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Geografia clima apostila

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280 260 240 220 8040200 60
troposfera
estratosfera
mesosfera
termosfera
exosfera
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
camada 
de ozônio
Altitude (km)
Temperatura (oC)
450
Camadas da atmosfera
____________________
* As palavras em azul são explicadas no Glossário, nas páginas 256 a 260.
1
10
Capítulo
Neste capítulo
Definição de ƒ
atmosfera, 
tempo e clima.
Elementos ƒ
e fatores 
climáticos.
Os climas no ƒ
mundo e no 
Brasil.
Fenômenos ƒ
climáticos.
Previsão ƒ
meteorológica 
e poluição 
atmosférica.
Dinâmica climática
 Atmosfera, tempo e clima
Atmosfera é a camada de gases e par-
tículas em suspensão que envolve alguns 
planetas. Além de atuar na manutenção de 
temperaturas adequadas à vida no planeta e 
proteger os organismos da exposição à ra-
diação ultravioleta*, a atmosfera terrestre 
contém gases necessários aos processos vi-
tais de respiração celular e fotossíntese. Ela 
é composta por 78% de nitrogênio, 21% de 
oxigênio e apenas 1% de outros gases (ozô-
nio, hélio, vapor de água, etc.). 
O perfil vertical da atmosfera terrestre 
apresenta várias camadas, definidas de acor-
do com a variação da temperatura, a concen-
tração de gases e suas propriedades elétricas. 
A troposfera é a camada mais próxima da 
superfície terrestre, na qual a temperatu-
ra decresce com a altitude. Nela ocorrem os 
principais fenômenos meteorológicos (ven-
to, precipitação, furacões, etc.).
A estratosfera está logo acima da tropos-
fera, e contém a camada de gás ozônio, que 
absorve a radiação ultravioleta do Sol. Por 
ela ser muito estável, é nela que os aviões a 
jato circulam. A mesosfera é a terceira ca-
mada e, em sua parte superior, apresenta 
temperaturas mais baixas que a troposfera 
e a estratosfera, além de ar rarefeito. Acima 
da mesosfera está a termosfera, uma cama-
da eletrificada na qual há grande concentra-
ção de íons e elétrons livres que refletem 
alguns tipos de ondas de rádio. Acima de 
todas essas camadas está a exosfera, a ca-
mada mais externa da atmosfera, na qual or-
bitam os satélites artificiais.
O tempo meteorológico é um estado 
momentâneo da atmosfera em dado local 
da superfície terrestre. Uma repetição con-
tínua desse tempo nos permite definir um 
tipo de clima. 
O clima é, portanto, um padrão do con-
junto de condições da atmosfera observado 
durante pelo menos trinta anos. 
O clima exerce grande influência sobre a 
Terra, desde os processos naturais, como a 
formação de solos, até as atividades huma-
nas, como a agricultura. Essa influência é 
uma das razões pelas quais, cada vez mais, o 
clima vem sendo estudado por grande parte 
dos cientistas do mundo. 
Nas últimas décadas, alterações climáti-
cas, sobretudo o aumento da temperatura 
mundial, têm preocupado não somente cien-
tistas, mas governantes, políticos, organiza-
ções não governamentais, ambientalistas e a 
população em geral. Entre outros fatores, o 
aquecimento global é causado pela emissão 
de gases de efeito estufa na atmosfera, como 
o dióxido de carbono, lançado na queima de 
combustíveis fósseis. São consequências do 
aquecimento global: o derretimento de gelo 
das calotas polares, o aumento no nível de 
água dos mares e o processo de desertifica-
ção. Assim, com o objetivo de se estabelecer 
metas para reduzir a emissão desses gases, foi 
realizada em Copenhague, capital da Dina-
marca, em dezembro de 2009, a 15ª- Confe-
rência sobre Mudança Climática, a COP15, 
reunindo representantes de 193 países, entre 
os quais o Brasil. A COP15, porém, não apre-
sentou um documento com ações práticas e 
imediatas, o que decepcionou os que espera-
vam um texto que sucedesse o Protocolo de 
Kyoto (ratificado em 2005), o primeiro trata-
do internacional sobre mudanças climáticas. 
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11
cessos de evaporação e evapotranspiração 
e funciona como importante regulador tér-
mico do sistema Terra-atmosfera, determi-
nando a ocorrência de pequenas amplitudes 
térmicas em regiões com grande umidade e 
de elevadas amplitudes térmicas em regiões 
pouco úmidas. 
O resfriamento do ar úmido provoca a 
ocorrência de orvalho, nevoeiro e nuvens. O 
orvalho surge com a condensação do vapor 
devido à redução rápida da temperatura am-
biente ou quando a umidade do ar entra em 
contato com uma superfície fria. Por isso, o 
orvalho ocorre geralmente ao amanhecer ou 
ao anoitecer em noites mais frias. O nevoeiro, 
ou neblina, ocorre por diversos motivos, en-
tre eles a condensação da umidade no ar, que 
forma uma nuvem próxima ao solo. As nu-
vens são compostas por gotículas de água em 
suspensão no ar e por cristais de gelo. Sua for-
mação está associada à elevação do ar úmido, 
que, ao alcançar seu ponto de saturação, inicia 
o processo de condensação.
A pressão atmosférica é a for-
ça exercida pelo peso da atmosfera 
sobre a superfície terrestre. A va-
riação desse elemento é responsá-
vel pela movimentação do ar, for-
mando o vento, que se desloca das 
áreas de alta pressão para as áreas 
de baixa pressão. A pressão atmos-
férica varia, em um mesmo lugar, 
conforme as horas do dia e as es-
tações do ano e, de uma região 
para outra, conforme a variação da 
temperatura. Quanto mais quente 
o ar, menos denso ele é, portanto, 
de modo geral, mais baixa será a 
pressão atmosférica. Assim, nas re-
giões com clima equatorial, onde o 
ar é mais quente, predominam zo-
nas de baixa pressão. Nas regiões 
polares, o ar mais frio determina a 
ocorrência de alta pressão.
Os elementos do clima e os fatores climá-
ticos ou fatores geográficos do clima con-
dicionam os diferentes tipos de tempo e de 
clima no mundo. Para entender a distribui-
ção climática mundial e brasileira, temos de 
compreender, primeiro, quais são os ele-
mentos do clima, como eles se relacionam 
entre si (temperatura e umidade, por exem-
plo) e como são influenciados pelos fatores 
climáticos. 
Elementos do clima  
Os elementos climáticos são os atributos 
físicos que representam as propriedades da 
atmosfera de um lugar. Os elementos mais 
utilizados são a temperatura, a umidade e 
a pressão. 
A temperatura do ar é a medida do calor 
sensível armazenado (em graus Celsius ou 
Fahrenheit). A variação anual da temperatu-
ra depende da trajetória diária e anual do Sol. 
Ao longo de um ano, a incidência de raios 
solares varia muito em diferentes pontos da 
Terra, conforme sua posição em relação ao 
Sol. Em latitudes baixas, isto é, nas proximi-
dades do Equador, devido à pequena varia-
ção da altura solar, as amplitudes térmicas 
anuais (diferença entre a mais alta e a mais 
baixa temperatura, em graus Celsius, entre 
os meses quentes e frios) tendem a ser pouco 
elevadas. Em latitudes altas ocorrem diferen-
ças térmicas significativas ao longo do ano. 
A variação diária da temperatura pode ser 
alterada por outros elementos climáticos. A 
nebulosidade, por exemplo, diminui a pe-
netração de radiação solar direta durante o 
dia e retém parte da radiação emitida pela 
Terra durante a noite, ao passo que os ven-
tos proporcionam uma redistribuição do ca-
lor presente no ar.
