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Direito Administrativo – InformAtivo E aí, galera, beleza? Esse é o caderno de informativo de Direito Administrativo, que usamos para estudo pessoal com base nos informativos disponibilizados pelo Dizer o Direito. Nós pegamos o informativo disponibilizado pelo Dizer o Direito e acrescentamos perguntas referentes ao julgado (tese + fundamentos) a fim de estimular um estudo ativo, o qual é o mais eficaz em termos de aprendizagem. Estudo Ativo, em suma, é um estudo em que nós procuramos gerar as informações; fazer a nossa própria codificação, e não apenas ler e reler. Não estamos criticando quem revisa grifos (até porque nós também eventualmente fazemos isso), mas os pesquisadores apontam que o mais eficaz é tentar se recordar da informação por si próprio, pois desse modo as informações conectam-se, associam-se e consolidam-se. E como fazemos um estudo ativo? Fazendo perguntas a si mesmo; tentando explicar para si ou para outra pessoa o conteúdo; realizando questões, etc. Diante disso, surgiu a ideia de fazermos esse material de Informativo com Perguntas para forçar o leitor a fazer um estudo ativo antes de propriamente ler o julgado. Espera-se, assim, que a aprendizagem seja mais duradoura, evitando as chamadas Ilusões de Competência, as quais são criadas quando criamos familiaridade com o material e achamos que possuímos pleno domínio da matéria, apenas por conseguir ler rápido ou a leitura fluir. Ocorre que, às vezes, isso é apenas uma Ilusão de Competência, de modo que quando algum amigo pergunta sobre o informativo, não sabemos responder ou erramos na prova. Esperamos que gostem do material e que ele ajude vocês a conquistar os seus sonhos. Tmj! Lista de Perguntas – Estudo Ativo 2022 ................................................................................................................. 15 É admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço especial em comum para fins de contagem recíproca? Houve alguma EC dispondo sobre o assunto recentemente? ........................ 15 2021 ................................................................................................................. 17 É possível cobrar um valor da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando faixas de domínio de uma rodovia? ........ 17 Há direito adquirido a incidência de correção monetária nas contas vinculadas ao FGTS pelo IPC de fevereiro/1991 (relativo ao Plano Collor II)? ................................................................................................. 19 Caso o indivíduo tenha sido condenado administrativamente pela CVM pela prática de insider trading e, após recurso, a decisão tenha sido mantida pelo CRSFN, eventual Ação Anulatória será proposta contra quem? Por quê? .......................................................................... 21 Servidor público reintegrado faz jus ao recebimento das parcelas remuneratórias referentes ao auxílio-transporte e ao adicional de insalubridade pelo período em que esteve indevidamente afastado do cargo público? Por quê? ........................................................................ 22 É constitucional a vinculação de reajuste de vencimentos de servidores públicos estaduais ou municipais ao INPC? Por quê?..... 23 É possível que os Estados, DF e Municípios instituam subtetos diferentes da União? ............................................................................... 24 É possível que norma de edital impeça a participação de candidato em processo seletivo simplificativo caso esse candidato anteriormente tenha tido seu contrato com a Administração rescindido por conveniência administrativa? Por quê? ...................... 25 Indivíduo titular de serventia não estatizada, mas que recebe remuneração dos cofres públicos, está sujeito à aposentadoria compulsória ou não? Por quê? ............................................................. 26 É possível que lei estipule prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua regulamentação? Por quê? .................................................. 27 É possível o "Exercício Provisório" de que trata o §2º do art. 84 da Lei nº 8.112/90 nas unidades administrativas do Ministério das Relações Exteriores (ME) no exterior? .................................................................. 29 É possível valorar negativamente os antecedentes em sanção disciplinar na hipótese de o servidor ser veterano e com larga experiência? Por quê? ............................................................................ 30 Autoridade administrativa pode decretar perda da função pública a servidor público em razão de ato de improbidade administrativa? Exige-se prévia condenação por autoridade judicial? ......................... 31 Caso a empresa proprietária de veículo tenha sido notificada pela infração de trânsito e não tenha informado o nome do condutor do veículo, exige-se nova notificação da empresa em relação à multa a ser aplicada em razão do não fornecimento do nome do condutor? Por quê? ................................................................................................... 32 É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quando há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa? ................................................................................... 34 Quais são os requisitos para que o candidato não seja nomeado, mesmo passando dentro do número de vagas? É suficiente a invocação do estado de pandemia da COVID-19 para recusar à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público? Por quê? ................................................................................... 36 O professor do ensino básico técnico e tecnológico aposentado antes da Lei 12.772/2012, mas cujo certificado ou título foi obtido antes da inativação, tem direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), para fins de cálculo da Retribuição por Titulação – RT? Por quê?.......................................................................................................... 38 Os Policiais Federais fazem jus a pagamentos de diárias dentro da circunscrição de seu exercício? ............................................................ 40 A autoridade administrativa pode aplicar ao servidor pena diversa da demissão, ainda que caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90, aplicando-se o Princípio da Proporcionalidade? Por quê? ................................................................................................... 42 Candidato aprovado em concurso público pode assumir cargo que, no edital, exige título de Ensino Médio Profissionalizante ou ensino médio completo com curso técnico em área específica, caso o candidato não tenha esse título, mas possua curso de ensino superior na mesma área profissional?.................................................. 44 Qual é o prazo prescricional para a propositura de ações de improbidade administrativa? Na ação civil pública por ato de improbidade administrativa é possível o prosseguimento da demanda para pleitear o ressarcimento do dano ao erário, ainda que declaradas prescritas as demais sanções previstas no art. 12 da Lei de Improbidade? .......................................................................................... 45 Nas situações em que se verifica que a conduta do investigado se amolda às hipóteses de demissão e de cassação de aposentadoria, há discricionariedade para a Administração Pública aplicar pena menos gravosa? Por quê? ..................................................................... 46 É constitucional a lei que proíbe pessoas que exerçam cargo em organização sindical e de membro de Conselho de Diretoria de Associação representativade interesses patronais ou trabalhistas de serem indicados para Conselho Diretor ou Diretoria Colegiada de Agências Reguladoras? ......................................................................... 47 É constitucional ato normativo que exclui o direito dos candidatos com deficiência à adaptação razoável em provas físicas de concursos públicos? Por quê? ................................................................................. 48 É possível conceder pensão vitalícia aos dependentes de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador que morram no exercício do mandato? Por quê? Caso não seja legal, os dependentes deverão devolver os benefícios recebidos? ............................................................................ 50 É constitucional a LC 179/2021 que conferiu autonomia ao Banco Central? A referida LC violou reserva de iniciativa legislativa do Chefe do Poder Executivo para tratar sobre servidores da União e extinção de órgãos e Ministérios? Quais argumentos no sentido da Constitucionalidade Formal e Material da referida lei? ....................... 51 A indisponibilidade pode ser decretada em qualquer hipótese de ato de improbidade administrativa? A indisponibilidade no âmbito da Ação de Improbidade Administrativa abrange também o pagamento da multa civil? ......................................................................................... 