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1 Clínica Médica – Vol. Único A Clínica Médica uma especialidade da área da saúde que trata de pacientes adultos, geralmente atuando em ambiente hospitalar. É de grande importância, pois funciona como um primeiro atendimento para as principais especialidades médicas. Para um profissional de Enfermagem é de extrema importância, pois através disso os planos de cuidados, tratamentos e profilaxias são criados e aplicados ao cliente. A Assistência em Enfermagem segue critérios, estudos e parâmetros que podem variar de patologia para patologia, baseado nisso podemos prestar nossos cuidados e agir com segurança contribuindo para o restabelecimento do paciente. 1) Diabetes Mellitus – DM Diabetes Mellitus é uma doença crônico degenerativa caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas chamadas células beta . A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. DM tipo 1 - É uma patologia crônica caracterizada pela insuficiência do pâncreas no processo de produção de insulina. Como consequência, tem-se a hiperglicemia e o prejuízo ao funcionamento de vários órgãos. DM tipo 2 - É caracterizado por falhas no processo de secreção e na ação periférica da insulina, gerando também a hiperglicemia. Representa cerca de 80% dos casos de diabetes. No Brasil, 1985 - 30 Milhões de Casos 2010 - 285 Milhões Casos Principais Sinais e Sintomas • Polidipsia • Poliúria • Fome excessiva • Cansaço, Letargia, Prostração • Emagrecimento • Parestesia periférica • Peso ou dores nas pernas • Infecções repetidas na pele e mucosas Fatores de Risco • Antecedente familiar • Idade maior de 45 anos • Estilo de vida pouco saudável, sedentarismo, dieta inadequada e obesidade • Sobrepeso • Hipertensão arterial • Colesterol maior que o normal Diagnóstico O diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas e, caso positivo, deve ser confirmado em outra ocasião. São considerados positivos os que apresentarem os seguintes resultados: 2 • glicemia de jejum > 126 mg/dl (jejum de 8 horas) • glicemia casual (colhida em qualquer horário do dia, independente da última refeição realizada (> 200 mg/dl em paciente com sintomas característicos de diabetes. • glicemia > 200 mg/dl duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose. Existem ainda dois grupos de pacientes, identificados por esses mesmos exames, que devem ser acompanhados de perto pois tem grande chance de tornarem-se diabéticos. Na verdade esses pacientes já devem ser submetidos a um tratamento preventivo que inclui mudança de hábitos alimentares, prática de atividade física ou mesmo a introdução de medicamentos. São eles: (a) glicemia de jejum > 110mg/dl e < 126 mg/dl. (b) glicemia 2 horas após sobrecarga de 75 gr de glicose oral entre 140 mg/dl e 200 mg/dl O diagnóstico precoce do diabetes é importante não só para prevenção das complicações agudas já descritas, como também para a prevenção de complicações crônicas. Tratamento A hiperglicemia é a elevação das taxas de açúcar no sangue e que deve ser controlada. Sabe-se que a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a lesões da microcirculação, lesando e prejudicando o funcionamento de vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração. Os pacientes que conseguem manter um bom controle da glicemia têm uma importante redução no risco de desenvolver tais complicações como já ficou demonstrado em vários estudos científicos. Pacientes com Diabetes Tipo 2 não diagnosticado tem risco maior de apresentar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença vascular periférica do que pessoas que não têm diabetes. Isso reforça a necessidade de um diagnóstico precoce que permita evitar tais complicações. As principais formas de tratamento são: • Hipoglicemiantes orais • Insulinoterapia • Dieta balanceada • Atividade Física Regular Para obter um melhor controle dos níveis glicêmicos, não basta o paciente apenas acreditar que está fazendo tudo corretamente ou ter a sensação de estar sentindo-se “bem”. É necessário monitorar, no dia-a-dia, os níveis glicêmicos. Para isso, existem modernos aparelhos, os glicosímetros, de fácil utilização e que nos fornecem o resultado da glicemia em alguns segundos. Siga as orientações do seu médico quanto ao número de testes que deve ser realizado. O objetivo desse controle não é só corrigir as eventuais hiperglicemias que ocorrerão, mas também tentar manter a glicemia o mais próximo da normalidade, sem causar hipoglicemia. Quanto melhor o controle, maior o risco de hipoglicemia, daí a importância também da monitorização da glicemia mais vezes tanto para evitar a hipo, como também para que não se coma em excesso na correção dela, o que invalidaria os esforços para manter o controle. A monitorização permite que o paciente, individualmente, avalie sua resposta aos alimentos, aos medicamentos (especialmente à insulina) e à atividade física praticada. 3 Principais ações de enfermagem em pacientes portadores de DM É importante que o paciente compareça às consultas regularmente, conforme a determinação médica, nas quais ele deverá receber orientações sobre a doença e seu tratamento. Só um especialista saberá indicar de forma correta, o profissional de enfermagem atuará principalmente alertando e informando para alguns fatores, podemos destacar: • a orientação nutricional adequada, • como evitar complicações, • como usar insulina ou outros medicamentos, • como usar os aparelhos que medem a glicose (glicosímetros) e as canetas de insulina, • fornecer orientações sobre atividade física,indicando a procura de um profissional qualificado • fornecer orientações de como proceder em situações de hipo e de hiperglicemia. Esse aprendizado é fundamental não só para o bom controle do diabetes como também para garantir autonomia e independência ao paciente. É muito importante que ele realize suas atividades de rotina, viajar ou praticar esportes com muito mais segurança. É importante o envolvimento dos familiares com o tratamento do paciente diabético, visto que, muitas vezes, há uma mudança de hábitos, requerendo a adaptação de todo núcleo familiar. 