozide, flupenthixol, 
chlorpromazine, spiroperidol, clozapine
Antidepressants no perceptible CNS effects in normals, but effectively 
alleviate depression in many depressives; used 
therapeutically to treat depression
includes three subclasses: monoamine oxidase 
inhibitors (e.g., pargyline), tricyclic 
antidepressants (e.g., amitriptyline, 
desmethylimipramine), and selective 
serotonin reuptake inhibitors (SSRIs: e.g., 
sertaline)
Antimaniac dampens extreme mood swings in some people; used to 
treat manic-depressive (bipolar) disorders
lithium
Alcohol general decrease in CNS arousal/excitability level; no 
current therapeutic uses, but formerly used as an 
anesthetic and a sedative
ethyl alcohol (other alcohols have similar actions 
but are associated with very toxic effects, 
e.g., methanol)
Volatile Anesthetics general decrease in CNS arousal/excitability level; used 
therapeutically for anesthesia
nitrous oxide, halothane, ether
http://www.addictionscience.net/ASNclass.htm
Farmacodependência
Classificação: Atividade farmacológica
Farmacodependência
Classificação: Atividade farmacológica
Drug Class Primary Effects/Approved Medicinal Uses Examples
Volatile Solvents produce feelings of intoxication, can produce 
hallucinations at high doses; no therapeutics uses 
(all can cause marked brain damage in moderately 
low concentrations
toluene, benzene, naphtha
Psychogenics produce altered states of consciousness; hallucinogenics 
produce hallucinations sometimes reported as 
"mystic" experiences; cannabinoids usually 
produce increased feelings of "well being" and 
"mellow" intoxication; the "pleasantness" of the 
states produced by both classes probably depends 
partially on expectancies; no approved therapeutic 
uses, but cannabinoids are being increasingly used 
for their antinausea, anxiolytic, and appetite-
stimulating effects inseverely ill patients (e.g., 
AIDS)
includes two subclasses: hallucinogenics (e.g., lysergic 
acid diethylaminde [LSD], mescaline, psilocybin) 
and cannabinoids (e.g., marijuana, hashish).
Stimulatory Hallucinogenics (cf. 
former psychotomimetics)
produce a mixture of psychomotor stimulant and 
hallucinogenic effects, depending on dose and other 
factors; no therapeutic uses, except phencyclidine 
as a veterinary anesthetic
MDMA (ecstasy), phencyclidine (PCP), ketamine (?)
Abbreviations: ADHD, attention deficit hyperactivity disorder; AIDS, acquired immune deficiency syndrome; CNS, central nervous system; OTC, over-the-
counter (nonprescription) medicines.
http://www.addictionscience.net/ASNclass.htm
Farmacodependência
Classificação: Usuário
 Uso experimental: as primeiras experimentações, geralmente
motivado por curiosidade e com incentivo de amigos;
 Uso recreativo: uso em circunstâncias sociais ou relaxantes, sem
implicação de outros problemas relacionados. Pode ser entendido
como uso em companhia de outras pessoas e de maneira
socialmente aceitável;
 Uso controlado: refere-se à manutenção de um uso regular, não
compulsivo e que não apresenta problemas para a vida do
indivíduo;
 Uso nocivo ou abuso: padrão de uso em que aumenta o risco de
conseqüências prejudiciais ao usuário, já apresentando danos
comportamentais ou físicos no indivíduo;
 Dependência: é um termo genérico e amplo que inclui uma
grande diversidade de fenômenos. Envolve problemas
comportamentais, médicos, familiares, sociais, legais, religiosos,
afetivos, dentre outros, decorrentes do uso compulsivo de drogas.
Classificação do uso de drogas segundo a OMS
Tipo de uso Definição
Uso na vida o uso de droga pelo menos uma vez na vida
Uso no ano o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos doze meses
Uso recente ou
no mês
o uso de droga pelo menos uma vez nos últimos 30 dias
Uso freqüente uso de droga seis ou mais vezes nos últimos 30 dias.
Uso de risco padrão de uso que implica alto risco de dano à saúde física
ou mental do usuário, mas que ainda não resultou em
doença orgânica ou psicológica
Uso prejudicial padrão de uso que já está causando dano à saúde física ou
mental.
Classificação do uso de drogas segundo a Organização 
Mundial de Saúde (OMS)
Tipo de 
usuário
Definição
Não-usuário nunca utilizou drogas
Usuário leve utilizou drogas no último mês, mas o
consumo foi menor que uma vez por
semana
Usuário
moderado
utilizou drogas semanalmente, mas não
todos os dias, durante o último mês
Usuário
pesado
utilizou drogas diariamente durante o
último mês.
Epidemiologia
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/06/26/ult5772u194.jhtm (UNODOC)
Epidemiologia
Epidemiologia
As drogas mais usadas no brasil em 2014, de acordo com a iniciativa The Global Drug Survey
https://jornalismoespecializadounesp.wordpress.com/2015/09/28/o-novo-mercado-das-drogas/
Modelo Espiral dos Estágios de Mudança
Prochaska e col. (1992)
Por que é tão difícil 
o tratamento da 
dependência?
Farmacodependência
Abuso de drogas
Problema atual ou ancestral?
É um problema individual ou um “problema
social”?
Existe solução?
Onde eu entro como profissional e como pessoa?
COCAÍNA
Prof. Dr. Luiz Carlos da Cunha
lccunha@ufg.br
Faculdade de Farmácia da UFG
36
Estimulantes do SNC
“Toda substância utilizada voluntariamente 
com a finalidade de obtenção de estados 
alterados de consciência, caracterizados por 
euforia decorrentes da estimulação do SNC.”
37
Estimulantes SNC
Anfetaminas
Metilxantinas
Nicotina
Cocaína
Droga abuso
Tratamento da obesidade
Tratamento da hipersonia
Tratamento da TDAH
Estimulante moderado
Tratamento da asma
Tratamento da apnéia de neonatos
Droga abuso
Toxicologia
Anestésico local; droga abuso
Anorexígenos
Antidepressivos
38
Cocaína: preliminares
 Informações gerais
 Folhas de Erythroxylum novogranatense
var. trujillo; Erythroxylum coca
 pasta de coca (merla)
 cloridrato de cocaína
 Anestésico local
 Estimulante do SNC
 História 
 Uso antigo e tradicional em países da América do 
Sul
 Religioso, Social, Euforizante e Medicinal
 Alcalóide ativo purificado de folhas em 1860: 
cocaína.
39
Cocaína: preliminares
 A cocaína foi incorporada a numerosos medicamentos 
e bebidas
 Coca-Cola
 “Harrison Narcotic Act” baniu este uso em 1914 
(USA)
 Uso recreacional aumentou dramaticamente nos anos 
1960
 Cocaína de baixo custo (“crack”) espalhou-se no final 
dos anos 1970
40
Formas de cocaína
 E. coca contém cerca de 0,5-1,0% de cocaína
 Preparo:
 Folhas são prensadas com ácido sulfúrico e querosene/gasolina,
formando pasta (pasta básica de cocaína – PBC: 90% sulfato de cocaína; 50-60% de
pureza);
 Remoção de impurezas: ácido clorídrico (cloridrato de cocaína);
 Obs.: A MERLA é uma PBC artesanal, mal-preparada, contendo muitas impurezas;
há risco de explosão e queimaduras no seu preparo.
 Free-basing: cloridrato de cocaína + água + bicarbonato de sódio
+ hidróxido de amônio; a base de cocaína é separada por meio de
solvente (e.g.: éter): CRACK (som feito sob queimação) ou PEDRA
ou stone (aspecto).
41
Propriedades físico-químicas
COC-HCl: pó branco, cristalino, higroscópico, PF 197ºC
(degrada ao atingir PF), hidrossolúvel, termolábil, pode ter
até 100% pureza.
VIA INTRANASAL, IV, ORAL
COC-base: reversão do processo de oxidação, cristalino,
branco ou transparente, volátil, PF 96-98ºC, vapor estável ao
ser aquecida e fumada, solúvel etanol, acetona, éter etílico.
VIA PULMONAR (FUMÁVEL)
42
Apresentações
43
Cocaína: padrões de uso
 Cloridrato de cocaína
 Absorvida por todas as vias de exposição/ administração
 Membranas mucosas, pulmões, estômago, intestino
 Principalmente pelas vias:
 intranasal
 intravenosa
 respiratória (crack)
 Adulterantes: açúcar, talco, anestésicos locais,
NaHCO3, MgSO4, metais pesados, etc. Podem ser
usados para “mapear” a cocaína.
