Estupro Levantamento de dados

Universidade de Ribeirão Preto UNAERP Direito CARLA CRISTINA OLIVEIRA RUELA ESTUPRO : Levantamento de da dos Ribeirão Preto 2018 Carla Cristina Oliveira Ruela ESTUPRO : Levantamento de da dos Trabalho de Gestão do Conhecimento , para complementação de nota, para UNAERP \u2013 Universidade de Ribeir ão Preto, solicitado pela Mestre Juliana Helena Carlucci. Ribeirão Preto 2018 SUMÁRIO 1 . Introdução 2. Desenvolvimento 3. Conclusão 5 1. INTRODUÇÃO A Constituição Federal define que o estupro é o ato de \u201c con stranger alg uém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso\u201d (CP, art. 213, caput ). Para melhor compreensão do texto de lei pode-se dividir 4 elementos que, juntos completam a prática. O primeiro deles é o constrangimento, send o ele causado através da violência física ou por meio de am eaça. A ação delituosa pode ser praticada contra qualquer pessoa, tanto do sexo masculino, como do feminino. Há a conjunção carnal, ou/e a coação da vítima, mesmo que psicologicamente, para que esta permita que com ela se pratique ato libidinoso. A lei 8.072 san cionada pelo ex . presidente Collor inclui o estupro consumado ou tentado nos crimes hediondos. Já a pedofilia é uma doença psiquiátrica reconhecida pela Org anização Mundial de Saúde (OMS). Em 2014 foi incluída no rol dos crimes hediondos pela lei 12.978, sancionada pela ex. pr esidenta Dilma Rousseff. Infelizmente o assunto tem sido tratado pela mídia de forma equivocada, fazendo uma análise rasa e exprimindo muitas vezes um sentimento de vingança e ódio; que alé m de não resolver a problemática, induz a massa social a erro e a desinforma. 2. DESENVOLVIMENTO Alguns estudos vêm apontando tipos de vítimas que são preferência dos estupradores. No entanto são poucas as pesquisas que investigam a di ferença de estupradores seriais (mais de 3 vítimas ao longo da vida) e dos não seriais (menos de 3 anos ao longo da vida). Os seriais tendem a escolher suas vítimas sempre pela mesma idade, ou seja, os agressores sexuais infantis tendem a sem pre escolher crianças para praticar o crime; os agressores de mulheres adultas optam por uma faixa etárias específica dentre essas mulheres e assim por diante. Os agressores sexuais de vítimas não familiares e de crianças do s exo masculino, são os que apresentam maior taxa de reincidência. Em contraposto os agressores de mulheres tendem a não reincidir ao crime (BALTIERI , 2006). 6 Na maioria das vezes o agressor é íntimo, conhecido ou até co mpartilha a mesma casa com a vítima. Segundo estudo, 70% dos casos são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima. Desse total 24,1% dos agressores são os próprios pais ou padrastos e 32,2% são amigos ou conhecidos da vítima (IPEA, 2014). Apenas 13,7% dos estupradores não tem uma relação próx ima da vítima. É extremamente preocupante que a violência ocorra nessa proporção e dentro dos próprios lares; pessoas que deveriam cuidar pela segurança dessas crianças e jovens são as que paulatinamente as agridem e ameaçam. Uma pesquisa realizada em 2011, baseada nos dados do Siste ma de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), constatou que 70% das vítimas são crianças e adolescentes. Essa consulta aponta que o pr ocesso de formação da autoestima, que se dá exatamen te nessa fase se torna totalmente comprometido, as consequências psicológicas desses garotos e garotas são devastadoras. Segundo as pesquisas mais recentes, o país notifica 1 caso de estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública, 2014). Segundo esse mesmo estudo apenas 30% a 35% dos casos são registrados, sendo assim é possív el que a relação seja de um estupro a cada minuto. A população quando consultada deix a claro sua característica conservadora e patriarcal sempre culpando as mulheres pelo crime. Em uma pesquisa realizada no ano de 2014, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) 26% dos entrevistados concordam total ou parcialmente que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Enquanto que 58,5% conc ordam total ou parcialmente que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros. Tais dados são absurdos e refletem a quão errada é a visão popular sobre o estupro. Somando as porcentagens 84,5% dos entrevistados respo nsabilizam de alguma forma as mulheres pela violência aplicada a elas. Com nenhu m outro tipo de vítima isso acontece. Quando se é assaltado na rua, a ví tima não é culpada por estar com uma bolsa, por exemplo. Quando alguém é rendido e tomam seu car ro, a sociedade não o culpa por ter saído com o veículo. É controversa essa ideia d e responsabilizar 7 sempre a mulher pela violência incidida sobre ela mesma. Esta mesma p esquisa estima que no mínimo 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil. 3. CONCLUSÃO Em vista disso é extremamente urgente que o Estado busque soluç ões para minimizar os impactos já causados, tanto na recuperação das v ítimas quanto na ressocialização dos estupradores. Além disso buscar meios para evitar que essa prática ocorra. Por isso a educação sexual nas escolas se faz cada vez mais necessária, visando não somente a prevenção de gravidez e doenças sexualmente transmissíveis, mas também delinear noções de consentimento e v iolação sexual. É importante destacar que grande parcela dos casos de estupro ocorre dentro de casa, por amigos, conhecidos e até familiares. O \u201cestupro marital\u201d é aquele onde em u ma relação conjugal o marido coage a mulher a realizar o ato sexual, is so acontece porque a mulher é vista como propriedade e o sexo como uma obrigação. Este tipo especial de estupro foi reconhecido pela ONU, em 1993 como violação dos direitos humanos e no Brasil, essa violência está incluída na Lei Maria da Penha. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALTIERI, Danilo Antônio. Consumo de álcool e outras drogas e impulsividade sexual entre agressores sexuais . 2005. Tese (Doutorado em Psiquiatria) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Pa ulo, 2006. doi:10.11606/T.5.2006.tde-22032006-221450. Acesso em: 2018- 06 - 07 . CERQUEIRA, D . et al . Estupro no Brasil: vítimas, autores, fatores situacionais e evolução das notificações no sistema de saúde entre 2011 e 2014 . Disponív el em: http://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/artigo/20/estupro- no -brasil-vitimas-autores- fatores-situacionais-e-evolucao- das -notificacoes- no -sistema- de -saude-entre-2011-e - 2014 . Acesso em 10 jun. 20 18. 8 FREITAS, Júnior. Estupro marital : uma breve análise da legislação ao redor do mundo. Disponível em: http://www.lumosjuridico.com.br/2017/10/30/estupro -marital- uma-breve-analise- da -legislacao- ao -redor- do -mundo/. Acesso em 10 jun. 2018. SPIZZIRRI, Giancarlo . Pedofilia - considerações atuais . Disponível em : http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2010/v15n1/RDTv15n1a1148.pdf . Acesso em 10 jun. 2018. CERQUEIRA, D . et al . Estupro no Brasil: vítimas, autores, fatores situacionais e evolução das notificações no sistema de saúde entre 2011 e 2014 . Disponív el em: http://revista.forumseguranca.org.br/index.php/rbsp/article/v iewF ile/779/249. Aceso em : 10 jun. 2018.

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