Buscar

APOSTILA MACROECONOMIA NOVA 2009 1[1]

Prévia do material em texto

DISCIPLINA: ECONOMIA GERAL
PARTE II - MACROECONOMIA
PROF. ESMERALDO CARVALHO FILHO
esmeraldocarvalho@yahoo.com.br
tel.: 27 – 37611875
12 AS METAS E OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA 
12.1INTRODUÇÃO
A Macroeconomia trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como renda e produto nacionais, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamento e taxa de câmbio. 
Ao estudar e procurar relacionar os grandes agregados, a macroeconomia não leva em conta o comportamento das unidades econômicas individuais, tais como famílias e firmas, a fixação de preços nos mercados específicos, os efeitos de oligopólios em mercados individuais etc. Essas são preocupações da Microeconomia. A Macroeconomia trata os mercados de forma global. Por exemplo, no mercado de bens e serviços, o conceito de Produto Nacional é um agregado de mercados agrícolas, industriais e de serviços; no mercado de trabalho, a Macroeconomia preocupa-se com a oferta e a demanda de mão-de-obra e com a determinação dos salários e nível de emprego, mas não se preocupa com diferenças em qualificação, sexo, idade, origem da forma de trabalho etc. Quando considera apenas o nível da taxa de juros, não são destacadas devidamente as diferenças entre os vários tipos de aplicações financeiras.
O custo dessa abstração é que os pormenores omitidos são muitas vezes importantes. A abstração, porém, tem a vantagem de permitir estabelecer relações entre grandes agregados e proporcionar melhor compreensão de algumas das interações mais relevantes da economia, que se estabelecem entre os mercados de bens e serviços, de trabalho e de ativos financeiros e não financeiros. 
Entretanto, apesar do aparente contraste, não há um conflito básico entre a Micro e a Macroeconomia, dado que o conjunto da Economia é a soma de seus mercados individuais. A diferença é primordialmente uma questão de ênfase, de enfoque. Ao estudar a determinação de preços numa única indústria, na Microeconomia consideram-se constantes os preços das outras indústrias. Na Macroeconomia, estuda-se o nível geral de preços, ignorando-se as mudanças de preços relativos de bens das diferentes indústrias. 
A teoria macroeconômica, propriamente dita, preocupa-se mais com questões conjunturais, de curto prazo o desemprego (entendido como a diferença entre a produção efetivamente realizada e a produção potencial da economia, quando todos os recursos estejam totalmente empregados) e inflação (aumento contínuo do nível geral de preços).
A macroeconomia busca a imagem que mostre o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu propósito é obter uma visão simplificada do funcionamento da economia, que, porém, permita ao mesmo tempo conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países.
A macroeconomia preocupa-se com o comportamento da economia como um todo, estudando o que determina e o que modifica o comportamento de variáveis agregadas como o desemprego, a inflação etc. Abrange o comportamento econômico e as políticas que afetam o consumo e o investimento. Abrange também o câmbio, a balança comercial e as políticas fiscal e monetária. 
São consideradas questões estruturais problemas como desenvolvimento econômico, distribuição de renda, globalização, progresso tecnológico, as quais em geral, extrapolam a análise meramente econômica, envolvendo questões políticas, históricas etc., que não são equacionadas no curto prazo. 
A parte da teoria econômica que estuda o comportamento dos grandes agregados ao longo do tempo (longo prazo) é denominada teoria do crescimento e desenvolvimento econômico. 
12.2 AS METAS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA 
São as seguintes as metas de política macroeconômica: 
Pleno emprego de recursos;
Estabilidade de preços;
Distribuição de renda socialmente justa;
Crescimento econômico.
As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas como conjunturais, de curto prazo, constituindo-se nas chamadas políticas de estabilização. Alguns textos colocam também como meta o equilíbrio no balanço de pagamentos, mas consideramos que esse não é um objetivo em si mesmo, mas um meio, um instrumento para atingir as quatro metas básicas acima. 
12.2.1 Pleno emprego de recursos
Pode-se dizer que a questão do desemprego, que eclodiu principalmente a partir dos anos 30, é que permitiu um aprofundamento da análise da política econômica com o objetivo de fazer a economia recuperar o nível de emprego potencial. Para se ter uma idéia, o produto nacional dos Estados Unidos caiu, entre 1929 e 1933, 30% e a taxa de desemprego chegou a 25% da força de trabalho em 1933.
Destacou-se então o trabalho do economista inglês John Maynard Keynes, cujo livro A teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936) representa um marco na história econômica e foi, principalmente, a partir de sua colaboração que a teoria e política macroeconômica começou a evoluir. 
			
12.2.2 Estabilidade de preços
Define-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Por que a inflação é um problema? Porque a inflação acarreta distorções principalmente sobre a distribuição de renda, expectativas empresariais, mercado de capitais e sobre o Balanço de Pagamentos.
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação é inerente aos ajustes de uma sociedade dinâmica, em crescimento. Efetivamente, a experiência histórica mostra que existem algumas condições inflacionárias inerentes ao próprio processo de crescimento econômico. Isso porque a tentativa de os países subdesenvolvidos alcançarem, de forma rápida, estágios mais avançados de desenvolvimento econômico dificilmente se faz sem que, também, ocorram tensões de custos que provocam aumentos no nível geral de preços.
Mesmos em países desenvolvidos, mostra-se que, quanto maior o nível de atividade econômica, mais os recursos produtivos tendem a ficar no limite de sua utilização, o que gera normalmente tensões inflacionárias. Daí a necessidade de políticas econômicas que tenham por objetivo a estabilidade do comportamento do nível de preços.
12.2.3 Distribuição de renda socialmente justa
A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior parte da década de 70. Apesar disso, observou-se um aumento da disparidade de renda entre as classes de sociais. No Brasil, os críticos do chamado “milagre econômico” argumentam que piorou a concentração de renda no país nos anos 67/73 devido a uma política deliberada do Governo (a chamada “Teoria do Bolo”): primeiro crescer, para depois pensar em repartição da renda.
A posição oficial era a de que certo grau de aumento de concentração de renda seria inerente ao próprio desenvolvimento capitalista, que traz transformações estruturais (êxodo rural, com trabalhadores de pequena qualificação, aumento da proporção de jovens etc.). O economista Carlos Geraldo Langoni, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, naquela época, defendia a tese de que, no desenvolvimento capitalista gera-se uma demanda por mão-de-obra qualificada, a qual, por ser escassa, obtém ganhos extras. Assim, o fator educacional seria a principal causa da piora distributiva. Mário Henrique Simonsen argumentava que havia “desigualdade com mobilidade”, isto é, o indivíduo permanece pouco tempo na mesma faixa salarial e tinha facilidade de ascensão. Isso seria um fator importante para a convivência com a má distribuição de renda. 
É curioso observar que, naquele período, ocorreu maior concentração de renda, mas a renda média de todas as classes aumentou. O problema é que embora os pobres tenham se tornado menos pobres, os ricos ficaram relativamente mais ricos. Houve um aumento geral do padrão de vida, com todos melhorando, mas os “ricos” ficaram com a maior parte desta riqueza. 
 
