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XXVI CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 
EM ENGENHARIA – CRICTE 2014 
8 a 10 de outubro de 2014 – Alegrete – RS – Brasil 
CONSTRUÇÃO DE MODELOS DE LAJES MACIÇAS EM ESCALA 
REDUZIDA 
 
 
 
Matheus Jerônimo Berton Bristott 
Aluno do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus Passo 
Fundo 
 matheussjb@hotmail.com 
Gustavo da Costa Borowski 
Professor do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus 
Passo Fundo 
gustavo.borowski@passofundo.ifsul.edu.br 
Sabrina Elicker Hagemann 
Professora do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus 
Passo Fundo 
 sabrina.hagemann@passofundo.ifsul.edu.br 
 
 
 
Resumo. O estudo experimental de 
estruturas de concreto implica na 
construção de elementos de porte 
significativo e com pesos excessivos que 
oneram o processo e dificultam estes 
trabalhos. Os modelos em escala reduzida 
apresentam uma alternativa a este 
problema. Este trabalho teve como objetivo 
compreender o processo de construção de 
lajes em escala reduzida, estudando o 
processo de dosagem do microconcreto e 
realizando a construção de três protótipos 
de uma laje maciça de concreto armado. Os 
principais resultados indicaram a 
viabilidade na utilização do microconcreto e 
na equivalência das armaduras ao longo do 
processo de construção e apresentaram 
como principal dificuldade a montagem da 
armadura, solucionada com a montagem de 
telas soldadas. 
 
Palavras-chave: Laje. Microconcreto. 
Escala reduzida. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A avaliação do desempenho de 
elementos estruturais de concreto armado 
perpassa pelo processo de concepção, 
dimensionamento, execução e utilização das 
estruturas de concreto, podendo se embasar 
em análises analíticas, numéricas 
computacionais ou experimentais. No caso 
de análises experimentais, se questiona: 
como reconstituir e avaliar uma estrutura de 
concreto em escala real? E se adotar um 
modelo reduzido, como validar os resultados 
dos ensaios nestes elementos? 
Talvez a alternativa viável seja o 
emprego de modelos em escala reduzida, 
permitindo a repetição de ensaios com custo 
reduzido. Como exemplo, Selistre (2000) e 
Dutra (2005) destacam a possibilidade de 
realização de ensaios em escala reduzida 
para estruturas de concreto. 
O objetivo deste trabalho era 
compreender o processo de dosagem do 
microconcreto segundo Klein (1985) e de 
construção de lajes em escala reduzida, 
construindo três protótipos em escala 
reduzida de uma laje de concreto armado. 
A laje modelada faz parte de um estudo 
de caso de patologia de estruturas de 
concreto armado, pois apresentou 
deformação e fissuração excessiva. É um 
painel maciço, com os bordos simplesmente 
 
XXVI CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 
EM ENGENHARIA – CRICTE 2014 
8 a 10 de outubro de 2014 – Alegrete – RS – Brasil 
apoiados e que está suportando o 
carregamento de um reservatório de 15.000 
litros. 
 
2. MÉTODO DE DOSAGEM 
 
O processo de construção de um modelo 
de estrutura de concreto em escala reduzida 
parte da definição da escala a ser utilizada. 
Considerando que as armaduras de concreto 
armado são fornecidas em bitolas 
comerciais, Dutra (2005) sugere que seja 
empregada a escala 1:7,5, pois a mesma 
permite compatibilizar diâmetros comerciais 
de arames de aço com os aços empregados 
na construção civil. 
A laje estudada tem formato quadrado, 
com lados de 4,70m e está armada com 
armadura positiva bidirecional com diâmetro 
de 8,0 mm, espaçada a cada 10,0 cm. Nas 
extremidades, a laje apresentava armadura 
negativa de diâmetro de 4,2 mm ou 5,0 mm, 
espaçada a cada 15 cm. 
Com base nestes parâmetros e no 
concreto especificado para a estrutura, classe 
C-20, determinaram-se as características do 
microconcreto, devendo ter a mesma 
resistência característica a compressão e 
agregado com diâmetro máximo de 2,4mm. 
O agregado utilizado é oriundo de areia 
média, seca em estufa e com frações 
separadas nas peneiras 1,2mm, 0,6mm, 
0,3mm e 0,15mm, conforme figura 1. 
 
