Prévia do material em texto
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 9 Weber Céo Cavalcante DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS INTRODUÇÃO A deformidade dentofacial impõe, sobre seus portadores, várias limitações ou prejuízos basicamente de ordem funcional e estética, mas com repercussões psicológicas e emocionais muito importantes. O tratamento das deformidades dentofaciais é composto de um grande leque de possi- bilidades terapêuticas. Várias propostas ortodônticas ou cirúrgicas podem compor o plano de tratamento de um único caso. A escolha da melhor abordagem vai depender de uma criteriosa avaliação clínica, pois, muitas vezes, há mais de uma opção para se obter a mesma oclusão final. Entretanto, o ganho estético, a morbidade e a estabilidade podem variar e terão que ser analisados caso a caso. A avaliação clínica dos pacientes com deformidades dentofaciais deverá sempre ser feita de maneira sistemática, para que se aumentem os recursos para uma boa tomada de decisões, para se minimizar as possibilidades de erros e para se aperfeiçoar os ganhos, com a atenção voltada para cada quesito clínico que apresente problemas. Cada um dos tópicos descritos a seguir deverá ser documentado em fichas clínicas apropriadas. Existem vários modelos de fichas clínicas para cirurgia ortognática, e pode-se lançar mão de alguma já existente à qual se adapte ou elaborar uma própria, seguindo todos os princípios que serão aqui apresentados. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:509 10 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Vista em perfil Vista frontal Caso clínico 3 Caso clínico 2 Todos os profissionais de saúde, de qualquer especialidade, sabem que o estabelecimento de um correto diagnóstico é a base para o plano de tratamento. A rotina da revisão siste- mática dos pacientes portadores de deformidades dentofaciais vai, portanto, conter o que segue: avaliação da história médica e avaliação clínica odontológica com ênfase na avaliação da oclusão, das articulações temporomandibulares, da estética facial, do padrão respiratório; além de análise de radiografias específicas e de documentação, tais como fotos e modelos de gesso. OBJETIVOS Após a leitura deste capítulo, espera-se que o leitor possa: reconhecer os aspectos clínicos relevantes na abordagem dos pacientes portadores de deformidades dentoesqueléticas; realizar avaliação clínica odontológica e da história médica de pacientes com deformi- dades dentofaciais, para um correto diagnóstico e adequado plano de tratamento. ESQUEMA CONCEITUAL História médica Avaliação clínica odontológica Exame das articulações temporomandibulares Avaliação da condição respiratória Avaliação radiográfica e cefalométrica Avaliação dos aspectos psicossociais Avaliação da estética facial Caso clínico 1 Radiografias periapicais Radiografia oclusal Radiografia panorâmica Radiografia cefalométrica em PA Radiografia cefalométrica em perfil Avaliação de habilidades para enfrentar situações difíceis Apoio social Considerações finais Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5010 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 11 HISTÓRIA MÉDICA Na primeira consulta dos pacientes candidatos à cirurgia ortognática, deve-se colher sua história médica com base num questionário detalhado, que irá conter: identificação completa, o que inclui até o nome da pessoa ou do profissional que o tenha indicado; queixa principal, que é o relato a respeito do principal incômodo do paciente e das motivações que o fizeram procurar um cirurgião; história da doença atual, que é a história da queixa principal, ou seja, há quanto tempo sente ou percebe sua queixa, mudanças e alterações que ocorreram desde o início, repercussões em outras áreas. Se houver dor, o paciente deverá localizá-la e descrever suas características, sua intensidade, o que a exacerba ou atenua; história médica pregressa, que irá ser subdividida em história patológica pregressa (alergias, hospitalizações e cirurgias, medicamentos em uso, doenças importantes) e revisão dos sistemas, que poderá ser feito de forma dirigida, por um questionário objetivo; história social, que irá atentar para a profissão do paciente, ocupação atual e ocupa- ções passadas, história de fumo, álcool, drogas narcóticas e prática de atividade física, por exemplo; história familiar, que vai investigar se os pais do paciente são vivos e saudáveis e identificar doenças existentes e causas de óbitos. No exame físico, deve-se anotar principalmente os sinais vitais, deixar todo o detalhamento de oclusão estética facial, análise da articulação temporomandibular (ATM), exames complementares e até o diagnóstico e plano de tratamento para o preenchimento em campos específicos da avaliação clínica odontológica. AVALIAÇÃO CLÍNICA ODONTOLÓGICA A avaliação odontológica normalmente começa pela avaliação da estética facial, mas este tema será abordado em seguida, com maior detalhamento. A história odontológica dos pacientes é muito importante: pelos relatos de tratamentos prévios já podemos suspeitar de necessidades clínicas ainda existentes. A competência dos pacientes quanto à higiene bucal deve ser observada, e a avaliação dos dentes e do periodonto deve ser feita de maneira criteriosa e com a ajuda de radiografias periapicais. Toda necessidade de dentisteria e de tratamento periodontal (Figura 1) deve ser iniciada e concluída – para que o tratamento ortodôntico ocorra sem interrupções e, principalmente, para que decisões quanto a extrações possam levar em conta um prognóstico realista da saúde bucal e de cada dente. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5011 12 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Atualmente, a implantodontia tem colaborado de maneira decisiva para os tratamentos ortocirúrgicos, seja simplesmente reabilitando áreas edêntulas ou, muitas vezes, servindo como ancoragem esquelética para a execução da ortodontia (caso1). Obviamente, o procedi- mento requer um planejamento extremamente judicioso, principalmente quando são necessários implantes antes da conclusão da ortodontia. Como todos sabem, caso os im- plantes não sejam instalados numa posição ótima, não haverá forma de serem movimenta- dos uma vez que estejam integrados ao osso. O caso 1 (Figuras 2–13) demonstra o auxílio que os implantes osseointegráveis podem proporcionar aos tratamentos ortocirúrgicos de pacientes com deformidade dentoesquelética e com muitas perdas dentais, não só através da reabilitação dental, como também proporcionando ancoragem ortodôntica. Figura 1 – Observar necessidade periodontal do 41 e protética. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 2 – Vista frontal da oclusão pré-tratamento. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 3 – Vista direita da oclusão pré-tratamento. Fonte: Arquivo de imagens do autor. CASO CLÍNICO 1 – Ortodontista: Dr. Mickelson Costa Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5012 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 13 Figura 4 – Vista esquerda da oclusão pré- tratamento. