Buscar

3 - Apostila clinica médica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

62
CLÍNICA MÉDICA
II módulo
Clínica Médica
Curso Téc. Em Enfermagem
Currais Novos / 2019
CAPITULO I - PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
VIAS AÉREAS SUPERIORES
1- GRIPE
1.1- Conceito
É uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza. Altamente contagiosa, ocorrendo mais no final do outono, inverno e início da primavera. 
O vírus influenza ocorre de maneira epidêmica uma vez por ano, podendo afetar milhões de pessoas no mundo. Contudo, as pessoas com alguma doença respiratória crônica, com deficiência/déficit imunológico(a), e idosos têm uma tendência a infecções mais graves com possibilidade de complicações fatais. 
Existem basicamente três tipos deste vírus: A, B e C. 
O vírus Influenza A pode infectar humanos e outros animais, enquanto que o Influenza B e C infecta só humanos. O tipo C causa uma gripe muito leve e não causa epidemias. 
1.2- Fisiopatologia
A gripe é uma doença com início súbito e mais grave que o resfriado comum. O período de incubação (tempo entre o contágio e o início dos sintomas da doença) é de 1 a 2 dias. O período de transmissibilidade da doença vai desde o início dos sintomas até 7 dias da doença. 
Diferentemente do resfriado que, na maioria das vezes, se dissemina pelo contato direto entre as pessoas, o vírus Influenza se dissemina, principalmente, pelo ar. Quando a pessoa gripada espirra, tosse ou fala, gotículas com o vírus ficam dispersas no ar por um tempo suficiente para ser inaladas por outra pessoa. No revestimento do nariz da pessoa que foi contaminada, ele se reproduz e se dissemina para a garganta e para o restante das vias aéreas, que inclui os pulmões, causando os sintomas da gripe. Menos freqüentemente, a doença se dissemina pelo toque (mão contaminada com o vírus) do doente na mão de um indivíduo sadio que, ao levar a mão à boca ou ao nariz, se contamina.
O vírus Influenza tem uma “capa” (revestimento) que se modifica constantemente. Isto faz com que o organismo das pessoas tenha dificuldade para se defender das agressões deste microorganismo, ficando também difícil desenvolver vacinas para proteção contra a infecção causada por ele. 
1.3- Manifestações Clínicas
Os sintomas da gripe consistem em:
Febre (pode durar de 3 a 8 dias);
Calafrios, sudorese intensa (suor excessivo);
Tosse seca (pode durar mais de duas semanas);
Dores musculares e articulares (dores no corpo): podem durar de 3 a 5 dias;
Fadiga (pode levar mais de duas semanas para desaparecer mal-estar);
Cefaléia (dor de cabeça);
Nariz obstruído;
Faringite (irritação na garganta);
Alguns ou todos os sintomas supracitados podem estar presentes. 
A doença costuma ceder completamente dentro de uma ou duas semanas. 
Como complicação possível da gripe está a pneumonia – normalmente, não pelo vírus Influenza, mas por uma bactéria (pneumococo ou estafilococo, geralmente). Além da pneumonia, outras infecções como sinusite, otite e bronquite também são complicações possíveis. 
Idosos, portadores de alguma doença crônica e as crianças muito pequenas tem uma probabilidade maior de desenvolver complicações de uma gripe. A gripe pode também desencadear uma piora nos sintomas de doenças cardiorrespiratórias. 
1.4- Diagnóstico 
O diagnóstico se baseia na história clínica do paciente (sinais e sintomas apresentados) e exame físico. 
Contudo, isto não é fácil já que os sintomas iniciais da doença podem ser similares àqueles causados por outros microorganismos em outras doenças. Por isto, existem exames que podem ser feitos para confirmar a doença nos casos de epidemias ou quando o médico julgar importante para o manejo da situação. Os exames podem ser a cultura de secreção respiratória (“raspado” da garganta feito com um cotonete ou uma secreção do nariz) nos 4 primeiros dias da enfermidade; exame de sangue e ainda testes rápidos (que podem confirmar a doença dentro de 24 horas). A radiografia do tórax também poderá auxiliar nos casos de suspeita de pneumonia como complicação da gripe ou de outro diagnóstico. 
1.5- Tratamento
O indivíduo enfermo deverá fazer repouso, evitar o uso de álcool ou fumo, procurar se alimentar bem e ingerir bastantes líquidos, além de usar medicações conforme prescrição médica. 
Geralmente o tratamento é da sintomatologia em si, ou seja, diminuir a dor e febre basicamente. Podem ser utilizados medicamentos antitérmicos e analgésicos: dipirona, paracetamol ou ibuprofeno poderão ser usados para a febre e para a dor. Outros medicamentos podem ser usados para a melhora dos sintomas do nariz, como a coriza (corrimento do nariz) ou congestão nasal. Também são utilizados antivirais, para eliminar o microorganismo causador da doença, como aciclovir, oseltamivir e amantadina. 
O retorno às atividades normais deve ser tomado somente após os sintomas terem cessado. 
1.6- Cuidados de enfermagem
A assistência de enfermagem estará voltada para a orientação sobre o tratamento, medicamentos, repouso e sobre a prevenção da gripe através da vacina contra Influenza. 
A vacinação anual contra o Influenza antes de iniciar o inverno, época em que ocorrem mais casos é importante para a prevenção de casos de gripe ou, pelo menos, na diminuição da gravidade da doença. Contudo, mesmo nesses casos, a vacinação conseguiu proteger contra complicações graves da doença como as hospitalizações e as mortes. 
A vacina contra a Influenza é indicada especialmente nos seguintes casos:
Pessoas com 50 anos ou mais;
Pessoas mais de 6 meses de idade portadoras de doenças crônicas do coração, pulmões ou rins;
Pessoas imunocomprometidas: com câncer, infecção pelo HIV, transplantados de órgãos ou que receberam corticóides, quimioterapia ou radioterapia;
Profissionais da área da saúde;
Familiares e pessoas que lidam com indivíduos com alto risco de ficarem doentes;
Gestantes no segundo ou terceiro trimestre durante época do ano em que a gripe é freqüente ou grávidas que tenham alguma condição médica que represente um maior risco de complicação após uma gripe;
Crianças entre 6 meses e 18 anos que fazem uso de ácido acetilsalicílico a longo prazo (têm uma chance de apresentar uma complicação grave chamada Síndrome de Reye após uma gripe);
A contraindicação da vacina ocorre nos casos a seguir:
Reação prévia a esta vacina contra a gripe (reação de hipersensibilidade);
Reação alérgica a ovos de galinha;
Indivíduos que tiveram uma desordem caracterizada por paralisia chamada de Síndrome de Guillain-Barré, em que se suspeitou que tivesse sido após uma vacina anti-Influenza;
Doença febril atual.
VIAS AÉREAS INFERIORES
2- PNEUMONIA
2.1- Conceito
A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por um agente microbiano. É a causa mais comum de morte em decorrência de doenças infecciosas nos Estados Unidos.
2.2- Fisiopatologia
A pneumonia é causada por vários microorganismos, incluindo bactérias, micobactérias, clamídias, micoplasma, fungo, parasitas e vírus. Um esquema de classificação amplamente utilizado categoriza as principais pneumonias como pneumonia adquirida na comunidade, pneumonia adquirida no hospital, pneumonia no hospedeiro imunocomprometido e pneumonia por aspiração.
A pneumonia adquirida em hospital (PAH), é definida à medida que os sintomas iniciais ocorrem mais de 48 horas após admissão no hospital. A PAH é responsável por aproximadamente 15% das infecções adquiridas no hospital, porém é a mais letal das infecções hospitalares. Estima-se que acontece em 15 a 20% em pacientes de cuidados intensivos. A pneumonia associada ao ventilador pode ser considerada como um tipo de pneumonia hospitalar devido a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica. Um crescente número de pacientes com a imunidade comprometida desenvolve a PAH em decorrência dos bacilos Gram-negativos como: Klesbsiella, Pseudomonas, Escherichia coli, Enterobacteriaceae, Proteus, Serratia. A pneumonia por aspiração pode acontecer no ambiente da comunidade ou no hospital; os patógenos mais comuns são: S. pneumoniae, H.influenzae e Staphylococus aureus.
2.3- Fatores de risco
Aqueles pacientesque têm as defesas comprometidas contra as infecções estão susceptíveis a pneumonias, tais como: pacientes com insuficiência cardíaca congestiva, diabetes, alcoolismo, doença pulmonar obstrutiva crônica, gripe e AIDS.
Outros fatores de risco incluem:
- Distúrbios que produzem muco ou obstrução brônquica e interferem com a drenagem pulmonar normal (p.ex., câncer, tabagismo);
- Imobilidade prolongada e padrão de respiração superficial;;
- Reflexo de tosse deprimido;
- Dieta zero;
- Pacientes com sonda nasogástrica, orogástrica ou tubo endotraqueal;
- Anestésico geral, ou opióides que promovem a depressão respiratória ;
- Extremos de idade;
- Terapia respiratória com equipamento que não foi limpo adequadamente.
2.4- Manifestações clínicas
A pneumonia varia em sinais e sintomas dependendo do microorganismo e da doença subjacente do paciente. Por exemplo, a pneumonia estreptocócica geralmente tem um início súbito, com calafrios e tremores, febre rapidamente crescente (38,5 a 40,5 graus Celsius) e dor torácica pleurítica que é agravada pela respiração profunda e tosse. Apresenta taquipneia - 25 a 45 irpm (incursões respiratórias por minuto) - e bradicardia (pulso abaixo de 60 bpm).
