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Avaliação de Agregado Reciclado para Argamassa

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ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 1 
 
 
AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO PARCIAL DE AGREGADO 
RECICLADO PARA FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA 
Evaluation of partial incorporation of recycled aggregate for the manufacture of mortar 
 
 
Gustavo Sipp (1); Rennan Medeiros (2); Thiago Delfino (3); Beatriz Anselmo (4). 
1 2 3 4 
Graduando em Engenharia Civil, Departamento de Engenharia Civil, UNISUL. 
Rua Padre Dionísio da Cunha Laudt, s/n, Dehon, 88704-900, Caixa-Postal 370, Tubarao-SC – Brasil. 
 
Resumo 
 
Este artigo teve como objetivo avaliar a possibilidade de substituição parcial dos agregados naturais 
utilizados na fabricação de argamassa por agregados reciclados provenientes de resíduos sólidos da 
Construção Civil da região de Tubarão - SC. O material utilizado foi doado por uma construtora da cidade, 
sendo britado e peneirado no laboratório de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina 
(UNISUL) para atingir as dimensões necessárias para sua aplicação. Primeiramente, o material foi 
classificado, segundo os parâmetros da NBR 7211 (2009) para a areia natural, e de acordo com a NBR 
15116 (2004) para o agregado reciclado. O procedimento consistiu na confecção de um traço padrão de 
argamassa utilizando areia natural, conforme a NBR 13276 (2005). Em seguida, o mesmo traço foi 
reproduzido mais três vezes, com a substituição gradativa da areia natural por reciclada nas proporções de 
20, 30 e 50% em massa, fazendo-se um ajuste considerando as diferentes densidades. A argamassa 
produzida foi avaliada segundo critérios da NBR 13281 (2005), para confirmar a possibilidade de 
substituição parcial do agregado natural pelo reciclado, sem perda excessiva em seu comportamento. Os 
resultados apresentados mostram claramente uma perda de desempenho pela argamassa com areia 
reciclada, principalmente nos ensaios mecânicos de resistência (compressão axial e tração na flexão); 
porém, ainda é possível incorporar agregado reciclado para os menores teores, contribuindo para a 
preservação do meio ambiente e economia na Construção Civil. 
 
Palavras-Chave: Agregados reciclados. Argamassa. Ensaios mecânicos de resistência. 
 
Abstract 
 
This research had the aim to evaluate the possibility of partial substitution of natural aggregates used in the 
manufacture of mortar for recycled aggregates from construction solid waste in the region of Tubarão - SC. 
The material was donated by a construction of the town, and it was crushed and sieved in the laboratory of 
Civil Engineering on the University (UNISUL) to achieve the required dimensions for its application. Firstly, 
the material was classified according to the parameters of NBR 7211/2009 for the natural sand, and with 
NBR 15116/2004 for the recycled aggregate. The procedure consisted in making a standard mortar line 
using natural sand according to NBR 13276. Then, the same mix was reproduced three times with gradual 
replacement of natural sand by recycled one in the proportions of 20, 30 and 50 % in mass, performing an 
adjustment taking into account the different densities. The mortar produced was evaluated according to 
some criteria of NBR 13281, to confirm the possibility of partial substitution of natural aggregate by recycled 
one, without excessive loss in behavior. The results presented clearly show a loss of performance by the use 
of recycled sand mortar, especially in mechanical strength tests (axial compression and tension in flexion); 
however, it is still possible to incorporate recycled aggregate for lowest levels, contributing to the 
preservation of the environment and economy in construction. 
 
Key-words: Recycled aggregates. Mortar. Mechanical strength tests. 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 2 
 