54 O teto aplicável aos servidores municipais pode ser o subsídio dos Desembargadores do TJ (modelo facultativo)? Há exceção? No que diz respeito ao teto remuneratório, qual a diferença do Modelo Geral para o Modelo Facultativo? .................................................................... 55 É constitucional norma estadual que vincule subsídios de agentes políticos de distintos entes federativos, de modo que o aumento de uma carreira implique aumento na outra carreira? .............................. 57 A concessão de aposentadoria ao empregado público, com utilização do tempo de contribuição, acarreta obrigatoriamente o rompimento do vínculo trabalhista? ........................................................................... 58 O Estado deve ser responsabilizado em caso de jornalistas feridos pela polícia durante protestos e/ou manifestações? Pode-se invocar a culpa exclusiva da vítima nessas hipóteses? ...................................... 59 É possível impedir que candidato participe de concurso público da Polícia Militar em razão de ter admitido ter feito uso de drogas durante a adolescência? Por quê? ........................................................ 61 É constitucional emenda à Constituição Estadual que estabelece como limite remuneratório único dos servidores estaduais o limite do teto dos Ministros do STF? Por quê? .................................................... 63 É constitucional a equiparação de carreira de nível médio a outra de nível superior? Por quê? ........................................................................ 64 É possível o ajuizamento de Ação Civil Pública caso titularidade do imóvel já tenha sido discutida em ação de desapropriação? Por quê? .................................................................................................................. 66 É possível no exame judicial da validade dos atos administrativos, diante da falta de norma processual administrativa específica, a utilização dos dispositivos regentes da Lei de Ação Popular? .......... 68 Exige-se autorização legislativa para a alienação do controle acionário de empresas subsidiárias? Por quê? Exige-se autorização legislativa específica para a criação de empresas subsidiárias? É cabível ADPF para impugnar Edital de Leilão sob o fundamento de que houve violação ao Princípio da Separação de Poderes? ............. 69 É constitucional lei do DF que estabelece o teto constitucional para todas as Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista? Por quê?.......................................................................................................... 72 No tocante ao valor da reparação mensal devida aos anistiados políticos, pode ser feita a fixação do quantum indenizatório através de pesquisa de mercado? ...................................................................... 75 Caso haja a remoção de um dos companheiros por interesse da Administração Pública, o outro possui direito líquido e certo de ser removido para o mesmo local? Haverá esse direito caso os companheiros já morassem em municípios distintos antes da remoção? Há direito à remoção para o mesmo julgar, caso a Remoção do 1º cônjuge tenha sido feita a Pedido? E na hipótese de alteração da residência em razão de posse em concurso público em lugar diverso de onde residia com seu cônjuge? ................................ 76 A contratação temporária de terceiros para o desempenho de funções do cargo de enfermeiro, em decorrência da pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2, e determinada por decisão judicial, configura preterição ilegal de candidatos aprovados em concurso anterior no cadastro de reserva? Por quê? .............................................................. 78 É constitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 anos para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela administração pública estadual? Por quê? Há violação à Segurança Jurídica? Há violação à proporcionalidade e à razoabilidade? .......... 79 Caso um candidato que tenha sido aprovado dentro do número de vagas previsto no edital de concurso desista de sua nomeação, após a validade do concurso, haverá direito subjetivo de nomeação do próximo candidato? ................................................................................ 81 Exige-se licitação para que a União contrate a SERPRO para a prestação de serviços de tecnologia da informação considerados estratégicos? Por quê? .......................................................................... 82 Há repercussão geral a discussão sobre a convocação dos concludentes de Medicina e que haviam sido dispensados do serviço militar obrigatório por excesso de contingente? Por quê? ................. 84 Exige-se que a Área de Reserva Legal seja averbada no Registro Imobiliário para fins de não ser considerada como Área Aproveitável para fins de aferição da produtividade ou não do imóvel? Por quê? . 85 Há necessidade de devolução dos valores recebidos por servidor público na hipótese de erro operacional da Administração Pública ou interpretação errônea da lei? ................................................................. 88 Prescrevem em quanto tempo as ações de indenização por danos morais e materiais decorrentes de perseguição, tortura e prisão, por motivos políticos, ocorridas durante o regime militar? Por quê? ...... 89 O proprietário que adquiriu imóvel com restrição administrativa, pode pedir indenização em face do Poder Público em razão da restrição? Por quê? Há exceção? ............................................................................ 90 União pode requisitar seringas e agulhas que já foram contratados pelo Estado-membro para o plano estadual de imunização, mas que ainda estão na indústria, em que pese já empenhados? Por quê? É possível a Requisição Administrativa de bens de um ente administrativo por outro? Há exceção? ................................................ 92 A Petrobras e demais sociedades de economia mista que exploram atividade econômica são obrigadas a fazer licitação? ........................ 94 Qual prazo para o Tribunal de Contas julgar legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão? Qual fundamento do STF para aplicar esse prazo? Qual termo inicial desse prazo? ...................................................................................................... 95 Caso um indivíduo tenha adquirido um carro usado para posteriorrevenda, pode-se dispensar a expedição de novo CRV tendo em vista a transitoriedade dessa posse? ............................................................. 97 É constitucional a norma federal que prevê a forma de atualização do piso nacional do magistério da educação básica? .............................. 98 É constitucional o dispositivo da Lei Geral das Antenas que proíbe que os Estados, DF e Municípios cobrem contraprestação das concessionárias pelo direito de passagem em vias públicas, faixas de domínios e outros bens públicos de uso comum? Por quê? Quais fundamentos? ......................................................................................... 99 Caso o motorista cometa uma infração administrativa grave ou gravíssima no período de 01 ano em que recebeu a Permissão para Dirigir, será possível expedir a CNH? Por quê? ................................. 100 O cargo público de agente de trânsito é compatível com o exercício da advocacia? Por quê? ....................................................................... 103 É necessária lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa pública em programa de desestatização? Por quê? Há exceção? ................................................................................. 104 2020 ............................................................................................................... 106 É constitucional lei que, ao aumentar a exigência de escolaridade de determinado cargo de nível médio para superior, assegura também isonomia de remuneração em relação aos ocupantes do cargo em extinção que haviam feito concurso para cargo de nível médio? Por quê?........................................................................................................ 106 É constitucional o parágrafo único do art. 137 da Lei 8.112/90 que proíbe o retorno ao serviço público federal de servidor condenado pela prática de determinados fatos graves? Por quê? ...................... 108 É constitucional a determinação de que a participação de trabalhadores nos lucros ou resultados de empresas estatais deve observar diretrizes específicas fixadas pelo Poder Executivo? Por quê?........................................................................................................ 109 É constitucional lei estadual que define, como critério de desempate em concurso público, a preferência pelo servidor público daquele Estado? Por quê? ................................................................................. 