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A28 FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR

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FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR
1. CONCEITO
A Lei Penal define o crime como a falsificação, no todo ou em parte, de documento particular ou a alteração de documento particular verdadeiro.
Da mesma forma, pune-se a falsidade material.
2. OBJETO JURÍDICO E OBJETO MATERIAL
Tutela-se a fé pública, pois, mesmo os documentos particulares que encerram declarações de vontade e a existência de um fato, direito ou obrigação juridicamente relevantes podem servir como meio de prova em juízo.
Objeto material é o documento particular. Considera-se documento particular aquele que é confeccionado sem a intervenção de de oficial ou funcionário público.
Desta forma, não se transmudam em documentos públicos os documentos particulares, registrados no Cartório de Registro de Títulos e documentos ou os instrumentos ou documentos particulares com firma reconhecida.
Atente-se para o fato de que se a falsificação, nestes casos, recair sobre as anotações do oficial público, poderá configurar o crime de falsificação de documento público.
Também não se considera documento público aquele eivado de nulidades por lhe faltar a observância dos requisitos legais. Poderá, porém, valer como documento particular e sua alteração ou falsificação tipificar a conduta no Art. 298 do CP.
Não recebem a qualificação de documento os impressos sem qualquer assinatura, as cópias não autenticadas, bem como o documento particular que não seja apto a produzir qualquer efeito jurídico. 
3. ELEMENTARES DO TIPO 
Falsificação é a formação de um documento particular, criando-o completamente ou parcialmente.
Alteração é a modificação do documento particular verdadeiro, com alteração de frases ou expressões que afetem sua essência.
Cumpre ressaltar que a falsificação ou alteração devem ter potencialidade para enganar o homem mediano.
No caso de serem grosseiras, ou configuram crime impossível, ou estelionato.
4 – SUJEITO ATIVO
É crime comum que pode ser praticado por qualquer pessoa.
5 – SUJEITO PASSIVO
É o Estado e o particular lesado.
6 – CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
O crime se consuma com a falsificação ou alteração do documento, dispensando-se o uso dele, posto que é delito formal.
A tentativa é possível.
7 – DOCUMENTO PARTICULAR POR EQUIPARAÇÃO
A Lei 12373/12 alterou o Art. 298 para considerar como documento particular, o cartão de débito e o de crédito.
A jurisprudência vinha firmando o entendimento, baseado na Súmula 17 do STJ, de que se o cartão clonado é utilizado numa única ocasião para efetuar compras por exemplo, configura-se o estelionato e a falsidade fica absorvida por este crime.
Também tem considerado que a utilização de cartão falsificado para saques em caixas eletrônicos, configura furto mediante fraude, devendo responder, neste caso, pelo concurso material de crimes.
8 – LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
A Lei 8137/90, considera crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social ou qualquer acessário mediante a falsificação ou alteração de nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável.
O Art. 349 do Código Eleitoral (Lei 4737/65) criminaliza a conduta daquele que falsifica no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais.
9. AÇÃO PENAL
É crime de ação penal pública incondicionada.
Se atingir bens, serviços ou interesses da União, a competência é da Justiça Federal.
Em razão da pena mínima prevista para o delito (1 ano) é cabível a suspensão condicional do processo.

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