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Clínica Médica – Vol. Único 
A Clínica Médica uma especialidade da área da saúde que trata de pacientes adultos, geralmente 
atuando em ambiente hospitalar. É de grande importância, pois funciona como um primeiro 
atendimento para as principais especialidades médicas. Para um profissional de Enfermagem é 
de extrema importância, pois através disso os planos de cuidados, tratamentos e profilaxias são 
criados e aplicados ao cliente. A Assistência em Enfermagem segue critérios, estudos e 
parâmetros que podem variar de patologia para patologia, baseado nisso podemos prestar nossos 
cuidados e agir com segurança contribuindo para o restabelecimento do paciente. 
1) Diabetes Mellitus – DM 
 
Diabetes Mellitus é uma doença crônico degenerativa caracterizada pela elevação da glicose no 
sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio 
insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta . A função principal da 
insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa 
ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua 
ação resulta portanto em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. 
DM tipo 1 - É uma patologia crônica caracterizada pela insuficiência do pâncreas no processo 
de produção de insulina. Como consequência, tem-se a hiperglicemia e o prejuízo ao 
funcionamento de vários órgãos. 
DM tipo 2 - É caracterizado por falhas no processo de secreção e na ação periférica da insulina, 
gerando também a hiperglicemia. Representa cerca de 80% dos casos de diabetes. 
No Brasil, 1985 - 30 Milhões de Casos 2010 - 285 Milhões Casos 
Principais Sinais e Sintomas 
• Polidipsia 
• Poliúria 
• Fome excessiva 
• Cansaço, Letargia, Prostração 
• Emagrecimento 
• Parestesia periférica 
• Peso ou dores nas pernas 
• Infecções repetidas na pele e 
mucosas 
 
Fatores de Risco 
• Antecedente familiar 
• Idade maior de 45 anos 
• Estilo de vida pouco saudável, 
sedentarismo, dieta inadequada e 
obesidade 
• Sobrepeso 
• Hipertensão arterial 
• Colesterol maior que o normal 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas e, caso positivo, deve ser confirmado em 
outra ocasião. São considerados positivos os que apresentarem os seguintes resultados: 
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• glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de 8 horas) 
• glicemia casual (colhida em qualquer horário do dia, independente da última refeição 
realizada (> 200 mg/dl em paciente com sintomas característicos de diabetes. 
• glicemia > 200 mg/dl duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose. 
Existem ainda dois grupos de pacientes, identificados por esses mesmos exames, que devem ser 
acompanhados de perto pois tem grande chance de tornarem-se diabéticos. Na verdade esses 
pacientes já devem ser submetidos a um tratamento preventivo que inclui mudança de hábitos 
alimentares, prática de atividade física ou mesmo a introdução de medicamentos. São eles: 
(a) glicemia de jejum > 110mg/dl e < 126 mg/dl. 
(b) glicemia 2 horas após sobrecarga de 75 gr de glicose oral entre 140 mg/dl e 200 mg/dl 
O diagnóstico precoce do diabetes é importante não só para prevenção das complicações agudas 
já descritas, como também para a prevenção de complicações crônicas. 
Tratamento 
A hiperglicemia é a elevação das taxas de açúcar no sangue e que deve ser controlada. Sabe-se 
que a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a lesões da microcirculação, lesando 
e prejudicando o funcionamento de vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração. 
Os pacientes que conseguem manter um bom controle da glicemia têm uma importante redução 
no risco de desenvolver tais complicações como já ficou demonstrado em vários estudos 
científicos. 
Pacientes com Diabetes Tipo 2 não diagnosticado tem risco maior de apresentar acidente 
vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença vascular periférica do que pessoas que não têm 
diabetes. Isso reforça a necessidade de um diagnóstico precoce que permita evitar tais 
complicações. As principais formas de tratamento são: 
• Hipoglicemiantes orais 
• Insulinoterapia 
• Dieta balanceada 
• Atividade Física Regular 
 
Para obter um melhor controle dos níveis glicêmicos, não basta o paciente apenas acreditar que 
está fazendo tudo corretamente ou ter a sensação de estar sentindo-se “bem”. É necessário 
monitorar, no dia-a-dia, os níveis glicêmicos. Para isso, existem modernos aparelhos, os 
glicosímetros, de fácil utilização e que nos fornecem o resultado da glicemia em alguns 
segundos. Siga as orientações do seu médico quanto ao número de testes que deve ser realizado. 
O objetivo desse controle não é só corrigir as eventuais hiperglicemias que ocorrerão, mas 
também tentar manter a glicemia o mais próximo da normalidade, sem causar hipoglicemia. 
Quanto melhor o controle, maior o risco de hipoglicemia, daí a importância também da 
monitorização da glicemia mais vezes tanto para evitar a hipo, como também para que não se 
coma em excesso na correção dela, o que invalidaria os esforços para manter o controle. A 
monitorização permite que o paciente, individualmente, avalie sua resposta aos alimentos, aos 
medicamentos (especialmente à insulina) e à atividade física praticada. 
 
 
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Principais ações de enfermagem em pacientes portadores de DM 
 
É importante que o paciente compareça às consultas regularmente, conforme a determinação 
médica, nas quais ele deverá receber orientações sobre a doença e seu tratamento. Só um 
especialista saberá indicar de forma correta, o profissional de enfermagem atuará principalmente 
alertando e informando para alguns fatores, podemos destacar: 
 
• a orientação nutricional adequada, 
• como evitar complicações, 
• como usar insulina ou outros medicamentos, 
• como usar os aparelhos que medem a glicose (glicosímetros) e as canetas de insulina, 
• fornecer orientações sobre atividade física,indicando a procura de um profissional 
qualificado 
• fornecer orientações de como proceder em situações de hipo e de hiperglicemia. 
 
Esse aprendizado é fundamental não só para o bom controle do diabetes como também para 
garantir autonomia e independência ao paciente. É muito importante que ele realize suas 
atividades de rotina, viajar ou praticar esportes com muito mais segurança. É importante o 
envolvimento dos familiares com o tratamento do paciente diabético, visto que, muitas vezes, há 
uma mudança de hábitos, requerendo a adaptação de todo núcleo familiar. 
 
2) Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS 
 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial crônico 
degenerativa caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA 
≥ 140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos 
órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com 
aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. A HAS é um grave 
problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Sua prevalência no Brasil varia entre 
22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% para indivíduos 
com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. Quando o seu coração bate, ele 
contrai e bombeia sangue pelas artérias para o resto do seu corpo. Esta força cria uma pressão 
sobre as artérias. Isso é chamado de pressão arterial sistólica, cujo valor normal é 120 mmHg 
(milímetro de mercúrio). Uma pressão arterial sistólica de 140 ou mais é considerada 
hipertensão.Há também a pressão arterial diastólica, que indica a pressão nas artérias quando o 
coração está em repouso, entre uma batida e outra. Um número normal de pressão arterial 
diastólica é inferior a 80, sendo que igual ou superior a 90 é considerada hipertensão. 
Sinais e Sintomas 
• Cefaleia, geralmente irradiada para região occipital e nuca; 
• Tonturas; 
• Dispneia; 
• Prostração 
• Obnubilação 
• Irritabilidade 
• Níveis tensionais pressóricos acima de 140 x 90 mmHg 
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Diagnóstico da HAS 
O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro de níveis 
tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a pressão 
arterial é determinada por meio de métodos e condições apropriados. Portanto, a medida da 
pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão 
arterial. O diagnóstico é simples e feito de forma predominantemente ambulatorial. Dentre os 
principais métodos destacam-se: 
• Medição da PA, duas vezes ao dia, por três dias (ou mais conforme prescrição); 
• Eletrocardiograma (ECG); 
• Ecocardiograma; 
• Exame completo dos pulsos periféricos, com a avaliação das diferenças de volume e 
tempo nos pulsos femoral e radial; 
• Radiografia do tórax. 
 
Tratamento 
 
• Ambulatorialmente e não tem cura, todavia o tratamento poderá manter a doença sob 
controle e alterar a sua evolução, evitando o surgimento de complicações 
cardiovasculares relacionadas; 
• Mudança comportamental, que consiste em dieta com baixo teor de sal (hipossódica), 
redução do consumo de bebidas alcoólicas, redução do fumo (cigarro), redução do 
consumo de gorduras saturadas; 
• Tratamento da obesidade; 
• Atividades físicas orientadas por um profissional (combate ao sedentarismo); 
• Controle do estresse. 
• Medicamentoso: Anti Hipertensivos, Diuréticos, Bloqueadores de ECA, entre outras 
medicações. 
 
Prevenção: 
 
• Atividades físicas regulares; 
• Dieta balanceada; 
• Baixo consumo de bebidas alcoólicas; 
• Não fumar; 
• Consultas regulares ao médico. 
 
3) Tuberculose – (TB/BK) 
 
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os 
pulmões. A doença é curável. Anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos 
em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da AIDS e o 
aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse 
cenário. 
No Brasil, a tuberculose é sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A 
cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em 
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decorrência da doença. O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do 
total de casos de tuberculose no mundo. 
 
Nos últimos 17 anos, a tuberculose apresentou queda de 38,7% na taxa de incidência e 33,6% na 
taxa de mortalidade. A tendência de queda em ambos os indicadores vem-se acelerando ano 
após ano em um esforço nacional, coordenado pelo próprio ministro, o que pode determinar o 
efetivo controle da tuberculose em futuro próximo, quando a doença poderá deixar de ser um 
problema para a saúde pública. 
A tuberculose no geral é causada por uma infecção por Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo 
de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas: 
Mycobacterium bovis, africanum e microti. 
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é 
o principal fator de transmissão. A pessoa com tuberculose expele, ao falar, espirrar ou tossir, 
pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro 
indivíduo contaminando-o. 
 
Sinais e Sintomas 
 
Alguns pacientes não exibem nenhum indício da tuberculose, outros apresentam sintomas 
aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria 
dos infectados com tuberculose, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são: 
 
• Cansaço e prostração 
• Febre baixa (37,5° / 38,9°), geralmente vespertina 
• Sudorese noturna 
• Inapetência 
• Perda de peso 
• Tosse seca e contínua no início, cerca de 4 semanas após o período sintomático, 
transforma-se em tosse produtiva. 
• Hemoptise 
 
Com o agravo e andamento da doença, outros sintomas associados podem aparecer: 
• Dispneia 
• Aumento da hemoptise 
• Colapso Pulmonar 
• Dor Torácica, causada por acúmulo de secreção pulmonar na pleura 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico presuntivo é feito baseado nos sinais e sintomas relatados pelo paciente, 
associados a uma radiografia do tórax que mostre alterações compatíveis com tuberculose 
pulmonar. Outro teste utilizado é o teste de Mantoux (PPD), que pode auxiliar no diagnóstico da 
doença. É feito injetando-se tuberculina (uma substância extraída da bactéria) debaixo da pele. 
Se, após 72-96h, houver uma grande reação de pele, significa que pode haver uma infecção 
ativa ou uma hipersensibilidade pela vacinação prévia com BCG feita na infância. Então, este 
exame não confirma o diagnóstico, mas pode auxiliar o médico. A Baciloscopia ou teste do 
escarro é realizado como comprovação da infecção. 
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Tratamento 
 
O tratamento da tuberculose é padronizado no Brasil. As medicações são distribuídas pelo 
sistema de saúde, através de seus postos municipais de atendimento. 
ESQUEMA RIPE – 4 Antibióticos – Rifampcina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol 
Conforme o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, o 
tratamento é ambulatorial na maioria dos casos – feito com o paciente em casa, devendo ter a 
supervisão de um agente comunitário 3 vezes por semana nos primeiros dois meses de 
tratamento e depois uma vez por semana até o final do tratamento. Isso é uma forma de evitar 
que o paciente pare o tratamento, pois o mesmo leva cerca de 6 meses para ser completo e o 
paciente curado. 
 
4) Hanseníase 
 
A Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, 
pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é 
longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase pode causar deformidades físicas, 
que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.. É 
causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. A transmissão se dá por meio de 
uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, 
estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, 
tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. 
 
Sinais e Sintomas 
 
• Aparecimento de manchas esbranquiçadas, avermelhadas, em qualquer parte do corpo, 
com perda ou alteração de sensibilidade. 
• Área da pele seca ou com ausência de suor. 
• Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade. 
• Parestesias. 
• Perda de tato (dor, calor) 
• Sensação de edema, fisgadas. 
• Redução do tônus muscular em membros superiores, inferiores, face. 
• Úlceras em membros inferiores 
• Linfonodomegalia, febre, artralgia. 
• Rinorragia 
• Prostração e perda de peso 
 
 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no 
exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da 
força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar 
exames complementares para confirmação diagnóstica. 
 
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TratamentoO tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de 
saúde e doses auto administradas no domicílio. 
Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, denominados 
poliquimioterapia (PQT), que são adotados conforme a classificação operacional, sendo: 
Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses/ Multibacilares: rifampicina, 
dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses. 
 
5) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – HIV/AIDS 
 
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS ataca o 
sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais 
atingidas são os linfócitos T CD4. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos 
soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, 
podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento 
seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é 
sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. Logo, sua principal forma 
de contágio é o ato sexual (anal, vaginal e oral) desprotegido. Quando ocorre a infecção pelo 
vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, 
chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o 
surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo 
leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas 
são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso na maioria dos casos 
é negligenciado e passa sem que o paciente infectado perceba. Além dessa forma tradicional, 
existem outras formas/riscos de se contaminar com o HIV: 
 
• Uso de seringa por mais de uma pessoa 
• Transfusão de sangue contaminado 
• Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação 
• Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. 
A fase seguinte é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e 
rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir 
novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que 
pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de 
defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada 
vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela 
alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a 
ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 
800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e 
emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que 
recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o 
estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir 
o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, 
toxoplasmose e alguns tipos de câncer. 
 
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Diagnóstico 
Teste Elisa 
É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por 
anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum 
anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo 
anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. 
São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta 
para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-
positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e 
alguns tipos de câncer 
Tratamento 
É bem provável que, na primeira consulta, o médico peça exames, como: hemograma completo 
(sangue), urina, fezes, glicose (açúcar), colesterol e triglicérides (gorduras), raios-X de tórax, 
hepatite B e C, tuberculose e os testes de contagem dos linfócitos T CD4+ (indica o sistema de 
defesa) e o de carga viral (quantidade de vírus circulante no sangue) 
Dependendo do resultado dos exames clínicos e laboratoriais, pode ser necessário que o 
soropositivo comece a terapia antirretroviral, que é o tratamento com medicamentos. O médico 
fará o acompanhamento do paciente, que deve voltar regularmente ao consultório no tempo 
determinado pelos profissionais 
Os medicamentos antirretrovirais (TARV) surgiram na década de 1980, para impedir a 
multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da AIDS , mas 
ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental 
para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem AIDS. Desde 1996, o Brasil distribui 
gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados de 
dezembro de 2012, 313 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. 
Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo 
dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O 
tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do 
organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir 
corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é fundamental 
manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e 
nunca ficar com dúvidas. 
As Infecções Oportunistas na fase AIDS 
Em pessoas com AIDS, o estágio mais avançado da doença, essas infecções muitas vezes são 
graves e podem ser fatais, pois o sistema imunológico do indivíduo pode estar danificado pelo 
HIV. Por isso, é bom prestar atenção às alterações do nosso corpo. As principais infecções 
oportunistas são: 
• Micoses 
• Gastroenterites (geralmente de repetição ou durando longos dias até semanas) 
• Pneumonias (agentes típicos e atípicos, fúngicas, virais) 
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• BK 
• Neurotoxoplasmose, Neurosífilis, Neurocriptococose, 
• Citomegalivirose 
• Pneumococistose 
• Alguns tipos de câncer, destacando-se os Linfomas não-Hodgkin e Sarcoma de Kaposi 
 
Conduta na Gestante Soro Positiva 
A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, 
pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a 
possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações 
médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o 
parto cesáreo e a não amamentação. 
6) Hepatites Virais 
 
As hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado. Cinco diferentes 
vírus são reconhecidos como agentes etiológicos da hepatite viral humana: o vírus da hepatite A 
(HAV), o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV), o vírus da hepatite D ou 
Delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV). Com exceção do HBV, que possui genoma DNA, 
todos os demais são vírus RNA. 
 
Embora apresentando diferenças quanto ao tipo de genoma viral, estrutura molecular e 
classificação taxonômica, estes cinco agentes etiológicos têm o fígado como alvo primário e 
causam um processo necroinflamatório característico: a "hepatite". Náusea, episódios eméticos, 
mal-estar, cefaleia, e inapetência são os sintomas mais frequentes nafase inicial da doença. 
Colúria (urina escura) e acolia (fezes esbranquiçadas) antecedem a fase ictérica (pele e olhos 
amarelados) que, em geral, coincide com alteração das provas de função hepática. 
 
As hepatites A e E são transmitidas pela via oro fecal e causam infecções agudas benignas, que 
evoluem para a cura sem necessidade de tratamento específico. As hepatites B, C e D podem 
evoluir para a hepatite crônica, que tem como principais complicações a cirrose e o carcinoma 
hepatocelular. 
 
HEPATITE A - transmissão oro fecal, por água e alimentos contaminados ou contato pessoal 
com pessoas infectadas. O vírus da hepatite A tem distribuição mundial e apresenta maior 
disseminação em áreas onde são precárias as condições sanitárias e de higiene da população. 
Nestas áreas, a hepatite A apresenta-se como uma doença típica da infância. Com a melhoria 
das condições sócio econômicas, os adultos jovens constituem o grupo mais susceptível à 
infecção. 
 
HEPATITE B - via primária de transmissão é a parenteral, por contato com sangue e 
hemoderivados. É também transmitida por contato sexual e de mãe infectada para o recém 
nascido (durante o parto ou no período perinatal). Grupos de alto risco incluem os usuários de 
drogas injetáveis, homossexuais/heterossexuais com múltipos parceiros. 
 
HEPATITE C - a forma mais comum de transmissão é a parenteral, por exposição percutânea 
direta ao sangue, hemoderivados ou instrumental cirúrgico contaminado. Receptores de sangue 
e derivados, usuários de drogas injetáveis, pacientes de hemodiálise e profissionais de saúde 
(vítimas de acidentes perfuro cortantes) apresentam alto risco de infecção pelo HCV. 
 
O diagnóstico laboratorial das hepatites virais inclui as provas da função hepática e a pesquisa 
de marcadores sorológicos específicos (antígenos e anticorpos). Testes complementares para a 
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detecção direta do genoma viral podem ser necessários para confirmação diagnóstica, 
determinação do genótipo infectante ou monitoramento da resposta à terapia antiviral. 
 
As medidas preventivas incluem o saneamento básico, as boas práticas de higiene pessoal, o uso 
de preservativos, o uso de agulhas e seringas descartáveis, o não compartilhamento de objetos 
perfuro cortantes (barbeadores, instrumentos de manicure/pedicure, etc). Já existem vacinas 
para as hepatites A e B; esta última pode ser adquirida nos postos de saúde da rede pública. 
 
Indivíduos infectados pelo vírus da hepatite B têm 5% a 10% de risco de tornarem-se doentes 
crônicos. Na hepatite C, o risco é de 85%. O tratamento das hepatites B e C é feito com agentes 
antivirais, com 70% e 35% de sucesso, respectivamente. 
 
