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FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Unidade I Resumindo: Toda profissão é permeada por um contexto histórico, para tal se faz necessário identificá-la com esse evoluir. A partir da Revolução Industrial, novos impactos sociais se evidenciam, pois as mudanças que esta proporcionou trouxeram novas expressões de pobreza, o que exigiu ações que fossem além do assistencialismo. Nesse sentido, o contexto histórico influencia o sistema econômico, sistema capitalista, pelo movimento da economia, a qual organiza a sociedade e influencia a história do serviço social desde sua gênese. Desde seu início, o serviço social sofre influência externa e interna de correntes filosóficas e de pensamento. A primeira foi a Igreja Católica que colocava um caráter missionário para o assistente social. Soma-se a essa o pensamento norte-americano de Mary Elly Richmond. Outras influências como o tomismo, o neotomismo, o funcionalismo americano, como o estudo de caso, grupo e comunidade, a fenomenologia, o positivismo, o conservadorismo, o marxismo permearam a atuação do assistente social nestas seis décadas de existência da profissão. No Brasil, o contexto sócio-histórico influencia a prática do serviço social, que tem no golpe militar de 1964 um divisor de águas para a profissão. Requisitou-se um rearranjo, uma revisão geral, que teve nos congressos de serviço social nacionais e internacionais, nos códigos de ética profissional, nas legislações sociais, um rompimento com a visão tradicional e conservadora impressa desde a gênese da profissão. Sua inserção no âmbito da universidade, da pesquisa, o agregamento da teoria marxista, a conversa com as ciências sociais, reafirmaram o processo de renovação crítica. O Movimento de Reconceituação – 1965-1975 – reconceitua o pensamento e a prática do assistente social, revisando sua ação e as tendências. Esta renovação teve três vertentes: perspectiva modernizadora (Documentos de Araxá – 1967 e de Teresópolis – 1970), reatualização do conservadorismo (Documentos de Sumaré – 1978 e do alto da Boa Vista – 1984) e a intenção de ruptura (Método de BH – 1972/75 e INOCOOP). A década de 1980 demonstrou o ápice revisional da profissão rompendo com o tradicionalismo. Os anos de 1990 imprimem uma nova visão de homem e de mundo sob a ótica da totalidade e da sua historicidade – ser histórico que é e faz historia. Novas demandas são colocadas para o serviço social, exigindo novas legislações e políticas, tendo a profissão na cena contemporânea sua direção voltada à defesa da classe trabalhadora e do trabalho, dentro do processo de reprodução da vida material e dos modos de vida; comprometido com a afirmação da democracia, a liberdade, a igualdade e a justiça social, lutando pelos direitos e a cidadania em direção do desenvolvimento social inclusivo. Muitas viradas o serviço social vivenciou desde o movimento de reconceituação, dos congressos de serviço social que sistematizaram a prática, até a contemporaneidade, expressas nas unidades desta apostila e que podem revelar sua escolha por este curso. O assistencialismo surgiu a partir da iniciativa de grupos particulares, desde os primórdios da humanidade. Muitas de suas ações estão ligadas a uma dimensão espiritual, como iniciativa de grupos religiosos a fim de abrandar conflitos ou disseminar a fé. A Revolução Industrial A Revolução Industrial teve como fases a do artesanato, da manufatura e da mecanização. O processo de industrialização exigiu o desenvolvimento e, por consequência, o investimento. A Revolução Industrial, mesmo com um caráter que marcava mais negativamente do que positivamente a sociedade, proporcionou: • Urbanização devido ao êxodo rural – sociedade rural para a sociedade industrial. • Mecanização. • Desenvolvimento industrial. • Desenvolvimento dos meios de transportes e comunicações. • Expansão do sistema capitalista. A Revolução Industrial dividiu-se em três fases, com uma suposição da existência de uma quarta fase. O sistema capitalista, em seu desenvolvimento mundial, tem como características: 1. Estrutura de propriedade, predominando a propriedade privada. 2. Relação de trabalho com a presença do trabalho assalariado. 3. Objetivo de obtenção de lucro, não importando seus reflexos. 4. Meios de troca, sendo o mais expressivo o dinheiro, que facilitava o comércio. 5. Funcionamento da economia: os agentes econômicos realizam investimentos guiados pela lei da oferta e da procura. Investem com o objetivo de conseguir a maior rentabilidade. 6. As relações sociais são relações de desigualdade social, principalmente nos países subdesenvolvidos, ficando a maior parte da renda com poucos. Evolução do Sistema Capitalista 1. capitalismo – crescimento econômico de 1945-73; 2. produção: fordista/taylorista – produção em massa; 3. reprodução: keynesianismo – sistema de regulação social; 4. distribuição: cadeia de lucro; 5. consumo: consumo em massa. Pós-73 – Crise do capitalismo (crise estrutural) 1. superprodução; 2. hiperinflação; 3. crise do petróleo; 4. queda da taxa de lucro. O contexto que se insere esta perspectiva apresentava como mudanças socioculturais são: • economia: Revolução Industrial; • política: rompimento com o absolutismo e consolidação do estado moderno; • ideologia e cultura: ideais Iluministas; • modernidade: Revolução Industrial e Revolução Francesa. Os serviços sociais são expressão dos direitos sociais do cidadão, embora sejam ministrados e ofertados por intermédio das relações de trabalho ou na cessão de seu trabalho. Esses são expressão da divisão riqueza socialmente produzida – ou parte dela – sob a forma de rendimentos. Em resumo, é um direito do trabalhador, reconhecido pelo próprio capital, que se torna um meio de reforço do paternalismo do Estado e da retomada do coronelismo.
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