12.2.4 CrescimentoEconômico
Quando ocorre o desemprego e a capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. No entanto, feito isso, há um limite à quantidade que se pode produzir com os recursos disponíveis. Aumentar o produto além desse limite exigirá:
Ou aumento nos recursos disponíveis.
Ou avanço tecnológico (ou seja, tecnologia mais avançada, novas maneiras de organizar a produção).
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no crescimento da renda nacional per capita, isto é, de que seja colocada à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. A renda per capita é considerada o melhor indicador, o mais operacional, para se aferir a melhoria do bem-estar, do padrão de vida da população, embora possa apresentar falhas (os países árabes, por exemplo, estão entre os países com maiores rendas per capita, mas não apresentam o melhor padrão de vida do mundo). 
O fato de o país estar aumentando sua renda real per capita não necessariamente significa que está tendo uma melhoria do seu padrão de vida. O conceito de crescimento econômico capta apenas o crescimento da renda per capita. Um país está realmente melhorando seu nível de desenvolvimento econômico e social se, juntamente com o aumento da renda per capita, estiver também melhorando os indicadores sociais (pobreza, desemprego, meio ambiente, moradia etc.)
Vimos que a microeconomia refere-se à análise do comportamento individual das unidades econômicas: as famílias ou consumidores e as empresas. Até agora vimos, estudando isso, junto com a instituição do mercado, onde operam os demandantes e ofertantes de bens e serviços. Assim, quando analisamos as conseqüências de um aumento de preços sobre a demanda de automóveis, estamos levantando uma questão tipicamente microeconômica. 
A macroeconomia, pelo contrário, estuda o comportamento global do sistema econômico; não se detém em reações individuais, mas pretende estudar a realidade econômica de forma global. 
13 A CONTABILIDAE SOCIAL
Observamos anteriormente que a macroeconomia trata da evolução de toda a economia. O que distingue a macroeconomia da microecomia é o fato de a macroeconomia analisar o comportamento dos grandes agregados, sem preocupar-se com questões específicas dos mercados e agentes que compõem esses agregados. Rigorosamente, para avaliar o resultado da atividade econômica global, e aferir a riqueza de uma nação, deveríamos explicitar o quanto foi produzido de cada uma dentre milhões de mercadorias, o que seria não operacional e não ilustrativo para uma análise mais abrangente. Desse modo, devemos buscar medidas que permitam de forma simplificada mostrar o quanto a economia produziu, consumiu, poupou, exportou etc. 
A necessidade de obter cifras ordenadas que, tornassem possível uma visão agregada dos fenômenos econômicos ficou mais patente a partir da grande Depressão dos anos 30, quando, evidenciou-se a necessidade da intervenção do Governo para recuperar o nível de atividade e de emprego. Foi necessário o desenvolvimento da chamada Contabilidade Social ou Contabilidade Nacional, ou seja, um mecanismo que permitisse medir a totalidade das atividades econômicas. Os que mais se popularizaram foram: o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz Insumo-Produto. 
Pressupostos básicos da Contabilidade Social
As contas procuram medir a produção corrente. Assim, não são considerados bens de segunda mão, produzidos em período anterior. Nas transações com esses bens, só se considera como parte da renda nacional a remuneração do vendedor (que é remuneração a um serviço corrente) e não o valor da mercadoria vendida.
As contas referem-se a um fluxo, normalmente de um ano. Assim, os agregados correspondem à variáveis fluxo, cujos valores são considerados ao longo de um período, isto é, têm dimensão temporal. Por exemplo: valor das Exportações em 1999, Consumo Agregado em 1999, Produto Nacional em 1999. Elas diferem das chamadas variáveis estoque, que se referem aos valores tomados em determinado ponto de tempo. Como exemplo, temos o nível de emprego, o saldo dos meios de pagamentos, ao final de um dado mês ou ano. A Contabilidade Social só trabalha com fluxos, não apresentando um balanço patrimonial, de estoques, como aparece na Contabilidade privada.
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade de medida (padrão para agregação de bens e serviços fisicamente diferentes) e instrumento de trocas. A moeda tem o papel de servir de padrão para a agregação de bens e serviços. A Contabilidade Social não se preocupa com o registro dos chamados agregados monetários, como meios de pagamento (oferta de moeda), empréstimos, depósitos, open market, aplicações financeiras etc., mas apenas com os agregados reais, que representam diretamente alterações da produção e da renda e são tratados nesse capítulo. As transações financeiras são registradas à parte no balanço do sistema Monetário e serão discutidos quando tratarmos tema referente à moeda. 
13.1 PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS – O FLUXO CIRCULAR DE RENDA
O objetivo do estudo da Macroeconomia consiste na formação e na distribuição de produto e renda gerados pela atividade econômica. É o chamado fluxo circular de renda. A partir do fluxo circular de renda, estabelecemos os conceitos dos principais agregados macroecnômicos. Começaremos supondo uma economia simplificada, fechada e sem governo.
13.1.2 Economia a dois setores sem formação de capital
Nessa economia simplificada, supõe-se que os únicos agentes são as empresas (que produzem bens e serviços) e as famílias (que auferem rendimentos pela prestação de serviços). Todas as decisões partem das famílias. As empresas, que são de propriedade de seus acionistas (que pertencem ao setor família) são abstrações jurídicas, representando o local onde se organiza a produção.
 Vamos imaginar uma economia estacionária, que não se expande. Isso corresponde a supor que não existe o setor de formação de capital (poupança, investimentos e depreciação). Não consideramos por enquanto os setores governo e resto do mundo.
Os bens intermediários, como matérias-primas, componentes, energia, são insumos que entram no processamento de outros bens, ou seja, são transações de empresas a empresas, que se compensam na agregação das unidades produtoras. Assim, só se consideram os bens finais, e os custos de produção das empresas, no sistema agregado, não incluem o custo dos insumos intermediários. O fluxo circular da renda, para uma economia a dois setores, pode ser ilustrado como na Figura abaixo: 
 MERCADO DE BENS E SERVIÇOS
 Despesas de consumo de Bens e Serviços
 DN = C
 Fornecimento de Bens e Serviços PN = ∑pi qi
 (alimentos, viagens etc.)
 
 FAMILIAS	UNIDADES PRODUTORAS 
 Fornecimento dos Serviços produção
 (Terra, trabalho, capital) 
 RN= w + j + a + l
 
 Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção 
 (Salários, juros, Lucros etc.)
MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO
 Fluxo real
 Fluxo monetário
Esquema 13.1.2 – O fluxo circular da renda.
O fluxo monetário representa a contrapartida pelo fluxo real, isto é, pelo fornecimento de bens e serviços, e serviços dos fatores de produção.
Aremuneração dos fatores de produção constitui-se de quatro itens: salários (w, do inglês wages), juros (j), aluguéis (a) e lucros (l)
Salário = remuneração dos serviços do fator trabalho.
Aluguel = remuneração dos serviços do fator terra (ou Recursos Naturais), também chamado simplesmente renda.
Lucro = remuneração dos serviços do fator capital físico (prédio e instalações). O lucro também pode ser entendido como remuneração da capacidade gerencial, ou seja, seria a rentabilidade dos empresários pela organização produtiva da empresa.
Juro = remuneração dos serviços do fator capital monetário. Mais precisamente, o juro é a renda do capital monetário aplicado na produção pagos pelas empresas aos capitalistas privados. Os juros pagos pelas empresas aos bancos não são considerados remuneração a fator de produção, mas pagamentos de um serviço intermediário, semelhante à luz, água etc. Ou seja, eles se anulam na consolidação das contas agregadas das empresas.
Pelo ângulo das famílias proprietárias dos fatores de produção refere-se a rendimentos; pelo ângulo das empresas, representam custos de produção.
Fica claro que, na Contabilidade Social, os custos de produção são os pagamentos aos fatores de produção, na forma de salários, juros, aluguéis e lucros, e não incluem o pagamento a insumos intermediários como matérias-primas, peças, energia elétrica etc., que são pagamentos de empresas para empresas, que acabam se anulando no agregado.
Tem-se então um fluxo circular, no sentido de que a moeda gira pelo circuito, criando renda: firmas recebem das famílias pela venda de bens e serviços produtivos; firmas remuneram as famílias pela venda de bens e serviços produtivos; firmas remuneram as famílias que compram das firmas etc.; ou seja, o produto gera renda, que gera consumo, que gera produto, que gera renda etc.
Papel do lucro
Notamos que o lucro também é considerado como custo de produção (remuneração aos “donos das empresas”, que fazem parte do setor “família”). Assim, o economista vê o lucro como um custo de produção para as empresas. Isso estabelece uma diferença entre lucro contábil e lucro econômico. Como o lucro econômico também é um custo, ele é incluído na “parte inferior” do fluxo (fluxo de rendimentos). Portanto, a parte superior torna-se igual à parte inferior do fluxo, significando que: 
	 
 Fluxo de rendimentos = fluxo de produção
Exemplo: supondo
Vendas = $ 1.000.000
Custos = $ 650.000
Lucro = vendas – custo = $ 350.000
Como lucro também é considerado custo, temos que: 
	 
 vendas = custo = $ 1.000.000
13.1.2.1 Três óticas de mensuração: Produto, Despesa e Renda 
O fluxo do produto e o fluxo de rendimentos propiciam três óticas pelas quais pode ser medida a atividade econômica e que chegam ao mesmo resultado numérico. A partir delas, podemos definir os conceitos de Produto Nacional, Despesa Nacional e Renda Nacional.
13.1.2.2 Conceito de produto Nacional (PN)
O Produto Nacional é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo.
Valor: os preços permitem agregar bens diferentes (produção de maçãs, com fogões, com serviços de transporte etc.). Assim, o PN é avaliado em termos monetários, e a moeda é a unidade–padrão de agregação.
Bens e serviços finais: não se consideram os bens e serviços intermediários, como matérias-primas e componentes, que entraram na elaboração de outros produtos. 
Os conceitos de bens intermediários e bens finais dependem da utilização que se faz do bem ou serviço. Tudo que é vendido diretamente à famílias, governo e setor externo é considerado um bem final. Nesse sentido, a reposição de peças ou a exportação de matérias-primas também são consideradas como bens finais. Também são bens finais as matérias-primas que permaneceram em estoque, já que não foram utilizadas na elaboração de outros produtos no período. 
Isso evita a dupla contagem, como por exemplo, somar como produto nacional o trigo, a farinha e o pão ao mesmo tempo. 
Período de tempo: é um fluxo, definido em dado período de tempo (mês, ano)
Portanto:
PN = ∑npiqi =P sacas de café.q sacas +...+ P fogão . q fogões +...+ P bilhete metrô . q viagens
 i=1
P sacas de café . q sacas = Setor primário (agricultura, pecuária, pesca, extração vegetal) 
P fogão . q fogões = Setor secundário )indústria, extração mineral) 
P bilhete metrô . q viagens = setor terciário (serviços, comércio, transportes, comunicações)
Sendo i = 1, 2, 3...n bens e serviços finais.
 