2) Hipertensão Arterial Sistêmica – HAS A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial crônico degenerativa caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥ 140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. A HAS é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Sua prevalência no Brasil varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média), chegando a mais de 50% para indivíduos com 60 a 69 anos e 75% em indivíduos com mais de 70 anos. Quando o seu coração bate, ele contrai e bombeia sangue pelas artérias para o resto do seu corpo. Esta força cria uma pressão sobre as artérias. Isso é chamado de pressão arterial sistólica, cujo valor normal é 120 mmHg (milímetro de mercúrio). Uma pressão arterial sistólica de 140 ou mais é considerada hipertensão.Há também a pressão arterial diastólica, que indica a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, entre uma batida e outra. Um número normal de pressão arterial diastólica é inferior a 80, sendo que igual ou superior a 90 é considerada hipertensão. Sinais e Sintomas • Cefaleia, geralmente irradiada para região occipital e nuca; • Tonturas; • Dispneia; • Prostração • Obnubilação • Irritabilidade • Níveis tensionais pressóricos acima de 140 x 90 mmHg 4 Diagnóstico da HAS O diagnóstico da hipertensão arterial é basicamente estabelecido pelo encontro de níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a pressão arterial é determinada por meio de métodos e condições apropriados. Portanto, a medida da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do diagnóstico da hipertensão arterial. O diagnóstico é simples e feito de forma predominantemente ambulatorial. Dentre os principais métodos destacam-se: • Medição da PA, duas vezes ao dia, por três dias (ou mais conforme prescrição); • Eletrocardiograma (ECG); • Ecocardiograma; • Exame completo dos pulsos periféricos, com a avaliação das diferenças de volume e tempo nos pulsos femoral e radial; • Radiografia do tórax. Tratamento • Ambulatorialmente e não tem cura, todavia o tratamento poderá manter a doença sob controle e alterar a sua evolução, evitando o surgimento de complicações cardiovasculares relacionadas; • Mudança comportamental, que consiste em dieta com baixo teor de sal (hipossódica), redução do consumo de bebidas alcoólicas, redução do fumo (cigarro), redução do consumo de gorduras saturadas; • Tratamento da obesidade; • Atividades físicas orientadas por um profissional (combate ao sedentarismo); • Controle do estresse. • Medicamentoso: Anti Hipertensivos, Diuréticos, Bloqueadores de ECA, entre outras medicações. Prevenção: • Atividades físicas regulares; • Dieta balanceada; • Baixo consumo de bebidas alcoólicas; • Não fumar; • Consultas regulares ao médico. 3) Tuberculose – (TB/BK) A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. A doença é curável. Anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da AIDS e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário. No Brasil, a tuberculose é sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,6 mil mortes em 5 decorrência da doença. O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Nos últimos 17 anos, a tuberculose apresentou queda de 38,7% na taxa de incidência e 33,6% na taxa de mortalidade. A tendência de queda em ambos os indicadores vem-se acelerando ano após ano em um esforço nacional, coordenado pelo próprio ministro, o que pode determinar o efetivo controle da tuberculose em futuro próximo, quando a doença poderá deixar de ser um problema para a saúde pública. A tuberculose no geral é causada por uma infecção por Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a tuberculose. São elas: Mycobacterium bovis, africanum e microti. A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. A pessoa com tuberculose expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Sinais e Sintomas Alguns pacientes não exibem nenhum indício da tuberculose, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria dos infectados com tuberculose, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são: • Cansaço e prostração • Febre baixa (37,5° / 38,9°), geralmente vespertina • Sudorese noturna • Inapetência • Perda de peso • Tosse seca e contínua no início, cerca de 4 semanas após o período sintomático, transforma-se em tosse produtiva. • Hemoptise Com o agravo e andamento da doença, outros sintomas associados podem aparecer: • Dispneia • Aumento da hemoptise • Colapso Pulmonar • Dor Torácica, causada por acúmulo de secreção pulmonar na pleura Diagnóstico O diagnóstico presuntivo é feito baseado nos sinais e sintomas relatados pelo paciente, associados a uma radiografia do tórax que mostre alterações compatíveis com tuberculose pulmonar. Outro teste utilizado é o teste de Mantoux (PPD), que pode auxiliar no diagnóstico da doença. É feito injetando-se tuberculina (uma substância extraída da bactéria) debaixo da pele. Se, após 72-96h, houver uma grande reação de pele, significa que pode haver uma infecção ativa ou uma hipersensibilidade pela vacinação prévia com BCG feita na infância. Então, este exame não confirma o diagnóstico, mas pode auxiliar o médico. A Baciloscopia ou teste do escarro é realizado como comprovação da infecção. 6 Tratamento O tratamento da tuberculose é padronizado no Brasil. As medicações são distribuídas pelo sistema de saúde, através de seus postos municipais de atendimento. ESQUEMA RIPE – 4 Antibióticos – Rifampcina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol Conforme o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, o tratamento é ambulatorial na maioria dos casos – feito com o paciente em casa, devendo ter a supervisão de um agente comunitário 3 vezes por semana nos primeiros dois meses de tratamento e depois uma vez por semana até o final do tratamento. Isso é uma forma de evitar que o paciente pare o tratamento, pois o mesmo leva cerca de 6 meses para ser completo e o paciente curado. 4) Hanseníase A Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.. É causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. Sinais e Sintomas • Aparecimento de manchas esbranquiçadas, avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade. • Área da pele seca ou com ausência de suor. • Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade. • Parestesias. • Perda de tato (dor, calor) • Sensação de edema, fisgadas. • Redução do tônus muscular em membros superiores, inferiores, face. • Úlceras em membros inferiores • Linfonodomegalia, febre, artralgia. • Rinorragia • Prostração e perda de peso Diagnóstico O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica. 7 TratamentoO tratamento é ambulatorial, com doses mensais supervisionadas administradas na unidade de saúde e doses auto administradas no domicílio. Os medicamentos utilizados consistem na associação de antibióticos, denominados poliquimioterapia (PQT), que são adotados conforme a classificação operacional, sendo: Paucibacilares: rifampicina, dapsona - 6 doses em até 9 meses/ Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina – 12 doses em até 18 meses. 5) Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – HIV/AIDS HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações. Logo, sua principal forma de contágio é o ato sexual (anal, vaginal e oral) desprotegido. Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso na maioria dos casos é negligenciado e passa sem que o paciente infectado perceba. Além dessa forma tradicional, existem outras formas/riscos de se contaminar com o HIV: • Uso de seringa por mais de uma pessoa • Transfusão de sangue contaminado • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados. A fase seguinte é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. 8 Diagnóstico Teste Elisa É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso- positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer Tratamento É bem provável que, na primeira consulta, o médico peça exames, como: hemograma completo (sangue), urina, fezes, glicose (açúcar), colesterol e triglicérides (gorduras), raios-X de tórax, hepatite B e C, tuberculose e os testes de contagem dos linfócitos T CD4+ (indica o sistema de defesa) e o de carga viral (quantidade de vírus circulante no sangue) Dependendo do resultado dos exames clínicos e laboratoriais, pode ser necessário que o soropositivo comece a terapia antirretroviral, que é o tratamento com medicamentos. O médico fará o acompanhamento do paciente, que deve voltar regularmente ao consultório no tempo determinado pelos profissionais Os medicamentos antirretrovirais (TARV) surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da AIDS , mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem AIDS. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados de dezembro de 2012, 313 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas. As Infecções Oportunistas na fase AIDS Em pessoas com AIDS, o estágio mais avançado da doença, essas infecções muitas vezes são graves e podem ser fatais, pois o sistema imunológico do indivíduo pode estar danificado pelo HIV. Por isso, é bom prestar atenção às alterações do nosso corpo. As principais infecções oportunistas são: • Micoses • Gastroenterites (geralmente de repetição ou durando longos dias até semanas) • Pneumonias (agentes típicos e atípicos, fúngicas, virais) 9 • BK • Neurotoxoplasmose, Neurosífilis, Neurocriptococose, • Citomegalivirose • Pneumococistose • Alguns tipos de câncer, destacando-se os Linfomas não-Hodgkin e Sarcoma de Kaposi Conduta na Gestante Soro Positiva A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação. 6) Hepatites Virais As hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o fígado. Cinco diferentes vírus são reconhecidos como agentes etiológicos da hepatite viral humana: o vírus da hepatite A (HAV), o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV), o vírus da hepatite D ou Delta (HDV) e o vírus da hepatite E (HEV). Com exceção do HBV, que possui genoma DNA, todos os demais são vírus RNA. Embora apresentando diferenças quanto ao tipo de genoma viral, estrutura molecular e classificação taxonômica, estes cinco agentes etiológicos têm o fígado como alvo primário e causam um processo necroinflamatório característico: a "hepatite". Náusea, episódios eméticos, mal-estar, cefaleia, e inapetência são os sintomas mais frequentes nafase inicial da doença. Colúria (urina escura) e acolia (fezes esbranquiçadas) antecedem a fase ictérica (pele e olhos amarelados) que, em geral, coincide com alteração das provas de função hepática. As hepatites A e E são transmitidas pela via oro fecal e causam infecções agudas benignas, que evoluem para a cura sem necessidade de tratamento específico. As hepatites B, C e D podem evoluir para a hepatite crônica, que tem como principais complicações a cirrose e o carcinoma hepatocelular. HEPATITE A - transmissão oro fecal, por água e alimentos contaminados ou contato pessoal com pessoas infectadas. O vírus da hepatite A tem distribuição mundial e apresenta maior disseminação em áreas onde são precárias as condições sanitárias e de higiene da população. Nestas áreas, a hepatite A apresenta-se como uma doença típica da infância. Com a melhoria das condições sócio econômicas, os adultos jovens constituem o grupo mais susceptível à infecção. HEPATITE B - via primária de transmissão é a parenteral, por contato com sangue e hemoderivados. É também transmitida por contato sexual e de mãe infectada para o recém nascido (durante o parto ou no período perinatal). Grupos de alto risco incluem os usuários de drogas injetáveis, homossexuais/heterossexuais com múltipos parceiros. HEPATITE C - a forma mais comum de transmissão é a parenteral, por exposição percutânea direta ao sangue, hemoderivados ou instrumental cirúrgico contaminado. Receptores de sangue e derivados, usuários de drogas injetáveis, pacientes de hemodiálise e profissionais de saúde (vítimas de acidentes perfuro cortantes) apresentam alto risco de infecção pelo HCV. O diagnóstico laboratorial das hepatites virais inclui as provas da função hepática e a pesquisa de marcadores sorológicos específicos (antígenos e anticorpos). Testes complementares para a 10 detecção direta do genoma viral podem ser necessários para confirmação diagnóstica, determinação do genótipo infectante ou monitoramento da resposta à terapia antiviral. As medidas preventivas incluem o saneamento básico, as boas práticas de higiene pessoal, o uso de preservativos, o uso de agulhas e seringas descartáveis, o não compartilhamento de objetos perfuro cortantes (barbeadores, instrumentos de manicure/pedicure, etc). Já existem vacinas para as hepatites A e B; esta última pode ser adquirida nos postos de saúde da rede pública. Indivíduos infectados pelo vírus da hepatite B têm 5% a 10% de risco de tornarem-se doentes crônicos. Na hepatite C, o risco é de 85%. O tratamento das hepatites B e C é feito com agentes antivirais, com 70% e 35% de sucesso, respectivamente. 