 
1 Considerações Iniciais 
1.1 Introdução 
O crescimento econômico brasileiro faz com que a demanda por serviços de construção 
aumente, resultando em um acréscimo na extração de matéria prima e quantidade de 
resíduos gerados. Segundo Cabral (2007), o modelo de desenvolvimento tradicionalmente 
adotado converge para políticas de extrativismo dos recursos naturais, sem o retorno 
igualitário em benefícios sociais e econômicos ao ser humano, sendo este chamado de 
sistema explorador. Um dos resultados deste sistema é a extração excessiva de recursos 
naturais e a enorme quantidade de resíduos gerados, causando inúmeros problemas para 
a sociedade quando da impossibilidade de redução, ou correta deposição desse material. 
De acordo com Angulo e John in Habitare (2003), os custos diretos da disposição de 
resíduos em aterros incluem embalagem, tratamento, transporte, licenciamento ambiental; 
existindo ainda os custos indiretos, como o desgaste da imagem da empresa devido à 
gestão ambiental ineficiente, que pode levar a confrontos com organizações sociais e 
perda de consumidores. Da mesma forma, Donaire (apud LEITE, 2001) salienta que a 
sobrevivência das empresas e oportunidades de bons negócios estão cada vez mais 
ligadas às atitudes voltadas à preservação do meio ambiente. Rocha e Cheriaf, in 
Habitare (2003), afirmam que são encontradas grandes dificuldades pela indústria de 
transformação na disposição final dos resíduos gerados em seus processos produtivos, 
causando sérios problemas ambientais e crescentes incrementos nos custos industriais 
por falta de soluções tecnológicas apropriadas e de instalações adequadas à eliminação 
dos resíduos, sendo, portanto, de suma importância o desenvolvimento de soluções no 
setor da Construção Civil, visto que os resíduos de construção e demolição (RCD) 
representam 50% da massa dos resíduos sólidos urbanos (ANGULO, 2005). Neste 
sentido, insere-se a presente pesquisa, visando determinar a influência da substituição 
gradativa de areia natural por agregado miúdo reciclado (AMR) nas propriedades da 
argamassa, segundo requisitos da NBR 13281/2005. Trata-se de uma análise 
comparativa, tendo como parâmetro a argamassa produzida apenas com areia natural, 
sendo observadas as variações nas propriedades dos compósitos com a inserção do 
resíduo nos diferentes teores ensaiados. 
1.2 Objetivo geral 
Como objetivo geral foi determinado avaliar a possibilidade de incorporação de agregado 
miúdo reciclado (AMR) em substituição da areia natural, considerando requisitos 
apresentados pela NBR 13281/2005 – Argamassa para assentamento e revestimento de 
paredes e tetos. 
1.3 Objetivo específico 
Para atingir o objetivo geral, foi definido verificar as mudanças no comportamento da 
argamassa para os diferentes níveis de substituição da areia natural pelo AMR, através 
de ensaios laboratoriais, tendo como parâmetro as propriedades apresentadas pela 
argamassa produzida apenas com areia natural. 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 3 
 
 
1.4 Justificativa 
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) destaca a Construção Civil 
como um importante indicativo do crescimento econômico e social, constituindo, 
entretanto, uma atividade geradora de impactos ambientais, tendo seu resíduo 
representado grande problema a ser administrado, podendo, em muitos casos, gerar 
impactos ambientais e contribuir para a alteração da paisagem quando de sua incorreta 
disposição. Segundo John (2000), o RCD representa de 13 a 67% em massa dos 
resíduos sólidos urbanos (RSU), apresentando cerca de 2 a 3 vezes a massa do lixo 
urbano em vários países. Karpinsk (2009) estima que a geração média de resíduos da 
Construção Civil (RCC) é de 0,50 tonelada anual por habitante em algumas cidades de 
grande e médio porte brasileiras. Ainda que, conforme IBGE (2010), 72,44% dos 
municípios avaliados pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) possuam 
serviços de manejo de RCC, e 55,26% exerçam o controle sobre o manejode resíduos da 
Construção Civil executados por terceiros, continua imensa a quantidade de RSU 
existente, como pode ser observado na figura abaixo. 
 
 
Figura 1 – Quantidade de resíduos encaminhados para as principais formas de disposição no solo 
Fonte: IBGE, 2010. 
 
Para obter uma estimativa da grande responsabilidade do setor da Construção Civil em 
toda a problemática dos resíduos no país, pode-se observar, na figura abaixo, de forma 
mais simplificada, a relação percentual de RCD em comparação ao RSU em algumas 
cidades do estado de São Paulo. 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 4 
 
 
 
Figura 2 – Percentual de RCD no RSU em alguns municípios do estado de São Paulo 
Fonte: SINDUSCON-SP, 2005. 
 
