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1 : c M -MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO MARÇO/ABRIL 81 - N?3 - Cr$30,00 ENCONTRO ESTADUAL DA RAÇA NEGRA VAI-VAI - A GRANDE CAMPEÃ DA CAPITAL LSN - VAMOS TODOS DEFENDER O LULA! A multidão que circulava pelo Convívio na tarde de ontem viu quando o policial militar Aparecido Ferreira da Silva esbarrou em James Cláudio, que estava distraído no meio da calçada. O PM, ao invés de pedir desculpas, resolveu abusar da "autori- dade". Insistia para que James se descul- passe. O moço, é claro não quis saber de conversa. Por causa disso, levou socos, pontapés e foi lançado no meio do espinhal do jardim por um grupo de PMs enfurecidos. Depois, diante de uma multidão estarrecida e com receio de intervir, o rapaz foi levado pelo camburão 0871 até a delegacia onde um boletim de ocorrência (acreditem !) registrava: "Enbriaguês" Fotos e textos extraído do jornal Diário do Povo de Campinas 04/12/80. 21/03 - DIA INTERNACIONAL CONTRA O RACISMO r^ír Vé ÓRGÃO DE INFORMAÇÃO E DIVULGAÇÃO DO: MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO EDIÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA COMISSÃO ESTADUAL DA IMPRENSA E DA COORDENADORIA ESTADUAL DO MNU -SP. ENDEREÇOS - M. N. U. CAPITAL: RUA ALMIRANTE MARQUES LEÃO, 518 BELA VISTA - CEP 01330 EDITORIAL Na Inglaterra, onde a população não branca é menos de 5%, os negros aparecem nos veículos de comunicação, de modo particular na televisão, mais que no Brasil, com 70% de população negra. Eis porque a importância da existência de uma imprensa negra capaz de desmascarar o pouco caso com que são tratados os negros pela sociedade, pelos meios de comunicação de massa e pela imprensa branca e burguesa em geral. É com esse panorama que nos defrontamos diariamente, vendo e ouvindo, a verdade que eles querem que acreditamos, com os valores e as coisas que querem que vivamos. Não existem segundo eles, negros no Brasil, para que se dê importância a sua existência. Por outro lado estes mesmos veículos servem para estereotipar, para esculachar o povo negro, disseminando os preconceitos que eles mesmos criaram. O mesmo acontece na hora de divulgar a luta do trabalhador explorado: Deturpam, boicotam e até mesmo mentem sobre a realidade dos fatos. Não temos a pretensão de cobrir o espaço deixado de forma premeditada e omissa, pelos órgãos de imprensa e comunicação convencionais, mas, apenas como imprensa negra e independente, atingir uma parcela da população, de acordo com nossas limita- ções de distribuição e financeira. Não pretendemos entrar num esquema comercial. Queremos acima de tudo, ser o veículo das reinvidicações e das lutas da comunidade negra. Começamos com nada. Hoje, nada temos ainda, a não ser o segundo número pago e as dívidas deste terceiro para pagar. Aumentamos nossa tiragem para 5000 exemplares e desta forma, chegaremos a um número maior de famílias negras, mas para isso dependemos de você leitor, lendo e divulgando esta revista. Toda pequena imprensa tem sérias dificuldades para garantir sua existência e levar adiante ou propósitos de sua criação, dificuldades estas de ordem financeira, além da repressão do governo, da polícia e do terrorismo, que como todos se lembram, andou explodindo bancas de jornais no segundo semestre do ano passado, atentados estes até hoje não esclarecidos, dificuldades devido a apreensão de vários jornais alternativos e processos contra vários jornalistas responsáveis por estes jornais, que apontam e de- nunciam a violência e a exploração que o governo submete os trabalhadores, e discute com estes formas de luta para por fim a estes abusos. Portanto: Ler e divulgar a revista do MNU — é contribuir com a luta Contra a Discriminação Racial, contra a exploração dos negros e dos trabalhadores. O Movimento Negro Unificado, continua com o firme propósito de unificar a população negra trabalhadora; a responder demagogias como as ditas pelo Gen. Coelho Neto, de que "Não existe racismo no Brasil" e que é o "MNU quem está inventando o racismo". Mente o General, e mentem todos os dominadores. É só os negros começarem se organizar, e reinvidicar seus direitos, aparecem declarações do tipo das do General. Jogo dos caras, para dividir e nos dominar. Neste 39 número, falaremos de um modo central sobre a "Campanha Nacional Contra a Violência Policial", ameaça constante à comunidade negra, e sobre o Carnaval, Festa de negro, que negro não pode ver nem dirigir. Comissão Estadual de Imprensa MOVIMENTO NEGRO PALMARES: UMA CONSCIÊNCIA EM MARCHA 0 Grupo Palmares de Porto Alegre inciou suas atividades eram a busca de alternativas para a data de 13 de maio (não satisfatória), o conhecimento de história e cultura negras e uma atividade teatral que nunca chegou a se concreti- zar. O nome veio do consenso de que Palmares era a mais importante passagem da história do negro no Brasil, consenso esse firmado a partir de rápidos estudos notadamente em O Quilombo dos Pal- mares, de Edison Carneiro, e A Guerra nos Palmares, de Ernesto Ennes. Também se tirou logo o consenso de que a princi- pal data negra devia ser relativa a Palma- res, escolhendo-se o dia 20 de novembro, data da morte heróica de Zumbi em 1965. No ano de 1971 o grupo realizou encontros em homenagens a Luís Gama (em 23 de agosto, data de morte do poeta e advogado abolicionista), a José do Patrocínio em outubro e a primeira homenagem a Palmares em 19 de no- vembro. Complementava a iniciativa um artigo sobre Palmares, escrito para o jornal Correio do Povo e publicado em 20.11.71, assinado por um dos componentes. Ao que consta, essa co- memoração do 20 de Novembro era uma iniciativa pioneira. A data passaria a ser lembrada nos anos seguintes: 20/11/72 - Publicação de 7 páginas sobre Palmares em suplemento do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre. 20/11/73 - Show musical "Do Carna- val ao Quilombo", exposição "Três Pintores Negros" e conferência. 20/11/74 — Depoimento publicado no Jornal do Brasil e transcrito, em seus pontos essenciais, pelo Le Monde de Paris, segundo informações. Nesse trabalho o grupo recomendava ao MEC e aos autores de livros didáticos a revisão dos conteúdos relativos à história do negro brasileiro, indicando inclusive bi- bliografia. 20/11/75 - Encontro Grupo Palmares e Grupo Musical Afrosul. 20/11/76 — Encontro e lançamento de "Mini-História do Negro Brasileiro", livreto redigido por um componente, aprovado e editado pelo grupo. 20/11/77 — Encontro comemorativo (realizado dia 19) tendo como convidado especial o escritor negro paulista Oswaldo de Camargo, que autografou seu livro de contos O Carro do Êxito. Participação do Grupo Afrosul e do Grupo Nosso Teatro, atual Grupo Cultural Razão Negra. Em que pese o relativismo de uma data, a adoção do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra, proposta pelo M. N. U. e aceita pelo movimento negro geral, veio coroar o trabalho do grupo em favor dessa data, pois amplia o seu âmbito e o seu significado no quadro geral da luta contra o racismo e a opressão. Outras novidades do grupo ao longo de sua existência: palestras, encontros culturais e debates; depoimentos ou notas na imprensa; mural na Sociedade Nós Os Democratas (várias edições); pesquisa, divulgação e apoio ao maçambique de Osório (maçambique com a; uma sobrevivência das congadas); observação do carnaval e de casa de religião (nação ou batuque e umbanda) para conhecimento, ainda que sistema- ticamente e sem o envolvimento de todos os participantes; organização de uma minibiblioteca levada ao público durante as promoções. 