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280 260 240 220 8040200 60 troposfera estratosfera mesosfera termosfera exosfera 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 camada de ozônio Altitude (km) Temperatura (oC) 450 Camadas da atmosfera ____________________ * As palavras em azul são explicadas no Glossário, nas páginas 256 a 260. 1 10 Capítulo Neste capítulo Definição de atmosfera, tempo e clima. Elementos e fatores climáticos. Os climas no mundo e no Brasil. Fenômenos climáticos. Previsão meteorológica e poluição atmosférica. Dinâmica climática Atmosfera, tempo e clima Atmosfera é a camada de gases e par- tículas em suspensão que envolve alguns planetas. Além de atuar na manutenção de temperaturas adequadas à vida no planeta e proteger os organismos da exposição à ra- diação ultravioleta*, a atmosfera terrestre contém gases necessários aos processos vi- tais de respiração celular e fotossíntese. Ela é composta por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e apenas 1% de outros gases (ozô- nio, hélio, vapor de água, etc.). O perfil vertical da atmosfera terrestre apresenta várias camadas, definidas de acor- do com a variação da temperatura, a concen- tração de gases e suas propriedades elétricas. A troposfera é a camada mais próxima da superfície terrestre, na qual a temperatu- ra decresce com a altitude. Nela ocorrem os principais fenômenos meteorológicos (ven- to, precipitação, furacões, etc.). A estratosfera está logo acima da tropos- fera, e contém a camada de gás ozônio, que absorve a radiação ultravioleta do Sol. Por ela ser muito estável, é nela que os aviões a jato circulam. A mesosfera é a terceira ca- mada e, em sua parte superior, apresenta temperaturas mais baixas que a troposfera e a estratosfera, além de ar rarefeito. Acima da mesosfera está a termosfera, uma cama- da eletrificada na qual há grande concentra- ção de íons e elétrons livres que refletem alguns tipos de ondas de rádio. Acima de todas essas camadas está a exosfera, a ca- mada mais externa da atmosfera, na qual or- bitam os satélites artificiais. O tempo meteorológico é um estado momentâneo da atmosfera em dado local da superfície terrestre. Uma repetição con- tínua desse tempo nos permite definir um tipo de clima. O clima é, portanto, um padrão do con- junto de condições da atmosfera observado durante pelo menos trinta anos. O clima exerce grande influência sobre a Terra, desde os processos naturais, como a formação de solos, até as atividades huma- nas, como a agricultura. Essa influência é uma das razões pelas quais, cada vez mais, o clima vem sendo estudado por grande parte dos cientistas do mundo. Nas últimas décadas, alterações climáti- cas, sobretudo o aumento da temperatura mundial, têm preocupado não somente cien- tistas, mas governantes, políticos, organiza- ções não governamentais, ambientalistas e a população em geral. Entre outros fatores, o aquecimento global é causado pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono, lançado na queima de combustíveis fósseis. São consequências do aquecimento global: o derretimento de gelo das calotas polares, o aumento no nível de água dos mares e o processo de desertifica- ção. Assim, com o objetivo de se estabelecer metas para reduzir a emissão desses gases, foi realizada em Copenhague, capital da Dina- marca, em dezembro de 2009, a 15ª- Confe- rência sobre Mudança Climática, a COP15, reunindo representantes de 193 países, entre os quais o Brasil. A COP15, porém, não apre- sentou um documento com ações práticas e imediatas, o que decepcionou os que espera- vam um texto que sucedesse o Protocolo de Kyoto (ratificado em 2005), o primeiro trata- do internacional sobre mudanças climáticas. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 10 2/24/10 11:42:22 AM 11 cessos de evaporação e evapotranspiração e funciona como importante regulador tér- mico do sistema Terra-atmosfera, determi- nando a ocorrência de pequenas amplitudes térmicas em regiões com grande umidade e de elevadas amplitudes térmicas em regiões pouco úmidas. O resfriamento do ar úmido provoca a ocorrência de orvalho, nevoeiro e nuvens. O orvalho surge com a condensação do vapor devido à redução rápida da temperatura am- biente ou quando a umidade do ar entra em contato com uma superfície fria. Por isso, o orvalho ocorre geralmente ao amanhecer ou ao anoitecer em noites mais frias. O nevoeiro, ou neblina, ocorre por diversos motivos, en- tre eles a condensação da umidade no ar, que forma uma nuvem próxima ao solo. As nu- vens são compostas por gotículas de água em suspensão no ar e por cristais de gelo. Sua for- mação está associada à elevação do ar úmido, que, ao alcançar seu ponto de saturação, inicia o processo de condensação. A pressão atmosférica é a for- ça exercida pelo peso da atmosfera sobre a superfície terrestre. A va- riação desse elemento é responsá- vel pela movimentação do ar, for- mando o vento, que se desloca das áreas de alta pressão para as áreas de baixa pressão. A pressão atmos- férica varia, em um mesmo lugar, conforme as horas do dia e as es- tações do ano e, de uma região para outra, conforme a variação da temperatura. Quanto mais quente o ar, menos denso ele é, portanto, de modo geral, mais baixa será a pressão atmosférica. Assim, nas re- giões com clima equatorial, onde o ar é mais quente, predominam zo- nas de baixa pressão. Nas regiões polares, o ar mais frio determina a ocorrência de alta pressão. Os elementos do clima e os fatores climá- ticos ou fatores geográficos do clima con- dicionam os diferentes tipos de tempo e de clima no mundo. Para entender a distribui- ção climática mundial e brasileira, temos de compreender, primeiro, quais são os ele- mentos do clima, como eles se relacionam entre si (temperatura e umidade, por exem- plo) e como são influenciados pelos fatores climáticos. Elementos do clima Os elementos climáticos são os atributos físicos que representam as propriedades da atmosfera de um lugar. Os elementos mais utilizados são a temperatura, a umidade e a pressão. A temperatura do ar é a medida do calor sensível armazenado (em graus Celsius ou Fahrenheit). A variação anual da temperatu- ra depende da trajetória diária e anual do Sol. Ao longo de um ano, a incidência de raios solares varia muito em diferentes pontos da Terra, conforme sua posição em relação ao Sol. Em latitudes baixas, isto é, nas proximi- dades do Equador, devido à pequena varia- ção da altura solar, as amplitudes térmicas anuais (diferença entre a mais alta e a mais baixa temperatura, em graus Celsius, entre os meses quentes e frios) tendem a ser pouco elevadas. Em latitudes altas ocorrem diferen- ças térmicas significativas ao longo do ano. A variação diária da temperatura pode ser alterada por outros elementos climáticos. A nebulosidade, por exemplo, diminui a pe- netração de radiação solar direta durante o dia e retém parte da radiação emitida pela Terra durante a noite, ao passo que os ven- tos proporcionam uma redistribuição do ca- lor presente no ar. A umidade do ar representa a quantidade de vapor de água na atmosfera, que dá ori- gem a todas as formas de condensação e precipitação. Além disso, influencia os pro- Leia O livro Introdução à climatologia para os trópicos, de J. O. Ayoade, trata da diferença entre tempo e clima, da composição da atmosfera, dos elementos e fatores climáticos, das classificações regionais do clima e da relação entre o clima e os seres humanos. Elementos e fatores climáticos > Radiação incidindo sobre a Terra em março e em junho. Saiba mais O vapor de água na atmosfera A umidade absoluta é a massa de vapor de água divididapela massa de ar seco, em um volume de ar a uma tem- peratura específica (quanto mais quente o ar, mais água ele comporta). Já a umidade relativa é a razão entre a umi- dade absoluta atual e a maior umidade absoluta possível (que depende da temperatura atual do ar). O vapor de água varia de 0% a 4% do volume de ar atmosférico: quando o ar está seco, a umidade corresponde a 0% do volume de ar; quando está saturado, corresponde a 4%. Quando os instrumentos indicam umidade relativa de 100%, isso quer dizer que o ar está totalmente saturado com vapor de água, o que mostra grande possibilidade de chuva. