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Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada no Setor Público

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Normas Brasileiras de Contabilidade
Contabilidade Aplicada ao Setor Público
O responsável pela contabilidade terá a demanda de estudar, interpretar, identificar, avaliar, mensurar, registrar, controlar e evidenciar a parte contábil e suas decorrentes variações patrimoniais; Nas entidades do setor público e entidades que tenha algum vínculo com recursos públicos.
A contabilidade aplicada no setor público engloba todos os princípios fundamentais de contabilidades e normas contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público. O objetivo é fornecer aos usuários as informações sobre os resultados, orçamentos, sobre a situação econômica, financeira e física do patrimônio do setor público e suas mutações, com essas informações facilitam a tomada de decisão e a prestação de contas, pois o objeto da contabilidade aplicada no setor público é o patrimônio social. 
O campo de aplicação será abrangido por todas as entidades do setor público. Unidade contábil consiste a soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais entidades do setor público e resultará em novas unidades contábeis. São classificadas em: originária, descentralizada, unificada e consolidada.
O sistema contábil esta estruturado nos seguintes subsistemas de informações: Orçamentário (planejamento e execução), Patrimonial (fatos financeiros e não financeiros relacionados a variações qualitativas e quantitativas), Custos (custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública) e Compensação (atos que produzem modificações no patrimônio líquido do setor público).
Todas as transações no setor público, sendo eles atos e fatos que promovem alterações qualitativas e quantitativas no patrimônio das entidades públicas, serão objetos de registros contábeis, podendo ser classificadas sobre as seguintes naturezas: econômico- financeiras e administrativas. 
Para a contabilidade pública entende-se como circulante, o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até o término do exercício seguinte e não circulante para bens e direitos realizáveis e obrigações após o término do exercício seguinte; conversibilidade são bens e direitos podem ser conversível em moeda e a exigibilidade pela ordem de vencimentos das obrigações.
As demonstrações contábeis das entidades do setor público são:
Balanço Patrimonial (estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, evidencia qualitativa e quantitativamente a situação patrimonial da entidade pública);
Balanço Orçamentário (evidencia as receitas e as despesas orçamentárias, detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário);
Balanço Financeiro (evidencia as receitas e despesas orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extra-orçamentários, conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se transferem para o início do exercício seguinte);
Demonstrações das Variações Patrimoniais (evidencia as variações quantitativas, o resultado patrimonial e as variações qualitativas decorrentes da execução orçamentária);
Demonstrações do Fluxo de Caixa (projeta cenários de fluxos futuros de caixa e elabora análise sobre eventuais mudanças devendo ser elaborada pelo método direto ou indireto e evidenciar as movimentações no caixa e seus equivalentes, operações, investimentos e dos financiamentos);
Demonstrações do Resultado Econômico (evidencia o resultado econômico de ações do setor público.).
Todas as demonstrações devem: ter notas explicativas, ser extraídas dos registros e documentos que integram o sistema contábil da entidade, ter identificação do setor público e autoridade responsável e do contador, serem divulgadas com comparativo no ano anterior, estarem em unidades de milhar ou em unidade de milhão e devendo sempre indicar a unidade utilizada, serem publicadas na imprensa oficial, disponibilizar para acesso da sociedade local e em meios de comunicação eletrônico de acesso público.
A norma estabelece alguns referenciais do controle interno para minimizar os risco e ter informações mais efetivas na contabilidade, com a finalidade ter informações verídicas, oportunas e adequadas, auxiliando na prevenção de erros, fraudes e desvios de informações, ou seja, algumas circunstancias ou fatos imprevisíveis que podem afetar a qualidade da informação contábil devendo ser controlado, mapeado e avaliado.
A NBC T 16.9, aborda sobre depreciação, amortização e exaustão, é estabelecida que para efeito da norma a amortização é a redução do valor da aquisição, inclusive de ativos intangíveis; depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural;e a exaustão é redução do valor, decorrente da exploração, dos recursos minerais, florestais e outros recursos naturais esgotáveis.