111 É constitucional lei que preveja que o subsídio dos Procuradores será equivalente a um percentual do subsídio dos Ministro do STF? Por quê? ................................................................................................. 112 É possível que o candidato a concurso público consiga a alteração das datas e horários previstos no edital por motivos religiosos? ... 113 É possível que o servidor público cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por motivos religiosos? .................................... 115 Pessoa jurídica de direito público tem direito à indenização por danos morais relacionados à violação da honra ou a imagem no caso de credibilidade institucional fortemente agredida? Por quê? .............. 117 É constitucional a norma estadual pela qual se impõe demissão por ineficiência no serviço público, apurada em processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa? Por quê? ........................... 119 É possível a vinculação remuneratória de carreiras do serviço público? Qual fundamento? ................................................................. 120 Lei Estadual pode prever paridade e integralidade para os policiais civis quando de sua aposentadoria? Lei estadual pode prever que os policiais civis, ao serem aposentados, vão receber a aposentadoria em classe superior àqueles que estavam na ativa? Por quê? .......... 121 É possível que Fundação Pública com personalidade jurídica de direito privado adote o regime celetista para contratação de seus empregados? Por quê? ........................................................................ 122 É possível que uma lei determine que a garantia constitucional da participação nos lucros e resultados seja convencional, ou seja, negociada entre empregado e empregador? ...................................... 123 É possível que lei estadual defina como critério de desempate a preferência pelo servidor público do respectivo Estado? ................ 124 É possível que servidor público em estágio probatório cumpra seus deveres funcionais em dias alternativos por questões de motivos religiosos? É possível que candidato a concurso público preste a prova em datas e horários distintos por questões de escusa religiosa? Em caso positivo, quais os requisitos? ............................ 125 É possível que uma lei vincule o subsídio dos Procuradores da Assembleia Legislativa a um percentual do subsídio dos Ministros do STF? Por quê? ....................................................................................... 127 Caso o servidor público seja demitido pela prática de fatos graves contra a Administração Pública, é possível que ele não possa nunca mais ser readmitido aos quadros da Administração Pública? ......... 128 É possível vincular a remuneração de diversas carreiras do serviço público entre si? Por quê? ................................................................... 129 Lei estadual pode prever paridade e integralidade para os policiais civis? É possível que seja concedido a esses policiais civis o adicional de fim de carreira tal qual como ocorre com os policiais militares? ............................................................................................... 130 Poder Judiciário pode obrigar que o Chefe do Executivo encaminhe o projeto de lei para a revisão geral anual dos servidores? Por quê? Pode reconhecer a mora e pedir que o Executivo se manifeste? Caso o Chefe do Executivo não encaminhe o projeto de lei, os servidores têm direito à indenização? ................................................................... 132 É constitucional lei estadual que preveja regime celetista para fundação pública constituída com personalidade jurídica de direito privado? ................................................................................................. 134 É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para pessoas jurídicas de direito privado? Qual a posição do STJ? E do STF? ......................... 135 Há nulidade do PAD por alegada violação do Direito à Não Autoincriminação quando a testemunha, até então não envolvida, noticia elementos que trazem para si a responsabilidade pelos fatos em investigação? Por quê? .................................................................. 137 Em sede de ADI Estadual questionando a criação de cargos em comissão, o TJ é obrigado a se manifestar sobre a (in) constitucionalidade de cada cargo em comissão de modo individual? Quais requisitos para a criação de um cargo em comissão? ........... 138 Petrobrás pode criar subsidiárias e, em seguida, alienar o controle acionário de tais subsidiárias sem licitação e sem autorização legislativa específica? Por quê? .......................................................... 140 Edital de licitação pode prever uma Taxa de Administração mínima a fim de evitar propostas manifestamente inexequíveis? Por quê? ... 143 Judiciário pode obrigar o Chefe do Poder Executivo a encaminhar o projeto de lei para revisão geral anual dos servidores? Por quê? ... 144 Para que haja a inscrição de ente subnacional em cadastro de inadimplentes é necessário o prévio julgamento da Tomada de Contas Especial? .................................................................................. 146Judiciário pode conceder aumento a determinada carreira de servidor público com fundamento no Princípio da Isonomia? É possível utilizar esse fundamento no que diz respeito às verbas de caráter indenizatório? ........................................................................................ 147 Exige-se Litisconsórcio Passivo Necessário entre os candidatos à concurso público? Por quê? ................................................................ 149 Há responsabilidade civil do Estado por atos praticados por presos foragidos? Por quê? Há exceção? ...................................................... 150 É constitucional a contratação de empregados de conselhos profissionais na condição de CLT? Por quê? .................................... 151 Servidor Público que prestava atividades sob condições especiais tem direito à conversão desse período em tempo de serviço comum? Teve alguma alteração com o advento da EC Nº 103/2019? Em caso positivo, qual foi a alteração? .............................................................. 152 O Poder Executivo Estadual pode ser incluído nos Cadastros de Inadimplentes da União em razão de irregularidade fiscal praticada pelo Ministério Público Estadual? Por quê? ...................................... 154 Qual a justiça competente para julgar ação na qual o Estado pede à União para ser retirada de Cadastros de Inadimplentes da União? Se os débitos forem relacionados à Autarquia Federal, a União poderá figurar no polo passivo? É possível a inscrição do Estado no cadastro de inadimplentes se o precatório já tiver sido expedido? Por quê?........................................................................................................ 155 É cabível mandado de injunção para que se apliquem, aos militares estaduais, as normas que regulamentam o adicional noturno dos servidores públicos civis? Por quê? ................................................... 157 Exige-se perícia comprovando o efetivo prejuízo para fins de reconhecimento da responsabilidade civil do Estado em razão de fixação de preços no setor sucroalcooleiro? ..................................... 158 Técnico em contabilidade pode se inscrever no Conselho de Contabilidade? Há alguma regra transição no que se refere à essa profissão? Há alguma divergência de entendimento no STJ? ......... 159 É necessária a presença de Enfermeiro nas Ambulâncias de Suporte Básico? Por quê? .................................................................................. 161 É constitucional lei que preveja a integração, no quadro do Tribunal de Contas, de servidores que estejam à disposição da Corte? Por quê?........................................................................................................ 162 O Teto Constitucional passou a ser exigido quando em nosso ordenamento? Houve aplicação retroativa aos servidores que recebiam acima do Teto Constitucional? As vantagens pessoais recebidas pelo servidor eram computada para fins de Teto Constitucional ou violaria o Princípio da Irredutibilidade de Vencimentos? Servidor público que recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão pode ultrapassar o teto conjugando os dois valores? Por quê? Caso o servidor público exerça 02 cargos públicos, é possível que a soma dos valores ultrapasse o teto? ..... 163 Qual justiça competente para julgar inscrição de Município em cadastro de inadimplência da União? Qual é a competência caso o processo tratasse de inscrição de Estado ou DF em cadastro de inadimplência da União? Por quê?...................................................... 165 A Companhia de Metrô do DF submete-se ao regime de Precatórios? Por quê? ................................................................................................. 