7) Aterosclerose É a patologia caracterizada pelos depósitos de gorduras no interior das artérias de calibres médio e grande, atingindo o sistema cardiovascular por obstrução do fluxo sanguíneo. Trata-se de uma doença silenciosa, até que atinja uma fase perigosa. Entre os fatores de risco que contribuem para o avanço da doença está à carga genética, o tabagismo, o álcool, a obesidade, o sedentarismo, a hipertensão arterial, a diabetes o e as dislipidemias (níveis anormais de gorduras no sangue). Sinais e Sintomas: • Estenose (diminuição patológica permanente de um orifício orgânico – os vasos); • Aneurisma (dilatação da parede de uma artéria, que aparece onde a resistência está diminuída por uma lesão, uma malformação ou traumatismo); • Trombose (formação de um coágulo (trombo) no interior de um vaso sanguíneo ou de uma cavidade cardíaca); • Embolia (obstrução de um vaso por um êmbolo (coágulo) ou por gás (embolia gasosa)). Diagnóstico Clínico e Laboratorial: • Hemograma – colesterol se aumentado, HDL (bom) se reduzido, LDL (ruim) se elevou; • Radiografia – placas ateroscleróticas calcificadas em vasos sanguíneos importantes. Tratamento Médico: • Nível ambulatorial, quando não a complicações; • Dietas rigorosas, com controle diário de ingestão de gorduras saturadas, carboidratos, colesterol e calorias totais; • Atividades físicas sob orientação médica; • Controle e tratamento direcionado aos sintomas apresentados de outras patologias, como angina, infarto do miocárdio, arritmias, insuficiência renal, AVC, hipertensão, etc. • Uso de Sinvastalina 20 – 80 mg/dia por toda a vida ou outro redutor. 11 Prevenção de Aterosclerose: • Campanha de Saúde Pública; • Praticar exercícios físicos (orientação de um profissional); • Consultas médicas regulares; • Medicação reguladora das taxas. 8) Infarto Agudo do Miocárdio – IAM Um IAM ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Também chamado de ataque cardíaco, o infarto pode ser fatal. Com tratamento adequado, é possível evitar danos significativos no músculo cardíaco e isso é primordial para que o paciente possa viver muitos anos sentindo-se bem. Por isso, é crucial chamar a emergência ou correr para o hospital nos primeiros sinais do problema. As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o infarto é uma das principais causas. O infarto ocorre quando uma ou mais artérias que levam oxigênio ao coração (chamadas artérias coronárias) são obstruídas abruptamente por um coágulo de sangue formado em cima de uma placa de gordura (ateroma) existente na parede interna da artéria.A presença de placas de gordura no sangue é chamada de aterosclerose (placa de colesterol). O paciente que possui placas de aterosclerose com algum grau de obstrução na luz de uma artéria tem a chamada DAC – doença arterial coronariana. Conforme a placa de gordura (ateroma) cresce, ela leva à obstrução cada vez maior da coronária e pode levar ao sintoma de dor no peito aos esforços (angina). Em geral, uma pessoa tem sintoma de dor no peito aos esforços quando a obstrução é maior que 70%. Fatores de risco de infarto incluem: • Idade: homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais tem maior propensão ao infarto • Tabagismo • Hipertensão • Colesterol elevado • Diabetes • Histórico familiar de infarto • Sedentarismo • Obesidade • Estresse • Alcoolismo • Uso de drogas ilegais estimulantes, como cocaína. 12 Sinais e Sintomas A dor do infarto pode ser típica ou atípica. Casos de dor atípica podem ser mais difíceis de caracterizar. Em geral se diz que a dor do infarto pode se alojar em qualquer local entre o lábio inferior e a cicatriz umbilical. A dor típica tem como características ser no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço esquerdo, acompanhada de sudorese, náusea e palidez cutânea. As características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas de queimação ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer dor nessas regiões que se mantêm por mais de 20 minutos deve ser investigada e considerada doença grave, especialmente se associada aos seguintes sintomas: • Episódios eméticos • Sudorese intensa • Fraqueza Intensa • Taquicardia • Dispneia • Fadiga • Sensações torporosas • Tontura ou vertigem. Nem todas as pessoas que tem um infarto sofrem os mesmo sintomas ou os mesmos danos ao coração. O infarto pode ocorrer a qualquer momento – no trabalho, praticando exercícios ou mesmo descansando. Algumas vezes ele é súbito, em outras leva horas para a pessoa perceber que está com algum problema. Em alguns casos, pode levar dias até que o paciente note uma dor oualteração. Diagnóstico • Eletrocardiograma (ECG) • Exames de sangue. Tratamento O tratamento de infarto em um hospital varia de acordo com a situação. Você pode ser tratado com medicamentos, ser submetido a um procedimento invasivo ou ambos - dependendo da gravidade do seu estado e da quantidade de danos ao seu coração. Medicamentos • Ácido acetilsalicílico • Trombolíticos • Medicamentos semelhantes ao ácido acetilsalicílico para ajudar a prevenir a formação de coágulos novos, incluem clopidogrel e outros, chamados inibidores da agregação plaquetária • Outros medicamentos para afinar o sangue • Analgésicos • Nitroglicerina • Betabloqueadores • Inibidores de ECA • Medicamentos para baixar o colesterol. 13 9) Acidente Vascular Cerebral – AVC O acidente vascular cerebral é um distúrbio súbito da circulação encefálica, com intensidade e duração muito variáveis, em virtude de infartamento ou hemorragia cerebral, gerando um déficit neurológico localizado. São muitas as causas do AVC, dentre as quais destacamos: • Doenças ateroscleróticas; • Doenças Carotídeas com presença de Tromboembolia; • Hipercoagulabilidade; • Hipertensão Arterial; • Má formações vasculares • Angiopatia Amilóide (inflamação dos vasos sanguíneos pelo acumulo de proteína); • ICC (Insuficiência Cardíaco Congestiva) Os fatores de riscos mais expressivos do AVC são: • Hereditariedade; • Idade superior a 50 anos; • Hipertensão Arterial; • Cardiopatias; • Diabetes; • Dislipidemias (níveis anormais de gordura no sangue); • Síndrome Plurimetabólica; • Fumo; • Álcool; • Estresse físico e mental Sinais e Sintomas: • Cefaleia; • Náuseas; • Vômitos; • Incontinência urinária e fecal; • Vertigens; • Paresia facial; • Diplopia (visão dupla); • Ataxia (má coordenação de movimentos); • Disfagia (incapacidade ou dificuldade de engolir); • Disartria (dificuldade de falar); • Hemiplegia (paralisia na metade do corpo); • Hemianestesia (perda da sensibilidade em um lado do corpo); • Enxaqueca (dores de cabeça