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FICHAMENTO DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 
DIREITO EMPRESARIAL
SÃO PAULO – 2021
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL............................................ 3
2 CONCEITO DE EMPRESA......................................................................... 3
3 ORIGEM DO DIREITO EMPRESARIAL..................................................... 4
4 AS TEORIAS DOS ATOS DE COMÉRCIO E DA EMPRESA.................... 5
5 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL..................................................... 6
6 O EMPRESÁRIO........................................................................................ 8
7 AS OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO...................................................... 9
8 O ESTABELECIMENTO COMERCIAL...................................................... 10
9 O NOME EMPRESARIAL.......................................................................... 11
10 CONCEITO DE FUNDO COMERCIAL.................................................... 13
11 CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA.............................................................. 13 
12 BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 15
1 INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL
André Luis Santa Cruz em sua doutrina “Direito Empresarial” preceitua que “pode-se conceituar o direito empresarial, sucintamente, como o conjunto específico de normas (regras e princípios) que disciplinam a atividade econômica organizada para produção ou circulação e bens ou serviços (empresa) e aqueles que a exercem profissionalmente (empresários).” (p. 48)
Dispõe também que o direito empresarial não se relaciona com todos os âmbitos do ordenamento jurídico do mercado, mas sim a uma parcela desta, dessa forma, aduz o autor que “É por isso que as normas sobre sociedades empresárias (que inserem no âmbito da organização da empresa) ou sobre falência e recuperação judicial (que se inserem no âmbito da interação entre empresas) integram o direito empresarial, mas não o integram as normas sobre relações de emprego ou sobre relações de consumo, já que (a relação entre empresas aparta-se daquela estabelecida entre as empresas e os consumidores, ou entre as empresas e os trabalhadores” (p.48)
Na doutrina “Curso de Direito Comercial, Vol. 1: Direito de Empresa”, segundo Fábio Ulhoa Coelho “há limites para o processo de redução da participação do estado na economia. Mas a tendência, em todo o mundo, é a de desarticulação do estado do bem-estar social, onde ele existe, e a paralisação ou reversão do processo de sua criação, nas demais economias que o ensaiavam”. (p. 23)
2 CONCEITO DE EMPRESA
Conforme preceitua André Luis Santa Cruz, “Empresa é, portanto, uma atividade, algo abstrato.” E “(...) conforme fica subentendido no artigo 966 do Código Civil, empresa é uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Por atividade econômica organizada se entende aquela em que, além do intuito de lucro, há articulação dos diversos fatores de produção (capital, mão de obra, insumos e tecnologia). Sendo assim, é óbvio que no exercício de sua atividade econômica, o empresário (tanto o empresário individual quanto a sociedade empresária) celebra diversos contratos cotidianamente.”
Em síntese, “empresa é uma atividade econômica organizada, e empresário é a pessoa, física ou jurídica, que exerce uma empresa profissionalmente. Quando o empresário for pessoa física, nós o chamamos de empresário individual; quando o empresário for pessoa jurídica, estaremos diante ou de uma sociedade empresária ou de uma EIRELI (art. 980-A do CC).”
3 ORIGEM DO DIREITO EMPRESARIAL 
De acordo com o autor André Luis Santa Cruz, sobre a origem do direito empresarial “Normas Particulares à matéria comercial sempre existiram e os eruditos assinalaram-nas desde o Código de Hamurabi. Mas um sistema de direito comercial, ou seja, uma série de normas coordenadas a partir de princípios comuns, só começa a aparecer com a civilização comunal italiana, tão excepcionalmente rica de inspirações e impulso de toda ordem” (p. 49)