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 5 – Radiografia após a instalação dos implantes. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 6 – Vista oclusal após a reabertura dos implantes. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 7 – Vista oclusal após o início da mecânica ortodôntica apoiada nas coroas sobre implantes. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 8 – Vista frontal da oclusão preparada para cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 9 – Vista direita da oclusão preparada para cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5013 14 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Neste momento, se começa a analisare a classificar do ponto de vista dentário a oclusão existente, do tipo classe I, II, III. Com o auxílio dos modelos de gesso devidamente recortados, isso se torna ainda mais prático. Serão avaliados com facilidade não só problemas intra-arcos como problemas interarcos, não só a relação anteroposterior, mas também deve-se atentar para problemas transversos, apinhamentos, giroversões, diastemas, curvas de SPEE acentuadas ou reversas, trespasse horizontal e vertical, formato dos arcos e verificação da relação mesiodistal entre a bateria anterossuperior e anteroinferior ou da discrepância de Bolton. Essa análise é muito importan- te e deve ser feita no início do tratamento para que possa ser obtida boa relação entre caninos e incisivos superiores e inferiores ao final do tratamento1,2 (Figuras 14–17A–B). Figura 10 – Vista esquerda da oclusão preparada para cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 11 – Vista frontal da oclusão após cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 12 – Vista direita da oclusão após cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 13 – Vista esquerda da oclusão após cirurgia. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5014 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 15 Figura 14 – Modelos de gesso em oclusão, vis- ta frontal. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 15 – Modelos de gesso em oclusão, vista direita, evidenciando relação de classe II de molar e de canino. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 16 – Modelos de gesso em oclusão, vis- ta esquerda. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 17 – A e B) Modelo de gesso vista oclusal superior e inferior, verificando-se a existência de problemas transversos. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5015 16 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS A manipulação dos modelos, numa tentativa de levá-los para uma relação de classe I de caninos e molares com linhas médias coincidentes, é chamada de cirurgia de viabilidade. A cirurgia de viabilidade é muito útil, mesmo em um momento inicial do tratamento, para a visualização das necessidades em termos de movimentação ortodôntica. Em pacientes que apresentem problemas esqueléticos associados, o simples abrir e fechar da boca, muito utili- zado pelos ortodontistas em pacientes não cirúrgicos, não apresenta grande utilidade nesses casos3 (Figura 18A–D). A B Figura 18 – A - D) Modelos de gesso do mesmo pacien- te, executando-se a cirurgia de viabilidade antes e após o preparo ortodôntico. Fonte: Arquivo de imagens do autor. C D Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5116 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 17 1. Na primeira consulta dos pacientes candidatos à cirurgia ortognática, devemos colher sua história médica com base num questionário detalhado. O que deve conter nesse documento? 2. O que se avalia no exame físico de pacientes candidatos à cirurgia ortognática? 3. Assinale a alternativa INCORRETA sobre a avaliação clínica odontológica: A) A avaliação odontológica normalmente começa pela avaliação da estética facial. B) A história odontológica dos pacientes é irrelevante, pois pelos relatos de tratamen- tos prévios não podemos perceber necessidades clínicas ainda existentes. C) A competência dos pacientes quanto à higiene bucal deve ser observada, e a avalia- ção dos dentes e do periodonto deve ser feita de maneira criteriosa e com a ajuda de radiografias periapicais. D) Toda necessidade de dentisteria e de tratamento periodontal deve ser iniciada e concluída para que o tratamento ortodôntico ocorra sem interrupções. Resposta no final do capítulo 4. De que forma a implantodontia tem colaborado de maneira decisiva para os tratamentos ortocirúrgicos? Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5117 18 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 5. Que auxílio os implantes osseointegráveis podem proporcionar aos tratamentos ortocirúrgicos de pacientes com deformidade dentoesquelética? 6. Como se chama a avaliação da relação mesiodistal entre os dentes anterossuperiores e anteroinferiores? A) Avaliação da discrepância de Tweed. B) Avaliação da discrepância de Bolton. C) Avaliação da discrepância de Steiner. D) Avaliação da discrepância de Mcnamara. Resposta no final do capítulo 7. O que é a cirurgia de viabilidade? EXAME DAS ARTICULAÇÕES TEMPOROMANDIBULARES O exame das articulações temporomandibulares é parte essencial da investigação em pacientes portadores de deformidades dentofaciais e não deve ser negligenciado de maneira alguma, sob risco de comprometimento estético e funcional pós- operatório. De maneira resumida, o que deve ser observado no exame das articulações temporomandibulares são os movimentos mandibulares, a história de sinais e de sinto- mas associados e a morfologia condilar. Esta última pode ser avaliada com radiografias, a princípio, e com tomografia computadorizada em alguns casos. Na presença de sinais de desordem da articulação, deve-se lançar mão de exames apropriados, como ressonância magnética e, muitas vezes, envolver outras especialidades, como prótese dentária, fisiotera- pia, fonoaudiologia e psicologia (Figura 19). Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5118 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 19 Uma observação importante é a de que, sob a luz do conhecimento científico atual, a cirurgia ortognática bem executada não piora sintomas articulares. Porém, a melhoria ou a cura dos sintomas exclusivamente pelo tratamento do posicionamento maxilomandibular não podem ser prometidas aos pacientes, pois não acontecem na totalidade dos casos.3-5 AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO RESPIRATÓRIA O tratamento maxilofacial pode ajudar pacientes portadores de deformidades dentofaciais a respirar melhor. Muitos pacientes portadores ou candidatos fortes a se tornarem portadores de apneia obstrutiva do sono6 passam por consultórios odontológicos e, muitas vezes, não são investi- gados quanto a esses problemas. Algumas perguntas devem ser realizadas com o intuito desse tipo de investigação, tais como: você sente sono ou fadiga durante o dia? você ronca durante a noite? você acorda muitas vezes à noite? você tem pressão sanguínea alta e batimentos irregulares do coração? Figura 19 – Palpação bidigital das articulações temporomandibulares. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5119 20 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA E CEFALOMÉTRICA Os exames radiográficos são muito úteis para o diagnóstico, o planejamento e o controle em cirurgia ortognática. RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS As radiografias periapicais (Figura 20A–N) vão servir para avaliação da situação periodontal de cada dente e para posterior controle de reabsorções dentárias que podem ocorrer com o tratamento ortodôntico. D E F A B C G H I J Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5120 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 21 RADIOGRAFIA OCLUSAL A radiografia oclusal (Figura 21) é bastante interessante nas expansões de maxila, princi- palmente no pós-operatório, para se checar a efetividade da osteotomia e também para se avaliar um bom remanescente ósseo interradicular entre os incisivos centrais, o que é crítico para a situação periodontal desses dentes. RADIOGRAFIA PANORÂMICA A radiografia panorâmica (Figura 22 A–C) é adequada para a avaliação das bases ósseas dentárias, da presença de dentes inclusos ou de outras patologias, para a avaliação das dimensões e da morfologia dos côndilos, das glenoides e dos ramos mandibulares e, no pós- operatório, para a verificação do posicionamento condilare da qualidade das fixações de osteossíntese. Figura 20 – A - N) Avaliação clínica e do- cumentação com radiografias periapicais. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 21 – Avaliação da expansão ortocirúrgica através da radiografia oclusal. Fonte: Arquivo de imagens do autor. K L M N Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5121 22 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS A Figura 22 – A) Observar hiperplasia de côndilo e ramo mandibular à direita. B) Planigrafia solicitada para melhor visibilidade dos côndilos no caso de hiperplasia condilar. C) Cintilografia óssea do caso anterior, que demonstra não haver crescimento condilar no momento. Fonte: Arquivo de imagens do autor. B C Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5122 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 23 RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA EM PA A radiografia cefalométrica em PA (Figura 23) tem pouca utilidade, sendo útil especial- mente nos casos de assimetria severa no que diz respeito a quantificações, mas o planeja- mento sobre essas radiografias não é simples e nem muito fidedigno. RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA EM PERFIL A radiografia cefalométrica em perfil (Figura 24) tem grande destaque na lista de exames pré e pós-operatórios. Sobre ela, são feitas análises cefalométricas que apresentam utilidade no tratamento das deformidades dentoesqueléticas. Nela observa-se, além dos tecidos du- ros, o perfil dos tecidos moles. Figura 23 – Radiografia cefalométrica em PA que demonstra crescimento assimétrico. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 24 – Radiografia cefalométrica em perfil, mostrando esqueleto facial e tecidos moles em perfil em um paciente classe II. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5123 24 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS A radiografia cefalométrica em perfil vai possibilitar a avaliação do crescimento facial (Figura 25), a realização do traçado predictivo7,8 (Figura 26A–B) e ainda a quantificação das movimentações dentoesqueléticas. As radiografias cefalométricas devem ser realizadas com a cabeça em sua posição natural, ou seja, com os pacientes orientados a olhar para o reflexo de seus olhos em um espelho a 200cm de distância,6 com os dentes em oclusão cêntrica e os lábios em repouso. Há casos em que as radiografias cefalométricas não devem ser feitas apenas em oclusão cêntrica: quando há significativa diferença entre oclusão cêntrica (> 1mm) e relação cêntrica; nesses casos, devem ser feitas radiografias nas duas posições; em pacientes com deficiência vertical de maxila, que devem ser radiografados com a boca levemente entreaberta para se avaliar a relação dos incisivos superiores com o lábio superior; em pacientes com classe III muito acentuada, pois, quando estes fecham muito a boca, comprometem a avaliação da relação entre os lábios e os dentes; são casos nos quais convém também a realização de outra radiografia, em que os lábios se toquem levemente apenas.9 Figura 25 – Avaliação do crescimen- to facial. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 26 – A e B) Traçado original e traçado predictivo. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5124 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 25 Não há concordância quanto ao fato de as análises cefalométricas terem grande utilidade na hora da tomada de decisão sobre qual ou quais maxilares operar. Acredita- se que essa seja uma decisão que deve ser tomada com base em parâmetros clínicos e, também, que, muitas vezes, deva ser tomada com a participação dos pacientes, após terem sido devidamente esclarecidos de toda a sua “lista de problemas”.1,3,4,9-11 Apesar do que foi afirmado anteriormente, acredita-se que o estudo de algumas análises pode ser muito interessante, e existe literatura ortodôntica farta sobre o tema. Porém, não serão abordadas aqui as várias análises cefalométricas e suas interpretações. Dentre as infor- mações importantes para as quais se deve atentar nas avaliações cefalométricas, desta- cam-se:11-16 posição anteroposterior da maxila e da mandíbula; relação anteroposterior entre a maxila e mandíbula; plano oclusal que nos dá uma referência muito importante para o planejamento, em especial de deformidades maxilomandibulares; posição dos incisivos superiores e inferiores; posição anteroposterior do mento em relação aos incisivos inferiores e à linha NB; altura do mento; avaliação vertical da face e das proporções dos terços superior, médio e inferior, da espessura do lábio e do ângulo nasolabial. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5125 26 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 8. Leia as afirmações sobre o exame das articulações temporomandibulares e escolha a alternativa correta: I – O exame das articulações temporomandibulares é parte essencial da investigação em pacientes portadores de deformidades dentofaciais e não deve ser negligenci- ado de maneira alguma, sob risco de comprometimento estético e funcional pós- operatório. II – De maneira resumida, o que deve ser observado no exame das articulações temporomandibulares são os movimentos mandibulares, a história de sinais e de sintomas associados e a morfologia condilar. III – Na presença de sinais de desordem da articulação, deve-se lançar mão de exames apropriados, como a ressonância magnética ,e, muitas vezes, envolver outras especialidades, como prótese dentária, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa II está correta. C) Apenas a afirmativa III está correta. D) Todas as afirmativas estão corretas. Resposta no final do capítulo 9. De que forma o tratamento maxilofacial pode ajudar pacientes portadores de deformi- dades dentofaciais a respirar melhor? Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5126 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 27 10. Em relação à avaliação radiográfica e cefalométrica assinale verdadeiro (V) ou falso (F). A) ( ) As radiografias periapicais vão servir para avaliação da situação periodontal de cada dente e para posterior controle de reabsorções dentárias que podem ocor- rer com o tratamento ortodôntico. B) ( ) A radiografia oclusal é bastante interessante nas expansões de maxila, princi- palmente no pré-operatório, para se checar a efetividade da osteotomia e tam- bém para se avaliar um bom remanescente ósseo interradicular entre os incisi- vos centrais, o que é crítico para a situação periodontal desses dentes. C) ( ) A radiografia cefalométrica em PA tem pouca utilidade, sendo útil especial- mente nos casos de assimetria severa no que diz respeito a quantificações, mas o planejamento sobre essas radiografias não é simples e nem muito fidedigno. D) ( ) A radiografia cefalométrica em perfil tem grande destaque na lista de exames pré e pós-operatórios. Sobre ela, são feitas análises cefalométricas que apre- sentam alguma utilidade no tratamento das deformidades dentoesqueléticas. Nela observa-se, além dos tecidos duros, o perfil dos tecidos moles. Resposta no final do capítulo 11. Em qual dessas situações a radiografia panorâmica NÃO é útil? A) Avaliação da morfologia condilar. B) Comparação do posicionamento condilar pré e pós-operatório. C) Realização de traçado predictivo. D) Verificação da qualidade da fixação interna no pós-operatório. Resposta no final do capitulo 12. Como devem ser realizadas as radiografias cefalométricas? 13. Quais os casos em que as radiografias cefalométricas NÃO devem ser realizadas apenas em olclusão cêntrica? Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5127 28 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICASAVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS A principal motivação pela busca do tratamento das deformidades dentofaciais é a estética,3,4,9,17,18 ou seja, os pacientes procuram tratamento por causa de sua aparência. Existe uma concepção na atualidade de que, à primeira vista, as pessoas são julgadas por sua aparência. Isso em cenário mundial de competitividade pode ser uma grande desvantagem do ponto de vista profissional e de relacionamento com o sexo oposto, além de ser fonte de muitos problemas psicológicos para pacientes com deformidades. Um estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte4 demonstrou que, numa popula- ção com deformidade dentoesquelética, o percentual de pacientes com angústia psicoló- gica e/ou problemas psiquiátricos está bem acima do normal. Isso significa que os profis- sionais envolvidos no tratamento de um grupo de pacientes com deformidades dentofaciais devem estar atentos para identificar tal tipo de problema e, muitas vezes, devem encaminhar os pacientes para avaliação por especialistas da saúde mental. Basicamente, as áreas que devem ser pesquisadas são as expectativas dos pacientes, ou seja, deve-se procurar saber se são realistas e se a cirurgia será capaz de atendê-los. Pacientes que desejam ficar muito bonitos ou ser bem-sucedidos em namoros, ou conseguir melhor posi- ção no trabalho, podem se sentir muito frustrados caso seus desejos não aconteçam. Por outro lado, pacientes com expectativas moderadas e realistas terão maior chance de se satisfazerem. Outra habilidade necessária aos profissionais envolvidos no tratamento de pacientes com deformidades dentofaciais é a de perceber se o que é dito pelo paciente de fato representa suas principais expectativas. O fato de o preparo ortodôntico levar muitos meses nos auxilia a rever os pacientes e a explorar cada vez mais e melhor essas questões. AVALIAÇÃO DE HABILIDADES PARA ENFRENTAR SITUAÇÕES DIFÍCEIS A descompensação (Figura 27A–D) ortodôntica preparatória para a cirurgia pode ser algo extremamente desagradável com a piora da aparência. A própria cirurgia certamente será uma experiência estressante. As repercussões pós-operatórias, como o afastamento do trabalho por um tempo que não é longo, porém muitas vezes não pode ser precisado com muita exatidão, a modificação da dieta e a eventual possibilidade de ficar com a boca fecha- da por dias são situações difíceis. Os pacientes devem ser incentivados a imaginar como vão ter que administrar as situações pós-operatórias. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5128 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 29 APOIO SOCIAL É muito importante saber se os candidatos a cirurgia ortognática têm e terão apoio de parentes e/ou amigos próximos. Esses devem ser estimulados a participar de algumas consultas, pois também precisam ser esclarecidos quanto aos aspectos técnicos importantes do tratamento e devem se conscientizar do seu importante papel em todas as fases. A per- cepção dos pacientes de que tudo vai bem e sua satisfação final são muito influenciadas pela atitude das pessoas que os apóiam. O efeito da deformidade sobre a vida de seus portadores deve ser questionado. Alguns pacientes escondem sob sua deformidade outros problemas que, na verdade, são os verdadei- ros responsáveis por desajustes sociais e inquietações. Isso se identifica mais facilmente quando estamos diante de uma pequena deformidade e uma grande inquietação com sua presença. Figura 27 – A) a D) Os pacientes devem ser preparados psicologicamente para a piora da oclusão e da aparência com a descompensação ortodôntica. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B C D Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5129 30 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS AVALIAÇÃO DA ESTÉTICA FACIAL A avaliação clínica dos pacientes é a etapa absolutamente mais importante da fase de planejamento. Atualmente, entende-se ter deixado a fase dos paradigmas de Angle para iniciar-se uma fase pautada no que foi chamado de paradigma dos tecidos moles,4,18,19 que, em linhas gerais, dá ênfase diagnóstica com base no exame clínico dos tecidos moles e não em moldagens, cefalometria e posicionamento dentário estritamente. A abordagem do tratamento não visa a obter relações dentárias e esqueléticas ideais para os tecidos moles ficarem bem, e sim, a partir da percepção do que é ideal para os tecidos moles, colocar dentes e maxilares em posição que permita atingir esse objetivo.4 É através da avaliação da estética facial ou dos tecidos moles dos portadores de defor- midade dentofacial que iremos obter o entendimento que poderá responder qual tipo de ortodontia e qual cirurgia é necessária. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados: que o paciente esteja devidamente posicionado, em pé e, preferencialmente, utilizan- do o conceito de posição natural da cabeça; que os côndilos estejam devidamente posicionados dentro das cavidades glenoides; que os lábios estejam relaxados. As duas vistas principais são as vistas frontal e em perfil e, em cada uma delas, uma série de itens devem ser avaliados. 