Como é possível observar acima, os resíduos da construção são responsáveis por grande 
parte dos detritos gerados nas grandes cidades brasileiras, fazendo-se necessário investir 
grande quantidade de recursos para viabilizar um eficiente gerenciamento, evitando a 
deposição ilegal, que causa assoreamento de rios, entupimento de bueiros, degradação 
de áreas e esgotamento de aterros, além de altos custos socioeconômicos, 
especialmente em cidades de médio e grande porte (ANGULO, 2005). Embora os RCC 
sejam vistos como resíduos de baixa periculosidade, nestes resíduos também há 
presença de material orgânico, produtos químicos, tóxicos e de embalagens diversas que 
podem acumular água e favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de 
doenças, tornando-se um problema ainda mais grave para a sociedade (KARPINSK, 
2009). Desta forma, a reciclagem ou reutilização desse material torna-se cada vez mais 
pertinente do ponto de vista social e ambiental, tornando-se também economicamente 
interessante, uma vez que o aumento da escassez de agregados de boa qualidade nas 
proximidades das áreas urbanas faz com que os gastos no transporte aumentem os 
custos do material de origem natural (HANSEN, apud LEITE, 2001). Nesta linha, Lauritzen 
(apud CABRAL, 2007) descreve que a reciclagem do RCD pode ser lucrativa em função 
de alguns parâmetros geográficos, especialmente nos casos de países em 
desenvolvimento, nas cidades com alta taxa de população e suprimento insuficiente de 
agregados naturais. Outro fator que merece destaque é a necessidade de criação de um 
plano de gerenciamento de resíduos sólidos para empresas da Construção Civil, como 
parte integrante do processo de licenciamento ambiental dos empreendimentos, conforme 
estabelecido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010). A mesma política 
ainda define que a elaboração de um plano municipal integrado de gerenciamento de 
resíduos sólidos é condição para que os municípios tenham acesso a recursos da União 
destinados para tal finalidade, ou serem beneficiados com incentivos e financiamentos de 
entidades federais de crédito. Diante disto, inúmeras vantagens podem resultar da 
reciclagem dos resíduos de construção e demolição, tornando-se de fundamental 
importância o desenvolvimento de novas possibilidades para o emprego desse material, 
antes considerado como bota-fora e que, aos poucos, se converte em uma solução 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 5 
 
 
socioambiental e econômica capaz de impulsionar diversos segmentos de nossa 
sociedade. 
2 Materiais e Metodologia Experimental 
2.1 Aspectos Gerais 
Verificou-se a possibilidade de substituição parcial da areia natural pela de RCD na 
confecção de argamassa, através de ensaios que determinaram suas características 
físicas e mecânicas, com o intuito de comprovar para quais níveis de incorporação de 
resíduos o compósito apresenta comportamento adequado para sua aplicação. Analisou-
se, conforme os requisitos da NBR 13281 (2005), o comportamento dos diferentes 
compósitos criados com resíduo, em comparação aos resultados obtidos somente com 
areia natural, que serviu de parâmetro para identificar quais alterações foram introduzidas 
nas propriedades da argamassa com o incremento do agregado miúdo reciclado (AMR). 
Outro fator importante a ser considerado é a viabilidade econômica envolvida no processo 
de beneficiamento do resíduo, sendo, portanto, adotado neste trabalho um processo de 
produção mais simplificado, sem a discriminação dos vários componentes dos resíduos 
aplicáveis para este fim (concreto, argamassa, cerâmica), com o intuito de minimizar os 
gastos com a segregação do material. Lauritzen (apud LEITE, 2001) ressalta que a 
separação do RCD para posterior utilização é considerada uma situação ideal; contudo, é 
pouco prática, já que requer maiores recursos e tecnologias, que acabam dificultando sua 
aplicação. Desta forma, simplificando o processo de beneficiamento do resíduo, pode-se 
ampliar seu potencial econômico, garantindo maior atratividade pelos custos reduzidos, e 
ainda contribuindo com a preservação do meio ambiente. 
2.2 Ordem das atividades realizadas 
Iniciou-se a presente pesquisa com a seleção visual do resíduo a ser utilizado, onde 
foram descartados manualmente todos os materiais não considerados adequados para a 
presente utilização, destacando-se pedaços de madeira, aço, plásticos, vidros, dentre 
outros. Nas figuras abaixo, o material pode ser observado, mostrando-se clara a 
predominância da cerâmica vermelha e argamassa na composição do conjunto. 
 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 6 
 
 
Figura 3 - RCD utilizado no desenvolvimento 
desta pesquisa 
Fonte: Autores, 2013. 
 