7) Aterosclerose 
 
É a patologia caracterizada pelos depósitos de gorduras no interior das artérias de calibres médio 
e grande, atingindo o sistema cardiovascular por obstrução do fluxo sanguíneo. Trata-se de uma 
doença silenciosa, até que atinja uma fase perigosa. 
Entre os fatores de risco que contribuem para o avanço da doença está à carga genética, o 
tabagismo, o álcool, a obesidade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a diabetes o e as 
dislipidemias (níveis anormais de gorduras no sangue). 
 
Sinais e Sintomas: 
 
• Estenose (diminuição patológica permanente de um orifício orgânico – os vasos); 
• Aneurisma (dilatação da parede de uma artéria, que aparece onde a resistência está 
diminuída por uma lesão, uma malformação ou traumatismo); 
• Trombose (formação de um coágulo (trombo) no interior de um vaso sanguíneo ou de 
uma cavidade cardíaca); 
• Embolia (obstrução de um vaso por um êmbolo (coágulo) ou por gás (embolia gasosa)). 
 
 
Diagnóstico Clínico e Laboratorial: 
 
• Hemograma – colesterol se aumentado, HDL (bom) se reduzido, LDL (ruim) se elevou; 
• Radiografia – placas ateroscleróticas calcificadas em vasos sanguíneos importantes. 
 
Tratamento Médico: 
 
• Nível ambulatorial, quando não a complicações; 
• Dietas rigorosas, com controle diário de ingestão de gorduras saturadas, carboidratos, 
colesterol e calorias totais; 
• Atividades físicas sob orientação médica; 
• Controle e tratamento direcionado aos sintomas apresentados de outras patologias, 
como angina, infarto do miocárdio, arritmias, insuficiência renal, AVC, hipertensão, etc. 
• Uso de Sinvastalina 20 – 80 mg/dia por toda a vida ou outro redutor. 
 
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Prevenção de Aterosclerose: 
 
• Campanha de Saúde Pública; 
• Praticar exercícios físicos (orientação de um profissional); 
• Consultas médicas regulares; 
• Medicação reguladora das taxas. 
 
8) Infarto Agudo do Miocárdio – IAM 
 
Um IAM ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é 
bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado 
ou morra. Também chamado de ataque cardíaco, o infarto pode ser fatal. Com tratamento 
adequado, é possível evitar danos significativos no músculo cardíaco e isso é primordial para 
que o paciente possa viver muitos anos sentindo-se bem. Por isso, é crucial chamar a 
emergência ou correr para o hospital nos primeiros sinais do problema. As doenças 
cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes 
no Brasil. Dentre estas, o infarto é uma das principais causas. O infarto ocorre quando uma ou 
mais artérias que levam oxigênio ao coração (chamadas artérias coronárias) são obstruídas 
abruptamente por um coágulo de sangue formado em cima de uma placa de gordura (ateroma) 
existente na parede interna da artéria.A presença de placas de gordura no sangue é chamada de 
aterosclerose (placa de colesterol). O paciente que possui placas de aterosclerose com algum 
grau de obstrução na luz de uma artéria tem a chamada DAC – doença arterial coronariana. 
Conforme a placa de gordura (ateroma) cresce, ela leva à obstrução cada vez maior da coronária 
e pode levar ao sintoma de dor no peito aos esforços (angina). Em geral, uma pessoa tem 
sintoma de dor no peito aos esforços quando a obstrução é maior que 70%. 
 
Fatores de risco de infarto incluem: 
 
• Idade: homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais tem maior 
propensão ao infarto 
• Tabagismo 
• Hipertensão 
• Colesterol elevado 
• Diabetes 
• Histórico familiar de infarto 
• Sedentarismo 
• Obesidade 
• Estresse 
• Alcoolismo 
• Uso de drogas ilegais estimulantes, como cocaína. 
 
 
12 
 
Sinais e Sintomas 
 
A dor do infarto pode ser típica ou atípica. Casos de dor atípica podem ser mais difíceis de 
caracterizar. Em geral se diz que a dor do infarto pode se alojar em qualquer local entre o lábio 
inferior e a cicatriz umbilical. A dor típica tem como características ser no meio do peito, em 
aperto, espalhando para o braço esquerdo, acompanhada de sudorese, náusea e palidez cutânea. 
As características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas de queimação 
ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer dor nessas regiões que se mantêm 
por mais de 20 minutos deve ser investigada e considerada doença grave, especialmente se 
associada aos seguintes sintomas: 
 
• Episódios eméticos 
• Sudorese intensa 
• Fraqueza Intensa 
• Taquicardia 
• Dispneia 
• Fadiga 
• Sensações torporosas 
• Tontura ou vertigem. 
 
Nem todas as pessoas que tem um infarto sofrem os mesmo sintomas ou os mesmos danos ao 
coração. O infarto pode ocorrer a qualquer momento – no trabalho, praticando exercícios ou 
mesmo descansando. Algumas vezes ele é súbito, em outras leva horas para a pessoa perceber 
que está com algum problema. Em alguns casos, pode levar dias até que o paciente note uma 
dor oualteração. 
 
Diagnóstico 
 
• Eletrocardiograma (ECG) 
• Exames de sangue. 
 
Tratamento 
 
O tratamento de infarto em um hospital varia de acordo com a situação. Você pode ser 
tratado com medicamentos, ser submetido a um procedimento invasivo ou ambos - 
dependendo da gravidade do seu estado e da quantidade de danos ao seu coração. 
Medicamentos 
 
• Ácido acetilsalicílico 
• Trombolíticos 
• Medicamentos semelhantes ao ácido acetilsalicílico para ajudar a prevenir a formação 
de coágulos novos, incluem clopidogrel e outros, chamados inibidores da agregação 
plaquetária 
• Outros medicamentos para afinar o sangue 
• Analgésicos 
• Nitroglicerina 
• Betabloqueadores 
• Inibidores de ECA 
• Medicamentos para baixar o colesterol. 
 
