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ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem
tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do
direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a
dois terços.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
2.3.1.1. CONCEITO E FUNDAMENTO: O art. 24 considera em estado
de necessidade quem pratica o fato criminoso para salvar de perigo
atual (que não provocou por sua vontade, nem podia de outro
modo evitar) direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Existe estado de necessidade, portanto, quando alguém para salva
um bem jurídico próprio ou de terceiro (exposto a uma situação de
perigo), sacrifica outro bem jurídico.
O Brasil adota a chamada teoria unitária do estado de
necessidade, elegendo-o apenas na modalidade justificante, ao
contrário da Alemanha, por exemplo, onde temos também um
estado de necessidade exculpante. Em outras palavras, isso significa
dizer que na Alemanha existe tanto a possibilidade de aplicação do
estado de necessidade a caso de sacrifício de bens jurídicos de
igual, como também, de diferente valor, caso em que as
consequências jurídicas, por expressa previsão legal, irá,
obviamente, variar.
ESTADO DE
NECESSIDADE
Art. 24 do CP
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
PERIGO ATUAL E 
INEVITÁVEL
DIREITO PRÓPRIO 
OU ALHEIO
NÃO PROVOCAÇÃO 
VOLUNTÁRIA
INEVITABILIDADE DO 
PERIGO POR OUTRO MEIO
INEXIGIBILIDADE DE 
SACRIFÍCIO DO BEM 
AMEAÇADO
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
2.3.1.2. REQUISITOS:
A) PERIGO ATUAL E INEVITÁVEL: É o perigo presente, ou seja, a
ameaça direta ao bem jurídico, e que não pode ser evitado.
Para a caracterização do estado de necessidade, aceita-se com
motivação para o ataque situação de perigo iminente?
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
2.3.1.2. REQUISITOS:
A) PERIGO ATUAL E INEVITÁVEL: É o perigo presente, ou seja, a
ameaça direta ao bem jurídico, e que não pode ser evitado.
Para a caracterização do estado de necessidade, aceita-se com
motivação para o ataque situação de perigo iminente?
Não, apenas o perigo atual, por expressa previsão do art. 24 do Código
Penal. Somente o perigo real e concreto, que esteja acontecendo no exato
momento em que a ação necessitada deve ser realizada para salvar o bem
ameaçado, sem a qual este seria destruído ou lesado. Perigo passado,
também, não serve para justificar a aplicabilidade deste instituto.
2.3.1.2. REQUISITOS:
B) DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO: “Direito” esta empregado em sentido
amplo, de forma a abranger qualquer bem protegido pelo ordenamento
jurídico pátrio. O perigo deve ameaçar direito próprio (estado de
necessidade próprio) ou alheio (estado de necessidade de terceiro).
Naquele temos o como exemplo, o furto famélico, onde, para não morrer
de fome, um indivíduo vai ao supermercado e rouba pequena quantia
para se alimentar, enquanto neste, para evitar o atropelamento de uma
criança que se desgarrou de seus pais, o motorista atira o veículo contra o
muro, de uma casa, caso em que não responderá por dano.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
C) NÃO PROVOCAÇÃO VOLUNTÁRIA DO PERIGO: A situação de perigo
atual e inevitável não pode ter sido causada de modo voluntario.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
Essa “não voluntariedade”, presente no caput do art. 24 e acima
referida, abrange tanto situações causadas por dolo e culpa ou apenas
por dolo?
C) NÃO PROVOCAÇÃO VOLUNTÁRIA DO PERIGO: A situação de perigo
atual e inevitável não pode ter sido causada de modo voluntario.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
Essa “não voluntariedade”, presente no caput do art. 24 e acima
referida, abrange tanto situações causadas por dolo e culpa ou apenas
por dolo?
A redação utilizada pelo legislador provoca dúvidas na doutrina que se
apresenta dividida. BITENCOURT, por exemplo, diz que a expressão deve ser
entendida como “quem não provocou intencionalmente a situação de perigo”,
sendo que CAPEZ e DAMÁSIO se coadunam a esse entendimento. ASSIS
TOLEDO, NELSON HUNGRIA e JOSÉ FREDERICO MARQUES, por outro lado,
discordam, não admitindo a existência do estado de necessidade quando o
agente gera o perigo mesmo que por culpa.
