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Atualizações em Direito Administrativo 2014 1ª. Lei 12.990/14: Lei que cria cotas pra negros e pardos em concursos públicos. Só se aplica para o Poder Executivo da Adm. Direta e Indireta da união. Faz uma reserva de 20% das vagas. A Declaração de ser negro ou pardo é feita pelo próprio candidato. E se ela for considerada falsa posteriormente, o candidato será excluído do concurso. O candidato negro ou pardo participa do concurso na livre concorrência e pelas cotas. Se ele for aprovado e nomeado pela livre concorrência, a vaga ocupada por ele não é abatida no quantitativo das cotas. A lei se baseia no Princípio da Isonomia material (tratar os iguais de forma igual, e os desiguais de forma desigual no limite da sua desigualdade). 2ª. EC 81/14: altera o art 243 CF: a desapropriação confisco. Serão expropriados sem direito a indenização as propriedades imóveis rurais ou urbanas (tira a expressão gleba) utilizadas para plantação de psicotrópicos e exploração de trabalho escravo (norma de eficácia limitada – deverá ser editada uma lei infraconstitucional posteriormente). Se apenas uma parte da propriedade for utilizada para as atividades acima, será desapropriada a propriedade inteira. Quanto à destinação do bem (antes era para assentamento de colonos), passou a ser para reforma agrária ou para programas de habitação popular. 3ª. EC 79/14: estabeleceu um regramento diferente para a acumulação de cargos do servidor público. Acumulação de cargos: é vedada a acumulação de cargos públicos aos detentores de cargos e empregos públicos (art 37 CF), abrange os servidores estatutários e celetistas. Podendo acumular apenas, ¹2 cargos de professor, ²2 cargos de profissionais de saúde com profissão regulamentada, ³1 cargo técnico ou científico com um cargo de professor, e 41 cargo efetivo com 1 cargo de vereador. A alteração é a respeito da acumulação 2 cargos de profissional de saúde com profissão regulamentada. Não se trata apenas de médicos, mas enfermeiros, fisioterapeutas etc. Os cargos de profissionais de saúde, mesmo que estejam atrelados a atividade militar, são considerados profissionais de saúde para fins de acumulação. 4ª. MS 18.966-DF: deficiência auditiva – surdez unilateral: Serão reservadas, no mínimo 5% e no máximo 20% das vagas para portadores de necessidades especiais. (entendimento do STJ). O STJ entende que a surdez unilateral não é considerada necessidade especial para ingresso em concurso público. 5ª. AgRg no AREsp 213.264-BA: limite de idade em concurso público. A Sum 683 STF diz que é possível estabelecer limite de idade para ingresso em concurso público, desde que esse limite seja compatível com o exercício da função. Se entender que o limite de idade estabelecido é inconstitucional por violar os Princípios da Isonomia e da Impessoalidade porque não se trata de situação onde a função exige limite de idade, pode impetrar um Mandado de Segurança. Segundo o entendimento do STJ, o prazo decadencial de 120 dias será contado da ciência do ato administrativo que determina a eliminação do candidato pela idade, e não da publicação do edital que prevê a regra de limitação. 6ª. AgRG no Resp 1.414.990-DF: é possível exigir exame médico para ingresso em cargo público, mesmo que não tenha lei específica que regulamente (STJ). 7ª. RMS 43.416-AC: exame psicotécnico: a matéria é repetitiva. A doutrina e a jurisprudência já são pacíficas no sentido de que é possível exame psicotécnico em concurso público. Para que o exame psicotécnico seja regular, não haja irregularidades, a lei da carreira tem que regulamentar que há necessidade do exame psicotécnico. E além disso, o edital do concurso deve trazer critérios objetivos de eliminação e escolha, de avaliação no psicotécnico, a fim de garantir a Impessoalidade. É necessário também, (STJ) que o edital preveja a possibilidade de recurso do resultado do exame psicotécnico. 8ª. AGRG no RMS 39.580-PE: investigação social em concurso público: é possível a investigação social em concurso público desde que a lei da carreira exija, e o edital estabeleça os critérios de análise nessa investigação social (também chamada investigação de vida pregressa). Respeitando o Princípio de presunção de inocência, não se pode eliminar o candidato porque ele está sendo alvo de alguma investigação por crime e etc, ação penal em curso, deve haver decisão transitada em julgado. (STJ). 9ª. Súmula Vinculante nº 33: A aposentadoria do servidor público se dá pelo regime próprio de previdência social, específico dos servidores detentores de cargos efetivos, regulamentado pelo ente federativo a que é subordinado. O art 40 CRFB estabelece os critérios de aposentadoria. Aposentadoria por invalidez, aposentadoria compulsória e aposentadoria voluntária (proventos integrais ou proporcionais). A CRFB veda a criação de critérios diferenciados, salvo se por meio de lei complementar se estipular critérios para ¹servidores portadores de deficiência, ²servidores que exercem atividade de risco, e ³servidores que exercem atividade prejudicial à saúde. O problema é que em muitas carreiras não tem lei complementar. A Súmula Vinculante nº 33 veio tratar dos servidores que exercem atividade prejudicial à saúde dizendo que, não havendo lei complementar que regulamente a aposentadoria do servidor que exerce atividade prejudicial à saúde, se aplicam as regras do Regime Geral de Previdência Social. 