0 grupo pretendeu ser e sempre foi integrado apenas por pessoas negras. Sua composição foi sempre heterogênea quanto à forma de encarar a questão negra. Nos últimos tempos revisava seuposicionamento, procurando uma defi- nição política conseqüente. Malogrou por divergências ideológivas, a nível de escala de valores, se bem apanhado e aceito o dizer de uma componente. Em 3 de setembro de 1978 realizou-se a reunião de dissolução. A essa altura, alguns integrantes já participavam do Grupo Tição, desde quando formado, ou aderiram a ele depois. Este é o relato de um dos compo- nentes — no grupo desde a formação ao encerramento das atividades. Outros poderão ter uma visão diferente. Oliveira Silveira I ENCONTRO ESTADUAL EM DEFESA DA RAÇA NEGRA O FUTURO SER A O QUE FIZERMOS JUNTOS CONTRIBUÍ PARA A REALIZAÇÃO 00 ■Ü ENCONTRO ESTADUAL DA RAÇA NEGRA 0IA3 21E22 0eM*BM81 MAIS UM TIJOLO NA CONSTRUÇÃO DO JNOS50 FUTURO: SEM MISéRIA,SEM ■OPRESSÃO, SEM RACISMO. 0 movimento negro em seu conjunto, deu um grande salto político e organiza- tivo, durante o III FECONEZU - Festi- val Comunitário Negro Zumbi, em no- vembro de 1980, na cidade de São Carlos, ao assumir a realização de um encontro estadual de todas as entidades e grupos negros, para discutir, principalmente, uma ação comum contra a Violência Policial e Contra do Desemprego. As discussões e a aprovação da pro- posta, refletiram o aumento da cons- ciência dos grupos em todo o Estado de São Paulo e as várias manifestações contra o racismo, a violência policial e o desemprego, realizadas em S.J. dos Campos, em Campinas. Jacareí, Rio Claro e Ribeirão Preto, foram as formas de resposta unitária, da população negra, frente a situação de opressão, às péssimas condições de vida, aos baixos salários, hoje agravados com a crise econômica, que o Brasil atravessa. Os patrões, ao invés de assumir a crise que criaram, jogam nas costas da ciasse trabalhadora. e de uma forma mais agravante sobre a população negra. O Encontro Estadual em Defesa da Raça Negra, tem como objetivo, a partir das propostas das entidades recreativas e culturais; equipes de Som, grupos Teatrais, escolas de Samba, grêmios desportivos, academias de Capoeira, enti- dades de classe: sindicatos e associações, religiosas; Tendas de candomblé e umban da; assooaçõtís Amigos de Bairros, etc definir medidas das que arme a popuia cão negra para lutar contra o desempte go, violência policial e por melhores condições de vida. 0 I Encontro em Defesa da Raça Negra, será realizado nos dias 23 e 24 de maio no Tuquinha, na PUC - Pontrficia Universidade Católica. Todos os grupos e entidades devem participar deste encontro, que repie senta hoje o maior avanço do movi- mento negro de São Paulo. Diante da miséria, das péssimas condições de vida, da violência policial e desempie go que atinge a população negra, não existe neutralidade, esta já é uma po- sição política de omissão, é compactuar para a continuidade desta situação. - Contra o racismo. Contra a Violên- cia Policial, Contra o Desemprego, Todos ao I Encontro Estadual em Defesa da Raça Negra. GVP—Grupo de Vigilância Popular Mais uma corrente de opinião vem se organizando na comunidade negra. No dia 13 de fevereiro foi lealizada em São Pauio, uma yasstjdfa convocada peio Grupo de Vigilância Popular, A mani- festação, que reuniu ceica de 150 pessoas percorreu algumas ruas do centro da cidade e terminou com uma concentra- ção em frente o Teatro Municipai. Na concerni ação, diversos oiadoies fizeram uso da palavra, denunciando á situação degradante da população negra no Brasn Fiávio, militante do MNU- SP dirigiu se aos manifestantes chamando jtencáo paia o tato de que tiadiciona1 mente, os votos da comunidade neyra têm sido desviados para grupos políticos que não representam seus legítimos interesses. José Adão de Olivieira, da Comissão de organização do I Encontro em Defesa da Raça Negra, concitou a todos os pre sentes a que participassem do encontro, que significa uma possibilidade de uni- ficação das diversas correntes do movi- mento negro em torno de uma pauta de reinvidicações da comunidade. y 6 III - CONGRESSO DA MULHER 0 terceiro Congresso da Mulher Paulista, realizado a partir dos encontros regionais, teve seu ponto culminante no dia 07 de Março, no Anfiteatro do Tuca - na PUC—Pontifícia Universidade Católica, em São Paulo, e encerrou com um Ato Público na Praça da Sé, no dia 08 de Março. Mulheres de todo estado de São Paulo, se fizeram representar por 300 delegadas e dezenas de observadores. Diante do momento político brasilei- ro, sentimos a importância dessa mani- festação das diversas tendências políti- cas e ideológicas do movimento femi- nista. Várias foram as bandeiras tiradas nos campos político, e econômico, social (educação e saúde). Econômico: salário igual para tra- balho igual, contra toda discriminação trabalhista, contra a carestia. Político: Constituinte Livre Democrá- tica e Soberana, fim da Lei de Segurança Nacional—LSN, participação das mulheres nos sindicatos através da formação de departamentos femininos. Social: (saúde) por saneamento básico e contra o controle de natalidade imposto pelo governo; (educação) contra a discri- minação da mulher nos avisos de pro- fissionalização do SENAI—Serviço Nacio- nal da Indústria, mais creches nos locais de trabalho e moradia, mais escolas, mais vagas nas escolas estaduais. O tema "Contra a exploração racial, social e econômica, tríplice exploração sofrida pela mulher negra, foi defendido no plenário por uma representante do MNU-Campinas, e a bandeira contra essa tríplice exploração foi discutida e apoiada por todo o Congresso, despertando ^''(i «J [%t^l \K interesse de escritores, da T.V. e da imprensa em geral. O texto "A Discriminação Racial e Social da Mulher Negra" foi lido inclusive no Congresso da mulher mineira em Belo Horizonte. Reproduzimos a in- trodução do documento:- O Sistema Capitalista marginaliza as camadas mais baixas da população do processo social e econômico, tendo como objetico a permanência da minoria exploradora no poder, disseminando no seio da po- pulação oprimida mecanismos de con- solidação do seu poder, incentivando e "privilegiando" alguns em detrimento de outros, de modo a dividir para do- minar, inserindo diferenças: homem/ mulher; branco/preto; chefe/trabalhador; policial/cidadão; com o governo dos patrões estabelecendo o que é certo e errado, dominando e explorando do seu trono a todos. E nessa sociedade de classes, onde, com o escalonamento da exploração, a mulher ocupa o posto do mais explorado dos seres e, a mulher negra, a mais explorada entre elas, discriminada inclusive pela mulher branca da mesma classe social. 'MORTE DAS AMÉLIAS" Cinturão de castidade, doze mandamentos, mulheres espancadas, acorrentadas, etc . . Período medieval? Não, noticiário da nossa época. 