Alguns pacientes apresentam infecção do trato respiratório superior (congestão nasal ou odinofagia), cefaléia, febre baixa, dor pleurítica, mialgia, exantema e faringite. Após alguns dias, um escarro mucopurulento é expectorado.
Tipicamente, o paciente tem ortopneia (respiração curta quando deitado). O apetite é precário e o paciente cansa-se facilmente.
2.5- Diagnóstico
O diagnóstico de pneumonia (particularmente de uma infecção recente do trato respiratório) é feito pelo histórico, exame físico, raio-x, hemocultura, exame do escarro.
2.6- Tratamento
O tratamento da pneumonia inclui administração do antibiótico adequado, conforme determinado pelos resultados da coloração de Gram. Os medicamentos incluem: Penicilina G, eritromicina, clindamicina, tetraciclina, segunda e terceira gerações de cefalosporina
A hidratação é uma parte necessária da terapia porque a febre e a taquipneia podem resultar em perdas líquidas insensíveis.
Os antipiréticos podem ser utilizados para tratar a cefaléia e a febre. Inalações úmidas e aquecidas são úteis para o alívio da irritação brônquica.
Os anti-histamínicos são utilizados para reduzir a rinorreia e os espirros. Os descongestionantes nasais também podem ser utilizados para tratar os sintomas e melhorar o sono.
Em caso de descompensação respiratória, as medidas de apoio respiratório incluem: altas concentrações de oxigênio (FiO2), intubação endotraqueal e ventilação mecânica.
3- DPOC
3.1- Conceito
Doença crônica, progressiva e irreversível que acomete os pulmões e tem como principais características a destruição de muitos alvéolos e o comprometimento dos restantes. 
3.2- Fisiopatologia
Os principais fatores desencadeadores do DPOC (enfisema e bronquite crônica) estão relacionados principalmente ao tabagismo, seguido de exposição passivo do fumo (pessoa que vive junto com o fumante), exposição à poeira por vários anos, poluição ambiental, e até fatores genéticos nos casos que se comprova a deficiência de enzimas relacionadas à destruição do parênquima pulmonar (estruturas dos pulmões).
3.3- Manifestações clínicas
Os sintomas são:
Limitação do fluxo das trocas dos gases (entrada e saída do ar) principalmente na fase expiratória;
Dispnéia;
Hiperinsulflação dinâmica que leva ao encurtamento das fibras musculares do diafragma;
Fadiga muscular;
Uso da musculatura respiratória acessória;
Perda de peso;
Infecções e insuficiência respiratória. 
As principais complicações são atelectasia, pneumonia, pneumotórax e falência respiratória (fatal). 
3.4- Tratamento
O início do tratamento do portador de DPOC é a interrupção do tabagismo. Também são usados antiinflamatórios e broncodilatadores. A reabilitação pulmonar (através de uma equipe multidisciplinar) pode ajudar a melhorar a ventilação. A oxigenoterapia pode ser necessária em casos mais avançados. Pacientes de DPOC com hipercapnia e acidose respiratória podem se beneficiar de suporte ventilatório não invasivo como: cateter nasal, máscara de Venturi, CPAP e BiPAP.
4- ENFISEMA PULMONAR
4.1- Conceito
É uma doença crônica irreversível, caracterizada por obstrução brônquica e distensão alveolar.
4.2- Fisiopatologia
Há perda da elasticidade dos pulmões, destruição alveolar e capilar por acúmulo de ar nos alvéolos. À medida que a destruição alveolar progride, as trocas gasosas diminuem. Há uma adaptação progressiva com a convivência de menor taxa de oxigênio no organismo, tornando, por isso mesmo, a pessoa intolerante a altas taxas de oxigênio. 
Dentre os fatores de risco, destacamos o fumo e a poluição ambiental persistente.
4.3- Manifestações clínicas
Na fase tardia, o paciente apresenta cansaço aos esforços rotineiros, tosse produtiva, desconforto relacionado com a menor capacidade de respirar (dispnéia), uso abusivo da musculatura acessória, definindo o tórax em barril agitação/sonolência, dificuldade de concentração, tremor das mãos e anorexia com perda de peso.
As complicações freqüentes do enfisema são o pneumotórax e a insuficiência respiratória aguda.
4.4- Diagnóstico
História clínica do paciente, exames radiológicos (raios-X, tomografia) e função respiratória (espirometria).
4.5- Tratamento
O início do tratamento do portador de DPOC é a interrupção do tabagismo. Podem ser usados antiinflamatórios e broncodilatadores. A reabilitação pulmonar (através de uma equipe multidisciplinar) pode ajudar a melhorar a ventilação. A oxigenoterapia pode ser necessária em casos mais avançados. Pacientes de DPOC com hipercapnia e acidose respiratória podem se beneficiar de suporte ventilatório não invasivo como CPAP e BiPAP.
5- BRONQUITE CRÔNICA
5.1- Conceito
A bronquite crônica caracteriza-se pelo aumento das glândulas produtoras de muco dos brônquios, manifestando-se por tosse matinal, com excesso de secreção espessa, esbranquiçada e viscosa. Muitas vezes é confundida com o estado gripal, porém se diferencia pela sua duração que pode se estender até dois meses (gripe mal curada).
5.2- Fisiopatologia
Embora a causa não esteja esclarecida, está diretamente relacionada ao hábito de fumar. Outros fatores, como a idade, a predisposição genética, a poluição atmosférica, a exposição contínua ao ar frio e à umidade e contatos com poeiras industriais, favorecem o aparecimento da doença.
5.3- Manifestações clínicas
Os sinais e sintomas são:
Tosse produtiva;
Encurtamento da respiração;
Chiado no peito;
Dispnéia aos esforços mínimos;
Alterações cardíacas;
Edema em membros inferiores.
À medida que os períodos de infecção se tornam mais freqüentes, o muco pode apresentar-se: amarelado, esverdeado, acinzentado e até purulento. A evolução da bronquite culmina com a lesão da camada interna dos brônquios, prejudicando a ventilação e a função cardíaca. Nessa etapa da doença, os sinais associados são: cianose, edema e acesso de tosse noturna.
As principais complicações da bronquite crônica são a infecção pulmonar, a insuficiência cardíaca e o enfisema.
5.6- Tratamento
Medicamentos (bronco dilatadores);
Oxigenoterapia;
Fisioterapia respiratória;
5.7- Cuidados de enfermagem
Aferir sinais vitais com ênfase em respiração;
Repouso relativo;
Auxílio para cuidados pessoais;
Cuidados com oxigenoterapia;
Administração de medicamentos;
Observar, comunicar e anotar a realização de exercícios respiratórios.
6- ASMA
6.1- Conceito
Doença caracterizada pela inflamação crônica das vias aéreas, provocando seu estreitamento, causando dificuldade respiratória. 
6.2- Fisiopatologia
Esse estreitamento é reversível e pode ocorrer em virtude de vários fatores desencadeantes, diferentes de pessoa para pessoa e, na mesma pessoa em situações diferentes.
É uma doença comum, podendo ser reversível, afetando cerca de 10% da população, abrangendo indivíduos de todas as idades.
Os fatores desencadeantes são:
Alterações climáticas;Poeira doméstica;
Mofo;
Pólen;
Cheiros fortes;
Pêlos de animais;
Gripes ou resfriados;
Fumaça;
Ingestão de determinados alimentos;
Ingestão de determinados medicamentos.
6.3- Manifestações clínicas
 Os principais sintomas da asma são a tosse seca, dispnéia e sibilo. Estas manifestações ocorrem em crises de duração variável, podendo ser de minutos, horas e até de dias. 
6.4- Tratamento
Visa restaurar a função pulmonar rapidamente, evitar complicações e controlar os fatores desencadeantes das crises. 
Deve-se procurar afastar agentes desencadeantes, fazer uso de broncodilatadores e antiinflamatório a base de corticóides.
6.5- Cuidados de enfermagem
É importante o envolvimento dos familiares em todas as etapas dos serviços a serem prestados, quais sejam:
Controle dos fatores de risco: fornecer orientações quanto aos fatores desencadeantes de crises, auxiliando os portadores a reconhecerem os sinais e sintomas iniciais da crise;
Uso de medicações bronco dilatadoras, mucolíticos e corticoides prescritas;
Monitoramento da função respiratória: através do controle dos sinais vitais; avaliação da coloração e temperatura da pele, da mucosa e do nível de consciência;
Oxigenoterapia: administrar oxigênio conforme orientações do enfermeiro e/ou médico;
Fluidificação e expectoração de secreções: através da hidratação, do estímulo de tosse e nebulização; 
Ensinar o uso da musculatura acessória; 
Orientar quanto à importância de manter atividade física regular (caminhadas e natação);
Prevenção de infecções respiratórias: orientar quanto à exposição a riscos de infecção; evitar ambientes fechados;
Agasalhar-se adequadamente e manter nutrição adequada;
Exercícios respiratórios: orientar quanto à importância da realização freqüente dos exercícios e sua finalidade;
Ensinar as técnicas mais modernas como a da respiração diafragmática, respiração com lábios entreabertos, etc.;
7- PRINCIPAIS EXAMES DIAGNÓSTICOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
7.1- Broncoscopia
É a inspeção direta e o exame da laringe, traquéia e brônquios, utilizando um aparelho flexível de fibra óptica chamado broncoscópio. 
O exame é do tipo diagnóstico (determina a localização e extensão do processo patológico) e terapêutico (remove corpos estranhos, secreção da árvore traqueobrônquica, destrói e remove lesões). 
