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1 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 1 – Introdução ao Direito Empresarial Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini COMÉRCIO O que é comércio? Comércio é o ramo da atividade humana que tem por objeto a aproxima- ção de produtores e consumidores para a realização ou facilitação das trocas dos produtos. Troca direta e troca indireta: O comércio não se identifica com a troca, ou seja, se há troca, não ne- cessariamente há comércio (troca direta – venda direta que o produtor faz ao consumidor). No entanto, para que se haja comércio, é necessária a troca (tro- ca indireta – empresário intermediando produtor e consumidor). Comerciante ou empresário? Atualmente, não se fala mais juridicamente em comerciante, e sim em empresário (art. 2.037, CC). Empresário é gênero do qual comerciante (assim como industrial, p. ex.) é espécie. Todos os que estão entre o produtor e o consumidor são empresários. Intuito de lucro: necessário. DIREITO EMPRESARIAL O Direito Empresarial é ramo de direito privado, mas nele há grande número de normas e de instituições de direito público (ou seja, erga omnes, como a norma que dispõe que os sócios capitalistas devem participar tanto dos lucros quanto das perdas). Há uma parte do Direito Empresarial no Código Comercial (Lei n. 556/1850 – arts. 1.º a 456 revogados pelo CC em 2002) e outra no Código Civil (Lei n. 10.406/2002), estabelecendo, assim, uma autonomia formal do ramo. O Direito Comercial nasceu na Idade Média, mais precisamente na Itália, onde havia intensa atividade mercantil, a partir do século IX. O Direito Posto da época (Direito Romano e Direito Canônico) não interessava aos comerciantes, que, em corporações, cuidaram de resolver as situações entre eles através de usos e costumes (estatutos), que se tornaram suas normas. Os chefes das corporações eram os cônsules. Com o nascimento do Direito Comercial, houve a cisão do direito privado comum (Direito Civil). 2 DIREITO EMPRESARIAL I MÓDULO 1 – Introdução ao Direito Empresarial Prof. Dr. Flávio Fernandes Teixeira Monitora: Maria Theresa Camillo De Martini A partir do processo de unificação dos Estados, a eles se passou a competência para ditar as normas comerciais, o que foi fortalecido pela Revo- lução Francesa (Atos de Comércio do Código Civil Francês de 1807 – Código Napoleônico). As corporações foram extintas. Atualmente, fala-se não mais em Direito Comercial, mas sim em Direito Empresarial. O Direito de Empresa no Código Civil vai do art. 966 ao 1.195. O art. 2.037 do mesmo diploma – além de agora tratar comerciante como empre- sário e sociedade comercial como sociedade empresária – dita que serão apli- cadas também as disposições de lei por ele não revogadas (no caso do Código Comercial de 1850, a partir do art. 457). Fontes de Direito Empresarial no Brasil: 1) Constituição Federal de 1988; 2) Código Civil de 2002; 3) Código Comercial de 1850; 4) Leis comerciais esparsas. Divisão do Livro II – Direito de Empresa no CC/02 (200 artigos): 1) Título I – Do Empresário (arts. 966-980); 2) Título I-A – Da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (art. 980-A); 3) Título II – Da Sociedade (arts. 981-1.141); 4) Título III – Do Estabelecimento (arts. 1.142-1.149); 5) Título IV – Dos Institutos Complementares (arts. 1.150-1.195). O que caracteriza um empresário e uma sociedade empresária? O elemento EMPRESA, constante no art. 966 e aplicável tanto ao empresário, do qual trata (empresa exercida por pessoa natural, capaz e não impedida), quan- to à sociedade empresária (se a empresa for exercida a partir de um contrato de pessoas que se obrigam a contribuir, com bens, para o exercício de ativida- de econômica e a partilha, entre si, dos resultados, teremos uma sociedade empresária – art. 981). É esse elemento o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços.
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