167 No caso de prova suspensa ou cancelada em razão de fraude, como é a responsabilização do Estado e da Banca por eventuais danos materiais? Há responsabilidade objetiva ou subsidiária? ................ 168 A inscrição de Estado-membro em cadastro federal de inadimplência antes de instauração e tomada de contas especial é legal? Eventual discussão judicial vai ser de competência de quem? Por quê? ....... 169 É necessário que treinador de tênis seja inscrito no Conselho Regional de Educação Física? Por quê? ............................................ 170 É constitucional o §18 do art. 40 da CF que determina a incidência de contribuição sobre os proventos de aposentadoria e pensão que superem o limite máximo do RGPS?................................................... 171 No âmbito de um Concurso Público, exige-se a pormenorização exaustiva do edital em relação aos subtemas de determinado tema principal? ............................................................................................... 172 Servidor público municipal, que se aposenta pelo INSS (em razão de o Município não possuir RPPS, é afastado do cargo em razão da vacância. Após essa aposentadoria, ele poderá pedir reintegração ao cargo para ficar recebendo, simultaneamente, aposentadoria e os proventos? Por quê? ............................................................................ 173 É possível que o Estado responda civil e objetivamente em razão de conduta omissiva? Por quê? Qual a regra e qual a exceção? .......... 174 A Constituição conferiu aos Tribunais de Justiça competência para decidir sobre questão previdenciária no bojo de processo autônomo de perda de posto e patente de militar? Por quê? ............................. 176 O transcurso do período de 03 anos do estágio probatório gera automaticamente o direito à estabilidade? ......................................... 178 Exige-se prévia aprovação da Assembleia Legislativa Estadual para que o Governador nomeie o Procurador-Geral do Estado e o Defensor Público Geral? Por quê? E para nomear Dirigentes de Autarquias e Empresas Públicas, exige-se essa autorização da Assembleia Legislativa? ........................................................................................... 179 Há parcialidade de membro de Comissão Processante de PAD caso essa mesma pessoa seja também membro de outra Comissão Processante de PAD que apure outra infração em relação ao mesmo servidor investigado? Por quê? .......................................................... 181 Servidores Temporários têm direito a 13º salário e férias? Por quê? Há exceção? .......................................................................................... 182 Exige-se prévia licitação para concessão ou permissão da exploração de serviços de transporte coletivo de passageiros? Por quê? Há exceção? ................................................................................................ 185 Cabe Mandado de Injunção para regulamentar direito à progressão na carreira militar? Por quê? ..................................................................... 186 É constitucional a suspensão do exercício profissional em razão do inadimplemento de anuidades devidas à entidade classe? Por quê? ................................................................................................................ 187 Anuidade da OAB possui natureza tributária? Há divergência sobre o tema?...................................................................................................... 189 É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão do Tribunal de Contas? Por quê? Decisão de Tribunal de Contas precisa ser inscrita na CDA para ser cobrada? Tribunal de Contas pode decidir que houve ato de improbidade administrativa praticado mediante dolo? Por quê? .................................................... 190 Lei Estadual pode exigir que o servidor more no Município onde atua? Lei Estadual pode exigir que o servidor peça autorização toda vez que pretenda sair da localidade do Município onde atua?......... 193 A estabilidade prevista no art. 149 da Lei nº 8.112/90 para fins de composição da comissão conduta de processo administrativo disciplinar tem que ser no cargo ou no serviço público? ................. 194 Absolvição por ausência de provas no juízo criminal vincula a Administração Pública em Processo Administrativo Disciplinar sobre o mesmo fato? Por quê? ...................................................................... 195 As Terras Devolutas, em regra, pertencem a quem? Há exceção? .. 196 O Município pode ser responsabilizado em razão de acidente em loja de fogos de artifício em sua localidade? Por quê? ............................ 198 Presume-se que a parte tenha ciência de que o processo administrativo tramitará sob a forma eletrônica caso essa parte tenha realizado o cadastro e peticionado no Sistema Eletrônico de Informações – SEI? Por quê? .............................................................. 199 Para fins de fiscalização pelo BACEN e pelo CMN, qual a distinção que se faz entre as operadoras de cartão de crédito? Ambas são objeto de fiscalização pelo BACEN e pelo CMN pela mesma norma e desde a mesma época? Por quê? ....................................................... 201 As Fundações Públicas de Direito Pública têm isenção de custas processuais? E as Fundações Públicas de Direito Privado? Por quê? ................................................................................................................ 202 Caso uma mulher pensionista de ex-combatente passe a conviver em União Estável com outra pessoa, ela perde o direito à pensão? Por quê?........................................................................................................ 203 Qual a Justiça competente para julgar ações contra concurso público realizado por órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas? Por quê? ............................ 204 Qual prazo prescricional para se questionar preterição de nomeação de candidato em concurso público? Esse prazo começa a contar a partir de quando? .................................................................................. 206 É possível a manutenção de quiosques e trailers instalados sobre calçadas caso não haja regular aprovação estatal? Por quê? As calçadas são bens públicos de que espécie? .................................... 207 As normas previstas na Lei de Relicitação para a prorrogação antecipada dos contratos de concessão são compatíveis com os princípios constitucionais? .................................................................. 208 É possível aplicar a Teoria do Fato Consumado na hipótese de um Servidor que entrou no cargo por força de decisão judicial em 1999 e teve a decisão modificada em 2020? Por quê? .................................. 209 É cabível Mandado de Injunção para pleitear regulamentação do direito militar de ascensão funcional do quadro especial do Exército Brasileiro? Por quê? A competência para essa regulamentação é do Comandante do Exército? Por quê? ................................................... 210 Na portaria de instauração de PAD, exige-se uma exposição detalhada dos fatos a serem apurados? Por quê? ............................ 211 É constitucional lei estadual que obriga participação de representante da seccional da OAB em órgão colegiado da Administração Pública Estadual? ............................................................................................... 212 Qual o prazo prescricional da Ação de Desapropriação Indireta? Há exceção? ................................................................................................ 213 O que se entende por “Usucapião de Inconstitucionalidade”? É possível que a Administração Público anule Anistia Política quando ficar comprovada a ausência de perseguição política, caso já tenha ultrapassado o período do prazo decadencial de 05 anos para anulação? Por quê? .............................................................................. 215 2019 ............................................................................................................... 218 A edição de leis ambientais que restringem o uso de propriedade caracteriza-se como Desapropriação Indireta? Por quê? ................. 218 É constitucional o pagamento de subsídio mensal e vitalício a ex- Vereadores? É constitucional o pagamento de pensão por morte aos dependentes dos ex-ocupantes do cargo de Vereador? Por quê? .. 219 ANVISA pode exigir que o fabricante de produto alimentício destaque no rótulo que há uma variação de 20% dos valores nutricionais? Por quê?........................................................................................................ 221 Na hipótese de inconstitucionalidade de uma Lei que transformava servidores de vínculo precário em estatutários, qual a consequência jurídica? Esses servidores cujos contratos foram declarados nulos vão receber alguma verba? Em caso positivo, quais e por quê? ..... 