13.1.2.3 Conceito de Despesa Nacional (DN)
O Produto Nacional é uma medida do fluxo de produção, ou seja, pela ótica da produção de bens e serviços das empresas. Mas o Produto Nacional também pode ser medido pela ótica das despesas realizadas pelos agentes de despesa, ou seja, consumidores, empresas, governo e estrangeiros. Nesse caso, é também chamado Despesa Nacional (DN), que é a despesa com o produto nacional.
Assim, a DN é o valor das despesas dos vários agentes na compra de bens e serviços finais. Neste modelo simplificado, 
	 
 DN = Despesas de consumo ( C ) 
Considerando os demais agentes, a Despesa Nacional é a soma das despesas das famílias com bens de consumo, despesas com investimentos das empresas, gastos do governo e gasto do setor externo com o Produto Nacional.
Portanto, temos até agora duas formas para aferir o valor do Produto Nacional, ambas a partir do fluxo de produção (mercado de bens e serviços).
A partir de quem vende o produto (“por ramo de origem”), que é o Produto Nacional propriamente dito;
A partir dos agentes de despesa (“por ramo de destino”), que é a Despesa Nacional).
13.1.2.4 Conceito de Renda Nacional (RN)
No entanto, existe ainda uma terceira ótica que também possibilita medir a atividade econômica total do país, que é a Renda Nacional.
A Renda Nacional é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços produtivos, em determinado período de tempo.
	 
Renda nacional (RN) = salários (w) + juros ( j ) + aluguéis ( a ) + lucros ( L )
 
	 
 RN = w + j + a + L 
Portanto, a medida é feita pelo fluxo de rendimento (mercado de fatores de produção), na parte inferior do diagrama anterior. O conceito de RN mostra como a renda é distribuída entre os proprietários dos fatores de produção (que pertencem ao setor “famílias”).
Identidade básica das contas nacionais: PN = DN = RN
Observamos, então, que existem três óticas que permitem medir o resultado econômico agregado de um país. São óticas conceitualmente diferentes, mas que chegam ao mesmo valor numérico, fazendo com que PN = DN = RN. Vamos demonstrar esse ponto.
 Nesse modelo simplificado, não existem estoques, ou seja, a empresa vende tudo o que produz. Então:
 Produção (PN) = Vendas (DN)
Como no agregado são excluídas as compras de bens intermediários, a empresa gasta com pagamentos aos fatores de produção tudo o que recebe pela venda de bens e serviços (PN = DN), que são os salários, juros, aluguéis e lucros. Como os gastos das empresas com fatores de produção é a própria Renda Nacional, segue que:
	 
 PN = DN = RN 
Ou seja, são três óticas conceitualmente diferentes para medir a atividade econômica, mas conduzindo ao mesmo resultado numérico. 
Veremos que, mesmo removendo as hipóteses simplificadoras que fizemos, essa identidade básica mantêm-se com o modelo completo.
13.1.2.5 Conceito de valor adicionado
Por problemas de medição, costuma-se, na prática, medir o PN pelo valor adicionado (ou valor agregado) por setor. Consiste em calcular o que cada ramo de atividade adicionou ao valor do produto final, em cada etapa do processo produtivo.
	Valor adicionado = Valor Bruto de Produção – Consumo de
Produtos Intermediários (matérias-primase componentes).
O Valo Bruto de Produção (VBP) é o faturamento, a receita de vendas, de cada setor produtivo. Retirando da receita de vendas os gastos com a compra de bens intermediários, o que sobra é a remuneração dos fatores de produção de cada setor, mas pelo seu valor total, isto é, sem discriminar quanto foi pago em salários, ou juros, ou alugueis, ou lucros. 
O conceito de Valor Adicionado é uma forma alternativa e a mais operacional para medir o produto e a renda nacional do que diretamente pela soma de produtos finais, já que a conceituação do bem final não é muito simples, pois depende do uso que se fará posteriormente, sendo difícil aferi-lo a partir do fabricante. Por exemplo, a gasolina vendida nos postos pode ser utilizada tanto como bem final para o consumidor, com bem intermediário para uma empresa. Ademais, parte das matérias-primas e componentes pode não ser utilizada no período, ficando como estoque. Esses estoques serão considerados então como produto final, pois não foram utilizados como produtos intermediários dentro do período.
Exemplo:
 Trigo Farinha Pão
	 a
	Receita de 
Vendas (VBP)
	
100.000
	
400.000
	
1.000.000
	
PN = DN = 1.000.000
	b
	Compras
 Intermediárias
	
0
	
100.000
	
400.000
	
	 
	Valor adicionado
 (a- b)
	
100.000 +
	
300.000 +
	
600.000 =
	
1.000.000 = RN
	
	
	Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo)
	Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha)
	Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão)
	
Portanto:
PN = DN = RN = VA = 1.000.000
Resumo: 
Observamos, assim, que existem quatro formas diferentes de medir o resultado econômico de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico: 
Soma dos produtos finais das empresas produtoras (PN);
Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional (DN);
Soma dos rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros (RN);
Soma de valores adicionados dos setores de atividade (RN).
Assim, os órgãos responsáveis pela medição da atividade econômica (no Brasil, o IBGE) têm a sua disposição quatro formas alternativas de aferir o resultado econômico dos vários setores produtivos.
13.2 ECONOMIA A DOIS SETORES COM FORMAÇÃO DE CAPITAL
Até agora, supusemos que:
As famílias apenas consomem;
As firmas só produzem bens que são consumidos pelas famílias (bens de consumo).
Trata-se de uma economia em estado estacionário, em que apenas se reproduzem ano a ano as condições de sobrevivência. Entretanto, as famílias também poupam, e as empresas também produzem e investem em bens de capital. Ou seja, as famílias e empresas preocupam-se também com o consumo futuro (e não só com o consumo corrente). Com isso, o fluxo de renda pode ampliar-se, ou diminuir, não permanecendo estacionado.
13.2.1 Conceito de poupança ( S )
Poupança é a parcela da RN não consumida no período, isso é, da renda gerada (salários, juros, aluguéis e lucros), parte não é gasta em bens de consumo. 
 
	 
 S = RN − C 
(C = Consumo Agregado)
Sendo S a notação internacional derivada do inglês Saving.
13.2.2 Conceito de investimento ( I )
O Produto Nacional é composto por dois tipos de bens:
a) bens de consumo: consumidos como um fim em si mesmo;
b) bens de investimento: não são consumidos, fazendo parte da produção, e têm como objetivo aumentar a riqueza da nação, isto é, sua capacidade produtiva.
Nessa linha, podemos definir investimento de duas formas:
Investimento é o gasto em bens que representam aumento da capacidade produtiva da economia, isto é, da capacidade de gerar rendas futuras; é também chamado de Taxa de Acumulação de Capital;
Investimento é o gasto em bens produzidos, que não foram consumidos no próprio período e que serão utilizados para consumo futuro, ou seja:
	 I = PN − C 
 
 
Quais bens são produzidos e não consumidos no período?
1) máquinas e equipamentos e;
2) imóveis ( investimentos em Bens de Capital (Ibk) e também;
3) variação de estoques (produtos acabados e intermediários) ∆E
Portanto os componentes do investimento são: 
	 I = IBK + ∆E 
 
 
Assim, o investimento tem dois componentes básicos: bens de capital e variação do estoques. No Brasil, o investimento em bens de capital é chamado Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF). A distinção entre bens de capital e estoques é necessária, dado que as variações de estoques podem não ser deliberadas, dependendo das oscilações de mercado, enquanto o investimento em bens de capital já é planejado ou deliberado.
13.2.3 Outras observações sobre investimentos:
∆E = Et − Et −1, isto é, considera-se o fluxo no ano, que é a diferença entre os estoques ao fim do ano presente com os estoques ao fim do ano anterior.
Não devemos confundir investimento no sentido vulgar com investimento no sentido econômico. Assim, por exemplo, “investir em ações” não representa aumento da capacidade produtiva, tratando-se apenas de uma transferência financeira, que não redunda em aumento da capacidade de produção. Agora, se a firma que colocou suas ações usar parte do dinheiro para investir em instalações, essa parcela (essa transação) é contabilizada como investimento. Apenas os dividendos das ações são considerados como parte da Renda Nacional (como lucro), bem como os salários ou comissões dos vendedores da Bolsa, mas não o volume de ações.
Os investimentos em ativos de segunda mão (máquinas, equipamentos, imóveis) não e contabilizado como investimento agregado, pois, no fundo, é uma transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esses bens já foram computados como investimento no passado, quando produzidos.
Os bens de consumo duráveis, embora também não sejam consumidos no período e gerem um fluxo de serviços no futuro, não são considerados como investimento. O problema está na dificuldade operacional de se calcular o fluxo de serviços gerados por TVs, geladeiras, automóveis. No caso de investimentos em imóveis geram aluguéis, enquanto uma TV gera um fluxo de benefícios não mensuráveis. Ou seja, a base de cálculo é complicada, e a convenção internacional é considerá-los como bens de consumo final, não de investimento. Trata-se de uma discussão ainda em aberto, dentro da Contabilidade Social.
13.2.4 Conceito de depreciação ( d )
A depreciação é o consumo do estoque de capital físico, em dado período. Ou seja, o bem de capital também é consumido, no sentido de que sofre um desgaste, só que, diferentemente dos bens de consumo, em parcelas, até que vire sucata, ou se torne obsoleto. Também chamada de investimento de reposição.
No entanto, a depreciação é um conceito complicado para ser medido, porque máquinas e equipamentos têm diferentes tipos e tempo de duração. Por essa razão, costuma-se considerá-la como uma percentagem fixa do produto nacional. No Brasil, era estimada até 1985 como 5% do produto (no conceito de Produto Interno Bruto (PIB).) atualmente, o IBGE não apresenta estimativas para a depreciação do ativo fixo.
13.2.5 Conceito de investimento bruto e líquido, produto nacional bruto e líquido
O investimento líquido, chamado também de formação líquida ou acumulação líquida de capital, é a diferença entre os novos investimentos (investimentos brutos ib) e a depreciação do estoque de capital, num dado período:
	 IL = IB − dO investimento bruto é sempre positivo, mas o investimento líquido pode ser negativo, se a taxa de depreciação superar os novos investimentos em determinado ano.
O conceito de depreciação permite fazer uma primeira diferenciação no conceito de Produto Nacional, que pode ser definido em termos brutos ou líquidos, assim:
	 PNL = PNB − d 
 