 
Figura 4 - Acondicionamento do RCD 
Fonte: Autores, 2013. 
Após sua seleção, o resíduo foi encaminhado para o britador de mandíbula, onde foi 
fragmentado em dimensões compatíveis com sua futura utilização. Posteriormente, o 
material obtido passou pelo processo de peneiramento mecânico, onde todas as 
partículas com dimensões inferiores a 4,75mm, e superiores a 0,075mm, foram coletadas 
para emprego como agregado miúdo reciclado (AMR). O britador utilizado e o peneirador 
mecânico estão apresentados nas figuras 5 e 6, respectivamente. 
 
 
Figura 5 - Britador de mandíbula 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Figura 6 - Peneirador mecânico 
Fonte: Autores, 2013. 
 
O agregado miúdo reciclado (AMR) foi peneirado na malha 0,075mm, pois, segundo 
Neville (1997), a grande quantidade de partículas finas, normalmente apresentada pelo 
agregado reciclado, implica em maior área específica, sendo necessária maior quantidade 
de água para molhar a superfície do agregado e conseguir boa trabalhabilidade. Este fato 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 7 
 
 
leva à necessidade de aumento do fator água/cimento, e pode interferir na resistência da 
argamassa. Além disso, há a possibilidade de aumento da resistência da argamassa por 
possíveis reações pozolânicas provocadas pelas partículas finas da cerâmica, o que não 
será abordado neste trabalho (CABRAL, 2007). Em seguida, procedeu-se com a 
caracterização dos agregados de acordo com as normas vigentes, tendo como referência 
os parâmetros da NBR 7211 (2009) para o agregado natural, e da NBR 15116 (2004) 
para agregado reciclado. Posteriormente, foi determinado um traço padrão sem adição de 
RCD, sendo este reproduzido mais três vezes; porém, com substituição parcial da areia 
natural pelo resíduo, nas proporções de 20, 30 e 50%. Cada uma das misturas foi 
confeccionada conforme preconiza a NBR 13276 (2005), incluindo a determinação de 
seus respectivos índices de consistência. 
2.3 Classificação conforme NBR 10004 (2010) 
Esta normativa classifica os resíduos sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio 
ambiente e à saúde pública, por meio da identificação do processo ou atividade que lhes 
deu origem, e de seus constituintes e características, além da comparação destes 
constituintescom listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio 
ambiente é conhecido (NBR 10004, 2010). Ainda conforme esta norma, os resíduos 
classificam-se em: 
 
a) Resíduos classe I - Perigosos; 
 
b) Resíduos classe II – Não perigosos; 
 
– Resíduos classe II A – Não inertes; 
 
– Resíduos classe II B – Inertes. 
 
De forma geral, os resíduos da Construção Civil podem ser classificados como não 
perigosos, uma vez que não possuem, em sua maioria, substâncias com características 
de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Normalmente 
são enquadrados na classe II B como inertes, uma vez que não possuem propriedades 
como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. No entanto, é 
necessário salientar a importância do correto manejo desses resíduos, pois, 
frequentemente, são contaminados por outros materiais classificados como perigosos ou 
não inertes, comprometendo a reutilização ou reciclagem do RCC. 
2.4 Materiais utilizados 
2.4.1 Cimento 
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi escolhido o cimento Portland de alta 
resistência inicial CP V - ARI, por se tratar do cimento mais puro ao qual se obteve acesso 
no laboratório de Engenharia Civil - UNISUL. Apesar de cimentos com adições 
pozolânicas ou com escórias de alto forno apresentarem melhorias em alguns aspectos, 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 8 
 
 
como redução do calor de hidratação e da retração, esses seriam fatores adicionais a 
interferir nos resultados. Na figura abaixo são expostas algumas propriedades do cimento 
utilizado. 
 