O paciente deve estar em jejum (pelo menos 6 horas), sendo sedado e a anestesia pode ser local ou geral. Dentre as complicações do exame podem-se citar a reação local ao anestésico, infecção, broncoespasmo, hipoxemia, pneumotórax, sangramento e perfuração. 
7.2- Gasometria arterial
A gasometria arterial mede as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono no sangue arterial. Essas concentrações são importantes indicadores da função pulmonar por revelar a capacidade dos pulmões de fornecer oxigênio ao sangue e de extrair o dióxido de carbono do mesmo. As concentrações de oxigênio podem ser monitorizadas com o auxílio de um eletrodo instalado em um dedo ou no lobo de uma orelha – um procedimento denominado oximetria.
No entanto, quando o indivíduo encontra-se em estado grave ou quando o médico também necessita de uma mensuração do dióxido de carbono, é necessária a coleta de uma amostra de sangue. Normalmente, essa amostra é coletada na artéria radial, perto do punho. Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso.
CAPÍTULO II
PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
1- ARTERIOSCLEROSE
1.1- Conceito
Doença caracterizada pelo acúmulo anormal de substâncias lipídicas (gordura) e tecido fibroso na parede vascular. Essas substâncias bloqueiam ou estreitam o vaso, reduzindo o fluxo sanguíneo.
1.2- Fisiopatologia
Com o acúmulo de gordura na parede do vaso, são formadas placas de ateroma que diminuem ou acabam obstruindo o vaso sanguíneo. 
Dentre os fatores de risco, temos:
História da doença na família;
Idade (o risco aumenta com a idade);
Sexo (o homem é mais susceptível do que a mulher);
Nível sanguíneo de colesterol alto;
Tabagismo;
Hipertensão;
Diabetes;
Obesidade;
Sedentarismo e estresse.
1.3- Manifestações clínicas
Dependerão do grau de comprometimento dos vasos sanguíneos e o vaso comprometido. A isquemia é o aporte sanguíneo inadequado levando à redução do oxigênio para as células. Quando há arteriosclerose nos vasos coronarianos, pode acontecer a isquemia do músculo cardíaco conhecida como Infarto agudo do miocárdio.
1.4- Diagnóstico
História clínica;
Dosagem sérica de colesterol;
Ecocardiograma;
Cateterismo cardíaco.
1.5- Tratamento
O melhor tratamento é a prevenção. Na prevenção da arteriosclerose, é de fundamental importância a mudança no estilo de vida (prática de exercícios físicos, dieta pobre em gordura e sal, parar de fumar), controle da pressão arterial e glicemia, manutenção dos níveis de colesterol normais.
2- HIPERTENSÃO ARTERIAL
2.1- Conceito
De acordo com a AHA 2017 (American Heart Association), a hipertensão é definida por uma pressão arterial sistólica igual ou superior a 130 mmHg e uma pressão diastólica maior ou igual a 80 mmHg durante um período sustentado. 
A classificação do JNC VI (Sixth Joint National Committee on the Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure) mostra uma relação direta entre o risco de morbidade e mortalidade a partir da hipertensão e o nível de pressões arterial sistólica e diastólica. Quanto maior for a pressão, quer seja a sistólica ou a diastólica, maior será o risco.
2.2- Fisiopatologia
A hipertensão é uma condição multifatorial, sendo sua etiologia explicada pelas seguintes hipóteses:
Atividade aumentada do sistema nervoso simpático ligado à disfunção do sistema nervoso autônomo.
Reabsorção renal de sódio, cloreto e água aumentada ligada a uma variação genética nas vias pelas quais o rim manuseia o sódio.
Aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, resultando na expansão do volume de líquido extracelular e resistência vascular sistêmica aumentada.
Vasodilatação diminuída das arteríolas pela disfunção do endotélio vascular.
Resistência à ação da insulina, fator que pode ser ligado a hipertensão, DM2, hipertrigliceridemia, obesidade e intolerância à glicose.
2.3- Manifestações clínicas
A hipertensão pode ser assintomática, na qual a pessoa permanece assim por muitos anos, e pode ser sintomática, na qual são observadas alterações da retina, como hemorragias, exsudato, estreitamento arteriolar, manchas algodoadas (pequenos infartos) e papiledema (edema do disco óptico) quando a hipertensão é grave. Quando as manifestações tornam-se mais específicas, podem revelar lesão vascular, sendo as manifestações pelos órgãos irrigados pelos vasos afetados. 
Dependendo da gravidade, a hipertensão pode ocasionar doença da artéria coronária com angina e/ou infarto do miocárdio, hipertrofia ventricular esquerda, insuficiência cardíaca, alterações patológicas dos rins (pelos níveis aumentados de uréia e creatinina) e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
2.4- Diagnóstico
Para obter o diagnóstico de hipertensão faz-se necessário uma história de saúde e um exame físico completo. Além disso, exames laboratoriais de rotina (urina e bioquímica sanguínea) e um eletrocardiograma são essenciais para um diagnóstico mais acurado.
De acordo com o JNC, o diagnóstico de hipertensão deve-se basear na média de duas ou mais mensurações da pressão arterial, obtidas com pelo menos dois ou mais contatos com o profissional. 
2.5- Tratamento
O tratamento para hipertensão consiste nos tratamentos não medicamentosos e nos medicamentosos. 
Na terapia não medicamentosa, o paciente é estimulado a mudar certos hábitos, como perder peso (quando necessário), limitar a ingesta de álcool, aumentar a atividade física, reduzir a ingesta de sódio, manter a ingesta adequada de potássio, cálcio, magnésio, parar de fumar e reduzir a ingesta de gorduras. Todas essas mudançassão necessárias para a manutenção do controle da pressão arterial. Essas modificações devem promover uma pequena ruptura na vida do paciente para que este não desista de vez do tratamento. Inicialmente, é indicado para o paciente algumas mudanças no estilo de vida associado a alguns medicamentos para regular a pressão.
Os medicamentos serão utilizados até que o médico ache oportuna sua retirada, às vezes esses medicamentos são ingeridos durante toda a vida do paciente. Caso a pressão do paciente tenha se mantido constante por um ano, o médico pode pensar em diminuir as doses gradualmente para avaliar se o paciente irá se adaptar ao novo tratamento. 
Durante toda essa terapia, as avaliações da pressão arterial são necessárias para determinar a eficácia da terapia medicamentosa e para detectar quaisquer alterações que indiquem a necessidade de uma mudança no plano terapêutico. 
3- ANGINA PECTORIS
3.1- Conceito
Angina pectoris ou angina do peito é uma síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de pressão na região do tórax devida ao baixo abastecimento de oxigênio (isquemia) ao músculo cardíaco.
3.2- Fisiopatologia
A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao coração, resultando no suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes para o miocárdio. As doenças nas artérias coronárias, principal causa de angina, são devidas a arteriosclerose nas artérias cardíacas (coronárias).
Alguns fatores podem provocar a dor anginosa, como, por exemplo, o esforço físico, a ingestão de refeição copiosa, a exposição ao frio e a situações estressantes. 
Os fatores de risco incluem o histórico familiar de doenças cardíacas prematuras, tabagismo, diabetes, colesterol alto, hipertensão, obesidade, sedentarismo.
A angina pode ser de dois tipos:
Angina estável:
Dor em queimação ou constrição; 
Dor induzida por esforço ou estresse emocional; 
Dor de duração inferior a 20 minutos; 
Dor que remite com o repouso ou o uso de nitratos; 
Equivalentes anginosos: cansaço, dispnéia ;
Angina instável e IAM:
Dor de duração superior a 20 min; 
Dor que não remite com o uso de nitratos; 
Dor de surgimento recente (< 4 semanas); 
Dor com padrão crescente (marcadamente mais intensa, prolongada ou freqüente que anteriormente); 
Mudança das características da angina em paciente com angina estável; 
3.3- Manifestações clínicas
As manifestações clínicas são desconforto no peito e não dor, habitualmente descrito como pressão, peso, aperto, ardor, ou sensação de choque. Podendo ser localizada principalmente no centro do peito, costas, pescoço, queixo ou ombros). A irradiação da dor ocorre, tipicamente, para os braços (esquerdo principalmente), ombros e pescoço. 
A dor pode ser acompanhada por suores e náuseas em alguns casos. Normalmente dura cerca de 1 a 5 minutos, e é acalmada pelo descanso ou medicação específica. Dor no peito que dura apenas alguns segundos não é normalmente, angina. 
As pessoas idosas podem desenvolver sintomas anginosos mais rapidamente do que as mais jovens. A dor se manifesta como fraqueza ou desmaio quando expostas ao frio, já que elas têm menos gordura subcutânea para proporcionar o isolamento térmico. 
3.4- Diagnóstico
O diagnóstico da angina é freqüentemente estabelecido pela avaliação das manifestações clínicas da dor e pela história da pessoa. De acordo com a gravidade dos sintomas de angina, da idade do portador e das patologias associadas, exames diagnósticos poderão ser solicitados, como o eletrocardiograma, Hollter, cintilografia miocárdica e/ou cateterismo cardíaco.
3.5- Tratamento
O objetivo do tratamento é aumentar a oferta de oxigênio ao miocárdio, utilizando-se da nitroglicerina, e controlando os fatores de risco (fumo, obesidade, hipertensão arterial, hipercolesterolemia e hiperglicemia).
Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a angioplastia coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica. 
Os nitratos ainda são a principal medida terapêutica no tratamento da angina do peito, por produzirem dilatação das coronárias com o conseqüente aumento do fluxo sangüíneo ao miocárdio. A nitroglicerina administrada por via sublingual alivia a dor anginosa em até 3 minutos. Para evitar as crises de angina, utilizar nitroglicerina antes de qualquer atividade intensa, como, por exemplo, as relações sexuais. Alguns efeitos indesejáveis podem surgir, tais como: rubor, cefaléia, hipotensão e taquicardia.