E continua “Há autores que, ao destacarem o tardio nascimento do direito comercial, atentam para o fato de que em Roma as regras comerciais faziam parte do direito comum, ou seja, do direito civil. Pode-se citar, por exemplo, o caso da actio institória, “que podia ser movida contra o proprietário de um estabelecimento público pelos atos de um incapaz que dirigia dito estabelecimento” (p. 50)
Segundo o autor, pode-se dizer que “o ius mercatorum (hoje direito empresarial) nasceu realmente na Idade Média, e isso ocorreu, conforme já dito, predominantemente nas comunas italianas, mas também em outras cidades que, pela boa localização, transformaram-se em importantes entrepostos comerciais” (p. 51)
Portanto, como dispõe o autor, “O Direito Comercial como um conjunto de normas jurídicas especiais, diversas do Direito Civil, para regular as atividades profissionais dos comerciantes, tem a sua origem na Idade Média. Desenvolvendo-se o comércio marítimo no Mediterrâneo, as cidades que ficavam situadas à beira-mar tornaram-se centos comerciais importantes e poderosos. Os ricos proprietários feudais abandonavam suas terras, transferindo-se para as cidades, e os servos passaram à condição de meeiros, entregando aos antigos senhores a metade da produção dos campos. Navios cortavam os mares, transportando gêneros em abundância e trazendo de terras distantes produtos exóticos ou manufaturados. As Cruzadas facilitaram o intercâmbio comercial, com o deslocamento de populações através de terras desconhecidas. E mesmo em terra, à margem das grandes estradas que levavam a países estranhos, formaram-se núcleos comerciais poderosos, como Lyon, situada à ilharga da grande estrada que ia do Reno ao Mediterrâneo.” (p. 51-52)
Por fim, “a origem do ius mercatorum (hoje direito comercial) está intrinsecamente relacionada às mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais vivenciadas no início do período de transição da baixa Idade Média para a Idade Moderna (séculos XII a XVI), com destaque para a gradativa substituição do feudalismo por uma economia pré-capitalista, para a ascensão social da burguesia e para o deslocamento da sociedade do campo para a cidade” (p. 52)
4 AS TEORIAS DOS ATOS DE COMÉRCIO E DA EMPRESA
O autor Fábio Ulhoa Coelho explica que “Em 1942, na Itália, surge um novo sistema de regulação das atividades econômicas dos particulares. Nele, alarga-se o âmbito de incidência do Direito Comercia, passando as atividades de prestação de serviços e ligadas à terra a se submeteres às mesmas normas aplicáveis às comerciais, bancárias, securitárias e industriais. Chamou=se o novo sistema de disciplina das atividades provadas de teoria da empresa. O Direito Comercial, em sua terceira etapa evolutiva, deixa de cidades de determinadas atividades (as de mercancia) e passa a disciplinas uma forma específica de produzir ou circular bens ou serviços, a empresarial. Atente para o local e ano em que a teoria da empresa se expressou pela primeira vez no ordenamento positivo. O mundo estava em guerra e, na Itália, governava o ditador fascista Mussolini.” (p.21)
E continua “A teoria da empresa acabou se desvencilhando das raízes ideológicas fascistas. Por seus méritos técnicos, sobreviveu à redemocratização da Itália e permanece delimitando o Direito Comercial daquele país até hoje. Também por sua operacionalidade, adequadas aos objetivos da disciplina da exploração de atividades econômicas por particulares no nosso tempo, a teoria da empresa inspirou a reforma da legislação comercial de outros países de tradição jurídica romana, como a da Espanha em 1989.” (p. 21)
“No Brasil, o Código Comercial de 1850 *cuja primeira parte é revogada com a entrada em vigor do Código Civil de 2002 – art. 2045) sofreu forte influência da teoria dos atos de comércio. O regulamento 737, também daquele ano, que disciplinou os procedimentos a serem observados nos então existentes Tribunais do Comércio, apresentava a relação de atividades econômicasreputadas mercancia. Em linguagem atual, esta relação compreenderia: a) compra e venda de bens móveis ou semoventes, no atacado ou varejo, para revenda ou aluguel; b) indústria; c) bancos; d) logística; e) espetáculos públicos; f) seguros; g) armação e expedição de navios;”
Por fim, dispõe que “Em suma, pode-se dizer que o direito brasileiro já incorporara – nas lições da doutrina, na jurisprudência e em leis esparsas – a teoria da empresa, mesmo antes da entrada em vigor do Código Civil. Conclui-se a demorada transição quando do início da vigência deste.”