A umidade do ar representa a quantidade 
de vapor de água na atmosfera, que dá ori-
gem a todas as formas de condensação e 
precipitação. Além disso, influencia os pro-
Leia
O livro Introdução 
à climatologia para 
os trópicos, de 
J. O. Ayoade, trata 
da diferença entre 
tempo e clima, 
da composição 
da atmosfera, 
dos elementos e 
fatores climáticos, 
das classificações 
regionais do clima 
e da relação entre 
o clima e os seres 
humanos.
 Elementos e fatores climáticos
> Radiação incidindo 
sobre a Terra em 
março e em junho.
Saiba mais
O vapor de água na atmosfera
A umidade absoluta é a massa de vapor de água divididapela massa de ar seco, em um volume de ar a uma tem-
peratura específica (quanto mais quente o ar, mais água ele comporta). Já a umidade relativa é a razão entre a umi-
dade absoluta atual e a maior umidade absoluta possível (que depende da temperatura atual do ar). O vapor de água 
varia de 0% a 4% do volume de ar atmosférico: quando o ar está seco, a umidade corresponde a 0% do volume de 
ar; quando está saturado, corresponde a 4%. Quando os instrumentos indicam umidade relativa de 100%, isso quer 
dizer que o ar está totalmente saturado com vapor de água, o que mostra grande possibilidade de chuva.
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90º
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de CâncerEquador
Trópico de Capricórnio
zona polar
dia de 6 meses
zona 
polar
noite de 6 meses
zzzzozozozzozooozoozozooozozoozzozooozozozzoooooooonnnnnananananaanaaaaaaaannnananaaannaannnnanannaaananannanannanaannnaannanaanaanannnnnnannaannnaannnanannnnnnaaa t ttt t t tttttttttt t ttttttttttttttrororororororororororororoorororrorrorooorororororooorrorororoororoorororoorororoororroorrrrrropipipipipipipipipipipipipipipipipipipippipipippipipppipipipipipipipipipiiipipipipipipiipipppppppp cccccacccacacacaccccccccc lllllzozozozozozozooonanananananananananananannaaaaaaaaaannaaaaaa t t tttt tt tt tttememememememememememmmmememmemmemmemempepepepepepeppeepeepepepepeppepepepepeepepppepepeerararararararararraraarararaarrarrr dadadadadaddadaddadadddadadadadaadadadaaa
4800
4000
3200
2400
1 600
800
0
metros
Efeito da inclinação da Terra na temperatura Diminuição da temperatura com 
o aumento da altitude
12
1 Dinâmica climática
vadas recebem os raios solares de maneira 
mais inclinada. Assim, quanto maior a lati-
tude, maior a inclinação com que os raios 
solares atingem a superfície da Terra e me-
nos elevadas as temperaturas. 
Altitude
As diferenças de altitude acarretam mu-
danças na temperatura e na pressão atmos-
férica. À medida que a altitude aumenta, a 
pressão fica menor, pois diminui o peso da 
coluna de ar acima da superfície. Inversa-
mente, quando a altitude diminui, aumen-
tam a pressão e a densidade atmosférica. 
Considerando-se dois lugares de mesma la-
titude e diferentes altitudes, aquele mais ele-
vado apresentará temperaturas mais baixas, 
obedecendo à proporção de 0,6 °C a menos 
para cada 100 metros de altitude.
Fatores climáticos  
Os fatores climáticos são as características 
geográficas naturais que diferenciam as pai-
sagens na Terra e são capazes de influenciar 
os elementos do clima. Em conjunto com os 
fatores climáticos, como latitude, altitude e 
continentalidade/maritimidade, também a 
dinâmica das correntes oceânicas, das mas-
sas de ar e das frentes atua na caracterização 
e distribuição dos climas mundiais.
Latitude
O clima de um lugar depende também 
da latitude, pois ela define a maneira como 
os raios solares atingem a superfície da Ter-
ra. A linha do Equador é o paralelo em que 
os raios solares incidem de modo menos in-
clinado. Por isso, o clima tende a ser mais 
quente. Lugares situados em latitudes ele-
Saiba mais
Relevo, vegetação e clima
A posição do relevo favorece ou dificulta os fluxos de calor e umidade entre áreas contíguas. Um sistema oro-
gráfico que se disponha latitudinalmente em uma região como o Himalaia, por exemplo, irá dificultar as trocas de 
calor e umidade entre as áreas frias do interior da China e aquelas mais quentes da Índia. Já a cordilheira dos An-
des, por se dispor no sentido dos meridianos, não impede que as massas polares atinjam o norte da América do 
Sul e nem que as equatoriais cheguem ao sul do Brasil. Entretanto, inibem a penetração da umidade proveniente 
do Pacífico para o interior do continente. [...]
A vegetação desempenha um papel regulador de umidade e de temperatura extremamente importante. To-
mando-se as áreas florestadas como exemplo, observa-se que suas temperaturas serão inferiores às das áreas vi-
zinhas com outro tipo de cobertura – como campo, por exemplo, uma vez que as copas, os troncos e os galhos das 
árvores atuam como barreira à radiação solar direta, diminuindo a disponibilidade de energia para aquecer o ar.
Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 47-48.
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Imagem de satélite 
da variação da 
temperatura do oceano 
devido à atuação da 
corrente das Malvinas, 
na América do Sul. 
> 
13
Monções
Na Ásia, esse efeito da continen-
talidade e da maritimidade provoca 
o fenômeno denominado monção. 
As monções de inverno (ventos se-
cos e frios) movimentam-se do conti-
nente para o oceano. Já as monções 
de verão (ventos úmidos e quentes) 
movimentam-se do oceano para o 
continente, trazendo chuvas que fa-
vorecem a atividade agrícola.
Saiba mais
Fonte de pesquisa: Universidade de Évora. Projeto 
Proclira. Disponível em: <http://www.proclira.
uevora.pt/modulos/modulo6.pdf>. Acesso em: 1º 
jul. 2009.
Maritimidade e continentalidade
Os mares e oceanos têm papel fundamental no clima. Juntamente 
com os demais fatores, influenciam as variações de temperatura e de 
umidade. 
A maritimidade caracteriza as regiões próximas de grandes mas-
sas líquidas (mares e oceanos), determinando a ocorrência de elevada 
umidade e pequena variação da temperatura. Com a continentalidade 
ocorre o oposto: quanto mais distante o lugar estiver do litoral, menor 
será a umidade e maior será a variação da temperatura. É por causa desse 
efeito que uma região costeira sofre a influência moderadora do oceano 
de maneira mais intensa. Já outra, localizada no interior do continente, 
sofre maior contraste entre as temperaturas de inverno e verão.
Correntes oceânicas
As correntes oceânicas são movimentos horizontais de grandes 
massas de água. Causadas pela rotação da Terra e pela ação dos ventos 
constantes, elas interagem com a dinâmica das massas de ar, influen-
ciando o clima e definindo áreas secas e chuvosas. Tal fato ocorre por-
que as águas frias superficiais dos oceanos e mares levam ao resfriamen-
to do ar, dificultando a formação de nuvens e chuvas. Assim, em regiões 
costeiras onde prevalecem correntes oceânicas frias há um predomínio 
de climas com umidade reduzida. Áreas banhadas por correntes quen-
tes apresentam um clima mais úmido devido ao aquecimento e à ascen-
são do ar e à formação de nuvens e chuvas.
As correntes quentes que se dirigem para os polos aquecem as re-
giões de altas latitudes. É o caso da corrente do Atlântico Norte, que 
mantém as temperaturas mais altas no oeste da Europa. 
A corrente de Humboldt, cujo nome homenageia o naturalista ale-
mão Alexander von Humboldt, também chamada de corrente do Peru, 
é uma corrente fria que nasce nas proximidades da Antártida e direcio-
na-se no sentido norte pelo oceano Pacífico. As baixas temperaturas 
dessa corrente dificultam a formação de nuvens, o que em parte explica 
a aridez que prevalece no norte do Chile e nas zonas costeirasdo sul do 
Peru e do Equador.