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 11 3/11/10 4:02:15 PM zzzozozzozozozozozozozozozozozozoozzzozozoozozozzozoozozozzozozzzoozozzzzozozozozzoozozzzzozozozozoozzzzzzzzzzzzzzzzzoonnanannnnananananananananananannnannanannanannannnannannnnananana t t t t ttttt ttt t tt tt trororororororororrorrorororroror pipipipipipippipppipipipipicacacacacacacacacacacacacacacacacacac llllllllllllll zzzozozozozozzzozzzozozozozozzzozozoooooooooooooooooooooooonnanananananannananannananananannanananannannanananananannananannananananannnananaanaaaaaaannaaaaaa tt ttt ttt tttttttt tttttt tt tttttttttttttttttttt ttt t ttttttttttttttttttememememememememememeemememememememememememmemeememememememmeeeememememememeemeemeeememememmememmeeemmmmmmpeppepepepepepepeppepppppeppepppepepepeeeeeeeerarararararararrararararrrarararraraadaddadadaaddaaaaaa 90º Círculo Polar Ártico Círculo Polar Antártico Trópico de CâncerEquador Trópico de Capricórnio zona polar dia de 6 meses zona polar noite de 6 meses zzzzozozozzozooozoozozooozozoozzozooozozozzoooooooonnnnnananananaanaaaaaaaannnananaaannaannnnanannaaananannanannanaannnaannanaanaanannnnnnannaannnaannnanannnnnnaaa t ttt t t tttttttttt t ttttttttttttttrororororororororororororoorororrorrorooorororororooorrorororoororoorororoorororoororroorrrrrropipipipipipipipipipipipipipipipipipipippipipippipipppipipipipipipipipipiiipipipipipipiipipppppppp cccccacccacacacaccccccccc lllllzozozozozozozooonanananananananananananannaaaaaaaaaannaaaaaa t t tttt tt tt tttememememememememememmmmememmemmemmemempepepepepepeppeepeepepepepeppepepepepeepepppepepeerararararararararraraarararaarrarrr dadadadadaddadaddadadddadadadadaadadadaaa 4800 4000 3200 2400 1 600 800 0 metros Efeito da inclinação da Terra na temperatura Diminuição da temperatura com o aumento da altitude 12 1 Dinâmica climática vadas recebem os raios solares de maneira mais inclinada. Assim, quanto maior a lati- tude, maior a inclinação com que os raios solares atingem a superfície da Terra e me- nos elevadas as temperaturas. Altitude As diferenças de altitude acarretam mu- danças na temperatura e na pressão atmos- férica. À medida que a altitude aumenta, a pressão fica menor, pois diminui o peso da coluna de ar acima da superfície. Inversa- mente, quando a altitude diminui, aumen- tam a pressão e a densidade atmosférica. Considerando-se dois lugares de mesma la- titude e diferentes altitudes, aquele mais ele- vado apresentará temperaturas mais baixas, obedecendo à proporção de 0,6 °C a menos para cada 100 metros de altitude. Fatores climáticos Os fatores climáticos são as características geográficas naturais que diferenciam as pai- sagens na Terra e são capazes de influenciar os elementos do clima. Em conjunto com os fatores climáticos, como latitude, altitude e continentalidade/maritimidade, também a dinâmica das correntes oceânicas, das mas- sas de ar e das frentes atua na caracterização e distribuição dos climas mundiais. Latitude O clima de um lugar depende também da latitude, pois ela define a maneira como os raios solares atingem a superfície da Ter- ra. A linha do Equador é o paralelo em que os raios solares incidem de modo menos in- clinado. Por isso, o clima tende a ser mais quente. Lugares situados em latitudes ele- Saiba mais Relevo, vegetação e clima A posição do relevo favorece ou dificulta os fluxos de calor e umidade entre áreas contíguas. Um sistema oro- gráfico que se disponha latitudinalmente em uma região como o Himalaia, por exemplo, irá dificultar as trocas de calor e umidade entre as áreas frias do interior da China e aquelas mais quentes da Índia. Já a cordilheira dos An- des, por se dispor no sentido dos meridianos, não impede que as massas polares atinjam o norte da América do Sul e nem que as equatoriais cheguem ao sul do Brasil. Entretanto, inibem a penetração da umidade proveniente do Pacífico para o interior do continente. [...] A vegetação desempenha um papel regulador de umidade e de temperatura extremamente importante. To- mando-se as áreas florestadas como exemplo, observa-se que suas temperaturas serão inferiores às das áreas vi- zinhas com outro tipo de cobertura – como campo, por exemplo, uma vez que as copas, os troncos e os galhos das árvores atuam como barreira à radiação solar direta, diminuindo a disponibilidade de energia para aquecer o ar. Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 47-48. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 12 3/11/10 4:02:21 PM Imagem de satélite da variação da temperatura do oceano devido à atuação da corrente das Malvinas, na América do Sul. > 13 Monções Na Ásia, esse efeito da continen- talidade e da maritimidade provoca o fenômeno denominado monção. As monções de inverno (ventos se- cos e frios) movimentam-se do conti- nente para o oceano. Já as monções de verão (ventos úmidos e quentes) movimentam-se do oceano para o continente, trazendo chuvas que fa- vorecem a atividade agrícola. Saiba mais Fonte de pesquisa: Universidade de Évora. Projeto Proclira. Disponível em: <http://www.proclira. uevora.pt/modulos/modulo6.pdf>. Acesso em: 1º jul. 2009. Maritimidade e continentalidade Os mares e oceanos têm papel fundamental no clima. Juntamente com os demais fatores, influenciam as variações de temperatura e de umidade. A maritimidade caracteriza as regiões próximas de grandes mas- sas líquidas (mares e oceanos), determinando a ocorrência de elevada umidade e pequena variação da temperatura. Com a continentalidade ocorre o oposto: quanto mais distante o lugar estiver do litoral, menor será a umidade e maior será a variação da temperatura. É por causa desse efeito que uma região costeira sofre a influência moderadora do oceano de maneira mais intensa. Já outra, localizada no interior do continente, sofre maior contraste entre as temperaturas de inverno e verão. Correntes oceânicas As correntes oceânicas são movimentos horizontais de grandes massas de água. Causadas pela rotação da Terra e pela ação dos ventos constantes, elas interagem com a dinâmica das massas de ar, influen- ciando o clima e definindo áreas secas e chuvosas. Tal fato ocorre