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Curso Direito
UNIDADE V – fontes do direito
Prof. Mauro Vieira
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UNIDADE V – Fontes do direito
Conceito:
 A palavra fonte provém do latim, fons, fontis e significa nascente de água. No âmbito da Ciência Jurídica é empregada como metáfora nas palavras de Du Pasquier, “remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem da terra; do mesmo modo, inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é buscar o ponto pelo qual sai das profundidades da vida social para aparecer na superfície do direito”.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Espécies de fonte do direito:
 históricas, materiais e formais.
Fontes históricas:
 A evolução dos costumes e o progresso induzem o legislador a criar novas formas de aplicação para esses princípios. As fontes históricas do direito indicam a gênese das modernas instituições jurídicas: a época, local, as razões que determinaram a sua formação.
 A pesquisa pode limitar-se aos antecedentes históricos mais recentes ou se aprofundar no passado, na busca das concepções originais.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Fontes materiais:
 O direito não é um produto arbitrário da vontade do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a sociedade, como centro das relações de vida, como sede dos acontecimentos que envolve o homem, quem fornece ao legislador os elementos necessários à formação dos estudos jurídicos. Como causa produtora do direito, as fontes materiais são constituidas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que são condicionados pelos chamados fatores do direito, como a moral, a economia, a geografia, etc..
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UNIDADE V – Fontes do direito
 As fontes materiais podem ser divididas em diretas e indiretas. Estas são identificadas com os fatores jurídicos, enquanto que as fontes diretas são representadas pelos órgãos elaboradores do direito positivo, como a sociedade, que cria o direito consuetudinário, o poder legislativo, que constrói as leis, e o judiciário, que produz a jurisprudência.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Fontes formais: 
 O direito positivo apresenta-se aos seus destinatários por diversas formas de expressão, notadamente pela lei e costume. Fontes formais são os meios de expressão do direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
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UNIDADE V – Fontes do direito
 Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o direito. Criar direito significa introduzir no ordenamento jurídico novas normas jurídicas. Para os países que seguem a tradição romano-germânica, como é o caso do Brasil, a principal forma de expressão é o direito escrito, que se manifesta por leis e códigos, enquanto que o costume figura como fonte complementar.
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UNIDADE V – Fontes do direito
 A jurisprudência, que se forma pelo conjunto uniforme de decisões judiciais sobre determinada indagação jurídica, não constitui uma fonte formal, pois a sua função não é a de gerar normas jurídicas, apenas a de interpretar o direito à luz dos casos concretos.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Conceito de Lei:
 A lei é a forma moderna de produção do direito positivo. É o ato do poder legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual, pois traduz as aspirações coletivas. Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica específica, não tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. A sua fonte material é representada pelos próprios fatos e valores que a sociedade oferece.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Etimologia do vocábulo lei:
 A palavra lei provém dos vocábulos legere (ler); ligare (ligar); eligere (escolher). Em legere porque os antigos tinham o costume de se reunir em praça pública, local em que se afixavam cópias das leis, para a leituram e comentário dos novos atos. Em ligare, por força da bilateralidade da norma jurídica, que vincula, liga, duas ou mais pessoas, a uma impondo o dever e à outra atribuindo o poder. Finalmente, eligere, porque o legislador escolhe, entre as diversas proposições normativas possíveis, uma para ser a lei. 
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UNIDADE V – Fontes do direito
Lei em sentido amplo:
 Em sentido amplo, emprega-se o vocábulo para indicar o jus scriptum. É uma referência genérica que atinge à lei propriamente, à medida provisória e ao decreto. Criada pela CF/88, a medida provisória é ato de competência do Presidente da República, que poderá editá-la na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão constitucional sobre matéria afeta à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, direito eleitoral, penal, processual penal e processual civil, entre outros assuntos (art. 62 da EC 32 de 2001. 
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UNIDADE V – Fontes do direito
Lei em sentido estrito:
 Neste sentido, lei é o preceito comum e obrigatório, emanado do poder legislativo, no âmbito da sua competência.
Características de lei:
 caracteres substanciais:
	Como a lei agrupa normas jurídicas, há de reunir também os caracteres básicos destas: generalidade, abstratividade, bilateralidade, imperatividade, coercibilidade. É indispensável ainda que o conteúdo de lei expresse o bem comum.
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UNIDADE V – Fontes do direito
 caracteres formais:
	Sob o aspecto de forma, a lei deve ser: escrita, emanada do poder legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada.
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UNIDADE V – Fontes do direito
 lei em sentido formal e em sentido formal-material:
	Em sentido formal, lei é aquela que atende apenas aos requisitos de forma (processo de formação regular, poder competente), faltando-lhe pelo menos alguma característica de conteúdo, como a generalidade, ou por não possuir sanção ou carecer de substância jurídica. Ex.: A aprovação, pela assembléia da revolução francesa, da lei que declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma é exemplo claro de lei apenas em sentido formal.