No Brasil atuam as 
correntes das Guianas 
(ou do Norte do Brasil), 
Sul Equatorial, do Bra-
sil e das Malvinas (ou 
das Falklands). A cor-
rente do Brasil é uma 
corrente quente que flui 
próximo à costa nordes-
te na direção sul. A cor-
rente das Malvinas é uma 
corrente fria que acom-
panha o litoral sul e su-
deste do Brasil. Fonte de pesquisa: Universidade de Évora. Projeto 
Proclira. Disponível em: <http://www.proclira.
uevora.pt/modulos/modulo6.pdf>. 
Acesso em: 1º jul. 2009.
km
0 785
OCEANO
ÍNDICO
ÁSIA
Trópico de Câncer
80°L
20°N
Inverno na Ásia
vento seco e frio
MonçõES DE invERno
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Câncer
80°L
20°N
km
0 785
ÁSIA
Verão na Ásia
vento úmido e quente
MonçõES DE vERão
Paraguai
Brasil
Argentina
Uruguai
Temperatura da superfície do mar (ºC)
2 de maio de 2005
5 10 15 20 25 28
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 13 20.02.10 13:56:08
ventos polares 
de leste
frente polar
anticiclone 
subtropical
células 
de Hadley
zona de calmarias equatoriais
NE
ventos 
alísios
alta polar
ventos 
de oeste
SE
ventos 
alísios
células 
de Hadley
células 
de Ferrel
células de Ferrel
Circulação geral da atmosfera
direção do 
movimento frontal frente fria
formação de nuvens 
causadas pela elevação 
frontal do ar quente e úmido
avanço do ar 
frio atrás da 
frente fria
retrocesso do 
ar quente ao 
chocar-se com 
o ar frio
direção do 
movimento frontal
avanço do ar 
quente atrás 
da frente 
quente
retrocesso do 
ar frio ao 
chocar-se com 
o ar quente
formação de nuvens 
causadas pela elevação 
frontal do ar quente e úmido
frente quente
Formação das frentes fria e quente
14
Dinâmica climática1
 Tipos climáticos mundiais
Circulação geral da atmosfera  
Os diferentes tipos de clima no mundo são resultado, conforme já 
mencionado, das relações entre os elementos e os fatores climáticos. 
Além disso, deve-se considerar a cir-
culação geral da atmosfera, incluindo 
a atuação das massas de ar e das fren-
tes. A partir daí são definidas as dife-
rentes regiões climáticas, nas quais o 
clima se apresenta relativamente ho-
mogêneo.
A subida e a descida do ar atmosfé-
rico estabelecem padrões de circulação 
chamados células de Hadley (nas la-
titudes equatoriais e tropicais) e célu-
las de Ferrel (nas médias latitudes). O 
esquema ao lado mostra a direção das 
correntes de ar nessas células.
Os ventos alísios são resultantes da 
ascensão de massas de ar que conver-
gem dos trópicos (alta pressão) para a 
região equatorial (baixa pressão). Os 
alísios do hemisfério Norte movimen-
tam-se de nordeste para sudoeste. Já os 
do hemisfério Sul movimentam-se de 
sudeste para noroeste. Observe mais 
uma vez o esquema à esquerda.
Assista
O filme O dia depois de amanhã, de 2004, 
com direção de Roland Emmerich, embora 
seja uma obra de ficção científica, apresenta 
o comportamento da circulação atmosférica 
e como mudanças drásticas nela podem 
afetar a humanidade.
Massas de ar e frentes  
As massas de ar são partes da atmosfera com considerável ex-
tensão horizontal e com características homogêneas de temperatura, 
pressão e umidade. Elas deslocam-se carregando aspectos das condi-
ções climáticas do local em que se formaram. Ao longo do seu traje-
to, as massas de ar alteram as características do tempo atmosférico e 
sofrem modificações de temperatura e de umidade. Isso é re-
sultado da interação com as características da superfície sobre 
a qual se deslocam.
A origem das massas de ar pode ser tropical (massa de ar tro-
pical) ou polar (massa de ar polar). Quando formadas sobre o 
oceano, são úmidas; formadas sobre o continente, quase sempre 
são secas, excetuando-se as formadas na região equatorial, que 
também são úmidas. 
As principais fontes produtoras de massas de ar no mundo são 
as planícies árticas cobertas de neve da América do Norte, Euro-
pa e Ásia; os oceanos subtropicais e tropicais; o deserto do Saara 
na África; e os interiores continentais da Ásia, Europa e América 
do Norte. As massas de ar são muito importantes para a compre-
ensão da dinâmica atmosférica, pois têm influência direta sobre 
os tempos e climas de suas áreas de atuação. Quando duas mas-
sas de ar de diferentes temperaturas se encontram, ocorre uma 
brusca variação nas condições do tempo (temperatura, umidade, 
vento, etc.) na zona de contato entre elas. As faixas de transição 
entre essas massas de ar são denominadas frentes, que podem 
ser frias ou quentes. Observe o esquema ao lado.
4P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 14 2/12/10 2:36:43 PM
 0° 20°L20°O 40°L40°O 60°L60°O 80°L80°O 100°L100°O120°O140°O160°O180° 120°L 140°L 160°L 180°
80°N
60°N
60°S
80°S
40°N
40°S
20°N
20°S
0°
km
0 3 080
Equatorial
Mediterrâneo
Tropical
Temperado
Subtropical
Frio
Desértico
Polar
Semiárido
Frio de montanha
Tipos de clima (adaptado
da classificação de Köppen)
Correntes marítimas
Correntes frias
Correntes quentes
Clima e Correntes marítimas
Fonte de pesquisa: IBGE. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro, 2007. p. 58. 
15
Mediterrâneo. ƒ No inverno, a temperatura 
é mais amena, por causa das correntes ma-
rítimas quentes. O verão é quente e seco. 
Nas áreas costeiras, os verões são mais ame-
nos, devido às correntes frias do oceano.
Frio (subpolar). ƒ Temperaturas médias 
negativas no inverno, alcançando em tor-
no de 10 ºC no verão. 
Frio de montanha. ƒ A redução da tempe-
ratura está condicionada ao aumento da 
altitude, ocorrendo até mesmo na zona 
tropical.
Polar ou glacial. ƒ As temperaturas médias 
são muito baixas, em torno de –30 ºC. No 
verão chegam aos –10 ºC; no inverno, po-
dem alcançar –50 ºC. Ocorre no Ártico, 
incluindo a Groenlândia e o Alasca, e na 
Antártida. O índice pluviométrico é muito 
baixo (menos de 200 mm anuais).
Desértico. ƒ Pequeno volume de precipi-
tação (menor do que 250 mm por ano) e 
grande amplitude térmica diária. Ocorre 
tanto em áreas tropicais como em tem-
peradas: norte da África, Oriente Médio, 
oeste dos EUA, norte do México, litoral 
do Chile e do Peru, Austrália e noroes-
te da Índia. 
Semiárido. ƒ Clima com altas temperatu-
ras (média de 27 ºC) e chuvas irregula-
res, entre 300 mm e 800 mm/ano. Clima 
típico do Nordeste do Brasil, que sofre 
influên cia da massa Tropical atlântica 
(mTa), que, ao chegar à região, já apre-
senta pouca umidade. 
Os principais climas  
do mundo
A classificação climática nos ajuda a com-
preender o clima do mundo. Existem dife-
rentes propostas de classificação, entre as 
quais a organizada pelo alemão Wladimir 
Peter Köppen, baseada nas características de 
precipitação e temperatura:
Equatorial. ƒ Durante o ano inteiro apre-
senta altos índices de evaporação e tem-
peraturas que variam entre 24 ºC e 27 oC. 