Figura 7 - Classificação do Cimento CP V - ARI 
Fonte: Cimentos Cauê, apud BREHM et al. in Ambiente Construído, 2013. 
2.4.2 Areia natural e de RCD 
O agregado natural utilizado para a confecção da argamassa é comumente encontrado na 
região sul de Santa Catarina, oriundo dos arredores da cidade de Laguna. Os resíduos 
doados para confecção da pesquisa são proveniente de uma construtora da cidade de 
Tubarão - SC. Os mesmos foram classificados de acordo com os parâmetros da NBR 
7211 (2009) - Agregados Para Concreto, sendo executados os ensaios de determinação 
da composição granulométrica segundo a NBR NM 248 (2003), a determinação de teor de 
material pulverulento segundo a NBR NM 46 (2003), a determinação do teor de argila em 
torrões tendo como base a NBR NM 44 (2010), a determinação de impurezas orgânicas 
segundo NBR NM 49 (2001), o ensaio para determinação da massa unitária foi 
executados conforme a NBR NM 45 (2006), e a massa específica e absorção foram 
determinadas seguindo a NBR NM 52 (2009) para agregado miúdo. Os resultados destes 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 9 
 
 
ensaios estão demonstrados na tabela 1, e na figura 8 podem-se visualizar os agregados 
utilizados. 
 
Tabela 1 - Classificação dos Agregados Miúdos 
Determinações Areia natural RCD 
Material Pulverulento (%) 1,03 8,71 
Matéria Orgânica (ppm) < 300 < 300 
Massa Unitária (g/m³) 1,470 1,120 
Dimensão Máx. (mm) 0,6 1,20 
Módulo de Finura 1,22 3,41 
Massa Específica (g/cm³) 2,674 2,399 
Absorção de Água (%) 0,219 11,34 
Argila em Torrões (%) 0,17 0,0 
Fonte: Autores, 2013. 
 
 
Figura 8 - Agregados utilizados (à esquerda o agregado natural, e à direita, o reciclado) 
Fonte: Autores, 2013. 
 
2.4.2.1 Classificação do AMR conforme a NBR 15116 (2004) 
O agregado reciclado pode ser descrito como material granular proveniente do 
beneficiamento de resíduos de construção ou demolição de obras civis, que apresenta 
características técnicas para a aplicação em obras de edificação e infraestrutura (NBR 
15116, 2004). O material empregado nesta pesquisa atende à Resolução CONAMA 307 
(BRASIL, 2004), que define os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, os 
pertencentes à classe A, tais como: 
 
 Resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de 
outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 10 
 
 
 Resíduos de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: 
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento e outros), 
argamassa e concreto; 
 Resíduos de processo de preparo e/ou demolição de peças pré-moldadas em 
concreto (blocos, tubos, meios-fios e outros) produzidos nos canteiros de obras. 
 
O agregado reciclado obtido com o beneficiamento do resíduo é classificado como 
agregado de resíduo misto, pois é composto, na sua fração, com menos de 90% em 
massa de fragmentos à base de cimento Portland e rochas. Algumas das características 
do agregado reciclado são mostradas na Tabela 2, assim como os valores limites 
estabelecidos pela NBR 15116 (2004) para sua utilização. 
 
Tabela 2 - Valores conforme a NBR 15116 (2004)V 
Propriedades Limites para agregado miúdo RCD 
Absorção de água (%) < 17 11,3 
Torrões de Argila (%) < 2 0,0 
Teor de material passante 
na malha 0,075 mm (%) 
< 20 8,7 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Dentre os limites verificados no material, ele se enquadra na composição exigida pela 
norma em suas características. 
2.5 Considerações sobre os traços 
Após a caracterização dos agregados, foi utilizado um traço unitário padrão, em massa, 
nas proporções de 1 : 0 : 3, sendo respectivamente cimento, AMR e areia natural. Este 
traço padrão foi reproduzido quatro vezes, sendo a primeira sem RCD, e os próximos com 
a substituição em massa de 20, 30 e 50% de agregado natural pelo resíduo. O fator 
água/cimento utilizado é 0,6, acrescido da quantidade de água a ser absorvida pelo 
agregado reciclado (11%), conforme ensaio de absorção mostrado na tabela 1. Os traços 
unitários preliminares podem ser visualizados na tabela abaixo. 
 
