O pensar e a formação de símbolos, cap 33. Explorações psicanalíticas. Winnicott

-:.: interPreiiç.-.,- :..,larntettto .-1c.,: : -. i.: '-'rr,,1a real i: .:- . :--', .lcctltuatla :l'.- -- - .:..lcrprrctaçtleS rl - : -:.' i-.otrttl tlite i'.:' :.'::ii0. .\pcsat' ;... .r:scrtcial tla itr:c:: - :t ]., t.-l cl O. -ier-u.ris que é r:1.-- i.. t'kr qLle ir ao.-..1 :a,tlent sem ellll'-- :- '::rite, dc t'ttatleira i - . :-r rllle a iutcrprt't. : ...irl r et-n colltat(r : :- jr não atitrgir.t, :. 33 O Pensar e a Formação de Símbolos Sem dtttn; prlasaeltitente redigido ent 1968 Nossa atenção ftti recenternerrte atraída para o processo cle pensar tal como se relacio- na cofir a uretapsicologia psicarralítica, notavelltleute por Bitx'rl. Quero nqüi .ro,rrir",or u* dos asprectos cleste vasto tetla, e, ao fazô-lo, ccli«lcarei de laclo mr-ritds aspectos do pensar que se acham estreitatnetrte relaciotradtls com o meu teura escolhido, que é o ielacionámento entre o pensar e a formação de símbolos. Urn enunciado sobre a origem ontológica do perrsar já se acha corrtido em um artigo anterior de minha autoiia, "A Mente e sr,ta Reiação com a Psiclue-Soma" (1949)2. Er-rulciei neste artigo a ic1éia de que o pensar cotreça ct)lrlo uma mallelra pessoal que o bebê tern parã lidar com o fracasso grarlr-rado cleadaptação da.mãe.-O pe,-.rtat. fáz parte rlo mecânisrno pelo tlr.ral o Lrclrô tttlcra tatrto o. fracasso da adaptação à r"recessiclacle clo ego, quanto a frr-rstração c1o itrstirrto qLre produz tetsãtt-tansãtl, parti- cularrnente o prir:teiro. Urna paiologia cleste prncesso, que tar-nbénr ;rrocurci assitnilar uesse trabalho, aparece quándo hi uma adàptação atirnnerrtadora ou Llln fracasso da atlaptação (de- ..i,io u uàra atitr,rcie inadeqJacla da rnãe), de maneira rlLle a lrecessidade de pensar aumenta e, ern verclarle, prôduz urna escalacla (prara r,rtrlizar Lllxa exPressão mtüerna rra necessiclacle de "prensár", de moclo rlue o pcnsar se ittrna forçac-lo ctltno fltnçãtl, tlu aclqr-rire Lrnla nova firnção. Escrevi:. "(. .) encontrantos tt fttnciotrttttttttttt tttuúnl torttnttdrt- sc tntt0 c0lsn c/ru sr, pratícamente sr-rLrstituindo a nrãc btta e toruantltl-a tlesuecessária". Acrescentci: "Clinicanrente, isto pocle acotrpanhal a clepenclência cia trlãe real e um falso crescit-nento pessoal, cotn base em sulrtlissão"' Ver-se-á c-listõ t1ue, em rninha opiniãcl, o pcnsar ou funciouat-neuto mental preci- Sa, ,lcsscs Cl7-sos, ser estudado em s.,i psicopatologia, ou seja, como algo que perdeu seu lugar coltlo aspecto especiaiizado do funcitlnamento da psique (cf. prsique-sorna) e adquiriu utla frrnção Ito\ra ou securrdária. ,Nor arr,r, a que estou me refe.rinc'lo, o pcnsar tilrncttt-se ex-cindido da sociedacle psique-soma e asir-rmiLl urna parte tlo praprcl da mãe. "A dependêrrcia mudou. A clepenclência r'la ruãe mostrou ser relatii,;rr.rtct.tlc insaiisfattiria e a dependôncia da Vcr Wilfrcci ilion, Sccorid T/rorrg/rfs (Lonrlolr: lleinetlarln lvleclical llooks Ltd,, Enr Co//cctrrl Prtpers: TltrotLglt Pictiintrics to PsqtltLt-t\ttrtiy-sis (Lonclorr: T;rvisbck, Birsic Ilooks, 1975; London, Hogarth Press, 1975). Ner,v York: 167 D. V,t. Winnicatt T:"t".9 de pensar assumiu o lugar da confiarrça na mãe suficientemente boa. Mais além disto, há um grau extremaão cle cisão. (ou a"r"rp".o u respeito da integração) que compensa a ausência de,quarquer reracionamento entre o pànsr. e a ruíçao ae maternagem suficientemente bôa. Áté mesmo o pensar fracassou. Neste artigo, estou exprorando mais a área'emqr;;;;;1""e um certo grau de sucesso desta defesa, na quâl o.pensar atua como subsiituto do cuidado materno e na qual se desenvolve um faiso self, sob a forma cle um intelecto explorado. A clefesa não fracassou inteiramente. No artigo a que me referi ("A Mente e sua Reração com a psique-soma,,), forneci o caso de uma criança que estava se desenvolvendo ào lorlgo destas linhas e que teve uma idéia de um estadó ideal: tornar-se menrarm.,.i. aãii?