5 FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL
Segundo o autor André Luis Santa Cruz, “Os juristas costumam dividir as fontes do direito em fontes materiais e fontes formais. Em síntese, aquelas constituem os mais variados elementos e fatores que influenciam e determinam a criação de normas jurídicas, enquanto estas constituem precisamente a forma pela qual se manifestam ou se exteriorizam tais normas” (p. 115)
Preceitua ainda que “quanto às fontes materiais do direito empresariam, destacam-se os fatos econômicos O arcabouço jurídico-empresarial de um país será absolutamente influenciado pela economia desse país. Por exemplo, um país mais liberal, do ponto de vista econômico, terá regras empresariais menos intervencionistas, que garantam um ambiente de livre mercado mais seguro e estável para os empreendedores. É verdade que a economia influencia o ordenamento jurídico como um todo, mas não é exagero afirmar que é no direito empresarial onde sua influência se mostra mais forte e decisiva.” E “No tocante às fontes formais do direito empresarial, os comercialistas, acolhendo uma classificação formulada por Carvalho de Mendonça, dividem-nas em primárias ou diretas e subsidiárias ou indiretas. Estas são aplicadas, obviamente, apenas se aquelas apresentarem lacunas.” (p. 115)
De acordo com o autor, “As fontes formais primárias mais importantes do direito empresarial são as normas que regem o exercício profissional de atividade econômica organizada, ou seja, as normas que disciplinam a empresa e os empresários. Tradicionalmente, as principais normas desse tipo estão previstas no próprio Código Comercial. Hodiernamente, porém, não se pode dizer isso quanto ao Código Comercial brasileiro, que após a edição do Código Civil contém apenas as normas que disciplinam o comércio marítimo. Hoje, portanto, as normas nucleares que reguem o direito comercial/empresarial estçao no Código Civil, mais precisamente entre os arts. 966 e 1.195 (Livro II, do CC, chamado de “Direito de empresa”). São normas que conceituam o empresário, estabelecem requisitos para o exercício de empresa individualmente, regem as sociedades empresárias, tratam do nome empresarial e do estabelecimento empresarial etc.” (p. 115)
Como explica o autor, “como fonte formal subsidiária do direito comercial/empresarial podem ser mencionados os usos e costumes mercantis, sobretudo porque o direito comercial, como visto, surgiu como um direito consuetudinário, baseado nas práticas mercantis dos mercadores medievais. Os usos e costumes surgem quando se verificam alguns requisitos básicos: normalmente exige-se que a pratica seja (i) uniforme, (ii) constante, (iii) observada por certo período de tempo, (iv) exercida de boa-fé e (v) não contrária à lei.” (p. 116)
Além destes, o autor dispõe que “também como fonte formal subsidiária do direito comercial/empresarial devem ser citadas as normas civis, especialmente no campo das obrigações e dos contratos. A propósito, o Código Comercial de 1850 continha regra expressa nesse sentido em seu art. 121: ‘as regras e disposições do direito civil para os contratos em geral são aplicáveis aos contratos comerciais, com as modificações e restrições estabelecidas neste Código’. Após o Código Civil de 2002, continua ocorrendo o mesmo, já que as normas da parte de contratos do referido diploma legislativo (arts. 421 e ss.) aplicam-se indistintamente a contratos cíveis e empresariais, com o devido temperamento, é óbvio, quando aplicadas a estes. Esse temperamento é imprescindível porque o Código Civil de 2002, na parte relativa a contratos, foi fortemente influenciado pela teoria do dirigismo contratual que prega a relativização dos princípios da autonomia da vontade das partes e da força obrigatória das avenças em prol de uma cada vez maior intervenção do estado nas relações negociais, algo que definitivamente não se coaduna com os contratos empresariais, nos quais devem sempre prevalecer a plena liberdade de contratar e a máxima liberdade contratual.”
6 O EMPRESÁRIO
Conforme a doutrina “Direito Comercial” de Fábio Ulhoa Coelho “Empresário é definido na lei como o profissional exercente de ‘atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços’ (CC, art. 966). Destacam-se da definição as noções de profissionalismo, atividade econômica organizada ou circulação de bens ou serviços.” 
Segundo André Luis Santa Cruz, “Empresário, por sua vez, é quem exerce empresa de modo profissional. Assim, deve-se atentar para o uso correto da expressão empresa, não a confundindo com a sociedade empresária (pessoa jurídica cujo objeto social é o exercício de uma empresa, isto é, de uma atividade econômica organizada), por exemplo.”
Ainda, destaca Luiz Tzirulnik que “a condição de sujeito de direito é atribuída ao empresário, seja pessoa física ou jurídica, e não à empresa, que, além de não ser absolutamente detentora de personalidade jurídica, não pode ser confundida com a sociedade”
Por fim, André Luis finaliza dizendo que “empresa é uma atividade econômica organizada, e empresário é a pessoa, física ou jurídica, que exerce uma empresa profissionalmente. Quando o empresário for pessoa física, nós o chamamos de empresário individual; quando o empresário for pessoa jurídica, estaremos diante ou de uma sociedade empresária ou de uma EIRELI (art. 980-A do CC).”
