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Peça Direito do Trabalho reclamação trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ DO TRABALHO DA _ VARA DO TRABALH DE BALNEÁRIO COMBÚRIU/SC
Pedro Lemos, brasileiro, casado, técnico em informática, data de nascimento XX/XX/XXXX, nome da mãe xxxxxxxxxxxxxx RG: XXXXXXXX, inscrito no CPF sob o n. 123.456.789-00, residente e domiciliado na Avenida Brasil n. 100, bairro Pioneiros, em Balneário Comburi/ SC. CEP 74.000-000, por meio dos seus advogados que esta subscreve, nos termos da procuração (anexa), com escritório à Rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP, em nome de quem e para onde quer que sejam remetidas as notificações, vem, perante a Vossa Excelência propor a presente:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo rito sumaríssimo, contra a Sra. Maria José Pereira, inscrita no CPF sob o n. 055.222.345-61, domiciliada na rua Girassol, n. 380, apartamento 301, bairro Mendanha, Goiânia/GO, CEP 74.100-000, o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Cumpre salientar que a Requerente não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorárias advocatícias, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86.
II. SÍNTESE DO CONTRATO DE TRABALHO
O Reclamante foi contratado em 02/01/2017 pela Fundação de Tecnologia do Estado de Santa Catarina para exercer as funções de técnico em informática em seu escritório. Desde a contratação 
III. DA DESPEDIDA E INEXISTÊNCIA DE JUSTA CAUSA
O reclamante foi demitido - segundo a reclamada -, por justa causa, que data venia não existiu, vez que não estão presentes no caso a alegada desídia, bem como quaisquer dos atos faltosos elencados no art. 482 do Estatuto Consolidado que possibilitariam a despedida motivada.
O pacto laboral durou até o dia 06/02/2017, quando discutiu com a sua patroa, Sra. Maria José. Ela lhe pedia para dar banho no Sr. Antenor pela manhã. Todavia, como convivia mais próximo do enfermo, preferia dar o banho após o almoço, período do dia em que era mais quente. Além disso, a Sra. Maria não gostava que deixasse que o Sr. Antenor visse televisão, o que não era observado pelo Sr. Albano. Assim, após algumas discussões sobre o tema, o enfermeiro foi dispensado por justa causa no referido dia, ao fundamento de que houve insubordinação. 
Ele nunca foi advertido por escrito ou suspenso de suas atividades laborativas por qualquer conduta.
Acórdão - Processo 0350200-12.2005.5.04.0232 (RO) Redator:MARIA CRISTINA SCHAAN FERREIRA Data: 28/06/2007 Origem: 2ª Vara do Trabalho de Gravataí
“EMENTA: DESPEDIDA POR JUSTA CAUSA. É ônus da empregadora comprovar que o empregado cometeu a falta grave alegada, por ele negada. Não tendo produzido provas neste sentido, é irreformável a decisão que converteu a despedida por justa causa em despedida injusta, condenando-a em verbas rescisórias”.(...) 
IV - DO DIREITO 
Súmula nº 444 do TST JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TSTPA- 504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012.
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos
feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
No caso em tela não houve pactuação por norma coletiva. Destaca-se que no tocante ao trabalho doméstico a previsão legal de adoção da jornada 12x36 por meio de Acordo ou Convenção Coletiva se deu somente com o início da vigência da Lei Complementar n. 150, em 02/06/2015. O qual o reclamante faz jus. 
IV. I - Trabalho em domingos e feriados
Nos termos da Lei n. 605/49, todo “empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local”.
No regime 12x36 é natural que diversos dias de trabalho coincidam com domingos e feriados, neste caso é devida remuneração diferenciada pelo trabalho nestes dias.
IV.II Intervalo intrajornada
Excelência, o RECLAMANTE, durante todo o período trabalhado, não gozava do intervalo mínimo de uma hora para sua refeição e descanso, vez que, sempre que acabava de almoçar, já precisava voltar a cuidar do idoso, sendo que este precisava de sua extrema atenção.