222 2022 É admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço especial em comum para fins de contagem recíproca? Houve alguma EC dispondo sobre o assunto recentemente? Até a edição da EC 103/2019, é admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço especial em comum objetivando a contagem recíproca de tempo de serviço Fundamentos: - Até a edição da EC 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público era possível. Isso decorria da previsão contida na CF/88 no sentido de que deveriam ser adotados requisitos e critérios O STF, ao julgar o Tema 942, assim decidiu: Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público decorre da previsão de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser aplicadas as normas do regime geral de previdência social relativas à aposentadoria especial contidas na Lei nº 8.213/91 para viabilizar sua concretização enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria (STF. Plenário. RE 1014286, Rel. Luiz Fux, Relator p/ Acórdão Edson Fachin, julgado em 31/08/2020. Repercussão Geral – Tema 942). Antes do julgado do STF acima mencionado, o STJ possuía entendimento em sentido diverso (EREsp 524.267/PB, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 24/3/2014). Com a tese fixada no Tema 942, o STJ teve que se alinhar à posição do STF e, em juízo de retratação, decidiu que: Até a edição da EC 103/2019, é admissível, aos servidores públicos, a conversão do tempo de serviço especial em comum objetivando a contagem recíproca de tempo de serviço. STJ. 2ª Turma. REsp 1592380-SC, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 08/02/2022 (Info 724). diferenciados para a jubilação (aposentadoria) da pessoa enquadrada na hipótese prevista no inciso III do § 4º do art. 40 da CF/88. - Logo, deveriam ser aplicadas as normas da aposentadoria especial do regime geral, previstas na Lei nº 8.213/91 enquanto não houvesse lei complementar disciplinando a matéria. - Todavia, APÓS a edição da EC 103/2019, passou a ser necessária Lei Complementar por parte do ente federado para que ocorra essa contagem diferenciada. Antes da EC 103/2019 Depois da EC 103/2019 Art. 40 (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I - portadores de deficiência;II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Art. 40 (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º- B, 4º-C e 5º. Não havia § 4º-C. Art. 40 (...) § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. 2021 É possível cobrar um valor da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando faixas de domínio de uma rodovia? Fundamentos: - A concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. O art. 11 da Lei nº 8.987/95 (Lei das concessões e permissões) prescreve o seguinte: Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. As concessionárias de serviço público podem efetuar a cobrança pela utilização de faixas de domínio de rodovia, mesmo em face de outra concessionária, desde que haja previsão editalícia e contratual. STJ. 1ª Turma. REsp 1677414-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 14/12/2021 (Info 722). É possível cobrar um valor da concessionária de serviço público pelo fato de ela estar utilizando faixas de domínio de uma rodovia? • Se essa cobrança é feita diretamente pelo ente público: NÃO. STF. Plenário. RE 581947, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 27/05/2010 (Repercussão Geral – Tema 261). • Se essa cobrança é feita por outra concessionária de serviço público: SIM, desde que haja previsão no edital e no contrato de concessão. STJ. 1ª Seção. EREsp 985695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014 (Info 554). - Assim, o entendimento fixado no Recurso Extraordinário 581.947/RO (Tema 261/STF), segundo o qual os entes da federação não podem cobrar retribuição pecuniária pela utilização de vias públicas, inclusive solo, subsolo e espaço aéreo, para a instalação de equipamentos destinados à prestação de serviço público, não impede que concessionárias de rodovias realizem tal exigência pela utilização das faixas de domínio, nos termos do art. 11 da Lei nº 8.987/95, desde que tal exação seja autorizada pelo poder concedente e esteja expressamente prevista no contrato de concessão, porquanto não houve discussão sobre esta hipótese. Trata-se, portanto, de um distinguishing. Há direito adquirido a incidência de correção monetária nas contas vinculadas ao FGTS pelo IPC de fevereiro/1991 (relativo ao Plano Collor II)? Não há direito adquirido a incidência de correção monetária nas contas vinculadas ao FGTS pelo IPC de fevereiro/1991 (relativo ao Plano Collor II) Observações: - Súmula 514-STJ: A CEF é responsável pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, inclusive para fins de exibição em juízo, independentemente do período em discussão. De quem é a competência para julgar as ações envolvendo FGTS? Depende: Se a ação for proposta pelo trabalhador contra o empregador envolvendo descumprimento na aplicação da Lei n.° 8.036/90, a competência será da Justiça do Trabalho; É da competência da Justiça Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta (Súmula 161-STJ); - Se a ação for proposta pelo trabalhador contra a CEF em sua atuação como agente operadora dos recursos do FGTS, a competência será da Justiça Federal considerando que a CEF é uma empresa pública federal (art. 109, I, da CF/88). Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS. - Súmula 249-STJ: A Caixa Econômica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS. Inexiste direito adquirido à diferença de correção monetária dos saldos das contas vinculadas ao FGTS referente ao Plano Collor II (fevereiro de 1991), conforme entendimento firmado no RE 226.855, o qual não foi superado pelo julgamento do RE 611.503 (Tema 360). STF. Plenário. ARE 1288550/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2021 (Repercussão Geral – Tema 1112) (Info 1041). Não há direito adquirido a incidência de correção monetária nas contas vinculadas ao FGTS pelo IPC de fevereiro/1991 (relativo ao Plano Collor II). STF. Plenário. ARE 1288550/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2021 (Repercussão Geral – Tema 1112) (Info 1041). O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) tem natureza estatutária por decorrer da lei e por ela deve ser disciplinado. Assim, não se confunde com as cadernetas de poupança, que têm natureza contratual. Além disso, a jurisprudência pacífica do STF é no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, razão pela qual a correção das contas do FGTS no mês de fevereiro de 1991 deve ser feita com base na MP 294/1991 (convertida na Lei 8.177/1991), vigente naquela data e que alterou o critério de atualização de BTN para TR. Caso o indivíduo tenha sido condenado administrativamente pela CVM pela prática de insider trading e, após recurso, a decisão tenha sido mantida pelo CRSFN, eventual Ação Anulatória será proposta contra quem? Por quê? Indivíduo foi condenado administrativamente pela CVM pela prática de insider trading; recorreu e a decisão foi mantida pelo CRSFN; eventual ação contra essa punição deve ser proposta conta o CRSFN (e não contra a CVM) O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) constitui órgão colegiado que julga em última instância recursos contra decisões da CVM. Quando a decisão administrativa sancionadora é submetida a recurso administrativo e substituída por acórdão do CRSFN, o órgão que aplicou originariamente a sanção (ex: CVM, BACEN etc.) não detém legitimidade para figurar no polo passivo de ação judicial anulatória. Em outras palavras, diante desse efeito substitutivo ocorrido no processo administrativo no âmbito da União (órgão da Administração Direta), a CVM (autarquia, órgão da Administração Indireta) não possui legitimidade para figurar no polo passivo da ação que visa questionar a sanção administrativa. A Comissão de Valores Mobiliários não possui legitimidade para figurar no polo passivo de ação que visa questionar sanção imposta pelo cometimento de crime de uso indevido de informação privilegiada (insider trading). STJ. 2ª Turma. AREsp 1614577-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 07/12/2021 (Info 721) Servidor público reintegrado faz jus ao recebimento das parcelas remuneratórias referentes ao auxílio-transporte e ao adicional de insalubridade pelo período em que esteve indevidamenteafastado do cargo público? Por quê? O servidor público reintegrado não faz jus ao recebimento das parcelas remuneratórias referentes ao auxílio-transporte e ao adicional de insalubridade pelo período em que esteve indevidamente afastado do cargo público Fundamentos: - O direito às férias indenizadas e ao auxílio-alimentação tem como fato gerador o exercício efetivo do cargo público pelo servidor. - A despeito disso, o STJ entende que, anulada a demissão do servidor, sua reintegração ao respectivo cargo público deverá lhe assegurar, em princípio, todos os efeitos funcionais e financeiros, como se em efetivo exercício estivesse. - Para o STJ, determinadas rubricas pecuniárias, mesmo em caso de reintegração