7 AS OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO
De acordo com André Luis Santa Cruz, as obrigações do empresário são:
Registro do empresário – “É obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (empresário individual ou sociedade empresária) se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de começar a exercer a empresa irregularmente. Trata-se de obrigação legal prevista no art. 967 do Código Civil, o qual dispõe ser “obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade”
Escrituração do empresário – “Outra obrigação legal imposta a todo empresário, seja ao empresário individual ou à sociedade empresária, é a necessidade de “seguir um sistema de contabilidade, 31 mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico” (art. 1.179 do Código Civil). Enfim, os empresários devem manter um sistema de escrituração contábil periódico, 32 além de levantar, todo ano, dois balanços financeiros: o patrimonial e o de resultado econômico. A obrigação é tão importante que a legislação falimentar considera crime a escrituração irregular, caso a falência do empresário seja decretada (arts. 178 e 180 da Lei 11.101/2005). Ademais, pela importância que ostentam, os livros comerciais são equiparados a documento público para fins penais, sendo tipificada como crime a falsificação, no todo ou em parte, da escrituração comercial (art. 297, § 2.º, do Código Penal).”
Preceitua também que “Embora a lei fale apenas em livros, os instrumentos de escrituração são: a) livros; b) conjunto de fichas ou folhas soltas; c) conjunto de folhas contínuas; d) microfichas extraídas a partir de microfilmagem por computador. A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe a profissional específico: o contabilista, o qual deve ser legalmente habilitado, ou seja, estar devidamente inscrito no seu órgão regulamentador da profissão (art. 1.182 do Código Civil). O referido dispositivo legal, todavia, ressalva os casos em que não existacontabilista habilitado na localidade, quando a tarefa de escrituração do empresário poderá ser exercida por outro profissional ou mesmo pelo próprio empresário. A doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica (art. 1.180 do Código Civil). O livro Diário também pode ser substituído pelo livro Balancetes Diários e Balanços quando o empresário adotar o sistema de fichas de lançamentos (art. 1.185 do Código Civil).”
Gladstone Mamede dispõe que outra obrigação do empresário é o levantamento do balanço patrimonial e de resultado econômico, este serve para analisar a situação em que a empresa se encontra, dispondo todos os bens, créditos e débitos. Isto se faz por meio de um contador o qual “diz quase tudo da vida empresarial, do desempenho da atividade, de seu passado, de seu estado atual e de suas possibilidade – ou necessidades – futuras”
8 O ESTABELECIMENTO COMERCIAL
Sobre estabelecimento comercial, André Luis Santa Cruz dispõe: “A expressão estabelecimento empresarial 44 parece se referir, numa primeira leitura, ao local em que o empresário exerce sua atividade empresarial. Trata-se, todavia, de uma visão equivocada, que representa apenas uma noção vulgar da expressão, correspondendo tão somente ao sentido coloquial que ela possui para as pessoas em geral. O conceito técnico-jurídico de estabelecimento empresarial, todavia, é algo mais complexo. No dizer de Oscar Barreto Filho, autor da mais completa obra sobre o tema no Brasil, “é o complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante [hoje empresário] para a exploração de determinada atividade mercantil [hoje empresa]”. (p. 237)
Em síntese, o autor define o estabelecimento comercial como “todo o conjunto de bens, materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no exercício da sua atividade” e que “o estabelecimento é o instrumento utilizado pelo empresário para a realização de sua atividade empresarial, razão pela qual só o compõem aqueles bens que estejam ligados ao exercício da atividade” (p. 237)
Portanto, “Para a constituição do estabelecimento, como ensina a doutrina, não só são utilizados elementos heterogêneos, tais os bens e serviços, mas, também, bens entre si, igualmente, heterogêneos, tais os móveis e imóveis, materiais e imateriais, fungíveis e infungíveis e, inclusive, consumíveis (quando se tem em vista os elementos circulantes que se prestam ao ato de produção) e inconsumíveis, com o imóvel, as máquinas e os bens decorrentes da propriedade industrial.” (p. 238)
Por fim, “(...) o estabelecimento não se confunde com a empresa, uma vez que esta, conforme visto, corresponde a uma atividade. Da mesma forma, o estabelecimento não se confunde com o empresário, já que este é uma pessoa física ou jurídica que explora essa atividade empresarial e é o titular dos direitos e obrigações dela decorrentes.” (p. 238)
