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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA BIOQUÍMICA
		RELATÓRIO DA AULA PRÁTICA 
DETERMINAÇÃO DE MASSA SECA DE MICRORGANISMOS
 Discente: 
 Amanda Letícia Santos
 Ana Carolina Rocha
 Diene Sara Lopes Souza
 Ivia Caroline Cavalcanti
 
 Docente: 
 Igor Viana Brandi
MONTES CLAROS, MG
NOVEMBRO, 2017
1. INTRODUÇÃO 
A desidratação é um processo que consiste na eliminação de água de um produto por evaporação, com transferência de calor e massa. É necessário fornecimento de calor para evaporar a umidade do produto e um meio de transporte para remover o vapor de água formado na superfície do produto a ser seco (NATUREX,2014)
Segundo Malajovich (2015), a determinação de matéria seca tem como princípio a desidratação das células, sendo que todas as células possuem uma quantidade significativa de água em seu interior. Através dessa técnica pode-se saber o peso das células quando desidratadas e quando comparadas com o peso total antes do aquecimento. Ainda segundo Malajovich (2015), esse método possui algumas limitações, pois não é possível quantificar o número de células através de seu peso, porém, com essa informação pode-se calcular a média de peso de uma célula na suspensão.
A obtenção de massa seca é usualmente procedida em laboratório. A massa vegetal úmida é colocada para desidratar no sol ou na estufa (60º C), até que seu peso se mantenha constante. Trata-se de um procedimento lento que pode ser acelerado quando se dispõe de um forno de micro-ondas. (MALAJOVICH, 2015).
O método de secagem convencional utiliza estufa de circulação forçada de ar com uma demanda de 12 a 72 horas, à temperatura média de 65ºC, até atingir massa constante. Já o método alternativo, com uma maior velocidade na secagem das amostras demorando apenas 10 a 20 minutos (FIGUEIREDO et al., 2004).
2. OBJETIVO	
Objetivou-se com a aula prática realizar medida de massa seca de leveduras através de cadinhos de papel alumínio, eppendorfs e membrana de filtro de papel e relacionar a DO obtida do crescimento da Saccharomyces cerevisiae com a massa seca obtida, pelos alunos que cursam a disciplina. 
3. MATERIAL E MÉTODOS
	Realizou-se no Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias a seguinte aula prática: Determinação de massa seca de microrganismos. 
3.1. Materiais utilizados
Os materiais utilizados na aula prática foram: kitasato, cadinhos, membrana filtrante, eppendorfs, dessecador, placas de petri, pipeta automática e espectrofotômetro. 
3.2. Métodos 
A primeira parte da aula consistiu em medir a densidade óptica do meio de cultura no espectrofotômetro (610 nm), foram realizadas as diluições necessárias, utilizou-se um meio de cultura contendo extrato de levedura (1%), peptona (2%) e glicose (25g/L) que foi previamente preparado e inoculou-se a levedura Saccharomyces cerevisae, este meio foi incubado no shaker durante 24 horas anteriores a aula prática. Em seguida, separou-se três cadinhos, que foram devidamente identificados e inseridos na estufa a 105 °C durante 1 hora. Depois, os cadinhos foram retirados da estufa e resfriados no dessecador durante 10 minutos. Posteriormente, foi inserido 10 mL do meio de cultura em cada cadinho e estes foram inseridos novamente na estufa a 100 °C por no mínimo 24 horas e, então, foram resfriados no dessecador para a pesagem da massa seca obtida em cada cadinho. 
O procedimento realizado com os eppendorfs foi semelhante ao anterior, contudo, utilizou-se 2 mL do meio de cultura em cada e os mesmos foram submetidos ao processo de centrifugação para, então, serem levados à secagem. Na terceira parte utilizou-se uma membrana filtrante e um kitasato e filtrou-se 10 mL do meio de cultura. Repetiu-se este procedimento até a obtenção de três membranas contendo o retentado do procedimento da filtração. As membranas foram submetidas a secagem na estufa a 105 °C por no mínimo 48 horas, após esse período, foram resfriadas no dessecador e pesadas para a obtenção da massa seca obtida em cada membrana.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
	A quantificação celular é de grande importância para o controle do número de microrganismo em determinado procedimento, esta poderá influenciar diretamente no rendimento de um processo onde as concentrações de certas células são de suma importância. Por exemplo, a concentração da levedura Saccharomyces cerevisiae, um fungo unicelular, pode influenciar diretamente no processo de produção de cerveja, entre outros. São vários os métodos de quantificação de microrganismos em uma cultura ou suspensão, eles se dividem basicamente em dois grandes grupos: quantificação por contagem direta e por contagem indireta (LIMA et al., 1977). 
Para a obtenção da massa seca (Tabela 1) foi necessário calcular a diferença entre os resultados obtidos após a secagem e os valores de massa dos recipientes vazios utilizados para o experimento (cadinho de papel alumínio, eppendorf e membrana de papel). Todos os meios utilizados para a obtenção da massa seca, através da secagem, foram realizados em triplicata visando o alcance de resultados mais precisos. 
Tabela 1 – Relação entre os valores da massa seca obtida e densidade ótica do meio de cultura contendo a levedura Saccharomyces cerevisae.
	Método
	Massa
Seca (g)
	Densidade
Ótica (610 nm)
	Relação
(g/DO)
	Cadinho 1
	0,4428
	2,493
	0,177617
	Cadinho 2
	0,4480
	2,493
	0,179682
	Cadinho 3
	0,4468
	2,493
	0,179222
	Eppendorf 1
	0,0184
	2,493
	0,007381
	Eppendorf 2
	0,0139
	2,493
	0,005576
	Eppendorf 3
	0,0155
	2,493
	0,006217
	Membrana 1
	0,1328
	2,493
	0,053269
	Membrana 2
	0,1289
	2,493
	0,051705
	Membrana 3
	0,1320
	2,493
	0,052948
	Ao analisar os resultados dispostos na Tabela 1 é possível perceber valores distintos de massa seca, quando comparado o método que utilizou o cadinho e a membrana, todavia, o volume do meio de cultura disponível para a secagem foi o mesmo (10 mL) para ambos. Isso pode ser explicado pelo fato de que a filtração pode diminuir 
significativamente a massa seca de uma amostra, pois se a membrana escolhida para o processo de filtração dispor de poros com diâmetros maiores do que as partículas do meio a ser filtrado, essas irão ser transferidas, causando, assim, a perda de matéria seca. Tal fato é explicado no trabalho desenvolvido por Nogueira e Venturini Filho (2007) no qual evidenciam que os métodos de filtração que utilizam membranas de fluxo tangencial consistem na separação dos sólidos dissolvidos ou em suspensão, em função do seu peso molecular e a sua dimensão. Criando um gradiente de pressão entre a retenção e a permeabilidade, a membrana atua como filtro. As substâncias menores que os poros da membrana são permeadas como solvente, enquanto as moléculas ou as partículas maiores são retidas como retentado (NOGUEIRA; VENTURINI FILHO, 2007).
	É possível observar, ainda, que a quantidade de matéria seca obtida através da secagem utilizando o eppendorf foi significativamente menor quando comparada aos outros métodos. Isso porque, antes de ser submetido a secagem em estufa, os eppendorfs foram centrifugados. Além disso, pode-se atribuir algumas diferenças entre os valores à possíveis falhas por parte do analista, levando em consideração, que a pequena variação de volumepode acarretar em mudanças no resultado final do experimento. 
 