A amplitude térmica (variação entre a 
temperatura mínima e a máxima) é baixa 
durante o ano inteiro. Apresenta pluvio-
sidade alta, atingindo mais de 2 000 mm 
por ano.
Tropical. ƒ Apresenta elevados índices plu-
viométricos (entre 1 000 mm e 2 000 mm 
por ano), com duas estações bem defini-
das: seca e chuvosa. 
Temperado. ƒ As temperaturas variam re-
gularmente ao longo do ano, com mé-
dia acima de 10 °C. Apresenta quatro 
estações bem definidas. É dividido em 
temperado oceânico (inverno menos ri-
goroso devido à influência da umidade 
oceânica) e temperado continental (me-
nor influência dos mares e oceanos, pro-
vocando maiores amplitudes térmicas).
Subtropical. ƒ Marcado por verão quente 
e chuvas distribuídas pelo ano todo. As 
temperaturas podem chegar a 0 ºC em al-
guns dias do outono e do inverno.
leia
O livro Climatologia: 
noções básicase 
climas do Brasil, de 
Francisco Mendonça 
e Inês Moresco 
Danni-Oliveira, trata, 
de maneira simples e 
didática, de assuntos 
como a atmosfera 
terrestre, circulação 
e dinâmica 
atmosférica, 
classificações 
climáticas e tipos 
climáticos do Brasil.
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 15 20.02.10 13:56:41
OCEANO
ATLÂNTICO
VENEZUELA
COLÔMBIA
PERU
EQUADOR
Guiana 
Francesa 
(FRA)SURINAME
GUIANA
URUGUAI
CHILE
BOLÍVIA
Equador 0°
10°S
20°S
30°S
50°O 40°O 30°O60°O70°O80°O
Massa de ar Equatorial continental (mEc)
Massa de ar Equatorial atlântica (mEa)
Massa de ar Tropical atlântica (mTa)
Massa de ar Tropical continental (mTc)
Massa de ar Polar atlântica (mPa)
Clima equatorial
Clima tropical equatorial
Clima tropical litorâneo do Nordeste oriental
Clima tropical úmido-seco ou tropical do
Brasil central
Clima subtropical úmido
km
0 383
Trópico de Capri
córnio PARAGUAI
ARGENTINA
OCEANO
PACÍFICO
tipos ClimátiCos do Brasil
100
200
300
400
500
600
700
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 (
ºC
)
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re
ci
p
it
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ão
 (
m
m
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0
J F M A M J J A S O N D
4
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12
0
16
20
24
28
32
Precipitação Temperatura média
Belém (PA)
Fonte dos dados: Inmet citado por Mendonça, 
Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: 
noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2007.
> Climograma relativo ao clima equatorial.
Fonte de pesquisa: Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
16
Dinâmica climática1
 Tipos climáticos brasileiros
Devido a sua extensão territorial e à atuação dos elementos e dos fa- ƒ
tores climáticos, o Brasil apresenta uma grande variedade de climas, 
(ver mapa abaixo). A distribuição das formas de relevo (serras, pla-
naltos, etc.), formando corredores naturais para o desenvolvimento 
de sistemas atmosféricos ou barreiras que dificultam a passagem de 
massas de ar, é um exemplo de conjugação de fatores que promo-
vem a diversidade climática. Identificam-se cinco grandes tipos cli-
máticos no Brasil, fundamentados principalmente na distribuição de 
temperatura e pluviosidade, associada às características geográficas e 
à dinâmica das massas de ar. É importante destacar que esses gran-
des tipos climáticos apresentam subtipos, classificados conforme a 
distribuição das chuvas.
Equatorial ƒ . Predomina na Região Norte do país e é controlado pela 
ação das massas Equatorial continental (mEc) e Equatorial atlânti-
ca (mEa) e da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), além 
de sistemas tropicais. A temperatura média anual está entre 24 ºC 
e 26 ºC. De maneira geral não apresenta grandes variações térmi-
cas diárias ou sazonais. Os meses de setembro e outubro são os mais 
quentes, e durante os meses de junho a agosto há uma queda das tem-
peraturas devido à penetração de frentes frias, ocasionando o fenôme-
no da friagem. A pluviosidade média anual é alta, porém heterogênea. 
Em algumas áreas, ela pode chegar a 3 000 mm; em outras, não ultra-
passa 1 600 mm. Seus subtipos variam conforme o período de secas.
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 16 20.02.10 13:56:41
17
Tropical equatorial. ƒ Abrange parte das regiões Norte e Nordeste. A 
pluviosidade anual pode variar de 620 mm (algumas localidades no 
Ceará) até 2 600 mm (cidade de São Luís, no Maranhão). A tempera-
tura média anual varia entre 24 ºC e 27 ºC, mas a média das tempe-
raturas máximas pode atingir 33 ºC (por exemplo, em Mossoró, no 
Rio Grande do Norte). Dentre os subtipos desse clima, existe aquele 
marcado por sete a oito meses de seca, também conhecido como cli-
ma semiárido. Veja o climograma à direita, em cima.
Tropical litorâneo do Nordeste oriental. ƒ Clima úmido e quen-
te fortemente influenciado pela ação das massas de ar úmidas do 
oceano Atlântico. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média 
das máximas pode atingir 30 ºC) durante o ano todo, com pequena 
queda nos meses de inverno. As chuvas concentram-se entre o fi-
nal do verão e o inverno. A média anual pode variar entre 700 mm 
e 2 500 mm.
Tropical úmido-seco ou tropical do Brasil central. ƒ Devido a sua 
posição geográfica e à atuação de sistemas atmosféricos, esse tipo cli-
mático apresenta, ao longo do ano, oscilações significativas de tem-
peratura e pluviosidade. Clima quente e úmido no verão, e quente 
e seco no inverno (com queda de temperatura em alguns locais). A 
média anual da temperatura varia entre 20 ºC e 26 ºC, e a média das 
máximas pode atingir 36 ºC em setembro (mês mais quente). Apre-
senta chuvas concentradas no verão, podendo os meses de novem-
bro e março concentrar cerca de 70% do total médio anual. Alguns 
subtipos desse clima não apresentam período seco; outros têm até 
oito meses de seca por ano. Veja o climograma à direita, embaixo.
Subtropical úmido. ƒ Clima controlado pelas massas de ar tropicais e 
polares. Apresenta certa regularidade na distribuição das chuvas (entre 
1 250 mm e 2 000 mm anuais), associada a baixas temperaturas no in-
verno. As médias anuais da temperatura situam-se entre 14 °C e 22 °C. 
Em regiões mais elevadas, durante o inverno, as médias mensais os-
cilam entre 10 °C e 15 °C, registrando-se também temperaturas ab-
solutas negativas.
> Climograma relativo ao clima tropical úmido-
-seco. 
Fonte dos dados: Inmet, citado por Mendonça, 
Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: 
noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2007. p. 170.
50
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Precipitação Temperatura média
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Seropédica (RJ)
> Climograma relativo ao clima tropical 
equatorial.
50
100
Precipitação Temperatura média
150
200
250
300
350
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 (
ºC
)
P
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 (
m
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)
0
J F M A M J J A S O N D
4
8
12
0
16
20
24
28
32
36 
Mossoró (RN)
Fonte dos dados: Inmet, citado por Mendonça, 
Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: 
noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2007. p. 162.
Neve em Gramado 
(1998), na região 
da serra gaúcha, 
onde ocorre clima 
subtropical úmido.
> 
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 17 20.02.10 13:56:43
18
Informe
Concretamente, ocorre que uma extensa área do 
território brasileiro – a zona semiárida do Nordeste – 
apresenta condições físico-climáticas desfavoráveis à 
atividade agropecuária de alta produtividade. Os obs-
táculos ao acesso à terra fazem com que grandes contin-
gentes de pessoas cultivem terras, suas ou de terceiros, 
cujas áreas são insuficientes para o desenvolvimento de 
uma agropecuária que os mantenha acima do nível de 
subsistência. A impossibilidade de formarem reservas 
econômicas leva aquelas pessoas à situação de indigên-
cia quando ocorre uma seca de maiores proporções.
duarte, Renato. Seca, pobreza e políticas públicas no nordeste do Brasil. 