ao cargo, não poderão ser pagas ao servidor reintegrado mesmo que se considere o exercício ficto das funções do cargo público. Isso porque determinadas verbas só podem ser pagas se houver o preenchimento de requisitos específicos, como ocorre com o auxílio-transporte e o adicional de insalubridade. Servidor público que havia sido demitido e que foi reintegrado, terá direito ao recebimento retroativo dos vencimentos, férias indenizadas e auxílio- alimentação. Por outro lado, não terá direito ao retroativo de auxílio- transporte e adicional de insalubridade. STJ. 1ª Turma. REsp 1941987-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 07/12/2021 (Info 722). É constitucional a vinculação de reajuste de vencimentos de servidores públicos estaduais ou municipais ao INPC? Por quê? É inconstitucional a vinculação de reajuste de vencimentos de servidores públicos estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária Caso concreto: a Lei estadual nº 8.278/2004, do Mato Grosso, previu que um dos requisitos para que haja a revisão anual dos servidores públicos estaduais é a constatação de que houve perdas salariais resultantes de desvalorização do poder aquisitivo da moeda, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice de inflação calculado pelo IBGE (fundação federal). Para o STF, essa previsão é inconstitucional por violar a autonomia dos entes federados e o art. 37, XIII, da CF/88. Esse tema está pacificado pelo STF na SV 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. STF. Plenário. ADI 5584/MT, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 3/12/2021 (Info 1040). É possível que os Estados, DF e Municípios instituam subtetos diferentes da União? A EC 41/2003 alterou o inciso XI do art. 37 e permitiu que os Estados, DF e Municípios instituíssem subtetos diferentes da União; essa previsão não viola o princípio da isonomia Fundamentos: - Vale ressaltar que quem define se o Estado-membro adotará subtetos diferentes ou único é a Constituição estadual. A CF/88 prevê, em seu art. 37, XI, o chamado “teto remuneratório”, ou seja, o valor máximo que os agentes públicos podem receber no país. A EC nº 41/2003 alterou a redação desse inciso XI e permitiu que os Estados, DF e Municípios instituíssem subtetos estaduais e municipais, diferentes do teto da União. A instituição de subtetos remuneratórios com previsão de limites distintos para as entidades políticas, bem como para os Poderes, no âmbito dos Estados e do Distrito Federal não ofende o princípio da isonomia. A isonomia, em seu sentido material, significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. A autorização para a instituição de tetos diferenciados para União, Estados, Distrito Federal e Municípios tem por objetivo permitir que os entes federativos limitem a remuneração do serviço público com base em suas respectivas realidades financeiras. Existem singularidades materiais e funcionais nos diversos estratos do poder público, de modo que é legítima a instituição de tetos de remuneração particularizados a cada situação peculiar. Essa permissão, na verdade, prestigia a autonomia dos entes federados e a separação de poderes na medida em que poderão solucionar – conforme a peculiaridade de cada um – os limites máximos de remuneração do seu pessoal. STF. Plenário. ADI 3855/DF e ADI 3872/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 26/11/2021 (Info 1039). É possível que norma de edital impeça a participação de candidato em processo seletivo simplificativo caso esse candidato anteriormente tenha tido seu contrato com a Administração rescindido por conveniência administrativa? Por quê? A norma de edital que impede a participação de candidato em processo seletivo simplificado em razão de anterior rescisão de contrato por conveniência administrativa fere o princípio da razoabilidade Caso concreto: em 2012, após processo seletivo, João foi contratado como servidor temporário (art. 37, IX, da CF/88) para prestar serviços como inspetor penitenciário. Em 2014, foi exonerado por “conveniência administrativa”, não tendo recebido, contudo, qualquer punição durante o tempo em que exerceu suas funções. Em 2019, o Estado instaurou processo seletivo simplificado para novamente contratar servidores temporários para exercerem as funções de inspetor penitenciário. João se inscreveu e foi aprovado. A despeito disso, não pode ser contratado por conta da vedação constante no item 11.8 do edital, que dizia o seguinte: “11.8. O candidato que houver sido contratado ou nomeado anteriormente pela SEJUS e que tiver sido exonerado, ou tiver tido o contrato rescindido por conveniência administrativa e/ou ato motivado pela Corregedoria e/ou por determinação judicial, será automaticamente eliminado do processo seletivo.” Impedir que o candidato participe do processo seletivo simplificado porque, há alguns anos, seu contrato foi rescindido por conveniência administrativa, equivale a impedir, hoje, a sua participação na seleção por mera conveniência administrativa, o que viola o princípio da isonomia e da impessoalidade. STJ. 2ª Turma. RMS 67040-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 23/11/2021 (Info 719). Indivíduo titular de serventia não estatizada, mas que recebe remuneração dos cofres públicos, está sujeito à aposentadoria compulsória ou não? Por quê? Se o indivíduo, apesar de ser titular de serventia não estatizada, receber remuneração dos cofres públicos, ele estará sujeito à aposentadoria compulsória ] Fundamentos: - A aposentadoria compulsória se aplica aos titulares de serventias JUDICIAIS? Depende: 1) Se for titular de uma serventia judicial oficializada: SIM. Isso porque, neste caso, ele ocupa cargo ou função pública e é remunerado exclusivamente pelos cofres públicos; 2) Se for titular de uma serventia judicial não estatizada: 2.1) Se for ocupante de cargo público efetivo e receber remuneração proveniente dos cofres públicos: SIM. Aplica-se a aposentadoria compulsória porque, mesmo trabalhando em uma serventia não estatizada, ele é servidor público. 2.2) Se não for ocupante de cargo público, não recebendo remuneração proveniente dos cofres públicos: NÃO. Não sendo ele servidor público, não se aplica o art. 40 da CF/88. O STF, ao julgar o RE 647827/PR (Tema 571) fixou a seguinte tese: Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos cofres públicos. No caso concreto, o STJ reconheceu que o impetrante estava sujeito à aposentadoria compulsória porque ele se enquadrava na parte final da tese acima exposta. Apesar de o indivíduo ser titular de serventia não estatizada, ele recebia remuneração dos cofres públicos. Desse modo, estava sujeito àaposentadoria compulsória aos 75 anos. STJ. 2ª Turma. RMS 57258-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/11/2021 (Info 718). É possível que lei estipule prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua regulamentação? Por quê? A Lei não pode estipular um prazo para que o chefe do Poder Executivo faça a sua regulamentação Fundamentos: - Compete, com exclusividade, ao chefe do Poder Executivo examinar a conveniência e a oportunidade para desempenho das atividades legislativas e regulamentares que lhe são inerentes. - Assim, qualquer norma que imponha prazo certo para a prática de tais atos configura indevida interferência do Poder Legislativo em atividade própria do Poder Executivo e caracteriza intervenção na condução superior da Administração Pública. - Desse modo, o STF entendeu que houve violação dos arts. 2º e 84, II, da CF/88: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; Ofende os arts. 2º e 84, II, da Constituição Federal norma de legislação estadual que estabelece prazo para o chefe do Poder Executivo apresentar a regulamentação de disposições legais. Exemplo: Art. 9º O Chefe do Poder Executivo regulamentará a matéria no âmbito da Administração Pública Estadual no prazo de 90 dias. Essa previsão é inconstitucional. STF. Plenário. ADI 4728/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2021 (Info 1037). É possível o "Exercício Provisório" de que trata o §2º do art. 84 da Lei nº 8.112/90 nas unidades administrativas do Ministério das Relações Exteriores (ME) no exterior? É inconstitucional a vedação ao exercício provisório, de que trata o § 2º do art. 84 da Lei 8.112/90, nas unidades administrativas do Ministério das Relações Exteriores (MRE) no exterior O § 2º do art. 84 da Lei nº 8.112/90 afirma que, se o servidor público federal for transferido para local diverso de onde ele morava, o seu cônjuge/companheiro – que também for servidor público – ficará de licença de seu órgão de origem e poderá exercer provisoriamente atividade compatível com seu cargo em órgão ou entidade da Administração Federal no local para onde se mudou. Trata-se do chamado exercício provisório. O art. 69 da Lei nº 11.440/2006 proibiu, nas unidades administrativas do Ministério das Relações Exteriores no exterior, o exercício provisório. Assim, o servidor público cônjuge de diplomata, oficial ou assistente de chancelaria não poderia ter direito