10ª. REsp 1.193.248-MG: Nepotismo no serviço público. A Súmula Vinculante nº 13 de 2008 não permite a nomeação de nenhum parente até o 3º grau civil, cônjuge ou companheiro, para exercer função sob a chefia imediata da autoridade nomeante. Sendo vedadas também as designações recíprocas (nepotismo cruzado). Sendo feito em respeito aos Princípios da moralidade e da impessoalidade. Começou a discutir que as nomeações realizadas antes da súmula, ato ou lei proibindo a nomeação não configuram ato de improbidade. A simples nomeação por si só, já é um ato ilícito, em violação aos Princípios, mas não configura ato de improbidade. Porque a configuração de ato de improbidade dependeria da má fé, do dolo, ou pelo menos da demonstração de dano efetivo ao erário com culpa. O art 11 da Lei de Improbidade caracteriza ato de improbidade que viole Princípio, mas o STJ entende que a violação a um princípio da Administração Pública só configura um ato de improbidade se for praticado com dolo, com a má-fé do agente. Como ainda não havia a Sumula Vinculante, ato ou lei que vedasse a nomeação de parente, se entende que essa nomeação é ilegal, mas não se configura a má-fé do agente para configurar ato de improbidade. O ato é ilícito, mas se configura improbidade administrativa. 11ª. Resp 1.164.037-RS: Indisponibilidade de bens uma das medidas cautelares regulamentadas na lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa). Temos a cautelar de indisponibilidade de bens como garantia de um resultado prático. É pacífico o entendimento do STJ de que a declaração de indisponibilidade pode, inclusive, recair sobre bens que já existiam e faziam parte do patrimônio do sujeito antes da prática do ato. O STJ disse que os valores investidos em aplicações financeiras cuja origem remonte a verbas trabalhistas não pode ser objeto de indisponibilidade na Ação de Improbidade. 12ª. Resp 1.176.440-RO: é possível o bloqueio de bens em valor superior ao indicado na petição inicial da Ação de Improbidade. 13ª. Resp 1.171.017-PA: regulamenta o litisconsórcio necessário na Ação de Improbidade. Quando a Ação de Improbidade for proposta em face de um agente público e de um particular, não é possível que o particular figure sozinho no polo passivo da Ação de Improbidade. O particular sempre vai atuarjunto com um agente, concorrendo, induzindo ou se beneficiando da prática do ato de improbidade. Logo, estamos diante de uma situação de litisconsórcio passivo necessário. 14ª. Resp 1.286.886-MT: divergência entre área registrada e área efetiva no momento da desapropriação: Foi feita uma Desapropriação e a área registrada em Cartório é menor que a área medida pelos peritos. A indenização deve ser calculada quanto as duas áreas. O sujeito tem direito a receber a indenização pela área registrada, e a indenização pelo restante ficará em juízo esperando que se retifique o registro ou discuta a propriedade por meio de ação própria (STJ). Aqui se trata de desapropriação para reforma agrária, mas vale para qualquer tipo de desapropriação. 15ª. Resp 1.257.886-PE: exigência de qualificação técnica: habilitação em procedimentos licitatórios: O art 27 da lei 8.666/93 estabelece os requisitos de habilitação que podem ser exigidos do licitante. Não se pode exigir qualificação técnica a mais do que a necessária para a execução do contrato. E pode se exigir experiência em atividade similar. Não é frustração do caráter competitivo. 16ª. Resp 1.352.497-DF: Não há garantia de equilíbrio econômico financeiro do contrato de permissão de serviço de transporte público realizado sem prévia licitação. Para que esses contratos sejam regulares, devem ter sido feitos antes da CRFB/88. (art 175 CRFB). 17ª. AgRG no Resp 1.372.058-CE: Paridade: a paridade acabou com a EC 41/03, mas aqueles que se aposentaram antes de 2003, e aqueles que ingressaram antes de 2003 e cumpriam as regras de transição tem direito a paridade. Paridade é a garantia do servidor público inativo de receber o mesmo que o servidor da ativa. O servidor inativo que tem direito a paridade faz jus a Gratificação “disfarçada” concedida a servidor ativo que se trata de remuneração (STJ). 18ª. Resp 1.433.037-DF: o servidor temporário que exerça atividade temporária nos moldes da Lei 4785 e que tenha sido aprovado em processo seletivo pra assumir outro cargo temporário em outro órgão não hierarquicamente subordinado ao órgão anterior pode assumi-lo independentemente do prazo (STJ). 19ª. ADI 3541/DF: discute a inconstitucionalidade do art 28, V do Estatuto da OAB que diz que a atividade de advogado é incompatível com a atividade policial. O STF entende que o artigo é constitucional. 20ª. RE 635739: cláusula de barreira: segundo o STF, é constitucional a clausula de barreira em concurso público. Cláusula de barreira ocorre quando o edital do concurso público define a quantidade de pessoas que serão aprovadas para a fase posterior. 21ª. RE 565089: o art 37, X CRFB garante ao servidor público o direito a uma revisão geral anual como formas de manter o valor real, manter o poder de compra. O STF entendia que se não houvesse uma lei trazendo a revisão geral anual, o servidor não poderia ser indenizado pela ausência de lei, porque a indenização determinada pelo judiciário seria um aumento de remuneração sem lei. A posição atual da Ministra Carmem Lúcia é de que não havendo lei regulamentando o reajuste anual do servidor, e ele comprovar um dano em virtude disso. Ele terá direito a ser indenização. A matéria ainda se encontra em discussão. 22ª. Rcl 15052: Responsabilidade civil do Estado decorrente do não pagamento da empresa contratada aos seus empregados: O art 71 Lei 8.666/93 foi declarado constitucional pela ADC nº 16 que diz que a Estado não responde pelos débitos trabalhistas da empresa contratada por ele. Por outro lado, a Sum 331 TST dia que o estado responde subsidiariamente desde que ele tenha agido de forma culposa (omisso no dever de fiscalização. A matéria ainda se encontra em discussão.
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