Destarte, como é cediço, é direito de todos os trabalhadores que ficam no local de trabalho por mais de 06:00 horas, sendo estes regidos pela CLT ou pela Lei das Domésticas, o direito de fazer intervalo para repouso ou alimentação, de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, conforme o estabelecido no Art. 13 da referida Lei.
Entretanto, a Reclamante laborava 12 horas consecutivas, e não fazia o intervalo para repouso ou alimentação nem de, no mínimo, 1 (uma) hora.
O art. 71, da CLT, prevê o intervalo legal a que todo trabalhador faz jus. Já a Lei Complementar n. 150/15 traz previsão similar em seu art. 13.
Vejamos:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. 
Nesse diapasão e a teor do que dispõe a Lei das Domésticas, que é a Lei que tutela os cuidadores de idosos, deverá a Reclamada remunerar as horas que deixou de conceder a Reclamante, a título de hora extra.
Em consonância ao preceito no § 1o do Art. 2º da Lei das Domésticas, “a remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal”.
Assim, de acordo com as argumentações supra, e o que será provado na instrução processual, resta incontroverso, data vênia, o direito do reclamante a remuneração de uma hora extra por dia, com acréscimo de 50%, relativo ao intervalo para repouso ou alimentação, não gozado, conforme preconiza o artigo 2º, § 1º da Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015 e a pacífica jurisprudência dos Tribunais.
V - JUSTA CAUSA
Embora não haja previsão expressa na CLT, pode o empregador aplicar penalidade de advertência (verbal ou escrita). Isto deriva do poder disciplinar decorrente do contrato de trabalho. Penalidade mais grave é a suspensão, que conforme dicção do art. 474, da CLT, não pode ser superior a 30 (trinta dias). No período de suspensão o trabalhador não recebe salário, isto é, considera-se como se tivesse faltado ao trabalho.
Entretanto, a aplicação destas penalidades deve observar algumas regras. A primeira delas é a denominada imediatidade”, segundo a qual a aplicação da penalidade deve se dar assim que o empregador tomar conhecimento da falta cometida. Caso ele saiba do equívoco do obreiro, mas não aplique qualquer destas medidas, caracteriza-se o perdão tácito, ou seja, ele desculpou a conduta do trabalhador. A legislação brasileira não menciona prazo para
que se configure o mencionado perdão tácito, devendo ser utilizado o bom senso em cada caso concreto.
O reclamante foi demitido pela reclamada, por justa causa, que data venia não existiu, vez que não estão presentes no caso a alegada desídia, bem como quaisquer dos atos faltosos elencados acima. 
Outrossim, para justificar a ruptura do contrato de trabalho pela motivação alegada "de insubordinação", é imprescindível além da prova cabal do cometimento de falta grave, a atualidade da falta imputada, sob pena de desconstituição da justa causa. 
Assim, inexistindo motivação à mesma, há que se ter a rescisão como sem justa causa. Logo, requer-se desde já a anulação da rescisão por justa causa, nos termosdo artigo 9º da CLT, condenando-se a Reclamada ao pagamento do aviso prévio, 13º salário proporcional, férias proporcionais e multa de 40% do FGTS incidente sobre os depósitos havidos bem como liberação dos mesmos e entrega das respectivas guias, como também as guias do seguro desemprego ou a sua indenização pelos prejuízos que causou ao Reclamante.
Pelo provimento do postulado!
O reclamante, no momento da assinatura do termo de rescisão do contrato de trabalho, foi surpreendido pela demissão por justa causa, pois durante a relação empregatícia sempre exerceu sua função com zelo, jamais provocando qualquer ato que desabonasse sua pessoa ou atividade laborativa.
A rescisão contratual, que se deu por justa causa, foi arbitrária, dado que desprovida de relevante justificativa e sem qualquer fundamentação legal. Na verdade, a dispensa do Reclamante pela alegação de justo motivo, foi planejada pela Reclamada com o único propósito de ser ver livre dos encargos trabalhistas que a dispensa sem justa causa acarretaria, tais como: aviso prévio, 13º salário e férias proporcionais, multa de 40% sobre o saldo do FGTS, liberação das guias de seguro desemprego.