44
Toxicocinética
 Absorção (Cocaina, HCl)
 Absorvida por todas as vias de 
exposição/ administração
 Membranas mucosas
 Pulmões
 Estômago
 Intestino
 INTRANASAL 
 VIA PERORAL
IV bolus
 Evita todas as barreiras da 
absorção
 Dose total diretamente na 
corrente sanguínea e, 
eventualmente, no cérebro
PULMONAR (base livre)
Fumada em cachimbos ou cigarros
45
Toxicocinética
Distribuição
 Penetra rapidamente no cérebro 
(modelo monocompartimental aberto)
 Concentração cerebral superior à 
plasmática (4:1)
 Atravessa livremente a barreira 
placentária
 Acumula no cabelo, nas unhas, no leite 
materno
Metabolismo & Excreção
 Meia-vida de eliminação: 30-90 min 
[pulmonar (30-40 min); intranasal (50-90 
min)]
 Metabolizada por enzimas no plasma e no 
fígado
 Lentamente removida do cérebro
 Teste de urina positivo por 12 h (dose 
única) ou até 3 dias (usuário pesado)
 Metabólito mais abundante: 
benzoilecgonina
F (%)
Biodisponibilidade
% 
Excreção 
urinária
% B ClT
(ml/min/Kg)
Vd (L/Kg) T(1/2)b
(h)
CMAX
(ng/mL)
TMAX
(min)
57  19
(intranasal)
~ 70
(fumada)
Dose 100 mg.
< 2 91 32  6 2,0  0,2 0,8  0,2 Depende 
da dose
35-120
Parâmetros cinéticos (Goodman & Gilman, 2002)
46
Cocaína: biotransformação
Cocaína
(3%)
N
C
O
CH3
O
O CH3
C
O
Éster metil ecgonina 
(15-35%)
N
C
CH3
O
O CH3
O H
Benzoilecgonina 
(15-50%)
N
C
O
CH3
O
C
O
O H
Ecgonina
(1-8%)
N
C
CH3
O
O H
O H
Norcocaína
(2-6%)
N
C
O
O
O CH3
C
O
H
47
Anidroecgonina-
metil-éster(metil-ecgonidina)
Anidroecgonina
Pirólise
Etanol
Cocaetileno
Benzoilecgonina
Éster-metilecgonina
Norcocaína
Carboxilesterases
pH
Colinesterases
CitP450
Cocaína + álcool
 Na presença de etanol, um metabólito diferente é 
produzido – cocaetileno
 Cocaetileno exerce o mesmo efeito fisiológico no 
cérebro, mas é mais tóxico:
 Efeitos euforizantes mais duradouros 
 Aumenta o risco de dupla dependência
 Aumenta gravidade da retirada
 É a combinação que mais resulta em efeitos letais.
49
CH3
N
CH3
C
O
O -
OH
éster metilecgonina
OH
OH
O
C
CH3
N
1 ou pH
ecgonina
N
CH3
C
O
O - CH2 - CH3
OH
éster etilecgonina
1
CH3
N
CH3
C
O
O -
O - C -
O
1 ou pH
N
CH3
C
O
OH
O - C -
O
1
O - CH2 - CH3
O
C
CH3
N
O
O - C -
N
C
H
3
C
O
O - CH3
metilecgonidina
O - C -
O
N
H
C
O
O - CH3
norcocaína
O - C -
O
N
H
C
O
OH
benzoilnorecgonina
O - C -
O
N
H
C
O
O - CH2 - CH3
norcocaetileno
2
2 2
1 ou p H
3
1 1
1
etanol
33
etanol
cocaína benzoilecgonina cocaetilenococaetileno
Produtos de biotransformação, transesterificação e pirólise da cocaína encontrados em urina.
1- Carboxilesterases; 2- Colinesterases; 3- Citocromo P450
50
Mecanismo de ação da cocaína.
A cocaína é um inibidor competitivo 
do transporte de DA (recaptação).
Não penetra no terminal sináptico
de maneira adequada.
COC bloqueia igualmente bem os transportadores de NE e de 5-HT, aumentando os níveis 
extracelulares destas aminas.
DA transporter
COCAINE
x
Ca
DA
DACOC aumenta enormementeo nível extracelular de DA.
COC é também anestésico local
NE 5-HT
51
Mecanismo de ação
Cocaína x Anfetamina
52
Efeitos agudos
 Dose baixa, resposta 
fisiológica não-tóxica:
 Aumento alerta
 Hiperatividade motora
 Taquicardia
 Midríase
 Aum liberação glicose
 Redirecionamento do fluxo 
sanguíneo dos órgãos 
internos para os músculos
53
Efeitos agudos
 Efeitos psicológicos (30-90 min)
 Euforia imediata e moderada
 Tonteira, vertigem
 Aumento da auto-consciência
 Ostentação de poder, força
 Estado de ansiedade dura por horas
 Aumenta raciocínio, fala acelerada 
 Diminuição do sono
 Supressão do apetite
 Estado depressivo 
 Efeitos físicos no SNC
 Depleção de oxigênio
 Atrofia cerebral
 Vasoconstrição e estreitamento de 
vasos
 Convulsões
 Outros
 Numerosas complicações 
cardiovasculares podem ocorrer com 
uso simples ou prolongado
54
Uso prolongado em altas doses: Efeitos 
tóxicos e psicóticos
 Ansiedade e privação do sono aumentam
 Hipervigilância
 Sensação de desconfiança, paranóia e mania de 
perseguição
 Psicose paranóica tóxica
 Percepção alterada da realidade pode resultar em ações
agressivas ou homicidas como resposta a uma perseguição
imaginária
55
Complicações médicas: agudo
 Efeitos cardiovasculares
 Ataques cardíacos (infarto agudo do miocárdio)
 Arritmias ventriculares
 Insuficiência respiratória
 Estimulação profunda do SNC
 Convulsões
 Psicoses
 Hiperpirexia 
ATIVA A VIA DE RECOMPENSA 
DOPAMINÉRGICA NO SISTEMA LÍMBICO
56
Complicações médicas: crônico
R
E
F
O
R
Ç
O
 N
E
G
A
T
IV
O
Euforia / disforia
Psicose esquizofrênica
Alteração do humor
Idéias paranóides
Agitação
Irritabilidade
Depressão
Impotência
Distorção da personalidade
Comportamento suicida/homicida
Desorientação mental
Diminuição da memória imediata
Psicose tóxica com alucinações tácteis
Mudança na percepção visual (bolas de luz)
57
Complicações médicas: crônico 
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS
Administração intranasal
 VASOCONSTRIÇÃO: 
hiperemia nasal (rinite, lesões, 
perfuração septo), sinusite 
(deposição de adulterantes nos 
seios etmoidais);
 GRANULOMAS PULMONARES
 DISPNÉIA
 TOSSE
 OPACIDADE PULMONAR 
 RINORRÉIA DE LÍQUIDO 
PLEURAL
Administração pulmonar 
 BRONQUIOLITE OBSTRUTUVA 
 HEMORRAGIAS
 EDEMA PULMONAR
58
Complicações médicas: crônico 
DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES
BRADICARDIA TAQUICARDIA
Efeito periférico
Efeito SNC (hipotálamo)
ARRITMIAS MORTE SÚBITA (Fibrilação ventricular)
HIPERTENSÃO (Aumento 5-HT): hemorragia cerebral
AVC
IAM
59
Complicações médicas: crônico 
OUTROS
HEPATOTOXICIDADE
N-hidroxinorcocaína
COC + maconha: taquicardia, hipertensão (potenciação)
COC + anestésicos locais: colapso cardiovascular (potenciação)
COC + etanol: cocaetileno (sinergismo)
60
Tolerância e sensitização
 Modesta em relação aos anfetamínicos
 Diferente entre efeitos subjetivos e cardiovasculares
 Tolerância reversa (sensitização) aos efeitos anestésicos e 
convulsivos
 Aumento da excitação com doses menores em usuários crônicos 
(Dim. da biossíntese de 5-HT e aumenta efeito da 
DOPAMINA).
 Explica algumas mortes que ocorrem sob baixas doses
61
Síndrome de abstinência
 Caracterizada por:
 Sonolência
 Falta de energia
 Fissura
 Períodos de depressão
Obs.: Melhoram espontaneamente após alguns dias.
62
ANFETAMINAS
63
CH2 CH N
H
H
CH3
CH CH N
H
H
H
HO
HO
OH
DA e NE (com radical
OH) não atravessam
a BHE.
Anfetamina
Semelhante às catecolaminas, 
mas é mais lipossolúvel, o que 
a torna capaz de penetrar 
no SNC.
Anfetamina: estrutura e propriedades gerais
anfetamina
noradrenalina
64
Anfetaminas lícitas e ilícitas
 Anfetaminas lícitas 
 d-anfetamina, fenfluramina, metilfenidato, pemolide, femproporex, 
mazindol, dietilpropiona (anfepramona)
 Anfetaminas de uso não-médico
 3,4-metilenedioxi-metanfetamina – MDMA 
 (ecstasy) 4-metilaminorex ou metanfetamina (ice ou crystal)
 metanfetamina HCl (speed)
65
Farmacocinética da anfetamina e drogas 
relacionadas: formas ionizada e base livre
CH2 CH N
H
H
CH3
Anfetamina é uma 
base (pKa = 9.9)
BH B + H +
+
Forma carregada é bastante lípide-insolúvel 
(cocaína, HCl; anfetamina HCl)
Forma não-ionizada (free base) é
muito lipossoluvel (crack, 
metamfetamina / ice)
Lento início de ação (lagtime), 
pouco potente, não fumável
Lagtime rápido, muito potente, 
fumável, dependência intensa.
66
Farmacocinética: excreção
CH2 CH N
H
H
CH3
pKa = 9.9
BH B + H +
+
Metabolizada no fígadoExcretada pelo rins
Excreção aumentada por acidificação urinária
Detectada por até 48 h.
