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Renata Fernandes Soares Acadêmica de Fisioterapia UFCSPA BIOFÍSICA BÁSICA MEMBRANA CELULAR DIFUSÃO E OSMOSE TRANSPORTES ATRAVÉS DA MEMBRANA Estrutura da membrana e seus componentes: A membrana celular possui um modelo de mosaico fluido e é constituído por uma dupla camada fosfolipídica e proteínas. A camada interna difere da camada externa na composição de lipídios, mas a quantidade de colesterol é a mesma em ambas, que contribui para a estabilidade e seletividade da membrana. Os lipídios se movimentam na membrana, seja ao redor deles mesmos em movimentos de rotação, ou flexionando suas partes hidrofóbicas, ou então em um movimento de troca da membrana interna com a externa, em flip-flop (raro). As proteínas que estão na membrana podem ser chamadas de periféricas, que se ligam fracamente por forças eletrostáticas e que podem ser removidas por processos químicos, ou integrais, que estão inseridas na membrana e servem como carreadores ou formadores de canais. Estas últimas formam ligações hidrofóbicas com os lipídios e podem ser removidas apenas com detergentes ou solventes orgânicos. As proteínas têm a função de receber, reconhecer, transportar, além de fazer junções, ancoragem e catalisar reações (enzimas). Há glicídios inseridos na membrana externa da célula, que dão a identidade da célula, pois cada uma possui glicídios específicos. Os glicídios que estão aderidos às proteínas são os glicocálices (glicoproteínas), que funcionam como receptores hormonais, agentes imunológicos e conferem adesão celular. A composição relativa da célula é de 55% proteínas, 25% fosfolipídios, 23% colesterol e alguns outros lipídios e 3% de carboidratos. A membrana forma uma barreira para a maioria das moléculas hidrossolúveis. Esta barreira é importante para controlar os processos químicos e físicos que acontecem na célula, e além do mais mantém as concentrações entre citoplasma e líquido extracelular. Permeabilidade seletiva: A membrana forma uma barreira para a maioria das moléculas hidrossolúveis. Esta barreira é importante para controlar os processos químicos e físicos que acontecem na célula, e além do mais mantém as concentrações entre citoplasma e líquido extracelular. Ela é permeável a gases e etanol, praticamente permeável à ureia e água e impermeável a íons, glicose e moléculas polares carregadas e de cadeia longa. É membrana que controla as quantidades que passam por ela, tendo papel importante na captação de moléculas de nutrientes (do meio extra para intra), da descarga de produtos finais do metabolismo (de dentro da célula para fora) e da liberação de moléculas secretadas . Tipos de movimento dos solutos entre extracelular e intracelular: O transporte das moléculas se dá de duas formas: pela membrana (não atravessam ela) e através da membrana. Renata Fernandes Soares Acadêmica de Fisioterapia UFCSPA Transporte pela membrana é utilizado nos processos de endocitose, exocitose e fagocitose, sendo necessário para aquelas moléculas que são muito grandes para ultrapassar a matriz estrutural da membrana celular. Esse processo só acontece por meio da utilização de ATP, usando-se de vesículas que envolvem essa molécula para a passagem pela membrana. Transporte através da membrana é utilizado por moléculas que se movimentam através da membrana, como a difusão simples (cruzamento da membrana por difusão entre moléculas lipídicas) ou facilitada (utilizando-se de uma proteína de transporte específica). Difusão: a difusão prevê a igual distribuição de moléculas entre os espaços disponíveis, levando-se como pressuposto o movimento térmico aleatório delas, que estão se movendo para tantas direções que acabam por parar em lugares que tenham mais espaço, até que se chegue ao equilíbrio dinâmico. É um processo passivo, ou seja, não necessita a utilização de ATP. Os fatores que alteram a taxa de difusão são: a área da membrana, assim como sua espessura, o tamanho da molécula a atravessar, a composição da camada lipídica e sua solubilidade. Segundo a lei de Fick, a taxa de difusão (V) é igual à área da superfície (A) vezes o gradiente de concentração (deltaC) vezes a permeabilidade da membrana (D) dividido pela espessura da membrana (E). “Velocidade de transferência de um gás através de um tecido é proporcional à área do tecido e ao gradiente de pressão parcial do gás entre os dois lados e é inversamente proporcional à espessura do tecido” Osmose: É a passagem livre de água pelos compartimentos corporais, de um meio mais concentrado para um menos concentrado, até que se estabeleça um equilíbrio osmótico. A água move-se a favor do seu próprio gradiente e contra o gradiente de concentração do soluto. Isso ocorre quando apenas a água pode passar pela membrana, aumentando o volume de água no compartimento que possui mais soluto, para que ambos os lados tenham a mesma concentração. A pressão osmótica é aquela que deve ser Renata Fernandes Soares Acadêmica de Fisioterapia UFCSPA exercida sobre uma solução para se opor à osmose, ou seja, levar de volta pro lugar de origem a água que foi pro “outro lado” da membrana, o lado com mais soluto. “Pressão osmótica é aquela que deve ser exercida sobre um sistema para impedir a osmose.” Ela descreve a tendência que uma substância tem de a água se mover por osmose por uma membrana semi-permeável, sendo que quanto maior for a concentração de soluto, maior a tendência da água se mover para este local, maior a pressão osmótica. Conceitos de igualdade ou disparidade de pressões osmótica, usamos