13 
 
9) Acidente Vascular Cerebral – AVC 
 
O acidente vascular cerebral é um distúrbio súbito da circulação encefálica, com intensidade e 
duração muito variáveis, em virtude de infartamento ou hemorragia cerebral, gerando um 
déficit neurológico localizado. 
São muitas as causas do AVC, dentre as quais destacamos: 
 
• Doenças ateroscleróticas; 
• Doenças Carotídeas com presença de Tromboembolia; 
• Hipercoagulabilidade; 
• Hipertensão Arterial; 
• Má formações vasculares 
• Angiopatia Amilóide (inflamação dos vasos sanguíneos pelo acumulo de proteína); 
• ICC (Insuficiência Cardíaco Congestiva) 
 
Os fatores de riscos mais expressivos do AVC são: 
 
• Hereditariedade; 
• Idade superior a 50 anos; 
• Hipertensão Arterial; 
• Cardiopatias; 
• Diabetes; 
• Dislipidemias (níveis anormais de gordura no sangue); 
• Síndrome Plurimetabólica; 
• Fumo; 
• Álcool; 
• Estresse físico e mental 
Sinais e Sintomas: 
• Cefaleia; 
• Náuseas; 
• Vômitos; 
• Incontinência urinária e fecal; 
• Vertigens; 
• Paresia facial; 
• Diplopia (visão dupla); 
• Ataxia (má coordenação de movimentos); 
• Disfagia (incapacidade ou dificuldade de engolir); 
• Disartria (dificuldade de falar); 
• Hemiplegia (paralisia na metade do corpo); 
• Hemianestesia (perda da sensibilidade em um lado do corpo); 
• Enxaqueca (dores de cabeça fortes e periódicas) 
 
 
14 
 
Diagnóstico Clínico e Laboratorial: 
• Exame de sangue para tempo de Protrombina (TP) – Tempo de coagulação do sangue; 
• Exame de sangue para tempo de Tromboplastina (PTT) parcial – Tempo que as 
plaquetas sanguíneas se desintegram; 
• Exames por imagens: Tomografia Computadorizada da Cabeça (hemorragia), 
Ultrassonografia dupla das artérias carótidas, Angiografia Cerebral e o 
Eletroencefalograma (EEG). 
Obs.: Quando a causa for de suspeita cardíaca, poderá se fazer necessário o Eletrocardiograma 
(ECG), o Ecocardiograma Transtorácico (ETT), e o Ecocardiograma Transesofágico (ETE). 
Tratamento Médico: 
• Heparina – Por via subcutânea poderá vir a ser indicada para reduzir ou limitar o déficit 
Neurológico; 
• Medidas gerais de suporte do paciente; 
• Corticosteróides (Prednisona ou Dexametasona) – para redução do edema vasogênico 
cerebral; 
• Ácido Acetil Salicílico – para dores e a febre, ele possui também uma atividade 
anticoagulante; 
• Ticlopidina (Ticlid). 
• Controle da Hiperglicemia – mantendo o nível de glicose menor que 120 mg/dl; 
• Controle da pressão hipertensiva; 
• Proceder precocemente à fisioterapia e deambulação; 
Prevenção ao AVC: 
• Tratamento da diabetes; 
• Controle da pressão arterial; 
• Evitar fumo e o álcool; 
• Controlar o peso; 
• Consumir alimentos saudáveis e balanceados; 
• Praticar exercícios físicos regularmente; 
• Controlar o nível de estresse 
 
 
 
15 
 
10) Síndrome de Fournier 
A Síndrome de Fournier é uma patologia infecciosa grave, rara, de rápida progressão, que 
acomete a região genital e áreas adjacentes, caracterizada por uma intensa destruição tissular, 
envolvendo o tecido subcutâneo e a fáscia. Essa patologia ocorre mais frequentemente em 
homens, podendo acometer também em mulheres. A predisposição à gangrena de Fournier está 
associada a estados de imunossupressão, doenças crônicas, alcoolismo, senilidade, obesidade, 
anormalidades no sistema urológico e doenças colo retais. O índice de mortalidade está 
relacionado com a precocidade no diagnóstico e tratamento adequado. A Síndrome de Fournier 
produz manifestações locais e sistêmicas. O paciente apresenta um “estado toxêmico com febre 
alta, calafrios, náuseas, vômitos e prostração em poucas horas”. Ao exame físico observa-se: 
região genital edemaciada, eritema, dor, tecido epitelial escuro e necrosado, odor fétido (de 
mortificação), secreção fluida e marrom, e enfisema subcutâneo locorregional. Quando a dor 
referida é mínima, indica que já houve envolvimento dos nervos, fase mais grave da doença. 
Após o estabelecimento do diagnóstico, a conduta inicial é a estabilização do paciente desde o 
ponto de vista metabólico (controle de glicemia), hemodinâmico (líquidos e drogas vasoativas) 
e antibiótico de largo espectro, devido às bactérias aeróbicas e anaeróbicas; seguido de 
desbridamento cirúrgico amplo dos tecidos necróticos e desvitalizados. Ao exame físico 
observa-se: região genital edemaciada, eritema, dor, tecido epitelial escuro e necrosado, odor 
fétido (de mortificação), secreção fluida e marrom, e enfisema subcutâneo locorregional. 
Quando a dor referida é mínima, indica que já houve envolvimento dos nervos, fase mais grave 
da doença. 
11) Infecção do Trato Urinário – ITU 
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população 
geral. É mais prevalente no sexo feminino, mas também acomete pacientes do sexo masculino 
principalmente quando associada à manipulação do trato urinário e à doença prostática. A ITU 
pode ser classificada quanto à localização em ITU baixa (cistite) e ITU alta (pielonefrite) e 
quanto à presença de fatores complicadores em ITU não complicada e ITU complicada. A ITU é 
complicada quando estão presentes alterações estruturais ou funcionais do trato urinário ou 
quando se desenvolve em ambiente hospitalar. Na ITU não complicada a Escherichia coli é a 
bactéria responsável pela maioria das infecções enquanto nas ITUs complicadas o espectro de 
bactérias envolvido é bem mais amplo incluindo bactérias Gram positivas e Gram negativas e 
com elevada frequência organismos multirresistentes. ITU é definida pela presença de 100.000 
ufc/mL. Os sinais e sintomas associados à ITU incluem polaciúria, urgência miccional, disúria, 
hematúria e piúria. A escolha da terapia antimicrobiana para a ITU varia de acordo com a 
apresentação da infecção, hospedeiro e agente. Estratégias envolvendo diferentes esquemas 
terapêuticos de acordo com grupos específicos de pacientes maximizam os benefícios 
terapêuticos, além de reduzir os custos, as incidências de efeitos adversos e o surgimento de 
microrganismos resistentes. 
 
16 
 
12) Insuficiência Renal Crônica – IRC 
A doença renal crônica é considerada problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a 
incidência e a prevalência de falência de função renal estão aumentando; o prognóstico ainda é 
ruim e os custos do tratamento da doença são altíssimos. Independentemente da etiologia da 
doença de base, os principais desfechos em pacientes com DRC são as suas complicações 
(anemia, acidose metabólica, desnutrição e alteração do metabolismo de cálcio e fósforo), 
decorrentes da perda funcional renal, óbito (principalmente, por causas cardiovasculares) e 
perda de função renal. Estudos recentes indicam que estes desfechos indesejados podem ser 
prevenidos ou retardados se a DRC for diagnosticada precocemente e as medidas nefro e 
cardioprotetoras implementadaso mais rápido possível. Doença que afeta pacientes com 
desordens cardiovasculares e metabólicas como HAS e DM, como é uma patologia de 
prognóstico ruim e que acomete importantes estruturas do corpo – os rins – a letalidade é cada 
vez maior. Basicamente existem duas opções para o tratamento – Hemodiálise e Transplante 
Renal. 
 