67
Anfetaminas: biotransformação
CH 2 CH
CH 3
N
CH 3
H
metanfetamina
CH 2 CH
CH 3
N
H
H
anfetamina
CH 2 CH
CH 3
N
CH 2CH 2CN
H
femproporex
CH CH
CH 3
N
H
H
OH
fenilpropanolamina
CH2 CH
CH3
N
CH3
H
OH
efedrina
Fenfluramina NorfenfluraminaMazindol
Anfepramona 
Selegilina
(anti-parkinson)
L-isômeros
68
Anfetamina e cocaína são aminas 
simpatominéticas de ação indireta
Anfetaminas e drogas relacionadas liberam:
• Dopamina no SNC
• NE no SNC
• Serotonina no SNC
• NE nas terminações 
nervosas simpáticas
Estimula mecanismos de recompensa,
causa efeitos psicotrópicos e adição. 
Aumenta a vigilância, causa anorexia
Aumenta a vigilância, causa anorexia
Causa hipertensão, AVC,
arritmias
69
Mecanismo de liberação de aminas pela 
anfetamina.
NE transporter
NE
amphetamine
amphetamine
NE
NE
Anfetamina penetra na terminação
nervos por difusão lipídica e por 
ligação a um transportador de NE.
Anfetamina, umabase fraca,
desequilibra o gradiente de pH
da vesícula, evitando o 
acúmulo de NE.
Anfetamina causa acúmulo
de NE citoplasmática.
NE sai por ligação a um 
transportador de NE
(transporte reverso)
Anfetamina libera DA = NE > 5-HT pelo mesmo mecanismo
70
71
Anfetamina: efeitos farmacológicos
SNC – dose moderada:
• aumenta vigilância, diminui sono
• anorexia
• reduz sensação de fadiga
• euforia
• aumenta a atividade motora e a fala
SNC – dose alta:
• psicose paranóica, alucinações táteis
• convulsões potencialmente letais.
Periferia:
• taquicardia e hipertensão
• AVCs, arritmias (frequente causa de morte)
Devido à elevada liberação
de DA, podem ser atenuadas
com antipsicóticos.
A hipertensão pode ser 
controlada por um 
antagonista alfa-adrenérgico.
Tipicamente, capacidade motora
e intelectual melhoram, mas com
maior quantidade de erros.
72
Tolerância aguda é produzida por adiminstração repetida de 
anfetamina ou cocaína em curtos intervalos. Desenvolve 
rapidamente.
(A tolerância é, provavelmente, devido à depleção de aminas 
rapidamente retiradas dos terminais sinápticos)
Uso se torna compulsivo. Anfetaminas afetam áreas do 
cérebro relacionadas a reforço comportamental.
Seguindo à abstinência >1dia, a próxima administração produz 
elevada liberação de DA e efeitos psicotrópicos (sensitização 
comportamental ou tolerância reversa; pode ser devido, em 
parte, a resposta condicionada).
Anfetamina e drogas correlatas: 
Tolerância vs sensitização
73
Anfetaminas: dependência; síndrome de abstinência
 Sinais e sintomas 
Fissura intensa
Ansiedade
Agitação
Pesadelos
Redução da energia
Lentificação
Humor depressivo
A dependência física obedece modelo 
de condicionamento clássico.
Síndrome da retirada (abstinência) ocorre, 
mas não é tão dramática quanto aquelas 
provocadas por narcóticos e 
barbituratos. 
Sinais e sintomas opostos aos efeitos 
da droga.
74
Metanfetaminas: ICE (gelo)
 Forma freebase (base livre) da 
metanfetamina
 Extremamente potente
 Efeito estimulante (“high”) é 
intenso e de longa duração
 Uso crônico pode resultar em 
sérios problemas psiquiátricos, 
cardiovasculares, metabólicos e 
neuromusculares
Anfetamina
Metanfetamina
75
Metanfetaminas
FIGURA 3: A Yaba. Outra metanfetamina utilizada principalmente nos países asiáticos. 
FIGURA 2: As anfetaminas modificadas ou metanfetaminas. Nas imagens o ice (gelo) ou crystal [à esquerda] e
uma pedra de metanfetamina, ambos consumidos pela via inalatória. As metanfetaminas são pouco conhecidas no
Brasil.
76
ICE: Farmacocinética
 Quando fumada: absorção imediata
 Meia-vida biológica: cerca de 11 houras
 60% biotransformada a anfetamina no fígado após 
distribuição cerebral
 Excreção urinária: 40%
77
ICE: Efeitos e toxicidade
 Efeitos similares à cocaína
 Potente estimulante psicomotor e 
reforçador positivo
 Altas doses repetidas associadas 
com psicose paranóide 
 Muitos efeitos permanentes devido 
ao longo período de alteração da 
química cerebral 
 Devido a densidade neuronal
reduzida no lobo frontal e nos
gânglios basais em usuários
abstinentes, pode causar alterações
permanentes em:
 Sono
 Funções sexuais
 Humor (depressão permanente)
 Esquizofrenia
 Alterações nos movimentos
78
Outros estimulantes comportamentais
Efedrina / Metilfenidato (Ritalin)
Efedrina 
 Recentemente introduzida como “street drug”
 Aumenta NA na sinapse
 Aumenta pressão arterial
 Induz perda de peso
79
Metilfenidato (Ritalin)
 Mecanismo similar a cocaína
 Aumenta dopamina de forma semelhante à anfetamina
 Usada para TDAH (transtorno de défcit de atenção e 
hiperatividade): aumenta a concentração
 Costuma ser administrada IV combinada à cocaína
80
Modafinil, uma nova solução para o 
tratamento da hipersonia ?
• Modafinil (Provigil) foi recentemente introduzido como agente 
promotor eficiente em reduzir a duração excessiva de sono 
(EDS) em narcolépticos.
• Age sobre o hipotálamo anterior por mecanismos desconhecido,
mas diferente daquele da anfetamina.
• Parece ativar as células produtoras de orexina.
• Promove o despertar sem produzir RAM cardiovascular ou agitação
cognitiva-comportamental.
• Principal RAM identificada: cefaléias.
• Parece ter baixo potencial de abuso (Classe IV DEA)
81
Tratamento 
da 
obesidade
Do Barão de Munchhausen
illustr. Gustave Dore, ca. 1875
82
Tratamento da obesidade
Ingestão calórica
Dispêndio de energia
Ingestão calórica – dispêndio energético = acúmulo gordura
1 lb de gordura = 4000 KCal
Para perderg 1/10 de 1 lb por dia requer um balanço negativo diário de 400 KCal.
Reduzida por:
• diminuição do apetite (anfetaminas)
• dim abs gordura (inibidores lipase;
orlistat, Xenical)
Aumentada por :
• exercícios
• metabolismo aumentado (anfetaminas)
83
Liberadores de aminas e tratamento da obesidade
NE 5-HT DA
Psychotropic side-effects
Drug dependance
amphetamine
anorexia
NE 5-HT DA
Psychotropic side-ef fects
Drug dependanceanorexia
fenfluramine (releasing agent)
NE 5-HT D A
Psychotropic side-ef fects
Drug dependanceanorexia
sibutramine (uptake inhibitor)
Suspensa em 1997 (FDA) e 2002 (ANVISA);
Pode causar problemas valvulares.
Não utilizada; muitas RAM.
Nome comercial sibutramina: Plenty, Reductil
Melhor droga atualmente no mercado, mas 
pode causar hipertensão e possui eficácia 
moderada. Deve ser restrita a pessoas com
IMC > 30 Kg/m2. 
Outras drogas: fendimetrazina (Bontril);
metamfetamina (Desoxyn); dietilpropiona
(Tenuate); fentermina (Adipex)
84
Metilxantinas:
Teofilina, cafeína, teobromina
Estimulantes do SNC
85
Metilxantinas
 Alcalóides encontrados no chá, café, cacau (teofilina 
cafeína, teobromina) 
 Mecanismo de ação: antagonismo de adenosina 
(NT inibitório; receptores A1 e, talvez, A2).
 Pode agir como inibidor de fosfodiesterase 
(aumenta AMPc)
O
N
N
N NO
Caffeine
ATP AMPc 5 -´AMP
Adenilato ciclase 
(AC)
Fosfodiesterase (PDE)
86
Neuronal
hyperactivity
(inc. seizures) ATP release
Adenosine
production
CNS hypoxia
A1 receptor stimulation
-
+
-
KCa
 A1 receptor
Glu
Adenosine
K
Cell body
Nerve
ending
+Teofilina, cafeína e teobromina agem,Principalmente, por bloqueio de receptor A1.
Atenuam o efeito inibitório da adenosina
na transmissão sináptica.
Efeitos estimulantes destas drogas são devidos à 
presença de pouca adenosina sob circunstâncias
normais.
Função da 
adenosina 
no SNC
87
Efeitos das metilxantinas no SNC
 Aumenta alerta
 Estimulação respiratória (especialmente sob 
condições hipóxicas)
 Sob altas doses: convulsões
Assim, o uso da cafeína em refrigerantes
e em medicamentos para estados gripais 
(“para reduzir o efeito sedativo dos 
anti-histamínicos”)
Portanto, o uso da teofilina
na apnéia e bradicardia de 
prematuros.