Se as crises de angina persistirem, apesar da medicação e do controle dos fatores de risco, ou se for constatado que a obstrução nas artérias coronárias é muito grave, poderá ser indicada a angioplastia coronariana, ou a cirurgia de revascularização.
No caso de cirurgia de revascularização do miocárdio, uma veia (safena) é retirada da perna e colocada sobre a artéria do coração que está entupida, ultrapassando o local do bloqueio, como se fosse uma ponte - é o que se chama de ponte de safena.
A angioplastia consiste em “esmagar” a placa de ateroma, dilatando a coronária, através de um procedimento com um cateter especial, com um balão na ponta.
3.6- Cuidados de enfermagem
As ações de enfermagem baseiam-se na orientação do cliente quanto: 
Manter-se em repouso ao início da dor;
Participar de um programa diário de atividades físicas que não produzam desconforto torácico, falta de ar e/ou fadiga indevida; 
Alternar as atividades diárias com períodos de repouso;
Fracionar as alimentações em menores porções e maior freqüência, evitando esforço físico durante 2 horas após as refeições;
Evitar ingestão excessiva de cafeína (café e bebidas com cola), que pode fazer subir a freqüência cardíaca;
Não usar comprimidos para emagrecer, descongestionantes nasais ou quaisquer outros medicamentos vendidos sem prescrição médica e que podem aumentar os batimentos cardíacos;
Evitar o fumo, o que eleva a freqüência cardíaca, a pressão arterial e diminui os níveis sangüíneos de oxigênio;
Utilizar roupas adequadas às variações de temperatura; 
Reorganizar os seus hábitos de vida, a fim de reduzir a freqüência e a gravidade dos ataques de angina, bem como prevenir-se de outras complicações.
4- INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
4.1- Conceito
A insuficiência cardíaca congestiva (ICC), também referida como insuficiência cardíaca, é a via final comum da maioria das cardiopatias e trata-se da incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer às necessidades de oxigênio e nutrientes por parte dos tecidos. 
Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil tiveram cerca de 398.000 internações por insuficiência cardíaca no ano de 2000, com 26.000 mortes.
A ICC é caracterizada por uma fase crônica, na qual o paciente apresenta-se estável, e outra fase de descompensação aguda marcada por reinternação hospitalar freqüente, sendo esta outra característica com importante impacto sócio econômico.
Em muitos estados patológicos, o início da insuficiência cardíaca é precedido de hipertrofia cardíaca, uma resposta compensatória do miocárdio ao aumento de trabalho mecânico ou a sinais tróficos (p. ex., hipertireoidismo). As alterações moleculares e celulares nos corações hipertrofiados que, a princípio, medeiam o aumento da função, podem contribuir para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca. 
4.2- Fisiopatologia
Dentre vários fatores sistêmicos que podem contribuir para o desenvolvimento e gravidade da insuficiência cardíaca, podem ser citados: taxa metabólica aumentada (p.ex., febre, tireotoxicose), hipóxia e anemia (ambos diminuem o aporte de oxigênio para o miocárdio). A acidose (respiratória ou metabólica) e as anormalidades eletrolíticas podem reduzir a contratilidade miocárdica, já as disritmias cardíacas, podem estar presentes de forma independente ou ser secundárias à insuficiência cardíaca, e diminuem a eficiência global da função miocárdica.
Uma diminuição na quantidade de sangue ejetada do ventrículo estimula o sistema nervoso simpático, que estimula a liberação de renina pelo rim, que promove aformação de angiotensina, o que gera retenção hídrica e vasoconstrição. Esse mecanismo compensatório é conhecido como “ciclo vicioso da ICC”, no qual o coração aumenta seu tamanho pelo fato de aumentar a contratilidade para manter o débito cardíaco. 
A ICC pode ser classificada de acordo com os sintomas, sendo da seguinte maneira:
Tipo I: A atividade física comum não provoca fadiga indevida, dispnéia, palpitações ou dor torácica. Usualmente sem limitações sobre as atividades da vida diária. Não há congestão pulmonar ou hipotensão periférica e o paciente é considerado assintomático. É de bom prognóstico.
Tipo II: Discreta limitação das atividades da vida diária. O paciente não relata sintomas em repouso, mas a atividade física aumentada provocará sintomas, podendo ser detectados estertores basais e sopro na terceira bulha. De bom prognóstico.
Tipo III: Acentuada limitação nas atividades da vida diária. O paciente sente-se confortável em repouso, porém a atividade menor que a usual provocará sintomas. De razoável prognóstico.
Tipo IV: Sintomas de insuficiência cardíaca em repouso. É de prognóstico ruim. 
A insuficiência cardíaca esquerda acontece devido ao fato do ventrículo esquerdo não conseguir bombear o sangue para fora do compartimento, aumentando a pressão neste ventrículo e podendo resultar em congestão pulmonar. 
4.3- Manifestações clínicas
As principais manifestações clínicas são a dispnéia (queixa mais precoce), ortopneia (comprometimento adicional, que consiste na dispnéia produzida em decúbito, aliviada ao sentar ou ao assumir posição ortostática), a dispnéia paroxística noturna é uma extensão da ortopneia e consiste em ataques extremos de dispnéia que ocorrem geralmente durante a noite. 
A tosse também pode estar associada à insuficiência ventricular esquerda e pode ser seca e não produtiva, mas, geralmente é produtiva, com escarro espumoso e por vezes róseo (tinto de sangue), ruídos respiratórios podem ser ouvidos em vários lobos dos pulmões. Pode ocorrer agitação e ansiedade resultantes da capacidade diminuída dos pulmões em efetuar a troca gasosa e resultando em níveis de saturação de oxigênio abaixo do normal. A taquicardia ocorre devido diminuição do volume ventricular ejetado e o paciente pode se queixar de palpitações, estando seus pulsos fracos e filiformes. 
A insuficiência cardíaca direita em geral, trata-se de uma conseqüência secundária da IC esquerda, pois qualquer elevação de pressão na circulação pulmonar inerente à insuficiência esquerda produz, inevitavelmente, um aumento da carga sobre o lado direito do coração, geralmente resultando na congestão das vísceras e dos tecidos periféricos pois,não há como acomodar todo o sangue que retorna ao coração a partir da circulação venosa. As principais manifestações clínicas incluem: edema de membros inferiores (edema gravitacional), hepatomegalia, ganho de peso, ascite, distensão das veias do pescoço, anorexia e náuseas, nictúria e fraqueza.
4.4- Diagnóstico
O diagnóstico médico da insuficiência cardíaca é realizado mediante a avaliação das manifestações clínicas da congestão cardíaca, pulmonar e sistêmica, podendo também ser realizado um ecocardiograma, além de outros exames.
4.5- Tratamento
O tratamento objetiva reduzir o trabalho do coração, aumentando sua força e eficiência de contração, além de eliminar o acúmulo excessivo de água corporal através da limitação da ingesta excessiva de líquidos, controle da dieta e monitorização da terapia medicamentosa com diuréticos e inibidores da ECA.
A oxigenoterapia é recomendada conforme o grau de congestão pulmonar e hipóxia resultante. 
É fundamental uma terapia nutricional voltada para educação alimentar, com restrição de dietas ricas em sódio, prevenção da ingesta excessiva de líquido, restrição de álcool e fumo. 
Existem terapias inovadoras, como transplantes e dispositivos de assistência ventricular, que podem ser utilizadas quando já não há uma resposta do paciente à terapia clínica avançada.
Quando a insuficiência é branda, a terapia farmacológica geralmente inclui a utilização de um inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA), diuréticos podem ser acrescentados caso não aconteça uma melhoria ou em sinais de sobrecarga hídrica, caso os sintomas persistam, é recomendado a utilização de digitálicos, podendo ainda, em sintomas graves, os três medicamentos serem de imediato utilizados.
5- INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
5.1- Conceito
É a diminuição grave e prolongada do suprimento de oxigênio devido ao fluxo coronariano insuficiente, ocorrendo assim a necrose do tecido do miocárdio. Pode ser do tipo súbito ou gradual levando de 3 a 6 horas. 
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma situação grave que pode ser confundida com sintomas mais corriqueiros, tais como: flatulência, dor muscular, tensões, dentre outros. 
5.2- Fisiopatologia
As principais causas são:
Doenças aterosclerótica;
Hipertensão arterial;
Embolia;
Sedentarismo;
Hereditariedade;
Estresse;
Tabagismo;
Colesterol elevado;
Obesidade;
Diabetes;
O infarto pode ocorrer em toda a espessura do miocárdio, na camada mais interna conhecida como endocárdio e no ventrículo esquerdo (mais comum). 
A incidência de infarto ainda é maior nos homens acima de 40 anos. Porém, mulheres no climatério que utilizam anticoncepcional oral e fumam apresentam uma mortalidade maior ao ter infarto. Observa- se que, hoje, há um aumento de pessoas infartadas com faixa etária menor, em decorrência do estilo da vida moderna.
5.3- Manifestações clínicas
A dor torácica é o principal sintoma associado ao IAM. É descrita como uma dor súbita, subesternal, constante e constritiva, que pode ou não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas, pescoço e membros superiores (especialmente a face interna do membro superior esquerdo). Muitas vezes, a dor é acompanhada de taquipneia, taquisfigmia, palidez, sudorese fria e pegajosa, tonteira, confusão mental, náusea e vômito.
