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trabalho apropriação indébita

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SUMÁRIO
	1.INTRODUÇÃO
	
	2. O QUE É APROPRIAÇÃO INDÉBITA
	
	2.1. DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
	
	3. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
	
	4. DIFERENÇA ENTRE APROPRIAÇÃO INDÉBITA E FURTO
	
	5. DIFERENÇA ENTRE APROPRIAÇÃO INDÉBITA E ESTELIONATO
6. SUJEITOS
7. JURISPRUDÊNCIA
	
	8. CONCLUSÃO
	
	 REFERÊNCIAS
	
INTRODUÇÃO
A apropriação indébita é um crime em que uma pessoa pega para si algum bem que pertence a outra pessoa.
Nesse crime o agente (quem comete o crime) usa ou pega si um bem que não é seu ou tira algum proveito dele causando prejuízo ao verdadeiro proprietário. 
2- O QUE É APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação indébita é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do proprietário. O criminoso recebe o bem por empréstimo ou em confiança, e passa a agir como se fosse o dono. O crime pode ser confundido com o crime de furto, mas a principal diferença é que no furto, a intenção de apropriação da coisa é anterior à sua obtenção, na apropriação indébita, o agente tem acesso ao bem de forma legal, mas depois que recebe o bem, resolve apoderar-se do mesmo ilicitamente, ou seja, a pessoa deixa de entregar ou devolver ao seu legítimo dono...
Existe ainda, o crime de apropriação indébita previdenciária. O mesmo está previsto no artigo 168-A, do Código Penal, o qual consiste em deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. Tem como pena, a reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Trata-se de crime omissivo próprio, em que o tipo objetivo é realizado pela simples conduta de não repassar aos cofres previdenciários as contribuições descontadas dos salários dos seus empregados.
2.1 DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.
Apropriação indébita
        Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        Aumento de pena
        § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
        I - em depósito necessário;
        II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
        III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
        Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
        Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
        Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
        Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
        Apropriação de tesouro
        I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
        Apropriação de coisa achada
        II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
        Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
3- CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
A apropriação indébita previdenciária é um crime material, pois o resultado é o prejuízo aos cofres fazendários com o não ingresso dos valores devidos à Previdência.
“(HC 209.712/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 16/05/2013, DJe 23/05/2013) HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. VALOR SONEGADO INFERIOR A DEZ MIL REAIS. CONDUTA DE MÍNIMA OFENSIVIDADE PARA O DIREITO PENAL. ATIPICIDADE MATERIAL. CONDIÇÕES PESSOAIS DESFAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. COAÇÃO ILEGAL DEMONSTRADA. ABSOLVIÇÃO DO RÉU QUE SE IMPÕE.
1. A Terceira Seção desta Corte Superior de Justiça dirimiu a controvérsia existente em relação ao crime de APELADO: Justiça Publica NÃO OFERECIDA DENÚNCIA : ALBERTO PISANI NETO DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 3ª REGIÃO Data de Divulgação: 06/06/2013 14/1674 descaminho e firmou compreensão segundo a qual os débitos tributários que não ultrapassem R$ 10.000,00 (dez mil reais), ex vi do art. 20 da Lei 10.522/02, são alcançados pelo princípio da insignificância. 2. A Lei 11.457/2007 considerou também como dívida ativa da União os débitos decorrentes das contribuições previdenciárias, dando-lhes tratamento similar aos débitos tributários.
3. O objeto material do crime de apropriação indébita previdenciária é o valor recolhido e não repassado aos cofres públicos, e não o valor do débito tributário após inscrição em dívida ativa, já que aqui se acoplam ao montante principal os juros de mora e multa, consectários civis do não recolhimento do tributo no prazo legalmente previsto.
4. A partir do momento em que se pacificou o entendimento no sentido de que o crime tributário material somente se tipifica com a constituição definitiva do débito tributário, que ocorre no lançamento do tributo, ou seja, quando não há mais discussão administrativa acerca da dívida tributária, é nesse momento que se entende como consumado o delito, e tal não se confunde com o da inscrição do débito em dívida ativa, oportunidade em que o Fisco inclui sobre o débito tributário (quantum debeatur) todos os consectários legais do seu inadimplemento, objeto de execução fiscal.
5. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o princípio da insignificância tem como vetores a mínima ofensividade da conduta do agente, a nenhuma periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada.
6. Hipótese de apropriação de contribuições previdenciárias recolhidas e não repassadas à Previdência Social no valor de R$ 4.097,98 (quatro mil e noventa e sete reais e noventa e oito centavos), inferior, portanto,aos dez mil reais previstos no art. 20 da Lei 10.522/2002, demonstrando-se desproporcional a imposição de sanção penal no caso, pois o resultado jurídico, ou seja, a lesão produzida mostra-se absolutamente irrelevante.
7. Embora a conduta do paciente se amolde à tipicidade formal e subjetiva, ausente no caso a tipicidade material, que consiste na relevância penal da conduta e do resultado típicos em face da significância da lesão produzida no bem jurídico tutelado pelo Estado.