 
 Sendo PNL o Produto Nacional Líquido e PNB o Produto Nacional Bruto. 
Ou seja, pode-se considerar no produto apenas o aumento da capacidade produtiva, em termos brutos, ou então considerar seu desgastes (depreciação), em termos líquidos.
13.2.6 A identidade S = I ex post
Definimos S = RN − C 
 
 I = PN − C 
e
Como fluxo de rendimentos = fluxo de produção (visto anteriormente), segue-se que:
 PN = RN
Conclui-se, portanto, que: 
	 S = I 
 
Em termos contábeis, isso sempre ocorre. As identidades contábeis são ditas ex post, significando a posteriori, “após ocorridas”, “realizadas”. Essas identidades são diferentes das igualdades teóricas chamadas ex ante (planejadas, desejadas, antecipadas, “antes de ocorrer”).
Agora, dizer que S = I não significa que toda a poupança do período destina-se ao investimento do mesmo período. O investimento do período pode ser financiado por poupanças passadas, empréstimos etc., assim como a poupança do período pode ir “para baixo do colchão”, ficar depositada no Banco etc., sem ser investida.
No entanto, então é que conceitos diferentes, poupança e investimento apresentam o mesmo resultado? Dois exemplos mostram que isso ocorre devido à maneira como definimos S e I.
Exemplos:
suponha-se que PN = RN = 100. Com a venda do produto (PN), as empresas remuneram as famílias (RN). Se as famílias decidem consumir apenas 80 (C = 80), sobra uma poupança de 20 (S = RN − C = 20). Então, parte do PN = 100 não foi comprada porque as famílias não gastaram tudo. Sobram, então, estoques de 20. Mas os estoques (a variação) também são investimentos. Então, 
I = ∆E = 20 e 
S = I = 20; 
Considere-se, agora, PN = 100, supondo produção de bens de consumo = 70 e produção de bens de capital = 30 (investimento).
A remuneração aos fatores de produção (RN) é igual a 100. As famílias ligadas aos setores de bens de consumo e de capital receberam 100. Então, da RN = 100, 30 sobrarão na mão das famílias (pois podem consumir só 70 que é o total disponível de bens de consumo produzidos). Esses 30 correspondem à poupança, S = 30 e;
S = I = 30.
Portanto, o ato de produzir bens de capital cria, por definição, uma poupança no mesmo montante.
Essa identidade permanece com a inclusão do governo e do setor externo. 
Essa identidade ocorre sempre nas Contas Nacionais (ex post). Nos modelos da Teoria Econômica, em que os agregados são planejados (ou ex ante, antes de ocorrerem), essa identidade só ocorrerá no ponto de equilíbrio macroeconômico. 
13.3 ECONOMIA A TRES SETORES: O SETOR PÚBLICO
O setor público refere-se às três esferas de governo: União, Estados e Município e inclui as transações realizadas pelos respectivos Tesouros. Não inclui as operações do Banco Central (depósitos, empréstimos) e mesmo a taxa de juros e a taxa de câmbio, que são consideradas à parte, dentro do Sistema Monetário.
13.3.1 Receita Fiscal do governo
A arrecadação fiscal do governo constitui-se das seguintes receitas: 
Impostos indiretos (Ti): incidem sobre bens e serviços. Exemplos: ICMS, IPI;
Impostos diretos (Td): incidem sobre as pessoas (físicas e empresas). Exemplos: Imposto de Renda, IPTU;
Contribuições à Previdência Social: encargos trabalhistas recolhidos de empregados e empregadores;
Outras receitas do governo: taxas (por exemplo, pedágios), multas, aluguéis etc. 
13.3.2 Gastos do governo
Nas contas Nacionais, são considerados três tipos de gastos governamentais: 
Gastos dos ministérios, secretarias e autarquias, cujas receitas provêm de dotações orçamentárias, são os gastos do Governo propriamente ditos, que aparecem nas Contas Nacionais e na Teoria Macroeconômica. Como os serviços do governo (bens públicos, como justiça, segurança, diplomacia, planejamento) não têm preço de venda, o produto gerado pelo governo é medido por suas despesas correntes ou de custeio (salários, compras de materiais) para a manutenção da máquina administrativa e despesas de capital (aquisição de equipamentos, construção de estradas, hospitais, escolas, prisões). No sistema de Contas Nacionais da ONU, como por definição, considera-se que todos os investimentos são realizados pelas unidades produtoras (empresas), as despesas do Governo e das famílias em bens de capital são consideradas dentro da conta das empresas. Tudo o que é comprado pelo Governo e famílias é considerado como bens de consumo final. 
Gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista: como suas receitas provêm da venda de bens e serviços no mercado, atuando como empresas privadas, são consideradas, nas Contas Nacionais, dentro do Setor de Produção (junto com as empresas privadas). Exemplo: Cesp, Petrobras etc. isso porque as Contas Nacionais consideram o tipo de atividade econômica, e não a propriedade da empresa.
Gastos com transferências e subsídios: considerados nas Contas Nacionais como transferências. Representam apenas uma transferência financeira do setor público ao setor privado, não tendo correspondência com a renda corrente (não são uma remuneração a fator de produção). São os pagamentos a aposentados, a ex-pracinhas, bolsas de estudos às famílias, além dos subsídios ao setor privado, com o objetivo de baratear o preço de algum produto básico (trigo, leite) ao consumidor final.
Se os gastos superarem a arrecadação, temos o conceito de déficit primário ou fiscal; se a arrecadação superar os gastos públicos, temos um superávit primário ou fiscal. Se incluirmos os juros reais sobre estoque da dívida pública (interna e externa), temos o conceito de déficit operacional do setor público. Se considerarmos os juros nominais (ou seja, se adicionarmos a correção monetária e cambial da dívida passada), temos o conceito mais amplo de déficit nominal ou total.
13.3.3 Conceitos de Produto Nacional a preços de mercado e Produto Nacional a custo dos fatores
Apresentaremos agora uma segunda distinção no conceito de Produto Nacional: PN a preços de mercado e PN a custo de fatores: 
PN a preços de mercado (PNpm): é o PN medido a partir dos valores transacionados no mercado (ou seja, medido pelo preço pago pelo consumidor final);
PN a custo de fatores (PNcf): PN medido a partir dos valores que refletem os custos de produção, a remuneração aos fatores (w + j + a + l). É um preço de fábrica, antes dos impostos, e não considerado preços dos insumos intermediários. Como é medido pela ótica dos rendimentos, rigorosamente é a Renda Nacional a custo de fatores (RNcf).
A diferença entre ambos está nos impostos indiretos (Ti) e nos subsídios (Sub), isto é:
	 PNpm = RNcf + Ti − Sub 
 
 
 Nessa diferenciação, consideramos apenas os impostos indiretos (Ti), uma vez que os impostos diretos (Td) serão descontados dos proprietários dos fatores de produção (e não pelas empresas), após receberem a remuneração. Os impostos diretos não são encargos das empresas, mas das famílias, e nada têm a ver com a diferença entre custos dos fatores e preços praticados no mercado. 
Quanto aos subsídios, representam uma diminuição do peço pago pelos consumidores. Por exemplo: se o governo subsidiar o preço do leite em 30%, com o objetivo de diminuir o custopara os consumidores, e supondo que o custo efetivo para os produtores (custo dos fatores) é 100, o preço de mercado será 70, sendo 30 o montante de subsídio pago pelo governo aos produtores.
Genericamente, é usual associar-se o “Produto Nacional” ao PNpm, e “Renda Nacional” à RNcf. A utilização dos conceitos de PNcf, ou RNpm, não é muito correta, embora apareçam com freqüência (mesmo porque o resultado numérico é o mesmo), pois, rigorosamente, custo de fatores está associado à ótica de renda (RN) e preços de mercado, à ótica de produção (PN).
13.3.4 Conceitos de Produto Nacional a preços de mercado e Produto Nacional a custo dos fatores
A carga tributária bruta refere-se ao total da arrecadação fiscal do governo, que corresponde à soma dos impostos diretos e indiretos e outras receitas correntes. A carga tributária líquida é a diferença entre a carga tributária bruta e as transferências e subsídios ao setor privado.
A partir desses conceitos pode-se construir índices de carga tributária bruta e líquida, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), conceito que definiremos no próximo item. Assim: 
	
