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Hidrologia Aplicada Professora MSc. Lorena Ferrari Secchin Roteiro Aula 3 Exemplo 2 Bacia Hidrográfica; Características Fisiográficas; Exemplo 2 Exemplo:Exemplo 2 A região da bacia hidrográfica do rio Taquari recebe precipitações médias anuais de 1600 mm. Em Muçum (RS) há um local em que são medidas as vazões deste rio e uma análise de uma série de dados diários ao longo de 30 anos revela que a vazão média do rio é de 340 m3.s-1. Considerando que a área da bacia neste local é de 15.000 Km2, qual é a evapotranspiração média anual nesta bacia? Qual é o coeficiente de escoamento de longo prazo? 3 )m(mm 1000 )A(m )ano(s 365243600 )sQ(m Q(mm/ano) 1 2 113 QEP Exemplo 2 O balanço hídrico de longo prazo de uma é dado por onde P é a chuva média anual; E é a evapotranspiração média anual e Q é o escoamento médio anual. A vazão média de 340 m3.s-1 em uma bacia de 15.000 km2 corresponde ao escoamento anual de uma lâmina dada por: 4 1anomm 715 15000 365 24 3,6 340Q(mm/ano) e a evapotranspiração é dada por O coeficiente de escoamento de longo prazo é dado por -1anomm 8857151600QPE 0,4471600715PQC )m (mm 1000 )A(m )ano (s 365 24 3600 )sQ(m Q(mm/ano) 1 2 113 ou )A(km 365 . 24 . 3,6 )sQ(mQ(mm/ano) 2 13 Exemplo:Exemplo 25 Bacia Hidrográfica Fonte: Ministério do Meio Ambiente 7 Bacia Hidrográfica Uma bacia hidrográfica é composta por um conjunto de superfícies vertentes constituídas pela superfície do solo e de uma rede de drenagem formada pelos cursos d’água que confluem até chegar a um leito único no ponto de saída. Unidade básica de gestão de recursos hídricos (Lei Federal 9433/1997) 8 Bacia Hidrográfica Consiste um uma unidade geomorfológica de captação de água oriunda de eventos de precipitação, os quais são concentrados no tempo, e a posterior conversão ou compartimentação da água de acordo com os demais elementos do ciclo hidrológico, notadamente, o escoamento superficial. É importante ressaltar que o comportamento temporal do escoamento superficial é regido pelas características da bacia, podendo ser mais rápido em determinadas situações específicas, tais como condições topográficas mais declivosas e uso urbano do solo, dentre outros aspectos. 9 Bacia Hidrográfica Divisor de água: Linha de separação entre bacias hidrográficas Divisor topográfico: Linha que fixa a área da qual provém o escoamento superficial Divisor freático: Linha limite entre os reservatórios subterrâneos da bacia Canal permanente: Calha ou caixa por onde o rio escoa Rio principal: Maior rio da bacia a partir de uma determinada seção até sua nascente 10 Bacia Hidrográfica11 12 Divisores Freáticos Divisores de Água Regiões Hidrográficas do Brasil Cada região hidrográfica é formada por uma ou por um agrupamento de bacias ou subbacias com características ambientais, sociais e econômicas similares. 13 Regiões Hidrográficas do Brasil14 Características Fisiográficas de uma Bacia Hidrográfica Estas características são importantes para se transferir dados de uma bacia monitorada para uma outra qualitativamente semelhante onde faltam dados ou não é possível a instalação de postos hidrométricos (fluviométricos e pluviométricos). É um estudo particularmente importante nas ciências ambientais, pois no Brasil, a densidade de postos fluviométricos é baixa e a maioria deles encontram-se nos grandes cursos d’água, devido a prioridade do governo para a geração de energia hidroelétrica. 15 Características Fisiográficas de uma Bacia Hidrográfica Basicamente são áreas, comprimentos, declividades e coberturas do solo medidos diretamente ou expressos por índices. Área da Bacia; Forma da Bacia; Sistema de Drenagem. 16 Área da Bacia Dado fundamental para definir a potencialidade hídrica de uma bacia, uma vez que a bacia é a região de captação da água da chuva. Assim, a área da bacia multiplicada pela lâmina precipitada ao longo de um intervalo de tempo define o volume de água recebido ao longo deste intervalo de tempo. A área de uma bacia hidrográfica pode ser estimada a partir da delimitação dos divisores da bacia em um mapa topográfico. A área da bacia é expressa em hectares (ha) ou quilômetros quadrados (km2) 17 Pedologia O levantamento pedológico é uma das primeiras etapas da caracterização fisiográfica e geomorfológica; A distinção entre as classes de solos permite adequar o manejo com o uso do solo. 18 Forma da Bacia A forma de uma bacia hidrográfica tem um papel importante no seu comportamento hidrológico, ou seja, influencia o escoamento global. Bacias com forma mais circular apresentam uma tendência de gerar picos de enchente mais elevados em relação às bacias alongadas. 