Essa atitude arbitrária e ilícita deixou o reclamante totalmente desamparado financeiramente: primeiro, porque não recebeu integralmente as verbas rescisórias; segundo, porque lhe obstou de receber o seguro-desemprego; terceiro, vedou-lhe de levantar o saldo existente do FGTS, a fim de amenizar as despesas corriqueiras do ser humano, tais como alimentação, despesas água, luz, medicamentos, etc.
VI - DAS VERBAS RESCISÓRIAS
A reclamada não pagou integralmente as verbas rescisórias devidas ao reclamante, em razão da suposta "despedida por justa causa". Logo, em sendo revertido para despedida sem justa causa – o que se espera e confia - , requer desde já o pagamento das seguintes verbas trabalhistas: diferenças salariais; aviso prévio integrando e projetando o tempo de serviço para todos os fins; décimo terceiro salário proporcional; férias proporcionais acrescidas de 1/3 legal; FGTS sobre aviso prévio, 13º; Salário proporcional, férias proporcionais e demais parcelas; multa de 40% sobre todo o FGTS; 1/12 de férias e 13º salário.
Quanto ao aviso prévio, tem-se que como a despedida por justa causa sofrida pelo Reclamante é nula, este é devido ao mesmo, e seu computo no tempo de trabalho para todos os fins de direito. Isso porque o aviso prévio, mesmo indenizado, projeta o tempo de serviço do reclamante para mais um mês e diante disso faz jus em receber mais 1/12 de férias e 13º salário.
VII. DO SEGURO DESEMPREGO
A não entrega das respectivas guias do seguro desemprego foi motivada pelo ato unilateral da reclamada. Uma vez descaracterizada a justa causa, são devidas ao reclamante tais guias e em sendo isto impossível, o correspondente pagamento de indenização do respectivo valor de cada parcela pelo montante do conjunto remuneratório devido inclusive face os pleitos da presente.
 VIII. DO REQUERIMENTO:
Diante do exposto, o reclamante REQUER a Vossa Excelência, a notificação da reclamada, para, querendo, comparecer à audiência e apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão ficta; bem como o deferimento dos pedidos das alíneas abaixo: 
a) seja reconhecida e declarada a nulidade da despedida por justa causa, a fim de retificá-la para despedida sem justa causa; 
b) a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais existentes;
c) a liberação do FGTS depositado e pagamento da respectiva multa de 40%, bem como o depósito do FGTS sobre todas as parcelas de natureza remuneratória pagas e devidas ao reclamante, com multa proveniente da rescisão sem justa causa de 40%, acrescido de juros de 1% ao mês, sem prejuízo da multa de 20% sobre a sua totalidade, uma vez que não foram efetuados no prazo previsto do art. 15, da Lei nº. 8.036/90, como determina o artigo 22 da retro referida Lei;
d) a condenação da reclamada ao pagamento das verbas rescisórias ao reclamante, sendo esta constituída pelas diferenças salariais, saldo de salários, aviso prévio de 30 dias (integrando e projetando o tempo de serviço para todos os fins), férias e 13º. Salário proporcional, FGTS sobre o aviso prévio, além da multa de 40% sobre todo o saldo do FGTS; f) a condenação da reclamada ao pagamento das parcelas do Seguro Desemprego correspondente ao maior salário recebido ou devido, integrado das horas extras e RSR; FGTS mais multa de 40% sobre os títulos reivindicados;
e) a condenação da reclamada ao pagamento da multa do art. 477 da CLT, devido ao não pagamento da totalidade das verbas rescisórias dentro do prazo legal, no valor de uma remuneração do reclamante; 
f) A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação trabalhista, condenando a reclamada em todo requerido, conforme for apurado em liquidação de sentença, tudo corrigido monetariamente, acrescido de juros, custas e demais despesas;
g) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios sobre o valor atualizado da condenação;
h) A condenação da reclamada pela entrega da guia de seguro desemprego ao reclamante; 
i) a concessão ao reclamante dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista sua impossibilidade de arcar com as custas e despesas judiciais, sem prejuízo de seu sustento e de sua família;
Atribui-se à causa o valor de R$ 20.000,00
Nestes Termos, Espera Deferimento.
Cidade, dia, mês e ano
Advogado– OAB/XX - xxxxxx

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