Maior efeito colateral no
tratamento da asma.
88
Nicotina
 Nicotina é o ingrediente psicoativo 
do fumo do tabaco.
 Tabaco também contém alcatrão 
carcinogênico e monóxido de 
carbono.
Nicotine is in cigarette tobacco. 
It interacts with receptors in the
brain and activates nerve cells. 
It is addictive and a poison.
C10H14N2
10 black carbon atoms
14 white hydrogen atoms
2 blue nitrogen atoms
89
Nicotina: mecanismo de estimulação SNC
Ca
 Nicotinic receptor
Glu
Cell body
Nerve
ending Nicotine
_
_
_
_
_
+
+
++
Na+/K+
Na+/K+
• No cérebro, receptores nicotínicos
com alta afinidade pela nicotina
são pré- e pós-sinápticos.A ativação de receptores pré-sinápticos
potencializa a liberação de glutamato 
(excitatório).
• Receptores nicotínicos do SNC têm uma
diferente composição de sub-unidades
que os receptores presentes nas junções
neuromusculares.
Receptores nicotínicos também estão
presentes na via vagal aferente.
Sua ativação causa náusea.
90
Nicotina: mecanismo de estimulação autonômica
Receptores nicotínicos nas células 
corporais aumentam a razão de descarga 
nos neurônios 
ganglionares simpáticos.
Ca
 Nicotinic receptor
VSM or Heart
Nerve
ending Nicotine
_
_
_
_
_
+
+
++
Na+/K+
NE
alpha or beta receptors
Sympathetic ganglionic
cell body
Na+/K+
Recptores nicotínicos nas terminações
nervosas promovem maior entrada de Ca
e aumenta a entrada de NE liberada
pelo potencial de ação.
Receptores ganglionares nicotínicos
são diferentes dos receptores presentes
nas junçoes neuromusculares.
91
Efeitos da nicotina
Baixa dose (associada ao ato de fumar):
• Alerta aumentada / facilita a memória e a atenção
• reduz apetite
• tremor, relaxamento muscular
• náusea / aumento da respiração
• taquicardia / hipertensão / aumento da motilidade do trato GI.
Alta dose (toxicidade)
• Bloqueio despolarizante na junção neuromuscular e gânglios autonômicos
• Pode causar morte por colapso cardiovascular e insuficiência respiratória.
• Tratamento: lavagem gástrica + medidas gerais de suporte.
92
Adição à nicotina
Nicotina:
• Ativa os centros de recompensa cerebral em parte pela liberação de DA no 
sistema límbico
• Produz forte dependência psicológica (fissura em seguida à abstinência)
• Produz dependência física, i.e.:
• abstinência produz uma clara síndrome de abstinência consistindo de:
• sonolência, irritabilidade, estímulo do apetite, ganho de peso.
Tratamento:
• Adesivos (patches) ou comprimidos de nicotina (terapia de reposição evita
a síndrome de retirada)
• Bupropiona (dose baixa, antidepressivo).
• Ajuda psicológica.
93
C
am
p
an
h
as
 p
u
b
lic
it
ár
ia
s 
an
ti
-
ta
b
ag
is
m
o
94
Campanhas publicitárias anti-tabagismo
95
A
L
U
C
IN
Ó
G
E
N
O
S
Prof. Dr. Luiz Carlos da Cunha
Faculdade de Farmácia-UFG
2017
Alucinógenos
 Diferentes denominações 
– Psicotogênicos
– Psicotomiméticos
– Psicodélicos
– Psicotodislépticos
– Ilusiogênicos
– Expansores da consciência
 Efeito primário: produz alterações perceptivas
e alucinações
 Podem influenciar vários sistemas sensoriais 
na percepção de tempo, espaço e eventos
P.S.: Há cerca de 150 plantas usadas como alucinógenos, 
praticamente igual ao número de alimentos vegetais.
O que são alucinações?
 Alucinações verdadeiras
– Experiências sensoriais na ausência de estímulo
– Esquizofrenia
 A maioria dos alucinógenos realmente produz 
ilusões
– Distorção de estímulo real (desenhos, cores …); 
mudanças radicais no estado mental.
– A pesssoa sabe que o efeito é devido à droga
 O Ocidente considera alucinação um estado 
anormal
– Em outras civilizações, são vistas como valorosas
– Promovem insight e/ou têm significado religioso
Estado psicodélico
 Expansão mental ou da consciência
– Mudanças na percepção, pensamento, emoções, 
ânimo, auto-imagem
– As mudanças são conhecidas como “estados 
alterados da consciência”
Características do estado 
psicodélico
 Muito relacionado ao
impulso sensorial
 Representação vívida, 
mas irreal
 Aumento da sensação de 
clareza
 Diminuição do controle
sobre o que é 
experimentado (efeito
subjetivo)
 Inabilidade para 
distinguir o “self” do 
ambiente
 Pensa claramente, mas 
há inabilidade para 
expressá-lo
 Senso de união de toda a 
humanidade
 Delírios e ilusões
Características do estado 
psicodélico
 Sinestesia – mistura de percepção na qual uma 
sensação é transformada em outra (mistura 
dos sentidos)
 Flashback – o efeito da droga re-aparece sem 
que a mesma seja re-utilizada.
– HPPD (hallucinogen persisting perception 
disorder) 
Experiências psicodélicas
 Experiência psicótica
– Intenso medo, pânico, 
ilusões paranóicas, 
confusção, depressão, 
desconforto corporal.
 Experiência cognitiva
– Pensamento lúcido ou 
claro, habilidade para 
enxergar problemas de 
uma única perspectiva.
 Experiência estética
– Mudanças fascinantes nas 
sensações e percepções -
SINESTESIA
 Experiência
psicodinâmica
– Emergência de assuntos
esquecidos ou
inconscientes para a 
consciência
 Experiência
transcendental
– Sentimento de unidade, 
prazer, alegria, paz, 
admiração, reverência e 
“insights” (revelações) 
psicológicos ou filosóficos
Risco psicológico
 “Bad Trips” – ataque de ansiedade e/ou 
pânico caracterizados por terror, 
confusão, dissociação, medo de perder o 
controle de si próprio, percepção do 
tempo.
– Estes efeitos são geralmente relacionados à 
dose, bem como influenciado pela 
personalidade, expectativa e experiência 
prévia. 
Efeitos colaterais
 Físicos
– Midríase
–  temperatura, PAS, FC, fraqueza muscular, 
tremores, NVD
 Tolerância moderada
 Dependência física discutível ou não-
dependência
 Dependência psicológica
Classificação mecanística
 Serotoninérgios
– LSD
– Psilocibina/Psilocina
– Mescalina
– TMA, PMA, STP (DOM) 
– Morning glory seeds 
(Ipomea) 
– Noz-moscada
– Santo Daime (ayuhasca)
– MDA, MDMA (ecstasy)
(metileno-dioxi-metanfetamina)
 Colinérgicos
– Muscarina
– PCP - fenciclidina
 Anticolinérgicos
– Datura sp. (jinsomweed)
 Outros
– álcool, canabinóides
Classificação química
 Estrutura indolamina
(semelhante a serotonina)
– LSD
– Psilocibina
– DMT
 Estrutura feniletilamina
(semelhante a DA e NA)
– Mescalina
– Metilenedioximetanfetamina
(MDMA)
– Dimetoximetilanfetamina
(DOM)
serotonina
LSD
Dietilamida do ácido lisérgico
 Ácido lisérgico – Derivado de alcalóides do 
ergot
 Ergot é um fungo tóxico que afeta o centeio 
e outros grãos e gramíneas (“esporão do 
centeio”)
 Albert Hoffman (1938) sintetizou a molécula 
nº 25 de uma série de novas moléculas de 
alcalóides derivadas do ergot
 1943: retornou à # 25, fabricando novo lote 
e absorveu um pouco pela pele (“acid trip”)
Dr Albert Hofmann
The Inventor of LSD
“Sexta-feira, 16 de abril 1943: Fui forçado a 
interromper meu trabalho no laboratório no meio da 
tarde e fui para casa, sentindo uma inquietação 
notável, combinada a uma ligeira tonteira. No 
repouso me afundei em um estado agradável, como 
que intoxicado, caracterizado por uma imaginação 
extremamente estimulada. Em um estado 
semelhante a sonho, com os olhos fechados (o 
brilho da luz do dia me era desagradável), eu 
percebi uma corrente ininterrupta de figuras 
fantásticas, formas extraordinariamente acentuadas 
com intenso e caleidoscópico jogo de cores. Após 
umas duas horas esta condição se desvaneceu.”
http://www.flashback.se/archive/my_problem_child/chapter1.html
A “viagem” de Albert Hoffman
Do livro “Meu filho-problema”.
Classe Exemplos
I
(elevado potencial de abuso 
elevado, sem utilidade 
terapêutica)
Heroína, alucinógenos (LSD, peyote), maconha, metaqualona
(Quaalude), MDMA (3,4-metilenodioximethamphetamina).
II
(elevado potencial de abuso 
elevado, elevado risco de 
dependência)
Narcóticos: ópio ou morfina, codeína, opióides sintéticos (meperidina – Demerol;
dextrometorfano, dextropropoxifeno, oxicodona, fentanil, metadona). Hipnóticos e
sedativos (secobarbital, amobarbital, glutetimida pentobarbital). Estimulantes:
anfetaminas, metanfetamina, metilfenidato (Ritalin)e fenetrazina (Preludin); PCP.