0 que está acontecendo com as mulheres e consequentemente com os homens? Que estamos num período de transição dá pra se notar. Mulheres do mundo todo estão cada vez mais se conscientizando do seu papel de mulher na sociedade atual, ocupando um espaço cada vez maior, sendo independente financeiramente, participando de movimentos políticos de vanguarda, usando seu corpo como melhor lhe convier. Enfim, a mulher está descobrindo que sabe fazer outras coisas além de "pilotar" um fogão, e que seu corpo serve para outras coisas, além de ser máquina de gerar bebes. Trata-se realmente da morte das "Amélias". E os homens, como reagem diante desta nova situação? Ele que sempre ditou ordens, que semprefoi o senhor supremo e absoluto Agora diante dessa reviravolta, ele sente seus poderes ameaçados, e age como animal acuado. Ele ataca, agride, espanca, acorrenta etc. Os homens estão assusta- dos, com medo, inseguros Cabe às mulheres os devidos esclarecimentos. Os homens, assim como as mulheres, são inseguros, frágeis, carentes e também necessitam de proteção. Cabe a nós, mulheres, mostrar que não estamos lutando contra eles e sim ao lado deles. Oue não queremos o poder e sim sermos respeitadas pela nossa capacidade, que vamos brigar pelos nossos direitos, mas não contra essa deliciosa e misteriosa atração que sentimos por eles. Porque é muito melhor ficarmos com eles, amando-os e cada um mantendo a sua individualidade, do que sermos mulheres que apenas sabem cuidar de casa, engordar, assistir novela, pedir dinheiro e recla- mar da vida. Nós, mulheres, queremos poder conversar com eles de igual-para- igual, prover nosso próprio sustento, ser respeitada como ser humano e amá-lo até que "a vida nos separe" Contra a exploração da mulher negra1 Contra a discriminação social e política1 Contra o machismo1 Pela emancipação da mulher negra1 GRUPO DE MULHERES DO MNU-CAMPINAS Balanço da Campanha Nacional Contra a Violência Policial A violência policial continua solta agredindo os trabalhadores e de forma especial a população negra. Nos últimos meses houve um recrudescimento da violência, acompanhada por uma forte campanha de atemorização da classe média, promovida pelo governo e pela grande imprensa (veja matéria - "De- semprego e Marginalidade" na seção política nacional). Em São Paulo e Campinas a Campanha vem ganhando novos adeptos, e já se recolheu mais de 8.000 assinaturas. Em Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro a campanha vem sendo levada através de boletins e folhetos, reuniões e passagem do abaixo-assinado Contra a Violência Policial. Em todos estes estados o MNU se en- contra na coordenação da Campanha, recebendo adesão, a simpatia e a solidarie- dade da população, e das entidades po- pulares e democráticas. A campanha foi estendida até o final de maio e os abaixo- assinados serão entregues ao ministro da Justiça em meados de Junho, com a participação das entidades negras e parlamentares. A participação, a solidariedade e a contribuição da população tem sido fundamental nesta luta, através da de- núncia pública de todos os casos de violência policial, exigindo-se a punição dos policiais agressores (leia denúncia dos atos de violência policial em Cam- pinas ao lado). BASTA DE VIOLÊNCIA POLICIAL abaixo ocorrido trai HIROB acista por próximo saio no Te bi tra ri a o, em part aos pol'c imprensa Jacinto, F ho e tor não pratic denuncia r Sandra Apa nte com ai Paulo Serg ntes do TH vem a a noit ERFRAN três o Viad atro C da pol i cuia r ie is . local une i on rado n ou . Um as ar rec i da guns m i o Mar 873 lúblic ■ do d , fora 10I i ei ito Mi istro cia é a po ipenas os se Iri o d i 19 D sema ii trar pres ■nores :i ns por o denunc 9 úl m espanc ais ocup guel Vic Mendes . a reafi pulação nes tes gui ntes a UNICAM i s tri to na depoi iedades a sob a foi to foi deti o acatar iar mais um ato de Vio- timn, qundo três mem- ados e ofendidos moral antes do Tático Movei :T ente Cury, quando re- ma ç Neg últ caso P para s, d cont açus rtu do e "or ao da a vem mos c s : eso que c oi s me raOac ação d ada no barba dem" d forma violen- sendo tratada nco meses fo- legalmente em onfessasse um mbros do MNU nto; tentativa / 19 Oistri to; rar eite cs- os policiais, Um flagrante fotográfico do Uiario do Povo em pleno / laudio foi agredido e preso por não pedir desculpas a 1, que o esbarrou, os PMs alem de errados abusaram da As entidade lência PoliciaI, bros do Grupo Tea ■ nte e de forma 1-2329, Hs 23 hs tornavam de um en Esta ação a ta que a populaça hãmui to pelos org ram denunciados n 14/10/80 - horário de traba arrombamento que foram detidos po 08/11/80 - de roubo, juntame 17/11/80 pancado por ocupa de que pa rasse. 03/12/80 - Convívio, James C um PM do TM-87 autori dade; ApÕs uma briga no jogo de futebol na Fazenda São João, Nivaldo / Xavier da Silva, João Apareriflp des Santos e Valdir de Oliveira fora», presos e violentamente espancados, Xavier ferido gravemente por PMs do TM - 873; 0 pedreiro Devanir Felix, preso em Americana e torturado para / que confessasse haver falsificado a pr5pria assinatura em chequs que / havia comunicado a perda ao banco; ai em de outros casos não denunciados ou passado despercebidos. Dos 13 casos, 10 das vitimas são negras, o que caracteriza o componente racista das prisões. Enquanto isto o ooverno e a grande imprensa propagandeiam a "Vio lência Urbana" como forma de aterrorizar e esconder do povo as reais" causas do aumento da marginalidade (a inflação de 120%, os salários e o desemprego}, e assim ganhar a simpatia da população para legitimar a Violência Polic ial indiscriminada contra a pcpulaçao trabalhadora. Conclamamos o povo, bem como as entidades populares, associações sindicatos, igreja e outras, a se solidari zarem nesta luta, unindo/ e organizando a população, a protestar, a denunciar, processar e inclu^ sive exigir a punição des Agressores de modo a lembra-los que são pa- gos com nosso dinheiro e devem nos respeitar. EXIGIMOS: FIM DAS DETENÇÕES DE PESSOAS POR NAO PORTAfíEM DOCUMEN- TOS FIM DA VIOLÊNCIA POLICIAL. PUNIÇÃO AOS POLICIAIS AGRESSORES MNU - MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO FECANTA - FE0ERAÇS0 CAMPINEIRA DE TEATRO AMADOR ASSÜC - ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES DA UN1CAHP 9 CULTURA/ATIVIDADES VAI-VAI A Campeã do Carnaval Paulistano de 1981 Já nos ensaios se sentia a força com que o Vai-Vai faria o seu carnaval. Todos os domingos quase dez mil pessoas sambavam ao som da bateria do Vai-Vai nas ruas do Bexiga. No domingo de carnaval o Vai-Vai levantou a avenida e todo mundo sambou e cantou o seu samba enredo Acredite se Quiser". Na quinta-feira no final da apuração deu Vai-Vai na Cabeça com 96 pontos. Todo o bexiga se transformou numa imensa festa. Dez mil pessoas percorreram as ruas do bairro em festa sambando e cantando, numa alegria que irradiava a força de uma escola tradicional que prepara o seu carnaval na rua por não ter quadra, e que no carnaval desce pra avenida pra assombrar as grandes escolas de São Paulo. E dessa vez trouxe título para o bexiga, berço de grandes sambistas paulistanos. O excelente carnaval apresentado por escolas de categoria da Nenê da Vila Matilde, Mocidade Alegre, Camisa Verde e Branco, Rosas de Ouro, valoriza o trabalho de transformação que acon- teceu no Vai-Vai a fim de alcançar o título nesse carnaval. O experiente sambista Geraldo Filme foi um dos que comandaram essa trans- formação, e o MNU traz em suas páginas a entrevista realizada com esse grande sambista e compositor, poucos dias antes do carnaval. 