à licença remunerada do § 2º do art. 84 da Lei nº 8.112/90. O STF decidiu que essa vedação do art. 69 da Lei nº 11.440/2006 é inconstitucional porque: • confere tratamento anti-isonômico injustificável; • viola a especial proteção constitucional da família; • a possibilidade de exercício provisório também gera benefícios para a Administração Pública. STF. Plenário. ADI 5355/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10 e 11/11/2021 (Info 1038). É possível valorar negativamente os antecedentes em sanção disciplinar na hipótese de o servidor ser veterano e com larga experiência? Por quê? É necessária condenação anterior na ficha funcional do servidor ou, no mínimo, anotação de fato que o desabone, para que seus antecedentes sejam valorados como negativos na dosimetria da sanção disciplinar Fundamentos: - Não é suficiente para valorar como antecedente negativo o fato de o servidor ser veterano e com larga experiência, sendo necessário constar na ficha funcional do impetrante alguma condenação anterior, ou, no mínimo, alguma anotação de fato que desabonasse seu histórico funcional, o que não era o caso. Caso concreto: na decisão do processo administrativo instaurado contra o servidor, a administração pública aplicou contra ele a pena de suspensão pelo prazo máximo (90 dias) sob o argumento de que os seus “antecedentes funcionais” deveriam ser qualificados como negativos já que se trata de “servidor veterano, com larga experiência” e, portanto, deveria ter conduzido com mais zelo e cuidado a tarefa que estava sob sua responsabilidade. Invocou o art. 128 da Lei nº 8.112/90: “Na aplicação das penalidades serão considerados (...) a os antecedentes funcionais.” Ocorre que isso não pode ser considerado como “antecedentes funcionais” negativos. A Administração só poderia considerar como desfavorável o fato de o servidor ter sido tão imprudente, mesmo tendo larga experiência, se a legislação autorizasse o exame da culpabilidade do agente, tal como o art. 59 do CO permite. No entanto, a Lei nº 8.112/90 só admite considerar, na “dosimetria” da sanção disciplinar, os antecedentes funcionais, que ostentam concepção técnica própria. Nesse passo, para que os antecedentes funcionais do servidor fossem considerados negativos, deveria constar na ficha funcional do impetrante alguma condenação anterior, ou, no mínimo, alguma anotação de fato que desabonasse seu histórico funcional, o que não era o caso. STJ. 1ª Seção. MS 22606-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/11/2021 (Info 718). Autoridade administrativa pode decretar perda da função pública a servidor público em razão de ato de improbidade administrativa? Exige-se prévia condenação por autoridade judicial? Não há óbice para que a autoridade administrativa apure a falta disciplinar do servidor público independentemente da apuração do fato no bojo da ação por improbidade administrativa (Súmula 651-STJ) Fundamentos: - A pena de demissão não é exclusividade do Poder Judiciário, sendo dever da Administração apurar e, eventualmente, punir os servidores que vierem a cometer ilícitos de natureza disciplinar. - Além disso, vigora o princípio da independência das instâncias, conforme expressamente prevê o caput do art. 12 da Lei nº 8.429/90 (Lei de Improbidade Administrativa), com a redação dada pela Lei nº 14.230/21: Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: Súmula 651-STJ: Compete à autoridade administrativa aplicar a servidor público a pena de demissão em razão da prática de improbidade administrativa, independentemente de prévia condenação, por autoridade judicial, à perda da função pública. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 21/10/2021. Caso a empresa proprietária de veículo tenha sido notificada pela infração de trânsito e não tenha informado o nome do condutor do veículo, exige-se nova notificação da empresa em relação à multa a ser aplicada em razão do não fornecimento do nome do condutor? Por quê? Depois de notificada sobre a infração de trânsito, a empresa proprietária do veículo deverá informar o nome do condutor; se não informar, receberá nova multa; a empresa deverá ser novamente notificada sobre essa segunda infração Fundamentos: - Verifica-se que as duas violações são autônomas em relação à necessidade de notificação da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração, devendo ser concedido o devido prazo para defesa em cada caso. - Tratando-se de situações distintas, geradoras de infrações distintas, o direito de defesa a ser exercido em cada uma será implementado de forma igualmente distinta. Ou seja, as teses de defesa não serão as mesmas, daí a razão para que se estabeleça uma relação processual diferenciada, para cada situação.- Dessa forma, em se tratando de multa aplicada à pessoa jurídica proprietária de veículo, fundamentada na ausência de indicação do condutor infrator, é obrigatório observar a dupla notificação: Em se tratando de multa aplicada às pessoas jurídicas proprietárias de veículo, fundamentada na ausência de indicação do condutor infrator, é obrigatório observar a dupla notificação: a primeira que se refere à autuação da infração e a segunda sobre a aplicação da penalidade, conforme estabelecido nos arts. 280, 281 e 282 do Código de Trânsito Brasileiro. O CTB exige que o proprietário do veículo informe, no prazo de 30 dias, o nome do condutor a fim de que possa ser registrado contra ele a pontuação pela infração de trânsito cometida (art. 257, § 7º). Se o proprietário do veículo é uma pessoa jurídica e ela não informa ao órgão de trânsito o nome do condutor, o CTB prevê a aplicação de nova multa (art. 257, § 8º). A empresa já foi notificada sobre a primeira infração de trânsito cometida. Mesmo assim, ela deverá ser novamente notificada sobre essa nova multa prevista no § 8º do art. 257. STJ. 1ª Seção. REsp 1925456-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21/10/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1097) (Info 715). a) a primeira que se refere à autuação da infração; e b) a segunda relativa à aplicação da penalidade (arts. 280, 281 e 282, todos do CTB). É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quando há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa? É viável o prosseguimento de ação de improbidade administrativa exclusivamente contra particular quando há pretensão de responsabilizar agentes públicos pelos mesmos fatos em outra demanda conexa Fundamentos: - (...) 1. Esta Corte Superior tem o firme entendimento segundo o qual se mostra inviável o manejo da ação civil de improbidade exclusivamente e apenas contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. O STJ possui o entendimento pacífico no sentido que é inviável o manejo da ação de improbidade exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda. Essa posição continua a mesma e não mudou. Caso adaptado: o DNIT contratou uma empresa para que ela fizesse a supervisão da construção de uma rodovia federal. Ocorre que, em tese, foram praticados atos de improbidade administrativa na execução desse contrato. Diante disso, foram propostas duas ações de improbidade administrativa: 1ª) Ação de improbidade proposta pelo DNIT contra João e Pedro, os agentes públicos envolvidos no contrato. 2ª) Ação de improbidade proposta pelo MPF contra João e Pedro (os agentes públicos) e também contra Marcelo (o particular envolvido no ato). O juiz, ao analisar a ação proposta pelo MPF, recebeu a demanda apenas contra Marcelo (o particular) e rejeitou a ação contra João e Pedro (os agentes públicos) sob o argumento de que eles já respondem a demanda anteriormente ajuizada pelo DNIT, sendo os processos conexos. Diante dessa decisão, Marcelo interpôs agravo de instrumento e o TRF deu provimento ao recurso e extinguiu a ação proposta pelo MPF sob o argumento de que não cabe ação de improbidade administrativa tramitando unicamente contra particular. Esse argumento não deve prevalecer. Isso porque os agentes públicos já respondem em outra demanda conexa. STJ. 1ª Turma. AREsp 1402806-TO, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 19/10/2021 (Info 714). 