[.i.. a impricaa'o é que lod? o tempo existe uma tensão na economia do bebê, ,r.rn.,o quando a defesa intelectual teve algrim sucessoi o inclir'ícluo anseia por uma aliernativa e, não senclo capaz de encontrá-la no cuidado e na.depenclência maternu, iá* de surgir nâ econo- mia da mente de uma criança desse tipo uma tenclência no serrticlo cla alternativa de u*, ffillr-de vigor intelectuar, or uou perda cra mente " ao irn.ionamento mentar. (ver-se-á que este é um.exemplo de uma ,,castração,,primária, ba5grd;;;;;;;; de uma função do ego. Melhor côúecida é a verdàeira' ansiedacle castratória em encontrar expressão secundá,ria na id.éia cre percra cro inrerecto.) (.i ;ÁFAúüÃ;ãà Jil;à. A base de meu estudo urterior, .nlã,r, o u *onài.à-p'àiu"quut, normarmente, o bebê em desenvolvimento pensa e leva em consideração i.acassos aclaptativos, bem como a, maneira. pela qual uma provisão ambiental atormentaáLm ou não suficiente- mente boa, explora o pensam.nto .ro bebê e até mesmo ro, àrr* pensar assumir o lugar de algum elemento do meio ambiente expectável médio. Material Clínico Introdutório O caso que me,levou a que.rer ligar o pelBar com a formação cle símbolos é o de uma mull.rer que está se aproximanão dti fim cle ,n",0 iáng, e tecliosa análise por um analista que é colega meu, eu pr:(rprio me achanclo eiwolviclo cle maneira auxiliar. a paciente-, que é professora, estar,á licrancro .u* ,,ro interrupção à. ;;;; em slla análise fazendo uln curso cle atualização em ."ra,"l.r. suo r..'àçãu a i"r"r.rpçao teve dois aspectos: a. Atividade bem_sucedida na cerâmica. b. Des ,-." l":Ti:,']11'^l::ry1': do planejamento cle suas responsabiliclades cte ensi- 1o periodo seguinte. sua.qu.eixa era dc qLle rrli() pitdin p.rcnr. Isto não era um aspecto novo, e, em Verdade, em cletcrrninacla ocasiã,r, ,,r, irrcapacicta- de de utilizar seu interecto muito bom fora o probrema pri,r.,prr.- - É possível descrever o estado das.férias clesta professora cle maneira exata por causa de um incidente que ela sentiu fazer realmerite parte de sua análise, embora tivesse acontecido quancrb se achava ausente, hosperra,ii.-r" .o,-,-' .ü.,j* ril bandeja para a cozi.ha e derrubou tudâ no .il";q;;;.onao ,n.,r-,rri,árã'pl.."rana e fazendo sujeira.em. toda parte. sentiu um exti'eir",o à. exasperação e o inciclente perturbou-a prof undamentà. 3. Ver.Ernest Jones, ,,Early Development of Arwlysisrlni]à,*'s.rriere, Tinctall'& Cox, ,r!ã'it'* sexr-rality" (1927)' em Pnpers on Psycho Explor ações P sicannlíti Podia-se de gando uma Masa: 1. Ser féri 2. De mg 3. Se Pac este da, 4. Um dad CASC ?ró1 frac infâ Na real pacienie senü análise que s O caso r delírio do fra, precisa ser le analisia que fi e psicoses tra analista não p de provar a v, nálise não cur com o Process que não teria , i. Fo 2. El: 3. De aci 4. Se cor sid 5. Un en D. W. {linnicatt Expl or a çõ es P sicnnnlíticas 169 cientemente boa. Mais 'espeito da integração) pensareafunçãode lu. teve um certo grau