10 ENTREVISTA COM GERALDO FILME Fomos até o Vai-vai entrevistar Geraldo Filme, um dos mais combativos sambis- tas de São Paulo, por um a influência cada vez maior das escolas de samba nos desfiles de Carnaval. Geraldo Filme foi um dos principais articuladores da UESP-União das Escolas de Samba de São Paulo, é compositor e a maioria dos sambas enredos de sua autoria, fala de Candomblé, dos Deuses Negros, das crenças e cultura do negro vindo da África. MNU — Geraldo, inicialmente gostaría- mos que você fizesse um breve relato sobresua vida no samba. G. Filme - Estou no samba desde 10 anos de idade. Hoje com 53 anos. Iniciei lá na Barra Funda, na Gleti, no Camisa Verde, nos Campos Elísios, cordão ainda, e fiz uma tragetória, passei para a Liberdade, Paulistano da Gloria, cordão, Peruche, voltei para o Paulistano da Gloria, cordão, escola, aliás, agora estou na Vai-Vai e na Peruche, comemorando os 25 anos da Peruche. MNU — E a sua situação na UESP — União das Escolas de Samba de São Paulo? G. Filme — Eu fiz o que pude. Fui assim. . . Tive a felicidade de conseguir tomar o mando do carnaval para o samba. Isto eu posso dizer que foi uma felicidade minha porque em lugar nenhum do Brasil, o samba manda, quem manda são as autoridades. Em São Paulo quem manda é o Samba. As autoridades ficaram simplesmente como órgão fiscalizador e contratante. Tudo mais é de nossa res- ponsabilidade, até os jurados, que é uma coisa difícil de se conseguir. O samba sempre foi usado para fins políticos. Eu graças a Deus, tive a felicidade de assumir os jurados. Disseram-me: Geraldo, você vai morrer em assumir os jurados; Graças a Deus estou vivo. Voltei a ser um sambista, conquistei a minha liberdade novamente porque não sou presidente, vocês devem saber muito bem o que é não se ter liberdade, eu sou sambista, sambista quer liberdade e rua. MNU — E quanto a você Geraldo, você é um sambista de primeira ordem. Agora a gente falando de infiltração, dos sam- bistas de última hora, o que é que eles trouxeram de bom ou de mal, se é que eles trouxeram alguma coisa para o nosso carnaval? G. Filme — Se você se refere ao pessoal branco; antigamente dada a impossibi- lidade deles se manifestarem, porque em São Paulo eram divididos, os cordões e nas escolas de samba participavam apenas negros. Os brancos brincavam em blocos, ranchos e grandes sociedades, o povo participava mesmo. A cidade ficou 30 anos sem carnaval. As escolas de samba a poder do sacrifício de muitos, o último a partir foi o falecido Mulata, o Inocêncio Tobias do Camisa Verde; ele levantou o Camisa Verde com três pessoas. Era o Trio da Corda. Ele con- seguiu levantar uma entidade que foi fundada em 1917, e trouxe à tona no- vamente o Camisa Verde que vocês vêem ai. 11 Então vocês vêem que tudo isso foi através de um sacrifício muito grande. A gente só ia fazer samba, com o dinheiro da carceragem no bolso, porque sabia que ia preso. Isto é muito sério, correndo taça na rua, pedindo esmola para poder manter o samba. Havia um amigo meu que através do microfone da Radio Nacional, ele parava os bondes na Ave- nida São João, para as escolas desfilarem, que nem o trânsito era interrompido nesta época, ele chamava-se Paulo Ro- gério, devemos muito a ele. Através da Rádio Nacional, o que esse moço fazia; parando na frentes dos bondes, segurando os bondes no peito para a escola poder passar, até que em 1968 foi oficializado o desfile, e o povo que ficou tanto tempo sem carnaval, esqueceu as manifestações populares. Aquela rapaziada toda ia para a avenida São João, para fazer brincadei- ras que relembrava o entrudo, jogar talco não é nada, jogar cimento branco nos cabelos das pessoas e jogar água em seguida, aquilo endurecia . . ., e mais uma série de problemas que não existia no carnaval do passado. MNU — 0 que você tem a dizer sobre a Paulistur? G. Filme - Nada contra, pelo seguinte: Como eu disse antes, dependemos dos poderes públicos para recebermos a subvenção. Você vê, São Paulo tem 68 escolas de samba e blocos, se não me engano, depois que a UESP foi fundada, não sei quantas são porque entraram outras tantas, então, apenas uma meia dúzia tem quadra para se movimentar. A Paulistur foi órgão que realmente nos entregou o mando do Carnaval. MNU - E quanto do Movimento Negro Unificado? Nós gostaríamos de saber se a sua atuação ajudou ou atrapalhou? G. Filme - Não atrapalhou. Ajudou, porque foi a primeira manifestação com relação à violência policial contra o povo. As autoridades entenderam aquilo como um movimento de esquerda, quando na realidade não era nada disso. Era um movimento que vinha em defesa do povo em geral. Não é por chamar Movimento Negro, que não se pensou no branco e em todos em geral. Então eu acredito que houve um mal entendido com relação ao MNU, que procurou mostrar e esclarecer o que estava acon- tecendo. Então como é um órgão pobre, não sendo uma imprensa oficial, fizeram aquele manifesto e o pessoal sentiu aquilo como movimento de esquerda. MNU — Com relação ao carnaval, que sugestão você daria para melhoria das escolas de samba e também da popula- ção negra como um todo? G. Filme — Eu acho que o carnaval é um todo para todo um povo. São só três dias. Acredito mesmo que liber- tando essa gente da opressão, deixando eles cantarem livremente, em qualquer lugar, são só três dias. Vai incomodar vizinho e fulano? Deixe essa gente brincar, armar seus blocos, cantar.. ., e essa gente vai ficar serena, a violência será menor de ambas as partes, desde que eles tenham condições de brincar, principalmente o povo de São Paulo, que necessita. . ., uma cidade opressora como São Paulo, necessita realmente brincar livremente. Então você vê a luta nossa, dos negros no sentido do carnaval, foi muito grande, cansados de ser presos, de tomar panca- da e tudo, Hoje o branco está no samba. Aquele delegado que nos prendia, se vier nos prender hoje, vai prender o filho dele também, que está no samba, desfilando com a gente, como sambista. 0 branco paulista é diferente, ele veio como sambista e não como boneco de passarela. 12 O AXÉ DA CANDEIA A letra do samba da Nenê da Vila Matilde é a que melhor revela o grau de consciência do negro brasileiro, e em termos ideológicos, há o sentido construtivo e altamente voltado para a busca de nossas raízes, quando levanta temas de crítica social, sugerindo que é chegada a hora da descomercializa- çao de nossas Escolas de samba, tor- nando-as um centro de Cultura Popular. Com outras palavras, esta é a obser- vação que fiz da letra do Samba de Nenê da Vila Matilde. A) Eduardo de Oliveira AXÉ SONHO DE CANDEIA A Nenê quando o samba incendeia exalta você Candeia genial compositor e diretor de harmonia glorioso baluarte a negra arte defendeu com galhardia Iluminou com emoção primaveril nas cirandas que contou as raízes do Brasil Ooo seu Axé tinha força de Xangô Fez de quilombo força e tradição ergueu bem alto a voz com emoção ensinando a todos nós consciência e coração e teu filho será rei orgulho corre na veia isto Axé o sonho de Candeia oi raiou Aurora oi dim dim Ia vai viola a Nenê Autor: Armando da Mangueira EM CAMPINAS, ROSAS DE PRATA ABAFOU. Na sexta feira após o Carnaval, os sambistas da Vila Castelo Branco vibravam; A Escola de Samba Rosas de Prata arrebatara o segundo lugar do primeiro grupo, superando o GRES Acadêmicos de Madureira e a Escola de Samba Estrela D'alva. Há sete anos, a moçada esperava por isto. Após o injusto rebaixamento em 1979 para o segundo grupo, em 1980 foi campeã com todos os méritos deste grupo e subiu novamente para o primeiro. Neste ano, veio com tudo e emplacou com o enredo "Bahia Sopro dos Deuses", desenhado por Aluísio Geremias, presidente da Escola e pelo artista plástico, Roberto ICzau. O samba composto por Beto Terra Nova, falava da Bahia como "o maior centro de resistência cultural dos povos africanos, baseando-se no Candomblé e nos Afoxés, a Bahia vista como o Reino de Axé (força da natureza), que Obá (divindade yorubana, uma das três mulheres de Xangô), teria vindo anunciar como sendo a nova terra escolhida pelo povo Gexá, ou legerá, (é um grupocultural yorubá da Nigéria); Enviados por Olurum (o pai de todos os orixás, o Deus de Candomblé), vieram todos os orixás para dar luz, amor e paz, e acabar com o sofrimento de todo o povo oprimido. Na Rosas de Prata, não há donos, presidentes ou diretores vitalícios, esta é sua característica fundamental, lá todo mundo é amigo. Não é a tôa que "seu" Aluísio trouxe para a avenida, mais de trezentas pessoas com os míseros Cr$ 120.000,00 de subvenção da prefeitura. A Escola desceu simples e bonita, sem muito luxo mas obtendo nota DEZ para o mestre-sala, porta-bandeira, bateria, samba enredo, evolução, quase conseguindo o primeiro lugar, não fosse a Mocidade Independente, Tri-Campeã do Camaval Campineiro. 