D) INEVITABILIDADE DO PERIGO POR OUTRO MEIO: A lesão ao
bem jurídico sacrificado só estará abrigada por estado de
necessidade quando no caso concreto não havia outro meio para
evitar o perigo que a justificou.
Havendo outra possibilidade razoável, de afastar o perigo, referida 
excludente não se justifica.
Conforme ASSIS TOLEDO, “inevitável é a lesão necessária, na
medida de sua necessidade para salvar o bem ameaçado.”
TOLEDO, Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 4ª Ed. São Paulo. Saraiva, 1991.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
E) INEXIGIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DO BEM AMEAÇADO: É a regra
de ponderação, insculpida ao final do art. 24 do CP. Rememora-se
que a o Brasil adota a teoria unitária, só admitindo a figura do
estado de necessidade quando estivermos diante do sacrifício de
um bem de igual ou menor valor, se comparado ao preservado.
Ex:
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
AUSÊNCIA DO DEVER LEGAL DE ENFRENTAR AO PERIGO: É da
essência de determinadas funções ou profissões o dever de
enfrentar determinado grau de perigo, impondo a obrigação do
sacrifício. É o caso do policial, bombeiro, segurança, e etc.
Art. 24 - (...)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
Esses profissionais tem sempre o dever de enfrentar o perigo?
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
Esses profissionais tem sempre o dever de enfrentar o perigo?
O dever de enfrentar o perigo se limita ao período em que se
encontram em serviço. Entretanto esse dever não tem caráter
absoluto. A exigência de sacrifício no exercício dessas atividades
perigosas não pode atingir o nível de heroísmo.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
O princípio da razoabilidade vige aqui: para salvar um
bem patrimonial é inadmissível que se exige o sacrifício
de uma vida, por exemplo. CAPEZ, ao contrário de
DAMÁSIO, diz que se houver mera obrigação contratual
ou voluntária, o agente não é obrigado a se arriscar.
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA:
Art. 24 - (...)
§1º - (...)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
O § 2º do art. 24 do CP trás uma causa especial de diminuição de
pena, pois, “se a destruição do bem jurídico não era razoável, falta
um dos requisitos do estado de necessidade, e a ilicitude não é
excluída. Embora não afastada a excludente, em face da
desproporção entre o que foi salvo e o que foi sacrificado, a lei,
contudo, permite que a pena seja diminuída de 1/3 a 2/3.”
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal – Parte Geral, 1. 10ª Ed. São Paulo.
Saraiva, 2006.
2.3.1. ESTADO DE NECESSIDADE
LEGÍTIMA DEFESA
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
2.3.2.1. CONCEITO E FUNDAMENTO: Conforme o art. 25 do CP,
legitima defesa é repelir agressão injusta, atual ou iminente,
contra direito próprio ou alheio, usando moderadamente dos
meios necessários.
BETTIOL, afirma que “ela na verdade corresponde a uma
exigência natural, a um instinto que leva o agredido a repelir a
agressão a um seu bem tutelado, mediante a lesão de um bem
do agressor. Como tal, foi sempre reconhecida por todas as
legislações,por representar a forma primitiva da reação contra o
injusto.”
BETTIOL, Giuseppe. Direito Penal. São Paulo. Revista dos Tribunais: 1977, p.
417.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
PERIGO ATUAL E 
INEVITÁVEL
DIREITO PRÓPRIO OU 
ALHEIO
MEIOS NECESSÁRIOS 
(USO MODERADO)
AGRESSÃO INJUSTA, 
ATUAL OU IMINENTE
LEGÍTIMA DEFESA
ART. 25 DO CP
2.3.2.2. REQUISITOS:
A)AGRESSÃO INJUSTA, ATUAL OU INIMINENTE: “Agressão é a
conduta humana que lesa ou põe em perigo um bem ou
interesse juridicamente tutelado.”
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São
Paulo. Saraiva, 2012.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
AGRESSÃO ≠ PROVOCAÇÃO
Provocação é, muitas vezes, um estágio
inicial à agressão, não podendo, portanto, a
ela ser equiparada.
Atual é a agressão que esta ocorrendo e iminente, por sua vez, a
esta prestes a ocorrer.