por- que as águas frias superficiais dos oceanos e mares levam ao resfriamen- to do ar, dificultando a formação de nuvens e chuvas. Assim, em regiões costeiras onde prevalecem correntes oceânicas frias há um predomínio de climas com umidade reduzida. Áreas banhadas por correntes quen- tes apresentam um clima mais úmido devido ao aquecimento e à ascen- são do ar e à formação de nuvens e chuvas. As correntes quentes que se dirigem para os polos aquecem as re- giões de altas latitudes. É o caso da corrente do Atlântico Norte, que mantém as temperaturas mais altas no oeste da Europa. A corrente de Humboldt, cujo nome homenageia o naturalista ale- mão Alexander von Humboldt, também chamada de corrente do Peru, é uma corrente fria que nasce nas proximidades da Antártida e direcio- na-se no sentido norte pelo oceano Pacífico. As baixas temperaturas dessa corrente dificultam a formação de nuvens, o que em parte explica a aridez que prevalece no norte do Chile e nas zonas costeirasdo sul do Peru e do Equador. No Brasil atuam as correntes das Guianas (ou do Norte do Brasil), Sul Equatorial, do Bra- sil e das Malvinas (ou das Falklands). A cor- rente do Brasil é uma corrente quente que flui próximo à costa nordes- te na direção sul. A cor- rente das Malvinas é uma corrente fria que acom- panha o litoral sul e su- deste do Brasil. Fonte de pesquisa: Universidade de Évora. Projeto Proclira. Disponível em: <http://www.proclira. uevora.pt/modulos/modulo6.pdf>. Acesso em: 1º jul. 2009. km 0 785 OCEANO ÍNDICO ÁSIA Trópico de Câncer 80°L 20°N Inverno na Ásia vento seco e frio MonçõES DE invERno OCEANO ÍNDICO Trópico de Câncer 80°L 20°N km 0 785 ÁSIA Verão na Ásia vento úmido e quente MonçõES DE vERão Paraguai Brasil Argentina Uruguai Temperatura da superfície do mar (ºC) 2 de maio de 2005 5 10 15 20 25 28 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 13 20.02.10 13:56:08 ventos polares de leste frente polar anticiclone subtropical células de Hadley zona de calmarias equatoriais NE ventos alísios alta polar ventos de oeste SE ventos alísios células de Hadley células de Ferrel células de Ferrel Circulação geral da atmosfera direção do movimento frontal frente fria formação de nuvens causadas pela elevação frontal do ar quente e úmido avanço do ar frio atrás da frente fria retrocesso do ar quente ao chocar-se com o ar frio direção do movimento frontal avanço do ar quente atrás da frente quente retrocesso do ar frio ao chocar-se com o ar quente formação de nuvens causadas pela elevação frontal do ar quente e úmido frente quente Formação das frentes fria e quente 14 Dinâmica climática1 Tipos climáticos mundiais Circulação geral da atmosfera Os diferentes tipos de clima no mundo são resultado, conforme já mencionado, das relações entre os elementos e os fatores climáticos. Além disso, deve-se considerar a cir- culação geral da atmosfera, incluindo a atuação das massas de ar e das fren- tes. A partir daí são definidas as dife- rentes regiões climáticas, nas quais o clima se apresenta relativamente ho- mogêneo. A subida e a descida do ar atmosfé- rico estabelecem padrões de circulação chamados células de Hadley (nas la- titudes equatoriais e tropicais) e célu- las de Ferrel (nas médias latitudes). O esquema ao lado mostra a direção das correntes de ar nessas células. Os ventos alísios são resultantes da ascensão de massas de ar que conver- gem dos trópicos (alta pressão) para a região equatorial (baixa pressão). Os alísios do hemisfério Norte movimen- tam-se de nordeste para sudoeste. Já os do hemisfério Sul movimentam-se de sudeste para noroeste. Observe mais uma vez o esquema à esquerda. Assista O filme O dia depois de amanhã, de 2004, com direção de Roland Emmerich, embora seja uma obra de ficção científica, apresenta o comportamento da circulação atmosférica e como mudanças drásticas nela podem afetar a humanidade. Massas de ar e frentes As massas de ar são partes da atmosfera com considerável ex- tensão horizontal e com características homogêneas de temperatura, pressão e umidade. Elas deslocam-se carregando aspectos das condi- ções climáticas do local em que se formaram. Ao longo do seu traje- to, as massas de ar alteram as características do tempo atmosférico e sofrem modificações de temperatura e de umidade. Isso é re- sultado da interação com as características da superfície sobre a qual se deslocam. A origem das massas de ar pode ser tropical (massa de ar tro- pical) ou polar (massa de ar polar). Quando formadas sobre o oceano, são úmidas; formadas sobre o continente, quase sempre são secas, excetuando-se as formadas na região equatorial, que também são úmidas. As principais fontes produtoras de massas de ar no mundo são as planícies árticas cobertas de neve da América do Norte, Euro- pa e Ásia; os oceanos subtropicais e tropicais; o deserto do Saara na África; e os interiores continentais da Ásia, Europa e América do Norte. As massas de ar são muito importantes para a compre- ensão da dinâmica atmosférica, pois têm influência direta sobre os tempos e climas de suas áreas de atuação. Quando duas mas- sas de ar de diferentes temperaturas se encontram, ocorre uma brusca variação nas condições do tempo (temperatura, umidade, vento, etc.) na zona de contato entre elas. As faixas de transição entre essas massas de ar são denominadas frentes, que podem ser frias ou quentes. Observe o esquema ao lado. 4P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 14 2/12/10 2:36:43 PM 0° 20°L20°O 40°L40°O 60°L60°O 80°L80°O 100°L100°O120°O140°O160°O180° 120°L 140°L 160°L 180° 80°N 60°N 60°S 80°S 40°N 40°S 20°N 20°S 0° km 0 3 080 Equatorial Mediterrâneo Tropical Temperado Subtropical Frio Desértico Polar Semiárido Frio de montanha Tipos de clima (adaptado da classificação de Köppen) Correntes marítimas Correntes frias Correntes quentes Clima e Correntes marítimas Fonte de pesquisa: IBGE. Atlas geográfico escolar. 4. ed. Rio de Janeiro, 2007. p. 58. 15 Mediterrâneo. No inverno, a temperatura é mais amena, por causa das correntes ma- rítimas quentes. O verão é quente e seco. Nas áreas costeiras, os verões são mais ame- nos, devido às correntes frias do oceano. Frio (subpolar). Temperaturas médias negativas no inverno, alcançando em tor- no de 10 ºC no verão. Frio de montanha. A redução da tempe- ratura está condicionada ao aumento da altitude, ocorrendo até mesmo na zona tropical. Polar ou glacial. As temperaturas médias são muito baixas, em torno de –30 ºC. No verão chegam aos –10 ºC; no inverno, po- dem alcançar –50 ºC. Ocorre no Ártico, incluindo a Groenlândia e o Alasca, e na Antártida. O índice pluviométrico é muito baixo (menos de 200 mm anuais). Desértico. Pequeno volume de precipi- tação (menor do que 250 mm por ano) e grande amplitude térmica diária. Ocorre tanto em áreas tropicais como em tem- peradas: norte da África, Oriente Médio, oeste dos EUA, norte do México, litoral do Chile e do Peru, Austrália e noroes- te da Índia. Semiárido. Clima com altas temperatu- ras (média de 27 ºC) e chuvas irregula- res, entre 300 mm e 800 mm/ano. Clima típico do Nordeste do Brasil, que sofre influên cia da massa Tropical atlântica (mTa), que, ao chegar à região, já apre- senta