fortes e periódicas) 14 Diagnóstico Clínico e Laboratorial: • Exame de sangue para tempo de Protrombina (TP) – Tempo de coagulação do sangue; • Exame de sangue para tempo de Tromboplastina (PTT) parcial – Tempo que as plaquetas sanguíneas se desintegram; • Exames por imagens: Tomografia Computadorizada da Cabeça (hemorragia), Ultrassonografia dupla das artérias carótidas, Angiografia Cerebral e o Eletroencefalograma (EEG). Obs.: Quando a causa for de suspeita cardíaca, poderá se fazer necessário o Eletrocardiograma (ECG), o Ecocardiograma Transtorácico (ETT), e o Ecocardiograma Transesofágico (ETE). Tratamento Médico: • Heparina – Por via subcutânea poderá vir a ser indicada para reduzir ou limitar o déficit Neurológico; • Medidas gerais de suporte do paciente; • Corticosteróides (Prednisona ou Dexametasona) – para redução do edema vasogênico cerebral; • Ácido Acetil Salicílico – para dores e a febre, ele possui também uma atividade anticoagulante; • Ticlopidina (Ticlid). • Controle da Hiperglicemia – mantendo o nível de glicose menor que 120 mg/dl; • Controle da pressão hipertensiva; • Proceder precocemente à fisioterapia e deambulação; Prevenção ao AVC: • Tratamento da diabetes; • Controle da pressão arterial; • Evitar fumo e o álcool; • Controlar o peso; • Consumir alimentos saudáveis e balanceados; • Praticar exercícios físicos regularmente; • Controlar o nível de estresse 15 10) Síndrome de Fournier A Síndrome de Fournier é uma patologia infecciosa grave, rara, de rápida progressão, que acomete a região genital e áreas adjacentes, caracterizada por uma intensa destruição tissular, envolvendo o tecido subcutâneo e a fáscia. Essa patologia ocorre mais frequentemente em homens, podendo acometer também em mulheres. A predisposição à gangrena de Fournier está associada a estados de imunossupressão, doenças crônicas, alcoolismo, senilidade, obesidade, anormalidades no sistema urológico e doenças colo retais. O índice de mortalidade está relacionado com a precocidade no diagnóstico e tratamento adequado. A Síndrome de Fournier produz manifestações locais e sistêmicas. O paciente apresenta um “estado toxêmico com febre alta, calafrios, náuseas, vômitos e prostração em poucas horas”. Ao exame físico observa-se: região genital edemaciada, eritema, dor, tecido epitelial escuro e necrosado, odor fétido (de mortificação), secreção fluida e marrom, e enfisema subcutâneo locorregional. Quando a dor referida é mínima, indica que já houve envolvimento dos nervos, fase mais grave da doença. Após o estabelecimento do diagnóstico, a conduta inicial é a estabilização do paciente desde o ponto de vista metabólico (controle de glicemia), hemodinâmico (líquidos e drogas vasoativas) e antibiótico de largo espectro, devido às bactérias aeróbicas e anaeróbicas; seguido de desbridamento cirúrgico amplo dos tecidos necróticos e desvitalizados. Ao exame físico observa-se: região genital edemaciada, eritema, dor, tecido epitelial escuro e necrosado, odor fétido (de mortificação), secreção fluida e marrom, e enfisema subcutâneo locorregional. Quando a dor referida é mínima, indica que já houve envolvimento dos nervos, fase mais grave da doença. 11) Infecção do Trato Urinário – ITU A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população geral. É mais prevalente no sexo feminino, mas também acomete pacientes do sexo masculino principalmente quando associada à manipulação do trato urinário e à doença prostática. A ITU pode ser classificada quanto à localização em ITU baixa (cistite) e ITU alta (pielonefrite) e quanto à presença de fatores complicadores em ITU não complicada e ITU complicada. A ITU é complicada quando estão presentes alterações estruturais ou funcionais do trato urinário ou quando se desenvolve em ambiente hospitalar. Na ITU não complicada a Escherichia coli é a bactéria responsável pela maioria das infecções enquanto nas ITUs complicadas o espectro de bactérias envolvido é bem mais amplo incluindo bactérias Gram positivas e Gram negativas e com elevada frequência organismos multirresistentes. ITU é definida pela presença de 100.000 ufc/mL. Os sinais e sintomas associados à ITU incluem polaciúria, urgência miccional, disúria, hematúria e piúria. A escolha da terapia antimicrobiana para a ITU varia de acordo com a apresentação da infecção, hospedeiro e agente. Estratégias envolvendo diferentes esquemas terapêuticos de acordo com grupos específicos de pacientes maximizam os benefícios terapêuticos, além de reduzir os custos, as incidências de efeitos adversos e o surgimento de microrganismos resistentes. 16 12) Insuficiência Renal Crônica – IRC A doença renal crônica é considerada problema de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, a incidência e a prevalência de falência de função renal estão aumentando; o prognóstico ainda é ruim e os custos do tratamento da doença são altíssimos. Independentemente da etiologia da doença de base, os principais desfechos em pacientes com DRC são as suas complicações (anemia, acidose metabólica, desnutrição e alteração do metabolismo de cálcio e fósforo), decorrentes da perda funcional renal, óbito (principalmente, por causas cardiovasculares) e perda de função renal. Estudos recentes indicam que estes desfechos indesejados podem ser prevenidos ou retardados se a DRC for diagnosticada precocemente e as medidas nefro e cardioprotetoras implementadaso mais rápido possível. Doença que afeta pacientes com desordens cardiovasculares e metabólicas como HAS e DM, como é uma patologia de prognóstico ruim e que acomete importantes estruturas do corpo – os rins – a letalidade é cada vez maior. Basicamente existem duas opções para o tratamento – Hemodiálise e Transplante Renal. 