III
(moderado potencial de abuso 
elevado, moderado risco de 
dependência)
Narcóticos: produtos combinados contendo < 15 mg de hidrocodona por unidade de
dosagem (Vicodin), produtos contendo não mais de 90 mg de codeína por unidade de
dosagem (Tylenol com Codeína), aspirina com codeína, elixir paregórico, buprenorfina
(Suboxone). Não-narcóticos: benzfetamina (Didrex), fendimetrazina, metiprilon, cetamina
e esteróides anabolizantes.
IV
(menor potencial de abuso que 
o III)
Hidrato de cloral (Noctec), etclorovinol (Placidyl), flurazepam (Dalmane), alprazolam
(Xanax), pentazocina (Talwin), clordiazepóxido (Librium), propoxifeno (Darvon),
dietilpropiona (Tenuate), carisoprodol (Soma), clonazepam (Klonopin), clorazepato
(Tranxene), diazepam (Valium), lorazepam (Ativan), midazolam (Versed), temazepam
(Restoril) e triazolam (Halcion).
V
(baixo abuso, elevada utilidade)
Preparações contendo quantidadades limitadas de certos narcóticos. Ex.: misturas de
narcóticos e atropina (Lomotil); misturas de codeína (200 mg), ezogabina.
Farmacodependência
Classificação: Potencial de abuso
Quanto ao potencial de abuso e à utilidade (DEA, Drug Enforcement Agency, USA; 1970)
http://medshadow.org/resource/drug-classifications-schedule-ii-iii-iv-v/
LSD: apresentações
 LSD – o mais potente 
psicodélico sintético
 Ingestão oral 
– microdots
– window panes (gel tabs)
– blotter paper acid
– LSD líquido
 400x > psilocibina
 4000x > mescalina
LSD: blotter paper acid
LSD blotter collage
LSD: Farmacologia
 Efeitos 
 Dose-dependentes
– Não aumenta a intensidade, mas o tipo de sensação 
percebida
 Baixas doses (25-30 mcg) = moderada 
alteração perceptiva
– Comparável ao efeito da maconha, mas com 
grande clareza
LSD e neurotransmissão
 Liga a receptores 5-HT2
– Efeito agonista
– Ritanserina bloqueia efeito do LSD 
 Aumenta a quantidade de informação 
sensorial que chega à córtex
 Este é o mecanismo que explica como a droga influencia 
a percepção, especialmente a visão.
 Liga a receptores 5-HT1A e 5-HT1C, 
autonômicos.
– Mescalina, psilocibina, DMT e DET exercem os 
mesmos efeitos
LSD: Efeitos - Início: cerca de 30 min
Duração: 6-12 h
 Primeiros sinais: ativação autonômica (HAS, taquicardia, midríase, 
hipertermia e piloereção).
 Seguida: evidentes sinais comportamentais
– Perda das inibições emocionais / Desvario, riso sem motivo
– Humor eufórico e expansivo, mas lábil e oscilante
– Sensação anormal de cor, luminescência / Cores mais brilhantes
– Desordem espacial e temporal / Perda de perspectiva de profundidade
– A proximidade é mais influenciada do que a distância
– Diminuição da velocidade geral do tempo
 Fase I: oscilação humor - choro-riso, verborréico, descuido
 Fase II: 30 - 90 min, mudanças percepção, alucinações
 Fase III: 3 - 4 h, distorção tempo, oscilação humor, falsa ilusão de 
poderes
LSD: Alucinações
 Grades, sala com janelas de grades, favo-de-mel, tabuleiro de xadrez
 Túneis, becos afunilados, cones, vasos e espirais
– Podem estar presentes com olhos abertos ou fechados
 Envolve luzes brilhantes no centro com figuras movendo na periferia
 Formas parecem mover em profundidade e ganhaM sombras coloridas, 
principalmente vermelho
 Sons podem tomar formas visuais
– Músicas podem aumentar o significado ou a intensidade
LSD & Bad Trips
 Impacto psicológico traumatizante, imagens 
escuras, revelações aterrorizadoras
 Geralmente ocorre em usuários novatos, 
que se sentem fora de controle
 Geralmente predisposição negativa e 
fixação são fatores colaboradores
 Pode levar ao suicídio ou a prolongada 
reação psicótica
 Deve-se conversar baixo acerca de uma bad 
trip
LSD & Flashbacks
Recorrência espontânea de uma “viagem” após 
período de normalidade
 Pode ocorrer após longo período de abstinência
 Mais comum após uso de doses altas múltiplas
 Imagens posteriores prolongadas por dias a 
semanas
– mecanismo desconhecido 
 Pode ser provocada por outras drogas ou 
situações 
 Mais comumente reportados em situações de 
penumbra
 Não é intinsecamente perigoso e usualmente a 
pessoa “segue em frente”
Outros psicodélicos
 Peyote – “mescal buttons”
– Usado há 1000 anos; é retirado de 
um cacto
– Efeitos adversos físicos: 6 – 10 h
– Desenvolve tolerância
– Cacto seco e mascado, tomado 
com chá ou ingerido na forma de 
cápsula (350-500 mg)
 Mescalina – p.ativo mais importante.
– Derivado peyote – sintetizado
– 20 x mais forte que os “buttons”
– Desenvolve tolerância
– Ingestão oral em cápsulas ou 
líquido (10-30 mg)
Trichocereus pachanoi (San Pedro), 
T. peruvianus; Lophophora williamsii (Peyote)
San Pedrillo & Peyotl
Obs.: “Soma” de Aldous Huxley em “Admirável Mundo Novo”.
3,4,5 trimethoxyphenethylamine 
(mescaline) 
Alucinógenos colinérgicos
 Muscarina
– Agonista da acetilcolina (receptores 
muscarínicos) 
 Cogumelos (Amanita muscaria, Clitocybe, 
Inocybe)
 Produz mistura de sonho com 
alucinações visuais
– Efeitos periféricos: sudorese, espasmos 
nos membros, convulsões
– Potente alucinógeno, induz alucinações 
verdadeiras
 Derivado de cogumelos Psilocybe, Panaeolus, Gymnopilus 
e outros (Am. Central e USA); Noz-moscada.
 Ingestão do cogumelo seco
 Análogo da 5-HT; alucinação mediada por receptores 
serotoninérgicos
 Efeitos similares aos do LSD e DMT, mas menos intenso 
(6 h): relaxamento, desapego da realidade, “peso ou leveza” 
física. Dose alta (>13 mg): vertigem, náusea, mudança na 
percepção, despersonalização, bocejo, lenta passagem do 
tempo, salivação.
 Produz fortes distorções visuais / Ilusões vívidas e cheias 
de cor.
 Tolerância é facilmente adquirida / Taquifilaxia cruzada, 
não-aditiva.
Dimetiltriptamina
– Derivado de plantas na América do Sul
(ayhuasca ou Santo Daime) ou sintetizada
(similar psilocibina).
– Ação rápida (10 min) da droga fumada,
produzindo intenso efeito psicodélico de
curta duração. Há forma de chá.
– Uma mini-viagem de LSD.
– Tolerância é rapidamente adquirida.
– Biotransformada pela MAO periféfica e,
portanto, influenciada por inibidores da MAO
(a duração do efeito sofre influência direta do
metabolismo: pequena quantidade da droga
chega o SNC).
Ayuhasca ou hoasca
(caapi; Santo Daime)
Duas plantas
1. Mariri (Banisteriopsis caapi), que contém as
betacarbolinas harmina e harmalina (pouca ação
alucinógena).
2. Chacrona (Psychotria viridis), que contém a DMT.
Utiliza-se, também, a Prestonia amazonicum (Port. 344)
 A DMT é rapidamente metabolizada pela MAO
periférica, sendo impedida de entrar no SNC.
 Já as betacarbolinas inibem a MAO.
 Morning Glory Seeds (OLOLIUQUI;
Ipomoea tricolor, Rivea corimbosa ou Ipomea
violácea )
– Contém amida do ácido d-lisérgico
(LSD)
– similar ao LSD mas menos potente
(1 folha = 25 mcg LSD)
– Sementes comerciais são cobertas
com venenos
– Náuseas, vômitos, confusão mental, 
coma. 
 Noz-moscada (Myristica fragans)
– Miristicina ou metoxi-safrol
– Produz confusão e moderada
euforia
– Efeitos ocorrem cerca de 2 h pós-
ingestão
– Efeitos: aumento FC, midríase, 
boca seca, disúria e difculdade de 
defecar. Desorientação, 
alucinações visuais, 
despersonalização. 
– Três nozes produzem os efeitos 
JUREMA
Mimosa hostilis.
Possui a N,N-
dimetiltriptamina.
COHOBA
Piptadenia peregrina.
Conhecida como cohoba,
niopo, curupá, paricá.
Substância ativa: bufotenina
(5-metoxi-N,N-dimetiltriptamina)
SAPO BUFO
 Espécime: sapo Bufo alvarius. O veneno seco do B. alvarius
contém bufotenina, um 
alucinógeno relacionado à DMT 
(dimetiltriptamina). 