pouca umidade. Os principais climas do mundo A classificação climática nos ajuda a com- preender o clima do mundo. Existem dife- rentes propostas de classificação, entre as quais a organizada pelo alemão Wladimir Peter Köppen, baseada nas características de precipitação e temperatura: Equatorial. Durante o ano inteiro apre- senta altos índices de evaporação e tem- peraturas que variam entre 24 ºC e 27 oC. A amplitude térmica (variação entre a temperatura mínima e a máxima) é baixa durante o ano inteiro. Apresenta pluvio- sidade alta, atingindo mais de 2 000 mm por ano. Tropical. Apresenta elevados índices plu- viométricos (entre 1 000 mm e 2 000 mm por ano), com duas estações bem defini- das: seca e chuvosa. Temperado. As temperaturas variam re- gularmente ao longo do ano, com mé- dia acima de 10 °C. Apresenta quatro estações bem definidas. É dividido em temperado oceânico (inverno menos ri- goroso devido à influência da umidade oceânica) e temperado continental (me- nor influência dos mares e oceanos, pro- vocando maiores amplitudes térmicas). Subtropical. Marcado por verão quente e chuvas distribuídas pelo ano todo. As temperaturas podem chegar a 0 ºC em al- guns dias do outono e do inverno. leia O livro Climatologia: noções básicase climas do Brasil, de Francisco Mendonça e Inês Moresco Danni-Oliveira, trata, de maneira simples e didática, de assuntos como a atmosfera terrestre, circulação e dinâmica atmosférica, classificações climáticas e tipos climáticos do Brasil. 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 15 20.02.10 13:56:41 OCEANO ATLÂNTICO VENEZUELA COLÔMBIA PERU EQUADOR Guiana Francesa (FRA)SURINAME GUIANA URUGUAI CHILE BOLÍVIA Equador 0° 10°S 20°S 30°S 50°O 40°O 30°O60°O70°O80°O Massa de ar Equatorial continental (mEc) Massa de ar Equatorial atlântica (mEa) Massa de ar Tropical atlântica (mTa) Massa de ar Tropical continental (mTc) Massa de ar Polar atlântica (mPa) Clima equatorial Clima tropical equatorial Clima tropical litorâneo do Nordeste oriental Clima tropical úmido-seco ou tropical do Brasil central Clima subtropical úmido km 0 383 Trópico de Capri córnio PARAGUAI ARGENTINA OCEANO PACÍFICO tipos ClimátiCos do Brasil 100 200 300 400 500 600 700 Te m p e ra tu ra ( ºC ) P re ci p it aç ão ( m m ) 0 J F M A M J J A S O N D 4 8 12 0 16 20 24 28 32 Precipitação Temperatura média Belém (PA) Fonte dos dados: Inmet citado por Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. > Climograma relativo ao clima equatorial. Fonte de pesquisa: Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. 16 Dinâmica climática1 Tipos climáticos brasileiros Devido a sua extensão territorial e à atuação dos elementos e dos fa- tores climáticos, o Brasil apresenta uma grande variedade de climas, (ver mapa abaixo). A distribuição das formas de relevo (serras, pla- naltos, etc.), formando corredores naturais para o desenvolvimento de sistemas atmosféricos ou barreiras que dificultam a passagem de massas de ar, é um exemplo de conjugação de fatores que promo- vem a diversidade climática. Identificam-se cinco grandes tipos cli- máticos no Brasil, fundamentados principalmente na distribuição de temperatura e pluviosidade, associada às características geográficas e à dinâmica das massas de ar. É importante destacar que esses gran- des tipos climáticos apresentam subtipos, classificados conforme a distribuição das chuvas. Equatorial . Predomina na Região Norte do país e é controlado pela ação das massas Equatorial continental (mEc) e Equatorial atlânti- ca (mEa) e da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), além de sistemas tropicais. A temperatura média anual está entre 24 ºC e 26 ºC. De maneira geral não apresenta grandes variações térmi- cas diárias ou sazonais. Os meses de setembro e outubro são os mais quentes, e durante os meses de junho a agosto há uma queda das tem- peraturas devido à penetração de frentes frias, ocasionando o fenôme- no da friagem. A pluviosidade média anual é alta, porém heterogênea. Em algumas áreas, ela pode chegar a 3 000 mm; em outras, não ultra- passa 1 600 mm. Seus subtipos variam conforme o período de secas. 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 16 20.02.10 13:56:41 17 Tropical equatorial. Abrange parte das regiões Norte e Nordeste. A pluviosidade anual pode variar de 620 mm (algumas localidades no Ceará) até 2 600 mm (cidade de São Luís, no Maranhão). A tempera- tura média anual varia entre 24 ºC e 27 ºC, mas a média das tempe- raturas máximas pode atingir 33 ºC (por exemplo, em Mossoró, no Rio Grande do Norte). Dentre os subtipos desse clima, existe aquele marcado por sete a oito meses de seca, também conhecido como cli- ma semiárido. Veja o climograma à direita, em cima. Tropical litorâneo do Nordeste oriental. Clima úmido e quen- te fortemente influenciado pela ação das massas de ar úmidas do oceano Atlântico. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média das máximas pode atingir 30 ºC) durante o ano todo, com pequena queda nos meses de inverno. As chuvas concentram-se entre o fi- nal do verão e o inverno. A média anual pode variar entre 700 mm e 2 500 mm. Tropical úmido-seco ou tropical do Brasil central. Devido a sua posição geográfica e à atuação de sistemas atmosféricos, esse tipo cli- mático apresenta, ao longo do ano, oscilações significativas de tem- peratura e pluviosidade. Clima quente e úmido no verão, e quente e seco no inverno (com queda de temperatura em alguns locais). A média anual da temperatura varia entre 20 ºC e 26 ºC, e a média das máximas pode atingir 36 ºC em setembro (mês mais quente). Apre- senta chuvas concentradas no verão, podendo os meses de novem- bro e março concentrar cerca de 70% do total médio anual. Alguns subtipos desse clima não apresentam período seco; outros têm até oito meses de seca por ano. Veja o climograma à direita, embaixo. Subtropical úmido. Clima controlado pelas massas de ar tropicais e polares. Apresenta certa regularidade na distribuição das chuvas (entre 1 250 mm e 2 000 mm anuais), associada a baixas temperaturas no in- verno. As médias anuais da temperatura situam-se entre 14 °C e 22 °C. Em regiões mais elevadas, durante o inverno, as médias mensais os- cilam entre 10 °C e 15 °C, registrando-se também temperaturas ab- solutas negativas. > Climograma relativo ao clima tropical úmido- -seco. Fonte dos dados: Inmet, citado por Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 170. 50 100 Precipitação Temperatura média 150 200 250 300 350 Te m p e ra tu ra ( ºC ) P re ci p it aç ão ( m m ) 0 J F M A M J J A S O N D 4 8 12 0 16 20 24 28 32 Seropédica (RJ) > Climograma relativo ao clima tropical equatorial. 