A qualidade, localização e intensidade da dor associada ao IAM pode ser semelhante à dor provocada pela angina. As principais diferenças são: a dor do IAM é mais intensa; não é necessariamente produzida por esforço físico e não é aliviada por nitroglicerina e repouso.
As principais complicações do infarto são as arritmias fatais, choque cardiogênico, edema agudo de pulmão e morte súbita. A seqüela principal é a insuficiência cardíaca.
5.4- Diagnóstico
Os profissionais de saúde precisam estar atentos para um diagnóstico precoce, tendo em vista que esta é uma das maiores causas de mortalidade. O atendimento imediato, ao cliente infartado, garante a sua sobrevivência e/ou uma recuperação com um mínimo de seqüelas.
O idoso nem sempre apresenta a dor constritiva típica associada ao IAM, em virtude da menor resposta dos neurotransmissores, que ocorre no período de envelhecimento, podendo assim passar despercebido.
O diagnóstico do infarto do miocárdio geralmente se baseia na história da doença atual, no eletrocardiograma e nos níveis séricos (sangüíneos) das enzimas cardíacas. 
	ENZIMAS CARDÍACAS
	SURGIMENTO APÓS INFARTO
	DURAÇÃO
	CK-MB
	4-8 h
	72 h
	TROPONINA CARDÍACA T
	3-5 h
	14-21 d
	TROPONINA CARDÍACA I
	3 h
	5-7 d
	MIOGLOBINA
	2h
	3-15 h
5.5- Tratamento
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da extensão e da área acometida. 
O tratamento clínico consiste na administração de oxigênio, controle da dor (morfina, nitroglicerina), benzodiazepínicos, agentes trombolíticos, anti-coagulantes, bloqueadores beta-adrenérgicos, anti-arrítmicos, bloqueadores dos canais de cálcio. 
O tratamento cirúrgico pode ser necessário com a realização de angioplastia e até revascularização do miocárdio. 
5.6- Cuidados de enfermagem
A assistência de enfermagem deve englobar os seguintes aspectos:
Proporcionar um ambiente adequado para o repouso físico e mental;
Fornecer oxigênio e administrar opiáceos (analgésico e sedativo) e ansiolíticos prescritos para alívio da dor e diminuição da ansiedade;
Prevenir complicações, observandosinais vitais, estado de consciência, alimentação adequada, eliminações urinária e intestinal e administração de trombolíticos prescritos;
Auxiliar nos exames complementares, como eletrocardiograma, dosagem das enzimas no sangue, ecocardiograma, dentre outros;
Atuar na reabilitação, fornecendo informações para que o cliente possa dar continuidade ao uso dos medicamentos, controlar os fatores de risco, facilitando, assim, o ajuste interpessoal, minimizando seus medos e ansiedades;
Repassar tais informações também à família.
6- ENDOCARDITE INFECCIOSA 
6.1- Conceito
Processo infeccioso das válvulas e da superfície endocárdica do coração, causado por uma invasão direta de bactérias e de outros microorganismos provenientes de uma contaminação da corrente sangüínea. 
6.2- Fisiopatologia
É provocada pela invasão direta por microorganismos (bactérias, fungos), levando à deformidade das válvulas cardíacas. As causas mais prováveis são: intervenções odontológicas (extrações dentárias), inserção e retirada de sondas vesicais, endoscopia digestiva alta e intubação oro traqueal.
A susceptibilidade maior da endocardite está presente em idosos (devido à baixa imunidade), os portadores de cateteres e próteses valvares e os viciados em drogas endovenosas.
6.3- Manifestações clínicas
Variam de acordo com a gravidade da doença, podendo ser: 
Decorrentes de infecção sistêmica (febre, calafrios, mal-estar geral, fadiga, fraqueza, anorexia);
Secundárias à lesão intravascular (dispnéia, dor torácica, extremidades frias e úmidas, petéquias e hemorragias na forma de chama de vela);
Reação imunológica (dor nas articulações, proteinúria e hematúria, entre outros).
A principal complicação é a lesão da válvula mitral, levando à insuficiência cardíaca congestiva (ICC), à embolia pulmonar e aos abscessos cerebrais.
6.4- Diagnóstico
História clínica, hemocultura e ecocardiograma. 
6.5- Tratamento
Visa combater o microorganismo (com o uso de antibioticoterapia) e corrigir cirurgicamente a válvula lesada.
6.6- Cuidados de enfermagem
· Administração da antibioticoterapia prescrita;
· Observação e registro de febre e outros sintomas;
· Mensuração e registro dos SSVV (em especial a freqüência cardíaca e pressão arterial); 
· Orientação do paciente e familiares sobre os cuidados pós-cirúrgicos e paliativos no caso de recidiva.
7- MIOCARDITE
7.1- Conceito
É a inflamação do músculo cardíaco, que é responsável pela contração do coração e consequentemente pelo fluxo sanguíneo. 
7.2- Fisiopatologia
A miocardite resulta da invasão de vírus (caxumba, gripe, rubéola), parasitas (Doença de Chagas). Também pode ser causada por ação radiativa (radioterapia) ou por agentes tóxicos (chumbo) e outras drogas (lítio, cocaína). 
A susceptibilidade da doença é maior em pessoas que apresentavam infecções sistêmicas agudas, as que faziam uso de medicamentos imunossupressores ou as portadoras de endocardite infecciosa.
7.3- Manifestações clínicas
Pode ser do tipo aguda ou crônica, tendo como principais sinais e sintomas:
Fadiga;
Dispnéia;
Palpitações;
Dor torácica;
Arritmias.
As complicações são a insuficiência cardíaca congestiva (ICC), hipertrofia do ventrículo e arritmias graves e letais.
7.4- Diagnóstico
História clínica do paciente e biópsia endomiocárdica.
7.5- Tratamento
Antibióticos (penicilina), repouso no leito.
7.6- Cuidados de enfermagem
Os cuidados de enfermagem visam o controle dos sinais vitais, avaliação da evolução da doença, observação dos sinais de toxicidade digitálica (ar ritmia, anorexia, náusea, vômitos, bradicardia e cefaléia). Estimular o paciente a usar meias elásticas e a práticar exercícios a fim de diminuir o risco de embolias decorrentes de trombose venosa. 
8- PERICARDITE
8.1- Conceito
Inflamação do pericárdio, um saco membranoso que envolve o coração. Pode ser primária ou desenvolver-se de outras doenças.
8.2- Fisiopatologia
Pode ser causada por infecção (bacteriana, viral, fúngica), lúpus eritematoso sistêmico, febre reumática, artrite reumatóide, hipersensibilidade, infarto agudo do miocárdio, doença pleural, pneumonia, insuficiência renal, tuberculose, trauma.
8.3- Manifestações clínicas
O principal sintoma é a dor, sentida abaixo da clavícula e no pescoço. A dispnéia pode ocorrer decorrente da compressão pericárdica. 
8.4- Diagnóstico
História clínica do paciente, eletrocardiograma e ecocardiograma.
8.5- Tratamento
Uso de medicamentos (analgésicos, antibióticos, antiinflamatórios). O repouso no leito é fundamental para a recuperação do paciente.
8.6- Cuidados de enfermagem
Administração dos medicamentos;
Observação e registro das complicações; 
Orienta-lo sobre a importância do repouso no leito;
Encorajar o paciente ao aumento gradual das atividades.
9- PRINCIPAIS EXAMES CARDIOLÓGICOS 
1- Eletrocardiograma
É um registro gráfico da atividade elétrica do coração, em 12 derivações. É indicado para diagnóstico de disritmias, anormalidades de condução, compartimentos cardíacos dilatados, IAM. 
2- Ecocardiograma
Registro de vibrações sonoras de alta freqüência, enviadas para dentro do coração através da parede torácica. Pode ser do tipo bidimensional e M. As finalidades deste exame são: demonstração de deformidades valvulares, derrame pericárdico, Cardiomegalia, tumor cardíaco (através do espessamento assimétrico do septo interventricular). 
3- Angiografia
É a inserção de contraste (iodo) dentro do sistema vacular, a fim de delinear o coração e os vasos sanguíneos). Pode ser do tipo seletiva, aortoplastia, arteriografia coronariana e arteriografia periférica. O paciente deverá estar em jejum de 6 a 8 horas. Após o procedimento, os SSVV são monitorizados, o membro puncionado deve ser comprimido com curativo compressivo e manter-se imóvel por 12 horas. A equipe deverá estar atenta para a hemorragia e boa perfusão do local.
4- Cateterismo cardíaco
Inserção de um cateter em vasos sanguíneos no lado direito ou esquerdo do coração. As finalidades são medir a PaO2, saturação de oxigênio, pressão e tensão nas câmaras, determinar débito cardíaco e fluxo sanguíneo pulmonar. 
Para a visualização das câmaras é injetado contraste (iodo). O local de punção dependerá do lado a ser visualizado. Para estudo do lado direito do coração, no qual serão visualizados o átrio direito, ventrículo direito e pulmões, a punção deverá ser feita na veia antecubital ou femural e esquerdo. Já no caso do lado esquerdo, a punção deverá ser retrógrada, através da punção da artéria femural, percorrendo a artéria aorta e chegando ao ventrículo esquerdo ou então puncionando a artéria braquial esquerda. 
As complicações deste procedimento podem ser as arritmias (fibrilação), vasoespasmo, tamponamento pericárdico, IAM, EAP, alergia ao contraste, perfuração de vasos e embolização. 