 Impostos indiretos + Impostos Diretos 
 Índice de Carga = . 100
 Tributária Bruta PIBpm
	 Impostos indiretos + Impostos Diretos −Transferências e Subsídios do Governo ao setor privado
Índice de Carga = . 100
Tributária Líquida PIBpm
 
13.4 ECONOMIA A QUATRO SETORES: O SETOR EXTERNO
Finalizando, vamos incluir nas Contas Nacionais as variáveis relativas a uma economia “aberta” para o resto do mundo.
13.4.1 Conceitos de Exportações (X) e importações (M)
Exportações (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e serviços; ou seja, os gastos do setor externo com nossas empresas; 
Importações (M): são nossas compras com bens do exterior, quanto gastamos com o resto do mundo. Parte da renda gerada no país que “vaza” para fora. 
Sendo X e M as notações utilizadas internacionalmente.
13.4.2 Conceitos de Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE), Produto Nacional Bruto (PNB) e Produto Interno Bruto (PIB)
Precisamos incluir nas Contas Nacionais, a renda recebida da atividade de nossas empresas no estrangeiro; da mesma forma, para termos uma idéia do que efetivamente nos pertence, devemos excluir a renda remetida às matrizes das multinacionais aqui localizadas. Isso leva aos conceitos de PNB e PIB (ou RNB e RIB). Embora tenha-se popularizado a dicotomia PIB X PNB, o mais correto seria considerar em termos de renda (RIB x RNB), pois essa diferença está associada ao conceito de renda, não do produto.
Produto Interno Bruto (PIB): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país.
Renda Líquida de Fatores Externos (RLFE): é a remuneração dos ativos pertencentes a estrangeiros. Divide-se em:
- Renda Enviada ao Exterior (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos nacionais, principalmente o capital e a tecnologia. A remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de remessa de lucros, royalties, juros, assistência técnica. Juros, lucros, royalties, assistência técnica, rendas do trabalho e aluguel de equipamentos são chamados de serviços de fatores, pois representam remuneração aos fatores de produção. Fretes, seguros, turismo, serviços de embaixadas e representações no exterior são serviços não-fatores, por se constituírem de pagamentos a empresas ou órgãos prestadores de serviços, e não a pessoas físicas proprietárias dos fatores de produção. 
- Renda Recebida do Exterior (RR): recebemos renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior. 
Assim:
	
 RLFE = RR − RE 
 
Com base no PIB e a RLFE, temos o conceito de:
Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior pelas empresas estrangeiras localizadas no Brasil. Portanto:
	 
PNBE = PIB + RLFE 
 
 
Se: RE > RR RLFE < 0 PNB < PIB
 RE < RR RLFE > 0 PNB > PIB
O Brasil, bem como a quase totalidade dos países emergentes, inclui-se no primeiro caso, em que o PIB supera o PNB, devido às altas remessas de juros, a lucros e royalties aos estrangeiros. Aqui, como a RLFE é negativa, ela é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior. 
A RLFE não deve ser confundida com a diferença entre Exportações (X) e Importações (M). Os lucros recebidos pela Petrobras do exterior não representam importações; a remessa de lucros da Fiat não constitui exportações. A RLFE representa parte da renda gerada por essas empresas, e não suas vendas ou compras.
13.4.3 A fórmula final da Despesa Nacional (DN)
Uma vez apresentados os agregados macroeconômicos correspondentes aos quatro setores (família, empresas, governo e setor externo), pode-se apresentar a fórmula final da Despesa Nacional:
	
DN = C + I + G + X − M 
 
Onde: C é a despesa das famílias com bens de consumo, I é a despesa com bens de capital e a variação de estoques, G os gastos do governo, X as exportações e M as importações (sendo a diferença X – M as despesas líquidas do setor externo).
Rigorosamente, com relação ao setor externo, deveriam aparecer como componente da despesa agregada apenas às exportações. Deduzem-se, entretanto, as importações, devido ao fato de que elas estão embutidas nas demais despesas agregadas (C, I, G, X) e pela dificuldade prática de calcular o componente importado para cada um desses agregados (seja como bem de capital, seja como bem de consumo). Por isso, corrige-se a fórmula, deduzindo-se as importações pelo seu total global.
O conceito de despesa agregada, assim como de produto, é apresentado a preços de mercado, já que são valores finais. Como no Brasil utiliza-se mais o conceito de Despesa Interna e não o de Despesa Nacional, e não é calculada a depreciação (com o que são utilizados os conceitos agregados em termos brutos), tem-se, então:
	
DIBpm = C + I + G + X − M 
 
 
13.5 IDENTIDADES BÁSICAS DA CONTABILIDADE NACIONAL
Uma vez definidas as principais variáveis macroeconômicas, vejamos algumas identidades básicas da Contabilidade Nacional, úteis para a análise econômica. Na realidade, vamos complementar as identidades que vimos com uma economia simplificada, com apenas dois setores. 
a) Produto = Despesa = Renda
PIB = DIB = RIB
DIB = C + I + G + X − M (ótica da despesa)
Mosta como se distribuem os gastos pelos quatro agentes de despesas (consumidores, empresas, governo e estrangeiros).
RIB = C + S + T (ótica da renda)
Mostra como a renda gerada é utilizada pelas famílias. Da renda que recebem (na forma de salários, juros, aluguéis e lucros), ou consomem ( C ), ou poupam (S), ou pagam impostos (T). Observe-se que no consumo C estão incluídas as importações M. 
substituindo as expressões b e c em a, vem:
I+ G + X = S + T + M 
Que pode ser rearranjada assim:
	
I = S +(T− G) + (X − M) 
 
 
S = poupança privada = Poupança Interna 
(T− G) = Saldo do Governo = Poupança Interna
(X−M) = Saldo do Setor Externo = Poupança Externa 
Ou
	
 I global = S global 
 
 
Deve ser observado que, quando as importações (M) superam exportações (X), temos uma poupança externa positiva. Quando X > M, temos uma poupança externa negativa. Para entender esse ponto, é interessante distinguir transferência negativa. Para entender esse ponto, é interessante distinguir transferência de recursos reais e transferência de recursos financeiros. Do ponto de vista real, as exportações representam parte de nosso produto real que foi para o exterior; as importações significam entrada de recursos reais (máquinas etc.). Nesse sentido, as importações representam aumento de nossa capacidade de produção (a economia nacional absorveu uma massa de recursos reais do exterior para complementar o financiamento da formação de capital e aumentar a disponibilidade de bens de consumo do país).
Do ponto de vista financeiro, as exportações representam evidentemente uma entrada de divisas para o país, um aumento de nossas reservas, enquanto as importações significam saída de divisas.
Nesse sentido, o conceito de poupança externa na Contabilidade Social é considerado em termos reais, não financeiros.
Fórmula final do PIB e DIB: 
	
PIB = C + I + G + X − M 
 
Acerca dessa fórmula, cabem duas observações:
Na Contabilidade Social, essa fórmula representa uma identidade contábil. 
Na Teoria Macroeconômica, veremos que ela representa uma posição de equilíbrio entre a oferta e a demanda agregada de bens e serviços.
2. Se rearranjarmos a expressão acima como. 
PIB + M =C + I + G + X.
O termo PIB + M também é chamado de oferta global, representando todos os bens disponíveis para a coletividade, inclusive os importados, que estão embutidos em C, I, G, e X.
f) A partir da fórmula do PIB, do item e:
PIB = C + I + G + X − M 
Podemos chamar C + I + G = E de absorção interna de bens e serviços, ou despesa doméstica com o PIB, e X − M de despesa líquida externa como PIB. 
Assim: 
 PIB = (C + I + G ) + X − M
 PIB = E + X − M,
	
PIB = E + X − M 
 
 
Dessa forma, se PIB > E, significa X > M, ou seja, a produção interna (PIB) superou a despesa doméstica (E), gerando um superávit comercial no setor externo.
Visto por outro ângulo, significa que, para gerar mais divisas, pode-se lançar mão de políticas que restrinjam a demanda doméstica (E) (por exemplo, controle salarial, política de contenção de gastos públicos, aumento da carga tributária e política monetária restritiva como crédito limitado, juros elevados), o que força as empresas a destinar parcela da produção interna para o exterior.
13.6 ALGUNS ASPECTOS CONCEITUAIS E PROBLEMAS DE MENSURAÇÃO NAS ESTIMATIVAS DO PRODUTO NACIONAL
O objetivo de calcular-se o Produto Nacional é obter uma medida da atividade produtiva, pressupondo que a medida do PN represente o padrão de vida, o bem-estar da população do país.
Veremos que, na realidade, essa medida apresenta alguns problemas, tanto para aferir adequadamente a atividade produtiva ou econômica, bem como o real padrão de vida. Embora praticamente todos os países sigam um padrão determinado, conforme o Manual de Contas Nacionais da ONU, cada país pode optar pelas formas de cálculo que mais se ajustem a sua base de dados.
 