In: Ziccardi, Alicia (Org.). Pobreza, desigualdad social y ciudadania: los 
límites de las políticas sociales en América Latina. Buenos Aires: Consejo 
Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO), 2001. p. 425-440.
A Região Nordeste ocupa uma área de 1 539 000 km2, 
correspondente a 18% do território brasileiro, e abriga 
uma população de 45,5 milhões, equivalente a 29% do 
total nacional. [...] O Nordeste apresenta algumas sin-
gularidades no cenário geoeconômico brasileiro. Ali 
vive cerca de metade da população pobre do país. Em 
termos geográficos, a região mostra-se bastante hete-
rogênea, apresentando grandevariedade de situações 
físico-climáticas. Dentre estas destaca-se a zona semi-
árida, que, além da sua extensão de 882 000 km2 (cer-
ca de 57% do território nordestino), singulariza-se por 
ser castigada periodicamente por secas. As secas podem 
ocorrer sob a forma de drástica diminuição ou de con-
centração espacial e/ou temporal da precipitação plu-
viométrica anual. Quando ocorre uma grande seca, a 
produção agrícola se perde, a pecuária é debilitada ou 
dizimada, e as reservas de água de superfície se exau-
rem. Nessas condições, as camadas mais pobres da po-
pulação rural tornam-se inteiramente vulneráveis ao 
fenômeno climático. Historicamente, a sobrevivência 
daqueles contingentes de pessoas tem dependido, seja 
das políticas oficiais de socorro, seja do recurso à emi-
gração para outras regiões ou para as áreas urbanas do 
próprio Nordeste. [...]
A ocorrência periódica de secas é um problema que a 
população do semiárido nordestino tem enfrentado se-
cularmente, e com o qual terá de conviver. Porém, a fal-
ta prolongada de chuvas em um determinado período 
só assume a dimensão de calamidade pública devido à 
situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas 
naquela parte do Nordeste brasileiro. A escassez de chu-
vas no período do inverno ou a má distribuição espa-
cial e/ou temporal das precipitações constituem, tão so-
mente, elementos desencadeadores de um processo que 
transforma em indigentes as camadas mais pobres da 
população da zona semiárida. Esse quadro não tem so-
frido modificações com o passar do tempo. 
A irregularidade climática ocorre ciclicamente, de 
forma inexorável, mas as medidas oficiais para enfren-
tá-la não têm, historicamente, apresentado a consis-
tência e a continuidade que o problema requer. É bem 
verdade que o enfrentamento dos efeitos calamitosos 
da seca representa um desafio de enormes proporções, 
e a sua mitigação exige um esforço extraordinário por 
parte da sociedade brasileira. 
a seca no nordeste
1. Quais são as causas climáticas da seca nordestina?
2. Quais são os impactos sociais e econômicos da seca no Nordeste brasileiro? Justifique sua resposta.
3. Quais seriam as medidas mitigadoras para a região do semiárido nordestino? Discuta com os colegas e 
escreva um texto sobre o que foi discutido.
para discutir
assista
O filme Vidas secas, do diretor Nelson Pereira dos Santos, 
de 1963, fundamentado na obra de Graciliano Ramos, conta a 
história de uma família que vive na região do Nordeste atingida 
pela seca e que precisa conviver com a miséria e lutar pela 
sobrevivência.
> A Estação Ecológica de Seridó (em fotografia de 1998), no 
município de Serra Negra do Norte (RN), foi criada com o objetivo 
de preservar a vegetação de caatinga da região e desenvolver 
pesquisas científicas no local. 
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 18 20.02.10 13:56:45
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
 
Equador
60°O 40°O 30°O
0°
80°O90°O
km
0 667
Norte do Brasil: Redução das 
chuvas aumenta o índice 
de incêndios florestais.
Nordeste do Brasil:
No centro-norte da região
ocorrem secas mais severas
durante a estação chuvosa.
Centro-Oeste do Brasil: 
Superação da média histórica 
das chuvas e temperaturas
mais altas no sul do 
Mato Grosso do Sul.
Sudeste do Brasil: Elevação
moderada da temperatura
durante o inverno.
Sul do Brasil: 
Maior ocorrência
de chuvas e elevação
da temperatura.
Colômbia, Venezuela,
Guiana, Suriname e Guiana 
Francesa: Redução do índice 
pluviométrico, exceto na 
costa da Colômbia, onde há 
aumento das chuvas durante 
o verão.
Equador, Peru, Bolívia e Chile:
Na costa do Equador e no norte 
do Peru ocorrem chuvas 
concentradas no verão. Na parte 
central e sul do Chile ocorrem 
chuvas concentradas no inverno. 
Redução das chuvas nas regiões 
dos Andes no Equador, no Peru 
e na Bolívia.
Paraguai, Argentina e Uruguai: 
Ocorrem chuvas acima da média.
40°S
20°S
EFEiTOS DO FENôMENO El Niño NA AMéRiCA DO SuL
Fonte de pesquisa: 
Mendonça, Francisco; 
danni-oliveira, Inês 
Moresco. Climatologia: 
noções básicas e climas do 
Brasil. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2007.
19
El Niño  
O fenômeno climático El Niño representa 
mudanças bruscas na circulação da atmos-
fera e consequentes alterações nos índices 
pluviométricos e nas temperaturas em qua-
se todo o planeta. O aquecimento anormal 
das águas superficiais e profundas do ocea-
no Pacífico equatorial e o enfraquecimento 
dos ventos alísios na região equatorial são os 
responsáveis por essas mudanças.
Normalmente, os ventos alísios de nor-
deste e de sudeste sopram sobre o Pacífico 
ocidental, empurrando as águas mais quen-
tes; com o fenômeno da ressurgência, ocor-
re o afloramento de águas mais profundas 
(portanto mais frias) do oceano. Quando 
ocorre o fenômeno El Niño, diminui a ve-
locidade dos ventos alísios sobre o oceano 
Pacífico ocidental, e as águas quentes ficam 
“paradas” na costa do Peru.
Esse aquecimento das águas gera a forma-
ção de nuvens, devido à evaporação, prin-
cipalmente no Pacífico equatorial central e 
 Fenômenos climáticos
oriental. Outra consequência do fenômeno 
diz respeito à vida marinha: normalmente, 
o afloramento das águas mais frias do ocea- 
no favorece a proliferação de nutrientes e 
microrganismos vindos de grandes profun-
didades do mar, aumentando o volume de 
peixes na região; com o El Niño, toda essa 
dinâmica favorável à proliferação da vida 
marinha é alterada. 
La Niña  
O termo La Niña ou Anti-El Niño denomi-
na o fenômeno climático oposto ao El Niño, 
constituindo-se em um resfriamento das 
águas do Pacífico além do que normalmen-
te ocorre. Esse fenômeno resulta da inten-
sificação dos ventos alísios que empurram 
as águas mais quentes para distâncias mui-
to grandes da costa oeste da América do Sul. 
Em geral, episódios La Niña têm frequência 
de dois a sete anos; todavia, eles têm ocorri-
do com menor frequência que o El Niño du-
rante as últimas décadas.
4P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 19 2/12/10 2:36:50 PM
20
1 Dinâmica climática
Ciclones  
Ciclones tropicais são massas de ar com 
baixa pressão atmosférica que se movem so-
bre os mares da região equatorial da Terra. 