Tabela 3 - Traços idealizados para avaliação da incorporação do resíduo 
Traço Cimento RCD Areia natural Água 
padrão 1 0 3 0,6 
20% 1 0,6 2,4 0,6 + abs. 
30% 1 0,9 2,1 0,6 + abs. 
50% 1 1,5 1,5 0,6 + abs. 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Devido à diferença entre a massa específica do agregado miúdo natural (AMN) para o 
agregado miúdo reciclado (AMR), é necessário fazer um ajuste na quantidade de material 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 11 
 
 
empregado, em razão da grande diferença no volume dos mesmos. Caso contrário, o 
volume de AMR seria muito maior, o que provocaria mudanças na consistência, sendo 
necessário acrescer água além do adequado, ou até mesmo mais cimento à mistura. O 
coeficiente de correção da massa do RCD a ser utilizado é expresso na equação abaixo. 
 
α= 
 
 
 (Equação 1) 
 
α= 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro fator que deve ser corrigido é a grande absorção de água para o AMR. Assim, é 
necessário acrescer, nas misturas, 11% de água em relação à massa do AMR aplicada 
na mistura, para que o agregado reciclado não retire esta água do amassamento, 
prejudicando a trabalhabilidade. Na tabela 4 estão relacionadas as massas utilizadas nos 
traços, considerando a quantidade de 2,5 Kg de argamassa produzida por traço, conforme 
orienta a NBR 13276 (2005). 
 
Tabela 4 - Traços idealizados para avaliação da incorporação do resíduo 
Traço Cimento (g) AMR (g) AMN (g) Água (g) + abs. 
padrão 625 0 1875 375 + 0 
20% 625 338 1500 375 + 37 
30% 625 507 1312 375 + 56 
50% 625 844 937 375 + 93 
Fonte: Autores, 2013. 
 
3 Ensaios realizados 
3.1 Índice de consistência 
O índice de consistência foi determinado conforme a NBR 13276 (2005), com a 
moldagem em três camadas de argamassa sucessivas no molde tronco-cônico, 
adensadas com 15, 10 e 5 golpes de soquete, respectivamente.O índice de consistência 
será a média de três medições do diâmetro da massa, após 30 quedas na mesa 
normalizada. Na figura abaixo estão os resultados obtidos em cada traço. 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 12 
 
 
 
Figura 9 - Perda de consistência referente ao aumento da incorporação de AMR 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Algumas das principais características a serem estudadas nos agregados são: a 
granulometria, a absorção de água, a forma e a textura, a resistência à compressão, o 
módulo de elasticidade e as de substâncias deletérias presentes (MEHTA e MONTEIRO, 
2008). Na figura 9, percebe-se a nítida influência que a forma irregular e a textura áspera 
do agregado reciclado exercem sobre a argamassa, resultando em perda de consistência, 
que ocorre quase em linearidade com o acréscimo de RCD, sendo esta relação exposta 
nas equações da figura acima. Segundo Coutinho (apud LEITE, 2001), a forma das 
partículas exerce influência muito grande nos concretos, principalmente sobre a 
trabalhabilidade, compacidade, ângulo de atrito interno e quantidade de água necessária 
ao amassamento, tendo efeito semelhante na argamassa. Nas figuras abaixo podem ser 
visualizadas a mesa de consistência (figura 10) e a argamassadeira utilizada (figura 11). 
 
 
271,72 
263,61 
254,85 
239,57 
y = -0,6521x + 273,74 
R² = 0,9728 
235,00
240,00
245,00
250,00
255,00
260,00
265,00
270,00
275,00
280,00
0 10 20 30 40 50 60
C
o
n
si
st
ên
ci
a 
(m
m
) 
Porcentagem de Incorporação de Resíduo (%) 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 13 
 
 
 
Figura 10 - Mesa de consistência 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Figura 11 - Argamassadeira 
Fonte: Autores, 2013.
3.2 Ensaio de compressão e tração na flexão 
Os ensaios foram realizados conforme a NBR 13279 (2005), com a moldagem do 
conjunto de vigas em mesa de adensamento por meio de duas camadas, adensadas com 
30 quedas cada. Os resultados obtidos podem ser visualizados na figura 12 
(Compressão) e figura 13 (Tração na Flexão). 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 14 
 
 
Figura 12 - Resultados do ensaio de compressão x incorporação de resíduo 
Fonte: Autores, 2013. 
 
 
Figura 13 - Resistência à tração na flexão 
Fonte: Autores, 2013. 
 