Os cuidados de enfermagem consistem em:
Orientar o cliente para jejum de 8 até 12 horas antes do exame;
Verificar SSVV a cada 15 minutos na 1ª hora após o exame e depois a cada 2 horas;
Curativo do tipo compressivo após pocedimento; 
Orientar o paciente que mantenha o membro imobilizado pelo menos por 4 a 6 horas para evitar complicações como hemorragia e tromboembolismo;
Inspecionar a presença de hematoma, hemorragia, dor torácica;
CAPÍTULO III
PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO
1- ANEMIA
1.1- Conceito
É um distúrbio resultante da redução da quantidade normal das células vermelhas do sangue (hemácias) e da concentração de hemoglobina. 
A anemia é comum nas pessoas idosas, sendo considerada parte de processo patológico, e não do resultado do envelhecimento, podendo apresentar efeitos graves na função cardiopulmonar, quando não tratada corretamente.
1.2- Fisiopatologia
Os eritrócitos (hemácias, glóbulos vermelhos) contêm hemoglobina, a qual permite que eles transportem oxigênio dos pulmões e o liberem a todas as partes do corpo. Como a anemia reduz o número de eritrócitos ou a quantidade de hemoglobina presente nessas células, o sangue não consegue transportar uma quantidade adequadade oxigênio.
Do ponto de vista fisiológico, há anemia quando existe:
Produção diminuída ou ineficaz de hemácias ou hemoglobina, por insuficiência da medula óssea, acarretando prejuízo da oferta de oxigênio aos tecidos; 
Diminuição ou destruição prematura das hemácias (hemólise); 
Perda aumentada de sangue (hemorragias); 
Déficit de ferro e outros nutrientes; 
Fatores hereditários;
Doenças crônicas (artrite reumatóide, abscessos pulmonares, osteomielite, tuberculose e câncer).
Causas da anemia
	Sangramento Excessivo
	Diminuição da Produção de Eritrócitos
	Aumento da Destruição dos Eritrócitos
	Súbito: 
•Acidentes
•Cirurgia
•Parto
•Ruptura de vasos sangüíneos;
Crônico: 
•Epistaxe (sangramento nasal)
•Hemorróidas
•Úlceras gástricas ou do intestino delgado
•Câncer ou pólipos no trato gastrointestinal
•Tumores de rim ou de bexiga
•Sangramento menstrual intenso
	Deficiência de ferro Deficiência de vitamina B12 Deficiência de ácido fólico Deficiência de vitamina C Doença crônica
	Baço aumentado de volume Lesão mecânica dos eritrócitos Reações auto-imunes contra os eritrócitos Hemoglobinúria noturna paroxística Esferocitose hereditária Eliptocitose hereditária Deficiência de G6PD Doença das células falciformes Doença da hemoglobina C Doença da hemoglobina S-C Doença da hemoglobina E Talassemia
1.3- Tipos
Existem anemias causadas por deficiências na produção das hemácias (anemias hipoproliferativas) e as decorrentes da destruição dessas (anemias hemolíticas). Dentre estas, podemos destacar a aplásica, a ferropriva e a falciforme.
· Anemia aplásica: 
Pode resultar de certas infecções ou ser causada por drogas, substâncias químicas ou radiação. As manifestações clínicas incluem: fraqueza, palidez, falta de ar e sangramento, que é o sintoma inicial em cerca de 1/3 das pessoas.
· Anemia ferropriva:
É uma condição na qual o conteúdo de ferro orgânico encontra-se inferior ao nível normal, pois o ferro é necessário para a síntese de hemoglobina, sendo o tipo mais comum de anemia em todos os grupos etários. A causa habitual é o sangramento excessivo decorrente de úlceras, gastrites ou menstrual, como também a má absorção de ferro.
As pessoas com deficiência de ferro podem apresentar: língua lisa e dolorida e unhas delgadas e côncavas. Pode ainda ocorrer a perversão do apetite – denominada pica - que leva a pessoa a ingerir substâncias incomuns, como argila, terra, talco ou gelo. 
A orientação preventiva é importante, porque a anemia ferropriva é muito comum nas mulheres em idade fértil e que estão grávidas. 
Os alimentos ricos em ferro incluem: vegetais folhosos, passas, melado e carnes que, ingeridos juntamente com a vitamina C, aumentam a absorção de ferro. 
As manifestações clínicas são: fadiga, irritabilidade, dormência, formigamento das extremidades e língua saburrosa. 
O tratamento inclui o aconselhamento nutricional e a administração de ferro oral ou intramuscular.
· Anemia falciforme:
É uma anemia hemolítica grave, resultante de um defeito na molécula de hemoglobina que assume uma forma de foice. A doença é incapacitante e é mais comum em pessoas de raça negra. 
Os sinais e sintomas incluem: icterícia, observada principalmente na esclerótica, alargamento dos ossos faciais e cranianos, taquicardia, sopros cardíacos e, com freqüência, cardiomegalia (aumento do coração). 
Os idosos podem apresentar arritmias e insuficiência cardíaca. Uma característica importante dessa patologia é a dor de forte intensidade, principalmente nas articulações.
Em geral, os pacientes com anemia falciforme são diagnosticados na infância, pois já são anêmicos e começam a ter crises de dores intensas com 1 ou 2 anos. 
Não existe tratamento específico para tal anemia. Os fundamentos da terapia da crise falciforme são a hidratação
e a analgesia.
1.4- Diagnóstico
Baseia-se a história clínica do paciente e na realização de exames hematológicos como incluem pesquisa de hemoglobina e hematócrito, estudos dos leucócitos, nível sérico de ferro, vitamina B12, tempo de sangramento e de
coagulação. 
O tipo e a causa da anemia podem ser determinados por exames hematológicos, além de estudos diagnósticos, como a aspiração e a biópsia da medula óssea, para determinar a presença de doença aguda ou crônica e a origem de qualquer hemorragia também crônica. 
1.5- Tratamento
Volta-se para as causas da anemia e reposição da perda sangüínea.
1.6- Cuidados de enfermagem
As ações de enfermagem incluem:
Encorajar a deambulação e a participação nas atividades da vida diária, conforme tolerado, enfatizando os riscos da imobilidade (má circulação sangüínea);
Avaliar queixas de fadiga, fraqueza, desmaios, tonteiras ou marcha instável, aconselhando- a evitar movimentos súbitos;
Incentivar períodos adequados de repouso;
Orientar a redução de atividades e estímulos que causem taquicardia e aumento do débito cardíaco;
Monitorizar os sinais vitais;
Elevar a cabeceira do leito em caso de dispnéia;
Administrar oxigenoterapia quando necessário;
Observar e relatar sinais e sintomas de retenção hídrica (edema periférico, distensão das veias do pescoço, cansaço aos esforços e queda da pressão arterial);
Evitar alimentos formadores de gases (a distensão abdominal pode aumentar a dispnéia);
Oferecer alimentos ricos em proteínas, calorias, vitaminas e sais minerais, conforme orientação nutricional, além de refeições fracionadas para ajudá-la a enfrentar os problemas de fadiga e anorexia.
2- LEUCEMIA
2.1- Conceito
É uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Mas, existe influência genética, viral e por exposição à radiação ou a substâncias químicas.
2.2- Fisiopatologia
A principal característica da leucemia é o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sangüíneas, ocupa a cavidade dos ossos (principalmente esterno e bacia). Nela são encontradas as células mães ou precursoras, que originam os elementos figurados do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. 
Com freqüência, as leucemias são classificadas em linfocíticas e mielocíticas e em agudas ou crônicas. 
O tipo de leucemia mais freqüente na criança é a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica). A leucemia mielóide aguda é mais comum no adulto. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica (menos e mais diferenciada), promielocítica, mielomonocítica, monocítica, eritrocítica e megacariocítica.
2.3- Manifestações clínicas
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e das plaquetas (causando hemorragias).
As manifestações clínicas incluem: 
Petéquias (pequenas manchas hemorrágicas); 
Equimoses (manchas azuladas decorrentes de extravasamento de sangue para a pele); 
Epistaxe (sangramento nasal);
Sangramento gengival;
Hemorragias na retina ou em qualquer orifício corporal; 
Palidez e fadiga;
Dispnéia;
Febre, infecção;
Esplenomegalia (aumento do baço) e hepatomegalia (aumento do fígado); 
Dor óssea e nas articulações; 
Efeitos neurológicos secundários à infiltração no sistema nervoso central, tais como: desorientação, sonolência, torpor.
Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo com isso que o tratamento seja iniciado logo após o diagnóstico e a classificação da leucemia.
2.4- Diagnóstico:
Os principais exames diagnósticos são:
Mielograma: É um exame de grande importância para o diagnóstico (análise das células) e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se, morfologicamente, essas células leucêmicas foram erradicadas da medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiraçãosão a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas. 
Punção lombar: A medula espinhal é parte do sistema nervoso, que tem a forma de cordão, e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame citológico e também para injeção de quimioterapia com a finalidade de impedir o aparecimento (profilaxia) de células leucêmicas no SNC ou para destruí-las quando existir doença (meningite leucêmica) nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, é indicado em crianças que não cooperam com o exame.
2.5- Tratamento 
Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir células normais. 
O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimioterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea. 
O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades. 
Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento. 
2.6- Cuidados de enfermagem 
· A assistência de enfermagem volta-se para:
· Monitorização da temperatura;
· Iniciar antibioticoterapia prescrita;
· Proporcionar alívio da dor, conforme necessário e prescrito;
· Assegurar nutrição e hidratação adequadas.
· Manter o conforto do cliente;
· Manter a integridade da pele e das membranas mucosas;
· Esclarecer a família quanto aos sinais e sintomas de infecção
· Proporcionar informações sobre os tratamentos prolongados;
3. HEMOFILIA
3.1- Conceito
Distúrbio do mecanismo de coagulação do sangue, que pode resultar em incontroláveis hemorragias. Trata-se de uma deficiência genético-hereditária, quase exclusiva do sexo masculino. A ocorrência é de um caso em cada 10 mil habitantes.
