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ESTUDO DIRIGIDO Clin Psic SINTOMA E FANTASIA

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Estudo dirigido (2° Bimestre)
Explique o que significa dizer que a transferência é a mola mestra do tratamento.
	Para Freud, o tratamento só se inicia quando ocorre a transferência que na visão dele auxilia a não interrupção da análise por certo tempo. Lacan a coloca como a mola mestra porque ocorre como sinal de entrada do sujeito em análise de forma a vinculá-lo ao saber. Além de ser o motor terapêutico e o principio de seu poder.
	A transferência não é condicionada ou motivada pelo analista, mas ocorre uma transferência de saber de forma que o sujeito projeta uma ilusão ao analista no quesito de que o mesmo contenha a verdade que busca o sujeito. Pode ser definir transferência como o deslocamento do sentido atribuído a pessoas do passado para pessoas do nosso presente, ocorre no inconsciente.
	Para a teoria freudiana, esse fenômeno é fundamental para o processo de cura. Relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. O manuseio da transferência é a parte mais importante da técnica de análise.
	Lacan, em seus estudos nos afirmar que Freud conservou a vantagem de usamos os mesmos termos de modo a examinar seus escritos. Retornou a Freud nos anos 50 e introduziu o Outro com letra maiúscula, quer do Sujeito Suposto Saber (SSS nos anos de 1964-65), que são coordenadas desconhecidas que permitem o enquadramento dos fenômenos na análise.
Explique a afirmação: “o SSS é para nós o pivô no qual se articula tudo o que se relaciona com a transferência”, utilizando-se da idéia de que o analista é uma produção da situação analítica.
	A afirmativa pressuposta acima traz a palavra pivô como interesse, que pode designar um pedaço de metal ou madeira de modo a assinalar a sustentação principal de algo. Lacan inseriu de forma tardia o conceito de Sujeito Suposto Saber (SSS) e traz a seguinte pergunta:
Como o analista se entendeu esse termo?
	Pensou que o analisando começa supondo que o analista está de posse do saber que lhe concerne, e progressivamente descobri que não é assim, mas que a análise sobre a base dessa suposição. De grosso modo, é uma vulgata (Versão latina da Bíblia, única reconhecida como canônica pelo Concílio de Trento.) que se difundiu sobre o SSS como pivô de transferência.
	O texto ainda denota uma evolução da técnica analítica que já teve sua época de ouro que era essencialmente a arte de interpretar onde o sintoma de oferecia de forma milagrosa, porém a idade de ouro se perdeu e Freud chegou a enfrentar as resistências no fundo é como se o inconsciente que dócil a intervenção do analista se fechassem. 
Explique a partir da articulação freudiana dos termos repetição, resistência e sugestão à contribuição lacaniana que afirma a transferência como atualização do inconsciente.
	A função da transferência contém a função da repetição, resistência e sugestão de forma que Lacan tratou deslindar SSS é o pivô sobre o qual giram os fenômenos que se produzem na experiência analítica.
	A transferência, em sentido psicanalítico, se produz quando o desejo se aferra a um elemento muito particular que é a pessoa do terapeuta. Talvez possam ver, em curto- circuito, que essa pessoa não é exatamente de uma pessoa. Essa pessoa como talvez tenha entendido, espero, pela análise precedente, é mais o significante do analista do que sua pessoa.
	A chegada da transferência a primeiro momento, um parasita que perturba o trabalho do analista de modo que denota a criação de uma nova patologia no lugar, talvez, ou além da antiga.
	Por outro lado, a emergência da transferência na cura é testemunho do inconsciente. É o testemunho da atualização da transferência: a transferência da realidade do inconsciente. Além de apresenta seu valor porque permite ver o funcionamento de um mecanismo inconsciente na própria atualidade da sessão.
	A transferência permite o funcionamento de um mecanismo inconsciente na próxima atualidade de sessão e assimila um tempo de fechamento do inconsciente, não a um tempo de abertura. Para Lacan na verdade o analista exerce uma pressão sobre o inconsciente pela própria oferta que faz de escutar, escutá-lo na medida em que diz qualquer coisa e sabe- se que nunca se diz qualquer coisa.
	O analista para Freud tem um papel importante de empurrar que é necessariamente uma resistência. A transferência é quando a repetição triunfa sobre a exigência de recordar e verbalizar que o psicanalista formula. O psicanalista pede, mediante a “associação livre”, a rememoração que é contraria a transferência. A repetição assim satisfaz o desejo do paciente, onde não seria tanto ético do terapeuta de maneira que haja recordação em vez de repetição.
Explique o que significa apontar o SSS como fundamento transfenomênico.