13.6.1 Atividades Produtivas (Econômicas) X Atividades Gerais Do Cotidiano
Para efeito de medição na Contabilidade Nacional, há uma diferenciação importante ente atividade econômica e atividade geral do cotidiano:
atividade econômicas: aparecem no mercado, têm uma remuneração (um preço de mercado);
atividade do cotidiano: não aparece no mercado, não é remunerada.
O Produto Nacional representa o valor do produto corrente da atividade econômica, que aparece no mercado. Então:
barbear-se em casa: não é computado no PN;
barbear-se na barbearia: é computado no PN;
refeição em casa: não é computado no PN;
refeição em restaurante: é computado no PN.
Esse fato dá origem ao chamado Paradoxo de Pigou: se o patrão resolve casar com a empregada, diminui o PN, embora não altere o bem-estar da coletividade. Nesse sentido, o Produto Nacional não mede corretamente alterações do padrão de bem-estar. Isso representa um viés na comparação de países com diferentes estruturas de mercado. Por exemplo, na índia, o pão é produzido mais em residências do que em padarias, e não é computado no PN da Índia.
 Com esse viés, o PN pode elevar-se simplesmente pela ampliação do setor de mercado, que não necessariamente reflita aumento do bem-estar. Assim, embora provavelmente esse fato não represente um viés muito significativo, as diferenças no PN, numa comparação internacional, não estariam refletindo adequadamente o padrão de vida.
13.6.2 Transações que aparecem no mercado, mas são excluídas do Produto Nacional
Embora o PN vise medir a atividade econômica, que aparece no mercado, existe uma série de transações que, conquanto apareçam no mercado, não são consideradas como renda ou produto nacional.
13.6.2.1 Pagamentos de transferência
São transações que não alteram o produto e a renda nacionais. Por exemplo, pagamento a aposentados e ex-pracinhas, bolsas de estudo, subsídios, não são computados no PN por não representarem remuneração a fatores de produção do período corrente. Trata-se apenas de transferências do governo ao setor privado. Também são consideradas transferências as transações financeiras, bem como o valor das transações com bens de segunda mão, como máquinas, carros e casas usados (embora, como já observamos anteriormente, uma reforma da casa entre no PN, e a comissão recebida pelo corretor também, pelo serviço de corretagem).
13.6.2.2 Valorização e desvalorização de ativos
A valorização do estoque de imóveis ou de ações e títulos não é considerada na medição do PN, pois não se associa à produção de bens e serviços, representando apenas uma modificação no sistema de preços. Já a renda gerada por esses ativos (aluguéis e dividendos) entra no cômputo do PN (considera-se o fluxo gerado de renda, não o estoque patrimonial).
 
13.6.2.3 Atividades ilegais
Como o Produto Nacional procurar medir a atividade econômica socialmente útil, atividade de contrabando e o tráfico de drogas, por exemplo, não são computados. 
13.6.3 ATIVIDADES QUE NÃO APARECEM NOMERCADO, MAS SÃO COMPUTADOS NO PRODUTO NACIONAL 
Referem-se às estimativas e imputações, que são consideradas no PN, embora não sejam pagamentos em moeda. As principais são as seguintes:
13.6.3.1 Pagamentos em espécie (em mercadorias ou serviços)
Para os caseiros, por exemplo, que trabalham e moram numa fazenda imputado um aluguel. Da mesma forma, os militares também têm imputado um valor para a moradia, alimentação e vestuário a que têm direito.
13.6.3.2 Auto-consumo pelo próprio produtor
É o caso de fazendeiros que consomem parte dos bens que produzem. Houve remuneração a trabalhadores, capital investido etc., o que faz com que esses bens devam ser considerados no PN. 
13.6.3.3 Imóveis ocupados pelos próprios proprietários
Todos os serviços dos fatores de produção (terra, capital, mão-de-obra) devem ser computados no fluxo doProduto Nacional. Então, além do aluguel pago pelos locatários, também deve ser considerado um “aluguel” do próprio proprietário, quando mora em sua propriedade, ou a empresa que ocupa um prédio próprio. Sem assim não fosse feito, não estaríamos computando convenientemente a renda implícita do proprietário, pelo patrimônio que possui e pelo padrão de vida que daí advém. Ademais, se não for adotado esse procedimento, o PN cairia quando o proprietário decidisse morar em seu próprio imóvel, e não mais alugá-lo.
13.6.4 DISTINÇÃO ENTRE PRODUTO FINAL E PRODUTO INTERMEDIÁRIO 
Trata-se de uma distinção nem sempre muito clara e ainda motivo de controvérsias no âmbito da Contabilidade Nacional. Por exemplo, a escada dos pintores, macacão dos trabalhadores, carro de propriedade dos vendedores não deveriam ser classificados como bens intermediários, pois seriam produtos necessários às famílias, para que produzam bens e serviços finais? A atividade do governo (construção de estradas, corpo de bombeiros, polícia etc.) não seria uma atividade intermediária para fornecer a infra-estrutura necessária para o funcionamento dos demais setores econômicos?
Observa-se assim como é difícil traçar a linha divisória entre bens finais e bens intermediários. No limite, até o consumo de alimentos poderia ser considerado como produto intermediário, por dar condições para que exerçamos nossas atividades.
 Além disso, há uma série de dificuldades práticas de medição para distinguir se um bem ou serviço é intermediário ou final. Se uma empresa fornece matérias-primas para outra empresa produzir um produto acabado, se essa matéria-prima não for utilizada até o fim de um período, deixa de ser classificada como bem intermediário e passa a ser considerada como em bem final. Como já citamos antes, não é possível distinguir se a gasolina vendida num posto foi fornecida para consumo final das famílias ou para o consumo intermediário de empresas.
Por essa razão, a ONU recomenda como norma geral que tudo o que for comprado pelas famílias e pelo governo, mesmo que sejam matérias-primas ou componentes, deve ser considerado produto final nas Contas Nacionais, já que esses agentes não processam, não manufaturam nenhum bem. Também são considerados bens finais todas as exportações e os estoques, não importa que sejam de produtos finais ou intermediários.
13.6.5 CONSUMO DE BENS DURÁVEIS
Como vimos anteriormente, o consumo de bens duráveis em rigor deveria ser incluído como investimento (e não consumo). Assim como é imputado um aluguel para os imóveis, poder-se-ia pensar em calcular o fluxo de serviços (de bem-estar) gerado pelo automóvel e pela TV. Mas seria complicado, pois, além de propiciarem um benefício não tangível, medindo fisicamente, teríamos que descontar os gastos com eletricidade, consertos etc. Por isso, convencionou-se considerá-los como bens de consumo.
13.6.6 MEDIÇÃO DO PRODUTO NUMA ECONOMIA CENTRALIZADA
Nesse tipo de economia, considerava-se numa herança marxista, que o produto econômico relevante seria o produto material, físico. Quanto aos serviços, só entrariam aqueles empregados na produção e distribuição de bens materiais, como serviços de reparação, transporte de carga, por exemplo.
Assim, não entrariam no cálculo do produto os seguintes serviços:
governo (justiça, polícia etc.);
diversões (lazer);
serviços pessoais (cabeleireiros, médicos);
transporte de passageiros. 
Enfim, é uma interpretação da teoria marxista, no sentido de que tais atividades não são produtivas. O que gera riqueza é o bem material. Por essa razão, os países comunistas utilizavam até recentemente o conceito de Produto Material Bruto, e não Produto Nacional Bruto.
Claramente, o Produto Material era subestimado em relação ao PNB, por não considerar serviços não produtivos. Com as transformações políticas e econômicas que vêm ocorrendo, os países socialistas já estão alterando sua Contabilidade Nacional, adaptando-a ao sistema da ONU.
13.6.7 PRESENÇA DA ECONOMIA INFORMAL
Define-se economia informal a desobediência civil de atividades econômicas regulares de mercado. Por exemplo:
trabalhadores sem registro em Carteira do Trabalho;
sonegação de impostos;
vendas sem notas;
serviços de autônomos sem recibo.
Se incluirmos as atividades ilegais, como contrabando, tráfico de drogas, jogo do bicho etc., temos o conceito mais amplo de economia subterrânea ou economia marginal.
Evidentemente, a não-inclusão desse tipo de transação no cálculo do Produto Nacional pode representar um viés razoável, dependendo do país. No Brasil, a única estatística oficial, calculada pelo IBGE para o Rio de Janeiro, é que a economia informal é de 18% do PIB carioca. 
13.6.8 COMPARAÇÕES INTERNACIONAIS: O CONCEITO DE DÓLAR PPP
Para comparações internacionais, utilizamos o PIB em dólares de todos os países.
Entretanto, o PIB em dólares correntes sofre influência da política cambial de cada país, e normalmente não reflete o real poder de compra do dólar. Assim, uma desvalorização cambial, por exemplo, reduz o PIB em dólares de uma hora para outra, não significando que o país ficou repentinamente mais pobre. Por exemplo, em janeiro de 1999 o Brasil tinha um PIB aproximado de 900 bilhões de reais, equivaleria a cerca de 750 bilhões de dólares (1 dólar valendo 1,20 reais). Com a desvalorização do real frente ao dólar (o dólar passou a valer de um dia para o outro cerca de 1,70 reais), o PIB em dólares caiu para cerca de 530 bilhões de dólares.
Para sanar esse problema, utiliza-se para comparações internacionais o conceito de dólar PPP (Purchasing Power Parity ou Paridade do Poder de Compra), que toma como referência o valor do dólar nos Estados Unidos. Isto é, considera-se uma cesta de produtos comuns consumidos em todo o mundo, aos preços desses produtos nos Estados Unidos, assim: 
PIB PPPUSA = ∑pU$USA . q USA
PIB PPPBRASIL = ∑pU$USA . q BRASIL
PIB PPPCHINA = ∑pU$USA . q CHINA
Esse procedimento compensa as diferenças de poder de compra entre os diferentes países, tomando como base os preços dos Estados Unidos. 
13.6.9 PRODUTO NACIONAL COMO MEDIDA DO PRADRÃO DE BEM-ESTAR
Em última análise, a medida do produto nacional procura captar alterações de bem-estar. Mas isso é praticamente impossível, porque bem-estar é um conceito mais amplo, que envolve questões como paz, igualdade de oportunidades, não-violência urbana, bem como as condições de saúde, educação, distribuição de renda etc.
 Por esse motivo, devemos diferenciar o conceito de bem-estar social (mais amplo) de bem-estar Econômico, medido pelo Produto Nacional do país, que é avaliado no mercado, tem um preço de mercado. O Produto Nacional mede essencialmente o bem-estar no sentido econômico. Alguns economistas sugerem que, para aproximar mais o cálculo do PN ao conceito de bem-estar social, deveria ser retirado do cálculo do PN o custo social causado pelo crescimento econômico (as chamadas externalidades negativas, como poluição ambiental, custo de congestionamentos urbanos etc.). Na mesma linha, poderiam ser acrescidos os benefícios advindos do aumento do lazer, refletindo no fato de que as horas trabalhadas têm diminuído ao longo dos anos, enquanto o PN tem aumentado (equivale a dizer que a produtividade média do trabalho tem aumentado).
O indicador mais utilizado para avaliar o bem-estar do ponto de vista social é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado periodicamente pelas Nações Unidas. Trata-se de um índice calculado a partir de uma média de indicadores sociais (taxa de alfabetização, nível de escolaridade e expectativa de vida) e econômicos (PIB real per capita):
índice da esperança de vida: esperança de vida ao nascer (anos); 
índice da educação;
taxa de alfabetização de adultos (dois terços do índice);
taxa de escolaridade bruta conjunta do 1º, 2º e 3º graus ( um terço do índice);
índice do PIB: PIB real per capita, em dólares PPP (dólares ajustados pelo poder de compra dos países).Esse estudo classifica os 162 países em três categorias: 48 com desenvolvimento humano elevado, 79 com desenvolvimento humano médio e 35 com desenvolvimento humano baixo. Em 1999, o Brasil ocupava a 69ª posição. Os 5 países de melhor qualidade de vida eram, pela ordem, Noruega, Austrália, Canadá, Suécia e Bélgica. Já no último relatório divulgado pela ONU para o biênio 2007/2008, com base em dados de 2005, o Brasil ocupa o 70º lugar na lista de países com elevado índice de desenvolvimento humano. E os cinco primeiros países que ocupam a lista são pela ordem: Islândia, Noruega, Austrália, Canadá e Irlanda.
As informações abaixo reproduzem a nova metodologia da ONU para obtenção do IDH. 
__________________________________________________________________
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem-estar infantil. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento em seu relatório anual.
Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. Os países com uma classificação elevada freqüentemente divulgam a informação, a fim de atrair imigrantes qualificados ou desencorajar a emigração.
O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo: 
*Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,499, é considerado baixo. 
*Quando o IDH de um país está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio. 
*Quando o IDH de um país está entre 0,800 e 1, é considerado alto.
Para calcular o IDH de uma localidade, faz-se a seguinte média aritmética:
(onde L = Longevidade, E = Educação e R = Renda) 
nota: pode-se utilizar também a renda per capita (ou PNB per capita). 
Legenda:
EV = Expectativa de vida; 
TA = Taxa de Alfabetização; 
TE = Taxa de Escolarização; 
log10PIBpc = logaritmo decimal do PIB per capita. 
Países de elevado desenvolvimento humano
	Posição
	País
	IDH
em 2005 (publicado em 2007)
	Dados de 2005 (publicados em 2007)
	Mudança comparada a dados de 2004 (publicados em 2006)
	