 
Figura 1. Agregado empregado no 
microconcreto 
 
Baseado em Klein (1985), Dutra (2005) 
descreve detalhadamente o procedimento de 
dosagem para a construção da curva de 
Abrams e posterior determinação do traço a 
ser empregado na moldagem do protótipo. 
Inicialmente, seriam utilizadas as 
relações água/cimento x=0,40, x=0,55 e 
x=0,70. No entanto, durante o preparo do 
primeiro traço, se observou a consistência da 
relação água/cimento de x=0,40 e se 
constatou que não seria possível moldar o 
protótipo com as características apresentadas 
pelo microconcreto. Então, se estabeleceu 
que os traços empregados para a curva de 
Abrams seriam com relação água/cimento de 
x=0,45, x=0,55 e x=0,70. 
Klein (1985) propõem a correlação entre 
o diâmetro máximo do agregado do 
microconcreto e a relação água/materiais 
secos (H), sugerindo a adoção do valor de 
H=10,90% para esta relação, quando o 
diâmetro máximo for de 2,4mm. 
Com a relação água/materiais secos e a 
relação água/cimento determinaram-se os 
pesos do cimento e do total do agregado, 
necessitando desdobrar este nas frações das 
peneiras. 
O procedimento adotado para desdobrar 
o agregado foi o Método de Gorisse, que 
apresenta uma curva de distribuição 
granulométrica bilinear, sendo que o ponto 
de inflexão para o microconcreto foi 
estabelecido por Klein (1985), em função do 
diâmetro do agregado e do consumo de 
cimento. Os traços utilizados para a 
construção da curva de Abrams para o 
microconcreto são apresentados na Tabela 1. 
 
Tabela 1. Traços iniciais de dosagem 
Materiais 
Traço 1 
(Kg) 
Traço 2 
(Kg) 
Traço 3 
(Kg) 
Cimento 1,00 1,00 1,00 
Areia 1,2 1,81 1,65 1,55 
Areia 0,6 0,75 0,85 0,90 
Areia 0,3 0,38 1,65 0,45 
Areia 0,15 0,19 0,21 0,23 
Água 0,45 0,60 0,75 
 
 
XXVI CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 
EM ENGENHARIA – CRICTE 2014 
8 a 10 de outubro de 2014 – Alegrete – RS – Brasil 
O processo de mistura foi manual, 
dosado em peso e misturado até obter a 
homogeneidade do microconcreto. 
O material foi preparado em moldes 
cilíndricos com diâmetro de 5 centímetros e 
altura de 10 centímetros, curados em imersão 
e submetidos ao ensaio de compressão 
simples em prensa hidráulica com 
capacidade de 100 toneladas. 
Os resultados indicaram que o traço 2 
estava próximo a resistência característica da 
laje de concreto a ser modelada e foi adotado 
como referência. 
 