 "Sapo fumado" induz a quadro 
alucinatório dentro de cinco 
minutos. 
 Quadro clínico: salivação 
profunda. 
 Convulsões. 
 Cianose, após aplicação oral 
(beijar ou lamber o sapo). 
ABSINTO
 O extrato de Artemisia
absinthium é o principal
ingrediente do absinto, um
licor, hoje proibido nos EUA,
pois causa o absintismo.
 Caracteriza-se por psicose,
alucinações, e deterioração
intelectual.
 O óleo volátil é uma mistura
de alfa e beta-tujona. Um
extrato livre de tujona é
agora utilizado para
aromatizar vermutes.
Pintores como Van Gogh e
Touluse-Lautrec usaram
muito o absinto.
 Os efeitos da tujona sobre o
sistema nervoso central são
parecidos com os da
cânfora. Tetrahidrocanabinol
e tujona têm afinidade por
um mesmo receptor no
cérebro e por mesma via de
biotransformação.
IBOGAINA
 Existe na Tabernathe iboga. Classificada desde 67 como
alucinógeno do tipo da LSD. Nativa do Gabão (África
Ocidental).
 Usa-se o extrato obtido da raiz.
 A ibogaína, o alcalóide, é alucinógeno (bloqueia receptor
NMDA, glutamato).
 A lei antitóxico dos EUA a inclui como de nenhum valor
médico e de alto potencial de abuso. O FDA, no entanto,
classifica-a como não causadora de dependência, e auxiliar no
tratamento da dependência por cocaína e heroína, com uma
dose apenas (sic). Heroína e cocaina disparam a dopamina no
centro de recompensa do cérebro. Ibogaína bloqueia este
mecanismo, e em ratos, destrói as células do cérebro
responsáveis por comportamento obsessivo e repetitivo.
TROMBETEIRA-ROXA
 É a Datura fastuosa L., ou saia-roxa,
original dla Índia e encontrada no Brasil
em vários Estados.
 Todas estas plantas produzem efeitos
atropínicos. Pertencem ao gênero
Solanaceae. Contêm atropina,
hiosciamina e hioscina.
 Quadro clínico: náuseas, vômitos, rubor
facial. Desorientação, confusão mental,
agitação. Riso, choro, calma e
agressividade. Alucinações visuais,
bastante coloridas.
 Intoxicação grave causa intensa
depressão neurológica, torpor e coma
profundo.
 Distúrbios cardiovasculares,
respiratórios e morte.
Tratamento:
 Eméticos, medidas provocadoras de
vômitos e lavagem gástrica são
recomendáveis.
 Lavagem gástrica com solução de tanino
a 4% ou permanganato de potássio a
1:1000.
 Controle da hipertermia com bolsa de
gelo e compressas frias. Os antitérmicos
são ineficazes.
 Correção dos distúrbios
hidroeletrolíticos.
 Assistência às condições respiratórias.
 Agitação deve ser controlada com
sedativos, com cautela, pois podem
agravar a fase depressiva posterior.
 Para distúrbios neuropsíquicos muito
intensos pode-se usar fisostigmina, na
dose de 0,5 mg por via parenteral,
repetida, se necessário, até um total de 2
mg.
FIGUEIRA DO INFERNO
 Datura stramonium
BELADONA
 Atropa belladonna, planta originária da Europa e Ásia.
SAIA BRANCA, Também chamada trombeteira, buzina 
ou zabumba.
 Datura arbória L.
 MDA (metileno-dioxianfetamina)
– Fabricada a partir do 
óleo de sassafrás ou 
sintetizada
– Via oral, nasal, IV
– Provoca sensação de 
tranquilidade
– Efeitos duram 8-10 h
 Relacionada à mescalina & 
anfetaminas
 Dose baixa: sensação de bem-
estar e aumento de self-insight 
sem alucinação
 Dose alta: similar ao LSD, 
começa 30-60 m após 
ingestão até 8 h
 Pós-efeitos (ocasionalmente): 
exaustão física e ansiedade
 Tolerância/dependência - não 
provável
TMA: trimetoxianfetamina
DOM: metildimetoxianfetamina
PMA: parametoxianfetamina
DOB: bromodimetoxianfetamina
MTF: bromometoxifetiletilamina
CH2 CH N
H
H
CH3
anfetamina
 1985 MDMA temporariamente colocado na Categoria I do DEA 
para situações de emergência. 
 1987 MDMA foi retirado da Categoria I por conta de uso 
inadequado de acordo com as exigências originais de uso em 
emergência do DEA.
 1988 MDMA defititivamente colocado na Categoria I.
 1994-1999 Durante este período de 5 anos, 27 mortes relacionadas 
ao Ecstasy nos USA reportadas pelo SAMSA 
 2000 – 2001 Cerca de 20 mortes no mundo atribuidas a 
comprimidos contendo PMA comercializado como Ecstasy. 
Histórico
Mecanismo de ação
Obs.: Existe maior aumento de serotonina do que de dopamina na sinapse
Ecstasy: Efeitos
 Efeito estimulante 
observado logo após a 
ingestão
– Aumenta freq. cardíaca
– Aumenta PAS
– Boca seca (sialosquese)
– Diminui apetite 
(anorexígeno)
– Aumenta estado alerta
– Eleva o humor 
– Cerra os dentes 
Ecstasy: Efeitos
 Subjetivos
– Euforia / Aumento da energia física e emocional
– Aumento da convicção de sensualidade
– Sentimento subjetivo de aumento da proximidade (intimidade) ou 
aumento da comunicabildiade
– Aumento da espontaneidade, dim inibição
– Intensificação da percepção sensorial, alucinações, paranóias
 Objetivos
– Taquicardia
– Aumento da temperatura corporal, sudorese
– Fadiga, espasmos musculares, tremores, boca seca
– Anorexia, insônia
– Vômito
Ecstasy: Toxicidade (MDMA)
A sobredosagem de ecstasy pode levar a:
 Síndrome hipertérmica, incluindo acidose metabólica, 
coagulação intravascular disseminada, rabdomiólise, 
insuficiência renal, depleção eletrolítica.
 Hepatite tóxica (insuficiência hepática com risco de 
dano permanente).
 Morte por cardiopatia e fibrilação ventricular.
 MDMA leva à destruição de células do sistema
serotoninérgico (neurotoxicidade).
 Pode produzir distúrbios psiquiátricos em indivíduos
vulneráveis.
 Parametoxidianfetamina possui propriedades 
estimulante e alucinógena.
 Efeito mais potente que MDA; aumenta freq 
cardíaca e PAS, taquipnéia, hipertermia, movimento 
errático dos olhos, espasmo muscular, vômito.
 Dose alta --> convulsão--> coma --> morte
 Aparência de pó bege, branco ou rosa
 Administração oral
4-metil-2,5-dimetoxi anfetamina
 Similar químico da anfetamina e 
da mescalina; adm oral.
 Mais potente que a mescalina; < 
LSD.
 Efeitos físicos: insônia, visão 
borrada, boca seca, náusea, 
flushing, tremores
 Últimas 16-24 hr; experiência 
psicológica prévia pode prolongar 
a reação psicótica 
 Taquifilaxia, mas não dependência
CETAMINA
 PCP = PeaCe Pill
 Originalmente desenvolvida como depressora (anestésico). Bloqueia 
recetor NMDA, glutamato. 
 1950 – usada em cirurgias em veterinária
 1965 – removida do mercado para uso humano
 Todas as formas são sintéticas, havendo disponíveis uma variedade de 
compostos
 É inalada, mascada, injetada, misturada em bebidas
 Baixa faixa terapêutica: 2-5 mg (depressão leve/estimulação; similar 
etanol); 10-15 mg (estado agradável de privação sensorial – analgesia, 
anestesia); doses > 20 mg (catatonia, convulsões, coma). Instabilidade 
cardiovascular; amnésia. Efeito prolongado (dias).
 Elevado índice de “viagens ruins”
 Elevado risco de tolerância e dependência. Pós-efeitos: flashback e 
depressão.
 Fatalidades por convulsão e hemorragia.
“Club Drugs” is a general term for a number of illicit drugs, primarily
synthetic, that are most commonly encountered at nightclubs and “raves.” In
addition to MDMA (Ecstasy), examples of club drugs include:
methamphetamine - a central nervous system stimulant.

Lysergic Acid Diethylamide (LSD) - a
hallucinogenic substance which has re-emerged
from its height of popularity in the 1960’s to
subliminal levels in the 1980’s. Users may
experience an array of visual hallucinations,
synesthesia, delusions, and/or paranoia.
 Flunitrazepam (Rohypnol, Roofies) - a hypnotic,
much like valium, which induces a rapid degree of
relaxation, an inability to process events into
memory, and sets the occasion for possible sexual
assaults. Gamma Hydroxybutyric Acid (GHB) - a Schedule I
depressant that produces effects similar to
barbiturates including euphoria, respiratory
depression, coma, and death.
 Ketamine (Special K) - produces PCP-like effects,
which include mild intoxication, hallucinations,
delirium, catatonia, and amnesia. The drug is used
to induce a “near death experience” which is
sought after by its users.