	
	1
	��(1)
	�� Islândia
	��0.968
	2
	��(1)
	�� Noruega
	��0.968
	3
	��(0)
	�� Austrália
	��0.962
	4
	��(2)
	�� Canadá
	��0.961
	5
	��(1)
	�� Irlanda
	��0.959
	6
	��(1)
	�� Suécia
	��0.956
	7
	��(2)
	��� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a" \o "Suíça" �Suíça�
	��0.955
	8
	��(1)
	�� Japão
	��0.953
	9
	��(1)
	�� Países Baixos
	��0.953
	10
	��(6)
	�� França
	��0.952
	11
	��(0)
	�� Finlândia
	��0.952
	12
	��(4)
	�� Estados Unidos
	��0.951
	13
	��(6)
	�� Espanha
	��0.949
	14
	��(1)
	�� Dinamarca
	��0.949
	15
	��(1)
	�� Áustria
	��0.948
	16
	��(2)
	�� Reino Unido
	��0.946
	17
	��(4)
	�� Bélgica
	��0.946
	18
	��(6)
	�� Luxemburgo
	��0.944
	19
	��(1)
	�� Nova Zelândia
	��0.943
	20
	��(3)
	�� Itália
	��0.941
	21
	��(1)
	�� Hong Kong
	��0.937
	22
	��(1)
	�� Alemanha
	��0.935
	23
	��(0)
	�� Israel
	��0.932
	24
	��(0)
	�� Grécia
	��0.926
	25
	��(0)
	�� Singapura (Cingapura)
	��0.922
	26
	��(0)
	�� Coréia do Sul
	��0.921
	27
	��(0)
	�� Eslovênia
	��0.917
	28
	��(1)
	�� Chipre
	��0.903
	29
	��(1)
	�� Portugal
	��0.897
	30
	��(4)
	�� Brunei
	��0.894
	31
	��(0)
	��� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Barbados" \o "Barbados" �Barbados�
	��0.892
	32
	��(2)
	�� República Checa
	��0.891
	33
	��(0)
	��� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Kuwait" \o "Kuwait" �Kuwait�
	��0.891
	34
	��(2)
	�� Malta
	��0.878
	35
	��(11)
	�� Qatar
	��0.875
	