50 100 Precipitação Temperatura média 150 200 250 300 350 Te m p e ra tu ra ( ºC ) P re ci p it aç ão ( m m ) 0 J F M A M J J A S O N D 4 8 12 0 16 20 24 28 32 36 Mossoró (RN) Fonte dos dados: Inmet, citado por Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 162. Neve em Gramado (1998), na região da serra gaúcha, onde ocorre clima subtropical úmido. > 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 17 20.02.10 13:56:43 18 Informe Concretamente, ocorre que uma extensa área do território brasileiro – a zona semiárida do Nordeste – apresenta condições físico-climáticas desfavoráveis à atividade agropecuária de alta produtividade. Os obs- táculos ao acesso à terra fazem com que grandes contin- gentes de pessoas cultivem terras, suas ou de terceiros, cujas áreas são insuficientes para o desenvolvimento de uma agropecuária que os mantenha acima do nível de subsistência. A impossibilidade de formarem reservas econômicas leva aquelas pessoas à situação de indigên- cia quando ocorre uma seca de maiores proporções. duarte, Renato. Seca, pobreza e políticas públicas no nordeste do Brasil. In: Ziccardi, Alicia (Org.). Pobreza, desigualdad social y ciudadania: los límites de las políticas sociales en América Latina. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO), 2001. p. 425-440. A Região Nordeste ocupa uma área de 1 539 000 km2, correspondente a 18% do território brasileiro, e abriga uma população de 45,5 milhões, equivalente a 29% do total nacional. [...] O Nordeste apresenta algumas sin- gularidades no cenário geoeconômico brasileiro. Ali vive cerca de metade da população pobre do país. Em termos geográficos, a região mostra-se bastante hete- rogênea, apresentando grandevariedade de situações físico-climáticas. Dentre estas destaca-se a zona semi- árida, que, além da sua extensão de 882 000 km2 (cer- ca de 57% do território nordestino), singulariza-se por ser castigada periodicamente por secas. As secas podem ocorrer sob a forma de drástica diminuição ou de con- centração espacial e/ou temporal da precipitação plu- viométrica anual. Quando ocorre uma grande seca, a produção agrícola se perde, a pecuária é debilitada ou dizimada, e as reservas de água de superfície se exau- rem. Nessas condições, as camadas mais pobres da po- pulação rural tornam-se inteiramente vulneráveis ao fenômeno climático. Historicamente, a sobrevivência daqueles contingentes de pessoas tem dependido, seja das políticas oficiais de socorro, seja do recurso à emi- gração para outras regiões ou para as áreas urbanas do próprio Nordeste. [...] A ocorrência periódica de secas é um problema que a população do semiárido nordestino tem enfrentado se- cularmente, e com o qual terá de conviver. Porém, a fal- ta prolongada de chuvas em um determinado período só assume a dimensão de calamidade pública devido à situação de pobreza em que vivem milhões de pessoas naquela parte do Nordeste brasileiro. A escassez de chu- vas no período do inverno ou a má distribuição espa- cial e/ou temporal das precipitações constituem, tão so- mente, elementos desencadeadores de um processo que transforma em indigentes as camadas mais pobres da população da zona semiárida. Esse quadro não tem so- frido modificações com o passar do tempo. A irregularidade climática ocorre ciclicamente, de forma inexorável, mas as medidas oficiais para enfren- tá-la não têm, historicamente, apresentado a consis- tência e a continuidade que o problema requer. É bem verdade que o enfrentamento dos efeitos calamitosos da seca representa um desafio de enormes proporções, e a sua mitigação exige um esforço extraordinário por parte da sociedade brasileira. a seca no nordeste 1. Quais são as causas climáticas da seca nordestina? 2. Quais são os impactos sociais e econômicos da seca no Nordeste brasileiro? Justifique sua resposta. 3. Quais seriam as medidas mitigadoras para a região do semiárido nordestino? Discuta com os colegas e escreva um texto sobre o que foi discutido. para discutir assista O filme Vidas secas, do diretor Nelson Pereira dos Santos, de 1963, fundamentado na obra de Graciliano Ramos, conta a história de uma família que vive na região do Nordeste atingida pela seca e que precisa conviver com a miséria e lutar pela sobrevivência. > A Estação Ecológica de Seridó (em fotografia de 1998), no município de Serra Negra do Norte (RN), foi criada com o objetivo de preservar a vegetação de caatinga da região e desenvolver pesquisas científicas no local. 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 18 20.02.10 13:56:45 OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO Trópico de Capricórnio Equador 60°O 40°O 30°O 0° 80°O90°O km 0 667 Norte do Brasil: Redução das chuvas aumenta o índice de incêndios florestais. Nordeste do Brasil: No centro-norte da região ocorrem secas mais severas durante a estação chuvosa. Centro-Oeste do Brasil: Superação da média histórica das chuvas e temperaturas mais altas no sul do Mato Grosso do Sul. Sudeste do Brasil: Elevação moderada da temperatura durante o inverno. Sul do Brasil: Maior ocorrência de chuvas e elevação da temperatura. Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa: Redução do índice pluviométrico, exceto na costa da Colômbia, onde há aumento das chuvas durante o verão. Equador, Peru, Bolívia e Chile: Na costa do Equador e no norte do Peru ocorrem chuvas concentradas no verão. Na parte central e sul do Chile ocorrem chuvas concentradas no inverno. Redução das chuvas nas regiões dos Andes no Equador, no Peru e na Bolívia. Paraguai, Argentina e Uruguai: Ocorrem chuvas acima da média. 40°S 20°S EFEiTOS DO FENôMENO El Niño NA AMéRiCA DO SuL Fonte de pesquisa: Mendonça, Francisco; danni-oliveira, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. 19 El Niño O fenômeno climático El Niño representa mudanças bruscas na circulação da atmos- fera e consequentes alterações nos índices pluviométricos e nas temperaturas em qua- se todo o planeta. O aquecimento anormal das águas superficiais e profundas do ocea- no Pacífico equatorial e o enfraquecimento dos ventos alísios na região equatorial são os responsáveis por essas mudanças. Normalmente, os ventos alísios de nor- deste e de sudeste sopram sobre o Pacífico ocidental, empurrando as águas mais quen- tes; com o fenômeno da ressurgência, ocor- re o afloramento de águas mais profundas (portanto mais frias) do oceano. Quando ocorre o fenômeno El Niño, diminui a ve- locidade dos ventos alísios sobre o oceano Pacífico ocidental, e as águas quentes ficam “paradas” na costa do Peru. Esse aquecimento das águas gera a forma- ção de nuvens, devido à evaporação, prin- cipalmente no Pacífico equatorial central e Fenômenos climáticos oriental. Outra consequência do fenômeno diz respeito à vida marinha: normalmente, o afloramento das águas mais frias do ocea- no favorece a proliferação de nutrientes e microrganismos vindos de grandes profun- didades do mar, aumentando o volume de peixes na região; com o El Niño, toda essa dinâmica favorável à proliferação da vida marinha é alterada. La Niña O termo La Niña ou Anti-El Niño denomi- na o fenômeno climático oposto ao El Niño, constituindo-se em um resfriamento das águas do Pacífico além do que normalmen- te ocorre. Esse fenômeno resulta da inten- sificação dos ventos alísios que empurram as águas mais quentes para distâncias mui- to grandes da costa oeste da América do Sul. Em geral, episódios La Niña têm frequência de dois a sete anos; todavia, eles têm ocorri- do com menor frequência que o El Niño du- rante as últimas décadas. 