GHB
Rohypnol
Ketamina
Novas substâncias psicoativas
O Relatório Mundial sobre Drogas
2013 apontou um crescimento do
uso de drogas lícitas no mundo. O
documento serve como base para
a elaboração da declaração da
Organização das Nações Unidas
(ONU) sobre drogas.
Entre 2009 e 2012, constata-se
que o número de substâncias
lícitas utilizadas como
entorpecentes subiu de 166
para 251.
Tolerância/Dependência
 Tolerância ocorre 
rapidamente em relação aos 
efeitos psicodélicos e 
euforizantes; o mesmo não 
ocorre com efeitos 
autonômicos.
– A frequência de uso diminui 
chance de tolerância
 Dependência clássica 
insignificante.
 Não há síndrome de retirada 
ou abstinência.
 Pessoas e animais não 
aumentam a compulsão em 
auto-administrá-las
 Problemas relacionados à 
influência do uso dos 
alucinógenos:
– Acidentes
– Suicídios
– Agressão/violência
– Reações tóxicas
CANABINÓIDES
Prof. Dr. Luiz Carlos da Cunha
lccunha@ufg.br
Faculdade de Farmácia da UFG
145
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis spINTRODUÇÃO
 Registros mais remotos: 2723 
a.C.
 Cannabis sativa Linné 1753
 Brasil - Século XVIII: fibras, 
hipnótico (escravos);
Classes pobres; 1º e 2º 
graus.
 D9-THC isolado em 1964
C. sativa: 61 canabinóides
146
PRINCÍPIOS ATIVOS
 Princípio ativo mais importante: D9-
THC.
 Planta in natura: 95% de 
canabinóides na forma de ácidos
carboxílicos, INATIVOS.
 Outros canabinóides ativos:
D8-THC [70% atividade]
D9-THCV [25% atividade]
CBN [10% atividade - produto 
degradação calor, luz, ácidos, O2]
RESSECAMENTO
ESTOCAGEM
PIRÓLISE
DESCARBOXILAÇÃO
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
147
o
OH
R1
R2
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
PRINCÍPIOS ATIVOS
D9-THC
D9-tetraidrocanabinol
R1 = H; R2 = COOH
Ác. 2-carbóxi-D9-THC
R1 = COOH; R2 = H 
Ác. 4-carbóxi-D9-THC
o
OH
D8-THC
D8-tetraidrocanabinol
o
OH
D9-THCV
D9-tetraidrocanabivarin
OH
o
CBN
Canabinol
CBD
Canabidiol
OH
OH
CH3H2C
Atividade: 100 %
Atividade: 75 %
Atividade: 25 %
Atividade: 10 %
Ref.: Oga, S. Fundamentos de Toxicologia, Ed. Atheneu, p. 515, São Paulo-SP, 1996 148
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
Fatores que condicionam teor de D9-THC
 Ambientais
 Método de cultivo e 
conservação
 Genéticos:
 planta tipo-fibra (até 0,4% 
D9-THC)
 planta tipo-droga (até 5-10% 
D9-THC)
 Parte da planta:
 inflorescências
 folhas
 caules, ramos
 raízes e sementes [ausentes]
 Preparações
 Tabela 1.
 AMP (maconha embebida em 
formaldeído, seca e fumada)
 SKUNK (ou “supermaconha” 
: D9-THC maximizado em 7-10 
vezes)
149
Produto Composição Teor de D9-THC Modo de uso
Maconha (Brasil)
Marijuana, grass (EUA)
Kit (Marrocos
Dagga (África do Sul)
planta inteira, com proporções 
variáveis de folhas, inflorescências, 
caules e frutos.
1 a 3% fumada através de cigarros 
conhecidos por “fininho” ou 
“baseado”. Cada cigarro 
contém, em média, 0,5 a 1,0 g 
da erva.
Hash oil
(Cannabis líquida ou óleo de 
Cannabis)
produto obtido através de extração 
com solventes orgânicos ou por 
destilação. Raramente presente no 
comércio ilícito.
até 60% adicionado a alimento e 
bebidas ou mesmo ao material 
vegetal para aumentar a sua 
potência.
Haxixe 
(Meio-Oeste e Norte da África)
Charas (Índia)
exsudato resinoso seco coletado 
das inflorescências das plantas 
cultivadas
1,4 a 18,8% geralmente fumada através de 
cachimbos
Sinsemilla
(“Seedless marijuana”), 
Califórnia-EUA
sumidades floridas das plantas 
femininas que não foram 
polinizadas.
cerca de 5% fumada
Ganja (Índia) massa resinosa composta por 
folhas pequenas e inflorescências 
de plantas cultivadas.
cerca de 3%
(um pouco mais potente 
do que a maconha)
fumada ou adicionada a 
bebidas e doces.
Bhang (Índia) folhas secas e inflorescências de 
plantas não cultivadas.
potência equivalente à 
da maconha
normalmente é bebida na 
forma de decocção.
TABELA 1. Principais preparações psicotrópicas obtidas de Cannabis.
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
150
Via de
administração
Velocidade de 
absorção
Biodisponibilidade
média
Efeito subjetivo
Lag time Máximo Duração
ORAL Lenta e 
irregular
6% 30-60 
min
2,5-3,5
h
4–6
h
PULMONAR Muito 
rápida
18% Minutos 8-15
min
2-3
h
TABELA 2. Diferenças na velocidade de absorção, biodisponibilidade e no tempo de efeito subjetivo, para a 
Cannabis sativa.
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
ABSORÇÃO
151
COMENTÁRIOS
Via oral: Menor interação social 
(efeito reforçador); não-
conversão dos ácidos 
precursores em D9-THC.
Via pulmonar: 1 minuto após a 1a
inalação de cigarro contendo 
1,75% de D9-THC, detectou-se no 
plasma Cmédia de 7,0 ng/mL. Em 
8,5 minutos foi atingido a Cmax de 
84,3 ng/mL.
Biodisponibilidade: É baixa 
devido a perdas
PIRÓLISE (23-30%);
METABOLISMO (40-50%); 
DINÂMICA DO ATO DE FUMAR.
Via pulmonar/ Via oral: Ex.: cigarro 
de 500 mg (2% de THC)
Absorção pulmonar: 1,8 mg
Absorção oral: 0,6 mg
RAZÃO: 3:1
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
152
DISTRIBUIÇÃO
 % B = 95 - 97% 
(lipoproteínas:albumina 3:2)
 Acumula no leite materno
 Acúmulo no tecido adiposo com 
liberação lenta
 t(1/2)b tecidual: 7 dias
> 20 horas
30 minC
t
i.v.
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
ELIMINAÇÃO 
Citocromo P-450 (> 20 
compostos; < 1% inalterado) 
 2/3 nas fezes e 1/3 na urina
 80 - 90% de dose única em 
humanos em 5 dias
 Velocidade de eliminação lenta:
 usuários habituais: 20 -
60 dias após abstinência
 usuários ocasionais: ± 7 
dias
153
BIOTRANSFORMAÇÃO
o
OH
o
OH
CH2OH
o
OH
COOH
o
OH
COOGlic.
OGlic.
COOH
o
OGlic.
COOGlic.
o
D9-THC
OH-THC
COOH-THC
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
Ácidos 11-nor-delta -9 -THC-COOH conjugados
Ácido 11-nor-delta-9-THC-COOH
154
Mecanismo Ação
 Receptores específicos centrais 
ligados a Proteína G.
 Núcleos de base e cerebelo
(incoordenação motora, ataxia, catatonia)
 Hipocampo
(informações sensoriais, memória)
 Córtex frontal
(tomada de decisões, habilidades sociais, consciência 
profunda; euforia, sensação estar sonhando)
 Núcleo acumbens
(sistema de recompensa prazerosa; dependência)
 Tronco cerebral, medula e 
tálamo (praticamente ausentes)
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
155
 Neurotransmissor canabinóide anandamida* 
(similar endógeno do D9-THC)
 Receptores específicos periféricos
 Gônadas
 Baço
 Interação com outros neurotransmissores
 Dopamina
 Acetilcolina
 Noradrenalina
 Serotonina
* Do sânscrito ananda, que traz contentamento
interno e tranquilização.
Mecanismo Ação
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
156
Potencial terapêutico
 Analgesia
 Anticonvulsivante
 Sedativo-hipnótico
 Diminuição da pressão intra-ocular
 Anti-emético e anti-náuseas devidos 
à QT antineoplásica
 Relaxamento muscular na esclerose 
múltipla
 Orexígeno em PT aidéticos e sob 
QT antineoplásica.
 FDA: D9-THC sintético (dronabinol
[MarinolR]
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
157
Potencial terapêuticoOrexígeno
158
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis spTOXICODINÂMICA
Efeitos a curto prazo
 Alta variabilidade dos efeitos 
subjetivos
 Dependem: da personalidade e das 
condições psicomentais (idade, 
idéia de si mesmo [self],
intelectualidade, sensualidade, 
temperamento, senso artístico, 
senso de proporção, vontade, 
tensão psíquica, nível mental, 
conflitos, circunstâncias, 
ambiente social, influência do 
meio, expectativa, experiência 
prévia), dose absorvida, via de 
administração, técnica de fumar.
