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Anatomia dos Órgãos Vegetativos de Syzygium malaccensis L. (Myrtaceae) Adrianne Braga da Fonseca 1 , Fernanda Carvalho Soares Pereira 2 , Harleson Sidney Almeida Monteiro 3 , Sinara de Nazaré Santana Brito 4 RESUMO Syzygium malaccensis L., vulgarmente conhecido como jambeiro. É uma árvore originária da Ásia Tropical (Leste da Índia e Malásia), inclusive encontrado na Amazônia. Há informações sobre seu uso na medicina popular. O presente trabalho teve como objetivo, o estudo anatômico, através de microscopia de luz da folha, caule e raíz de Syzygium malaccensis L.. As observações foram feitas nas secções frontal, longitudinais e transversais os quais mostraram diversas estruturas em ambas às partes do vegetal. As folhas de S. malaccensis são hipoestomática com predominância de estômatos paracíticos. Em vista frontal, as células epidérmicas apresentam paredes retas. Em vista transversal, apresenta cutícula lisa e uma camada de células epidérmicas. O mesofilo é dorsiventral, com duas camadas de parênquima paliçádico e esponjoso. O caule apresentou parênquima clorofiliano, parênquima de reserva amilífera e colênquima anelar, sendo a haste fibroesclereídes. Na raíz encontra-se parênquima de preenchimento ou parênquima fundamental, sendo as células no formato esférico. Palavras-chave: jambeiro, Syzygium malaccensis L., anatomia interna. Anatomy of Vegetative Organs of Syzygium malaccensis L. (Myrtaceae) ABSTRACT Syzygium malaccensis L. , commonly known as jambo tree . It is a tree native of Tropical Asia ( East India and Malaysia ) , also found in the Amazon . No information on its use in folk medicine . The present work aimed to study the anatomical , via light microscopy of leaf, stem and root of Syzygium malaccensis L. . Observations were made in the frontal, transverse and longitudinal sections which showed various structures in both parts of the plant . The leaves of S. malaccensis are hypostomatic Predominantly paracytic stomata . In front view , the epidermal cells have straight walls . In a sectional view, and shows smooth cuticle layer of epidermal cells. The mesophyll is dorsiventral , with two layers of palisade and spongy parenchyma. The stem had chlorophyllous parenchyma , parenchyma amilífera booking and annular collenchyma , with an fibroesclereídes rod . Lies at the root parenchyma fill or key parenchyma cells being spherical in shape. Key Words: jambo tree, Syzygium malaccensis L., internal anatomy ____________________________________________________ 1, 2, 3, 4 Alunos do curso de graduação em Agronomia, da Universidade Federal Rural da Amazônia, UFRA, Campus Belém. 1 E-mail: adrianne.13@hotmail.com 2 E-mail: fernandapereira496@gmail.com 3 E-mail: harlesonmatuepa@gmail.com 4 E-mail: sinaraagroufra@gmail.com 2 I. INTRODUÇÃO A espécie Syzygium malaccense L., mais conhecido popularmente como jambeiro. É uma planta arbórea, originária da Ásia Tropical (Leste da Índia e Malásia). Com porte altaneiro, copa densa e piramidal. Na Amazônia, o jambeiro, assim como a mangueira, é uma das plantas exóticas mais difundidas e popularmente conhecidas, não só nas capitais, mas em todo o interior distante, como cidades, vilas, povoadas e até em aldeias indígenas e, não raro, em estado subespontâneo e até no meio da vegetação natural, em lugares de antigas habitações. Seu fruto é de coloração vermelha, polpa suculenta de cor branca e de sabor adocicado. É uma fruta rica em ferro, proteínas e outros minerais que atuam diretamente na prevenção do envelhecimento. Em algumas regiões, madeira, raízes, frutos e sementes costumam ser utilizados na medicina popular. A procedência Myrtaceae, é espalhada predominante nas regiões tropicais, organiza uma das maiores famílias da flora brasileira, sendo composta por 23 gêneros e aproximadamente, 1000 espécies. Destaca-se na Floresta Atlântica e Floresta de Restinga, representando as espécies mais habitualmente localizadas na maioria das formações vegetais. Segundo SOUZA & LORENZI (2005), Myrtaceae é taxonomicamente uma Família complexa, tanto pelo grande número de espécies e pela escassez de estudos taxonômicos, quanto pela necessidade de utilização de caracteres crípticos para aproximar determinadas espécies. Determinadas estruturas anatômicas peculiares da família Myrtaceae compreendem mesofilo dorsiventral com hipoderme, cavidades secretoras e idioblastos contendo drusas e cristais prismáticos (KEATING, 1984). Segundo DONATINI, (2003) Syzygium malaccensis L., apresenta folha hipoestomática e epiderme uniestratificada. II. MATERIAL E MÉTODOS A análise foi conduzida no laboratório de botânica da Universidade Federal Rural da Amazônia, utilizando a espécie Syzygium malaccensis L, para o estudo de seus principais órgãos: folha, caule, raiz e seus constituintes. As metodologias aplicadas, são descritas como: Retirou-se a parte adaxial da folha e foi colocada em uma lâmina, adicionou-se duas gotas de Safrablau para melhor visualização do material, reagindo por 2 á 3 minutos para a melhor fixação do corante. Logo em seguida, acrescentaram-se duas gotas de glicerina para prevenir o ressecamento das amostras e fechado com a lamínula. 