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Fascículo Argumentação e Sistema Retórico

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Prévia do material em texto

ARGUMENTAÇÃO 
& 
SISTEMA RETÓRICO 
Magna Campos 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
2 
 
Argumentação e Sistema Retórico1 
 
Ms. Magna Campos 
 
O sistema retórico pode ser definido, em uma versão preliminar, como sendo o sistema 
discursivo empregado com o intuito de convencer ou de persuadir uma pessoa ou um 
conjunto de pessoas a respeito de alguma coisa. 
Aristóteles ([384-322 a.C.], 2005), autor clássico fundamental para o estudo da retórica e do 
sistema retórico, propõe-no, no livro “Retórica”, como se referindo ao: 
 
 estudo dos meios de provas persuasivas, não pertencentes 
somente à lógica formal, que permitem obter ou aumentar a adesão 
do auditório às teses/ideias que se lhe propõem ao assentimento, pelo 
orador. 
 
Entretanto, cabe ressaltar que o autor, em seus três livros de a 
“Retórica”, não se preocupa com o mérito daquilo que está sendo dito, 
mas como o fato de que aquilo que está sendo dito ser ou não 
eficiente em termos de persuasão. Assim, a retórica além de uma arte 
é também uma técnica, ou seja, um meio de produzir discursos 
eficientes em termos de persuasão, e que sejam eficazes quanto a seu intento de conseguir 
a adesão da audiência em questões dialéticas – que comportam posicionamentos distintos, 
como no caso dos discursos político e judiciário, por exemplo (CITELLI, 2002). 
 
Ainda, pode-se entender que tais questões se assentam sobre 
raciocínios baseados em verossimilhanças e opiniões, portanto, 
passíveis de verdade, razoáveis, ao contrário das ciências [exatas] 
que está baseada na demonstração, na ideia de verdade. 
Relembrando-se que o “verossímil é, pois, aquilo que se constitui em 
verdade a partir de sua própria lógica. Daí a necessidade, para se 
construir o “efeito de verdade”, da existência de argumentos, provas, 
perorações, exórdios [...]” (CITELLI, 2002, p.14). 
 
Decorre daí que a demonstração e as 
inferências formais são, portanto, corretas ou incorretas, já os 
argumentos, as razões fornecidas a favor ou contra uma tese têm 
maior ou menos força e fazem variar a intensidade de adesão do 
auditório (PERELMAN, 1998). Assim, a argumentação não visa à 
adesão a uma tese porque ela é exclusivamente verdadeira, “pode-
se preferir uma tese à outra por parecer mais equitativa, mais 
oportuna, mais útil, mais razoável, mais bem adaptada à situação” 
(PERELMAN, 1998, p.156). 
A argumentação, como bem propõe Perelman (1998), preocupa-se 
com o discurso dos valores e não com o discurso do real, e explica 
que, 
 
1
 Boa parte deste fascículo é construído com base no capítulo: O sistema retórico (ethos, pathos e logos): 
contribuições para a argumentação jurídica, de autoria de Magna Campos e Alan de Matos Jorge, publicados no 
livro: Letramento acadêmico e argumentação: incursões teóricas e práticas. Disponível em: 
https://www.academia.edu/18454850/LIVRO_LETRAMENTO_ACAD%C3%8AMICO_E_ARGUMENTA%C3%
87%C3%83O_INCURS%C3%95ES_TE%C3%93RICAS_E_PR%C3%81TICAS 
Magna Campos 
de fato, aquilo que se opõe ao verdadeiro só pode ser falso, e o que é 
verdadeiro ou falso para alguns deve sê-lo para todos: não se tem de 
escolher entre o verdadeiro e o falso. Mas aquilo que se opõe a um valor 
não deixa de ser um valor, mesmo que a importância que lhe concedamos, 
o apego que lhe testemunhemos não impeçam de sacrificá-lo 
eventualmente para salvaguardar o primeiro. Não garante, aliás, que a 
hierarquia de valores de um será reconhecida por outro. (PERELMAN, 
1998, p. 147) 
Tal pauta valorativa é o que permite justificar o argumento e o posicionamento assumido 
pelo auditório, sendo este aquele ou o conjunto daqueles os quais o orador quer influenciar 
por meio da argumentação. 
Nesta perspectiva, Aristóteles entendia que a finalidade maior do discurso retórico era o de 
persuadir. Não se trata de discutir a verdade dos fatos, mas de uma verdade construída 
para os fatos, a única possível (crer-ser), tratando-se da verossimilhança no discurso que 
produz efeitos baseados na razão, na emoção e na adesão. Para alcançar tal fim, o orador 
deveria apresentar provas (písteis) capazes de fazer com que a audiência adira à tese 
defendida. 
 
Principais recursos argumentativos de que se vale o orador para conseguir a adesão 
do auditório2 
No Direito, a valorização dos estudos da retórica renasce contra o pressuposto cartesiano e 
positivista de que não haveria espaço para outra coisa que não a demonstração, a evidência 
dos fatos: “Contra fatos não há argumentos”, e com o reconhecimento da dimensão 
subjetiva da argumentação e do trabalho de linguagem realizado ou necessário para o 
sucesso da argumentação. 
 
A verdade para os fatos versus a verdade dos fatos. 
 
No Direito, o objetivo não é convencer ou persuadir a parte contrária, adversária, mas o juiz 
ou os jurados. 
 
Provas/ recursos não técnicos 
 
(embora existam independente do orador, 
precisa-se aprender a usar a seu favor) 
leis, normas, tratados, documentos, 
evidências, testemunhas, contratos 
Provas técnicas 
(aquelas que o próprio orador inventa ou 
trabalha para incorporar à sua própria 
argumentação) 
ethos, pathos e logos 
 
 
 
Fonte: http://duvida-metodica.blogspot.com.br/2013/01/ethos-logos-pathos-pizza.html 
 
2
 Ao final do fascículo, no ANEXO 04, há um lista de filmes cuja a temática da argumentação pode ser 
analisada. 
Argumentação e Sistema Retórico 
4 
 
Provas técnicas: ethos, pathos e logos 
 
As provas de persuasão (provas técnicas) fornecidas pelo discurso são de três espécies: 
umas residem no caráter moral/ imagem do orador (ethos); outras, no modo como se dispõe 
o ouvinte (pathos); e outras, no próprio discurso, pelo que se demonstra ou parece 
demonstrar (logos) (ARISTÓTELES, Livro I, apud ALEXANDRE JUNIOR, 2005, p. 37; 96). 3 
 
Essas três provas técnicas dividem a argumentação em dois campos: 
 
 
 ETHOS PATHOS 
 (Caráter/imagem) (Emoção/ paixão) 
 
 
 Subjetividade 
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
Objetividade 
 
 
 LOGOS 
 (Razão, raciocínio lógico) 
 
As provas lógicas (logos) podem ser, por exemplo, por meio de induções, deduções e 
exemplos. As provas éticas (ethos) podem derivar, por exemplo, da credibilidade de que o 
orador constrói frente ao auditório, com sua argumentação, e as provas patéticas ou 
patêmicas da possibilidade de o orador trabalhar com a emoção do público, suas reações 
(pathos). 
Afinal, preocupar-se com o desenvolvimento e melhoria da 
competência argumentativa implica entender que “toda 
argumentação supõe uma escolha que consiste não só da seleção 
dos elementos que são utilizados, mas também na técnica da 
apresentação destes” (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 1996, 
p. 136). 
 
O ethos e o pathos, assim, comporiam a dimensão subjetiva da 
persuasão, ao passo, que o logos comporia a dimensão objetiva. 
 
 
 
 
ETHOS 
É a prova retórica associada ao caráter do orador (portanto, ligada à imagem, à 
performance, à figura daquele que locutor. Relacionada à apresentação de si no e pelo 
discurso de modo a inspirar confiança, respeito, competência e credibilidade junto ao 
auditório, para que este possa confiar em seu juízo e aceitar o que se diz (digno de fé). 
 
3
 ALEXANDRE JÚNIOR, Manuel. Aristóteles: retórica. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005. 2005. 
Disponível em: http://www.obrasdearistoteles.net/files/volumes/0000000030.PDF Acesso em: 15 set. 2015. 
 
Magna CamposOlivier Reboul, afirma que “sejam quais forem os argumentos lógicos, eles nada obtêm sem 
a confiança inspirada pelo ethos”. 
- É preciso, por exemplo, mostrar que se acredita no próprio cliente, 
na causa – construir uma imagem crível pelo discurso. 
- O discurso valoriza o caráter ético do orador, o que torna mais 
provável que o auditório venha a ser “seduzido” pelas ideias/ 
argumentos do orador como sendo “verdadeiras”. 
- O orador deixa transparecer uma boa imagem de si mesmo, uma 
imagem digna de fé, mesmo que isso não seja condizente com a 
verdade. 
 