São chamados de furacões quando seus ven-
tos alcançam mais de 120 km/h, movendo-se 
em espiral. Devido ao movimento de rotação 
da Terra e ao efeito de Coriolis, que direciona 
os ventos de maneira oposta em cada um dos 
hemisférios, os furacões formados no hemis-
fério Norte movem-se em sentido anti-horá-
rio, e aqueles formados no hemisfério Sul se 
movem em sentido horário.
Os ciclones formam-se quando a superfí-
cie do mar supera os 26 ºC, o que faz com 
que o processo de evaporação da água ocor-
ra mais rapidamente. O ar acima da super-
fície absorve o vapor de água resultante da 
evaporação, ficando mais quente e úmido. 
A partir daí, ele começa a subir, forman-
do uma coluna com baixa pressão atmos-
férica em volta da qual ventos começam a 
soprar. Conforme a coluna de ar quente e 
úmido sobe, o vapor de água condensa, le-
vando à formação de nuvens, chuvas e tro-
vões. Quando os ventos que giram em volta 
da coluna de ar quente atingem 120 km/h, 
a pressão atmosférica em uma pequena área 
dentro da coluna cai muito depressa, apa-
recendo o chamado olho do furacão, local 
em que o tempo é geralmente calmo. 
Existem evidências de que a frequência e a 
intensidade desses fenômenos climáticos têm 
aumentado em várias regiões do planeta. Isso 
estaria relacionado ao aumento das tempera-
turas médias da superfície dos continentes 
e dos mares, induzido por causas naturais e 
pelos efeitos de atividades humanas.
Furacão no Brasil
Em 27 de março de 2004, uma tempestade classificada como ciclone extratropical atingiu a costa sul do Brasil, en-
tre Laguna(SC) e Torres (RS), provocando chuvas fortes e ventos estimados em cerca de 150 km/h, causando destrui-
ção e mortes em vários municípios da região. Após estudos, concluiu-se que o fenômeno, chamado de Catarina, por 
causa de Santa Catarina, o estado mais atingido, foi o primeiro furacão de que se tem notícia no país.
O ciclone provocou deste-
lhamento e destruição com-
pleta de casas, de galpões e 
de estufas. Mais de 30 mil re-
sidências foram danificadas. 
O furação também prejudicou 
a rede elétrica, destruindo 
transformadores e derruban-
do postes. Vários municípios 
foram afetados pela falta de 
energia. No litoral, prédios fo-
ram devastados. O número de 
desalojados e desabrigados 
em Santa Catarina e no Rio 
Grande do Sul passou de 20 
mil. Segundo dados da Defesa 
Civil dos dois estados, o prejuí- 
zo foi de mais de R$ 1 bilhão.
CONEXÃO
Como são dados os nomes dos furacões?
Já virou tradição batizar com nomes próprios furacões que 
ocorrem nos países voltados para o oceano Atlântico. Pouca gen-
te sabe, no entanto, que é definido com antecedência como um 
furacão irá se chamar.
Pois é: existem seis listas, elaboradas por especialistas da Orga-
nização Meteorológica Mundial, que trazem 26 nomes cada, um 
para cada letra do alfabeto. A cada ano, uma delas é empregada e 
quando todas já foram utilizadas, volta-se a usar a primeira! [...]
Em geral, não passa de 26, o total de letras do alfabeto, o núme-
ro de furacões por ano. Mas caso esse limite seja ultrapassado, se-
rão utilizadas letras do alfabeto grego, como alfa, beta, gama, etc.
A prática de batizar os furacões com nomes próprios começou 
na década de 1950, quando os especialistas passaram a identificar 
o fenômeno por meio das imagens de satélites. Até então eles eram 
chamados por números, e por vezes nem chegavam a ser detecta-
dos, sobretudo quando nasciam e morriam sobre o oceano. [...]
César Filho, Mário. Revista Ciência Hoje das crianças. Disponível em: 
<http://cienciahoje.uol.com.br/4079>. Acesso em: 17 jun. 2009.
Saiba mais
> Foto aérea de casas destruídas pelo ciclone Catarina, em Passo de Torres (SC), um dos 
municípios mais atingidos. Fotografia de 2004.
5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 20 20.02.10 13:56:55
> Imagem do satélite Modis mostrando o ciclone Catarina sobre o sul 
do Brasil (março de 2004).
21
 Previsão do tempo
Cada vez mais a previsão do tempo é utilizada em nosso cotidiano 
como fonte de informações úteis ao planejamento de diferentes ativida-
des, desde um passeio à praia até atividades econômicas, como a pesca 
e a agricultura. 
Com o avanço tecnológico, as previsões meteorológicas são feitas com 
maior precisão. Satélites artificiais, supercomputadores e instrumentos 
automatizados de coleta de dados meteorológicos ajudam na previsão 
mais precisa e rápida da temperatura e, principalmente, da possibili-
dade de ocorrência de chuvas, temporais, nevascas, granizo, furacões e 
outros fenômenos que podem causar danos graves à população.
Acesse
<http://tempo1.cptec.inpe.br>
Conteúdo sobre previsões do tempo, 
monitoramento via satélite das queimadas, 
nevoeiros, qualidade do ar, etc., além de 
imagens de satélites.
<www.climatempo.com.br>
Conteúdo sobre previsões para as cidades 
brasileiras, com vídeos, imagens e textos 
explicativos.
<www.inmet.gov.br>
Site do Instituto Nacional de Meteorologia. 
Apresenta a previsão do tempo para todo o 
país, informações sobre o clima brasileiro, 
rede de monitoramento, balanço hídrico para 
regiões agrícolas, etc.
> Concepção artística do satélite NOAA-N 
(National Oceanic and Atmospheric 
Administration) na órbita terrestre. 
O satélite transmite dados ambientais.
Saiba mais
Por que lançar satélites para observações meteorológicas?
Os satélites meteorológicos são ferramentas imprescindíveis para 
a meteorologia atual, uma vez que podem extrair dados de altitude 
e cobrir áreas remotas sobre os oceanos e continentes, contribuindo 
decisivamente para uma melhor compreensão e quantificação de fe-
nômenos e parâmetros relevantes para a previsão do tempo e clima. 
Esta função se torna ainda mais importante em um país que carece de 
uma rede adequada de coleta de dados e de observação convencionais. 
Para suprir esta lacuna e atender a crescente demanda, deve-se priori-
zar o desenvolvimento não apenas de técnicas para extração de infor-
mações a partir de dados de satélites meteorológicos, mas também de 
pesquisas aplicadas, suporte técnico, elaboração de aplicativos e arma-
zenamento de dados. Estas atividades envolvem o acompanhamento 
de novas missões de satélites ambientais visando uma atualização per-
manente no uso de novos sensores e na análise de oportunidades em 
missões nacionais e estrangeiras. Toda esta atividade é de fundamen-
tal importância para o monitoramento de tempo e do clima e na assi-
milação em modelos de previsão numérica de tempo. Por outro lado, 
também contribuem tanto para fortalecer a autonomia nacional no 
domínio de técnicas espaciais de observação do meio ambiente, como 
para fornecer diversos serviços de utilidade pública.
Corrêa, Marcelo de Paula; MaChado, Luiz Augusto de Toledo; Souza, Rodrigo Augusto 
Ferreira de. Por que lançar satélites para observações meteorológicas? Disponível em: <http://
www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/marcelocorrea.htm>. Acesso 
em: 29 jun. 2009.
EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 21 3/11/10 4:02:46 PM
22
Dinâmica climática1
 Poluição atmosférica
A poluição do ar, em meados do século XVIII, era provocada basica-
mente pela queima de carvão mineral. Atualmente são diversas as fon-
tes poluidoras do ar, destacando-se a queima de derivados do petróleo 
(gasolina e diesel) nas cidades. Pequim, São Paulo, Tóquio, Nova York 
e Cidade do México estão na lista das cidades mais poluídas. A queima 
desses produtos lança monóxido de carbono e dióxido de carbono (gás 
carbônico) na atmosfera, o que gera problemas ambientais, entre eles a 
chuva ácida e o aumento dos buracos na camada de ozônio e do efeito 
estufa. Este é um fenômeno natural que mantém a superfície terrestre 
aquecida, o que permite a vida no planeta. Se não houvesse o efeito es-
tufa, a temperatura da Terra seria de cerca de 220 °C.