13 O grande projeto da Escola, é transformar-se em Centro Cultural e de laser para os moradores do bairro, para isso defende a necessidade da doação de quadras pela prefeitura, para todas Escolas, inclusive como forma de melhor organizar e arrecadar fundos para o Carnaval. Para o julgamento dos desfiles propõe mudanças extruturais: Jurado por quesito e não jurado julgando todos os quesitos; jurados espalhados por toda avenida etc. A Grêmio Cultural Recreativo Escola de Samba Rosas de Prata, se quiser seguir crescendo terá que absorver os novos simpatizantes e colaboradores. Uma grande Escola perde seu monopólio bairrista e ganha a dimensão de uma cidade. EDUARDO DE OLIVEIRA E OLIVEIRA Eduardo de Oliveira e Oliveira, Soció- logo, pesquisador incansável a serviço dos movimento negros, faleceu. Ao falarmo sobre a morte de Eduardo de Oliveira e Oliveira, somos obrigados a lembrarmos como é frágil a nossa união, pois Eduardo morreu longe dos amigos, isolado do seu mundo, e com um imenso vazio dentro de si. Nenhum de nós o procuramos, para ver o que acontecia. Eduardo de Oliveira e Oliveira foi um dos Intelectuais mais importante da década de 1970, principalmente para a comunidade negra, colocando a sua capacidade de pesquisar e organizar trabalhos a serviço dos grupos e entida- des negras fundamentalmente. Foi um dos principais suportes do Coral Crioulo, criado em 1969, e que brilhou com grande êxito na Fenit desse mesmo ano. Juntamente com a teatróloga Thereza Santos, montou, escreveu a peça E Agora Falamos Nós . . . apresentada com grande êxito no MASP - Museu de Arte de São Paulo, e nas quadras de escolas de samba. Essa peça serviu ainda para inspirar novos grupos que emergi- ram dentro do Movimento Negro Brasi- leiro, a partir de 1972. Em 1973 lançou o 19 Calendário Afro-brasíleiro auxiliado pelo Grupo Decisão, um dos grupos fundadores do Movimento Negro Unificado. Criou na Universidade de São Paulo da Cidade de São Carlos, um centro de estudos afro-brasileiro, pioneiro na sua forma de estruturação, com matérias sobre a participação do negro como currículo universitário. Foi um dos principais intelectuais, juntamente com Clóvis Moura a exigir uma ação mais concreta por parte da SBPC—Sociedade Brasileira Para o Pro- gresso da Ciência, em relação à situação do negro e da sua participação histórica. Eduardo de Oliveira e Oliveira sempre esteve presente nos momentos decisivos dó Movimento Negro Brasileiro e nesse sentido prestamos as nossas homenagens póstuma a esse companheiro falecido em 20 de Dezembro de 1980. 14 POLíTICA NACIONAL DESEMPREGO E Há dois meses aproximadamente, a Rede Globo, a grande imprensa e o go- verno, inundaram nossas casas com uma forte campanha contra a violência ur- bana, como forma de conter a margina- lidade crescente a qualquer custo. Porém nem o Governo, nem a impren- sa nem a rede Globo mostraram os reais objetivos desta campanha. O jornal "MOVIMENTO", desta pri- meira semana de fevereiro, num artigo, intitulado "Cadáver anônimo não dá manchete" dizia: "a enxurrada de notí- cias nos meios de comunicação sobre a "Violência Urbana", evita qualquer deba- te sobre o conceito e as causas dos cri- mes", que se a vítima "não é militar e nem mora na Zona Sul (em referência à população rica do Rio de Janeiro), ninguém se importa". Outro dado que o jornal "Movimento" nos fornece é que "os crimes cometidos nos primeiros dias de 1981, por exemplo, são ainda menores que os do mesmo período no "Ano Passado", o que demonstra que não se trata de um aumen- to de violência como alardeia a grande imprensa. Toda essa propaganda foi orquestrada pelo governo e os patrões que tentam fazer-nos crer que um número cada vez maior de vagabundos resolveram ganhar a vida fácil ao invés de trabalhar. PROPAGANDEAR A "VIOLÊNCIA URBANA" PARA ATEMORIZAR A POPULAÇÃO. A TÁTICA DO GOVERNO Tanto o governo como a imprensa pro- curam, através da propaganda, distrair a população das reais causas do aumento de marginalidade: a inflação, os baixos salários e o desemprego. Tentam assim. MARGINALIDADE Reginaldo Bispo Pereira ganhar a simpatia da população para legitimar a VIOLÊNCIA POLICIAL in- discriminada que no ano de 80 prendeu ilegalmente, torturou e assassinou cente- nas de trabalhadores inocentes. A POLICIA Ml LITAR GARANTE A SEGURANÇA DO ESTADO E NÃO DOS CIDADÃOS. Por outro lado buscam justificar o aumento dos contingentes policiais visan- do garantir a segurança das riquezas acumuladas nas mãos dos patrões, base social de sustentação do Regime Militar. Quanto a isto outro exemplar do jornal "Movimento" conclui: "a doutrina vigen- te para a polícia, em especial a da Polícia Militar, é a da segurança do Estado, e não a dos cidadãos (. . .) essa mesma Polícia Militar mantém eficiente esquema de mo- bilização para os casos de repressão à manifestações de caráter político ou social — uma gre"e, como a dos meta- lúrgicos, em 1.979, uma passeata ou concentração estudantil, como as pro- gramadas pelo União Nacional dos Estudantes em protesto contra a demo- lição de sua sede na Praia do Flamengo. Nesses casos, trabalhadores e estudantes tiveram uma noção bem clara de que a Polícia Militar não falta para espancar, para jogar bombas de gás lacrimogênio, para praticar violências indiscriminadas". O Governo jamais se interessou em corrigir as causas de marginalidade, a fome e o desemprego, apenas os efeitos como se desconhecessem as causas. Existe de fato uma crise econômica, e o Governo está se armando para que os patrões não percam com ela. Que morram de fome os trabalhadores. 