- “Ao falar, eu me falo”. “Ao dizer, o sujeito se diz”. 
 
 
Bipartições do ethos 
 
 
Ethos 
Projetivo: aquela imagem que se imagina estar constituindo. 
Efetivo: a imagem que de fato o auditório está criando. 
 
Ethos 
Prévio: pré-construído, pré-existente ao discurso. 
Discursivo: construído à medida que se fala. 
 
Ethos 
de Si: imagem voltada par o orador. 
do Outro: imagem voltada para o outro. 
 
 
 
ANÁLISE DE CASO JURÍDICO 01:4 
 
Atividade: a) Leia a petição inicial e a sentença dispostos adiante. Após, analise na petição 
inicial os tipos de ethos que podemos atribuir ao autor-demandante (Antonio Marreiros) e 
aos acusados (porteiro e edifício). 
b) Na sentença, verifique o ethos que o juiz da decisão constrói para o autor da ação 
(Antonio Marreiros) e o acusado-porteiro do edifício. 
 
CASO DO JUIZ QUE ENTROU NA JUSTIÇA CONTRA O CONDOMÍNIO EM QUE MORA, POR 
CAUSA DO TRATAMENTO DE "'VOCÊ" DADO PELO PORTEIRO 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL: 
 
EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO GONÇALO -RJ 
Antonio Marreiros da Silva Melo Neto, brasileiro, solteiro, Juiz de Direito, titular da 6ª Vara Cível desta 
Comarca vem, diante de V. Ex.ª, propor Ação para cumprimento de obrigação de fazer (com 
requerimento de tutela antecipada) e de indenização por danos morais contra condomínio do Edifício 
Luiza Village e Jeanette Granato, com domicílio na rua XXXX Ingá, Niterói, pelos seguintes motivos: 
 
4
 Para quem quiser saber mais a respeito: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/07/o-dia-em-que-o-stf-
negou-pedido-de-um-juiz-que-exigia-ser-chamado-de-doutor.html 
Argumentação e Sistema Retórico 
6 
 
Dos fatos. Omissão dos réus 
 
I – o autor reside no edifício do réu cuja síndica é a ré; 
II – em 26-08-03, a cerca de 20h, numa noite chuvosa, o autor notou infiltrações no teto do segundo 
andar de seu apartamento. O autor solicitou, pelo interfone, a presença do zelador. Pelo empregado 
que trabalhava na portaria foi dito ao autor que o zelador não estava porque não mora no 
Condomínio. O autor solicitou qualquer outra providência e pelo empregado foi dito que nada podia 
fazer até a chegada da síndica ou do porteiro. Sem outra opção, o autor foi obrigado a pedir auxílio 
de um profissional de seu conhecimento que, por sorte e mediante remuneração, prestou auxílio ao 
autor. Após pegarem a chave (com o empregado que estava trabalhando na portaria) e abrirem o 
cadeado da porta que dá para a laje sobre o segundo andar do apartamento do autor, o profissional e 
o autor verificaram que o local (pertencente ao réu) estava alagado pela chuva e que o ralo estava 
entupido por uma cueca velha. Retirada esta, a água escoou. [...] 
III - meses antes, aquele mesmo empregado, que trabalhava na portaria do réu, interfonou para o 
apartamento do autor para cobrar-lhe o pagamento de sua cota condominial que sequer estava 
vencida; 
IV – após os episódios acima narrados, o autor notou que o referido empregado tratava-o (o autor) 
com intimidade, chamando-o de “você” e “Antônio”. O autor, então, pediu-lhe para ser tratado como 
“senhor” ou “doutor”. Por duas vezes, essa solicitação foi feita pelo interfone e esse empregado, após 
perguntar agressivamente “é só isso?”, desligou o aparelho repentinamente e sem dar atenção ao 
autor. No dia 14-08-04, num sábado à tarde, o autor foi na portaria do prédio e pediu o livro de 
reclamações ao referido empregado, bem como a presença do síndico ou do subsíndico. Por ele foi 
dito que o livro não estava na portaria, pois a “Dona Jeanette” (ré) havia saído e levado o livro 
consigo. Pelo empregado também foi dito que o subsíndico também não estava, mas que o zelador 
estava presente. O autor, diante do zelador, perguntou ao empregado porque a síndica era chamada 
de “Dona Jeanette” e o autor era por ele tratado como “você” e “Antônio”, embora, por mais de uma 
vez, tenha lhe solicitado o tratamento formal (“senhor” ou “doutor”). O empregado então disse, de 
maneira agressiva, que não iria chamar o autor de senhor e nem de doutor, muito embora o autor 
insistisse e deixasse claro que não consentia com aquela intimidade. Após uma discussão sobre se o 
empregado devia, ou não, tratar o autor como senhor, o empregado virou as costas para o autor e foi 
embora para o interior do prédio. Durante a discussão, o empregado, apesar dos protestos do autor, 
continuou a tratar o autor como “você” e “cara”. Ao dar as costas ao autor e se retirar para o interior 
do prédio, o empregado ficou dizendo de modo debochado: “Fala sério, fala sério...” 
V – no dia seguinte, o autor escreveu, no livro de reclamações, uma solicitação para que a síndica 
(ré) orientasse os empregados, que trabalhavam no Condomínio, para darem ao autor (e demais 
moradores que assim queiram) o tratamento formal que lhe é cabido por direito, pois essa deferência 
não é devida somente a ela. Sobre essa solicitação, a síndica (a ré) desconversou e escreveu, no 
livro, ordem para que os empregados do Condomínio tomassem ciência da solicitação e se 
manifestassem sobre o assunto. Diante da evasiva da ré, o autor reiterou sua solicitação e até o 
presente não foi atendido por ela (ver cópia do livro de reclamações, anexa). Os réus estão omitindo, 
dolosamente, o cumprimento de seu dever de orientar os empregados do Condomínio a respeitar os 
condôminos, cuja manifestação mínima é o tratamento formal. Como consequência, os réus (o réu 
por intermédio da ré) estão incentivando os empregados do Condomínio a desrespeitar o autor, o 
que, como visto, vem ocorrendo; 
VI – não é a primeira vez que a ré usa sua condição de síndica do Condomínio réu como pretexto 
para agredir o autor. E o óbvio vem ocorrendo e continuará acontecendo enquanto não houver uma 
decisão judicial que declare o desacerto do comportamento dos réus (especialmente da ré) com uma 
punição didática; [...] 
VII – em 07-09-04, no período da tarde, no estacionamento do réu, o pneu dianteiro esquerdo do 
carro do autor foi furado na lateral (doc. Anexo). O autor registrou o fato no livro do condomínio, 
ressaltando que menos de dois meses antes, no estacionamento do condomínio, outro pneu de seu 
veículo foi furado na lateral. 
Magna Campos 
Dos danos sofridos pelo autor 
O autor é condômino do réu e reside naquele local onde espera encontrar refúgio para todos os 
problemas enfrentados em seu cotidiano. Por outro lado, diante das constantes agressões que os 
réus insistem em dirigir à pessoa e ao patrimônio do autor, impõe-se o registro de que o autor sempre 
esteve quite com todas as suas obrigações condominiais, tanto as de ordem econômica quanto as de 
cunho pessoal, pois jamais tratou a ré, outro condômino ou qualquer empregado do Condomínio com 
desrespeito, pois vive de maneira discreta, transitando bem pouco pelas partes comuns do edifício, 
sequer participando de reuniões de condôminos com os quais não mantém nenhum contato, não 
havendo nenhuma reclamação de quem quer que seja contra o autor ou sua conduta. Não há 
nenhuma explicação lógica para que as agressões dirigidas contra o autor [...]. E o que causa espécie 
e é até aterrorizante é que os réus usam, como pretexto para agredir o autor, o fato de este exercer o 
seu direito,como a propositura de uma ação judicial, a reclamação e solicitação de providências, 
quanto a danos causados pelo Condomínio ao seu patrimônio (do autor) ou (o que é extremamente 
espantoso) o direito de ser chamado de senhor ou doutor (e pelos empregados que trabalham no 
prédio onde o autor reside e cujos salários são pagos com a sua colaboração. Ou seja, o autor está 
pagando para ser insultado!). Assim, o autor está sendo ofendido em sua dignidade e tranquilidade 
espiritual. 
Ressalte-se que o autor é um Juiz de Direito e, como tal é “um homem público cuja respeitoridade é 
notória” (cópia anexa). E assim como foi dito sobre o Dr. Edgard Machado Massa, na sentença que 
julgou procedente o seu pedido de indenização contra o Credicard S.A., deve-se levar em 
consideração, para liquidar o dano, “as condições pessoais do autor, que como homem público, tem 
sua honra valorada especialmente em relação aos particulares” (cópia anexa). Vê-se que, para o Dr. 
Edgard Machado Massa, “cidadão comum” é expressão que a ele não se aplica (talvez porque era 
um magistrado). 
Do Direito 
Dispõe o Direito que aquele que, por ação ou omissão culposa (culpa em sentido amplo), causa dano 
a terceiro, tem o dever de indenizá-lo. E as dolosas omissões dos réus, deixando de impedir os danos 
causados pelo alagamento da laje do condomínio, sobre o teto do apartamento do autor (bastando 
manter o local limpo e tomar imediatas providências para verificar e pôr fim ao entupimento do ralo no 
local), bem como deixando de orientar seus empregados para não fazerem cobranças (indevidas) ao 
autor e para dar a este o tratamento formal, aliado ao fato de que um deles recusa-se expressamente 
a fazê-lo, com a alegação de que o autor não o merece, ofendem gravemente a dignidade do autor, 
tanto subjetiva quanto objetiva, bem como a sua tranquilidade espiritual, sobretudo porque o autor, 
assim como Dr. Edgard Machado Massa (segundo disse sobre si mesmo), “é um homem público cuja 
respeitoridade é notória” e “como homem público, tem sua honra valorada especialmente em relação 
aos particulares”. 
Do requerimento de tutela antecipada 
Quanto à obrigação dos réus de orientar os empregados do Condomínio a ter deferência com os 
condôminos e demais moradores do prédio, dando-lhes, no mínimo, o tratamento formal que 
solicitem, o “fumus boni iuris” é decorrente do dever do Condomínio e do síndico de fazerem respeitar 
a hierarquia inerente à relação jurídica trabalhista que, no caso, impõe a subordinação dos 
empregados do Condomínio aos seus empregadores (os condôminos), sendo o seu descumprimento, 
inclusive, caso de dispensa do empregado por justa causa (art. 482, h, da CLT). Também deve ser 
considerado que o autor é um Magistrado e, em razão de sua posição social, “é um homem público 
cuja respeitoridade é notória” e “como homem público, tem sua honra valorada especial mente em 
relação aos particulares”, devendo receber o tratamento de acordo com o seu status (“Doutor”, 
“senhor”). O “periculum in mora” se configura porque, sem a ordem explícita dos réus, para que os 
empregados do Condomínio respeitem o autor, o empregado que vem insultando-o continuará a fazê-
lo. Desse modo, impõe-se o deferimento da tutela antecipada, que ora requer-se, a fim de que V.Exª, 
liminarmente, digne-se de ordenar aos réus que orientem os empregados que trabalham no 
Condomínio a dar ao autor, e demais pessoas que vão visitá-lo, o tratamento formal (“Doutor”, 
“senhor”, “Doutora”, “senhora” etc), sob pena de multa diária de R$ 100,00 pelo descumprimento a 
partir da intimação. 
Argumentação e Sistema Retórico 
8 
 