13) Apendicite e Colescistite 
 
Apendicite aguda é a doença mais frequente do apêndice vermiforme e a operação é a conduta 
de primeira escolha para o seu tratamento.Sua incidência é mais frequente em jovens em idade 
escolar e adolescentes, predominantemente do sexo masculino. Pode manifestar-se em 
diferentes fases: catarral, supurativa, gangrenosa e hiperplásica. A depender de cada caso, há 
presença de neutrófilos, pus,ulcerações, gangrena e peritonite local ou difusa, se 
ocorreu rotura do órgão. O diagnóstico de apendicite aguda é eminentemente clínico, sendo 
feito com base nos sintomas e sinais clínicos mais frequentes: dor epigástrica e 
periumbilical, náuseas e/ou vômitos, dor na fossa ilíaca direita, febre, sinais de Blumberg, 
Rovsing, Chutro e do obturador, entre outros A apendicite crônica e a recorrente são, por sua 
vez, entidades distintas da apendicite aguda bem como de outros processos inflamatórios do 
apêndice 
 
A colecistite ainda é uma das doenças mais frequentes nas emergências em todo o mundo. A 
obstrução do ducto biliar por um cálculo, em 90% dos casos, leva à inflamação aguda da 
vesícula na maioria dos casos. Surge uma cólica que logo se transforma em uma dor intensa no 
hipocôndrio direito, náuseas, vômitos e febre em 70% dos pacientes. A indicação cirúrgica 
ocorre em grande número de pacientes com colelitíase após um quadro de colecistite, pelo medo 
de um agravamento do quadro e pelo risco de conversão da colecistectomia do método 
videolaparoscópico para o método aberto. 
A ultrassonografia é o exame "ouro", sendo a alteração mais sugestiva de colecistite aguda o 
espessamento da parede vesicular. 
A colecistite aguda continua sendo uma doença com a qual o cirurgião se depara 
frequentemente. A cirurgia videolaparoscópica veio mudar o manuseio e evolução dos pacientes 
tornando o pós-operatório mais curto e menos doloroso. A literatura médica tem levado alguns 
cirurgiões a retardarem a indicação cirúrgica, entretanto novos trabalhos, inclusive com análise 
de medicina baseada em evidências, têm demonstrado que a intervenção na primeira semana do 
início do quadro é a melhor conduta. 
As complicações, a dor pós-operatória, o tempo cirúrgico, a lesão de via bilar, entre outros itens 
analisados foram semelhantes, mas o tempo de internação foi menor no grupo operado 
precocemente. Levando-se em consideração a realidade brasileira, a indicação se impõe pela 
dificuldade de se conseguir leitos para cirurgias eletivas. Recomendamos, então, a cirurgia 
precoce nos casos de colecistite aguda. 
 
 
17 
 
14) Hemorragia Digestiva Alta – HDA 
 
A hemorragia digestiva alta é uma emergência clínica relativamente frequente, com gravidade 
que varia de episódios discretos até sangramentos que ameaçam a vida. Estima-se que, por ano, 
nos Estados Unidos da América do Norte, sejam internados aproximadamente 100 doentes com 
sangramento digestivo alto, para cada 100.000 habitantes (1,2). Na maioria das vezes 
exterioriza-se como hematêmese (vômito de sangue) e/ou melenas (fezes enegrecidas e 
extremamente fétidas, decorrentes da ação das enzimas digestivas sobre a hemoglobina). Não 
raro, o sangramento digestivo alto expressa através da enterorragia (sangramento "vivo" pelo 
ânus, isolado ou misturado com as fezes), e isto pode decorrer de trânsito intestinal acelerado, 
em casos de hemorragias volumosas. Em pequena porcentagem de casos o paciente não 
apresenta exteriorização da hemorragia e as manifestações hemodinâmicas de perda volêmica 
nos induzirá à suspeita diagnóstica. As causas de sangramento digestivo alto variam de acordo 
com a natureza do hospital, com a região geográfica e a população de pacientes atendida. De 
uma forma geral, a doença ulcerosa péptica é responsável por 40 a 50% dos casos de 
sangramento; as erosões gastroduodenais por 20 a 30% e as varizes esofágicas por 10 a 20%. As 
outras causas (esofagite, duodenite, neoplasia gástrica e outras) são responsáveis pelo percentual 
restante (4-6). O tratamento medicamentoso é baseado fundamentalmente no uso de fármacos 
que provocam a neutralização da acidez gástrica. Procedimentos cirúrgicos podem e devem ser 
avaliados também, a depender da gravidade do evento. 
 
 
 
 
15) Trombose Venosa Profunda (TVP) 
 
A Trombose Venosa Profunda (TVP), conhecida como flebite ou tromboflebite profunda, é a 
doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias - vasos sanguíneos que levam o 
sangue de volta ao coração - em um local ou momento não adequados (devemos lembrar que a 
coagulação é um mecanismo de defesa do organismo). As veias mais comumente acometidas 
são as dos membros inferiores (cerca de 90% dos casos). Os sintomas mais comuns são a 
inchação e a dor. É uma patologia mais frequente em pessoas portadoras de certas condições 
predisponentes - uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, tabagismo, presença de 
varizes, pacientes com insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade ou a história prévia 
de trombose venosa. 
 
Outras situações são importantes no desencadeamento da trombose: cirurgias de médio e grande 
portes, infecções graves, traumatismo, a fase final da gestação e o puerpério (pós-parto) e 
qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada (paralisias, infarto agudo do 
miocárdio, viagens aéreas longas, etc). Entre as condições predisponentes é importante citar 
ainda a idade avançada e os pacientes com anormalidade genética do sistema de coagulação. 
 
A TVP pode ser de extrema gravidade na fase aguda, causando embolias pulmonares muitas 
vezes fatais (embolia pulmonar é causada pela fragmentação dos coágulos e a migração destes 
até os pulmões, entupindo as artérias pulmonares e gerando graves problemas cardíacos e 
pulmonares). Na fase crônica, após dois a quatro anos, os principais problemas são causados 
pela inflamação da parede das veias que, ao cicatrizarem, podem levar a um funcionamento 
deficiente destes vasos sanguíneos. O conjunto das lesões (pigmentação escura da pele, grandes 
varizes, inchação das pernas, eczemas e úlceras de perna) é chamado de síndrome pós flebítica. 
Esta complicação leva a imensos problemas sócio econômicos por ser de tratamento caro, 
prolongado e extremamente penoso em suas repercussões sociais. 
 