14. Avaliação das expectativas, da habilidade em enfrentar situações difíceis e do apoio social fazem parte de qual item da avaliação dos pacientes portadores de deformidade dentoesquelética? A) História médica pregressa. B) Revisão dos sistemas. C) Exame físico. D) Avaliação psicológica. Resposta no final do capítulo Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5130 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 31 15. Com base em sua experiência, qual a principal motivação para a busca do tratamento das deformidades dentofaciais? 16. Como devem ser compreendidas as repercussões pós-operatórias das deformidades dentofaciais? 17. Leia as afirmações sobre a avaliação da estética facial. I – A avaliação clínica dos pacientes é a etapa absolutamente mais importante da fase de planejamento. II – Atualmente deixou-se a fase dos paradigmas de Angle para iniciarmos uma fase pautada no que foi chamado de paradigma dos tecidos moles, em que, em linhas gerais, dá-se ênfase ao diagnóstico com base no exame clínico dos tecidos moles e não em moldagens, cefalometria e posicionamento dentário estritamente. III – A abordagem do tratamento visa a obter relações dentárias e esqueléticas ideais para os tecidos moles ficarem bem e, a partir da percepção do que é ideal para os tecidos moles, colocar dentes e maxilares em posição que permita atingir esse objetivo. Qual(is) está(ao) INCORRETA(s)? A) Apenas a afirmação I está incorreta. B) Apenas a afirmação II está incorreta. C) Apenas a afirmação III está incorreta. D) Todas estão incorretas. Resposta no final do capítulo Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5131 32 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 18. É através da avaliação da estética facial ou dos tecidos moles dos portadores de deformi- dade dentofacial que iremos obter o entendimento que poderá responder qual tipo de ortodontia e qual cirurgia é necessária. Para isso, alguns cuidados devem ser tomados. Quais são eles? VISTA FRONTAL Será dada ênfase nos terços médio e inferior da face, pois as deformidades do terço superior não são frequentes, a não ser em casos sindrômicos, o que não será abordado neste capítulo. A forma geral da face é observada a princípio e, em seguida, é descrita. Os pacientes podem ter a face longa ou curta, arredondada, quadrada ou triangular, estreita ou larga, por exemplo, o que pode ser determinado pela proporcionalidade entre os terços faciais supe- rior médio e inferior (Figura 28A–C). Figura 28 – A - C) Avaliação da forma geral da face e da proporcionalidade entre os terços faciais. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B C Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5132 PRO-ODONTO| CIRURGIA | SESCAD 33 As questões ligadas à simetria são de extrema importância e, nesse momento, será observa- da a coincidência ou não entre a linha média facial e do mento com as linhas médias dentárias. No que diz respeito à simetria, devemos avaliar também o sorriso9,19 (o filtro labial superior é principal parâmetro para a avaliação) (Figura 29). As inclinações são facilmente visualizadas. Na vista frontal, serão observados o posicionamento das regiões malar e orbital, além da posição das orelhas. Observa-se, ainda, a inclinação do plano oclusal por meio, principalmente, do posicionamento dos dentes da bateria labial, ou seja, de canino a canino. A avaliação do contorno mandibular também pode revelar que um lado está mais baixo ou mais alto do que o outro lado (Figura 30A–B). Figura 29 – Avaliação da simetria. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5133 34 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS O excesso de exposição da esclerótica, a parte branca dos olhos abaixo da íris, é um fator que pode sugerir deficiência do terço médio facial. O padrão de normalidade se dá com a pálpebra inferior tangenciando a íris, e quem dá suporte para a pálpebra inferior é o rebordo infraorbital. Se este se encontra retroposicionado, como nas hipoplasias anteroposteriores do terço médio, ocorrerá excesso de exposição da esclerótica.1,3,18 A boa ou a má definição da projeção malar fala também por um terço médio bem ou mal posicionado AP. Além da vista frontal, uma vista alternativa interessante para isso é a ínferos- superior (Figura 31). Figura 30 – A e B) Avaliação das inclinações. O emprego de uma espátula de madeira entre os dentes pode ser útil para revelar inclinações maxilomandibulares. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 31 – A e B) Avaliação da pro- jeção malar. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B A B Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5134 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 35 A região lateronasal e o sulco nasogeniano são fortes indicadores de deformidade maxilar. Quando a primeira se apresenta aplainada, devemos estar diante de deformidade AP de maxila ou mesmo de um excesso vertical. Quando o sulco nasogeniano se apresenta muito marcado, teremos certamente uma aparência mais envelhecida da face, devido a um problema de falta de projeção maxilar16 (Figura 32). O comprimento do lábio superior gira em torno de 19 a 22mm,1,3,4,6,9 e seu tamanho deve ser registrado para melhor julgamento na hora de decidir sobre movimentações cirúrgicas verticais. Devemos nos lembrar também que, com o envelhecimento, o comprimento do lábio aumentará (Figura 33). Figura 32 – A falta de projeção maxilar influencia diretamente a região lateronasal e o sulco nasogeniano. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Figura 33 – Registro do comprimento do lábio superior. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5135 36 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS A projeção dos lábios superior e inferior apresenta-se diretamente afetada pelo posicionamento ou pelas inclinações de seu suporte, que é a porção dentoalveolar. Qualquer necessidade de modificar essa projeção vai ter que levar em conta as possibilidades ortodônticas ou cirúrgicas para correção alveolar.1,6 O espaço interlabial e a exposição de incisivos devem variar de 0 a 3mm, podendo chegar até a 5mm para mulheres.3,6 A exposição de incisivos é fator primordial para a tomada de decisões quanto às modificações verticais da face. É com base nela que decidiremos quanto repor superior ou inferiormente a maxila (Figura 34A–C). Figura 34 – A - C) Registro da exposição de incisivos; observar como a exposição negativa ou o excesso de exposição são atributos inestéticos. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B C Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5136 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 37 A avaliação do sorriso não é muito simples. Os parâmetros objetivos são poucos, porém deve ser feita, pois o sorriso é um dos aspectos mais marcantes da interação social dos indivíduos. O sorriso com exposição exagerada da gengiva é desagradável, do mesmo modo que o sorriso que não expõe os dentes. O lábio superior, com o passar do tempo, sofre ptose e, já que essa é uma característica de envelhecimento, uma boa exposição de incisivos ao sorrir é uma característica rejuvenecedora.6,19 A base alar pode sofrer alargamento nas movimentações maxilares e isso pode ser extrema- mente negativo em indivíduos que não possuam a base alar estreita. Existem várias formas de realizar um procedimento chamado plicatura da base alar, a fim de minimizar tal efeito. O que nós preferimos é a preensão das bases das cartilagens alares por dentro do acesso para a osteotomia Le Fort I e sua fixação com fio não absorvível na espinha nasal anterior.1 Na avaliação da região mentual, será observada especialmente sua proporcionalidade e sua simetria com o restante da face. Deficiências e excessos verticais e laterognatismos são bem observados nessa visão. 