Dos pedidos 
Do exposto, requer a citação dos réus para tomarem ciência desta ação e oferecerem a resposta que 
tiverem, especialmente contestação, sob pena de se reputarem verdadeiros os fatos narrados na 
inicial, prosseguindo-se até o final para julgar procedentes os pedidos, confirmar a tutela antecipada 
requerida e obrigar os réus a orientar os empregados do Condomínio a dar ao autor e suas visitas o 
tratamento formal (“Doutor”, “senhor”, “Doutora”, “senhora”), sob pena de multa diária, bem como 
condená-los ao pagamento de indenização por danos morais em valor não inferior a 100 salários 
mínimos, considerando todos os transtornos causados ao autor pelos réus e seu preposto, bem como 
que o autor não é um “cidadão comum”, mas “é um homem público cuja respeitoridade é notória” e 
“como homem público, tem sua honra valorada especialmente em relação aos particulares”, e com o 
fim de prevenir e reprimir o comportamento dos réus, para que cessem as reiteradas agressões 
contra a pessoa e o patrimônio do autor. 
Protesta pela produção prova documental, depoimento pessoal da ré e inquirição de testemunhas. 
Dá-se à causa o valor de R$ 26. 000,00. 
Nestes Termos, 
Pede deferimento. 
Niterói, 8 de setembro de 2004. 
Arly Porto Barbosa 
OAB 28.210 – RJ. 
S E N T E N Ç A DO CASO DO JUIZ (DOUTOR) 
 
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - COMARCA DE NITERÓI - NONA VARA 
CÍVEL. Processo n° 2005.002.003424- 4 
S E N T E N Ç A 
 
Cuidam-se os autos de ação de obrigação de fazer manejada por ANTONIO MARREIROS DA SILVA 
MELO NETO contra o CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO LUÍZA VILLAGE e JEANETTE GRANATO, 
alegando o autor fatos precedentes ocorridos no interior do prédio que o levaram a pedir que fosse 
tratado formalmente de "Senhor Doutor". 
 
Disse o requerente que sofreu danos, e que esperava a procedência do pedido inicial para dar a ele, 
autor, e suas visitas o tratamento de “Doutor, senhor" e a sua esposa "Doutora, senhora", sob pena 
de multa diária a ser fixada judicialmente, bem como requereu a condenação dos réus em dano moral 
não inferior a 100 salários mínimos. (...) 
 
DECIDO: "O problema do fundamento de um direito apresenta-se diferentemente conforme se trate 
de buscar o fundamento de um direito que se tem ou de um direito que se gostaria de ter." (Noberto 
Bobbio, in "A Era dos Direitos", Editora Campus, pg. 15). 
 
Trata-se o autor de Juiz digno, merecendo todo o respeito deste sentenciante e de todas as demais 
pessoas da sociedade, não se justificando tamanha publicidade que tomou este processo. Agiu o 
requerente como jurisdicionado, na crença de seu direito. Plausível sua conduta, na medida em que 
atribuiu ao Estado a solução do conflito. 
 
Não deseja o ilustre Juiz tola bajulice, nem esta ação pode ter conotação de incompreensível 
futilidade. O cerne do inconformismo é de cunho eminentemente subjetivo, e ninguém, a não ser o 
próprio autor, sente tal dor, e este sentenciante bem compreende o que tanto incomoda o probo 
Requerente. 
 
Está claro que não quer, nem nunca quis o autor, impor medo de autoridade, ou que lhe dediquem 
cumprimento laudatório, posto que é homem de notada grandeza e virtude. Entretanto, entendo que 
não lhe assiste razão jurídica na pretensão deduzida. 
 
Magna Campos 
"Doutor" não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta 
tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. Emprega-se apenas às pessoas 
que tenham tal grau, e mesmo assim no meio universitário. Constitui-se mera tradição referir-se a 
outras pessoas de 'doutor', sem o ser, e fora do meio acadêmico. 
 
Daí a expressão doutor honoris causa - para a honra -, que se trata de título conferido por uma 
universidade à guisa e homenagem a determinada pessoa, sem submetê-la a exame. 
 
Por outro lado, vale lembrar que "professor" e "mestre" são títulos exclusivos dos que se dedicam ao 
magistério, após concluído o curso de mestrado. Embora a expressão "senhor" confira a desejada 
formalidade às comunicações e possa até o autor aspirar distanciamento em relação a qualquer 
pessoa, afastando intimidades, não existe regra legal que imponha obrigação ao empregado do 
condomínio a ele assim se referir. 
 
O empregado que se refere ao autorpor "você", pode estar sendo cortês, posto que "você" não é 
pronome depreciativo. Isso é formalidade, decorrente do estilo de fala, sem quebra de hierarquia ou 
incidência de insubordinação. Fala-se segundo sua classe social. O brasileiro tem tendência na 
variedade coloquial relaxada, em especial a classe "semiculta", que sequer se importa com isso. 
Na verdade "você" é variante - contração do tratamento respeitoso "Vossa Mercê". A professora de 
linguística Eliana Pitombo Teixeira ensina que os textos que apresentam altas frequências do 
pronome "você", devem ser classificados como formais. Em qualquer lugar desse país, é usual as 
pessoas serem chamadas de "seu" ou "dona", e isso é tratamento formal. 
 
Em recente pesquisa universitária, constatou-se que o simples uso do nome da pessoa substitui o 
senhor/a senhora e você quando usados como prenome, isso porque soa como pejorativo tratamento 
diferente. Na edição promovida por Jorge Amado "Crônica de Viver Baiano Seiscentista", nos poemas 
de Gregório de Matos, destacou o escritor que Miércio Táti anotara que "você" é tratamento 
cerimonioso. (Rio de Janeiro, São Paulo, Record, 1999). 
 
