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Freud e as Pulsões

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Freud postula que a pulsão é um conceito que se situa na fronteira entre os campos mental e somático. Ele relaciona o conceito de pulsão ao conceito de estímulo, onde a pulsão seria um estimulo para o psíquico. Porém, ele alerta quanto a fazer equivalência entre pulsão e estimulo psíquico, pois existem outros estímulos psíquicos além daqueles que são pulsionais. Freud afirma que uma das diferenças entre os esses estímulos pulsionais e esses outros estímulos, é que os pulsionais não derivam do mundo exterior, mas do interior do organismo e, por essa razão, a forma de eliminação desses estímulos se dão de formas diferentes. Ele afirma também que a pulsão não atua como uma força momentânea de impacto, mas sim como uma força que é constante e que, como advém do interior do organismo, nenhuma fuga é eficaz contra ela. 
Freud entende que a pulsão é o representante psíquico das forças orgânicas e que uma pulsão não pode nunca se tornar objeto de consciência, só podendo ser representada por uma ideia, tornando necessário fazer a distinção entre pulsão e aquilo que ela representa.
No artigo O inconsciente, Freud afirma que uma pulsão nunca pode tornar-se objeto da consciência e que mesmo no inconsciente ela é sempre representada por uma ideia (Vorstellung) ou por um afeto (Affekt). Portanto, uma coisa é a pulsão, outra coisa é o representante psíquico da pulsão (Psychischerepräsentanz), e outra coisa ainda é a pulsão enquanto representante de algo físico. (GARCIA-ROZA, 2009)
Existem quatro importantes termos associados ao conceito de pulsão, são eles: a pressão, que é a soma de força ou exigência de trabalho que uma pulsão represente; a meta, que é sempre a satisfação e só pode ser alcançada pela suspensão do estado de estímulo; o objeto, que é aquele através do qual a pulsão pode alcançar a meta e a fonte da pulsão, que é a parte do corpo em que esse estímulo é representado na vida anímica por essa pulsão. Uma outra denominação para o instinto pulsional poderia ser o termo necessidade.
Freud determina a existência de dois grupos de pulsões: as pulsões do Eu ou pulsões de autopreservação e as pulsões sexuais.
A diferença básica entre os dois tipos de pulsões é que elas se encontram sob o predomínio de diferentes princípios de funcionamento: como as pulsões do ego só podem satisfazer-se com um objeto real, o princípio que rege seu funcionamento é o princípio de realidade, enquanto as pulsões sexuais, podendo “ satisfazer-se” com objetos fantasmáticos, encontram-se sob o predomínio do princípio de prazer. (GARCIA-ROZA, 2009)
Já o desejo se afasta do conceito de necessidade, pois isso implica em algo da ordem física, biológica, onde a satisfação depende de uma ação que visa um objeto especifico e que, assim, permite a redução da tensão. E, na verdade, o desejo não implica relação com um objeto real e ele pode até se realizar em objetos, mas jamais se satisfaz com eles.
O desejo implica um desvio ou uma perversão da ordem natural, o que torna impossível sua compreensão a partir de uma redução à ordem biológica. A relação do desejo com o objeto é, na teoria psicanalítica, em tudo diferente daquela que caracteriza a relação da necessidade com o objeto numa teoria biológica. O objeto do desejo é uma falta e não algo que propiciará uma satisfação, ele é marcado por uma perversidade essencial que consiste no gozo do desejo enquanto desejo. (LACAN, 1958 apud GARCIA-ROZA, 2009).
Portanto, para Freud, o que caracteriza esse desejo seria um impulso para a reprodução alucinatória da satisfação, ou seja, o retorno a algo que deixou de ser, a um objeto perdido que tem a presença marcada pela falta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Garcia-Roza, Luis Alfredo. Freud e o Inconsciente. 24 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 2009.
Freud, Sigmund. As pulsões e os seus destinos; tradução: Pedro Heliodoro Tavares. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. (Obras Incompletas de Sigmund Freud)

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