4P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 19 2/12/10 2:36:50 PM 20 1 Dinâmica climática Ciclones Ciclones tropicais são massas de ar com baixa pressão atmosférica que se movem so- bre os mares da região equatorial da Terra. São chamados de furacões quando seus ven- tos alcançam mais de 120 km/h, movendo-se em espiral. Devido ao movimento de rotação da Terra e ao efeito de Coriolis, que direciona os ventos de maneira oposta em cada um dos hemisférios, os furacões formados no hemis- fério Norte movem-se em sentido anti-horá- rio, e aqueles formados no hemisfério Sul se movem em sentido horário. Os ciclones formam-se quando a superfí- cie do mar supera os 26 ºC, o que faz com que o processo de evaporação da água ocor- ra mais rapidamente. O ar acima da super- fície absorve o vapor de água resultante da evaporação, ficando mais quente e úmido. A partir daí, ele começa a subir, forman- do uma coluna com baixa pressão atmos- férica em volta da qual ventos começam a soprar. Conforme a coluna de ar quente e úmido sobe, o vapor de água condensa, le- vando à formação de nuvens, chuvas e tro- vões. Quando os ventos que giram em volta da coluna de ar quente atingem 120 km/h, a pressão atmosférica em uma pequena área dentro da coluna cai muito depressa, apa- recendo o chamado olho do furacão, local em que o tempo é geralmente calmo. Existem evidências de que a frequência e a intensidade desses fenômenos climáticos têm aumentado em várias regiões do planeta. Isso estaria relacionado ao aumento das tempera- turas médias da superfície dos continentes e dos mares, induzido por causas naturais e pelos efeitos de atividades humanas. Furacão no Brasil Em 27 de março de 2004, uma tempestade classificada como ciclone extratropical atingiu a costa sul do Brasil, en- tre Laguna(SC) e Torres (RS), provocando chuvas fortes e ventos estimados em cerca de 150 km/h, causando destrui- ção e mortes em vários municípios da região. Após estudos, concluiu-se que o fenômeno, chamado de Catarina, por causa de Santa Catarina, o estado mais atingido, foi o primeiro furacão de que se tem notícia no país. O ciclone provocou deste- lhamento e destruição com- pleta de casas, de galpões e de estufas. Mais de 30 mil re- sidências foram danificadas. O furação também prejudicou a rede elétrica, destruindo transformadores e derruban- do postes. Vários municípios foram afetados pela falta de energia. No litoral, prédios fo- ram devastados. O número de desalojados e desabrigados em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul passou de 20 mil. Segundo dados da Defesa Civil dos dois estados, o prejuí- zo foi de mais de R$ 1 bilhão. CONEXÃO Como são dados os nomes dos furacões? Já virou tradição batizar com nomes próprios furacões que ocorrem nos países voltados para o oceano Atlântico. Pouca gen- te sabe, no entanto, que é definido com antecedência como um furacão irá se chamar. Pois é: existem seis listas, elaboradas por especialistas da Orga- nização Meteorológica Mundial, que trazem 26 nomes cada, um para cada letra do alfabeto. A cada ano, uma delas é empregada e quando todas já foram utilizadas, volta-se a usar a primeira! [...] Em geral, não passa de 26, o total de letras do alfabeto, o núme- ro de furacões por ano. Mas caso esse limite seja ultrapassado, se- rão utilizadas letras do alfabeto grego, como alfa, beta, gama, etc. A prática de batizar os furacões com nomes próprios começou na década de 1950, quando os especialistas passaram a identificar o fenômeno por meio das imagens de satélites. Até então eles eram chamados por números, e por vezes nem chegavam a ser detecta- dos, sobretudo quando nasciam e morriam sobre o oceano. [...] César Filho, Mário. Revista Ciência Hoje das crianças. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/4079>. Acesso em: 17 jun. 2009. Saiba mais > Foto aérea de casas destruídas pelo ciclone Catarina, em Passo de Torres (SC), um dos municípios mais atingidos. Fotografia de 2004. 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 20 20.02.10 13:56:55 > Imagem do satélite Modis mostrando o ciclone Catarina sobre o sul do Brasil (março de 2004). 21 Previsão do tempo Cada vez mais a previsão do tempo é utilizada em nosso cotidiano como fonte de informações úteis ao planejamento de diferentes ativida- des, desde um passeio à praia até atividades econômicas, como a pesca e a agricultura. Com o avanço tecnológico, as previsões meteorológicas são feitas com maior precisão. Satélites artificiais, supercomputadores e instrumentos automatizados de coleta de dados meteorológicos ajudam na previsão mais precisa e rápida da temperatura e, principalmente, da possibili- dade de ocorrência de chuvas, temporais, nevascas, granizo, furacões e outros fenômenos que podem causar danos graves à população. Acesse <http://tempo1.cptec.inpe.br> Conteúdo sobre previsões do tempo, monitoramento via satélite das queimadas, nevoeiros, qualidade do ar, etc., além de imagens de satélites. <www.climatempo.com.br> Conteúdo sobre previsões para as cidades brasileiras, com vídeos, imagens e textos explicativos. <www.inmet.gov.br> Site do Instituto Nacional de Meteorologia. Apresenta a previsão do tempo para todo o país, informações sobre o clima brasileiro, rede de monitoramento, balanço hídrico para regiões agrícolas, etc. > Concepção artística do satélite NOAA-N (National Oceanic and Atmospheric Administration) na órbita terrestre. O satélite transmite dados ambientais. Saiba mais Por que lançar satélites para observações meteorológicas? Os satélites meteorológicos são ferramentas imprescindíveis para a meteorologia atual, uma vez que podem extrair dados de altitude e cobrir áreas remotas sobre os oceanos e continentes, contribuindo decisivamente para uma melhor compreensão e quantificação de fe- nômenos e parâmetros relevantes para a previsão do tempo e clima. Esta função se torna ainda mais importante em um país que carece de uma rede adequada de coleta de dados e de observação convencionais. Para suprir esta lacuna e atender a crescente demanda, deve-se priori- zar o desenvolvimento não apenas de técnicas para extração de infor- mações a partir de dados de satélites meteorológicos, mas também de pesquisas aplicadas, suporte técnico, elaboração de aplicativos e arma- zenamento de dados. Estas atividades envolvem o acompanhamento de novas missões de satélites ambientais visando uma atualização per- manente no uso de novos sensores e na análise de oportunidades em missões nacionais e estrangeiras. Toda esta atividade é de fundamen- tal importância para o monitoramento de tempo e do clima e na assi- milação em modelos de previsão numérica de tempo. Por outro lado, também contribuem tanto para fortalecer a autonomia nacional no domínio de técnicas espaciais de observação do meio ambiente, como para fornecer diversos serviços de utilidade pública. Corrêa, Marcelo de Paula; MaChado, Luiz Augusto de Toledo; Souza, Rodrigo Augusto Ferreira de. Por que lançar satélites para observações meteorológicas? Disponível em: <http:// www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/marcelocorrea.htm>. Acesso em: 29 jun. 2009. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 21 3/11/10 4:02:46 PM 22 Dinâmica climática1 Poluição atmosférica A poluição do ar, em meados do século XVIII, era provocada basica- mente pela queima de carvão mineral. Atualmente são diversas as fon- tes poluidoras do ar, destacando-se a queima de derivados do petróleo (gasolina e diesel) nas cidades. Pequim, São Paulo, Tóquio, Nova York e Cidade do México estão na lista das cidades mais poluídas. A queima desses produtos lança monóxido de carbono e dióxido de carbono (gás carbônico) na atmosfera, o que gera problemas ambientais, entre eles a chuva ácida e o aumento dos buracos na camada de ozônio e do efeito estufa. Este é um fenômeno natural que mantém a superfície terrestre aquecida, o que permite a vida no planeta. Se não houvesse o efeito es- tufa, a temperatura da Terra seria de cerca de 220 °C. Chuva ácida. A diminuição do pH da água da chuva resulta da com- binação do vapor de água com os poluentes atmosféricos óxido de nitrogênio e óxido de enxofre. Essa combinação dá origem aos áci- dos nítrico e sulfúrico, altamente prejudiciais ao solo, à vegetação, às águas e aos seres vivos. A chuva ácida faz diminuir o cálcio no solo, o que afeta o crescimento das plantas. A perda de cálcio das folhas pode levar à morte da planta. A precipitação ácida também pode le- var ao desaparecimento de espécies aquáticas, além de intensificar a corrosão de materiais usados na construção de edifícios, de pontes, de obras de arte expostas ao ar, entre outros objetos. Aumento dos buracos na camada de ozônio. A camada de ozônio é responsável por bloquear parte dos raios ultravioleta do Sol, que em excesso podem causar diversas doenças, como câncer de pele. A des- truição dessa camada é causada pelos gases clorofluorcarbonos (CFC), usados como propelentes em aerossóis, como isolantes em equipa- mentos de refrigeração e para produzir materiais plásticos. Tais gases, na estratosfera, reagem com o ozônio, dando origem a outras substân- cias que não têm a propriedade de proteger o planeta dos raios ultra- violeta. Portanto, os gases CFC diminuem a concentração de ozônio na atmosfera. A produção de CFC é proibida em muitos países, o que tem ajudado na recuperação do ozônio na estratosfera. Aumento do efeito estufa. Ocorre devido a uma grande concentra- ção de gases poluentes, os quais formam uma camada na atmosfera que bloqueia a dissipação do calor. Entre os gases responsáveis poresse fenômeno estão o gás carbônico (CO 2 ), o metano (CH 4 ) e o óxi- do nitroso (N 2 O). A emissão contínua desses gases resulta na eleva- ção gradual das temperaturas médias do planeta Terra, o que passou a ser conhecido como aquecimento global. Ação e cidadania Hora do Planeta Com o objetivo de conscientizar a sociedade dos riscos do aquecimen- to global, a WWF (World Wild Fund for Nature), organização não governa- mental com sede na Suíça, criou em 2007 a Hora do Planeta (Earth Hour). O evento, desde então, tem ocorrido anualmente no mundo. Trata-se de um ato simbólico cujo gesto principal é apagar as luzes das residências, avenidas, praças, pontes, prédios públicos e privados durante sessenta minutos. Governos, empre- sas e a população têm apoiado a ini- ciativa em defesa do meio ambiente. No primeiro ano de sua realização, as luzes do Coliseu (Roma, Itália), da pon- te Golden Gate (São Francisco, EUA) e da Opera House (Sydney, Austrália) fo- ram apagadas simultaneamente. Em 2009, a Hora do Planeta aconte- ceu no dia 28 de março, às 20h30, com participação de centenas de milhares de pessoas em mais de 4 mil cidades em 88 países do mundo. Pela primeira vez contou com a adesão de brasileiros. Segundo dados da WWF-Brasil, 113 cida- des, 1 167 empresas e 527 organizações do país apoiaram a Hora do Planeta. Você já tinha ouvido falar ou par- ticipou de algum desses eventos? Com um grupo de colegas, crie uma campanha de conscientização cuja meta seja combater o aquecimen- to global por todo o planeta. Dê um título à sua campanha e divulgue-a entre os outros grupos. De olho nas mudanças climáticas Promovida pelas Nações Unidas, foi realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, a COP15, a Conferência das Partes sobre mudanças climáticas. Representantes de países desenvolvidos, emergentes e subdesenvolvidos estiveram presentes e, após nove dias de debates, apenas admitiu-se que é fundamental evitar uma elevação de 2 ºC na temperatura do planeta. Nesse aspecto, houve concordância com os cientistas que estudam o fenômeno do aquecimento global. Ao final da conferência, o resultado foi a elaboração de um documento com 12 parágrafos e muitas intenções de redução da emissão de gases do efeito estufa até 2020, além do oferecimento de US$ 30 bi- lhões para as nações mais pobres entre os anos de 2010 e 2013. Efetivamente, faltaram propostas com medidas prá- ticas e urgentes diante de um problema que se torna mais grave a cada ano. Retome a atividade do boxe acima e, com seu grupo, apresente propostas que possam contribuir para diminuir o avanço do aquecimento global. CONEXÃO EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 22 3/11/10 4:02:46 PM Mundo hoje 23 Aquecimento global A solução para o tão decantado aquecimento global pode estar num verdadeiro “balde de água fria”. A tese é do renomado químico holandês Paul Crutzen, profes- sor na Alemanha do Max Planck Institute for Chemistry e prêmio Nobel por seus estudos sobre a formação e de- composição do ozônio na atmosfera terrestre. Segundo Crutzen, em um ano teríamos as mesmas condições am- bientais de três décadas atrás se o seu método fosse se- guido: cobrir a atmosfera com uma camada de enxofre para que ela reflita os raios solares e, assim, abrande o aquecimento. Essa injeção de partículas de enxofre, mais precisamente na estratosfera (a mais alta camada da at- mosfera), resfriaria o planeta e daria tempo para os seres humanos reduzirem as emissões de gases causadores do efeito estufa – o enxofre não seria, dessa forma, uma so- lução em si, mas funcionaria como um potente redutor de danos. As suas partículas seriam despejadas por ba- lões de alta altitude ou lançadas à camada estratosférica por uma artilharia pesada. Uma vez espalhadas pelo ar, elas funcionariam como minúsculos espelhos mandando a luz do Sol de volta para o espaço. Perderíamos o azul do céu, mas ganharíamos vida. Crutzen calcula que a emis- são necessária de enxofre, com efeito programado para dois anos, custe entre US$ 25 bilhões e US$ 50 bilhões. Ao pesquisar como essa erupção afetou o clima global, o cientista transformou a catástrofe em instrumento para ampliar o seu conhecimento. Foi então que os pesquisa- dores da equipe de Crutzen descobriram que a pluma de enxofre lançada pelo Mount Pinatubo esfriou a Terra em 0,9 grau Fahrenheit (0,5 grau Celsius) no ano seguinte à sua erupção. O estudo utiliza a informação oficial da ONU de que nos últimos trinta anos a temperatura da Terra aumentou 0,6 grau Celsius, sendo possível, por- tanto, reverter o aquecimento global para as condições que ele apresentava no final dos anos de 1 970. “Com muito menos enxofre do que o lançado pelo vulcão, po- deremos resfriar a Terra”, diz Crutzen. [...] Para elaborar A classe deve organizar-se em equipes. Cada equipe deverá buscar informações sobre as consequências do aquecimento global para diferentes regiões do mundo. 