Urge ressaltar que tratamento cerimonioso é reservado a círculos fechados da diplomacia, clero, 
governo, judiciário e meio acadêmico, como já se disse. A própria Presidência da República fez 
publicar Manual de Redação instituindo o protocolo interno entre os demais Poderes. Mas na relação 
social não há ritual litúrgico a ser obedecido. Por isso que se diz que a alternância de "você" e 
"senhor" traduz-se numa questão sociolinguística, de difícil equação num país como o Brasil de várias 
influências regionais. 
 
Ao Judiciário não compete decidir sobre a relação de educação, etiqueta, cortesia ou coisas do 
gênero, a ser estabelecida entre o empregado do condomínio e o condômino, posto que isso é tema 
interna corpore daquela própria comunidade. 
 
ALEXANDRE EDUARDO SCISINIO 
/Juiz de Direito/ 
Fonte: http://www.conjur.com.br/2005-ago-30/tj_rio_decide_juiz_chamado_doutor 
 
 
 
 
 
1. O caso não parou aí, pois Antonio Marreiros, inconformado com a decisão 
de Alexandre Scisinio entrou com Recurso Extraordinário no STF dizendo que 
o caso diz respeito à Constituição “por envolver os princípios da dignidade da 
pessoa humana e da igualdade”. No dia 22 de abril de 2014, o ministro Ricardo 
Lewandowski, do Supremo, pôs fim à novela, negando o pedido de Marreiros. 
Leia a decisão do STF no Anexo 03 deste fascículo. 
 
 
2. Para saber mais sobre a nomeação de doutor dada ao advogado, leia o Anexo 02 deste fascículo. 
 
 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
10 
 
PATHOS 
 
Conjunto de emoções, paixões e sentimentos que o orador deve suscitar no auditório para 
conseguir a adesão à tese defendida. 
 Fazer com que o auditório se sinta emocionalmente 
inclinado a aceitar a ideia. 
Enquanto o ethos constitui um conjunto de parâmetros 
relacionados com o orador, o pathos é um conjunto de parâmetros 
relacionados ao auditório com o intuito de despertar os diversos 
tipos de sentimentos: empatia, solidariedade, angústia, indignação, 
carinho, medo, calma, misericórdia, asco e compaixão, por 
exemplo. 
 Cuidado: Ao darmos ao pathos toda ênfase, podemos cair 
na retórica da manipulação. 
 Pathos e ethos têm papel ainda maior quando a questão em 
jogo é duvidosa, sem critério de resolução: aí a credibilidade do 
orador, a confiança no que diz e no cliente, os sentimentos que ele 
suscita no auditório são cruciais para as decisões. 
Neste sentido, saber as crenças e valores socialmente compartilhados, para que os ouvintes 
se engajem e solidarizem emocionalmente como vítimas ou beneficiários no caso em julgo. 
 
Tipos de pathos 
 
Pathos 
Projetivo: aquelas emoções, sentimentos que se supõe 
estarem sendo criadas. 
 
Efetivo: as que de fato são criadas no auditório. 
 
 
ANÁLISE DE CASO JURÍDICO 02 
Assista ao episódio do seriado Bull indicado, analise e discuta com seu grupo, a questão da 
importância do Pathos e do Ethos nele abordados. 
 
 
 
Magna Campos 
LOGOS 
É o lugar privilegiado da argumentação lógica, é o meio de prova pelo qual se dá a 
colocação do problema, suas premissas, as razões ou explicações lógicas ou factuais, para 
uma determinada situação. 
Centrado na autoridade dos argumentos selecionados, na disposição dedutiva e indutiva do 
raciocínio, na apresentação de analogias, exemplos, ilustrações, causas e consequências, 
dados factuais, dados numéricos que tentam trazer objetividade à tese, na boa estruturação 
do ponto de vista lógico-argumentativo. (O papel da doutrina e da jurisprudência no Direito, 
por exemplo) 
Associado ao convencimento, ao que o discurso busca evidenciar e comprovar. 
 
Lembrete: Na argumentação, entende-se por verdade a concordância entre o 
sentido e a realidade, entre os argumentos e a verificação da existência concreta dos 
elementos que fornecem sustentação à argumentação. 
Já a validade, ao contrário, não mede a relação entre o discurso e a realidade, mas 
apenas o grau de correção, a coerência interna do raciocínio. 
VERDADE e VALIDADE • VERDADE é uma propriedade das PROPOSIÇÕES. • As 
PROPOSIÇÕES só podem ser verdadeiras ou falsas. • 
VALIDADE é uma propriedade dos ARGUMENTOS. • Não é correto dizer que os 
ARGUMENTOS são verdadeiros ou falsos. • ARGUMENTOS dizem-se válidos ou 
inválidos. 
 
Se a lógica (logos) for mal empregada, gera distorções argumentativas preocupantes, como 
é o caso dos sofismas: 
 
 
Fonte: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/10/introducao-logica-aristotelica.html 
 
A prova retórica do logos integra a dimensão da objetividade da argumentação e é, sem 
dúvida, muito valorizada pelo Direito para tentar objetivá-lo, bem como os elementos que 
parametrizam algumas questões argumentativas típicas da área: 
 
Conjunto de critérios 
para que uma decisão 
seja considerada 
Existe uma fonte de respostas (o que diz a lei, a 
doutrina, a jurisprudência). 
Um critério de resolução de conflitos (devido 
Argumentação e Sistema Retórico 
12 
 
razoável processo legal). 
O próprio debate institucionalizado (a ordem em 
que se fala ou se apresentam os argumentos de 
defesa e de acusação). 
 
Alguns argumentos por logos 
 
1. Argumento de autoridade – esse tipo de argumento ora pode servir como ethos (quem 
diz é que importa para a construção de credibilidade) ora pode servir de logos (o conteúdo é 
que importa) ou ser ambos ao mesmo tempo. 
 
Exemplo: 
Redução da maioridade penal 
 
O UNICEF expressa sua posição contrária à redução da idade penal, assim como à 
qualquer alteração desta natureza. Acredita que ela representa um enorme retrocesso no 
atual estágio de defesa, promoção e garantia dos direitos da criança e do adolescente no 
Brasil. O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) 
defende o debate ampliado para que o Brasil não conduza mudanças em sua legislação sob 
o impacto dos acontecimentos e das emoções. O Conselho Regional de Psicologia (CRP) 
lança a campanha Dez Razões da Psicologia contra a Redução da idade penal, CNBB, 
OAB, Fundação Abrinq lamentam publicamente a redução da maioridade penal no país. 
 
 
 2. Argumento de provas concretas (por comprovação): ao empregarmos os argumentos 
baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações 
concretas, extraídas da realidade: dados estatísticos, provas, evidências e laudos, 
testemunhas, evidências... 
 
Exemplo: 
Redução da maioridade penal 
 
A redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, é apoiada por 87% dos entrevistados 
em uma pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada nesta segunda-feira (22). Foram ouvidas 
2.840 pessoas em 174 municípios do país. A margem de erroé de dois pontos percentuais, 
para mais ou para menos. 
Entre os que defendem a redução, 73% acham que ela deveria ser aplicada para qualquer 
tipo de crime, e 27% para determinados crimes. 11% dos entrevistados se disseram 
contrários à mudança na legislação; 1% se declarou indiferente e 1% não soube responder. 
No entanto, se pudessem sugerir outra idade para uma pessoa ir para a cadeia por um 
crime que cometeu, 11% dos entrevistados disseram que a idade mínima deveria ser de 12 
anos; 26% acham que deveria ser de 13 a 15 anos; 48%, de 16 a 17 anos; 12% de 18 a 21 
anos e 4% não souberam responder. 
(Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/reducao-da-maioridade-penal-e-aprovada-por-87-diz-datafolha.html) 
 
 
3. Argumento de causa / consequência5: para comprovar uma tese, você pode buscar as 
relações de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos) entre seus 
elementos. 
 
5
 Quando mal usados, podem se tornar falaciosos também: Tautologia ou Petição de Princípio: (demonstrar uma 
tese, repetindo-a com palavras diferentes) – acontece quando se utiliza a própria afirmação como causa dela 
Magna Campos 
Exemplo: 
Redução da maioridade penal 
 
O problema da marginalidade é causado por uma série de fatores. Vivemos em um país 
onde há má gestão de programas sociais/educacionais, escassez das ações de 
planejamento familiar, pouca oferta de lazer nas periferias, lentidão de urbanização de 
favelas, pouco policiamento comunitário, e assim por diante. A redução da maioridade penal 
não visa a resolver o problema da violência. Apenas fingir que há “justiça”. Um autoengano 
coletivo quando, na verdade, é apenas uma forma de massacrar quem já é massacrado. Se 
reduzida a idade penal, os jovens serão recrutados cada vez mais cedo. 
 