13) Apendicite e Colescistite Apendicite aguda é a doença mais frequente do apêndice vermiforme e a operação é a conduta de primeira escolha para o seu tratamento.Sua incidência é mais frequente em jovens em idade escolar e adolescentes, predominantemente do sexo masculino. Pode manifestar-se em diferentes fases: catarral, supurativa, gangrenosa e hiperplásica. A depender de cada caso, há presença de neutrófilos, pus,ulcerações, gangrena e peritonite local ou difusa, se ocorreu rotura do órgão. O diagnóstico de apendicite aguda é eminentemente clínico, sendo feito com base nos sintomas e sinais clínicos mais frequentes: dor epigástrica e periumbilical, náuseas e/ou vômitos, dor na fossa ilíaca direita, febre, sinais de Blumberg, Rovsing, Chutro e do obturador, entre outros A apendicite crônica e a recorrente são, por sua vez, entidades distintas da apendicite aguda bem como de outros processos inflamatórios do apêndice A colecistite ainda é uma das doenças mais frequentes nas emergências em todo o mundo. A obstrução do ducto biliar por um cálculo, em 90% dos casos, leva à inflamação aguda da vesícula na maioria dos casos. Surge uma cólica que logo se transforma em uma dor intensa no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos e febre em 70% dos pacientes. A indicação cirúrgica ocorre em grande número de pacientes com colelitíase após um quadro de colecistite, pelo medo de um agravamento do quadro e pelo risco de conversão da colecistectomia do método videolaparoscópico para o método aberto. A ultrassonografia é o exame "ouro", sendo a alteração mais sugestiva de colecistite aguda o espessamento da parede vesicular. A colecistite aguda continua sendo uma doença com a qual o cirurgião se depara frequentemente. A cirurgia videolaparoscópica veio mudar o manuseio e evolução dos pacientes tornando o pós-operatório mais curto e menos doloroso. A literatura médica tem levado alguns cirurgiões a retardarem a indicação cirúrgica, entretanto novos trabalhos, inclusive com análise de medicina baseada em evidências, têm demonstrado que a intervenção na primeira semana do início do quadro é a melhor conduta. As complicações, a dor pós-operatória, o tempo cirúrgico, a lesão de via bilar, entre outros itens analisados foram semelhantes, mas o tempo de internação foi menor no grupo operado precocemente. Levando-se em consideração a realidade brasileira, a indicação se impõe pela dificuldade de se conseguir leitos para cirurgias eletivas. Recomendamos, então, a cirurgia precoce nos casos de colecistite aguda. 17 14) Hemorragia Digestiva Alta – HDA A hemorragia digestiva alta é uma emergência clínica relativamente frequente, com gravidade que varia de episódios discretos até sangramentos que ameaçam a vida. Estima-se que, por ano, nos Estados Unidos da América do Norte, sejam internados aproximadamente 100 doentes com sangramento digestivo alto, para cada 100.000 habitantes (1,2). Na maioria das vezes exterioriza-se como hematêmese (vômito de sangue) e/ou melenas (fezes enegrecidas e extremamente fétidas, decorrentes da ação das enzimas digestivas sobre a hemoglobina). Não raro, o sangramento digestivo alto expressa através da enterorragia (sangramento "vivo" pelo ânus, isolado ou misturado com as fezes), e isto pode decorrer de trânsito intestinal acelerado, em casos de hemorragias volumosas. Em pequena porcentagem de casos o paciente não apresenta exteriorização da hemorragia e as manifestações hemodinâmicas de perda volêmica nos induzirá à suspeita diagnóstica. As causas de sangramento digestivo alto variam de acordo com a natureza do hospital, com a região geográfica e a população de pacientes atendida. De uma forma geral, a doença ulcerosa péptica é responsável por 40 a 50% dos casos de sangramento; as erosões gastroduodenais por 20 a 30% e as varizes esofágicas por 10 a 20%. As outras causas (esofagite, duodenite, neoplasia gástrica e outras) são responsáveis pelo percentual restante (4-6). O tratamento medicamentoso é baseado fundamentalmente no uso de fármacos que provocam a neutralização da acidez gástrica. Procedimentos cirúrgicos podem e devem ser avaliados também, a depender da gravidade do evento. 15) Trombose Venosa Profunda (TVP) A Trombose Venosa Profunda (TVP), conhecida como flebite ou tromboflebite profunda, é a doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias - vasos sanguíneos que levam o sangue de volta ao coração - em um local ou momento não adequados (devemos lembrar que a coagulação é um mecanismo de defesa do organismo). As veias mais comumente acometidas são as dos membros inferiores (cerca de 90% dos casos). Os sintomas mais comuns são a inchação e a dor. É uma patologia mais frequente em pessoas portadoras de certas condições predisponentes - uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, tabagismo, presença de varizes, pacientes com insuficiência cardíaca, tumores malignos, obesidade ou a história prévia de trombose venosa. Outras situações são importantes no desencadeamento da trombose: cirurgias de médio e grande portes, infecções graves, traumatismo, a fase final da gestação e o puerpério (pós-parto) e qualquer outra situação que obrigue a uma imobilização prolongada (paralisias, infarto agudo do miocárdio, viagens aéreas longas, etc). Entre as condições predisponentes é importante citar ainda a idade avançada e os pacientes com anormalidade genética do sistema de coagulação. A TVP pode ser de extrema gravidade na fase aguda, causando embolias pulmonares muitas vezes fatais (embolia pulmonar é causada pela fragmentação dos coágulos e a migração destes até os pulmões, entupindo as artérias pulmonares e gerando graves problemas cardíacos e pulmonares). Na fase crônica, após dois a quatro anos, os principais problemas são causados pela inflamação da parede das veias que, ao cicatrizarem, podem levar a um funcionamento deficiente destes vasos sanguíneos. O conjunto das lesões (pigmentação escura da pele, grandes varizes, inchação das pernas, eczemas e úlceras de perna) é chamado de síndrome pós flebítica. Esta complicação leva a imensos problemas sócio econômicos por ser de tratamento caro, prolongado e extremamente penoso em suas repercussões sociais. A TVP é, muitas vezes, assintomática. O diagnóstico clínico é difícil. O exame mais utilizado para o diagnóstico da TVP é o Eco Color Doppler. O tratamento é feito com substâncias 18 anticoagulantes (impedem a formação do trombo e a evolução da trombose) ou fibrinolíticos (destroem o trombo). Mais modernamente, e em situações selecionadas, o tratamento da TVP pode ser feito na própria residência do paciente, usando-se as heparinas de baixo peso molecular. 