2. Na espécie, ficou represado na espécie que há duas ações civis públicas nas quais são compartilhados os elementos probatórios. Uma ajuizada contra os Policiais Rodoviários Federais e outra contra os Particulares. Embora não se trate da melhor técnica processual, referida providência não está a evidenciar que se trata de conduta que tenha sido alegadamente praticada sem o concurso de Agentes Públicos, tratando-se de opção de organização judiciária; repita-se, embora não evidencie a mais rígida providência procedimental, a prática de separar as ações não chega a tornar impossível a tramitação do feito, pois há Agente Público no polo passivo da questão tratada (operação Carro Forte), nem o nulifica, porque as exigências de defesa foram observadas. (...) STJ. 1ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 817.063/PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 21/09/2020. Quais são os requisitos para que o candidato não seja nomeado, mesmo passando dentro do número de vagas? É suficiente a invocação do estado de pandemia da COVID-19 para recusar à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público? Por quê? Pandemia, crise econômica e limite prudencial atingido para despesas com pessoal não são motivos suficientes para se deixar de nomear o candidato aprovado dentro do número de vagas do concurso público Fundamentos: - Para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes características: a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital; c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d) Necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível. Para a recusa à nomeação de aprovados dentro do número de vagas em concurso público devem ficar comprovadas as situações excepcionais elencadas pelo Supremo Tribunal Federal no RE 598.099/MS, não sendo suficiente a alegação de estado das coisas - pandemia, crise econômica, limite prudencial atingido para despesas com pessoal -, tampouco o alerta da Corte de Contas acerca do chamado limite prudencial. A recusa à nomeação dos candidatos aprovados dentro do número de vagas deve ser a última das alternativas, somente sendo adotada quando realmente já não houver outra saída para a Administração Pública. STJ. 1ª Turma. RMS 66316-SP, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 19/10/2021 (Info 715). De toda forma, a recusa de nomear candidato aprovado dentro do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma, passível de controle pelo Poder Judiciário. STF. Plenário. RE 598099, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/08/2011. - No caso concreto em que o gestor alegou a pandemia da COVID para recusar a nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas, o STF entendeu que não ficou verificada a existência dos reais elementos orçamentários que venham a embasar o não chamamento dos candidatos aprovados dentro do número de vagas, não sendo suficiente a mera invocação da Pandemia, crise econômica e limite prudencial. - Antes de a Administração Pública deflagrar um concurso público, ela deve realizar um estudo do impacto orçamentário decorrente dessas novas contratações. Para o STJ, se o administrador oferece vagas de concurso, sem que haja segurança orçamentária “se está diante de ato de gestor público que pode até mesmo ser elencado como ilícito administrativo”. - No caso concreto, os argumentos expostos pelaautoridade impetrada não se amoldam às situações excepcionalíssimas anotadas pelo STF, justificadoras do afastamento das nomeações. O professor do ensino básico técnico e tecnológico aposentado antes da Lei 12.772/2012, mas cujo certificado ou título foi obtido antes da inativação, tem direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), para fins de cálculo da Retribuição por Titulação – RT? Por quê? O professor do ensino básico técnico e tecnológico aposentado antes da Lei 12.772/2012, mas cujo certificado ou título foi obtido antes da inativação, tem direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), para fins de cálculo da Retribuição por Titulação - RT Fundamentos: - Para ter o direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), o professor deveria apresentar um certificado comprovando a titulação (ex: certificado de pós-graduação; mestrado; etc). - Os professores que tinham esse certificado que enseja o direito ao RSC ganhavam um acréscimo na verba devida a título de Retribuição por Titulação – RT. - Esse sistema do Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC) surgiu com a Lei nº 12.772/2021, tendo a parte demandante se aposentado antes da entrada em vigor dessa lei. Por tal razão, a universidade onde ela trabalhava (UFRPE) não tinha concedido esse acréscimo. - Entretanto, o STJ entendeu que o professor do ensino básico técnico e tecnológico aposentado anteriormente à vigência da Lei nº 12.772/2012, mas cujo certificado ou título foi obtido antes da inativação, tem direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), para fins de cálculo da Retribuição por Titulação - RT. - Destaca-se que as características da concessão da RSC tornam evidente que a vantagem correspondente ao reconhecimento da RSC não é uma retribuição por produtividade alcançada durante o exercício da função, ou seja, não corresponde a uma gratificação propter laborem. Seu nascedouro é, na verdade, uma avaliação da situação acadêmica do servidor. O professor do ensino básico técnico e tecnológico aposentado anteriormente à vigência da Lei nº 12.772/2012, mas cujo certificado ou título foi obtido antes da inativação, tem direito ao Reconhecimento de Saberes e Competência (RSC), para fins de cálculo da Retribuição por Titulação - RT. STJ. 2ª Turma. REsp 1914546-PE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 05/10/2021 (Info 713). - O RSC, como parcela que, somada a um título de graduação, pós-graduação ou mestrado, adianta o recebimento de uma RT, corresponde a uma verba paga de modo linear e genérico aos professores em atividade. Ou seja, não é devida em razão do exercício da função em condições especiais, alcançando a todos, sem exceção. - Assim, vai ser paga também aos inativos em razão da Paridade. Os Policiais Federais fazem jus a pagamentos de diárias dentro da circunscrição de seu exercício? Policiais Federais fazem jus a pagamento de diárias apenas no caso de deslocamentos que ultrapassem a circunscrição oficial da sua unidade de lotação, a título de indenização por despesas extraordinárias Fundamentos: - A Constituição Federal estabelece, no § 1º do art. 144, as atribuições da Polícia Federal: Art. 144 (...) § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina- se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas O Departamento de Polícia Federal editou ato normativo afirmando que os policiais federais só teriam direito ao pagamento de “diária” se o deslocamento fosse para fora da circunscrição oficial de sua unidade de lotação. O Sindicato ajuizou ação questionando a legalidade desse ato normativo sob o argumento de que essa limitação (só pagar se a viagem for para fora da circunscrição do policial) violaria o art. 58 da Lei nº 8.112/90: “O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.” O STJ não concordou com a tese afirmando que quase todas as atividades dos membros da Polícia Federal envolvem a possibilidade de eles terem que se deslocar para além do espaço físico em que está localizada a sede de cada Departamento de Polícia. Logo, a situação dos Policiais Federais não se enquadraria no caput do art. 58, mas sim na hipótese excepcional do § 2º do mesmo artigo: “Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias”. STJ. 1ª Turma. REsp 1542852-PE, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/09/2021 (Info 711). entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. - Pela leitura desse dispositivo constitucional, percebe-se que quase todas as atividades dos membros da Polícia Federal envolvem a possibilidade de eles terem que se deslocar para além do espaço físico em que está localizada a sede de cada Departamento de Polícia. - Para o STJ, a situação dos Policiais Federais não se enquadra no caput do art. 58, mas sim na hipótese excepcional do § 2º do mesmo artigo. Veja o que ele diz: Art. 58 (...) § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. A autoridade administrativa pode aplicar ao servidor pena diversa da demissão, ainda que caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90, aplicando-se o Princípio da Proporcionalidade? Por quê? Súmula 650-STJ Fundamentos: - No art. 132 da Lei nº 8.112/90, a Lei prevê as infrações disciplinares que geram a demissão do servidor público. - No caso concreto, um PRF foi pego recebendo propina de R$ 200,00, de sorte que praticou Corrupção Passiva, passível de demissão, nos termos do art. 132, I e XI da Lei nº 8.112/90. - O PRF alegou violação ao princípio da proporcionalidade a pena de demissão aplicada, uma vez que a propina foi de apenas R$ 200,00. Entretanto, o STJ não aceitou essa tese. - Se a conduta praticada pelo servidor se enquadrar em um dos incisos do art. 132 da Lei nº 8.112/90, a autoridade tem o dever de aplicar a pena de demissão, não havendo discricionaridade (“liberdade”) para que se comine sanção diversa. É ato plenamente vinculado, sendo o art. 132 da Lei 8.112/90 taxativo quanto à incidência da pena de demissão. Destaca-se que o mesmo entendimento vale para a pena de cassação de aposentadoria Se o servidor praticou conduta que se amolda às hipóteses de demissão (art. 132 da Lei nº 8.112/90) e, no curso do processo administrativo, ele se aposenta, o administrador possui o dever de aplicar a pena de cassação de aposentadoria, nos termos do art. 127, IV c/c art. 134: Art. 127. São penalidades disciplinares: (...) IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade Súmula 650-STJ: A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90. Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo
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