3. CONSTRUÇÃO DO MODELO EM 
ESCALA REDUZIDA 
 
A construção do modelo da laje em 
escala reduzida teve como ponto de partida a 
equivalência das dimensões e das armaduras 
do projeto original. Adotando a escala 1:7,5, 
foram determinadas as dimensões do 
protótipo e das armaduras, bem como, os 
diâmetros das mesmas. 
A laje em escala reduzida apresentava 
formato aproximadamente quadrado, com 
lados de 63,0 cm e espessura de 1,6 cm, 
confeccionada em fôrma de madeira 
compensada. 
As armaduras foram construídas em 
arames galvanizados, nas bitolas BWG 20, 
18 e 16, com equivalência aproximada aos 
aços de diâmetros 4,2mm, 5,0mm e 8,0mm, 
respectivamente. Selistre (2000) adotou este 
mesmo material em relações similares e 
construiu uma laje em escala reduzida que 
apresentou comportamento mecânico 
equivalente a uma laje real e demonstrou a 
viabilidade do emprego destes arames. 
O processo de construçãodas armaduras 
teve início com a retificação dos arames, 
pois os mesmos foram fornecidos em rolos e 
necessitavam ser esticados no formato de 
barras. Este procedimento se mostrou 
demorado e trabalhoso de ser realizado 
manualmente. 
Após, a armadura foi cortada e dobrada 
de acordo com o projeto, analogamente ao 
que se realiza com uma estrutura 
convencional. 
Na etapa seguinte, sobre a fôrma de 
madeira previamente construída, a armadura 
deveria ser montada e amarrada com arame 
recozido. 
No entanto, depois de diversas tentativas, 
foi constatado que este seria a principal 
dificuldade na construção do protótipo. 
Devido a espessura dos arames, o simples 
fato de fixar o arame recozido acabava por 
alterar o formato das barras e não dava 
rigidez a malha, dificultando o processo 
construtivo da armadura e também a 
concretagem do modelo. 
A solução encontrada foi fixar a 
armadura através de solda de estanho, tenho 
o cuidado para não encostar o soldador na 
armadura, para não alterar significativamente 
a temperatura do material. Esta alternativa 
demonstrou-se eficiente e permitiu a 
construção de telas soldadas para aplicar ao 
protótipo, como pode ser visto na Figura 2. 
 
 
Figura 2. Telas soldadas 
 
Com a fôrma e todas as telas soldadas, a 
estrutura da laje em escala reduzida foi 
montada. Para posicionar a armadura foram 
confeccionados espaçadores de arame para a 
armadura negativa e todas as telas foram 
amarradas com arame para impedir grandes 
movimentações durante o processo de 
concretagem, conforme Figura 3. 
 
 
XXVI CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA 
EM ENGENHARIA – CRICTE 2014 
8 a 10 de outubro de 2014 – Alegrete – RS – Brasil 
 
Figura 3. Fôrma e armadura da laje a ser 
concretada 
 
As lajes foram concretadas com o 
microconcreto no traço escolhido e tiveram 
as fôrmas vibradas e reguadas manualmente, 
para garantir a compacidade do material e o 
nivelamento da superfície. Ao longo dos 7 
dias seguintes, o protótipo foi curado com 
aspersão manual de água, duas vezes ao dia 
e, após 21 dias, os modelos eram 
desformados e avaliados quanto às 
dimensões e características visuais, visíveis 
na Figura 4. 
 
 
Figura 4. Laje maciça construída em escala 
reduzida 
 
Os modelos não apresentaram armaduras 
expostas, tinham superfícies homogêneas e 
dimensões dentro dos valores esperados. O 
microconcreto empregado teve sua 
resistência verificada e estava dentro dos 
parâmetros esperados. As lajes puderam ser 
manuseadas e transportadas sem 
apresentarem deformações significativas e 
demonstraram a rigidez do protótipo, que 
permitirá a construção futura de um aparato 
de ensaio. 
 
4. CONCLUSÃO 
 
O processo de construção de modelos em 
escala reduzida de lajes maciças 
demonstrou-se ser possível com o emprego 
de microconcreto e de arames galvanizados, 
necessitando de adaptações durante as etapas 
construtivas, devido às dimensões dos 
materiais e a maleabilidade do material. 
Em um trabalho futuro, serão moldados 
mais protótipos para aperfeiçoar o processo 
construtivo e serão avaliadas as 
características mecânicas das lajes, 
realizando ensaios de flexão sobre bordos 
apoiados, com carregamentos distribuídos. 
 
5. REFERÊNCIAS 
 
DUTRA, C. Análise teórica e experimental 
de lajes cogumelos nervuradas em escala 
reduzida. Dissertação (Programa de pós-
graduação em Engenharia Civil), 
Universidade Federal de Santa Maria, Santa 
Maria - RS, 2005. 
 
KLEIN, D. L. Microconcreto – Método de 
Dosagem. Caderno de Engenharia – 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia 
Civil da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul. Porto Alegre, CE-03, 76p., 
1985. 
 
SELISTRE, S. L. C. Análise teórico-
experimental de uma laje nervurada de 
microconcreto armado submetida a um 
carregamento uniformemente variado. 
Dissertação (Programa de pós-graduação em 
Engenharia Civil), Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 2000.

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