16) Erisipela e Celulite A erisipela é uma infecção cutânea geralmente causada por estreptococo do grupo A, tendo sido descritos raros casos devidos a estreptococos C e G. A infecção envolve principalmente a derme e as partes mais superficiais do tecido subcutâneo com envolvimento proeminente dos linfáticos superficiais. A erisipela apresenta uma área cutânea endurecida, edematosa, avermelhada e dolorida, eventualmente com pequenas vesículas ou bolhas na superfície cutânea. O quadro clínico típico é caracterizado pelo aparecimento de alterações cutâneas com bordas elevadas e nitidamente demarcadascom pele adjacente normal ou não envolvida. O ataque agudo de febre e calafrio é notório com invariável presença de linfoadenopatia. Ao contrário da erisipela, a margem da área de celulite é pouco definida sem elevação central. O estreptococo do grupo A e o S. aureus são considerados os agentes etiológicos mais comuns. Algumas espécies de Vibrio e Aeromonas podem causar celulite após introdução do microrganismo através da ferida ou laceração ocorrida durante a natação em água doce ou água do mar. A celulite causada por H. influenzae é relativamente rara, mas a forma distinta desta infecção é que ela está geralmente associada com bacteremia e afeta tipicamente crianças de seis meses a 3 anos de idade. 17) Edema Agudo de Pulmão – EAP Síndrome clínica que caracteriza uma emergência médica, determinada pelo acúmulo anormal de fluidos no compartimento extravascular pulmonar, resultando em hipoxemia, aumento do trabalho respiratório, diminuição da complacência pulmonar e alteração da relação ventilação- perfusão. As trocas gasosas no pulmão ocorrem entre os capilares pulmonares e os alvéolos. No edema agudo de pulmão, ocorre um acumulo anormal de liquido nos pulmões, por um aumento da pressão sanguínea nesses capilares (hipertensão venocapilar pulmonar), acarretando um deslocamento de liquido do sangue, p/ o interstício, e depois p/ os alvéolos pulmonares. No edema agudo de pulmão o paciente se afoga c/ seu próprio sangue. Um estreitamento da válvula mitral (estenose mitral), pode levar a uma congestão pulmonar e ao EAP, no entanto, a causa mais comum do EAP é a disfunção do ventrículo esquerdo (insuficiência ventricular esquerda), ou seja, uma incapacidade desta câmara em bombear o sangue p/ fora do coração. Essa disfunção ventricular pode ser causada pela doença arterial coronariana, em sua forma crônica ou aguda. A disfunção ventricular esquerda ainda pode ter outras causas como HAS, doenças das válvulas cardíacas, doenças dos músculos cardíacos, arritmias cardíacas e distúrbios da condução elétrica do coração, entre outras doenças cardíacas. O tratamento do edema agudo de pulmão consiste de três etapas sobrepostas. Na primeira etapa, o objetivo é manter as funções respiratórias dentro de limites que permitam a manutenção da vida. Na segunda etapa, o objetivo é a redução da pressão hidrostática capilar pulmonar e a consequente redução do ultrafiltrado para o interstício pulmonar, de forma farmacológica ou não. Por último, na terceira etapa, o objetivo é tratar a causa ou eliminar o fator de descompensação da cardiopatia de base. O tratamento de suporte consiste, basicamente, em melhorar a oxigenação sanguínea e reduzir o trabalho respiratório do paciente. 19 18) Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença do pulmão progressiva e debilitante que interfere na respiração normal e é caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo e inflamação dos pulmões diante de gases e partículas nocivas. A DPOC pode ser descrita como uma doença “guarda-chuva", uma vez que contempla a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Em pessoas com bronquite crônica, as vias aéreas estão estreitas, tensas e muitas vezes cheias de muco, resultando na redução da passagem do ar. No enfisema pulmonar, os alvéolos (sacos aéreas) do pulmão estão danificados e sobrecarregados, o que resulta em aprisionamento do ar nos pulmões, limitando o espaço para a troca de ar. A inflamação que ocorre nos pulmões acontece também em outras partes do organismo como por exemplo o coração, e por isso atualmente a DPOC também é considerada uma doença sistêmica. A DPOC prejudica a qualidade de vida dos pacientes, uma vez que a realização de atividades simples da vida diária se torna cada vez mais difícil. DPOC é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em todo o mundo. A DPOC é uma das principais e crescentes causas de perda de produtividade. O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a DPOC. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a inalação de poeiras e produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais similares, poluição do ar, desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos. A DPOC deve ser considerada em qualquer paciente que apresente falta de ar regular, tosse crônica ou produção de muco e/ ou uma história de exposição a fatores de risco para a doença, como histórico de tabagismo. Com a progressão da DPOC, os pacientes frequentemente experimentam limitações para a realização de atividades da vida diária, como subir escadas. 19) Pneumonia A pneumonia é uma doença provocada por micro-organismos (vírus, bactéria ou fungo) ou pela inalação de produtos tóxicos. Ela pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, no caso do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta em uma maior exposição aos micro-organismos causadores da doença. Os sintomas mais comuns são tosse com secreção (pode haver sangue misturado), febre alta (que pode chegar a 40°C), calafrios e falta de ar ou dor no peito durante a respiração. O diagnóstico é feito por meio da história do paciente, do exame clínico e de raio-x do tórax. Exames complementares também podem ser necessários para identificar o agente causador da doença. O tratamento depende do microrganismo causador da doença. Nas pneumonias bacterianas, devem-se usar antibióticos. Atualmente, amoxicilina, azitromicina e claritromicina são os medicamentos mais recomendados no tratamento das pneumonias comunitárias que comprometem pessoas previamente saudáveis. Na maior parte das vezes, quando a pneumonia é causada por vírus, o tratamento inclui apenas antitérrmicos e analgésicos para aliviar os sintomas, podendo ser necessários medicamentos antivirais nas formas graves da doença. Nas pneumonias causadas por fungos, utilizam-se medicamentos específicos. É muito importante saber que, se não tratada, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave, causando até a morte. 