Chuva ácida. ƒ A diminuição do pH da água da chuva resulta da com-
binação do vapor de água com os poluentes atmosféricos óxido de 
nitrogênio e óxido de enxofre. Essa combinação dá origem aos áci-
dos nítrico e sulfúrico, altamente prejudiciais ao solo, à vegetação, às 
águas e aos seres vivos. A chuva ácida faz diminuir o cálcio no solo, 
o que afeta o crescimento das plantas. A perda de cálcio das folhas 
pode levar à morte da planta. A precipitação ácida também pode le-
var ao desaparecimento de espécies aquáticas, além de intensificar a 
corrosão de materiais usados na construção de edifícios, de pontes, 
de obras de arte expostas ao ar, entre outros objetos.
Aumento dos buracos na camada de ozônio. ƒ A camada de ozônio é 
responsável por bloquear parte dos raios ultravioleta do Sol, que em 
excesso podem causar diversas doenças, como câncer de pele. A des-
truição dessa camada é causada pelos gases clorofluorcarbonos (CFC), 
usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipa-
mentos de refrigeração e para produzir materiais plásticos. Tais gases, 
na estratosfera, reagem com o ozônio, dando origem a outras substân-
cias que não têm a propriedade de proteger o planeta dos raios ultra-
violeta. Portanto, os gases CFC diminuem a concentração de ozônio 
na atmosfera. A produção de CFC é proibida em muitos países, o que 
tem ajudado na recuperação do ozônio na estratosfera.
Aumento do efeito estufa. ƒ Ocorre devido a uma grande concentra-
ção de gases poluentes, os quais formam uma camada na atmosfera 
que bloqueia a dissipação do calor. Entre os gases responsáveis poresse fenômeno estão o gás carbônico (CO
2
), o metano (CH
4
) e o óxi-
do nitroso (N
2
O). A emissão contínua desses gases resulta na eleva-
ção gradual das temperaturas médias do planeta Terra, o que passou 
a ser conhecido como aquecimento global. 
Ação e cidadania
Hora do Planeta
Com o objetivo de conscientizar a 
sociedade dos riscos do aquecimen-
to global, a WWF (World Wild Fund for 
Nature), organização não governa-
mental com sede na Suíça, criou em 
2007 a Hora do Planeta (Earth Hour). 
O evento, desde então, tem ocorrido 
anualmente no mundo. 
Trata-se de um ato simbólico cujo 
gesto principal é apagar as luzes das 
residências, avenidas, praças, pontes, 
prédios públicos e privados durante 
sessenta minutos. Governos, empre-
sas e a população têm apoiado a ini-
ciativa em defesa do meio ambiente. 
No primeiro ano de sua realização, as 
luzes do Coliseu (Roma, Itália), da pon-
te Golden Gate (São Francisco, EUA) e 
da Opera House (Sydney, Austrália) fo-
ram apagadas simultaneamente.
Em 2009, a Hora do Planeta aconte-
ceu no dia 28 de março, às 20h30, com 
participação de centenas de milhares 
de pessoas em mais de 4 mil cidades 
em 88 países do mundo. Pela primeira 
vez contou com a adesão de brasileiros. 
Segundo dados da WWF-Brasil, 113 cida-
des, 1 167 empresas e 527 organizações 
do país apoiaram a Hora do Planeta. 
Você já tinha ouvido falar ou par- ƒ
ticipou de algum desses eventos? 
Com um grupo de colegas, crie uma 
campanha de conscientização cuja 
meta seja combater o aquecimen-
to global por todo o planeta. Dê um 
título à sua campanha e divulgue-a 
entre os outros grupos. 
De olho nas mudanças climáticas
Promovida pelas Nações Unidas, foi realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, a COP15, a Conferência 
das Partes sobre mudanças climáticas. Representantes de países desenvolvidos, emergentes e subdesenvolvidos 
estiveram presentes e, após nove dias de debates, apenas admitiu-se que é fundamental evitar uma elevação de 
2 ºC na temperatura do planeta. Nesse aspecto, houve concordância com os cientistas que estudam o fenômeno 
do aquecimento global. Ao final da conferência, o resultado foi a elaboração de um documento com 12 parágrafos 
e muitas intenções de redução da emissão de gases do efeito estufa até 2020, além do oferecimento de US$ 30 bi-
lhões para as nações mais pobres entre os anos de 2010 e 2013. Efetivamente, faltaram propostas com medidas prá-
ticas e urgentes diante de um problema que se torna mais grave a cada ano. 
Retome a atividade do boxe acima e, com seu grupo, apresente propostas que possam contribuir para diminuir o ƒ
avanço do aquecimento global.
CONEXÃO
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Mundo hoje
23
Aquecimento global
A solução para o tão decantado aquecimento global 
pode estar num verdadeiro “balde de água fria”. A tese 
é do renomado químico holandês Paul Crutzen, profes-
sor na Alemanha do Max Planck Institute for Chemistry 
e prêmio Nobel por seus estudos sobre a formação e de-
composição do ozônio na atmosfera terrestre. Segundo 
Crutzen, em um ano teríamos as mesmas condições am-
bientais de três décadas atrás se o seu método fosse se-
guido: cobrir a atmosfera com uma camada de enxofre 
para que ela reflita os raios solares e, assim, abrande o 
aquecimento. Essa injeção de partículas de enxofre, mais 
precisamente na estratosfera (a mais alta camada da at-
mosfera), resfriaria o planeta e daria tempo para os seres 
humanos reduzirem as emissões de gases causadores do 
efeito estufa – o enxofre não seria, dessa forma, uma so-
lução em si, mas funcionaria como um potente redutor 
de danos. As suas partículas seriam despejadas por ba-
lões de alta altitude ou lançadas à camada estratosférica 
por uma artilharia pesada. Uma vez espalhadas pelo ar, 
elas funcionariam como minúsculos espelhos mandando 
a luz do Sol de volta para o espaço. Perderíamos o azul do 
céu, mas ganharíamos vida. Crutzen calcula que a emis-
são necessária de enxofre, com efeito programado para 
dois anos, custe entre US$ 25 bilhões e US$ 50 bilhões.
Ao pesquisar como essa erupção afetou o clima global, o 
cientista transformou a catástrofe em instrumento para 
ampliar o seu conhecimento. Foi então que os pesquisa-
dores da equipe de Crutzen descobriram que a pluma de 
enxofre lançada pelo Mount Pinatubo esfriou a Terra em 
0,9 grau Fahrenheit (0,5 grau Celsius) no ano seguinte 
à sua erupção. O estudo utiliza a informação oficial da 
ONU de que nos últimos trinta anos a temperatura da 
Terra aumentou 0,6 grau Celsius, sendo possível, por-
tanto, reverter o aquecimento global para as condições 
que ele apresentava no final dos anos de 1 970. “Com 
muito menos enxofre do que o lançado pelo vulcão, po-
deremos resfriar a Terra”, diz Crutzen. [...]
Para elaborar
A classe deve organizar-se em equipes. Cada equipe deverá buscar informações sobre as consequências do 
aquecimento global para diferentes regiões do mundo.
1. Procure informações em jornais, revistas e sites.
2. Faça uma ou mais tabelas com as consequências e apresente-a(s) aos colegas.
A fonte inspiradora desse projeto é natural e chama-
-se vulcão Mount Pinatubo, que entrou em erupção nas 
Filipinas em 1991. Àquela época, ele lançou toneladas 
de cinzas, gases e outros materiais a grandes altitudes. 