8. Ordem concedida para cassar o acórdão combatido, absolvendo-se o paciente, com fundamento no art. 386, III, do CPP, em razão da atipicidade material da conduta a ele imputada.” (HC 195.372/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 18/06/2012 -g.n.)
Portanto, o STJ entende que o delito só se consuma com a realização do lançamento tributário definitivo, porque é um crime material.
Logo em seguida a consumação, que exige o da via administrativa, começa a contagem do prazo prescricional do delito.
É pacífico na jurisprudência que é necessário aguardar a constituição definitiva do crédito tributário, caso contrário a ação penal não pode ser ajuizada e a prescrição não começa a correr.
No entanto, há entendimento contrário de que o crime de apropriação indébita previdenciária se consuma quando o agente deixa de recolher as contribuições.
A constituição definitiva será apenas uma condição para o ajuizamento da denúncia, isto é “condição objetiva de punibilidade”.
No que tange a tentativa, não se pode falar nesse instituto porque Não existe tentativa de crime omissivo puro.
Isto acontece porque o delito é praticado em um único ato, isto é, ou o agente deixa de repassar ou não deixa. Não se tem como imaginar uma tentativa de não repassar:
“APROPRIAÇÃO INDÉBITA - CONSUMAÇÃO. A apropriação indébita é crime de caráter instantâneo e a sua consumação ocorre no exato instante em que o agente inverte a posse da res ou a detenha com animus de transformá-la de alheia em própria” (TJGO - Ac. unân. da 1.ª Câm. Crim. julg. em 29-5-2003 - Ap. 23739-0/213-Capital - Rel. Des. Paulo Teles; in ADCOAS 8220964).
Diante do exposto acima, se concluí que a tentativa só é admitida na apropriação indébita comum, quando o agente é interrompido no momento em que se desfaz do bem.
4- DIFERENÇA ENTRE APROPRIAÇÃO INDÉBITA E FURTO
O crime de apropriação indébita é parecido com o crime de furto (artigo 155 do Código Penal). Mas eles não se tratam exatamente da mesma conduta e não devem ser confundidos.
A principal diferença entre eles é o momento em que o ato acontece. No furto existe uma intenção previamente pensada de pegar para si um objeto que pertence a outra pessoa. Já na apropriação indébita a intenção prévia não existe.
Outra diferença entre os dois crimes é em relação à posse do bem. No furto o bem está com o dono e outra pessoa pega para si o bem.
Na apropriação quem comete o crime já tem a posse de um bem de outra pessoa e, depois disso, decide não fazer a devolução.
Veja um exemplo: uma pessoa fica com a guarda temporária de um objeto que deve ser devolvido ao dono depois de um tempo, como no caso de um objeto que foi emprestado. Mas ela não demonstra a intenção de fazer a devolução e fica com o objeto para si. Essa é uma conduta de apropriação indébita.
5- DIFERENÇA ENTRE APROPRIAÇÃO INDÉBITA E ESTELIONATO
A apropriação indébita também não deve ser confundida com o crime de estelionato (previsto no artigo 171 do Código Penal).
No estelionato quem comete o crime tem uma conduta para conseguir uma vantagem para si mesmo. Para conseguir a vantagem o agente toma uma atitude que faz com que alguém cometa um erro.
A diferença entre esses crimes acontece também em relação do dolo de quem comete o crime, ou seja, na sua vontade antecipada de quem toma a atitude.
Na apropriação a intenção acontece depois que a pessoa já tem o bem ou objeto na sua posse e no estelionato a intenção de conseguir uma vantagem existe desde o início.
6 SUJEITOS 
Sujeito ativo
 É o possuidor da coisa, a qualquer título. 
Bem jurídico
 É a inviolabilidade patrimonial no sentido de proteger a propriedade da coisa contra a apropriedade pela ilicitude pela pessoa que tem a posse ou detém a coisa alheia móvel. 
Sujeito passivo 
É o proprietário ou o outro possuidor. 
Elemento subjetivo do injusto 
É o propósito de tirar proveito da coisa, comportando-se o agente como se fosse dono da coisa, às custas do real proprietário. 
Forma culposa 
Não existe a forma culposa. 
Consumação 
O crime consuma-se no momento em que o agente inverte seu ânimo em relação a coisa alheia móvel, ou seja, passa a se comportar como dono do bem.
7 JURISPRUDÊNCIA 
APELAÇÃO CRIMINAL – APROPRIAÇÃO INDÉBITA – RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA – EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – DE OFÍCIO. Reconhece-se a ocorrência da prescrição retroativa da pretensão punitiva do Estado, decretando-se a extinção da punibilidade do agente se, entre a data dos fatos e o recebimento da denúncia, verificou-se a hipótese do artigo 109, V, do Código Penal. 
(TJ-MS - APL: 00052484320148120002 MS 0005248-43.2014.8.12.0002, Relator: Des. Luiz Gonzaga Mendes Marques, Data de Julgamento: 30/11/2015, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 01/12/2015) 
8- CONCLUSÃO
Em virtude do que foi mencionado é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do proprietário. 
Existe ainda, o crime de apropriação indébita previdenciária. O mesmo está previsto no artigo 168-A, do Código Penal, o qual consiste em deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. 
Trata-se de crime omissivo próprio, em que o tipo objetivo é realizado pela simples conduta de não repassar aos cofres previdenciários as contribuições descontadas dos salários dos seus empregados.
REFERÊNCIAS
. Disponívelem: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17829&revista_caderno=3>. Acesso em:18 Sep. 2018.
. Disponível em: <https://tj-ms.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/262870489/apelacao-apl-52484320148120002-ms-0005248-4320148120002?ref=serp>. Acesso em: 18 Aug. 2018.
. Disponível em: <https://www.significados.com.br/apropriacao-indebita/>. Acesso em: 18 Sep. 2018.
. Disponível em: <https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/direito-facil/edicao-semanal/apropriacao-indebita>. Acesso em: 18 Sep. 2018.

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