3 Observado no microscópio na objetiva em 100x10 e 40x10. O processo foi repetido para os outros materiais, com exceção da amostra da raiz que precisou adicionar hipoclorito para ajudar na descoloração. Em seguida foi clorado com o azul de Astra e observado no microscópio na objetiva de 10x10, 40x10, 100x10. III. RESULTADOS E DISCURÇÕES Através da análise microscopia de luz, observou-se que Syzygium jambos L. apresenta nervura central de contorno plano-convexo e feixe vascular do tipo bicolateral, conforme descrito por JORGE et al. (1994). Em vista transversal a epiderme da folha apresenta cutícula lisa, espessa e unisseriada. Mediante o corte espécie possui uma camada de células epidérmicas (uniestratificada) e caracterizada também como célula hipoestomática, possui estômatos somente na parte abaxial e há predominância de estômatos paracíticos. (FIGURA 1A). Em vista frontal da parte adaxial da folha observou-se ausência de estômatos, comum na maioria das espécies de plantas. As células epidérmicas apresentam paredes anticlinais (plano de visão), paredes retas em ambas as faces tanto adaxiais quanto abaxial. (FIGURA 1B). Visto transversalmente o mesofilo é constituído por duas camadas de células de parênquima paliçádicas e células de parênquima esponjoso, apresentando de 7 á 9 camadas. (FIGURA 1C). A região medular é colateral com envolto parcialmente por esclerênquima (FIGURA 1D). A presente estrutura secretora na região cortical do caule contém uma camada de células epiteliais (por ser diferentes das outras) capazes de produzirem um conteúdo característico da espécie no seu interior encontra-se o lúmen local onde se armazena o conteúdo. (FIGURA 1E) A constituição da raiz é definida a partir da epiderme seguido do felema ou súber, felogênio e feloderma formado exatamente por células e fibras de esclerênquima ou fibroesclereídes. Seguindo essa formação há uma faixa de floema (de coloração mais escura), logo em seguida encontra-se o xilema sendo células espaçosas e entre o xilema e floema há presença do câmbio, característico da parte secundária da planta. (FIGURA 1F) 4 Figura 1A Figura 1B Figura 1C Figura1D 5 Figura 1E Figura 1F IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS A descrição anatômica da espécie Syzygium malaccensis (L.) informa descriçõestípicas da família Myrtaceae. O estudo realizado indicou a presença de cavidades secretoras, capaz de produzir conteúdo típico da planta em questão. Encontrando mediante o estudo das estruturas o parênquima esponjoso dando maior sustentação ao vegetal, entre outras características descritas nesse artigo, como a presença dos tecidos de condução xilema e floema originados do meristema fundamental, e o colênquima como principal órgão que permite a flexibilidade do caule. Tendo visto que o jambeiro é uma planta arbórea e exótica e que se adaptou muito bem na Amazônia, e produz suculentos frutos. Ele apresenta determinadas estruturas anatômicas como características peculiares, tornando difícil de associar a outras espécies. Por isso, percebemos que foi um grande desafio estudar suas estruturas vegetativas. 6 V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DONATINI, R. Estudo farmacognóstico e farmacológico de Syzygium jambos (L.) Alston. 2003.107 f. Dissertação (Mestrado em Farmácia)- Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. JORGE, L. I. F; MARKMAN, B. E. O; SILVA, C. B. M. Jambolão: Syzygium cumini (L.) Skeels. Elementos Histológicos Característicos das folhas, frutos e cascas. Revista Brasileira de Farmacologia, v.75, n.2, p. 38-39, 1994. KEATING, R. C. Leaf Histology and its contribution to Relationships in the Myrtales. Annals of the Missouri Botanical Garden , v. 71, n. 3, p. 801-823, 1984. SOUZA V. C.; LORENZI H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para a identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG/II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2005. http://people.ufpr.br/~marcia/apmorf/histol.pdf Acesso em: 07.04.2014, às 19h45min. http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/exercicios-html/Epiderme.htm Acesso em: 07.04.2014, às 20h20min. http://www.joinville.udesc.br/sbs/professores/arlindo/materiais/Anatomia_Fernando.pdf Acesso em: 08.04.2014, às 23h36min. https://acta.inpa.gov.br/fasciculos/33-2/PDF/v33n2a03.pdf Acesso em: 08.04.2014, às 23h48min.
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