A TVP é, muitas vezes, assintomática. O diagnóstico clínico é difícil. O exame mais utilizado 
para o diagnóstico da TVP é o Eco Color Doppler. O tratamento é feito com substâncias 
18 
 
anticoagulantes (impedem a formação do trombo e a evolução da trombose) ou fibrinolíticos 
(destroem o trombo). Mais modernamente, e em situações selecionadas, o tratamento da TVP 
pode ser feito na própria residência do paciente, usando-se as heparinas de baixo peso 
molecular. 
 
16) Erisipela e Celulite 
 
A erisipela é uma infecção cutânea geralmente causada por estreptococo do grupo A, tendo sido 
descritos raros casos devidos a estreptococos C e G. A infecção envolve principalmente a derme 
e as partes mais superficiais do tecido subcutâneo com envolvimento proeminente dos linfáticos 
superficiais. A erisipela apresenta uma área cutânea endurecida, edematosa, avermelhada e 
dolorida, eventualmente com pequenas vesículas ou bolhas na superfície cutânea. O quadro 
clínico típico é caracterizado pelo aparecimento de alterações cutâneas com bordas elevadas e 
nitidamente demarcadascom pele adjacente normal ou não envolvida. O ataque agudo de febre 
e calafrio é notório com invariável presença de linfoadenopatia. Ao contrário da erisipela, a 
margem da área de celulite é pouco definida sem elevação central. O estreptococo do grupo A e 
o S. aureus são considerados os agentes etiológicos mais comuns. Algumas espécies de Vibrio e 
Aeromonas podem causar celulite após introdução do microrganismo através da ferida ou 
laceração ocorrida durante a natação em água doce ou água do mar. A celulite causada por H. 
influenzae é relativamente rara, mas a forma distinta desta infecção é que ela está geralmente 
associada com bacteremia e afeta tipicamente crianças de seis meses a 3 anos de idade. 
 
 
 
17) Edema Agudo de Pulmão – EAP 
 
 
Síndrome clínica que caracteriza uma emergência médica, determinada pelo acúmulo anormal 
de fluidos no compartimento extravascular pulmonar, resultando em hipoxemia, aumento do 
trabalho respiratório, diminuição da complacência pulmonar e alteração da relação ventilação- 
perfusão. As trocas gasosas no pulmão ocorrem entre os capilares pulmonares e os alvéolos. No 
edema agudo de pulmão, ocorre um acumulo anormal de liquido nos pulmões, por um aumento 
da pressão sanguínea nesses capilares (hipertensão venocapilar pulmonar), acarretando um 
deslocamento de liquido do sangue, p/ o interstício, e depois p/ os alvéolos pulmonares. 
No edema agudo de pulmão o paciente se afoga c/ seu próprio sangue. 
Um estreitamento da válvula mitral (estenose mitral), pode levar a uma congestão pulmonar e 
ao EAP, no entanto, a causa mais comum do EAP é a disfunção do ventrículo esquerdo 
(insuficiência ventricular esquerda), ou seja, uma incapacidade desta câmara em bombear o 
sangue p/ fora do coração. 
Essa disfunção ventricular pode ser causada pela doença arterial coronariana, em sua forma 
crônica ou aguda. A disfunção ventricular esquerda ainda pode ter outras causas como HAS, 
doenças das válvulas cardíacas, doenças dos músculos cardíacos, arritmias cardíacas e 
distúrbios da condução elétrica do coração, entre outras doenças cardíacas. O tratamento do 
edema agudo de pulmão consiste de três etapas sobrepostas. Na primeira etapa, o objetivo é 
manter as funções respiratórias dentro de limites que permitam a manutenção da vida. Na 
segunda etapa, o objetivo é a redução da pressão hidrostática capilar pulmonar e a consequente 
redução do ultrafiltrado para o interstício pulmonar, de forma farmacológica ou não. Por último, 
na terceira etapa, o objetivo é tratar a causa ou eliminar o fator de descompensação da 
cardiopatia de base. O tratamento de suporte consiste, basicamente, em melhorar a oxigenação 
sanguínea e reduzir o trabalho respiratório do paciente. 
 
 
19 
 
18) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC 
 
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença do pulmão progressiva e 
debilitante que interfere na respiração normal e é caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo e 
inflamação dos pulmões diante de gases e partículas nocivas. A DPOC pode ser descrita como 
uma doença “guarda-chuva", uma vez que contempla a bronquite crônica e o enfisema 
pulmonar. Em pessoas com bronquite crônica, as vias aéreas estão estreitas, tensas e muitas 
vezes cheias de muco, resultando na redução da passagem do ar. No enfisema pulmonar, os 
alvéolos (sacos aéreas) do pulmão estão danificados e sobrecarregados, o que resulta em 
aprisionamento do ar nos pulmões, limitando o espaço para a troca de ar. A inflamação que 
ocorre nos pulmões acontece também em outras partes do organismo como por exemplo o 
coração, e por isso atualmente a DPOC também é considerada uma doença sistêmica. A DPOC 
prejudica a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que a realização de atividades simples da 
vida diária se torna cada vez mais difícil. DPOC é uma das principais causas de mortalidade e 
morbidade em todo o mundo. A DPOC é uma das principais e crescentes causas de perda de 
produtividade. O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a DPOC. 
Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a inalação de poeiras e 
produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais similares, poluição do ar, 
desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos. A DPOC deve ser considerada em 
qualquer paciente que apresente falta de ar regular, tosse crônica ou produção de muco e/ ou 
uma história de exposição a fatores de risco para a doença, como histórico de tabagismo. Com a 
progressão da DPOC, os pacientes frequentemente experimentam limitações para a realização 
de atividades da vida diária, como subir escadas. 
 