3.2- Fisiopatologia
Existem 14 tipos de fatores de coagulação que são proteínas existentes no sangue, que atuam juntas para impedir extravasamento do sangue.
Existem dois tipos de hemofilia: A e B. 
A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX. 
O gene que causa a hemofilia é transmitido pelo par de cromossomos sexuais XX. Em geral, as mulheres não desenvolvem a doença, mas são portadoras do defeito. O filho do sexo masculino é que pode manifestar a enfermidade. 
3.3- Manifestações clínicas 
Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. 
Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimentos e as articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo.
Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair. 
3.4- Diagnóstico
Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sangüínea. 
3.5- Tratamento
O tratamento consiste na reposição do fator anti-hemofílico. Paciente com hemofilia A recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia B, a molécula do fator IX. 
Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação que é fornecida pelo Ministério da Saúde. 
Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as seqüelas que deixarão os sangramentos. Por isso, o paciente deve ter em casa a dose de urgência do fator anti-hemofílico específico para seu caso e ser treinado para aplicá-la em si mesmo tão logo apareçam os primeiros sintomas. 
Deve também fazer também aplicações de gelo, no mínimo, três vezes por dia, por 15 ou 20 minutos, até que a hemorragia estanque. 
Vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser encaminhado para fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover estabilidade articular. 
3.6- Cuidados de enfermagem
As ações de enfermagem incluem:
Orientar quanto à não-ingestão de aspirina e administração de injeções intramusculares;
Cuidar durante a higiene dentária para que não haja sangramento;
Administrar analgésicos para aliviar a dor causada pelas hemorragias das articulações;
Prevenir ou minimizar a dor causada por atividade física, incentivando o cliente a movimentar-se lentamente e a evitar trauma nas articulações;
Monitorizar sinais vitais;
Orientar quanto ao risco de hemorragias e as precauções necessárias a serem tomadas;
Esclarecer quanto à necessidade de modificar o ambiente domiciliar para prevenir o traumatismo físico.
CAPÍTULO IV
PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL
1- ESOFAGITE
1.1- Conceito
A esofagite é a inflamação da mucosa esofágica decorrente do refluxo de suco gástrico do estômago para a porção distal do esôfago. A mucosa do esôfago, por ser mais sensível, não é adequada para receber conteúdo extremamente ácido como o suco gástrico. O refluxo ocorre na dependência de diversos fatores, desde alimentares até anatômicos, sendo o principal a falha do esfíncter esofagiano inferior (cárdia). 
1.2- Fisiopatologia
Quando nos alimentamos, logo após a deglutição, ocorre uma onda peristáltica esofágica que impulsiona o bolo alimentar em direção ao estômago. O esfíncter esofagiano inferior se relaxa com a chegada desta onda peristáltica permitindo que o alimento passe para o estômago, mas logo após isso, ele se fecha novamente, impedindo que haja refluxo de conteúdo gástrico para o esôfago. O esfíncter acaba funcionando como uma válvula, permitindo a passagem de conteúdo em uma só direção. Quando esse esfíncter não fecha completamente, há o retorno do suco gástrico para o esôfago, causando assim a inflamação.
1.3- Manifestações clínicas
Os sintomas da esofagite dependerão do grau de inflamação, sendo os principais a pirose (sensação de queimação na região retro – esternal), dor torácica, regurgitação de ácido ou alimento até o esôfago superior e até na boca, halitose (aumento da salivação para compensar o aumento de suco gástrico nesta região), disfagia (dificuldade de deglutir) e até hemorragia. 
Dentre as complicações, temos o estreitamento do esôfago, problemas respiratórios (pneumonia, tosse, asma), laringite, gengivite e problemas dentários.
1.4- Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica do paciente (sinais e sintomas apresentados acima) e exames como a Endoscopia Digestiva e até biópsiado esôfago. 
A endoscopia digestiva é a avaliação da porção alta do tubo digestivo através da inserção de um aparelho chamado de endoscópio, no qual há uma câmera que registra as imagens do esôfago. Durante a endoscopia digestiva, pode-se retirar uma parte do órgão estudado (biópsia) para análise histopatológica.
1.5- Tratamento
O tratamento baseia-se em dieta, medidas comportamentais e medicamentos.
A dieta consiste em restrição na ingestão de alimentos que promovem relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (como café, álcool, gorduras, chocolate, entre outros), evitar refeições copiosas (volumosas) seguidas de muito líquido. 
O paciente deve evitar esforço físico ou deitar-se após alimentação. Devendo deitar-se com o tronco mais elevado. Evitar o tabagismo. 
A terapia medicamentosa baseia-se em:
Antiácidos: Neutraliza o ácido produzido pelo estômago;
Inibidores da secreção de ácido (bloqueadores da histamina): Cimetidina, ranitidina;
Inibidores da bomba de prótons: Omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol e rabeprazol;
Procinéticos: Têm a finalidade de aumentar a pressão do Esfíncter esofagiano inferior e a velocidade de esvaziamento gástrico. Os mais utilizados são a bromoprida, metoclopramida, domperidona, e cisaprida.
1.6- Cuidados de enfermagem
A educação do paciente é de fundamental importância para o sucesso do tratamento. O profissional de enfermagem atua principalmente na orientação quanto à dieta, mudanças nos hábitos e administração de medicamentos.
2- MEGAESÔFAGO OU ACALASIA
2.1- Conceito
É a peristalse ausente ou ineficaz da parte distal do esôfago, acompanhada pela falta de relaxamento do esfíncter esofágico em resposta à deglutição. 
2.2- Fisiopatologia
O estreitamento do esôfago acima do estômago resulta em uma dilatação gradual e crescente do esôfago. A acalasia ocorre mais frequentemente a partir dos 40 anos de idade.
2.3- Manifestações clínicas
Disfagia: Dificuldade de deglutir alimentos sólidos e líquidos;
Distensão do esôfago;
Regurgitação do alimento;
Dor torácica;
Pirose.
2.4- Diagnóstico
História clínica do paciente;
Endoscopia digestiva;
Manometria: Mensuração da pressão esofágica;
2.5- Tratamento
Medicamentos: bloqueadores de cálcio, nitratos. Estes medicamentos visam a diminuição da pressão esofágica e melhora da deglutição;
Dilatação pneumática;
Cirurgia: Na esofagomiotomia, há a separação das fibras esofágicas para alívio da estenose; 
Dieta: Orientar o paciente a ingerir alimentos lentamente e a beber líquidos às refeições.
3- GASTRITE
3.1- Conceito
É a inflamação da mucosa gástrica ou estomacal. O surgimento da gastrite ocorre de forma súbita, podendo ser de curta duração (aguda), tornar-se crônica ou ainda evoluir para uma úlcera.
Na gastrite aguda, a inflamação varia em torno de três dias, tendo como causas o estresse, erro alimentar (alimentos condimentados, frituras, gorduras e frutas ácidas), fumo, drogas, álcool e medicamentos (antiinflamatório, aspirina). 
Na gastrite crônica, a inflamação ocorre de forma lenta, causada principalmente pela presença de uma bactéria Helicobacter pylori, além desta bactéria é importante citar outras causas como a uremia crônica, úlceras e cirrose hepática.
3.2- Fisiopatologia
A membrana da mucosa gástrica torna-se edematosa e hiperemiada (vermelhada), sofrendo uma erosão superficial. Secretando pequena quantidade de suco gástrico.
3.3- Manifestações clínicas 
Os principais sintomas são:
Anorexia;
Pirose;
Náuseas;
Vômitos matinais;
Eructação (a eliminação de gases por via oral);
Desconforto abdominal;
Cefaléia;
Mucosa gástrica hiperemiada.
3.4- Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se na história clínica do paciente (sinais e sintomas apresentados acima), endoscopia digestiva, biópsia do esôfago e radiografia contrastada.
3.5- Tratamento
O tratamento consiste em:
Antiácidos: Atuam na acidez gástrica;
Inibidores da secreção de ácido (bloqueadores da histamina): Cimetidina, ranitidina;
Correção de hábitos alimentares;
Redução do estresse;
Uso de antibióticos (gastrite causada por H. pylori);
Restrinção do uso de álcool e fumo;
Dieta.
3.6- Cuidados de enfermagem
Orientação do paciente quanto à dieta, uso correto das medicações, medidas para redução do estresse;
Verificar e observar aceitação alimentar;
Observar e anotar queixas;
Promover ambiente calmo e repousante;
Observar sinais e sintomas de complicações: hematêmese, melena, (rigidez abdominal).
4 - ÚLCERA PÉPTICA
4.1- Conceito
É uma lesão do tipo escavação (cavidade) formada na mucosa do estômago, piloro ou duodeno. Dependendo da localização, a úlcera pode ser do tipo gástrica, duodenal ou esofagiana.
4.2- Fisiopatologia
A úlcera é causada por uma erosão em decorrência do aumento da produção de ácido e diminuição da resistência normal da mucosa. Uma mucosa lesada não pode secretar muco suficiente para agir como barreira contra o ácido hidroclorídrico. 
Tanto as úlceras duodenais quanto as gástricas resultam da interação de fatores genéticos, ambientais (fumo, álcool, café, ácido acetilsalicílico, da presença da bactéria Helicobacter pylori) e de fatores emocionais (estresse, emoções, ansiedade, manifestações da vida afetiva).