1. Procure informações em jornais, revistas e sites. 2. Faça uma ou mais tabelas com as consequências e apresente-a(s) aos colegas. A fonte inspiradora desse projeto é natural e chama- -se vulcão Mount Pinatubo, que entrou em erupção nas Filipinas em 1991. Àquela época, ele lançou toneladas de cinzas, gases e outros materiais a grandes altitudes. A proposta revolucionária para se combater o aque- cimento global ganha cada vez mais adeptos na comu- nidade científica – e eles se debruçam sobre o chamado “Projeto Enxofre” na tentativa de salvar a Terra. Todos in- tegram o coro de que é preciso tirá-lo o quanto antes do papel e colocá-lo em prática. [...] Para o químico ame- ricano Mark Thiemens, da Universidade da Califórnia, as erupções vulcânicas são uma pista para solucionar o grande problema ambiental do século: “A natureza é o mais maravilhoso e preciso laboratório de que dispomos. Ela nos dá de presente alguns dos mais importantes ex- perimentos, mas precisamos aprender a observá-los com mais atenção para imitá-los no que têm de bom”. Sgarbi, Luciana. Para esfriar o planeta. Revista IstoÉ. Disponível em: <http:// www.terra.com.br/istoe/edicoes/2009/artigo87422-1.htm>. Acesso em: 3 jun. 2009. luz a grande quantidade de CO2 na atmosfera agrava o efeito estufa a fotossíntese remove CO2, diminuindo o efeito estufa a luz solar atravessa o acúmulo de CO2, mas o calor é retido CO2 CO2 calor Formação do efeito estufa > Vulcão Monte Pinatubo, Filipinas, em erupção em 1991. O resfriamento da Terra após a erupção do vulcão motivou as pesquisas científicas do “Projeto Enxofre”. 5P_EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 23 20.02.10 13:57:16 Equador M er id ia n o d e G re en w ic h Trópico de Câncer 0° 40°L 80°L 120°L 0° km 0 980 Tamanrasset TAMANRASSET (ARL) CINGAPURA (CIN) Cingapura J F M AM J J A S O N D 30300 200 100 0 20 Te m p er at u ra ( °C ) P re ci p it aç ão ( m m ) Te m p er at u ra ( °C ) P re ci p it aç ão ( m m ) 10 0 J F M AM J J A S O N D 30300 200 100 0 20 10 0 OCEANO ÍNDICO Cingapura e TamanrasseT Climograma: São Gabriel da Cachoeira (AM) Climograma: Florianópolis (SC) 100 200 300 400 Te m p e ra tu ra ( °C ) P re ci p it aç ão ( m m ) 0 J F M A M J J A S O N D 4 8 12 0 16 20 24 28 Precipitação Temperatura média 100 200 300 400 500 600 700 Te m p e ra tu ra ( °C ) P re ci p it aç ão ( m m ) 0 J F M A M J J A S O N D 4 8 12 0 16 20 24 28 32 36 Precipitação Temperatura média 24 Atividades1 Dinâmica climática aTenção: não escreva no livro. Responda a todas as questões em seu caderno. revendo conceitos Explique a diferença entre elementos climáticos e 1. fatores climáticos. Relacione os elementos climáticos temperatura e 2. pressão atmosférica com o fator climático altitude. Cite quais são os critérios analisados para a divisão 3. das camadas da atmosfera e explique as principais propriedades de cada uma delas. Como a radiação solar influencia na variação da 4. temperatura do ar? O que são massas de ar?5. Quais são as principais características dos climas 6. tropical e mediterrâneo? Explique a diversidade climática do território brasi-7. leiro. Cite e explique dois tipos climáticos predominantes 8. no Brasil. Explique a origem e as consequências dos fenôme-9. nos El Niño e La Niña. Qual é a importância da previsão do tempo? Cite 10. dois exemplos do uso da previsão nas atividades do dia a dia. Lendo mapas e gráficos O mapa e os gráficos abaixo representam dois 11. tipos climáticos. Explique a variação de tempera- tura e precipitação em ambos os climas e corre- lacione-os ao efeito de pelo menos um elemento ou fator climático. Fonte de pesquisa: Simieli, M. E. R. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2006. p. 22. Cada um dos climogramas abaixo refere-se a um tipo 12. climático encontrado no Brasil. Identifique o tipo climático relacionado a cada um dos climogramas e explique a variação da temperatura e da pluviosi- dade representada neles. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 24 4/2/10 11:25:43 AM POPULAÇÃO MUNDIAL * estimativa 2,32 bilhões 4,5 bilhões 6,5 bilhões 14,1 graus 14,18 graus 14,63 graus 27 milhões* 300 milhões 725 milhões 1,3 bilhão de toneladas 5,3 bilhões de toneladas 7,3 bilhões de toneladas EMISSÃO DE CO2 TEMPERATURA MÉDIA FROTA DE CARROS 1941 1980 2009 poeppoepoeppoepoepoepoepoepoepoeoepoepopoeirairairairairairaairairairairairairairaraira diminuição da vida aquática produtos tóxicos (ex.: alumínio) orvalho ácido condensação da água ácido sulfúrico (H2SO4) ácido nítrico (HNO3) reações químicas na atmosfera dióxido de enxofre (SO2) e emissões ricas em óxidos de nitrogênio (NOX) nevnevnevnevnevnnevnevnevnnn vveeeeeeeeeeeeeeeeee áciáciáciáciáciáciáciáciácicácicccácciáá dadadadadadadadadadadaddaddaadadaaddd lixiviação de compostos ácidos destruição da vegetação nevoeiro ácido chuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuchuch va va va vavavava va vavaava avva áciáciáciáciácáciáciáciáciá iá iáciáciácic dadadadaddadadadadadadadadada fusão da neve ácida Formação da precipitação ácida 25 Interpretando textos e imagens O quadro abaixo mostra uma estimativa da emis-13. são de gás carbônico (CO2) e da temperatura média mundial nas décadas de 1940 e 1980 e na primeira década do século XXI. Observe atentamente as in- formações e responda: a) Que relação pode ser estabelecida entre a frota de carros, a temperatura média do planeta e a emissão de CO2? b) Relacione as informações do quadro abaixo com o aumento do efeito estufa. A partir do esquema abaixo explique o processo de 14. formação da chuva ácida e cite suas principais con- sequências para o meio ambiente. Construa um texto identificando as causas e as con-15. sequências do aquecimento global com base nos conhecimentos desenvolvidos nas aulas e nas duas charges apresentadas abaixo. Churrasco em 2050 Quem sabe agora eles vão acreditar no aquecimento global. Leia o texto abaixo. 16. A Terra perdeu, em pouco mais de um quarto de século, quase um terço de sua riqueza biológica e re cursos, e, no atual ritmo, a humanidade necessitará de dois planetas em 2030 para manter seu estilo de vida, advertiu nesta terça [28/10/2008] o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, por sua sigla em inglês). A de manda da população excede em cerca de 30% a capaci dade regeneradora da Terra, segundo o Relatório Pla neta Vivo 2008, divulgado por esta organização [...]. “O mundo está lutando atualmente com as conse quências de ter supervalorizado seus ativos financei ros. Mas uma crise muito mais grave ainda virá: um de sastre ecológico causado pela não valorização de nos sos recursos ambientais, que são a base de toda a vida e da prosperidade”, disse o diretorgeral da WWF [...]. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/noticias/156291/ o-estilo-de-vida-do-homem-extrapola-a-capacidade-do-planeta>. Acesso em: 19 dez. 2009. Baseado nas informações do texto e do capítulo, a que conclusão você pode chegar sobre a perda da capacidade de regeneração do planeta? > Charge de Stan Eales. > Charge de Tony Auth. EMG2_LA_U01_C01_008a025.indd 25 04.03.10 17:41:27
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