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UNIDADE V – Fontes do direito
	Em sentido formal-material, a lei, além de atender aos requisitos de forma, possui conteúdo próprio do direito, reunindo todos os caracteres substanciais e formais.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Lei substantiva e lei adjetiva:
	Lei substantiva ou material é a que reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas, em suas relações de vida. As lei relativas ao direito civil, penal, comercial, normalmente são dessa natureza.
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UNIDADE V – Fontes do direito
	Lei adjetiva ou formal consiste em um agrupamento de regras que definem os procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões forenses. Ex.: leis sobre direito processual civil, direito processual penal.
	As leis que reúnem normas substantivas e adjetivas são denominadas institutos unos. Ex.: lei de falências. A lei substantiva é, naturalmente, a lei principal, que deve ser conhecida por todos, enquanto que a adjetiva é de natureza apenas instrumental e o seu conhecimento é necessário somente àqueles que participam nas ações judiciais: advogados, juizes, promotores.
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UNIDADE V – Fontes do direito
FORMAÇÃO DA LEI. O PROCESSO LEGISLATIVO:
	O processo legislativo é estabelecido pela CF/88, e se desdobra nas seguintes etapas: apresentação do projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, promulgação e publicação.
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UNIDADE V – Fontes do direito
INICIATIVA DA LEI:
	Conforme dispõe o art. 61 da CF/88, a iniciativa compete: A qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos.
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UNIDADE V – Fontes do direito
	A iniciativa pelo Presidente da República pode ocorrer sob duas modalidades distintas. O Chefe do Executivo pode encaminhar projeto em regime normal, caso em que o andamento será
comum aos apresentados por outras fontes. Poderá o Presidente solicitar urgência na apreciação de projetos de sua inciativa, hipótese em que a matéria deverá ser examinada pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, sucessivamente, pelo prazo de 45 dias. Esgotado este sem manifestação, o projeto entrará na ordem do dia em caráter prioritário (art. 64, § 2º da CF).
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UNIDADE V – Fontes do direito
Exame pelas comissões técnicas, discussões e aprovação:
	uma vez apresentado, o projeto passa por diversas comissões parlamentares, ás quais se vincula por seu objeto. Passado pelo crivo das comissões competentes, deverá ir ao plenário para discussão e votação. No regime bicameral, como é o nosso, é indispensável a aprovação do projeto pelas duas casas.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Revisão do projeto:
	O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. Iniciado na Câmara, o Senado funcionará com casa revisora e vice-versa, com a circunstância de que os projetos encaminhados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e Tribunais Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara dos Deputados. Se a casa revisora aprová-lo, deverá ser encaminhado Presidente da República para sanção, promulgação e publicação; se o rejeitar, será arquivado; se apresentar emenda, volverá a casa de origem para nova apreciação. Não admitida a emenda, o projeto será arquivado.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Sanção:
	A sanção consiste na aquiescência, na concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo legislativo. É ato de alçada exclusiva do Poder executivo (esferas federal, estadual, municipal). Na esfera federal, dispõe o Presidente do prazo de 15 dias para sancionar ou vetar o projeto. A sanção pode ser tácita ou expressa.
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UNIDADE V – Fontes do direito
	Ocorre a primeira espécie quando o presidente deixa escoar o prazo sem manifestar-se. É expressa quando declara a concordância em tempo oportuno. Na hipótese do veto, o Congresso Nacional, as duas casas reunidas – disporá de 30 dias para a sua apreciação. Para que o veto seja rejeitado é necessário o voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em escrutínio secreto. Vencido o prazo, sem deliberação, o projeto entrará na ordem do dia da sessão seguinte em regime prioritário.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Promulgação:	
	A lei passa a existir com a promulgação, que ordinariamente é ato do Chefe do Executivo. Consiste na declaração formal da existência da lei. Rejeitado o veto presidencial, será o projeto encaminhado à presidência para efeito de promulgação no prazo de 48 horas. Esta não ocorrendo, o ato competirá ao Presidente do Senado Federal, que disporá de igual prazo. Se este não promulgar a lei, o ato deverá ser praticado pelo vice-presidente daquela casa.
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UNIDADE V – Fontes do direito
Publicação:	
	A publicação é indispensável para que a lei entre em vigore deverá ser feita por orgão oficial. O início da vigência pode dar-se com a publicação ou decorrido a vocatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência.
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Bibliografia utilizada
 Nader, Paulo. Introdução ao estudo do Direito. 31ª edição, editora forense, 2009, ISBN 9788530928407.
 Reale, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª edição ajustada ao novo Código Civil, 7ª tiragem, Editora Saraiva, 2007.
 Gusmão, Paulo Dourado. Introdução ao estudo do Direito. 39ª edição, Rio de Janeiro, 2007, editora forense.
 Diniz, Maria Helena. Compêndio de Introdução a ciência do Direito. 18ª edição, revista e atualizada, 2ª tiragem, editora Saraiva, 2007.
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