As raízes científicas da psicologia

Prévia do material em texto

As raízes científicas, 
as influências fisiológicas e 
a nova psicologia
FMU
Curso de Psicologia
Introdução ás Práticas Psicológicas
1° semestre – 2/2017
 - Desenvolvimento do método científico (observação, experimentação, quantificação).
- Descoberta de que as características e as percepções pessoais do observador necessariamente influenciam as observações.
 - Estudos sobre a anatomia humana.
- Estudos sobre o sistema nervoso e sobre o cérebro.
- Realização de pesquisas sobre sensações, através do estudo dos órgãos dos sentidos.
- Descoberta de que a sensação (ponto de ligação entre o físico e o psíquico) não pode ser medida; porém, o estímulo que a provoca sim, o que permitiu estabelecer uma relação quantitativa entre o mundo físico e mental. 
 
As influências fisiológicas
Por volta de 1830, a fisiologia se torna voltada à realização de experimentos, devido ao alemão Johannes Müller.
A estimulação de cada nervo provoca uma sensação característica porque cada nervo possui uma energia específica própria. 
Seus estudos estimularam a realização de pesquisas para localizar as funções dentro do sistema nervoso e apontar os mecanismos sensoriais receptores nas regiões periféricas do organismo. 
As influências fisiológicas
Outros fisiologistas realizaram as primeiras tentativas de mapeamento das funções cerebrais, ou seja, determinar as partes específicas do cérebro responsáveis pelo controle das diferentes funções cognitivas. 
Fracasso da cranioscopia ou frenologia – mapeamento externo das funções cerebrais, que afirma que o formato do crânio de uma pessoa revela suas características intelectuais.
As influências fisiológicas
Em relação ao estudo do sistema nervoso, prevaleceram as pesquisas que enfatizavam o estudo do reflexo: “um elemento do mundo exterior (o estímulo) provoca impacto no órgão do sentido e assim, excita o impulso nervoso, que segue até o local adequado do cérebro ou do sistema nervoso central e ali reagem criando outro impulso, que é transmitido através dos nervos motores para acionar a resposta do organismo” (Schultz e Schultz, 2017, p. 52)
Métodos e técnicas utilizados pelos fisiologistas
Extirpação – técnica para definir a função de determinada parte do cérebro animal, removendo-a ou destruindo-a para observar as mudanças no comportamento.
Método clínico – exame pós-morte das estruturas do cérebro para detectar as áreas lesionadas, consideradas responsáveis pelo comportamento do indivíduo antes de sua morte.
Técnica dos estímulos elétricos – aplicação de fracas correntes elétricas para exploração do córtex cerebral de animais, verificando que a estimulação de algumas áreas corticais provocava reações motoras. 
A separação entre filosofia e ciência
“Enquanto os filósofos abriam o caminho para o ataque experimental da mente, os fisiologistas realizavam experiências para investigar os mecanismos que estão por trás dos fenômenos mentais. O passo seguinte era a aplicação do método experimental na mente propriamente dita” (Schultz e Schultz, 2016, p.53)
A fisiologia do século XIX foi influenciada pelo materialismo, o mecanicismo, o empirismo, o experimentalismo e a medição. 
A Psicologia experimental - Alemanha
Psicofísica – estudo científico das relações entre os processos mental e físico. 
Hermann von Helmholtz
Ernest Weber
Gustav Theodor Fechner 
Wilhelm Wundt – fundador da Psicologia enquanto ciência
Wilhelm Wundt
( 1832-1920)
Biografia
-Teve uma infância solitária e
sonhava que se tornaria um grande escritor.
-Nos anos iniciais teve rendimento escolar baixo.
- Seu pai era pastor e a família tinha tradição acadêmica. 
- Não tinha relação amistosa com os colegas de classe e era ridicularizado pelos professores. 
Wilhelm Wundt - Biografia
- Formou-se em medicina, cursando anatomia, fisiologia, física, medicina e química.
- Foi assistente de laboratório de Helmholtz.
- Realizou pesquisas em fisiologia e começou a conceber o estudo da psicologia como disciplina científica experimental independente. 
- Publicou o livro “Contribuições para a teoria da percepção sensorial”
- Em 1867 começou a ministrar palestras sobre a psicologia fisiológica.
Wilhelm Wundt - biografia
- Em sua principal obra, “Principles”, estabeleceu a psicologia como uma ciência de laboratório independente, com problemas e métodos de experimentação próprios. 
- Em 1875, torna-se professor da University of Leipzig, onde trabalhou por 45 anos. Lá instalou um laboratório para a realização de suas pesquisas experimentais. 
- “Aparentemente, apesar de acreditar na pesquisa de laboratório, “o próprio Wundt não era um pesquisador de laboratório” (Cattell, 1928, apud Schultz e Schultz, 2016, p. 69).
Wundt – o contexto do século xix
- Ciência = objeto de estudo + métodos adequados para a investigação do objeto
Até o século XIX os temas da psicologia estavam dispersos entre especulações filosóficas, ciências físicas e biológicas e ciências sociais (FIGUEIREDO e SANTI, 1997).
OBJETIVIDADE X SUBJETIVIDADE
- PSICOLOGIA
	*controle da subjetividade
	* transformação do investigador em investigador de si próprio através de um método científico
	* Epistemologia Psicológica = teorias do conhecimento sobre o ser humano
	* Metodologia Psicológica = regras e procedimentos da produção do conhecimento sobre o ser humano
Wilhelm Wundt – as influências 
CiênciasNaturais
Filosofia
Ciências Sociais
Método Científico:
 
- Observação
- Experimentação
Quantificação
Observar, experimentar e quantificar a experiência imediata
Empirismo:
 
 
Sensação ou percepção
MÉTODO
EXPERIMENTAL
Consciência Individual
Método Comparativo:
-perceberdiferenças e semelhanças
perceber transformações
Observação dos fenômenos sociais
PSICOLOGIA DOS POVOS OU PSICOLOGIA CULTURAL
ContextoSocial
Wundt – a psicologia independente
EU (ser humano) = natureza + cultura
Wundt – a psicologia independente
Psicologia: "Ciência intermediária entre as ciências da natureza e as ciências da cultura“
Objeto de Estudo = experiência imediata dos sujeitos
"Experiência imediata é a experiência tal como o sujeito a vive antes de se pôr a pensar sobre ela, antes de comunicá-la, antes de "conhecê-la". É, em outras palavras, a experiência tal como se dá" (WUNDT, apud FIGUEIREDO e SANTI, 1997, p.58-59)
Referências bibliográficas
BARRETO, C.L.B.T.; MORATO, H.T.P. A Dispersão do Pensamento Psicológico. Boletim de Psicologia, vol. LVIII, n° 29, 2008, p. 147-160. 
FIGUEIREDO, L.C.M.; SANTI, P.L.R. Psicologia uma (nova) introdução: uma visão histórica da Psicologia como Ciência. São Paulo: EDUC, 1997.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S.E. História da Psicologia Moderna. Trad. Marilia de Moura Zanella, Suely Sonoe Murai Cuccio e Cintia Naomi Uemura. São Paulo: Cengage Learning, 2016.