 
4) Argumento pelo raciocínio lógico: consiste em apresentar conclusões oriundas de 
proposições/premissas válidas. A criação de relações de dedução ou indução é um recurso 
utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto 
de uma interpretação pessoal que pode ser contestada. A conclusão nasce da lógica entre 
as relações dos elementos que compõem a sentença. 
 
 
Raciocínio Lógico Dedutivo: 
 
PM. A lei brasileira pressupõe que toda pessoa que matar alguém, salvo em legítima defesa, 
deve ser punida. 
Pm. Ora, José Carlos matou alguém e não foi em legítima defesa. 
C. Logo, José deve ser punido, conforme previsão legal. 
 
Raciocínio Lógico Indutivo: 
 
Pm. Há uma Lei Municipal que impede a criação de centros de Umbanda em Itabira. 
PM. A Constituição Federal afirma que toda lei que limite a liberdade religiosa deve ser 
considerada inconstitucional. 
C. Sendo assim, a Lei Municipal de Itabira que impede a criação de centros de Umbanda 
deve ser considerada inconstitucional. 
 
 
 
5) Argumento do exemplo/ilustração: O argumento pelo exemplo busca solidificar uma 
regra geral com base em vários casos particulares assemelhados. Procede-se, assim, a um 
raciocínio indutivo, ou seja, partindo-se de casos particulares se extrai uma conclusão 
aplicável a outros casos. A exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real), de 
outros elementos que sirvam para exemplificar o pretendido ou ilustra um fato, 
(hipoteticamente), para servir de apoio à tese. No campo jurídico, o argumento pelo exemplo 
faz-se presente quando a tese do caso concreto é reforçada pela citação de outras teses 
iguais ou semelhantes já acolhidas por outros órgãos jurisdicionais. 
 
Exemplo: 
Ex.1: Exemplificação baseada em Fato Real – redução da maioridade penal 
No Brasil, toda vez que o Estado se depara com uma grave crise política, motivada pela 
violência, lança-se uma lei para, de forma demagógica, “acalmar” a sociedade. Exemplo 
 
mesma. Exemplo: o fumo faz mal á saúde porque prejudica o organismo (prejudicar o organismo é o mesmo que 
fazer mal à saúde ou em “a ação é injusta porque é condenável e que é condenável porque é injusta”). 
Tomar como causa, explicação, razão de ser um fato, que, na verdade, não é causa dele – O que veio depois de 
um fato não é necessariamente efeito do que aconteceu antes dele. 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
14 
 
disso ocorreu com a Lei de Crimes Hediondos, com a Lei da Prisão Temporária, com o 
Estatuto da Criança e do Adolescente, com a Lei de Tortura, com o Estatuto do Idoso, com 
Estatuto do Desarmamento, e agora vem aí a mais absurda delas: a redução da maioridade 
penal. 
 
6) Argumento de oposição: o contraditório é uma realidade a ser enfrentada pelo 
argumentador. Nesse sentido, tentar prever alguns valores ou argumentos a serem 
utilizados pela outra parte ao longo da busca da solução do conflito pode ser uma estratégia 
discursiva bastante útil. É justamente por isso que a oposição se mostra um tipo de 
argumento eficiente. Uso dos conectores: mas, porém, entretanto, contudo, todavia. E 
também de ainda que, apesar de, embora. 
 
Exemplo.6 
O motorista atropelou 
várias pessoas, quando 
subiu a calçada 
 
mas 
percebeu que além dos 
feridos, as pessoas do 
lugar também queriam 
linchá-lo. 
Embora seja obrigação do 
condutor de um veículo 
socorrer as vítimas de um 
acidente de trânsito, 
O motorista que deixou de 
para socorrer os feridos 
não praticou omissão de 
socorro, 
porque a lei não pode 
exigir de alguém que 
ponha sua própria vida ou 
sua integridade física em 
risco para socorrer outrem. 
 
7) Argumento de analogia7: Raciocínio fundado na correspondência de uma situação a 
outra parecida. Analogia, portanto, é o procedimento por mio do qual se pode estabelecer 
uma relação de semelhança entre coisas diversas. Recorrer à analogia significa fazer uma 
espécie de comparação entre os termos em questão. A metáfora é um tipo de analogia, por 
exemplo. 
 
Exemplo: 
O Estado protege de maneira peculiar as mulheres nas relações de trabalho porque há 
situações específicas em que ela está em desvantagem em relação aos homens. O Estado 
protege, com maiores garantias, as crianças e os adolescentes porque são mais fracos que 
os adultos. O Estado protege os consumidores nas relações de consumo porque há 
situações específicas em que eles estão em desvantagem relativamente às empresas. 
Dessa forma, por analogia, é papel do Estado proteger também os indígenas, por sua 
situação de vulnerabilidade social. 
 
 
 
 
6
 Retirado de: FETZNER. Néli Luiza Cavalieri (coord.). Lições de argumentação jurídica: da teoria à prática. 
Rio de Janeiro: Gen/ Forense, 2013, p. 115. 
7
 Idem. 
Magna Campos 
ANÁLISE DE CASO JURÍDICO 03 
Atividade: Leia a ação civil pública adiante, localize e nomeie os principais argumentos 
lógicos (logos) nela apresentados. 
 
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DA INFÂNCIA E DA 
JUVENTUDE DA COMARCA DE UBERLÂNDIA – ESTADO DE MINAS GERAIS 
 
 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, propõe esta ação civil pública contra 
Daniel .A.S., brasileiro, casado, engenheiro, residente e domiciliado na Rua __, nº __, no Bairro __, 
nesta cidade de Uberlândia; e, Márcia .C.B, brasileira, casada, empresária, residente no mesmo 
endereço acima informado, em favor de Nayara .G.S., nascida em 19 de março de 1999, natural 
desta cidade de Uberlândia. 
Dos fatos 
No dia 31 de janeiro de 2008, os requeridos protocolizaram o pedido de adoção de Nayara G.S, tendo 
alegado, em síntese, o seguinte: 
 
(...) já conhecerem a criança no abrigo ‘Missão Esperança’, onde a mesma se encontra, avistando-se 
com ela há cerca de 6 meses, encontro que se dá semanalmente, surgindo daí a necessidadeda 
aproximação com o casal, Daniel e Márcia, principalmente pelos laços afetivos já construídos entre 
eles e a criança. Por sua vez, a menina também tem expressado muita alegria para conviver com o 
casal Requerente. 
 
A guarda provisória foi deferida aos requeridos no dia 1º de fevereiro de 2008. Realizado o Estudo 
Psicossocial do caso, têm-se as conclusões descritas abaixo: 
 
O acompanhamento realizado durante o estágio de convivência da família em tela revelou que, 
durante a convivência com a criança, o casal se mostrou satisfeito e empenhado no exercício da 
maternidade e paternidade. Revelaram capacidade de assimilar as orientações ministradas, refletir 
sobre seus comportamentos e adaptarem-nos na perspectiva do bem-estar à criança e da boa 
convivência em família. O casal aparenta ser muito responsável, disciplinado, carinhoso e de boa 
índole. Nayara demonstra sentimentos de pertencimento a esta nova família, percebendo-se como 
filha dos requerentes. Seus comportamentos revelam bom desenvolvimento, inclusive no que tange 
ao processo de adoção. 
 
Surpreendentemente, porém, na audiência realizada no dia 29 de setembro de 2008, os requeridos 
simplesmente “devolveram” a criança ao Juízo, não demonstrando qualquer sentimento de pesar em 
relação a essa ação, tampouco, preocupação com o destino da criança, algo desprezível em uma 
situação que envolve tamanha expectativa emocional por parte do adotado. Simplesmente, alegaram 
que pensaram melhor e não queriam mais adotar ninguém! 
 
No Relatório Psicológico de Nayara, efetuado após “devolução” da criança, lê-se: 
 
Durante os atendimentos, pôde-se perceber que além do sofrimento emocional evidente em relação à 
decisão de retorno ao abrigo, Nayara demonstra-se perdida e confusa, principalmente no que tange a 
sua identidade. Refere a si mesma ora como Nayara , ora como Nayarinha (apelido dado pelo casal 
desde o processo de apadrinhamento). Faz referência ao casal referido ainda como seus pais e aos 
familiares destes como avós, tios e primos... 
 
No Relatório Psicossocial (Circunstanciado), os requeridos nada apresentaram que pudesse justificar, 
legitimamente, o inesperado desprezo, bem como o abandono material, moral, emocional e 
psicológico da criança em causa. Afirmaram ainda que pensaram melhor e decidiram comprar apenas 
um cachorro... 
 
Note-se que, segundo outro estudo realizado à parte no Serviço Psicossocial do Juízo (documento 
anexo), vários distúrbios, ditos carenciais, podem decorrer do abandono afetivo. O estudo acima 
mencionado destacou que, como resultado da devolução em uma adoção, algumas características 
comumente observadas se traduzem no seguinte: 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
16 
 
- Sentimento de reafirmação do trauma da separação ou rejeição da mãe biológica. 
 