15 > LSN - PELA EXTINÇÃO DA LEI DE SEGURANÇA NACIONAL Ao contrário do que o Governo afirma, as demissões aumentaram e estão e generalizando após a dispensa de 3.000 operários da Volks. Como era de se esperar passaram das monta- doras às empresas de Auto-peças, às fábricas de matérias-primas para o ramo — plástico, borracha, aço, tinta, etc. — e continua a se alastrar. Só em Campi- nas fala-se em 2.000 metalúrgicos demi- tidos apenas em janeiro. Se este quadro se estender às outras atividades econômicas, o que a grande maioria dos economistas acreditam, a recessão econômica desmentida pelo gordo Delfim, já está em andamento, e com a diminuição da produção in- dustrial também o desemprego geral. A massa costumeiramente desempre- gada, somar-se-ão os recentemente de- mitidos e os trabalhadores que anual- mente entram em competição no mer- cado pela Ia. vez. Vai ser o Diabo! O bruxo Delfim está levando os trabalha- dores à fome da forma mais humilhante. São estes os reais motivos do governo e sua "campanha", desviar a atenção da população dos reais problemas, que eles o governo, geraram, além de tentar ganhar a simpatia da população para as selvagens investidas da polícia que muitos sofrimentos causou a população no ano passado. UNIFICAÇÃOE SOLIDARIEDADE NA LUTA DE TODAS AS CATEGORIAS "CONTRA A CARESTIA", "POR MAIS EMPREGOS" 16 Luís Inácio da Silva O regime militar voltou a reafirmar a real faceta da "abertura" de Figueiredo. Uma coisa é certa, neste governo abertura mesmo só houve para os grandes capitais estrangeiros, para os patrões engordarem ainda mais, para a inflação e a carestia aumentarem desabaladamente, para a polícia prender e espancar trabalhadores. Daí por diante. Inexíste, neste país, democracia para os trabalhadores reinvidicarem melhores condições de trabalho e melhores salários, quando o fazem são espancados, seus sindicatos invadidos e seus líderes e dirigentes sindicais trancafiados pelo governo dos patrões. Não existe liberdade para os trabalhadores construir seus próprios partidos (o governo até hoje, não engoliu o PT-Partido dos Trabalha- dores, e continua reprimir e prender seus militantes em todo o país). Qualquer manifestação por reinvidicação econô- micas e políticas é duramente reprimida, a imprensa alternativa diante de qualquer denúncia de atos do governo, é processa- da com a LSN. Continua na pg. 17 COM INTRANSIGÊNCIA O GOVERNO TENTA QUEBRAR O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES. CALAR HOJE, SIGNIFICA CONCORDAR COM A MISÉRIA EM QUE VIVE O POVO BRASILEIRO. > A condenação de Lula e mais nove sindicalista do ABC, pela Lei de Seguran- ça Nacional, vem reforçar a intransigência do governo, no que se refere as reinvidi- cações dos trabalhadores, tentanto que- brar a espinha dorsal do movimento, dando a ele uma caracterização de margi- nalidade. A (in) Justiça Militar, após fechar a Av. Brigadeiro, em SP, com um aparato policial pronto para guerra, condenou com direito a apelação, e de aguardar em liberdade a apreciação do recurso ao Supremo Tribunal Militar, e se aceito, até o resultado do novo julga- mento, nesta instância superior, sob acusação de incitarem a desobediência civil, e por liderarem a greve no ABC, cumprindo determinações de assembléias com centenas de milhares trabalhadores, em 1980, os seguintes sindicalistas: Con- denados a três anos e meio - Lula, Rubens Teodoro e Enilson Simões; A dois anos e meio - José Maria de Almei- da, Manoel Anísio, Dijalma Bom, Osmar Santos, Juraci Batista; A dois anos - Nelson Campanholo, Wagner Alves, Gilson Correia de Menezes; absolveu outros dois - José Cicote e José Timó- teo da Silva. O jornal Movimento nP 296 traz uma boa matéria sobre o assunto e o Jornal O Trabalho nÇ 95 traz uma crítica sobre a LSN. ^ Nenhum trabalhador brasileiro pode se abster de uma posição neste momen- to. O que está em jogo, são os mínimos direitos dos trabalhadores de co dis- tar melhores condições de vida pa JBS famílias e uma democracia onde impere o mais justo respeito às reinvídicações da classe trabalhadora, às suas entidades e sindicatos, bem como o direito dos trabalhadores organizarem seus partidos como bem quiserem. O Movimento Negro Unificado, con- clama as entidades e a comunidade negra a participarem das reuniões, e manifes- tações de protesto contra mais estaque do governo dos patrões, bem como, a expressarem sua posição pela revogação das penas contra os sindicalistas do ABC e o fim da Lei de Segurança Nacio- nal. Continuação da pg. 15 Só há uma resposta a ser dada pelos trabalhadores a isto neste princípio de ano durante suas campanhas salariais: a unificação e a solidariedade na luta de todas as categorias, "contra a carestia", "por reajustes salariais acima da infla- ção", "pela diminuição da jornada de trabalho", "pelo fim das horas extras" e "por mais empregos", de modo a fazer com que a crise seja assumida por quem as gerou - o governo e os patrões - ou então, resta ao trabalha- dor engrossar as fileiras dos desempre- gados, dos marginais e dos trombadinhas. 17 A DEMAGOGIA DAS VELHAS RAPOSAS Após a queda do bipartidarismo, retorna a campo o populismo e o clien- telismo nas suas mais variadas posturas, e paralelamente a isso políticos brancos e negros, a serviço de partidos dos pa- trões, por conseguinte, defendendo seus interesses, negociam e disputam os votos da comunidade negra como nos velhos tempos. Fala-se em acordos de certos grupos negros com o PP-Partido Popular, representante dos interesses dos banquei- ros; existem aqueles que correram para os braços do PTB-Partido Trabalhista Bra- sileiro, de Jânio Quadros e Ivete Vargas, velhas peças do Museu de incompetência, pouco de nós se lembra da responsabili- dade dos atos de Jânio, com a sua renún- cia, que levou ao golpe Militar de 1964, outros, velhos conhecidos nossos, corre- ram em busca das beneses do poder, sentaram-se ao colo do PDS-Partido Democrático Social (Ex-Arena), e para aí, tentam carrear os votos das almas negras deste país. As velhas raposas, hoje, assim como ontem, travestidos de democratas e "amigos-de-negros"; disputam e nego- ciam nossos votos e em troca nos pro- metem migalhas e tapinhas nas costas. O periódico da Capital de SP-Jornal da Manhã, em 15/01/81, publicou a matéria ao lado, onde o atual prefeito da Capital Reinaldo de Barros, a sombra da herança do tio, o ex-Governador Adhemar de Barros, e com o apoio do impopular Maluf, utilizando-se das mes- mas demagogias dos dois inspiradores para engabelar o povo, usando o negro como símbolo da humildade e pobreza, do povo, por eles homenageada e pres- tigiada. 1 'Zumbi dos Palmares", um prêmio que fazia falta (> ptclciiu Kcynaldo de Banos sanem rioii ICI insmumao o noten "ZumtH dos Palmares", cm honiciuitcni a memonu do hcioi negro sicríficado na luia pela causa do negro no Brasil O ganhador do iroteu "/.umbi do% Palmarcs'' será ev:olhic>o a(ravc& de con- curso emre os iratalhos a setem apre- scniados a uma comissão julgadora, que será nomeada pda Secretaria Municipal de Cultura. A Secretaria também se en- carregará da regulamcmacao do concur- O concurso será promovido anual menie. e poderão inscrever-se as assocta- vões culturais da comunidade t qualquer pessoa Hsica de qualquer psne do Pais. COMISSÃO JULGADORA A comi&são julgadora será constituída por represem ames da Câmara Municipal dt Sâo Paulo, Sccieuna Municipal üe Cullura. Academia Paulista de Leu«5, Universidade de Sâo Paulo c Pontifícia UnivcrsidadcCaiòhca de Suo Paulo. Além de apreciar os iraDaihos c prenuar o vencedor, a comissão poderá lamWra outorgar Cenificado de Participação aos «isentos no concurso e recomendar a pu- blicação do trabalho vencedor. Dentro dos cntènos para a outorga do troféu "Zumbi dos Paimares". coaslará um exame de ménto sobre a con- tribuição dos concorrentes a causa He defesa e promoção da dignidade humana das pessoas de cor ncgrii c « inteyaçio social do negro na comunidade brajj. Icira A entrega do ttolcu "Zumbi dos Pai- mares" scra sempre realizada em sessão solene, no dia 20 de novembro de cada ano, dia da Comunidade Afro-Bratilci- 18 O mesmo Remaldo oe Sarros, através da sua Secretaria de Finanças, publicava o comercial a seguir, no tamanho de 22 x 28cm, em 20'10/80, na 'Folha da Tarde' e outros jornais da Capitai :t'te- nndo-se a importância do contribuinte pagai os Impostos Sobre Seivicos ÍISS), e ta*'ia menção a utilização deste, na ajuda e assistência ao menor abandonado "sujeito a um futuro de violência e cri- me", uma verborragia e analogia racista e ficciomsta, como se o problema do menor