A proposta revolucionária para se combater o aque-
cimento global ganha cada vez mais adeptos na comu-
nidade científica – e eles se debruçam sobre o chamado 
“Projeto Enxofre” na tentativa de salvar a Terra. Todos in-
tegram o coro de que é preciso tirá-lo o quanto antes do 
papel e colocá-lo em prática. [...] Para o químico ame-
ricano Mark Thiemens, da Universidade da Califórnia, 
as erupções vulcânicas são uma pista para solucionar o 
grande problema ambiental do século: “A natureza é o 
mais maravilhoso e preciso laboratório de que dispomos. 
Ela nos dá de presente alguns dos mais importantes ex-
perimentos, mas precisamos aprender a observá-los com 
mais atenção para imitá-los no que têm de bom”.
Sgarbi, Luciana. Para esfriar o planeta. Revista IstoÉ. Disponível em: <http://
www.terra.com.br/istoe/edicoes/2009/artigo87422-1.htm>. 
Acesso em: 3 jun. 2009.
luz
a grande quantidade 
de CO2 na atmosfera 
agrava o efeito 
estufa
a fotossíntese 
remove CO2, 
diminuindo o 
efeito estufa
a luz solar atravessa o acúmulo 
de CO2, mas o calor é retido
CO2
CO2
calor
Formação do efeito estufa
> Vulcão Monte Pinatubo, Filipinas, em erupção em 1991. 
O resfriamento da Terra após a erupção do vulcão motivou as 
pesquisas científicas do “Projeto Enxofre”.
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Equador
M
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Trópico de Câncer
 0° 40°L 80°L 120°L
0°
km
0 980
Tamanrasset
TAMANRASSET
(ARL)
CINGAPURA
(CIN)
Cingapura
J F M AM J J A S O N D
30300
200
100
0
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10
0
J F M AM J J A S O N D
30300
200
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0
20
10
0
OCEANO
ÍNDICO
Cingapura e TamanrasseT
Climograma: 
São Gabriel da Cachoeira (AM)
Climograma: 
Florianópolis (SC)
100
200
300
400
Te
m
p
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 (
°C
)
P
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m
m
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0
J F M A M J J A S O N D
4
8
12
0
16
20
24
28
Precipitação Temperatura média
100
200
300
400
500
600
700
Te
m
p
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ra
tu
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 (
°C
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P
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J F M A M J J A S O N D
4
8
12
0
16
20
24
28
32
36
Precipitação Temperatura média
24
Atividades1 Dinâmica climática aTenção: não escreva no livro. 
Responda a todas as questões 
em seu caderno.
revendo conceitos
Explique a diferença entre elementos climáticos e 1. 
fatores climáticos.
Relacione os elementos climáticos temperatura e 2. 
pressão atmosférica com o fator climático altitude.
Cite quais são os critérios analisados para a divisão 3. 
das camadas da atmosfera e explique as principais 
propriedades de cada uma delas.
Como a radiação solar influencia na variação da 4. 
temperatura do ar?
O que são massas de ar?5. 
Quais são as principais características dos climas 6. 
tropical e mediterrâneo?
Explique a diversidade climática do território brasi-7. 
leiro.
Cite e explique dois tipos climáticos predominantes 8. 
no Brasil.
Explique a origem e as consequências dos fenôme-9. 
nos El Niño e La Niña.
Qual é a importância da previsão do tempo? Cite 10. 
dois exemplos do uso da previsão nas atividades do 
dia a dia.
Lendo mapas e gráficos
O mapa e os gráficos abaixo representam dois 11. 
tipos climáticos. Explique a variação de tempera-
tura e precipitação em ambos os climas e corre-
lacione-os ao efeito de pelo menos um elemento 
ou fator climático.
Fonte de pesquisa: Simieli, M. E. R. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2006. p. 22. 
Cada um dos climogramas abaixo refere-se a um tipo 12. 
climático encontrado no Brasil. Identifique o tipo 
climático relacionado a cada um dos climogramas 
e explique a variação da temperatura e da pluviosi-
dade representada neles.
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POPULAÇÃO
MUNDIAL
* estimativa
2,32 
bilhões
4,5
bilhões
6,5 
bilhões
14,1 
graus
14,18
graus
14,63 
graus
27 
milhões*
300
milhões
725
milhões
1,3
bilhão de
toneladas
5,3
bilhões de
toneladas
7,3
bilhões de
toneladas
EMISSÃO 
DE CO2
TEMPERATURA
MÉDIA
FROTA 
DE CARROS
1941 1980 2009
poeppoepoeppoepoepoepoepoepoepoeoepoepopoeirairairairairairaairairairairairairairaraira
diminuição da 
vida aquática produtos tóxicos 
(ex.: alumínio)
orvalho
ácido
condensação
da água
ácido sulfúrico 
(H2SO4)
ácido nítrico 
(HNO3)
reações 
químicas na 
atmosfera
dióxido de 
enxofre (SO2) 
e emissões 
ricas em 
óxidos de 
nitrogênio 
(NOX)
nevnevnevnevnevnnevnevnevnnn vveeeeeeeeeeeeeeeeee
áciáciáciáciáciáciáciáciácicácicccácciáá dadadadadadadadadadadaddaddaadadaaddd
lixiviação de 
compostos 
ácidos
destruição 
da vegetação
nevoeiro ácido
chuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuch va va va vavavava va vavaava avva
áciáciáciáciácáciáciáciáciá iá iáciáciácic dadadadaddadadadadadadadadada
fusão 
da neve 
ácida
Formação da precipitação ácida
25
Interpretando textos e imagens
O quadro abaixo mostra uma estimativa da emis-13. 
são de gás carbônico (CO2) e da temperatura média 
mundial nas décadas de 1940 e 1980 e na primeira 
década do século XXI. Observe atentamente as in-
formações e responda:
a) Que relação pode ser estabelecida entre a frota 
de carros, a temperatura média do planeta e a 
emissão de CO2?
b) Relacione as informações do quadro abaixo com 
o aumento do efeito estufa.
A partir do esquema abaixo explique o processo de 14. 
formação da chuva ácida e cite suas principais con-
sequências para o meio ambiente.
Construa um texto identificando as causas e as con-15. 
sequências do aquecimento global com base nos 
conhecimentos desenvolvidos nas aulas e nas duas 
charges apresentadas abaixo.
Churrasco em 2050
Quem sabe 
agora eles vão 
acreditar no 
aquecimento 
global.
Leia o texto abaixo. 16. 
A Terra perdeu, em pouco mais de um quarto de 
século, quase um terço de sua riqueza biológica e re­
cursos, e, no atual ritmo, a humanidade necessitará de 
dois planetas em 2030 para manter seu estilo de vida, 
advertiu nesta terça [28/10/2008] o Fundo Mundial 
para a Natureza (WWF, por sua sigla em inglês). A de­
manda da população excede em cerca de 30% a capaci­
dade regeneradora da Terra, segundo o Relatório Pla­
neta Vivo 2008, divulgado por esta organização [...]. 
“O mundo está lutando atualmente com as conse­
quências de ter supervalorizado seus ativos financei­
ros. Mas uma crise muito mais grave ainda virá: um de­
sastre ecológico causado pela não valorização de nos­
sos recursos ambientais, que são a base de toda a vida 
e da prosperidade”, disse o diretor­geral da WWF [...].
Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/noticias/156291/ 
o-estilo-de-vida-do-homem-extrapola-a-capacidade-do-planeta>. 
Acesso em: 19 dez. 2009.
Baseado nas informações do texto e do capítulo, a 
que conclusão você pode chegar sobre a perda da 
capacidade de regeneração do planeta?
> Charge de Stan Eales.
> Charge de Tony Auth.
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