5. CONCLUSÃO 
Através da realização da aula prática, pode-se concluir que o experimento apresenta uma proposta bastante didática e o mesmo obteve êxito. Além disso, faz-se necessário levar em conta algumas considerações, como a necessidade de diluição para diminuição do número de microrganismos em uma amostra para a viabilização da quantificação de uma população de microrganismos e a escolha correta da membrana para que a filtração seja eficiente. 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FIGUEIREDO, M. P.; SOUSA, S. A.; MOREIRA, G. R.; SOUSA, L. F.; FERREIRA, J. Q. Determinação do teor de matéria seca do capim elefante (Pennisetum purpureum Schum), em três estádios de maturidade fisiológica, pelo forno de microondas. Magistra, v.16, p.113-119, 2004.
LIMA, A. O.; SOARES, J. B.; GRECO, J. B.; GALIZZI, J.; J. CANÇADO, R. Métodos de laboratório aplicados à clínica. 5ª Ed: Guanabara Koogan, 1977.
MALAJOVICH, M, A. Como obter massa seca. Guias de atividades Biotecnologia: ensino e divulgação. Disponível em <https://bteduc.com/ >Acesso em 16 Nov2017.
Naturex Ingredientes desidratados. Aditivos e ingredientes. 2014. Disponível em: < http://aditivosingredientes.com.br/upload_arquivos/201604/2016040226813001460729362.pdf > Acesso em 17 Nov.2017.
NOGUEIRA, A.M.P.; VENTURINI FILHO, W. G. Clarificação de Caldo de Cana por Micro e Ultrafiltração: Comprovação de Viabilidade Técnica em Experimentos Preliminares. Brazilian Journal of Food Technology, v. 10, n. 1, p. 57-62. 2007.

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