19) Pneumonia 
 
A pneumonia é uma doença provocada por micro-organismos (vírus, bactéria ou fungo) ou pela 
inalação de produtos tóxicos. Ela pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de 
sangue ou, no caso do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças 
comprometem o funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o 
que acarreta em uma maior exposição aos micro-organismos causadores da doença. Os sintomas 
mais comuns são tosse com secreção (pode haver sangue misturado), febre alta (que pode 
chegar a 40°C), calafrios e falta de ar ou dor no peito durante a respiração. O diagnóstico é feito 
por meio da história do paciente, do exame clínico e de raio-x do tórax. Exames 
complementares também podem ser necessários para identificar o agente causador da doença. O 
tratamento depende do microrganismo causador da doença. Nas pneumonias bacterianas, 
devem-se usar antibióticos. Atualmente, amoxicilina, azitromicina e claritromicina são os 
medicamentos mais recomendados no tratamento das pneumonias comunitárias que 
comprometem pessoas previamente saudáveis. Na maior parte das vezes, quando a pneumonia é 
causada por vírus, o tratamento inclui apenas antitérrmicos e analgésicos para aliviar os 
sintomas, podendo ser necessários medicamentos antivirais nas formas graves da doença. Nas 
pneumonias causadas por fungos, utilizam-se medicamentos específicos. É muito importante 
saber que, se não tratada, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave, causando até a 
morte. 
 
20) Insuficiência Cardíaca Congestiva – ICC 
 
 
A insuficiência cardíaca ocorre quando o seu coração não está bombeando sangue suficiente 
para satisfazer as necessidades do seu corpo. O resultado disso é que pode haver concentração 
de fluido nas pernas, pulmões e outros tecidos através do corpo. A insuficiência cardíaca, 
também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, é uma condição ou um conjunto de 
sintomas em que o coração não bombeia sangue suficiente para satisfazer as necessidades do 
seu corpo. A insuficiência cardíaca geralmente se desenvolve gradativamente após uma lesão no 
20 
 
coração. Algumas lesões podem incluir um ataque cardíaco, muito esforço para o coração 
devido a anos de pressão arterial alta e não tratada ou uma válvula cardíaca doente. Os sintomas 
da insuficiência cardíaca nem sempre são óbvios. Algumas pessoas nos primeiros estágios da 
insuficiência cardíaca podem não ter nenhum sintoma. Outras podem atribuir sintomas como 
fadiga ou falta de ar a sinais de seu envelhecimento. Às vezes, entretanto, os sintomas de 
insuficiência cardíaca são mais óbvios. Devido à incapacidade do seu coração bombear o sangue 
eficientemente para suprir seus órgãos (como os rins e o cérebro), você pode sentir vários 
sintomas, incluindo: falta de ar, edema de MSI, cansaço e prostração, dispneia noturna, tosse 
produtiva. O diagnóstico e tratamento, são baseados nos exames solicitados pelo médico 
responsável pelo caso. 
 
21) Ascite 
 
Ascite(também conhecida como "barriga d´água" ou hidroperitônio) é o nome dado ao acúmulo 
de líquido no interior do abdome. Esse líquido pode ter diversas composições, como linfa (no 
caso da ascite quilosa, causada por obstrução das vias linfáticas), bile (principalmente como 
complicação da retirada cirúrgica da vesícula biliar), suco pancreático (na pancreatite aguda 
com fístula), urina (no caso de perfuração das vias urinárias) e outras. Mas, no contexto de 
doença do fígado com hipertensão portal (cirrose, esquistossomose, Síndrome de Budd-Chiari e 
outras), a ascite é o extravasamento do plasma sanguíneo para o interior da cavidade abdominal, 
principalmente através do peritônio, provocado por uma somatória de fatores. A ascite, na 
doença hepática crônica, sinaliza que a doença está avançada e está relacionada ao aparecimento 
de outras complicações da cirrose, como a hemorragia por varizes esofágicas e a encefalopatia 
hepática. Inicialmente, pode ser tratada apenas com diuréticos e a dieta com pouco sal, mas à 
medida que a doença progride os rins podem não suportar os diuréticos e/ou desenvolverem a 
chamada síndrome hepatorrenal (falência dos rins causada por alterações circulatórias 
provocadas pela cirrose), podendo ser necessária a realização de paracentese (drenagem da 
ascite através de punção com agulha). Além de outras complicações, a presença da ascite pode 
levar à infecção do líquido ascítico, condição chamada peritonite bacteriana espontânea, que 
pode ser severa e com alta mortalidade se não tratada adequadamente. 
 
22) Meningites 
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a 
medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, 
parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais 
são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade 
de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. No Brasil, A 
meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao 
longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a 
ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão. Febre alta e persistente, 
dor de cabeça por vezes insuportável, dor na nuca podendo ocasionar rigidez no pescoço, 
vômitos, perda do apetite, sonolência, confusão mental, agitação, grande sensibilidade à luz. 
Pode apresentar ainda manchas no corpo, diarreia, crises convulsivas, coma. As crianças 
normalmente permanecem quietas, pouco ativas. No caso das meningites bacterianas a evolução 
é muito rápida, podendo agravar em horas. O paciente necessita receber o antibiótico o mais 
rápido possível. As meningites causadas por vírus são as mais frequentes. Em geral é de menor 
gravidade, embora alguns vírus apresentam casos graves, por vezes fatais. Normalmente evolui 
em 5 a 10 dias para a cura. Raramente deixam sequelas. É de suma importância proceder ao 
diagnóstico e tratamento precoce. O paciente deve procurar o serviço de saúde, logo que 
apresentar os sintomas, pois no caso das meningites bacterianas, a introdução precoce do 
21 
 
antibiótico reduz o risco de morte em 15%. Para o diagnóstico é necessário realizar a coleta de 
liquido cefaloraquidiano e de sangue de forma a identificar a bactéria, vírus, fungo, ou seja o 
agente causador da doença. A doença se transmite de uma pessoa para outra pela tosse, espirro e 
pelas mãos sujas, no caso de alguns vírus, isto é, vias fecal-oral, oral-oral, respiratória. 
23) Câncer – CA 
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o 
crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo 
espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células 
tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo 
de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa 
simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se 
assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos 
de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos 
tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem 
início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em 
tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras 
características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de 
multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes 
(metástases). meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e 
cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão 
ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais 
podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas 
células normais. 
De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles 
são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode 
causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como 
alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente 
desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua 
suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas 
terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte 
o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de 
câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a 
estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende da intensidade e duração 
da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa 
desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por 
dia e ao número de anos que ela vem fumando. Os fatores de risco de câncer podem ser 
encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) 
está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. 
Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias 
químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e 
cultural (estilo e hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio 
homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes 
tipos de câncer. São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores 
hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na 
oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos 
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casos, apresentam história familiar deste tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e 
intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de 
exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem 
estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma 
de Ewing é muito raro em negros. 
As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a 
parte mais externa; o citoplasma (o corpoda célula); e o núcleo, que contêm os cromossomas, 
que, por sua vez, são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem 
instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. 
Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido 
desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações 
para o funcionamento da célula. Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. 
É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a 
receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes 
especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. 
Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela 
malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas 
cancerosas.

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