19 Forma da Bacia A avaliação da forma de uma bacia é efetuada a partir do cálculo de índices que procuram relações com formas geométricas conhecidas. 20 Coeficiente de Compacidade É a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à da bacia. 𝐾𝐶 = 0,28. 𝑃 𝐴 Onde: P: perímetro da bacia A: área da bacia. 1,00 – 1,25: bacia com alta propensão a grandes enchentes 1,25 – 1,50: bacia com tendência mediana a grandes enchentes > 1,50: bacia com menor propensão a grandes enchentes 21 Fator Forma Expressa a relação entre a largura média da bacia e o seu comprimento axial. 𝐾𝑓 = 𝐿 𝐿𝑎𝑥 Onde: 𝐿 = 𝑖=1 𝑛 𝐿𝑖 𝑛 1,00 – 0,75: sujeito a enchentes; 0,75 – 0,50: tendência mediana a enchentes; < 0,50: menor propensão a Enchentes. 22 Índice de Conformação É a relação entre a área da bacia e a de um quadrado de lado igual ao comprimento axial da bacia. 𝐼𝐶 = 𝐴 𝐿𝑎𝑥 2 Quanto mais próximo de 1, maior propensão à enchentes baixo, terá menor propensão a enchentes que outra com mesma área, mas Kfmaior. 23 Exemplo Calcular o coeficiente de compacidade, o fator forma e o índice de conformação para uma bacia cujo perímetro é 11,3 km, área de 800 ha e comprimento axial de 4,5 km. Foram determinados 7 valores de largura ao longo da bacia com os seguintes valores: 1,5 km; 2,5 km; 3,5 km; 4,5 km; 4,3 km; 2,8 km e 1 km 24 Sistema de Drenagem Rede de Drenagem: constitui-se de todos os drenos da bacia, inclusive aqueles não necessariamente perenes (ou permanentes). A rede de drenagem é extremamente importante para a caracterização e manejo das bacias hidrográficas, determinando suas potencialidades características para a geração do escoamento superficial e para a produção e o transporte de sedimentos, fatores estes relevantes no contexto ambiental. A rede de drenagem está associada à eficiência de drenagem da bacia e à potencialidade para formar picos de vazão. 25 Classificação dos cursos d’água Perenes Contém água durante todo o tempo O lençol subterrâneo mantém o fornecimento de água para o rio Intermitentes Escoam durante as estações das chuvas e secam na estiagem Transportam o escoamento superficial e subterrâneo Efêmeros Escoam apenas durante ou imediatamente após as chuvas Transportam somente o escoamento superficial 26 Ordem dos cursos d’água. Horton: canais deprimeira ordem não possuem tributários; os canais de segunda ordem têm apenas afluentes de primeira ordem; os canais de terceira ordem recebem afluência de canais de segunda ordem, podendo também receber diretamente canais de primeira ordem. 27 Ordem dos cursos d’água. Ordem dos cursos Mostra o grau de ramificação do rio Dois canais de ordem “n” dão origem a um de ordem “n+1” 28 Densidade de Drenagem O índice densidade de drenagem permite avaliar a eficácia de drenagem de uma bacia, ou seja, a eficiência na concentração do escoamento superficial no exutório da bacia (TUCCI, 2004). Quanto maior a densidade de drenagem, maior a capacidade da bacia de fazer escoamentos rápidos no exutório. A densidade de drenagem é expressa pelo comprimento total de todos os cursos d’água de uma bacia e sua área total. 𝐷𝑑 = 𝐿 𝐴 29 Sinuosidade do Curso d’água principal Representa a relação entre o comprimento do dreno principal e o comprimento do talvegue, medido em linha reta. 𝑆 = 𝐿 𝐿𝑡 30 Declividade do Curso Principal A declividade é muito importante para a modelagem do escoamento, uma vez que a velocidade de fluxo depende desta variável. Quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento e, consequentemente, menor será o tempo que a água gastar para percorrer toda a bacia (tempo de concentração). 31 Declividade – Método Direto Cálculo direto com base na diferença entre cotas da nascente e da seção de controle (exutório): Consiste na razão entre a diferença das altitudes dos pontos extremos de um curso d´água e o comprimento desse curso d´água, podendo ser expressa em % ou m/m 𝑆 % = ℎ 𝐿 . 100 Onde: S é a declividade do curso d’água principal; h é a diferença de altura entre a nascente e o exutório; L é o comprimento do canal (talvegue) principal. Esta é a maneira mais simples de se calcular a declividade, entretanto, para rios que percorrem relevos muitos diferenciados é necessário fazer algumas correções. 32 Declividade – Média Harmônica 33 Exemplo Fazer um estudo da rede de drenagem de uma bacia hidrográfica cujas características fisiográficas (rede de drenagem e curvas de nível) está esquematizadas a seguir. A área da bacia é de 8,5 km2 e a soma dos comprimentos dos drenos é igual a 14,98 km. O comprimento do dreno principal é 6,28 km e o comprimento do talvegue é 5,2 km. 34 Exemplo35 Dúvidas? 36 Obrigada pela atenção! Bom final de semana a todos e até semana que vem!! 37
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