	Significa que ocorre uma transferência do saber onde se tem a ilusão no qual o sujeito acredita que sua verdade está contida no analista e que este a conhece de antemão. Chamamos a constituição subjetiva da transferência Sujeito Suposto Saber (SSS).	O SSS tem a função encarnada por quem quer seja, analista ou não de forma a significar que a transferência já está estabelecida. Quando o analista se empresta para o papel, não deve saber identificar-se como essa posição do saber que é um erro, um equivoco.	Faz-se necessário adota uma posição de um saber de ignorância que é um convite, mas apenas a prudência, mas também a humildade. SSS pode ser definido como aquele que é constituído pelo analisante na figura de seu analista.Temos como efeito do estabelecimento do SSS o amor como efeito sob o efeito do aspecto de resistência ao desejo como o desejo do Outro. Ao surgimento do desejo, sob a forma de questão, o analisante responde com amor; cabe ao analista fazer surgir à dimensão do desejo, que é conectado do estabelecimento SSS.
Desenvolva um texto sobre a estrutura da situação analítica, levando em consideração os seguintes tópicos:
Analista em posição de ouvinte
Analista como intérprete da verdade do sujeito
Transferência como instituição entre aquele que fala e aquele que ouve
A estrutura que inaugura a busca pela verdade
O ponto de partida de uma psicanálise estabelece que o analista se coloque em uma posição de ouvinte de um discurso que ele mesmo incentiva ao convidar o analisante a dizer tudo o que se passa por sua mente, sem omitir nada, o que Freud chamou de Associação Livre de Idéias. Isto coloca o analista em uma posição mais passiva, deixando a atividade a cargo do analisante, que é quem fala. Esta posição, nos termos desta relação, gera o conhecimento que cabe ao analista com sua interpretação, decidir o sentido do que é dito e, mais ainda, a identidade de quem fala.
 O analista é convocado primeiramente como aquele a quem o paciente se entrega na associação livre, pois atribui ao analista um saber sobre sua verdade. Acredita que o significado que ele vai ser atribuído pode restituir-lhe a 
estabilidade perdida. Em outras palavras pode-se dizer que ao analista é atribuída, pelo analisante, a função de saber sobre o sentido. Por um lado o analisante não se equivoca, pois o saber já está ali deste sempre, uma vez que ao ativar a transferência, o que se verifica é a “colocação em ato da realidade sexual do inconsciente”, ou seja, restabelece-se uma relação aonde a pulsão vai nos dizer da rede de significantes que sustentam este sujeito no mundo: estes significantes que dizem do modo de gozo do sujeito ao mesmo tempo em que apontam para o sintoma que vem no lugar onde falta o elemento que possibilitaria a “relação sexual”. É o sujeito suposto saber que permeia as possibilidades de resoluções do enigma do sintoma. Posição imputada ao analista transferencialmente pelo analisando. Essa transferência é que cria uma promessa de cura e define os próprios critérios do que é analisávele de resistências. 
Diante da impossibilidade de saber, o analisando capta no Outro um significante qualquer que o sustenta como sujeito se identificando. Trata-se da transferência imaginária ou amorosa. É deste lugar, lugar de objeto da pulsão e não mais da identificação, que o analista poderá operar no manejo da transferência. Trata-se de outra perspectiva da transferência, a transferência do sujeito suposto saber. 
Ao final de uma análise subentende-se a destituição subjetiva e a travessia da fantasia correspondente, que a despeito da liberdade da escolha em relação ao gozo que ela favorece ao sujeito, encontra seu limite no rochedo da castração (angústia de castração no homem e inveja do pênis na mulher). O rochedo da castração diz da falha de um saber inconsciente, uma vez que nenhuma elaboração de saber é suficiente. Este movimento só é possível se o analisando renunciar ao que ele supunha em sua fantasia ser complemento, renunciar ao gozo e se permitir satisfações que possam ser substituídas. 
6. Explore o discurso do analista e a posição de SSS como contraponto ao sacerdócio e ao poder médico.
 Para Lacan, existe abertura à transferência pelo fato de que o paciente se coloca em posição de entregar a livre associação. Coloca-se na posição de buscar a verdade sobre si mesmo, sobre sua identidade, sobre seu verdadeiro desejo. Onde busca a verdade? Busca- a, no limite de sua palavra, e o limite de sua palavra está ai, no analista enquanto grande Outro, ouvinte fundamental que decide a significação – e é por isso que seu silêncio é tão essencial que dá lugar ao desdobra da palavra, e que não se precipitar a satisfazer a demanda do paciente, que é a demanda de: Quem sou? Qual é o meu desejo? Que quero de verdade?
 Temos aí a base da relação analítica, e Lacan formalizou de modo extremamente, elementar, a célula constituída dessa relação. O psicanalista deve ser digno da posição de poder e que a experiência lhe dá. Há dois perigos para a psicanálise, dizia Freud: os sacerdotes e os médicos. Pois os médicos, desde as origens dos tempos, assim como os sacerdotes ,estão em posição de abusar do grande Outro, são as figuras mais antigas e mais poderosas do SSS. Mas o analista se ocupa o mesmo lugar, não deve usar do mesmo jeito o poder estrutural da relação.