abandonado tosse resolvido a partii de uma campanhazmho de aneca- dacão de impostos como essa, comoo menoi Jbandonado não fosse fruto de uma ooiítK.a econômica contia a classe trabaihadoid Je expioiacao ntensiva, do autocusto Je vida Jo desemprego dos oaixos sdianos e da falta de siste ma decente de saúde e educação ;.,jia a população O que mais marcou foi a analogia expressa pelo cartaz, do negro como a imagem e semelhança do bandido e marginal, numa caracterização oficial esteriotipada e racista largamente utíli zada pelo governo e pela sociedade policial dominante. Vamos abrir os olhos mmha gente. Zumbi não precisa ser homenageado e reconhecido pelo senhor prefeito - Os negros conscientes deste país, elege- ram pelos seus atos - Zumbi e o impuseram junto a sociedade racista deste pais, como simbolo de liberdade de aspiração, e luta incansável por seus direitos e hão de impô-lo, nos livros de história como exemplo de autonomia do povo que principalmente construiu este pais frente aos pepistas, petebistas, pedessistas e outros istas que não repre- sentam os interesses do povo negrro e dos trabalhadores brasileiros. Sonegar è tirar de quem cem pouca I Prefeitura do Muidpio de Sâo Paulo 19 A VITÓRIA (?) DE PAULO RUI DE OLIVEIRA Há velhas lições que não podem ser esquecidas. Num povo de memória curta - como é o caso do brasileiro — é sempre bom lembrar a velha lição de que uma vitória política não é feita com altos ideais mas muitas vezes com a astúcia e habilidade das velhas raposas. A vitória do vereador Paulo Rui de Oliveira para a presidência da Câmara Munici- pal da cidade de São Paulo, é uma típica vitória da astúcia e da habilidade política. Outra lição não menos importante é compreender que a vitória de um indivíduo não é necessa- riamente a vitória de um grupo, de uma classe e, no nosso caso, a vitória da população negra brasileira, e ou paulistana. Apesar da nossa memória curta alguns poucos negros assumiram no passado cargos importantes nos vários níveis da administração municipal, estadual e federal, vide os casos de Nelson Carneiro Senado Federal, e recentemente a prefeitura de Salvador, Bahia e o Governo do R.G.S. O que é importante saber é se todos estes negros se preocuparam em oferecer seus esforços para os próprios negros ou simplesmente se preocupam em encher o seu próprio orgulho. Ao nosso ver é necessário observar a esta vitória sob o prisma que a emergente classe média negra projeta no sentido de estruturar uma elite negra conservadora que objetiva dirigir e desenvolver o mito do capitalismo negro que a nível mundial, EUA e Libéria, provocou um grave retrocesso na luta pela emancipação dos negros. Por outro lado, também coloca para todos os negros a questão da luta parla- mentar e o exercício do poder. Neste sentido tem um aspecto progressivo pois define a necessidade de uma organização unitária no Parlamento para lutar pelas reinvidicações básicas da população negra. A eleição de Paulo Rui de Oliveira para a Câmara Municipal não é um aconte- cimento local, mas vai além, por ser a cidade de São Paulo um dos centros políticos, sociais e econômicos mais dinâmicos do Brasil. A sua presença naquela casa exercerá sem dúvida grande influência no restante do país. Assim sua vitória não pode ser mais um fato pitoresco do folclore brasileiro a ser introduzido num volume do Festival de Besteiras que assola o país do falecido Stanislaw Ponte Preta. A ação de Paulo Rui para não se perder no vazio não pode deixar de ser sensível às necessidades básicas de todos os negros do Brasil, de auto-organização e luta contra a violência policial, contra o desemprego e o preconceito racial que todos nós, indistintamente sofremos. Será dando eco aos reclamos da população negra que Paulo Rui de Oliveira poderá tornar sua "vitória" política numa conquista real e positiva dos negros brasileiros. Afinal, a última velha lição da política é nunca esquecer que, com exceção dos tiranos, poucos podem viver eternamente à sombra do Poder. Vanderlei José Maria e Rafael Pinto 20 POLíTICA INTERNACIONAL r CONTRA A PENA DE MORTE AOS MILITANTES DA ANC NA ÁFRICA DO SUL A Folha de São Paulo de 28.11.80, publicou, a nota a seguir com o título: Três condenados — Pretória — A suprema Corte de Justiça da África do Sul conde- nou à morte, ontem, três integrantes do movimento anti-racista Conferência Nacional Africana, acusados de "alta traição". O mesmo tribunal condenou outros seis integrantes da Conferência Nacional a longas penas de detenção". O Movimento Negro Unificado, na mesma semana, distribuiu milhares de cópias da nota cujo texto reproduzire- mos integralmente a seguir. "Cabe a consciência negra brasileira e internacional juntamente com a consci- ência democrática de nosso país, através de suas entidades, como a todos aqueles que condenam o racismo, levantarem suas vozes contra a condenação à MORTE dos três negros militantes do movimento anti-racista Congresso Nacional Africano (ANC) - organização que luta a mais de uma década pela libertação do povo majorltáriamente negro, sul-africano, con- tra a minoria branca, que impôs o bestial regime do Apartheid. O mesmo tribunal racista, representante dos interesses da minoria branca, que explora os 18 milhões de negros desse país, condenou outros seis integrantes da heróica ANC a longas penas de detenção sob a mesma acusação de "alta traição". O MNU, assim como a consciên- cia negra e democrática internacional, tem plena convicção de que esses militan- tes foram julgados porque são negros conscientes, patriotas e dispostos a morrer pela libertação da chaga racista \ a essa população esmagada pelo regime do APARTHEID, num país onde os direitos humanos, das pessoas negras não existe. Cobramos também ao governo bra- sileiro, que como através das próprias palavras do Gen. Figueiredo, de que "estamos com os africanos e contra o racismo internacional", que sejam coeren- tes com suas palavras, sob pena de se tornarem palavras demagógicas, que HT-' tercedam junto ao governo da África do Sul. Assim como, que o voto dado pelo governo brasileiro, em Maputo, Capital de Moçambique, (juntamente com outros 35 países, pela ajuda à África Austral na luta contra a hegemonia econômica da África do Sul, seja mais do que um mero discurso político para garantir os interesses econômicos que o Brasil têm na África, que seja a expressão verdadei- ra e honesta na posição do povo brasileiro de repúdio à África do Sul racista e de apoio á luta contra o Apartheid, e cuminando com o rompimento das rela- ções diplomáticas com o Foco Mundial do Racismo. O MNU convoca as consciências demo- cráticas e entidades para escreverem cartas (e divulgarem) ao Itamaraty e a embaixada da África do Sul, expressan- do os votos de protestos da sociedade brasileira contra o racismo e PELA VIDA DOS 3 militantes da ANC. Consulado Geral da República da África do Sul, Pça. D. José Gaspar, 134 - SP. Capital. 