159
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis spEfeitos gerais da Cannabis
 EUFORIA
 PERDA DA DISCRIMINAÇÃO DE TEMPO E ESPAÇO
 COORDENAÇÃO MOTORA DIMINUÍDA
 PREJUÍZO DA MEMÓRIA RECENTE
 FALHAS NAS FUNÇÕES INTELECTUAIS E COGNITIVAS
 RETARDO DA PERCEPÇÃO SENSORIAL, 
INTENSIFICANDO AS SENSAÇÕES, OS SENTIDOS E 
EXAGERANDO A SENSIBILIDADE
 TAQUICARDIA
 HIPEREMIA DAS CONJUNTIVAS
160
Efeitos gerais da Cannabis
 PAS/PAD: Em repouso - elevadas
Doses aumentadas: HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
 AUMENTO DO APETITE C/ SECURA DA BOCA e GARGANTA
 EFEITOS SNC:
 Doses elevadas: ALUCINAÇÕES, ILUSÕES e PARANÓIAS
(Pensamento confuso e desorganizado, despersonalização 
e perda do senso temporal; ansiedade e angústia 
acentuados (“bad trip”)
 INTOXICAÇÃO: psicose tóxica aguda, despersonalização, 
não-reconhecimento de si mesmo.
 Exacerbação aguda da sintomatologia de esquizofrênicos.
161
TOXICODINÂMICA
Efeitos a longo prazo
Efeitos não-confirmados: 
Diminuição da resposta imune, 
disfunção dos hormônios
sexuais, psicopatologias (e.g.: 
síndrome amotivacional),
anormalidades 
comportamentais no recém-
nascido e malformação 
congênita.
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis sp
162
Efeitos confirmados
Sistema respiratório
1. Bronquite aguda e crônica
2. Riscos de carcinogênese 
(alcatrão, benzopireno, 
hidrocarbonetos 
policíclicos)
3. Citotoxinas: acetaldeído e 
acroleína
Sistema cardíaco
1. Carboxiemoglobina 4X 
mais elevada do que em 
fumantes de tabaco.
2. Taquicardia (THC)
3. Aumento da demanda de 
O2 na doença coronariana 
e na angina pectoris
163
FARMACODEPENDÊNCIA
Cannabis spTOXICODINÂMICA
Efeitos a longo prazo
Farmacodependência
LEVE A MODERADA
Neuroadaptação (tolerância)
Doses altas, uso frequente, 
tempo prolongado
Síndrome de abstinência
LEVE
164
Depressores
Álcool e alcoolismo
Prof. Dr. Luiz Carlos da Cunha
lccunha@ufg.br
Faculdade de Farmácia da UFG
165
FARMACODEPENDÊNCIA
Etanol: CH3CH2OH - Introdução
 Breve histórico
 Evolução (EUA)
Fermentados
Destilados
Licores
Restrições legais
e morais ao uso
Alcoólicos anônimos
(1935)
Alcoolismo
(Doença)
OMS
(1951)
AMA
(1956)
APA
(1965)
Doença psiquiátrica
DSM-III-R
CID-10
166
FARMACODEPENDÊNCIA
EtanolCH3-CH2OH
C
 (
m
g
/d
L
)
t (h)
CMAX (30-90`)
F = 80 %
Vd = 0,54 ± 0,05 Lkg
t 1/2b = 0,24 ± 0,08 h
CTOX = 800 - 1500 mg/L
Concentração Tecidual  Concentração Plasma Distribuiçao rápida LIC/LEC
Sangue > Cérebro > Rins > Pulmóes > Coraçao > Paredes intestinais > 
Músculos estriados e fígado > Tecido adiposo > Ossos 
Cinética de ordem zero
Vm = 124 ± 10 mg/kg/h
Km = 82 ± 29 mg/L
ClT aumentado em fumantesAbsorção
20% Estômago
80% Intestino
Eq. Michaelis-Menten
v = (Vm).(s)/Km + s
Baixo PM
Lipossolúvel
Hidrossolúvel
167
Farmacocinética
1. Metabolismo saturável
2. Eliminação por cinética não-linear 
(Michaelis-Menten)
3. Eliminação de etanol não é 
facilmente aumentada, mas pode ser 
o dobro em alcoolistas crônicos 
(Alcohol 26:17, 2002)
(British J. Clin. Pharmacol. 49:399, 2000)
2100:1
ETILÔMETRO (BAFÔMETRO)
168
F
A
R
M
A
C
O
D
E
P
E
N
D
Ê
N
C
IA
E
ta
no
l: 
C
H
3
C
H
2
O
H
-B
io
tr
an
sf
or
m
aç
ão
Etanol
Oxidação hepática
Cinética de ordem zero
Vm = 124 ± 10 mg/kg/h
Km = 82 ± 29 mg/L
Álcool 
desidrogenase
Sistema
misto de oxidação 
Microssomal (MEOS)
Catalase
Fígado
Estômago Fígado
Fígado
Plasma
EtOH + NAD EtOH + NADPH + H+ + O2 EtOH + H2O2
CH3-CHO
Aldeído desidrogenase
ACETATO
ACETIL CoA
Ácidos graxos
TRIGLICÉRIDES
PIRUVATO LACTATO
Gliceraldeído-3-P Glicerol-3-P
ADH estomacal (10–20%); 
mulheres e alcoolistas homens.
169
Etanol: metabolismo 
Citocromo P450IIE1
Inibição
Uso agudo EtOH
Dim. desmetilaçao metadona,
inibe tranquilizantes e 
barbitúricos.
Indução
Uso crônico EtOH
TCC, bromobenzeno, 
anestésicos, 
aflatoxina B, isoniazida, cocaina,
fenilbutazona, paracetamol, 
metadona, 
nitrosodimetilamina
170
TOXICODINÂMICA
MECANISMO DE AÇAO - SNC
Membrana celular
Depressão similar aos barbituricos e 
anestésicos voláteis.
Altas doses - aumento da fluidez das 
membranas lipídicas.
Outros sítios
Ação pelo acetaldeído
Efeito indireto via metabolismo (radicais 
livres)
Efeitos nutricionais (e.g.: deficiência de 
folato e tiamina)
Intracelular
Inibição da entrada de cálcio nos canais de 
cálcio.
Estimulo da inibição sináptica mediada por 
GABA, 
alostericamente, de forma semelhante aos 
benzodiazepinicos
(antagonizado por FLUMAZENIL).
Inibição do receptor NMDA (N-metil-d-
aspartato), com 
aumento da DEPRESSÃO e diminuição 
da MEMÓRIA.
Outros receptores e kinases
171
MECANISMO DE AÇAO – SNC
Ligação alostérica ao receptor GABA-A
www.csusm.edu/DandB/ Sedatives.html 172
Fonte: Cassaret and Doull’s Toxicology, 5th edition
Etanol: Efeitos AGUDOS
1. Níveis sanguíneos e efeitos principais:
100-150 mg/100 ml (0.10-0.15%)
Incoordenação, diminuição do tempo de 
reação,
visão borrada, aumento da auto-confiança, 
euforia.
150-300 mg/100 ml (0.15-0.30%)
Alteração visual, andar cambaleante,
fala “pastosa”, diminui desempenho 
intelectual.
300-500 mg/100 ml (0.30-0.50%)
Elevada incoordenação, estupor,
hipoglicemia, convulsões.
500 mg/100 ml e acima
Coma e morte, exceto em indivíduos 
tolerantes
Concentração vs. Efeito sobre 
motoristas (Acidentes)
Até 50 mg/dL
NENHUM EFEITO 
SIGNIFICATIVO
80 mg/dL
AUMENTO 4X probabilidade
150 mg/dL
AUMENTO 25x probabilidade
173
Murad, J.E. O que você deve saber sobre os psicotrópicos. A viagem sem bilhete de volta, p. 157.
174
Efeitos crônicos
Condições sempre causadas pelo 
álcool
Psicose alcoólica
Síndrome da dependência 
alcoólica 
Polineuropatia alcoólica
Gastrite alcoólica 
Esteatose hepática alcoólica 
Cirrose hepática alcoólica
Hepatite aguda alcoólica
Concentração alcoólica sanguínea 
excessiva.
Doenças indiretamente atribuídas ao 
álcool (RR > 1% de contribuição)
 tuberculose (25%)
 câncer de lábios, boca, esôfago, 
laringe, fígado e pulmão (5-75%)
 Doenças do estômago, esôfago e 
duodeno (10%) 
 Pancreatite aguda (42%) 
 Pancreatite crônica (60%)
 Cirrose do fígado sem a menção de 
álcool (50%)
175
Efeitos crônicos
Injúrias e efeitos adversos indiretamente atribuídos ao álcool
Acidentes com veículos motorizados (42%)
Acidentes com bicicletas e outros acidentes de veículos (20%)
Acidentes em transpote aquático (20%)
Acidentes de aviões (16%)
Quedas acidentais (35%)
Acidentes causados por fogo e chamas (45%; Hosp Queimaduras Gyn – 60%)
Afogamentos acidentais (38%)
Suicídio e danos auto-infligidos (28%)
Homicídio e injúria propositadamente causados por outrem (46%)
Fonte: Eighth Special Report to the U.S. Congress on Alcohol and Health, 1993; WHO –
Global status on alcohol report, 2001.
176
O alcoolismo diminui a expectativa de vida em 15 
anos, como resultado

Outros materiais