 O interessante é que, se não há análise sem o SSS, a função do SSS pode ser ocupada por qualquer um, a partir do momento em que se estabelece a relação. Não é necessário que esse saber seja cientifico, basta que haja algo que tenha “estrutura de saber”.
7. Discorra sobre a afirmação: “Não há clínica psicanalítica sem ética”, estabelecendo a partir do processo analítico a travessia da fantasia e o caráter associal da Psicanálise.
A psicanálise é uma práxis regida pela ética do inconsciente e pelo compromisso que se estabelece entre o sujeito e o seu desejo, permitindo o acesso à sua verdade. Verdade essa, escondida no enigma do sintoma. Verdade impossível de ser dita por completo. O psicanalista pela sua própria experiência como analisando, acerca da impossibilidade da verdade ser inteiramente dita, tem a função, também impossível, de levar o analisando a dizer o que não pode ser dito, a bem dizer o seu sintoma. Eis a ética do bem dizer. O sintoma porquanto ser mensagem codificada é metafórico e está submetido como tal, às leis da linguagem. O sintoma revela-se, representante do sujeito do desejo por conter um gozo na fantasia inconsciente, que o sustenta e o define como sexual. A eficácia da psicanálise seria a própria decodificação da mensagem via transferência, ou seja, ao analista investido na função de sujeito suposto saber é endereçado uma demanda para decifrar o enigma do sintoma e, por conseguinte, o sujeito do inconsciente. 
8. Elenque diferenças fundamentais entre sintoma e fantasia, de acordo com a divisão clínica proposta por Miller.
Miller, no percurso de Lacan, diz que o sintoma se situa na entrada em análise e a fantasia em seu final, apontando para uma oposição, já que no sintoma prevalece o significante e na fantasia prevalece o objeto. Porém, Miller reconhece que o objeto também está implicado no sintoma, mas que o privilégio é do significante. Nesta perspectiva temos que o sintoma é aquilo que da fantasia pode aparecer sob a forma significante. A entrada em análise se dá justamente pela queixa com o desprazer provocado pelo sintoma; da fantasia ninguém se queixa. O sintoma como desprazer, sofrimento, é uma das condições para indicação de análise.
Dos sintomas, os pacientes falam muito para lamentarem-se deles, pois é a razão pela qual chegaram à análise. Em relação à fantasia, por outro lado, o paciente não fala, pois é justamente através dela que obtém prazer. O paciente encontra, em sua fantasia acompanhada de uma satisfação, um recurso contra seu sofrimento, uma compensação.
A fantasia é o que resta do desenvolvimento de uma análise, podendo ser situada como o resíduo da interpretação do sintoma. Miller distingue as três dimensões da fantasias: 1a - imaginária - Trata-se de tudo que o sujeito pode produzir como imagens e que pertence à relação entre o eu e o seu semelhante. 2a - simbólica - A fantasia consiste em uma pequena história que obedece a certas regras, certas leis de construção, que são as leis da língua. 3a – real – A dimensão real da fantasia, só é abordada por Lacan num momento já adiantado de sua teorização. Dizer que a fantasia é da ordem do real na experiência analítica, é dizer que se trata de um impossível de mudar, de um resíduo resistente.
9. Explique “a fantasia é uma máquina que se põem em ação quando se manifesta o desejo do Outro”.
O autor afirma que a fantasia é um meio de obter prazer. A fantasia “é uma máquina”, que se coloca em ação quando se manifesta o desejo do Outro, capaz de domar o gozo transformando-o em prazer, ou seja, a fantasia é um recurso que recobre a angústia suscitada pelo desejo do Outro.
10. Articule a idéia de que a fantasia fundamental não é objeto de interpretação, mas sim de construção, com a noção da monotonia da fantasia.
Para Lacan, a fantasia fundamental é uma frase que, em lógica, chama-se de axioma. Os axiomas estão no fundamento do sistema ou, dito de outro modo, são algo posto ao princípio. Não se deixam modificar pelas leis de transformação do resto do sistema, e são, portanto, o ponto de partida para a produção de verdades, falsidades e verificações. Nesse sentido é que a fantasia fundamental pode ser lida como uma construção axiomática, que aponta para uma divisão do sujeito falante e para sua posição à mercê do Outro. No pensamento lacaniano, o fim da análise é conquistar uma modificação da relação do sujeito com o real da fantasia. A construção da fantasia exerce uma função de real no simbólico, mas não é o real. A fantasia é imaginária na medida em que coloca no Outro uma consistência de gozo que ele não tem.

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