Em um primeiro momento, ao se analisar as figuras acima, percebe-se a queda de 
resistência em ambos os ensaios, conforme se acresce a substituição do resíduo 
natural por RCD. Se analisados apenas os valores obtidos para cada ensaio, não 
será percebida a ocorrência de uma grande mudança no comportamento do material 
com o acréscimo de resíduo, visto que a diferença entre os valores do traço padrão 
e com 50% de incorporação de resíduo, nas duas figuras, apontam um diferencial de 
aproximadamente 1 Mpa, apenas. Entretanto, deve-se dar importância ao fato de 
que estes pequenos valores na diferença de comportamento representam, na 
verdade, aproximadamente 12% de diferença na resistência à compressão, e 49% 
na resistência à tração na flexão, mostrando uma grande mudança nas propriedades 
dos compósitos com 0 e 50% de incorporação. 
 
11,79 11,69 
11,00 
10,42 
10,20
10,40
10,60
10,80
11,00
11,20
11,40
11,60
11,80
12,00
0 10 20 30 40 50 60
R
es
is
tê
n
ci
a 
à 
C
o
m
p
re
ss
ão
 
(M
P
a)
 
Percentual de Incorporação do Resíduo (%) 
1,71 
1,32 
0,94 
0,88 
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
1,80
0 10 20 30 40 50 60
R
es
is
tê
m
ci
a 
à 
Tr
aç
ão
 n
a 
Fl
ex
ão
 
(M
P
a)
 
Percentual de incorporação do Resíduo (%) 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 15 
3.3 Determinação da absorção de água por capilaridade conforme 
NBR 9779 (2012) 
Aos 28 dias de idade, três amostras de cada traço de argamassa, que haviam sido 
mantidas nas condições descritas pela NBR 13276 (2005), foram postas em estufa 
durante três dias a 100° C. Cada amostra foi pesada a cada 24 horas de 
permanência na estufa, sendo adotado o valor final com 72 horas para os cálculos. 
Após esta etapa, as argamassas foram postas em imersão em água, onde também 
permaneceram três dias, sendo registrado o valor de suas massas após este 
período. Imediatamente após a pesagem das argamassas saturadas, as mesmas 
foram conduzidas para uma balança hidrostática para obtenção de suas massas 
submersas. Os resultados da absorção de água e o percentual de vazios 
apresentados, em média para cada traço, podem ser observados nas figuras abaixo, 
tendo os mesmos sido obtidos conforme a NBR 9779 (2012). 
 
Figura 14 – Absorção de água 
Fonte: Autores, 2013. 
 
 
Figura 15 – Percentual de vazios 
Fonte: Autores, 2013. 
Como pode ser observado em ambos os gráficos, o comportamento do material se 
apresenta de forma quase linear, identificando-se maior percentual de vazios, e 
consequente maior absorção para as argamassas com maior teor de RCD na 
10,8 
13 
14,1 
16,5 
10,00
11,00
12,00
13,00
14,00
15,00
16,00
17,00
0 10 20 30 40 50 60
A
b
so
rç
ão
 d
e 
Á
gu
a 
(%
) 
Porcentagem de Incorporação de Resíduo (%) 
20,9 
24,1 
25,6 
28,8 
20,00
22,00
24,00
26,00
28,00
30,00
0 10 20 30 40 50 60P
er
ce
n
tu
al
 d
e 
va
zi
o
s 
 (
%
) 
Porcentagem de Incorporação de Resíduo (%) 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 16 
composição. Este fato deve estar ligado com a maior capacidade de absorção do 
AMR, que acaba aumentando também a absorção da argamassa quanto maior seja 
sua presença. 
3.4 Demais ensaios realizados e classificação conforme NBR 13281 
(2005) 
Nas figuras abaixo podem ser observados os demais ensaios realizados e a 
classificação das argamassas, conforme a NBR 13281 (2005). Destaca-se o 
decréscimo na densidade da argamassa e aumento da retenção de água para os 
traços com maior quantidade de resíduo, devendo, ambos, ser decorrentes da maior 
porosidade do resíduo de construção e demolição, conforme pode ser conferido na 
tabela 5. 
Tabela 5 – Ensaios empregados na classificação da argamassa 
Traço NBR 13279 NBR 13280 NBR 13279 NBR 13278 NBR 13277 
 
Resistência à 
compressão 
Densidade 
estado 
endurecido 
Resistência à 
tração na flexão 
Densidade 
estado fresco 
Retenção de 
água (%) 
Padrão 11,79 1,818 1,71 2,099 90,12 
20% 11,69 1,816 1,32 2,092 92,85 
30% 11,00 1,803 0,94 2,079 93,20 
50% 10,42 1,747 0,88 2,059 95,51 
Fonte: Autores, 2014. 
 