isosmótica, hiposmótica e hiperosmótica. Tonicidade: A tonicidade é uma característica relacionada à tensão da membrana da célula, altamente ligada a seu formato. Se uma célula é ´posta em uma solução e nada ocorre com a mesma, a solução é isotônica. Já em situações em que a célula incha, aumentando seu volume, a solução é hipotônica em relação à célula. Quando a célula murcha, querendo dizer que água saiu dela para o meio externo, que dizer que a solução é hipertônica. A diálise é um processo de retenção macromoléculas (partículas coloidais) em uma membrana semipermeável, que permite a passagem de substâncias dissolvidas e íons. A hemodiálise é um método de filtração do sangue por meio de um rim artificial. É usada uma membrana semipermeável para fazer a difusão de substâncias tóxicas do sangue. A solução que é usada para a diálise é uma semelhante ao plasma sanguíneo (exceto aquilo que se quer eliminar). Uma bomba é colocada para puxar o sangue para fora do braço; é adicionada uma solução de heparina para deixar o sangue mais fluido e não coagular no tubo em direção à máquina. Dentro do filtro há uma membrana que tira pra fora as toxinas e sais minerais, as quais são mergulhadas no dialisato e eliminadas do filtro. O oxigênio que pode ter restado no sangue é eliminado antes da entrada do mesmo de volta ao corpo, para que não ocorram emboliaspulmonares. Transportes mediados por proteínas: As proteínas carreadoras ligam-se a um soluto específico, mudando sua conformação espacial para realizar sua transferência. Já os canais, também chamados de canais iônicos, são aqueles que fazem uma fraca interação com o soluto e formam uma passagem através da membrana para as moléculas, chamada de poros aquosos, sendo um transporte mais rápido com relação às carreadoras. Existem canais abertos e existem aqueles que são regulados por diferenças de voltagem (a favor do gradiente elétrico), ligantes ou por algum estímulo mecânico. Eles podem ser específicos, de uso exclusivo de alguma determinada molécula, ou inespecíficos. O transporte passivo não tem gasto de ATP, pois é a favor do seu gradiente e concentração, e pode ser tanto difusão simples quanto facilitada por alguma proteína carreadora ou de canal. Já o transporte ativo é aquele contra o gradiente de concentração e com gasto de energia, que é mediado por carreadores (bombas). A velocidade da passagem por carreadores tem uma cinética de saturação, pois as proteínas possuem uma mudança conformacional para transportar as moléculas pela membrana, e são limitadas as mesmas. Dessa forma, a velocidade de transporte nunca pode ser maior que a velocidade de mudança conformacional. Os fatores que alteram a velocidade são o número de carreadores, o gradiente de concentração e a velocidade de alteração conformacional. Por esses motivos a velocidade de transporte via canais é maior. Renata Fernandes Soares Acadêmica de Fisioterapia UFCSPA As carreadoras possuem uma grande especificidade, porém a mesma não é absoluta, como a das enzimas. Moléculas parecidas podem competir por um mesmo carreador, semelhante à inibição competitiva das enzimas. A intensidade do transporte decai com a alta competição pelo sítio de ligação, mas esse tipo de transporte (difusão facilitada) não pode ser parado por inibidores do metabolismo energético. O transporte ativo deve estar sempre ligado ao metabolismo energético, pois utiliza-se de seu produto, o ATP. O transporte ativo primário está ligado diretamente ao metabolismo por usar o ATP para energizar o transporte que necessita fazer. Um exemplo é a Na+ -K + -ATPase, que bombeia dois Na pra dentro da célula para cada 2 K que saem, com a hidrólise de 1 ATP. Ela é uma bomba eletrogênica pois gera uma diferença de potencial elétrico entre os meio intra e extracelulares. Ela possui um peristaltismo molecular, que fica mudando sua forma para se ligar aos diferentes substratos, Na e K. A bomba de sódio-potássio regula o volume celular e é uma fonte de energia para o transporte de açúcares e aminoácidos. ⅓ das necessidades energéticas da célula são supridos pelo uso da bomba, sendo que ⅔ são usados nas células nervosas. É importante que o sóduio esteja em maiores quantidade dfora da célula pois o mesmo possusi alta afinidade com a água, fato que impede a lise celular e a formação de edemas por excesso de água no LIC. As bombas de cálcio servem como um mensageiro na célula, pois a regulação das quantidades de cálcio são dadas através dessa (possui mais cálcio fora da célula). Ela possui papel importante na contração muscular, pois quando há presença de cálcio intracelular e presença de energia, a actina e miosina do músculo interagem entre si. Já o transporte ativo secundário usa o gradiente iônico feito pelo t. primário para gerar uma reserva de potencial químico que é utilizado para realizar trabalho, conseguindo, desta forma, transportar substâncias contra seu gradiente de concentração. A energia liberada é a de movimento dos íons a favor do gradiente eletroquímico, servindo como fonte de energia para transportar contra o gradiente. Há dois tipo de processos ativos, o antiporte e o simporte. O antiporte funciona por uma troca de moléculas que passam pela proteína, uma à favor do gradiente de concentração, gerando energia para que a segunda, contra o gradiente, consiga passar pela membrana, uma para dentro e outra para fora. Já o simporte passa as moléculas para um mesmo lado da membrana, porém uma delas à favor do gradiente e a outra, contra.
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