20) Insuficiência Cardíaca Congestiva – ICC A insuficiência cardíaca ocorre quando o seu coração não está bombeando sangue suficiente para satisfazer as necessidades do seu corpo. O resultado disso é que pode haver concentração de fluido nas pernas, pulmões e outros tecidos através do corpo. A insuficiência cardíaca, também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, é uma condição ou um conjunto de sintomas em que o coração não bombeia sangue suficiente para satisfazer as necessidades do seu corpo. A insuficiência cardíaca geralmente se desenvolve gradativamente após uma lesão no 20 coração. Algumas lesões podem incluir um ataque cardíaco, muito esforço para o coração devido a anos de pressão arterial alta e não tratada ou uma válvula cardíaca doente. Os sintomas da insuficiência cardíaca nem sempre são óbvios. Algumas pessoas nos primeiros estágios da insuficiência cardíaca podem não ter nenhum sintoma. Outras podem atribuir sintomas como fadiga ou falta de ar a sinais de seu envelhecimento. Às vezes, entretanto, os sintomas de insuficiência cardíaca são mais óbvios. Devido à incapacidade do seu coração bombear o sangue eficientemente para suprir seus órgãos (como os rins e o cérebro), você pode sentir vários sintomas, incluindo: falta de ar, edema de MSI, cansaço e prostração, dispneia noturna, tosse produtiva. O diagnóstico e tratamento, são baseados nos exames solicitados pelo médico responsável pelo caso. 21) Ascite Ascite(também conhecida como "barriga d´água" ou hidroperitônio) é o nome dado ao acúmulo de líquido no interior do abdome. Esse líquido pode ter diversas composições, como linfa (no caso da ascite quilosa, causada por obstrução das vias linfáticas), bile (principalmente como complicação da retirada cirúrgica da vesícula biliar), suco pancreático (na pancreatite aguda com fístula), urina (no caso de perfuração das vias urinárias) e outras. Mas, no contexto de doença do fígado com hipertensão portal (cirrose, esquistossomose, Síndrome de Budd-Chiari e outras), a ascite é o extravasamento do plasma sanguíneo para o interior da cavidade abdominal, principalmente através do peritônio, provocado por uma somatória de fatores. A ascite, na doença hepática crônica, sinaliza que a doença está avançada e está relacionada ao aparecimento de outras complicações da cirrose, como a hemorragia por varizes esofágicas e a encefalopatia hepática. Inicialmente, pode ser tratada apenas com diuréticos e a dieta com pouco sal, mas à medida que a doença progride os rins podem não suportar os diuréticos e/ou desenvolverem a chamada síndrome hepatorrenal (falência dos rins causada por alterações circulatórias provocadas pela cirrose), podendo ser necessária a realização de paracentese (drenagem da ascite através de punção com agulha). Além de outras complicações, a presença da ascite pode levar à infecção do líquido ascítico, condição chamada peritonite bacteriana espontânea, que pode ser severa e com alta mortalidade se não tratada adequadamente. 22) Meningites A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. No Brasil, A meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno e das virais no verão. Febre alta e persistente, dor de cabeça por vezes insuportável, dor na nuca podendo ocasionar rigidez no pescoço, vômitos, perda do apetite, sonolência, confusão mental, agitação, grande sensibilidade à luz. Pode apresentar ainda manchas no corpo, diarreia, crises convulsivas, coma. As crianças normalmente permanecem quietas, pouco ativas. No caso das meningites bacterianas a evolução é muito rápida, podendo agravar em horas. O paciente necessita receber o antibiótico o mais rápido possível. As meningites causadas por vírus são as mais frequentes. Em geral é de menor gravidade, embora alguns vírus apresentam casos graves, por vezes fatais. Normalmente evolui em 5 a 10 dias para a cura. Raramente deixam sequelas. É de suma importância proceder ao diagnóstico e tratamento precoce. O paciente deve procurar o serviço de saúde, logo que apresentar os sintomas, pois no caso das meningites bacterianas, a introdução precoce do 21 antibiótico reduz o risco de morte em 15%. Para o diagnóstico é necessário realizar a coleta de liquido cefaloraquidiano e de sangue de forma a identificar a bactéria, vírus, fungo, ou seja o agente causador da doença. A doença se transmite de uma pessoa para outra pela tosse, espirro e pelas mãos sujas, no caso de alguns vírus, isto é, vias fecal-oral, oral-oral, respiratória. 23) Câncer – CA Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases). meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais. Alguns deles são bem conhecidos: o cigarro pode causar câncer de pulmão, a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele, e alguns vírus podem causar leucemia. Outros estão em estudo, como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos são ainda completamente desconhecidos. O envelhecimento traz mudanças nas células que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica em parte o porquê de o câncer ser mais frequente nesses indivíduos.Os fatores de risco ambientais de câncer são denominados cancerígenos ou carcinógenos. Esses fatores atuam alterando a estrutura genética (DNA) das células. O surgimento do câncer depende da intensidade e duração da exposição das células aos agentes causadores de câncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados por dia e ao número de anos que ela vem fumando. Os fatores de risco de câncer podem ser encontrados no meio ambiente ou podem ser herdados. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. Entende-se por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins) o ambiente de consumo (alimentos, medicamentos) o ambiente social e cultural (estilo e hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os 'hábitos' e o 'estilo de vida' adotados pelas pessoas, podem determinar diferentes tipos de câncer. São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos, apesar de o fator genético exercer um importante papel na oncogênese. Um exemplo são os indivíduos portadores de retinoblastoma que, em 10% dos 22 casos, apresentam história familiar deste tumor. Alguns tipos de câncer de mama, estômago e intestino parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. Determinados grupos étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer: a leucemia linfocítica é rara em orientais, e o sarcoma de Ewing é muito raro em negros. As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa; o citoplasma (o corpoda célula); e o núcleo, que contêm os cromossomas, que, por sua vez, são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula. Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
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