- Bloqueios no desenvolvimento psíquico, físico e cognitivo, tais como dislexia, delinquência juvenil 
etc. 
 
 - Características do estresse pós-traumático ou outras síndromes. 
 
- Dificuldades nas relações sociais, já que a criança aprende que as relações não são dignas de 
confiança; que não é merecedora de amor e que dificilmente encontrará outras pessoas que 
satisfaçam suas necessidades. 
 
 - Prejuízos na autoestima e no autoconceito. 
 
O casal, em nenhum momento, se demonstrou preocupado com as consequências que sua atitude 
totalmente irresponsável teria para a vida dessa criança, tristemente, envolvida em um cenário tão 
mesquinho, no qual o casal se equivocou: em lugar de um filho queriam um cachorro! 
 
Do Direito 
A rigor, não se pode perder de vista que o chamado estágio de convivência, previsto no art. 46 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, foi instituído em benefício do adotando (criança e 
adolescente), e não dos adotantes, os quais, então, não podem se utilizar desse pretexto, para 
“revitimizar” crianças e adolescentes debilitados pelo abandono da família originária. Noutras 
palavras, vigora aqui o princípio “do melhor interesse da criança” (doutrina da proteção integral), 
originária da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, promulgada pelo Decreto 
nº 99.710, de 21/11/1990. 
 
De fato, o estágio de convivência serve para a verificação factual ou empírica da adaptação ou não 
do adotando ao novo lar, não se prestando assim a funcionar como justificativa para a causação de 
dano irreparável a crianças e adolescentes. 
 
Em verdade, o estágio de convivência visa a propiciar que o juiz observe em cada caso, 
concretamente, as determinações dos arts. 29 e 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a 
saber: 
 
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, 
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. 
 
 Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-
se em motivos legítimos. 
 
Portanto, o estágio de convivência tem por escopo justamente essa aferição a ser feita pelo juiz, 
tendo em vista, sobretudo, o princípio legal “do melhor interesse da criança”. 
 
O Código Civil brasileiro – Lei nº 10.406, de 10/01/2002 -, ao tratar dos fatos jurídicos, mais 
precisamente dos atos ilícitos, prescreve, em seu art. 186, o seguinte: Aquele que, por ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito (grifos nossos). 
 
Nesse diapasão, a mesma Lei, no capítulo que cuida da Obrigação de Indenizar, determina que: 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, 
por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
Ora, os requeridos agiram, no mínimo, de forma negligente, ao criar a expectativa para a criança de 
que a mesma seria adotada por eles. 
 
Magna Campos 
A Drª Maria Isabel de Matos Rocha, então Juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude de Campo 
Grande-MS, Mestra em Direito Civil na Universidade de Coimbra/Portugal, possui um dos mais 
importantes e profundos estudos realizados sobre o presente tema, sob o título: “CRIANÇAS 
‘DEVOLVIDAS’; OS ‘FILHOS DE FATO’ TAMBÉM TÊM DIREITO? Reflexões sobre a ‘adoção à 
brasileira’, guardas de fato ou de direito mal sucedidas”. 
 
Eis, pois, alguns dos mais relevantes ensinamentos apresentados pela referida magistrada e 
doutrinadora, começando pela pergunta: “O que são crianças ‘devolvidas’?” 
 
Temos dado este nome esdrúxulo a crianças que são rejeitadas por uma família, quer seja a sua 
própria, quer seja a adotiva (por adoção legal ou adoção à brasileira), quer seja o chamado ‘filho de 
criação’, quer seja a criança que foi acolhida sob guarda (de fato ou de direito). 
 
Devolvida? Porque usar esta palavra? Usamos esta palavra porque é a palavra usada pela família 
insatisfeita que ‘devolve’. 
 
 E a quem se ‘devolve’ uma criança? Pretendem ‘devolver’ para a Justiça da Infância (mesmo 
que não tenha sido o Juiz da Infância que tenha lhes ‘entregado’ a criança). 
 
 (...) se o Juízo da Infância não a acolher, pode ser suportar maus tratos, abusos, 
humilhações, indiferença, descaso, no seio dessa família. Manter a criança nessa família, à espera do 
fatal abandono, expulsão de casa, ou tratamento discriminatório, descuidado, negligente, indiferente, 
humilhante ou até agressivo, violento e hostil, constitui, a meu ver, a mais cruel violação dos direitos 
humanos... (sic). 
 
O Estado é responsável por colocações familiares desastrosas, sem atender o interesse da criança. 
Também deve assegurar em favor da criança a responsabilização das famílias, pois alimentos ou 
reparações poderão ajudar a resgatar a autoestima do abandonado ouaté as possibilidade de 
encaminhamento a uma outra família, subsidiada pelo ex-guardião. Por outro lado, a médio prazo, 
essa atuação do sistema judicial terá função pedagógica perante a comunidade” (cf. texto anexo. Em 
www.amc.org.br/novo_site/arquivos/reflexoessobreadocao. Acesso em 12/05/2009). 
 
Defendo que existem os pressupostos para o direito a reparação e o primeiro deles é a existência do 
dano considerável, patrimonial e moral. A criança, revoltada e muito sensibilizada, tem de enfrentar 
pela segunda (ou terceira, quarta) vez a situação de abandono e rejeição. 
 
Segundo o psiquiatra Guido Boaventura, autor de renome sobre a temática, 
 
a devolução funciona como uma bomba para a autoestima da criança e é melhor que ela nunca seja 
adotada a ser adotada e devolvida. ‘As pessoas devem ser mais responsáveis ao adotar. Devolver é 
quase como fazer um aborto’. 
 
Vê-se, assim, que estão presentes todas as condições necessárias para a condenação dos 
requeridos, a fim de que eles indenizem a vítima (criança) pelo dano material e moral sofrido. 
 
 
Dos pedidos 
 
1) A citação dos requeridos para os termos desta ação, aplicando-se, para tanto, as normas do 
Código de Processo Civil, por força do disposto no art. 19 da Lei nº 7.347, de 24/07/1985 – Lei da 
Ação Civil Pública. 
 
2) A condenação dos requeridos na obrigação de indenizar os danos (moral e material) 
causados à criança Nayara G.S., pleiteando o autor que essa reparação civil (global) seja fixada em 
100 (cem) salários mínimos legais, conforme valor vigente à época do efetivo pagamento. 
 
3) A fixação, em sede de liminar, dos alimentos provisórios em favor de tal criança, no importe 
de 15% (quinze por cento) dos vencimentos líquidos de ambos os requeridos (apenas descontos 
legais!). 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
18 
 
4) Pede que essa obrigação alimentar perdure, em princípio, até que a alimentária complete a 
idade de 24 (vinte e quatro) anos, independentemente de a mesma vir a ser colocada em nova família 
substituta. 
 
5) A condenação dos requeridos no pagamento das custas processuais, porquanto existe 
entendimento recente no sentido de que a gratuidade prevista no Estatuto da Criança e do 
Adolescente beneficia apenas à criança e ao adolescente; por exceção, o referido benefício poderá 
ser concedido às pessoas consideradas pobres, no sentido legal. 
 
Valor da causa (apenas para efeitos fiscais): R$400,00 (quatrocentos reais). 
 
Provas: todos os meios admitidos em direitos, especialmente depoimento pessoal dos requeridos, 
perícia (se necessária) e inquirição de testemunhas cujo rol será apresentado oportunamente. 
 
 
Termos em que pede deferimento. 
Uberlândia, 15 de maio de 2009. 
 