O valor bruto contábil: o valor do bem registrado na contabilidade sem as deduções;
O valor depreciável, amortizável e exaurível: o valor original de um ativo deduzido do seu valor residual. 
Valor líquido contábil: o valor do bem registrado na contabilidade deduzido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.
Valor residual: o valor de um ativo que sofre depreciação, ao final de sua vida útil
Vida útil econômica: o período de tempo definido ou estimado que se espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.
O registro da depreciação, amortização e exaustão são obrigatórios o seu reconhecimento, deve ser reconhecido nas contas de resultado do exercício, o valor residual e a vida útil econômica de um ativo devem ser revisados, no final de cada exercício, e só começa reduzi-lo quando estiver em condições de uso.
Não são depreciados os seguintes casos:
Bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes, antigüidades, documentos, bens com interesse histórico, bens integrados em coleções, entre outros;
Bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, considerados tecnicamente, de vida útil indeterminada;
Animais que se destinam à exposição e à preservação;
Terrenos rurais e urbanos.
Existem outros métodos de cálculo dos encargos de depreciação, podem ser adotado, são eles: o método das quotas constantes, método das somas dos dígitos e o método das unidades produzidas. Nas demonstrações contábeis e preciso divulgar para cada classe de imobilizado, qual método utilizado, a vida útil econômica, a taxa utilizada, o valor contábil bruto, a depreciação, amortização e a exaustão acumuladas no início e no fim do período, tudo em nota explicativa.
A NBC T 16.10, estabelece que as disponibilidades e aplicação financeira de liquidez imediata são mensuradas ou avaliadas pelo valor original, os direitos, os títulos de créditos e as obrigações são mensurados ou avaliados pelo valor original, as provisões são constituídas com base em estimativas pelos prováveis valores de realização para os ativos e de reconhecimento para os passivos. Já o estoque são mensurados ou avaliados com base no valor de aquisição ou no valor de produção ou de construção; e para mensuração e avaliação das saídas dos estoques o método utilizado é o custo médio ponderado.
As participações em empresas e em consórcios públicos ou público-privados sobre cuja administração se tenha influência significativa devem ser mensuradas ou avaliadas pelo método da equivalência patrimonial, e as demais participações podem ser mensuradas ou avaliadas de acordo com o custo de aquisição. 
O imobilizado e os intangíveis incluem os gastos adicionais ou complementares, é mensurado ou avaliado com base no valor de aquisição, produção ou construção. Já as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para a prestação de serviços públicos de mais de um exercício e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional, classificados como ativo diferido, são mensurados ou avaliados pelo custo incorrido,deduzido do saldoda respectiva conta de amortização acumulada e do montante acumulado de quaisquer perdas do valor que tenham sofrido ao longo de sua vida útil por redução ao valor recuperável (impairment).
Na NBC T 16.1, a norma aborda sobre o Sistema de Informação de Custos do Setor Público (SICSP), sendo obrigatório em todas as entidades do setor público, pois registra, processa e evidencia os custos de bens e serviços e outros objetos de custos, produzidos e oferecidos à sociedade pela entidade pública. Seu objetivo é mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, programas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da entidade, apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a comparação entre os custos da entidade com os custos de outras entidades públicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades, apoiarem a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar, produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço, apoiar as funções de planejamento e orçamento, apoiar programas de redução de custos e de melhoria da qualidade do gasto. Além dos aspectos legais, esta norma também destaca o valor da informação de custos para fins gerenciais. 
Vimos que as normas da contabilidade pública  passou a forcar mais no patrimônio do que no orçamento e estas normas determinou que o campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público englobasse todas as entidades públicas, de direito privado ou pessoas físicas, que guardem, gerenciem, recebam, movimentem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, bem como as que recebem benefícios, incentivo fiscal ou creditício de órgão público, visando sempre mais clareza e transparência em suas informações para todos.

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