Para caracterizar a legítima defesa, a agressão atual ou iminente
precisa, necessariamente, constituir ilícito criminal?
Não, basta que o fato seja ilícito em sentido amplo, conforme
estudado no início desta unidade.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
“A agressão injusta deverá ser real, efetiva e concreta. Pode
acontecer, contudo, que o agente tenha uma percepção equivocada
acerca da existência ou atualidade da agressão injusta e creia,
erroneamente, que se encontra em uma situação de legítima defesa,
dando lugar a uma legítima defesa putativa.”
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São Paulo.
Saraiva, 2012.
Ex: Pessoa que após ter tido sua residência assaltada várias vezes,
dispara contra alguém que vê, no período noturno, pulando o muro
de sua casa. Ela age assim por pensar que essa pessoa era um
assaltante, mas, em verdade, após o fato, nota que era apenas seu
filho que, ao voltar para casa, viu-se sem as chaves.
B) DIREITO (BEM JURÍDICO) PRÓPRIO OU ALHEIO: Qualquer
bem jurídico pode ser protegido pelo instituto da legítima
defesa. Se o bem for próprio, haverá legítima defesa própria, se
for alheio, haverá legítima defesa de terceiro.
CUIDADO: Quando tivermos legítima defesa de terceiro, deve-se
cuidar a natureza do direito defendido, uma vez que se o bem
jurídico for disponível seu titular poderá dele dispor, não
oferecendo resistência a agressão.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
C) MEIOS NECESSÁRIOS, USADOS MODERAMENTENTE: Remete
a idéia de necessidade, moderação e proporcionalidade.
Necessários são os meios suficientes. Se não houver outros
meios, poderá ser considerado necessário o único disponível.
Em outras palavras, a configuração de uma situação de legítima
defesa esta diretamente relacionada com a intensidade e
gravidade da agressão, periculosidade do agressor e os meios de
defesa disponíveis.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
Para defender-se de agressões verbais proferidas por José, Maria pega a faca
de cozinha que tinha ao alcance da mão com a intenção de feri-lo, momento
em que José agarra violentamente Maria pelo braço, causando-lhe
escoriações, logrando dessa forma retirar a faca de cozinha que esta
empunhava. Pode-se dizer que Maria agiu em legítima defesa? Tendo Maria
agido em legítima defesa, pode José ter agido também em legítima defesa (
legitima defesa da legítima defesa)?
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
Para defender-se de agressões verbais proferidas por José, Maria pega a faca
de cozinha que tinha ao alcance da mão com a intenção de feri-lo, momento
em que José agarra violentamente Maria pelo braço, causando-lhe
escoriações, logrando dessa forma retirar a faca de cozinha que esta
empunhava. Pode-se dizer que Maria agiu em legítima defesa? Tendo Maria
agido em legítima defesa, pode José ter agido também em legítima defesa
(legitima defesa da legítima defesa)?
A doutrina reconhece a existência da legítima defesa sucessiva, que ocorre a
hipótese do excesso, quando o agredido exercendo a defesa legítima, excede-
se na repulsa. A legítima defesa recíproca (também chamada legítima defesa
da legitima defesa), por sua vez, é inadmissível, cabendo SOMENTE quando
tivermos uma legítima defesa putativa, ocasião em que o agredido, nesse
caso, poderá usar de legítima defesa real.
2.3.2. LEGÍTIMA DEFESA
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA
Conflito de interesses legítimos: a
sobrevivência de um significará o
perecimento do outro.
INTERESSE LÍCITO x INTERESSE LÍCITO
O conflito ocorre entre interesses lícitos,
de um lado, e ilícitos de outro: a agressão
é ilícita e a reação é lícita.
INTERESSE ILÍCITO x INTERESSE LÍCITO
A preservação do interesse legítimo se dá
através de ATAQUE ao bem jurídico de
outro, INOCENTE.
A preservação do interesse ameaçado se
faz através de DEFESA que é dirigida
contra o AUTOR DA AGRESSÃO ILÍCITA.
Existe AÇÃO. Existe REAÇÃO.
DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Art. 23 - Não há crime quando o Agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
2.3.3. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
2.3.3.1. CONCEITO E FUNDAMENTO: Previsto no art. 23, inciso
III do CP, o exercício de um direito, desde que regular, não pode
ser considerado ato ilícito.
O exercício regular de um direito jamais poderá ser ilícito. O
limite do lícito termina quando começa o abuso, pois daí o
direito deixa de ser exercido regularmente. Deve-se ter presente,
entretanto, que não se pode fazer justiça com as próprias mãos
(art. 345 do CP).
2.3.3.2. REQUISITOS: Ser direito “regular”, ou seja, aquele
direito que obedece a todos os requisitos objetivos exigidos pela
ordem jurídica.
2.3.3. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Ex: “O resultado danoso que decorre do boxe, da luta livre,
futebol, etc., como atividades esportivas autorizadas e
regularizadas pelo Estado, constitui exercício regular de direito.
Se, no entanto, o desportista afastar-se das regras que
disciplinam a modalidade esportiva que desenvolve, responderá
pelo resultado lesivo que produzir, segundo seu dolo o culpa.”
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São
Paulo. Saraiva, 2012.
ASSIS TOLEDO, cita como exemplo “a defesa da posse pelo
desforço imediato”, positivado junto ao art. 1.210 do CC de 2002.
TOLEDO, Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 4ª Ed. São Paulo. Saraiva, 1991.
2.3.3. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
Ex: A prisão em flagrante por particular, é exemplo trazido por
CAPEZ, que cita, ainda, a imunidade judiciária, forte art. 142,
inciso I, do CP, a coação para evitar o suicídio ou para a prática
de intervenção cirúrgica, contida no art. 146, § 3º do CP.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal – Parte Geral, 1. 10ª Ed. São Paulo. Saraiva,
2006.
2.3.3. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Art. 23 - Não há crime quando o Agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
2.3.4.1. CONCEITO E FUNDAMENTO: Previsto no art. 23,
inciso III do CP, não incorre em crime quem pratica uma ação
em cumprimento de um dever imposto pela lei.
Mesmo que não houvesse expressa previsão legal - e assim o
é em muitos códigos pelo mundo afora -, não haveria como
punir uma conduta que é tida como obrigação legal.
DEVER LEGAL EMANA DE NORMA 
JURÍDICA
- Lei;
- Decreto;
- Regulamento;
- Etc.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Se a norma tiver caráter particular, de cunhoadministrativo,
poderá configurar o exercício regular de direito?
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Se a norma tiver caráter particular, de cunho administrativo,
poderá configurar o estrito cumprimento do dever legal?
Não. Poderá configurar, eventualmente, a obediência
hierárquica (art. 22, 2ª parte, do CP), mas não o estrito
cumprimento do dever legal.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
2.3.4.2. REQUISITOS:
A) ESTRITO CUMPRIMENTO: Somente os atos rigorosamente
necessários justificam o comportamento permitido.
B) DEVER LEGAL: Que decorre de lei, não o caracterizando
outras obrigações.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
ESTRITO 
CUMPRIMENTO DO 
DEVER LEGAL
Art. 23, III, do CP
ESTRITO 
CUMPRIMENTO
DEVER LEGAL
Ex: “No estrito cumprimento do dever legal, não constituem
crimes a ação do carrasco que executa a sentença de morte
decretada pelo Estado, do carcereiro que encerra o criminoso
sob o amparo de ordem judicial, do policial que prende o
infrator em flagrante delito e etc. Reforçando a licitude de
comportamento semelhante , o CP estabelece que, se houver
resistência, poderão os executores usar dos meios necessários
para se defender ou vencer a resistência (art. 292, do CPP)”.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª
Ed. São Paulo. Saraiva, 2012.
Em resumo, portanto, dita excludente dirige-se a funcionários
ou agentes públicos que agem por força de lei.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
ATENÇÃO: Nada impede seja o instituto aplicado à pessoas
comuns, quando esse atuar, claro, sob a imposição de um dever
legal.
Ex: Segundo BITENCOURT, seria o caso do dever que têm os pais
de guarda, vigilância, e educação dos filhos (art. 1.634 do CC de
2002), onde algum constrangimento praticado no exercício do
pátrio poder esta justificado pelo escrito cumprimento do dever
legal.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São
Paulo. Saraiva, 2012.
