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PROCESSO DE EXECUÇÃO AULA 1

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PROCESSO DE EXECUÇÃO
Prof. Esp. Roberto Almeida Ferreira
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Universidade Federal do Maranhão - UFMA
2018
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" O advogado deve sugerir por forma tão discreta os argumentos que lhe dão razão, que deixe ao juiz a convicção de que foi ele próprio quem os descobriu.”
(Piero Calamandrei)
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CONCEITOS PRELIMINARES
PRINCÍPIOS
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AULA 1 – TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL
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PROCESSO DE CONHECIMENTO X PROCESSO DE EXECUÇÃO
Processo de conhecimento:
Fatos -> Direito
Processo de Execução:
Direito -> Fato (Entrega do “bem da vida” perseguido pelo processo/fase de Execução)
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CONCEITOS PRELIMINARES
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LIÇÕES:
Professor Barbosa Moreira:
“As funções de cognição e de execução visam a tomada de providências capazes de, conforme o caso, preservar ou reintegrar em termos definitivos a ordem jurídica ou o direito subjetivo ameaçado ou lesado.”
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Professor Alexandre Câmara:
“Execução é atividade processual de transformação da realidade fática de maneira prática. Trata-se de uma atividade jurisdicional que visa fazer com que ‘aquilo que tenha que ser, seja’.”
DIREITO A UMA PRESTAÇÃO E EXECUÇÃO É o poder jurídico, conferido a alguém, de exigir de outrem o cumprimento de uma prestação, que pode ser um fazer, não-fazer, ou um dar (dinheiro ou coisa distinta de dinheiro).
O direito a uma prestação precisa ser concretizado no mundo físico. A sua efetivação ou satisfação é a realização da prestação devida. 
Quando o sujeito passivo não cumpre a prestação, ocorre o inadimplemento, podendo o credor recorrer ao Poder Judiciário, buscando a tutela jurisdicional executiva. 
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Tipos Gerais de Execução – Executar é satisfazer uma prestação devida, tal ato pode se dar de maneira:
Espontânea – quando o devedor cumpre voluntariamente a prestação e,
Forçada – quando o cumprimento da prestação é obtido por meio da prática de atos executivos pelo Estado.
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Princípio da Responsabilidade Patrimonial ou Princípio da realidade (Art. 789 – CPC): Respondem pela execução os bens do devedor, não a sua pessoa. 
PRINCÍPIOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
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Princípios Específicos
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Princípio do resultado ou Princípio da Satisfatividade: O devedor dever arcar com todos os ônus financeiros decorrentes do processo/fase de execução, só assim a obrigação considerar-se-á satisfeita. (Ex: dívida, juros, correção monetária, honorários advocatícios, custas processuais, emolumentos – Vide: Art. 831 – CPC).
Observação: Ao devedor assiste o direito de satisfazer a execução nos moldes e limites pactuados. Ex.: obrigação de fazer/entregar x Obrigação de Pagar.
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Princípio da Utilidade: Esse princípio expressa a ideia de que toda execução deve ser útil ao credor. Uma das finalidades da execução forçada é satisfazer o direito do credor. O procedimento executivo não pode servir como instrumento de castigo ou vingança contra o devedor. Deve necessariamente resultar alguma vantagem econômica para o credor. 
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O STJ vem associando o princípio da utilidade na execução à exigência de interesse processual para evitar o trâmite de execuções de valores irrisórios:
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO DE VALOR IRRISÓRIO. “PRINCÍPIO DA UTILIDADE DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. Esta Corte já decidiu que quando o valor executado se mostra irrisório, não há interesse processual do exeqüente, em decorrência do princípio da utilidade da atividade jurisdicional. Precedentes: ROMS 15.582/SP, 1ª T., Rel. Min. José Delgado, publicado no DJ de 02.06.2003 e Resp 601356/PE, 2ª T., Rel. Min. Franciulli Netto, publicado no DJ de 30.06.2004.
2. Recurso especial a que se nega provimento.”(STJ. REsp 913.812/ES, Rel. Ministro TEORI ZAVASCKI, DJ 24/05/2007) 
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Princípio da Disponibilidade: O processo executório visa satisfazer o direito exteriorizado no título. Resta claro que o exequente deve ser o senhor da conveniência a respeito da continuidade ou não da relação processual juris satisfativa. Não cabe exigir consentimento do executado para que o processo de execução seja extinto por da manifestação de desistência.
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O princípio do desfecho único, portanto, tem profunda repercussão na desistência da ação de execução, afastando, inclusive, a aplicação ao processo de execução da regra inserta no § 4º do artigo 267 do CPC.
Vide Texto Legal: Art. 775 CPC
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Princípio da Especificidade: A execução deve conferir/propiciar ao credor, na medida dp possível, aquilo que ele obteria se a obrigação fosse cumprida voluntariamente.
		É permitida a substituição da prestação devida pelo equivalente em dinheiro apenas quando seja impossível obtê-la ou quando haja recusa da prestação de fato.
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Princípio da Adequação: o meios executórios devem ser adequados aos fins que se destinam.
		Algumas adequações são permitidas, por exemplo, quando a obrigação de fazer converte-se em valores referentes às perdas e danos (Vide 389 e 391 - CC), ou nos casos de penhora de coisa quando a obrigação inicial era de dar dinheiro.
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Princípio da Tipicidade x Efetividade da Tutela Jurisdicional Executória: O princípio da tipicidade visa fixar uma certa previsibilidade ao executado que tiver, eventualmente, contra si uma tutela jurisdicional executiva. (Princípio Liberal).
		Conforme a modalidade obrigacional, tem-se um tipo de execução, devendo o exequente formular a pretensão executória adequada à obrigação.
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		Ainda neste viés, todos os atos executórios estão prévia e pormenorizadamente descritos na lei processual.
		Há, porém, uma tendência de reconhecer a modulação dos tipos executórios como corolário do princípio da efetividade da tutela jurisdicional. Autoriza-se o juízo a adotar todos os meios executórios, nesse sentido. (139, IV; 529 § 3°; 829 § 1°; 830).
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Princípio da Menor Onerosidade (Art. 805 CPC): A execução ocorrerá pelo meio menos oneroso ao devedor. 
		A execução deve se manter no equilíbrio entre o interesse do exequente que merece ser satisfeito e respeitado da forma mais célere que possível e o do executado que não pode ser atingida com expediente de vingança ou retaliação pelo descumprimento obrigacional. (Vide 847 – CPC)
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Princípio da Efetividade/Inafastabilidade: O direito à manifestação judicial deverá ser entendido como um direito à satisfação do direito material.
Princípio do Contraditório: Superada a ideia da ausência de contraditório em processo de Execução.
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Princípios Gerais
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Em execução, o princípio do contraditório compreende:
O direito de ser ouvido.
O direito de acompanhar os atos processuais executórios.
O direito de produzir provas, participar de sua produção e manifestar-se sobre as provas produzidas.
O direito de ser informado dos atos executórios.
Direito à motivação.
Direito à impugnação de decisões.
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Princípio da Boa-fé Processual/Cooperação: Os atos, tanto do credor quanto do devedor, devem ser destinados ao cumprimento da obrigação, bem como os atos do juiz.
		As partes e o juízo não podem causar embaraço à execução.
(Vide art. 774 CPC e 776 CPC).
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Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: A execução civil não poderá servir como instrumento de tortura ou ruína do executado (Impenhorabilidade de bens, proventos, etc.).

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