Na tabela 6 estão apresentados os resultados da classificação de cada traço de 
argamassa, conforme a NBR 13281 (2005), sendo interessante ressaltar a 
similaridade apresentada entre o traço padrão e com 20% de incorporação de RCD, 
mostrando possibilidade de utilização do material nestas condições, enquanto que, 
para os maiores teores de RCD, os compósitos mostraram-se com variação 
considerável, sendo necessário realizar mudanças nos traços para melhorar o 
desempenho, ou empregar este material onde tais características sejam eficientes. 
 
Tabela 6 – Classificação da argamassa conforme NBR 13281 
Traço NBR 13279 NBR 13280 NBR 13279 NBR 13278 NBR 13277 
 
Classificação 
conforme NBR 
13281 
Classificação 
conforme NBR 
13281 
Classificação 
conforme NBR 
13281 
Classificação 
conforme NBR 
13281 
Classificação 
conforme NBR 
13281 
Padrão P 6 M 6 R 3 D 6 U 4 
20% P 6 M 6 R 2 D 6 U 5 
30% P 6 M 6 R 1 D 6 U 5 
50% P 6 M 5 R 1 D 6 U 6 
Fonte: Autores, 2014. 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRODO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 17 
4 Considerações finais 
A presente pesquisa teve como objetivo avaliar o comportamento da argamassa 
produzida com crescentes teores de AMR em sua composição, e comparar seu 
desempenho com o compósito produzido apenas com agregado natural. Os 
agregados utilizados foram avaliados conforme parâmetros da NBR 7211 (2009), 
para o agregado natural e conforme a NBR 15116 (2004), para o resíduo. Cada 
mistura foi confeccionada conforme a NBR 13276 (2005) e avaliada segundo 
parâmetros da NBR 13281 (2005). A produção de argamassa com agregado miúdo 
reciclado mostrou-se possível para o menor teor de substituição, visto que o material 
não sofreu grandes alterações em seu comportamento com a presença de 20% de 
RCD. O compósito com esta taxa de incorporação apresentou uma redução na 
resistência de 0,85% à compressão e de 22,8% à tração na flexão, tendo como 
referência o traço padrão que possui somente agregado natural. Embora este último 
resultado seja considerável, é possível afirmar que o compósito produzido com 20% 
de RCD é aplicável, uma vez que este é o único item da NBR 13281 (2005), que o 
difere em relação ao traço padrão, conforme pode ser visto na tabela 6. Já o traço 
com 50% de substituição por RCD apresentou uma queda de 11,62% no ensaio de 
compressão, e 48,5% no ensaio de tração na flexão, mostrando a inaplicabilidade, 
ou a necessidade de ajustes nas proporções da mistura para esta quantidade de 
resíduo. A mesma situação pode ser observada na incorporação de 30 % de AMR, 
já que o material apresentou um decréscimo de 45% na resistência à tração na 
flexão. Os resultados apresentados na tabela 5 também demonstram uma 
diminuição na densidade do material, tanto no estado fresco quanto no estado 
endurecido, em consonância com o incremento do resíduo, sendo necessário, no 
entanto, a elaboração do ensaio de arrancamento e deslizamento da argamassa, 
para atestar a possibilidade da redução na densidade do compósito auxiliar na 
aderência do material ao substrato. Outro fator interessante que deveria ser 
abordado de forma mais detalhada em uma nova pesquisa é a respeito das 
vantagens econômicas apresentadas na utilização do RCD, sendo indicado por 
muitos autores, como um dos principais motivos para a inserção dos resíduos de 
construção e demolição no mercado de concretos e argamassas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS DO 56º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2014 – 56CBC 18 
Referências
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Requisitos. Rio de Janeiro, 2004. 
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através da peneira 75 µm, por lavagem. Rio de Janeiro, 2003. 
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Rio de Janeiro, 2003. 
 
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