2.3.4. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
2.3.5.1. CONCEITO E FUNDAMENTO: É causa de exclusão da
ilicitude aplicada a situações restritas. Não esta localizada no
Código Penal, sendo convenção doutrinária.
Veja que no caso de homicídio, por exemplo, o consentimento
do ofendido é uma IRRELEVANTE PENAL, mormente a vida seja
direito indisponível.
Em outras, entretanto, pode ser tanto excludente da tipicidade
(invasão de domicílio, art. 150 do CP), quanto causa da exclusão
da ilicitude (dano, art. 163 do CP, ou cárcere privado, art. 148 do
CP).
2.3.5. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
2.3.5.2. REQUISITOS: A vítima, sabendo do resultado a ser
produzido, aceitá-lo, consentindo com a ação prestes a ser
praticada.
INTERVENÇÃO MÉDICA: Consentimento dispensado em casos de
emergência ou nas hipóteses de caso fortuito ou força maior,
como, por exemplo, quando a vítima estiver inconsciente ou sem
condições de consentir. VIOLÊNCIA ESPORTIVA: Há esportes que
podem provocar danos à integridade corporal ou à vida (boxe, luta
livre, futebol, etc.). Nesse caso, havendo lesões ou mortes, não
ocorrerá crime por ter o agente atuado em exercício regular de
direito. Haverá crime apenas quando ocorrer excesso do agente,
ou seja, quando a pessoa intencionalmente desobedecer às regras
esportivas, causando resultados lesivos.
2.3.5. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
Em qualquer das causas de justificação (art. 23 do CP), quando o
agente, dolosa ou culposamente, EXCEDER-SE DOS LIMITES DA
NORMA PERMISSIVA, responderá pelo excesso.
EXCESSO DOLOSO: Quando o agente, deliberadamente,
aproveita-se da situação excepcional que lhe permite agir para
impor sacrifício maior do que o estritamente necessário.
EXCESSO CULPOSO: Só pode decorrer de erro havendo uma
avaliação equivocada do agente sobre a perigosidade de sua
conduta quando, nas circunstâncias, lhe era impossível avaliá-la
adequadamente.
2.4. EXCESSO NAS CAUSAS JUSTIFICATIVAS: DOLOSO E CULPOSO
Ofendículas, offendicula, offensacula, offendiculum ou também
chamadas de defesas predispostas, visam impedir ou dificultar a
ofensa a um bem jurídico protegido, seja patrimônio, domicílio
ou qualquer outro bem jurídico
Ex.: Cacos de vidro sobre o muro, pontas de lanças, grades,
fossos, cães e etc.
2.5. OFENDÍCULOS
2.5. OFENDÍCULOS
Há, no entanto, autores que distinguem esse instituto das
chamadas defesas mecânicas predispostas.
As defesas mecânicas predispostas encontram-se ocultas, sendo
ignoradas pelo agressor.
Ex.: Armas automáticas predispostas, cercas eletrificadas ou
qualquer tipo de armadilha pronta para disparar no momento da
agressão.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São
Paulo. Saraiva, 2012.
Perigo para a vida ou saúde de
outrem
Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de
outrem a perigo direto e iminente:
Pena – detenção, de três meses a um
ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
2.5. OFENDÍCULOS
Segundo ANÍBAL BRUNO, as ofendículas se incluem no exercício
regular de um direito.
BRUNO, Aníbal. Direito Penal. 3ª ed. Rio de Janeiro. Forense. 1967.
MAGALHÃES NORONHA, por sua vez, diz que o mesmo se
classifica como verdadeira legítima defesa, “onde a
potencialidade lesiva de certos recursos, cães ou engenhos será
tolerada quando atingir o agressor e censurada quando o
atingido for inocente.”
2.5. OFENDÍCULOS
BITENCOURT, entretanto, diz que o mesmo é exercício regular de
direito (exercício do direito de autoproteger-se), mas, quando
reage ao ataque esperado, seria legítima defesa, a qual não
deixa de ser, da mesma forma, um exercício regular de direito.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral, 1. 17ª Ed. São 
Paulo. Saraiva, 2012.
2.5. OFENDÍCULOS

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