de cuidado materno e na rplorado. A defesa não Psique-Soma "), forneci ,estas lirrhas e que teve :e.Aimplicaçãoéque sr-no quando a defesa iernativa e, não sendo rm de surgir na econo- ntido da alternativa cle lu rrcionamento mental. rária, baseada na perda sieclade castratória em â AFANÍSIA,deJones)3. alllal/ normaltnente, o lssos adaptativos, bem :iora ou não suficiente- esse pensar assutnir o ie símbolos é o de uma et-liosa análise por unl ile tnaneira auxiliar. r'' :cão de rrerão em slta ir-ão à ir-rterrupção teve nousabiliclades de ensi- .t:iiLt ltttrcnr.Isto não era :asião, urna incapacicla- la principal. a de maneira exata por .le sua anáIise, embora .om alguém (X). r)Ll-se a fim de lerrar a lrra valiosa porcelatra e spcração e o incidente if7), errr Pnpers ott Psyclto' Podia-se descobrir queixando-se (mas apenas comigo 1á, por saber que estava empre- gando uma série de deiírios): 1. Fora culpa de Y, porque Y dera a X a bandeja e esta era escorregadia. 2. Ela gritou e X não a escutou, por achar-se fora da casa. 3. De qualquer maneira, X deveria ter estado 1á, cuidando dela, e, então, o acidente não teria acontecido. 4. Se o analista da paciente houvesse chegado na ocasião e assumido tudo e a consolado, então todo o incidente teria se tornado parte da análise e não teria sido uma experiência desperdiçada. 5. Um analista bom teria estado lá, cuidar-ido dela, levando a bandeja consigo, e não teria havido incidente. Mas a mulher não era louca e podia pensar, bem como explicar a si mesma: 1. Seria absurdo esperar que um analista cuidasse de uma paciente durante as férias (férias do analista). 2. De qualquer maneira, o analista provavelmente não teria aparecido exata- mente no minuto certo. 3. Se houvesse aparecido, talvez houvesse limpado a sujeira e consolado a paciente, ou, pelo menos, teria verbalízado a necessidade de a paciente ter este tipo de experiência, que teria corrigido o padrão de experiência espera- da, pertencente à primeira infância da paciente. 4. Um analista realmente bom teria estado 1á, concedendo à paciente um cui- dado especial, e, então, não teria havido nenhum incidente infeliz. Nesse caso, a paciente teria podido sentir confiança em seu meio ambiente e em si prôpria, em um grau que a capacitaria a ficar com raiva do elemento de Íracãsso no padrão do meio ambiente de sua primeira infância e início da infância propriamente dita. Na realidade, isto era o que estava realmente acontecendo, uma vez que a paciente sentia que todo o evento fazra parte da análise e pertencia às férias de uma análise que está começando a ser bem-sucedida. O õaso dá origem à consideração geral de que o êxito na análise deve incluir o delírio do fracasso, a reação do paciente à análise como um fracasso. Este paradoxo precisa ser levado em consideração. O analista tem de poder aceitar este papel de ãnalista que fracassa, tal como aceita todos os outros papéis que surgem das neuroses e psicoseÀ transferenciais do paciente. Muitas análises fracassaram no Íinal porque o analista não podia permitir um fracasso delirante, devido à sua necessidade pessoal de provar a verdade da teoria psicanalítica através da cura de um paciente. 4 pti.u- nálise não cura, embora seja verdade que um paciente pode fazer uso dela e alcançar, com o processo adjuntivo, um certo grau de integração, socialização e autodescoberta que não teria alcançado ou não poderia alcançar sem ela.

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