21 DIA INTERNACIONAL PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL No dia 21 de Março de 1960, em Shaperville-África do Sul - houve uma manifestação pacífica contra a Lei dos Passes (documento obrigatório aos negros, com as anotações por onde o negro pode circular, do trabalho para casa e vice versa. Se por acaso uma das pessoas for detida fora do percurso autorizado, essa pessoa é presa e envia- da para campos de trabalhos forçados, nas fazendas dos brancos). Essa manifestação foi duramente re- primida, sofrendo os manifestantes ver- dadeiro massacre, morrendo 69 pessoas baleadas e centenas foram feridos. A Organização das Nações Unidas — ONU, em homenagem aos mortos tom- bados nessa manifestação, instituiu o dia 21 de Março, como o Dia InternacionalPela Eliminação do Preconceito Racial. Nesse dia em todo o mundo são reali- zadas manifestações, as quais denunciam o regime racista da África do Sul. IMPRENSA NEGRA LIVROS/REVISTAS " "^ LEIA, ASSINE E DIVULGUE A RE- VISTA DO MOVIMENTO NEGRO U- NlFICADO. LEIA, ASSINE E DIVUL- GUE A REVISTA DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO. LEIA, ASSINE E DIVULGUE A REVISTA DO MO - VIMENTO NEGRO UNIFICADO. LEI- A, ASSINE E DIVULGUE A REVIS - TA DO MOVIMENTO UNIFICADO . LEIA, ASSINE E DIVULGUE A RE - VISTA DO MOVIMENTO UNIFICADO. LEIA, ASSINE E DIVULGUE A REVIS TA DO MOVIMENTO NEGRO UNIFI- CADO. LEIA, ASSINE E DIVULGUE A REVISTA DO MOVIMENTO NEGRO U- NlFICADO. LEIA, ASSINE E DIVUL - GUE A REVISTA DO MOVIMENTO NE- GRO UNIFICADO. LEIA, ASSINE E Dl - VULGUE A REVISTA DO MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO. LEIA, ASSINE A REVISTA DO MOVIMENTO UNIFICADO. INFORMES Está sendo discutido a realização de um encontro das mulheres negras, na ACACAB—Associação Casa da Cultura Afro-Brasileira, na Rua Bela Cinta, n9 195, aos domingos à tarde, com repre- sentantes de várias entidades de São Paulo. Em São Paulo — Reuniões da Cam- panha Nacional Contra a Violência Poli- cial às sextas-feiras, na Rua 24 de Maio, 208 - 149 andar das 20: 00 às 22:00 hs. 22 Ao Movimento Negro Unificado Companheiros, A ABRASSO - Associação Brasileira de Solidariedade ao Povo Moçambicano - desde sua fundação a 22 de novembro último interessou-se em dar seqüência aos contatos informais realizados anteriormente. Por princípio e por ação pretende unir-se ao movi- mento de solidariedade à luta pela emancipação dos povos africanos, da qual esse Movi- mento há tempo vem sabendo se integrar. O conhecimento da manifestação pública de repúdio a mais um vil atentado à justa luta do povo sul africano contra o criminoso regime racista do Apartheid, diante da condenação de militantes do Congresso Nacional Africano - o ANC sul africano, levou-nos imediatamente á reafirmação dos princípios que nos uniram aos povos da África Austral, neste momento voltados ao heróico povo sul-africano. Sabedores do papel que o ANC desempenha a nível nacional e internacional e reconhecendo a sua indiscutível e consagrada legitimidade desde seu surgimento em 1912, tendo conquistado o respeito da totalidade dos governos progressistas e popula- res de todos os continentes, lançamos nossa condenação à pena de morte que recaiu sobre bravos companheiros. PELO FIM DO REGIME RACISTA DO APARTHEID PELA UNIÃO DE TODAS AS FORÇAS PROGRESSISTAS EM TORNO DO ANC NA LUTA DE LIBERTAÇÃO DO POVO SUL AFRICANO LIBERDADE PARA NELSON MANDELA - Líder do ANC preso e recolhido ao campo de concentração na Ilha de Robben. Saudações Fraternais Yara Brayner Mattos Presidente 23 O TIÇÃO MUDOU DE ROUPAGEM, AGORA É JORNAL. NO SUL A VIOLÊNCIA POLICIAL TAMBÉM É TEMA DE LUTA I CIVIM C'C LU I M ( Recado ) Depois dt- uma parada pvctaJ em lermos de circuisçio. Ticão eatá no- vamente de volta ao convívio da co muiudade ne/rra Sob nova roupa^Km e novas proposUa, tenUmoo dennlQ- vament^ ocupar o espaço da conse- qüente discussão sobre o problema raciaJ brasUetro e sobre a lute d volvida por todos oa setores oon vos da sociedade As dificuldades da nossas orfmnlzaçòes que ae (Usem In dependentes sáofrsndes. A Imprena* necrv «traves do >oma; Tlcio. abre- se a psrtlclpacio de todos oa setorsa da comunidade que desejam desen- volver uma lute mais permanente contra as estruturas de domlnacio e marfinallzacAo do nexro brasfletro. t este cm última a CHEGA DE VIOLÊNCIA Igualdade e autonomia ao negro veja na página 2 Negra: discriminada em dose dupla paginas Censo lapa o sol com a peneira página 2 A vtolència nunc* ganhou Unu manchete quanto nos ultimot t«m Principalmente, quando a vioPsnc maior e o tio talado arrocho laiai marqinaiii»(>o da populacAei ini< vivando em tonai de pontena. a I copd-càes mmimai de vida, »nitir miteria espalhada «ntre negros t brancos Etta é a barra do dia-a-4 imposta a II milhO» de trabal que nio chegam a qanhar um \ mínimo e de outros tantos desempregados E, para comb. margina li lados traniformados margina^' o governa usa su aladadai. onde o ttegro culpado e "MMMi**' campanhas de segurani "negros marginai- ,« Ou promovendo > protissiona- i qualquer negtu rciso mandado n negro assim •pucaclo para a principalmente, negra O Esquadrio da Morte ou o MJO Branca no centro d« pais ' te orgulham em mtormar que 9I)S dos saus p'esufltos sko negros, também encontrados etguecidos nas celas dos Tudo isto esta sendo denunciado na Campanha Naoonai Contra a Vioiéncta Policial lançado pelo Movimento Negro de Sto Pauio em agosto, durante um ciclo de debates sobre a margmainaçAo social do negro e a violência policial. Para o MNU. o governo, através de suas Secretarias de Segurança está promovendo desde o ano passado uma campanha nos idrnaii rádios e televisões para que » populacip se precavenha contra os seus mimtgos "marginais' . oi seia. todos os que tiverem aparência de marginais Alem disso, emstem as propostas de legaiuaflo da pena de morte da pnsio cautelar ou de averiguação (como se ia nio enstisscl e a prdpna sugestAo do Secretario de Segurança de Sio Paulo, aconselhando a 'odo D cidadlo guardar um revolver em casa E claro que este cidadio nio pode ser poArt n*o pode estar desempregado morar em Uvaia ou viUf alastsdst c. aparato policiai usa de todas at armss e ainda pede aiuda as classes mediai ns ; combate ao "inimigo'" localiiado nas | periferias das cidades Agora em setembro, lei um ano que estourou o Cato Marli no Rio de Janeiro depois que um bataihio de policiais matou o seu ir mio. Paulo F S. Fitho, em Bellord Roxo. Crime na Baiaada Fluminense nio e novidade (mais de *#% dos presuntos sdo negros), mas acontece que a empregada domestica Warh resolveu apurar os culpados Dois ou três policiais loram incriminados e 0 resto continua impune Para isto Marli loi obrigada a lutar ate contra o promotor publico do caso que mandou suspender o reconhecimento dos assassinos Os treie tiros que seu irmAe levou não intimidaram Marli que resiste é considerada i símbolo da resis propíe o Movimento Megro Unificado Enquanto isto, o arrocho salarial enriquece mais ainda a minoria de patrftes. De outro lado. o rssto da populaçéo dea mais pobre » cada saiaria quando consegue emprego. E a resultado disto é a superpopulação nas favelas, nas tonas pobres, onde nlo saitte a menor atoncle por parte dos donos do govemu Os negros pedem se considerar como resultado mais direto desta situacio qu« dona cidades inteira* em condicftes subumanas de vida a a crimiAsliMde. te nlo * um resultado natural, polo manos ■ lai parte da regra do ivge I Em troca, a governa aumenta o efetive . policial,mas "So combatearaii da miséria, pratica arbitrariedades, mas nlo di soluc&es ao desemprego s nio tem conto diminuir o custo de vida. Nos últimos , dias. a vioiencií tomou outra forma: tem agora o formato de uma bomba que e ! legada freqüentemente em quem i conteste o a etcravidio econômica e a | política imposta desde M Trata-se de violéncta em outra linguagem, com o 1 mesmo obiettvo de tapar st furas desse período de crise política a social i tentando calar o coro dos descontentes. I boie, engrossado pelo gritedes | profissionais liberais, das cWssns I intermediSrias 24