	Posição
País
IDH
em 2005 (publicado em 2007)
Dados de 2005 (publicados em 2007)
Mudança comparada a dados de 2004 (publicados em 2006)
36
Hungria HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Hungary.svg" \o "Hungria" �� 
37
Polônia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Poland.svg" \o "Polônia" �� 
38
Argentina
39
Emiratos Árabes Unidos
40
Chile HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Chile.svg" \o "Flag of Chile.svg" �� 
41
Bahrein
42
Eslovênia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Slovenia.svg" \o "Flag of Slovenia.svg" �� 
43
Lituânia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Lithuania.svg" \o "Lituânia" �� 
44
Estônia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Estonia.svg" \o "Estónia" �� 
45
Letônia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Latvia.svg" \o "Letónia" �� 
46
Uruguai
47
Croácia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Croatia.svg" \o "Flag of Croatia.svg" �� 
48
Costa Rica
49
Bahamas
50
Seychelles
51
Cuba HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Cuba.svg" \o "Flag of Cuba.svg" �� 
52
México HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Mexico.svg" \o "Flag of Mexico.svg" �� 
53
Bulgária HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Bulgaria.svg" \o "Bulgária" �� 
54
São Cristóvão e Névis
55
Tonga
56
Líbia
57
Antígua e Barbuda
58
Omã
59
Trinidad e Tobago
60
Romênia
61
Arábia Saudita
62
Panamá HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Panama.svg" \o "Flag of Panama.svg" �� 
63
Malásia
64
Bielorrússia
65
Maurícia
66
Bósnia e Herzegovina HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Flag_of_Bosnia_and_Herzegovina.svg" \o "Flag of Bosnia and Herzegovina.svg" �� 
67
��(2)
�� Rússia
��0.802
68
��(5)
�� Albânia
��0.801
69
��(3)
�� Macedónia
��0.801
70
��(1)
��� HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil" \o "Brasil" �Brasil�
��0.800
__________________________________________________________________
Fonte: WIKIPÉDIA endereço (http://pt.wikipedia.org/wiki/idh)
Entretanto, como a metodologia do IDH ainda não está consolidada (por exemplo, não leva em conta o grau de distribuição de renda do país), a medida do Produto Nacional (PIB) ainda é o indicador mais operacional, tanto para comparações internacionais, como para medir o crescimento do país ao longo dos anos. Ela deve ser utilizada, mas sempre observando também outros indicadores socioeconômicos, como grau de distribuição da renda, analfabetismo, mortalidade infantil, expectativa de vida, leitos hospitalares per capita, calorias e proteínas per capita, para que tenhamos uma avaliação mais completa da real condição de desenvolvimento econômico e social de um país. 
14 SISTEMAS DE CONTABILIDADE SOCIAL
Os Agregados macroeconômicos que discutimos neste capítulo são calculados com base em dois sistemas principais de contabilidade social: o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz Insumo-Produto.
O Sistema de Contas Nacionais, desenvolvido por Simon Kuznets e Richard Stone, ambos ganhadores do Prêmio Nobel, baseia-se no método contábil das partidas dobradas, e tem como características não considerar as transações com bens e serviços intermediários (que são absorvidos na produção de outros produtos), enquanto a Matriz Insumo–Produto ou Matriz de Relações Inter-setoriais, desenvolvidas pelo russo Wassily Leontief, também agraciado como Prêmio Nobel, baseia-se numa matriz de dupla entrada, e considera tanto as transações com bens e serviçosfinais como intermediários.
O Sistema de Contas Nacionais apresentou profunda alteração em anos recentes, conforme orientação da ONU (no Brasil, a partir de 1998), sendo inclusive compatibilizada com a Matriz Insumo-Produto. O sistema atual, embora seja bem mais completo do que a versão original de Stone e Kuznetz, tornou-se extremamente complexo, não apresentando a didática do original. 
14.1 O SISTEMA DE CONTAS NACIONAIS (VERSÃO ORIGINAL)
O Sistema de Contas Nacionais é baseado em quatro contas, relativas à produção, apropriação (ou utilização) da renda e acumulação (ou formação de capital) dos agentes econômicos (famílias, empresas, setor público e setor externo).
Conta Produto Interno Bruto (produção);
Conta Renda Nacional Disponível Líquida (apropriação);
Conta Transações Correntes com o resto do mundo;
Conta de Capital (acumulação).
Os lançamentos das transações são feitos de acordo com o tradicional método das partidas dobradas.
Como complemento, apresenta-se também a Conta Corrente das Administrações Públicas. Essa conta discrimina um pouco mais as contas do governo, inclusive impostos diretos, contribuições previdenciárias etc., que não têm contrapartida com as demais contas do sistema de Contas Nacionais. 
14.1.1 Conta Produto Interno Bruto
 Essa conta apresenta, no lado do débito, o pagamento das unidades produtivas aos fatores de produção, incluindo os impostos indiretos (menos os subsídios) e, no lado do crédito, o que as empresas receberam dos agentes que adquiriram os bens e serviços finais. A partir dessa conta, tem-se o conceito de Produto Interno Bruto a preços de mercado e de Dispêndio Interno Bruto a preços de mercado.
No razonete a seguir, a numeração das transações permite verificar a contrapartida contábil das mesmas nas outras contas do Sistema:
	CONTA PRODUTO INTERNO BRUTO
(unidades produtoras)
	Débitos
	Créditos
	7. Salários
8. Excedente operacional bruto
9. Impostos indiretos
10. (−) subsídios
	Consumo das famílias (ou consumo pessoal)
Consumo do governo
Investimentos em bens de capital (ou Formação bruta de capital fixo)
Variação de estoques
Exportações CIF
(−) Importações CIF
	Produto Interno Bruto a preços de mercado
	Despesa Interna Bruta a preços de mercado 
Obs. Exportações e Importações CIF (cost, insurance and freigth): incluem fretes e seguros. Exportações e Importações FOB (free on board): custo da mercadoria, isento de fretes e seguros.
Nessa conta, o Excedente Operacional Bruto é definido como a diferença entre o produto Interno Bruto a custo de fatores menos o total de salários, ou seja, é o total de juros, aluguéis e lucros. Na prática, é obtido por diferença calcula-se o PIB a custo de fatores, a partir do valor adicionado por setor, e depois subtrai-se o total de salários.
Cabe destacar que as empresas estatais são consideradas na conta de produção, pois vendem bens e serviços no mercado, como as empresas privadas.
Tudo que é atividade produtiva entra nessa conta, o que inclui também empresas familiares (padarias, pequeno comércio etc.), bem como a atividade de autônomos.
Todo o investimento das famílias em moradias, bem como os investimentos do governo (despesas de capital), também são contabilizados nessa conta, pois representam uma atividade de produção. 
14.1.2 Conta renda nacional disponível líquida
Essa conta descreve, no lado do débito, como as famílias e o governo utilizam a renda recebida (destinada ao consumo ou à poupança) e, no lado do credito, as rendas recebidas pelas famílias e pelo governo mais o resultado liquido dos recebimentos e das transferências como o exterior. Os subsídios e a depreciação entram como crédito, mas com o sinal negativo. A partir dessa conta, podemos mensurar a utilização da Renda Nacional Disponível Líquida, bem como sua apropriação.
	CONTA RENDA NACIONAL DISPONÍVEL LÍQUIDA
(apropriação da renda)
	Débitos
	Créditos
	Consumo das famílias
Consumo do governo
14. Saldo: poupança interna
	Salários
Excedente operacional bruto
Impostos indiretos
(−) Subsídios
(−) Depreciação
(−) Renda enviada ao exterior
Renda recebida do exterior
	Utilização da Renda Nacional Disponível Líquida
	Apropriação da Renda Nacional Disponível Líquida 
Obs.: No Brasil, como não tem sido calculada a depreciação, essa conta denomina-se Conta Renda Nacional Disponível Bruta.
O governo e as famílias são setores usuários e não produtores de bens e serviços para o mundo. A atividade do governo como produtor, por meio das empresas estatais, está considerada dentro do setor de produção, como já mencionamos.
14.1.3 Conta trasações correntes com o resto do mundo
Nessa conta, registram-se, no lado dos débitos, os gastos dos não-residentes com os bens produzidos internamente (exportações CIF), os rendimentos e as transferências recebidos do resto do mundo (rendas e donativos), bem como a poupança externa. No lado dos créditos, registram-se as compras realizadas por residentes de bens e serviços produzidos no exterior (importações CIF) e os pagamentos e as transferências pagas aos não-residentes (rendas e donativos enviados ao exterior).
	CONTA TRASAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO
	Débitos
	Créditos
	5. Exportações CIF
13. Renda recebida do exterior
15. Saldo: Poupança externa
	6. Importações CIF
12. Renda enviada ao exterior
	Utilização dos Recebimentos Correntes
	Recebimentos Correntes 
Os recebimentos e pagamentos indicados são considerados do ponto de vista do resto do mundo. Assim, as importações, por exemplo, representam pagamentos aos países fornecedores, a crédito destes. Como a poupança externa é considerada em termos reais (não financeiros), nas Contas Nacionais, uma poupança externa negativa, significa que saíram do país mais bens e serviços do entraram. O país teve um saldo negativo com o resto do mundo, em termos de bens e serviços. Em termos financeiros, trata-se de um saldo positivo (entraram mais divisas do que saíram). Uma poupança externa positiva significa que entraram no país mais bens e serviços do que saíram.
 
14.1.4 Conta de capital
A conta de capital tem como objetivo consolidar o sistema de contas. Nessa conta, são lançadas as contrapartidas de investimento e as poupanças das outras contas. Assim, no lado do débito, são lançados os gastos com a formação de capital, incluindo a depreciação (lançada com o sinal negativo), e, no lado do crédito, a fonte dos recursos pra os investimentos, ou seja, a poupança dos agentes econômicos (famílias, governo, empresas e setor externo), representando o saldo das contas anteriores.
	CONTA DE CAPITAL
	Débitos
	Créditos
	3. Investimentos em bens de capital (ou Formação bruta de capital fixo)
4. Variação de estoques
11. (−) Depreciação
	Poupança interna
 Poupança externa
	Total da Formação de Capital
	Financiamento da Formação de Capital 
14.2 CONCEITOS DE POUPANÇA DO SETOR PRIVADO, RENDA DISPONÍVEL DO SETOR PRIVADO E RENDA DISPONÍVEL DO SETOR PÚBLICO
Podemos obter ainda mais três conceitos, a partir das Contas Nacionais: poupança do setor privado e renda disponível do setor privado e do setor público.
14.2.1 Poupança do Setor Privado
	
Poupança do Setor Privado = Poupança Interna (poupança Bruta) − Poupança do Governo
A Poupança Interna (ou Poupança Bruta, no Brasil) é o saldo da conta Renda Nacional Disponível Líquida (Bruta, no Brasil). Esse saldo, entretanto, não separa a parcela de poupança do setor privado e a do governo. Como o saldo da conta corrente das administrações públicas é a própria Poupança do Governo, obtém-se então por diferença a Poupança do Setor Privado. 
 
14.2.2 Renda disponível do setor privado
A Renda Disponível do setor privado é o que sobre efetivamente para o setor privado gastar

Continue navegando