EPAMINONDAS DA COSTA 
20º Promotor de Justiça 
 
JADIR CIRQUEIRA 
14º Promotor de Justiça 
 
Magna Campos 
ANÁLISE DO SISTEMA RETÓRICO 
 
 
Leia os argumentos de defensores e críticos da redução da idade penal publicado pelo G1
8
. 
Depois analise cada um deles e verifique se a argumentação se dá via a qual ou a quais das 
três provas argumentativas: ethos, pathos ou logos. Justifique a sua resposta e evidencie 
quais elementos do texto lhe permitem confirmar a sua resposta em todos os casos. 
a) FÁBIO JOSÉ BUENO 
Promotor de Justiça do Departamento da Infância e Juventude de São Paulo 
"Eu sou favorável à redução da maioridade penal em relação a todos os crimes. Em 1940, o Brasil 
estipulou a maioridade em 18 anos. Antes disso, já foi de 9 anos, já foi de 14. Naquela época, os 
menores eram adolescentes abandonados que praticavam pequenos delitos. Não convinha punir 
esses menores como um adulto. Passaram-se 70 anos e hoje os menores não são mais os 
abandonados, são verdadeiros bandidos, que alguém precisa disciplinar. O menor infrator, na sua 
maioria, é o adolescente que vem de família pobre, porém, não miserável. Tem casa, comida, 
educação, mas vai em busca de bens que deem reconhecimento e status a ele. As medidas do 
Estatuto da Criança e do Adolescente não intimidam, favorecendo ainda mais à delinquência juvenil . 
Eles praticam os atos infracionais, porque não são punidos na medida correta. A pena tem a função 
de intimidação, que a medida socioeducativa não tem. É importante saber que o crime não 
compensa, que haverá uma pena, uma punição." (adaptado do Portal G1, em 20/08/2015) 
 
 
 
 
 
 
PAULO EDUARDO BALSAMÃO 
Defensor público e coordenador do Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas do 
Distrito Federal 
Sou contra. Contraditoriamente, nos dias atuais, em que a humanidade desfruta do maior 
desenvolvimento científico, pretende-se adotar o retrocesso, argumentando-se principalmente para 
gerar sensação de impunidade e o medo da violência. Ao invés de atacar a causa, atua-se sobre o 
efeito. De nada adiantará atacar o efeito da desigualdade social, a decantada delinquência juvenil, 
por meio da pretendida redução da maioridade penal. O medo de ser pego, o tipo e o tempo de 
punição não afastam o delinquente do crime, mas sim a prévia frequência à escola, o acesso à 
cultura, a estrutura familiar, a oportunidade de um trabalho. A tendência é que jovens negros, pobres 
e moradores das periferias das grandes cidades brasileiras sejam afetados pela redução. No campo 
jurídico, a redução, ainda que segmentada, não é possível, pois o art. 228 da Constituição (que 
estabelece a imputabilidade penal aos 18 anos) insere-se no rol de direitos fundamentais, 
considerados cláusulas pétreas não passíveis de abolição." (adaptado do Portal G1, em 20/08/2015) 
 
 
 
 
8
 http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/08/confira-argumentos-de-defensores-e-criticos-da-reducao-da-idade-
penal.html 
Argumentação e Sistema Retórico 
20 
 
Depoimento anônimo publicado na Revista Sociedade Ativa (agosto de 2015) 
 
Favorável. A maioria das pessoas já estão cansadas de saber que os delinquentes juvenis são os 
maiores causadores de roubos e pequenos furtos no nosso país, sendo eles presos e logo soltos 
para voltar para o crime. Como resultado desse sistema, pessoas passam a ter medo de andar na 
rua. Muitas são as pessoas que sofrem doenças psicológicas em função do pânico que já passaram 
na mão desses facínoras, sendo obrigadas a gastar fortunas em tratamentos médicos e psiquiátricos. 
Muitas são as lojas assaltadas por esses menores que se veem obrigadas a terem que contratarem 
seguranças e repassar esse investimento para seus consumidores. Logo, toda a nossa sociedade 
paga caro com a tolerância a esses delinquentes. Os ativistas de direitos humanos sempre fazem de 
tudo para que os direitos dos bandidos sejam preservados, mas se esquecem de que os próprios 
alvos de seus esforços são os primeiros a desrespeitar os direitos humanos das pessoas inocentes. 
Esses bandidos não respeitam o direito de propriedade, tampouco o direito a vida – se bem que os 
ativistas de direitos humanos também não. Quando um criminoso comete um crime bárbaro, os 
ativistas de direitos humanos lutam pelos direitos dos criminosos, ao invés de lutar pelo direito de 
suas vítimas, essas sim, mereciam ter seus direitos humanos defendidos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RENATO RODOVALHO SCUSSEL - Juiz da Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal 
 
 "Sou contra. O que, a princípio, parece justo pode acarretar injustiça por não se tratar de um critério 
objetivo. A primeira avaliação da ocorrência ou não do dolo [intenção de cometer o crime] é da 
autoridade policial. Se a conduta for considerada crime, o jovem poderá ir para a prisão. Com a 
apuração dos fatos, é possível que o juiz criminal entenda se tratar de ato infracional e não de crime e 
decline da sua competência ao juiz infantojuvenil. Situações como essa geram insegurança jurídica e 
trazem consequências graves,até irreversíveis, para a ressocialização do jovem. O ECA acaba de 
completar 25 anos e talvez seja este o momento de repensar dispositivos a fim de aperfeiçoar e 
adequar o sistema de atendimento socioeducativo. Aumentar o prazo de internação para atos mais 
gravosos torna mais claro o processo socioeducativo para o adolescente. Ele compreende que sua 
liberdade será restringida por mais tempo, porque praticou um ato mais grave." 
 
Magna Campos 
ANEXO 01: Quadro de argumentos estudados e classificação geral 
 
ARGUMENTAÇÃO 
Persuasão Convencimento 
Ethos Pathos Logos 
Ad hominem Ad baculum Raciocínio Lógico 
Ad verecundiam Ad terrorem Causa e consequência 
Ad novitatem Ad populum Provas concretas 
Naturalista Ad misericordiam Exemplo 
Senso comum Analogia 
Secundum quid Contraste 
Autoridade (se mais pautado na 
imagem da autoridade que no 
conteúdo do texto) 
 Autoridade (se mais pautado no 
conteúdo do texto que na 
imagem da autoridade) 
 
 
Argumentação e Sistema Retórico 
22 
 
ANEXO 02: Doutor é quem faz Doutorado9 
 
Marco Antonio Ribeiro Tura 
Revista JusBrasil 
 
No momento em que nós do Ministério Público da União nos preparamos para atuar contra diversas 
instituições de ensino superior por conta do número mínimo de mestres e doutores, eis que surge 
(das cinzas) a velha arenga de que o formado em Direito é Doutor. 
 
A história, que, como boa mentira, muda a todo instante seus elementos, volta à moda. Agora não 
como resultado de ato de Dona Maria, a Pia, mas como consequência do decreto de D. Pedro I. 
 
Fui advogado durante muitos anos antes de ingressar no Ministério Público. Há quase vinte anos sou 
Professor de Direito. E desde sempre vejo "docentes" e "profissionais" venderem essa balela para os 
pobres coitados dos alunos. 
 
Como coordenador de curso, tive o desprazer de chamar a atenção de (in) docentes que mentiam 
aos alunos dessa maneira. Eu lhes disse, inclusive, que, em vez de espalharem mentiras ouvidas de 
outros, melhor seria ensinarem seus alunos a escreverem, mas que essa minha esperança não se 
concretizaria porque nem mesmo eles sabiam escrever. 
 
Pois bem! Naquela época, a história que se contava era a seguinte: Dona Maria, a Pia, havia 
"baixado um alvará" pelo qual os advogados portugueses teriam de ser tratados como doutores nas 
Cortes Brasileiras. Então, por uma "lógica" das mais obtusas, todos os bacharéis do Brasil, 
magicamente, passaram a ser Doutores. Não é necessária muita inteligência para perceber os erros 
desse raciocínio. Mas como muita gente pode pensar como um ex-aluno meu, melhor desenvolver o 
pensamento (dizia meu jovem aluno: "o senhor é Advogado; pra que fazer Doutorado de novo, 
professor?"). 
 
1) Desde já saibamos que Dona Maria, de Pia nada tinha. Era Louca mesmo! E assim era chamada 
pelo Povo: Dona Maria, a Louca! 
 
2) Em seguida, tenhamos claro que o tão falado alvará jamais existiu. Em 2000, o Senado Federal 
presenteou-me com mídias digitais contendo a coleção completa dos atos normativos desde a 
Colônia (mais de quinhentos anos de história normativa). Não se encontra nada sobre advogados, 
bacharéis, dona Maria, etc. Para quem quiser, a consulta hoje pode ser feita pela Internet. 
 
3) Mas digamos que o tal alvará existisse e que dona Maria não fosse tão louca assim e que o povo 
fosse simplesmente maledicente. Prestem atenção no que era divulgado: os advogados portugueses 
deveriam ser tratados como doutores perante as Cortes Brasileiras. Advogados e não quaisquer 
bacharéis. Portugueses e não quaisquer nacionais. Nas Cortes Brasileiras e só! Se você, portanto, 
fosse um advogado português em Portugal não seria tratado assim. Se fosse um bacharel (advogado 
não inscrito no setor competente), ou fosse um juiz ou membro do Ministério Público você não 
poderia ser tratado assim. E não seria mesmo. Pois os membros da Magistratura e do Ministério 
Público tinham e têm o tratamento de Excelência (o que muita gente não consegue aprender de jeito 
nenhum). Os delegados e advogados públicos e privados têm o tratamento de Senhoria. E bacharel, 
por seu turno, é bacharel; e ponto final! 
 