19. O que pode apresentar a avaliação do contorno mandibular? 20. O excesso de exposição de esclerótica pode sugerir: A) prognatismo mandibular. B) laterognatismo mandibular. C) excesso vertical maxilar. D) deficiência de terço médio. Resposta no final do capitulo Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5137 38 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 21. Que regiões são fortes indicadores de deformidade maxilar? Como se chega a essa constatação? 22. A exposição de incisivos superiores normal pode variar até quantos milímetros para mu- lheres? A) Até três milímetros. B) Até quatro milímetros. C) Até cinco milímetros. D) Até seis milímetros. Resposta no final do capitulo 23. Por que a avaliação do sorriso não é muito simples? 24. O procedimento que visa a impedir o alargamento da base alar nas movimentações maxilares se chama: A) “Down Fracture”. B) cantopexia da base alar. C) plicatura da base alar. D) queiloplastia. Resposta no final do capitulo 25. O que se observa na avaliação da região mentual? Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5138 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 39 VISTA EM PERFIL Um recurso muito útil, em especial na vista em perfil, é a avaliação isolada dos terços médio e inferior, ou seja, cobre-se um ou outro para a melhor interpretação e o melhor julgamento de onde está o problema (Figura 35A–C). De cima para baixo, na face, avaliam-se os itens a seguir. A projeção do globo ocular vai estar aumentada quando o rebordo infraorbital for deficiente no sentido anteroposterior, e isso normalmente ocorre nos casos de classe III esquelética por deficiência maxilar. A correção de problemas na altura do rebordo infraorbital vai requerer, na maioria das vezes, utilização de implantes e não de osteotomias, devido à maior complexidade de execução das últimas. O nariz é avaliado nesse momento. A projeção do dorso e a ponta nasal podem sofrer interferência da cirurgia ortognática realizada em maxila. Normalmente é uma interferência benéfica, pois o arrebitamento da ponta do nariz, situação muito comum nos avanços maxi- lares, rejuvenesce a aparência dos pacientes. Por outro lado, se esse arrebitamento for exces- sivo, poderá trazer um efeito não estético. Figura 35 – A - C) Nesse paciente, a avaliação dos terços faciais de maneira isolada ajuda a ver que seu maior problema reside no terço médio da face. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B C Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5139 40 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Os contornos da região malar, da região geniana eda região paranasal são bem obser- vados numa vista em perfil. Eles vão apresentar um contorno convexo agradável nos pacien- tes sem deformidades dentoesqueléticas em nível de terço médio. Porém, em pacientes com terço médio hipoplásico, encontraremos essa região aplainada ou mesmo côncava. A hipoplasia de terço médio repercute sobre o nariz de maneira virtual, o que causa uma impressão de nariz grande. Os avanços maxilares contribuem para uma impressão de nariz menor. O ângulo nasolabial é um dos quesitos de destaque na avaliação clínica em cirurgia ortognática. A normalidade do mesmo, está entre 90° e 105°, um ângulo nasolabial muito aberto (>105°) ou muito fechado (<90°) pode estar presente nas retrusões ou protrusões alveolares, respectivamente, e tanto a ortodontia prévia quanto a cirurgia poderão corrigi-lo a contento9-11 (Figura 36A–B). A projeção dos lábios e a relação entre os lábios superior e inferior também se tornam bem evidentes na vista em perfil e devem ser avaliadas com os lábios relaxados. A projeção acentuada ou deficiente dos lábios é reflexo do seu suporte alveolar. Tanto em pacientes do tipo classe III ou classe II ou em pacientes com deformidades verticais de excesso ou deficiên- cia, teremos um mau relacionamento entre o lábio superior e o inferior. Qualquer correção necessária deverá ser pensada na fase do planejamento (Figura 37A–B). Figura 36 – A e B) As protrusões e retrusões alveolares irão repercutir de maneira antiestética sobre o ângulo nasolabial. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5140 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 41 O contorno da região mentual com o lábio, a projeção e a altura do mento dizem muitas coisas sobre a natureza da deformidade e as necessidades cirúrgicas dos pacientes. O contorno do mento com o lábio inferior deve lembrar um “S” suave.9 O sulco mentolabial muito agudo é típico em pacientes do tipo classe II quando há toque do incisivo superior sobre o lábio inferior. Já um sulco mentolabial raso é visto com frequência em pacientes classe III ou em pacientes classe II com excesso vertical. A projeção e a altura do mento devem estar em harmonia com o lábio inferior, com o lábio superior, com o nariz e com a região frontal3 (ver Figura 37). A região submentual é um aspecto clínico importante de ser considerado sempre que estivermos diante de deformidades mandibulares, pois o recuo mandibular traz benefício para a região submentual longa e o avanço mandibular e também o avanço do mento trazem benefício para a região submentual curta. Do mesmo modo, podemos piorar essa região com os movimentos inversos. Uma atenção especial deve residir sobre os pacientes portadores de adiposidade localizada em região submentual. Caso os mesmos necessitem de recuo mandibular, deve ser considerada a lipectomia ou lipossucção submentual1,9,18 (Figura 38). Figura 37 – A e B) Relação entre lábios superior e inferior típica em pacientes classe III e classe II. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A B Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5141 42 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Após uma criteriosa avaliação clínica ter sido executada, convém realizar-se a chamada lista de problemas de maneira hierarquizada: primeiro os problemas mais importantes e por último os menos importantes. O paciente deve estar de acordo com essa lista. Às vezes é necessário esclarecer ao paciente a respeito de problemas não percebidos por ele como leigo, como na situação muito comum dos pacientes com aparência de prognatismo mandibular que se queixam do tamanho de suas mandíbulas, mas nunca haviam percebido que o proble- ma é em decorrência de uma hipoplasia maxilar e não de um prognatismo verdadeiro. Uma forma prática de definir as movimentações cirúrgicas é ir respondendo quais movimenta- ções tratam os principais problemas: a resolução de uma aparência de micrognatia com pogonio recessivo e a eversão do lábio inferior pelo contato do mesmo com os incisivos superiores se resolvem com uma única movimentação, ou seja, avanço da mandíbula, enquanto uma aparência prognata por excesso mandibular e a exposição exagerada de incisivos superiores num mesmo paciente vão requerer recuo mandibular e reposição superior de maxila. A lista de problemas (casos 2 e 3), assim como a queixa principal dos pacientes e ainda as possíveis soluções, riscos da cirurgia e programa de tratamento, incluindo os valores do mesmo, devem constar no consentimento informado. O documento tem valor legal questionável, mas certamente ajuda pacientes e profissionais a perceberem que estão sendo compreendidos nos seus anseios e nas suas propostas terapêuticas, respectivamente, pois uma comunicação adequada pode evitar muitos problemas pós-operatórios. As fotografias fazem parte do exame dos pacientes portadores de deformidades dentofaciais e vão ser muito úteis, não só como registro da situação prévia à intervenção ortocirurgica, o que pode ser útil por questões legais, mas também para avaliação dos resultados. Tal registro ajuda os profissionais a analisarem seus pacientes em outros momentos do tratamento e não apenas quando eles estiverem presentes. Devem ser realizadas fotos oclusais superiores e inferiores e da oclusão direita, esquerda, frontal e close do sorriso. Dentre as fotos de face, as mais importantes são as da vista frontal, da vista em perfil, da vista em ¾ e da vista do sorriso. Existem outras fotos de vistas chamadas alternativas que também são interessantes para se observarem determinados aspectos faciais. Figura 38 – Avaliação da região submentual. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5142 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 43 No caso 2, uma lista de problemas do paciente é apresentada (Figuras 39A-L). Na situ- ação, se trata de hipoplasia maxilar AP (8mm overjet negativo), laterognatismo inferior e hipomentonismo. CASO CLÍNICO 2 – Ortodontista: Dr. Alexandre Vianna A B C D F Figura 39 – A - F ) Fotos clínicas pré e pós-operatórias. Fonte: Arquivo de imagens do autor. E Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5143 44 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS G H I J K L Figura 39 – G - L ) Fotos intraorais do pré-operatório imediato e do pós-operatório. Fonte: Arquivo de imagens do autor. A movimentação cirúrgica que visou a solucionar tais problemas foi: osteotomia tipo Le Fort I para avanço maxilar de 6mm; osteotomia sagital para recuo de mandíbula de 2mm; correção da linha média mandibular, mentoplastia para avanço de 5mm. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5144 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 45 CASO CLÍNICO 3 – Ortodontista: Dra. Mayra Reis Seixas A paciente apresentava hipoplasia maxilar com aprofundamento do sulco nasolabial, perda de projeção lateronasal, inversão acentuada entre os lábios superior e inferior, aparência prognata e falta de harmonia do sorriso. A movimentação cirúrgica que visou a corrigir tais problemas foi osteotomia tipo Le Fort I para avanço maxilar de 5mm e osteotomia sagital para recuo de mandíbula de 2mm. Sem mentoplastia (Figura 40A–G). D B C E F Figura 40 – A - G) Hipoplasia maxilar com aprofundamento do sulco nasolabial e per- da de projeção lateronasal. Fonte: Arquivo de imagens do autor. G A Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5145 46 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS O preparo ortodôntico eliminou compensações dentárias, recolocando os dentes em suas bases ósseas, criando, dessa forma, trespasse negativo suficiente para movimenta- ção cirúrgica (Figuras 41A–I). D E F G H I A B C Figura 41 – A - I ) Oclusão inicial, oclusão pré-operatóriae oclusão final. Fonte: Arquivo de imagens do autor. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5146 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 47 26. Assinale V ou F em relação ao diagnóstico clínico das deformidades dentoesqueléticas: A) ( ) Um recurso muito útil, em especial na vista em perfil, é a avaliação isolada dos terços médio e inferior, ou seja, cobrimos um ou outro para a melhor interpre- tação e o melhor julgamento de onde está o problema. B) ( ) A projeção do globo ocular vai estar aumentada quando o rebordo infraorbital for deficiente no sentido anteroposterior, e isso normalmente ocorre nos casos de classe III esquelética por deficiência maxilar. C) ( ) A correção de problemas na altura do rebordo infraorbital vai requerer, na maioria das vezes, a utilização de osteotomias e não de implantes, devido à maior complexidade de execução daquelas. D) ( ) O nariz não é avaliado no momento da correção de problemas na altura do rebordo infraorbital. Resposta no final do capítulo 27. De que forma a projeção do dorso e a ponta nasal podem sofrer interferência da cirurgia ortognática realizada em maxila? 28. Assinale a alternativa INCORRETA sobre a vista em perfil. A) Os contornos da região malar, da região geniana e da região paranasal são bem observados numa vista em perfil. B) Os contornos vão apresentar-se sob a forma de um convexo agradável nos pacientes sem deformidades dentoesqueléticas em nível de terço médio. C) Em pacientes com terço médio hipoplásico, encontraremos essa região aplainada ou mesmo côncava. D) A hipoplasia de terço médio repercute sobre o nariz de maneira virtual, causando uma impressão de nariz pequeno. Resposta no final do capítulo Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5147 48 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 29. Que ângulo é um dos quesitos de destaque na avaliação clínica em cirurgia ortognática? 30. Leia as afirmações a seguir sobre a projeção dos lábios: I – A projeção dos lábios e a relação entre o lábio superior e inferior também se tornam bem evidente na vista em perfil e devem ser avaliadas com os lábios tensionados. II – A projeção acentuada ou deficiente dos lábios é reflexo do seu suporte alveolar. III – Tanto em pacientes do tipo classe III ou classe II ou em pacientes com deformida- des verticais de excesso ou deficiência, teremos um mau relacionamento entre o lábio superior e o inferior. Qual(is) está(ão) INCORRETA(s)? A) Apenas a afirmação I está incorreta. B) Apenas a afirmação II está incorreta. C) Apenas a afirmação III está incorreta. D) Todas estão incorretas. Resposta no final do capítulo 31. Sulco mentolabial muito profundo é aspecto clínico mais comum em que tipo de paci- entes? A) Pacientes do tipo classe II. B) Pacientes do tipo classe III. C) Pacientes com mordida aberta anterior. D) Pacientes com síndrome de Brodie. Resposta no final do capítulo 32. Por que a região submentual é um aspecto clínico importante a ser considerado sempre que estivermos diante de deformidades mandibulares? Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5148 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir, podemos dizer que a cirurgia ortognática vem evoluindo cada vez mais no nosso país, cada vez mais ortodontistas a indicam, cada vez mais cirurgiões estão aptos a executá-la, e são os pacientes portadores de deformidades dentofaciais os maiores benefici- ados. O momento mais delicado dos tratamentos está na fase de planejamento, e o aspecto mais importante dela é a avaliação clínica dos pacientes. Reside nessa avaliação a resposta para toda a tomada de decisões e todo o conhecimento que possa ser adquirido. Todo o tempo que possa ser gasto e toda experiência que possa ser acumulada nesta área serão a base sólida para tratamentos bem-sucedidos. RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 3 Resposta: B Comentário: A história odontológica dos pacientes é muito importante, pois pelos relatos de tratamentos prévios já podemos suspeitar de necessidades clínicas ainda existentes. Atividade 6 Resposta: B Comentário: A avaliação da relação mesiodistal entre os dentes anterossuperiores e anteroinferiores chama-se avaliação da discrepância de Bolton e pode nos alertar para a incompatibilidade de relacionamento do arco superior com o arco inferior, o que impede a chave de oclusão dos caninos. Atividade 8 Resposta: D Atividade 10 Resposta: V – F – V – V. Comentário: A radiografia oclusal é bastante interessante nas expansões de maxila, princi- palmente no pós-operatório, para se checar a efetividade da osteotomia e também para se avaliar um bom remanescente ósseo interradicular entre os incisivos centrais, o que é crítico para a situação periodontal desses dentes. Atividade 11 Resposta: C Comentário: A radiografia panorâmica não é útil em traçados predictivos, entre vários moti- vos, porque não podemos reproduzir o efeito das movimentações em tecidos moles. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5149 50 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS Atividade 14 Resposta: D Comentário: Por meio da avaliação psicológica que poderemos perceber dificuldades emoci- onais dos pacientes em se submeter à cirurgia ortognática. Atividade 17 Resposta: C Comentário: A abordagem do tratamento não visa a obter relações dentárias e esqueléticas ideais para os tecidos moles ficarem bem, e sim, a partir da percepção do que é ideal para os tecidos moles, colocar dentes e maxilares em posição que permita atingir esse objetivo. Atividade 20 Resposta: D Comentário: O excesso de exposição da esclerótica, ou da parte branca dos olhos abaixo da íris, normalmente está associado com deficiência do terço médio da face, e isso provavel- mente ocorre pela má relação entre globo ocular e rebordo orbital inferior. Atividade 22 Resposta: C Comentário: A exposição normal de incisivos superiores pode variar até cinco milímetros para mulheres, um ou dois milímetros a mais do que nos homens. Atividade 24 Resposta: C Comentário: A plicatura da base alar nada mais é do que uma sutura da mesma com a intenção de minimizar o efeito de alargamento comum em movimentações maxilares. Atividade 26 Resposta: V – F – F – F. Comentário: B) A projeção do globo ocular vai estar aumentada quando o rebordo infraorbital for deficiente no sentido anteroposterior, e isso normalmente ocorre nos casos de classe III esquelética por deficiência maxilar, C) A correção de problemas na altura do rebordo infraorbital vai requerer, na maioria das vezes, a utilização de implantes e não de osteotomias, devido à maior complexidade de execução das últimas e D) O nariz é avaliado nesse momento. Atividade 28 Resposta: D Comentário: A hipoplasia de terço médio repercute sobre o nariz de maneira virtual, causan- do uma impressão de nariz grande. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5150 PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 51 Atividade 30 Resposta: A Comentário: A projeção dos lábios e a relação entre o lábio superior e inferior também se tornam bem evidentes na vista em perfil e devem ser avaliadas com os lábios relaxados. Atividade 31 Resposta: A Comentário: Sulco mentolabial muito profundo é comum em pacientes classe II, principal- mente pelo toque dos incisivos superiores sobre o lábio inferior, evertendo este último, de maneira especial quando o pogônio desses pacientes é razoavelmente bem posicionado. REFERÊNCIAS 1. Epker BN, Fish LC. Dentofacial deformities: Integrated orthodontic and surgical correction, vol. St Louis: Mosby, 1986. 2. Miloro M, Ghali GE, Larsen PE, Waite PD, Peterson’ principles of oral and maxillofacial surgery, second edition, BC Decker inc 2004 3. Medeiros P J, Medeiros PP, Cirurgiaortognática para o ortodontista, Livraria Santos editora Ltda.2001 4. Proffit WR, White Jr. RP, Sarver DM, Tratamento contemporâneo de deformidades Dentofaciais; Artmed editor 2005. 5. Gidarrakou IK, Tallents R H, Kyrkaines S, Moss M 2003 Comparison of skeletal and dental morphology in asymptomatic volunteers and symptomatic patients with bilateral degenerative joint disease. Angle Orthod 2003;73:71-78 6. Arnett WG, Mclaughlin, RP, Planejamento facial e dentário para ortodontistas e cirurgiões buco-maxilo-faciais; Artes Médicas divisão odontológica, 2004. 7. Fish LC, Epker BN. Surgical-orthodontic cephalometric prediction tracing. J Clin Orthod 1980;14:554-571.Reyneke JP, Essentials of orthognatic surgery; Quintessence publishing co, inc 2003 8. Wolford LM, Hilliard FW, Dugan DJ. Surgical Treatment Objective: A systematic approach to the prediction tracing. St. Louis: Mosby, 1985. 9. Reyneke JP, Essentials of orthognatic surgery; Quintessence publishing co, inc 2003 10. Arnet G W, Bergman R T1993 Facial Keys to orthodontic diagnosis and treatment planning – part I. American Journal of Orthodontics and dentofacial orthopedics 103: 299-312. 11. Arnet G W, Bergman R T1993 Facial Keys to orthodontic diagnosis and treatment planning – part II. American Journal of Orthodontics and dentofacial orthopedics 103: 393-411. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5151 52 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS DEFORMIDADES DENTOESQUELÉTICAS 12. Holdaway RA. A soft tissue cephalometric analysys and its use in orthodontic treatment planning, Part I. Am J Orthod 1983:84:1-28 13. Holdaway RA. A soft tissue cephalometric analysys and its use in orthodontic treatment planning, Part II. Am J Orthod 1984;85: 279-293. 14. Burstone CJ, Marcotte MR. the treatment occlusal plane. In: problem solving in orthodontics: goal-oriented treatment strategies. Chicago (IL): Quintessence publishing Co.; 2000. P. 31-50. 15. Arnet G W, Jelic J S et al 1999 soft tissue cephalometric analysis: diagnosis and treatment planning of dentofacial deformity. American journal of orthodontics and dentofacial orthopedics 116: 239 253. 16. Araujo A. Cirurgia ortognática, Livraria Editora Santos, 1ª edição, 1999. 17. Sarver DM, Ackerman JL. About Face – The re-emerging soft tissue paradigm. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2000; 117:575-6. 18. Bell WH. Modern Practice in Orthognatic and reconstructive Surgery, vol1. Philadelphia: Saunders, 1992. 19. Sarver DM.the smile arc – The importance of incisor position in the dynamic smile. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2001;120:98-111. Proodonto-cirurgia_1_Diagnostico clinico.pmd 28/4/2009, 11:5152