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São Bernardo, 19 de Setembro de 2018 Resumo: Thomas Nagel - O que quer dizer tudo isso? - Capítulo 4: O problema mente-corpo. A temática exposta no capítulo 4 do texto de Nagel será traçada através da questão: “qual poderá ser a relação entre a consciência e o cérebro?” . Será em em primeiro 1 momento estabelecida a relação de consciência diretamente ligada ao corpo, afinal quando pensamos produzimos algum efeito físico ao cérebro, desta forma, o funcionamento do mesmo, concerne necessariamente ao campo de estudo das ciências. Então, como trazer esse debate para dentro da filosofia? Quanto dessa análise predispõe-se ao campo de análise filosófico? A resposta está no estudo do cérebro e da consciência o qual não há como se saber o que se passa na mente de alguém por meios externos, como elucidará Thomas: As tuas experiências estão dentro da tua mente com um tipo de interioridade que é diferente da maneira como o teu cérebro está dentro da tua cabeça. Qualquer pessoa pode abrir a tua cabeça e ver o que tens lá dentro, mas ninguém pode abrir tua mente e olhar para o seu interior - pelo menos não da mesma maneira. 2 Assim, estima-se algo além do aspecto físico. Ao longo da história, algumas teorias foram voltadas a essa questão, tais quais podemos citar: (1) Dualistas: Os dualistas, são assim denominados pois acreditavam na existência de um corpo e de uma alma. Desta forma, um ser era composto de corpo, responsável pelos processos físicos 3 e pela Alma responsável pelos processos emocionais e racionais (puramente mental). (2) Fisicalismo: Também conhecido como materialismo, o Fisicalismo se opõe aos dualistas, acreditando que os estados mentais são físicos, os quais a ciência, assim como já progrediu com a descoberta do funcionamento de outros componentes também irá desvendar, trata-se de uma “questão de tempo”, e isso será descoberto em meio às experiências. 1 NAGEL, Thomas. Que quer dizer tudo isto?. Revisão ciêntífica de Desidério Murcho. Tradução Teresa Marques. Editora Grandiva, 1987. p.29 2 Ibidem, p.31 3 Neste ponto, o autor faz uma ressalva para a noção de alma desacreditada pelo meio científico. (3) Teoria do aspecto dual: A teoria do aspecto dual trás a noção de que existe um processo mental e físico, desta maneira, no cérebro teremos desde transformações químicas e físicas, mas além disso, haverá um aspecto o qual cada pessoa consegue sentir por si mesma interiorizado em sua mente. “é um objeto com aspectos tanto físicos como mentais: pode ser dissecado, mas tem também o género de interior que não pode ser exposto pela dissecação.” 4 Críticas aos dualistas e fisicalistas e porque o aspecto dual é a melhor tese. Com relação ao fisicalismo, os dualistas tecem a crítica ao fato de que a ciência somente é capaz de descobrir a composição de algo propriamente físico, por exemplo, uma pedra será analisada a partir da visão ampliada que possibilitará ver do que ela é composta, no caso substâncias químicas, e por fim, átomos. São coisas que estão necessariamente no “mundo físico”. Essa crítica reafirma a existência de algo além do aspecto físico dando força ao argumento do aspecto dual também. A principal distinção entre as teorias dualistas e do aspecto dual está na relação entre o corpo e a mente, os dualistas classificam o corpo como meramente responsável por fatores biológicos “apenas um corpo”, e exaltam a alma e a colocam como até certo ponto auto suficiente. Rebatendo a questão do fisicalismo, a pergunta pertinente a qual eles não conseguem responder é: onde estão os sentimentos, desejos e pensamentos dentro do cérebro? Mesmo que a resposta será relacionada às causas das relações, esses componentes se mostram mais complexos do que uma relação de causa e efeito podem explicar. Desta forma, a ideia do fisicistas não se sustenta, afinal, se pudessem responder de onde vem a mente, várias questões universais poderiam a partir da matéria serem esclarecidas. A teoria do aspecto dual então é a que se mostra mais plausível: Parece haver dois tipos muito distintos de coisas que acontecem no mundo: as coisas que pertencem à realidade física, que muitas pessoas diferentes podem observar a partir do exterior, e aquelas que pertencem à realidade mental, que cada um de nós sente a partir do interior, no seu próprio caso. 5 4 Ibidem, p. 35 5 Ibidem, p. 37
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