4) Continuemos. Leiam a Constituição de 1824 e verão que não há "alvará" como ato normativo. E 
ainda que houvesse, não teria sentido que alguém, com suas capacidades mentais reduzidas (a Pia 
Senhora), pudesse editar ato jurídico válido. Para piorar: ainda que existisse, com os limites postos 
ou não, com o advento da República cairiam todos os modos de tratamento em desacordo com o 
princípio republicano da vedação do privilégio de casta. Na República vale o mérito. E assim ocorreu 
com muitos tratamentos de natureza nobiliárquica sem qualquer valor a não ser o valor pessoal 
(como o brasão de nobreza de minha família italiana que guardo por mero capricho porque nada vale 
além de um cafezinho e isto se somarmos mais dois reais). 
 
9
 https://por-leitores.jusbrasil.com.br/noticias/1682209/doutor-e-quem-faz-doutorado 
Magna Campos 
 
A coisa foi tão longe à época que fiz questão de provocar meus adversários insistentemente até que 
a Ordem dos Advogados do Brasil se pronunciou diversas vezes sobre o tema e encerrou o assunto. 
 
Agora retorna a historieta com ares de renovação, mas com as velhas mentiras de sempre. 
Agora o ato é um "decreto". E o "culpado" é Dom Pedro I (IV em Portugal). 
Mas o enredo é idêntico. E as palavras se aplicam a ele com perfeição. 
 
Vamos enterrar tudo isso com um só golpe?! 
 
A Lei de 11 de agosto de 1827, responsável pela criação dos cursos jurídicos no Brasil, em seu nono 
artigo diz com todas as letras: "Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com 
aprovação, conseguirão o grau de Bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que será 
conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos que 
devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes". 
 
Traduzindo o óbvio. A) Conclusão do curso de cinco anos: Bacharel. B) Cumprimento dos requisitos 
especificados nos Estatutos: Doutor. C) Obtenção do título de Doutor: candidatura a Lente (hoje 
Livre-Docente, pré-requisito para ser Professor Titular). Entendamos de vez: os Estatutos são das 
respectivas Faculdades de Direito existentes naqueles tempos (São Paulo, Olinda e Recife). A Ordem 
dos Advogados do Brasil só veio a existir com seus Estatutos (que não são acadêmicos) nos anos 
trinta. 
 
Senhores: _Doutor é apenas quem faz Doutorado. E isso vale também para médicos, dentistas etc. 
 
A tradição faz com que nos chamemos de Doutores. Mas isso não torna Doutor nenhum médico, 
dentista, veterinário e, mui especialmente, advogados. 
 
Falo com sossego. Afinal, após o meu mestrado, fui aprovado mais de quatro vezes em concursos no 
Brasil e na Europa e defendi minha tese de Doutorado em Direito Internacional e Integração 
Econômica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Aliás, disse eu: tese de Doutorado! Esse nome não se aplica aos trabalhos de graduação, de 
especialização e de mestrado. 
 
Escrevi mais de trezentos artigos, pareceres (não simples cotas), ensaios e livros. Uma verificação no 
sítio eletrônico do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) pode comprovar o que digo. Tudo 
devidamente publicado no Brasil, na Dinamarca, na Alemanha, na Itália, na França, Suécia, México. 
 
Após anos como Advogado, eleito para o Instituto dos Advogados Brasileiros (poucos são), tendo 
ocupado comissões como a de Reforma do Poder Judiciário e de Direito Comunitário e após presidir 
a Associação Americana de Juristas, resolvi ingressar no Ministério Público da União para atuar 
especialmente junto à proteção dos Direitos Fundamentais dos Trabalhadores públicos e privados e 
na defesa dos interesses de toda a Sociedade. E assimo fiz: passei em quarto lugar nacional, 
terceiro lugar para a região Sul/Sudeste e em primeiro lugar no Estado de São Paulo. Após rápida 
passagem por Campinas, insisti com o Procurador-Geral em Brasília e fiz questão de vir para Mogi 
das Cruzes. 
 
Em nossa Procuradoria, Doutor é só quem tem título acadêmico. Lá está estampado na parede para 
todos verem. 
 
E não teve ninguém que reclamasse; porque, aliás, como disse linhas acima, foi a própria Ordem dos 
Advogados do Brasil quem assim determinou, conforme as decisões seguintes do Tribunal de Ética e 
Disciplina: Processos: E-3.652/2008; E-3.221/2005; E-2.573/02; E-2067/99; E-1.815/98. 
 
Em resumo, dizem as decisões acima: não pode e não deve exigir o tratamento de Doutor ou 
apresentar-se como tal aquele que não possua titulação acadêmica para tanto. 
 
Como eu costumo matar a cobra e matar bem matada, segue endereço oficial na Internet para 
consulta sobre a Lei Imperial: www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_63/Lei_1827.htm 
Argumentação e Sistema Retórico 
24 
 
 
Os profissionais, sejam quais forem, têm de ser respeitados pelo que fazem de bom e não arrogar 
para si tratamento ao qual não façam jus. Isso vale para todos. Mas para os profissionais do Direito é 
mais séria a recomendação. 
 
Afinal, cumprir a lei e concretizar o Direito é nossa função. Respeitemos a lei e o Direito, portanto; 
estudemos e, aí assim, exijamos o tratamento que conquistarmos. Mas só então. 
 
PROF. DR. MARCO ANTÔNIO RIBEIRO TURA, 41 anos, jurista. Membro vitalício do Ministério Público da 
União. Doutor em Direito Internacional e Integração Econômica pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
Mestre em Direito Público e Ciência Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Visitante da 
Universidade de São Paulo. Ex-presidente da Associação Americana de Juristas, ex-titular do Instituto dos 
Advogados Brasileiros e ex-titular da Comissão de Reforma do Poder Judiciário da Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
 
Magna Campos 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 860.598 RIO DE JANEIRO 
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
AGTE.(S) :ANTONIO MARREIROS DA SILVA MELO NETO 
ADV.(A/S) :ORLINDO ELIAS FILHO E OUTRO(A/S) 
AGDO.(A/S) :CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO LUÍZA VILLAGE 
AGDO.(A/S) :JEANETTE QUEIROZ GRANATO 
ADV.(A/S) :GERALDO LEMOS E OUTRO(A/S) 
Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário 
interposto de acórdão cuja ementa segue transcrita: 
“OBRIGAÇÃO DE FAZER. INDENIZAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. 
CONDÔMINO QUE OBJETIVA TRATAMENTO FORMAL PELOS EMPREGADOS 
DO PRÉDIO EM QUE RESIDE, DESTACANDO O FATO DE SER HOMEM 
PÚBLICO, EIS QUE MAGISTRADO. PLEITO INDENIZATÓRIO POR DANOS 
SUBJETIVOS. 
SENTENÇA QUE IMPROCEDEU A PRETENSÃO AUTORAL. 
ARGUMENTOS INSUFICIENTES AO MODIFICATIVO DO JULGADO, 
MORMENTE POR SE CONSTATAR, DE ANTEMÃO, A INEXISTÊNCIA DO 
DIREITO. 
DESPROVIMENTO DO RECURSO” (fl. 22). 
No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 1º, III, e 
5º, V e X da mesma Carta. 
A pretensão recursal não merece acolhida. Isso porque para se chegar à conclusão 
contrária à adotada pelo Tribunal de origem quanto à verificação do nexo de causalidade 
gerador de danos morais, de modo a ensejar o dever do recorrido de implementar a 
respectiva indenização, necessário seria o reexame do conjunto fático probatório constante 
dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. Nesse sentido: 
“DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. MATÉRIA 
INFRACONSTITUCIONAL. NEGATIVA DE 
ANEXO 03: Decisão definitiva do caso do juiz que exigia ser chamado de doutor 
 
AI 860598 / RJ 
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO CONFIGURADA. ANÁLISE DA 
OCORRÊNCIA DE EVENTUAL AFRONTA AOS PRECEITOS 
CONSTITUCIONAIS INVOCADOS NO APELO EXTREMO DEPENDENTE DA 
REELABORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA CONSTANTE NO ACÓRDÃO 
REGIONAL. SÚMULA 279/STF. (...)”(RE 668601-AgR/AC, Rel. Min. Rosa 
Weber, Primeira Turma). 
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. 1. Análise de 
matéria infraconstitucional. Ofensa constitucional indireta. 2. Impossibilidade de reexame 
de fatos e provas. Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental ao 
qual se nega provimento” (ARE 790.566-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
Segunda Turma). 
Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput). Publique-se. 
Brasília, 22 de abril de 2014. 
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI 
- Relator – 
Fonte: http://s.conjur.com.br/dl/decisao-recurso-juiz-doutor.pdf 
 
Magna Campos 
ANEXO 04: FILMES INTERESSANTES PARA ARGUMENTAÇÃO 
 
Essa lista é livre e elaborada com base em filmes aos quais assisti e analisei em aulas 
Magna Campos

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