4.3- Manifestações clínicas
Epigastralgia: Dor na região do epigástrio;
Náuseas;
Vômitos;
Pirose;
Eructação;
Anorexia;
Hematêmese: Sangramento pela via oral;
Melena: Sangramento nas fezes;
Dor abdominal em forma de crises, sendo em queimação e corrosiva.
4.4- Diagnóstico
História clínica do paciente;
Endoscopia digestiva;
Raios-X;
Biópsia;
Exame de sangue oculto nas fezes.
4.5- Tratamento
Repouso;
Medidas para diminuir o estresse;
Orientação nutricional;
Medicamentos: Antiácidos, bloqueadores da histamina;
Uso de antibióticos: Para combater a bactéria H. pylori;
Restrição do uso de álcool e fumo;
Cirurgia: Nos casos de úlcera intratável.
4.6- Cuidados de enfermagem
A equipe de enfermagem deverá orientar o cliente quanto a:
Alimentação (horários regulares, 4 refeições por dia, evitar frituras, condimentos, refrigerante, café, chá);
Evitar bebida alcoólica e tabagismo;
Seguir a prescrição médica;
A equipe deve estar atenta a:
Presença de sangue nas fezes e nos vômitos;
Eliminação intestinal (cor, odor, volume, coloração e aspecto), observando e registrando;
Aceitação de dieta (observar e registrar);
Evolução de sinais e sintomas (observar e registrar); 
Promoção de um ambiente calmo;
Sinais de complicações (hemorragia, piora brusca da dor).
5- HEPATITE
5.1 - Fisiopatologia
A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Em alguns casos, são doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas.
As hepatites virais são inflamações causadas por vírus que são classificados por letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil, mais de 70% (23.070) dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido da Hepatite B (21,8%) e A (1,7%). O país registrou 40.198 casos novos de hepatites virais em 2017.  
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existe, ainda, o vírus D, mais frequente na Região Norte do Brasil e que para causar infecção precisa da presença do vírus tipo B (HBV). Muitas pessoas são portadoras do vírus B ou C e não sabem.
5.2 - Sinais e sintomas:
As hepatites são doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes podem ser:
· Cansaço
· Febre
· Mal-estar
· Tontura
· Enjoo
· Vômitos
· Dor abdominal
· Pele e olhos amarelados
· Urina escura
· Fezes claras
5.3 - Diagnóstico: O diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar a evolução da doença para cirrose ou câncer de fígado. Por isso, é tão importante fazer os exames. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos que dão o resultado em uma hora. Também existem exames feitos em laboratório.
Testes Rápidos - Os testes rápidos para os tipos B e C estão disponíveisnos serviços públicos de saúde para todas as pessoas. Se você tiver mais de 40 anos, é muito importante fazer o teste de hepatite C. Você pode ter sido exposto a esse vírus na juventude. Em 2017, foram distribuídos 12 milhões de testes rápidos de hepatite B e C em todo o país.
Pré-natal – O exame de hepatite B também faz parte do rol de exames do pré-natal. A gestante deve ser diagnosticada e será tratada, se houver indicação, ainda durante a gravidez.
5.4 - Prevenção:
Vacina – A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B, entretanto quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D, e está disponível gratuitamente no SUS. Para os demais tipos de vírus não há vacina e o tratamento é indicado pelo médico.
5.5 - Transmissão:
· Contágio fecal-oral: condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos (hepatite A e E);
· Transmissão por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D). Ambientes médicos, laboratoriais, hospitalares e odontológicos, devem atender as normas de uso de materiais descartáveis, esterilizações de materiais e equipamentos para o controle de transmissão de infecções, dentre as quais se encontram as hepatites virais.
· Transmissão vertical: pode ocorrer durante a gravidez e o parto (hepatite B, C e Delta) A amamentação não está contraindicada caso sejam realizadas ações de prevenção tais como a profilaxia para o recém-nascido: 1º dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida e completar o esquema com as demais doses para prevenção da hepatite B e D. Com relação à hepatite C, não existem evidências de que a transmissão possa ser evitada com a contraindicação à amamentação (PCDT Transmissão vertical do HIV, Sífilis e Hepatite B e C, 2018). Transmissão sexual: relação sexual desprotegida (hepatite A, B, C e Delta);
· A transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é atualmente considerada rara. Isso se dá pelo fato de atualmente haver um maior controle, com a melhoria das tecnologias de triagem de doadores e sistemas de controle de qualidade mais eficientes.
5.6 - Tratamento:
A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para cirrose e câncer.
A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites virais devem ser acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar.
6- COLELITÍASE
6.1- Conceito
É uma patologia na qual são formados cálculos na vesícula biliar, chamados de cálculos biliares. Os cálculos biliares são acúmulos de cristais que se depositam no interior da vesícula biliar (colelitíase) ou nas vias biliares (coledocolitíase). São mais comuns em mulheres e pessoas com mais de 40 anos de idade.
6.2- Fisiopatologia
A colelitíase acomete cerca de 10% a 20% da população em geral, porém nas mulheres é mais freqüente, especialmente em obesas e multíparas (cerca de 20%); nos homens, a incidência é de 5%. A incidência aumenta com a idade em conseqüência da secreção hepática aumentada de colesterol e da síntese diminuída de sais biliares. Para se ter uma idéia, uma em cada três pessoas com 75 anos de idade desenvolve cálculos biliares. 
Os fatores de risco são a idade avançada, obesidade, diabetes, dieta ocidental, predisposição genética e o uso de contraceptivos orais, estrogênios e clofibrato que aumentam a saturação do colesterol biliar.
Muito mais freqüentemente, os cálculos biliares deixam a vesícula biliar e alojam-se nas vias biliares. Eles podem circular por esses condutos e atingir o intestino delgado sem qualquer incidente ou podem permanecer nos condutos sem obstruir o fluxo biliar ou causar sintomas que podem ser agudos ou crônicos. 
6.3- Manifestações clínicas
As principais manifestações clínicas são:
Dor e cólica biliar: Com a obstrução do duto cístico, a vesícula biliar torna-se distendida e infectada. O paciente poderá apresentar febre e exibir uma massa palpável no abdome. A cólica biliar é caracterizada por uma dor intensa no quadrante superior direito do abdome, irradiando-se para as costas ou para o ombro direito. A dor também pode ser de natureza constante e não em cólica. O surto da cólica biliar advém da contração da vesícula biliar a fim de liberar a bile. Com a distensão da vesícula, seu fundo entra em contato com a parede abdominal e produz desconforto acentuado neste local; 
Sintomas gastrointestinais: O paciente pode apresentar desconforto epigástrico, náuseas e vômitos decorrentes da ingestão de alimentos ricos em gordura;
Distensão abdominal;
Icterícia: A bile não mais transportada para o duodeno é absorvida pelo sangue, dando à pele e mucosas uma coloração amarelada.
Alterações na coloração da urina e das fezes: A excreção do pigmento biliar pelos rins dá uma cor escura à urina e as fezes ficam acizentadas pela não excreção da bile para o intestino;
Deficiência de vitamina: A obstrução do fluxo biliar interfere na absorção das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Se a obstrução é prolongada, o paciente pode exibir deficiências como os sangramentos por deficiência de vitamina K;
6.4- Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir da realização de exames como radiografia abdominal, ultra-sonografia ou ecografia do abdome (melhor método por detectar os cálculos biliares com exatidão de 95%), imageamento com radionuclídeo ou colecintigrafia (um agente radioativo é administrado por via endovenosa, usado no diagnóstico de colecistite aguda), colecistografia (usada quando não é possível utilizar o ultra-som, este exame consiste na administração no paciente de um agente de contraste contendo iodo, excretado pelo fígado e concentrado na vesícula biliar. Quando os cálculos biliares estão presentes, eles aparecem como sombras nas radiografias), colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (visualização direta do sistema hepatobiliar pela inserção de uma fibra óptica flexível dentro do esôfago até o duodeno descendente) e colangiografia transepática percutânea (injeção de corante diretamente dentro da árvore biliar, é útil para a diferenciação da causa da icterícia).
6.5- Tratamento
O tratamento médico consiste na redução da incidência de episódios agudos de dor na vesícula biliar e de colecistite através do controle da dieta (limitada aos líquidos hipolipídicos como frutas cozidas, arroz, carnes magras, vegetais que não produzam gases entre outros), terapia farmacológica, procedimentos endoscópicos ou intervenção cirúrgica. 
O tratamento cirúrgico é mais eficaz na medida em que não há riscos dos cálculos de formarem novamente. Antes da cirurgia, são realizados radiografia de tórax, eletrocardiograma e provas de função hepática. Temos a colecistectomia laparoscópica, coledocotomia (incisão no canal colédoco), coledocostomia (incisão dentro do duto comum para a retirada dos cálculos), colecistostomia cirúrgica (é indicado quando a reação inflamatória é grave e a vesícula biliar é aberta cirurgicamente e um tubo de drenagem é fixado com uma sutura em bolsa de tabaco). 
6.6- Cuidados de enfermagem
· Repouso;
· Administração de analgésicos;
· Dieta pobre em gorduras;
· Verificação dos sinais vitais;
· Orientação do paciente e da família sobre a doença e o seu tratamento.
7- PANCREATITE
7.1- Conceito
Doença inflamatória do pâncreas, sendo um distúrbio grave, podendo variar desde um quadro brando até uma doença fatal. Pode ser aguda (forma súbita) ou crônica (forma contínua).
A pancreatite aguda é definida como um processo inflamatório agudo do pâncreas. As causas são pedras da vesícula (colelitíase) que se deslocam e impedem o escoamento de substâncias produzidas pelo pâncreas; ingestão abusiva de álcool

Outros materiais