9 O NOME EMPRESARIAL
Segundo o autor André Luis Santa Cruz, “Assim como todos nós, pessoas físicas, possuímos um nome civil, o qual nos identifica nas relações jurídicas de que participamos cotidianamente, os empresários – empresário individual, EIRELI ou sociedade empresária – também devem possuir um nome empresarial, que consiste, justamente, na expressão que os identifica nas relações jurídicas que formalizam em decorrência do exercício da atividade empresarial. Em outras palavras, “nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual, empresa individual de responsabilidade Ltda. – EIRELI, as sociedades empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes” (art. 1.º, caput, da IN/DREI 15/2013).” (p. 213)
E continua “O direito ao nome empresarial, segundo a doutrina majoritária, é um direito personalíssimo. A importância do nome empresarial como elemento identificador do empresário em suas relações jurídicas é tão grande que o Superior Tribunal de Justiça já decidiu que, havendo mudança de nome empresarial, deve haver a outorga de nova procuração aos mandatários da sociedade empresária.” (p. 213)
Entretanto, “É preciso tomar cuidado, todavia, para não confundir o nome empresarial com alguns outros importantes elementos de identificação do empresário, tais como a marca, o nome de fantasia (também chamado por alguns de título de estabelecimento ou insígnia), o nome de domínio e os chamados sinais de propaganda.” (p. 214)
Para o autor, “A marca é um sinal distintivo que identifica produtos ou serviços do empresário (art. 122 da Lei 9.279/1996). Sua disciplina está adstrita ao âmbito do direito de propriedade industrial e será oportunamente analisada.” E “O nome de fantasia, por sua vez, é a expressão que identifica o título do estabelecimento. Grosso modo, está para o nome empresarial assim como o apelido está para o nome civil. Muitas pessoas possuem apelidos e atendem por essa expressão nas suas relações informais com amigos e parentes, mas nas relações formais, obviamente, sempre se identificam com o seu nome civil. Assim também ocorre com os empresários: nos contratos ou nos documentos públicos, por exemplo, o empresário sempre se identificará com o seu nome empresarial, não obstante se identificar para seus consumidores por meio de panfletos, dos uniformes dos funcionários ou do layout do estabelecimento mediante o seu nome de fantasia” (p. 214)
Ainda, explica o autor que o Código Civil estabelece duas espécies de nome empresarial, quais sejam: firma e denominação. “A firma, que pode ser individual ou social, é espécie de nome empresarial, formada por um nome civil – do próprio empresário, no caso de firma individual, do titular, no caso de EIRELI, ou de um ou mais sócios, no caso de firma social. O núcleo da firma é, pois, sempre um nome civil (por exemplo, André Ramos ou A. Ramos). Destaque-se ainda que, na firma, pode ser indicado o ramo de atividade (nos exemplos já mencionados: André Ramos Cursos Jurídicos ou A. Ramos Cursos Jurídicos). Trata-se, portanto, de uma faculdade, nos termos do art. 1.156, parte final, do Código Civil, que dispõe claramente que o titular da firma pode aditar, se quiser, expressão que designe de forma mais precisa sua pessoa ou o ramo de sua atividade.” E “A denominação, que pode ser usada por certas sociedades ou pela EIRELI – o empresário individual somente opera sob firma –, pode ser formada por qualquer expressão linguística (o que alguns doutrinadores chamam de elemento fantasia) e a indicação do objeto social (ramo de atividade), é obrigatória (vide arts. 1.158, § 2.º, 1.160 e 1.161, todos do Código Civil).” (LUIS SANTA CRUZ, André. Direito Empresarial) (p. 217) 
Ademais, “A doutrina aponta, portanto, que a firma é privativa de empresários individuais e sociedades de pessoas, enquanto a denominação é privativa de sociedades de capital (a EIRELI é uma exceção, podendo usar tanto firma quanto denominação).” (p. 217-218)
10 CONCEITO DE FUNDO COMERCIAL
Fábio Ulhoa Coelho dispõe que “Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens reunidos pelo empresário para a exploração de sua atividade econômica. A proteção jurídica do estabelecimento empresarial visa à preservação do investimento realizado na organização da empresa.”
Desta forma, “O valor agregado ao estabelecimento é referido, no meio empresarial, pela locução inglesa goodwill of a trade, ou simplesmente goodwill. No meio jurídico, adota-se ora a expressão “fundo de comércio” (derivada do francês fonds de commerce), ora “aviamento” (do italiano avviamento), para designar o sobrevalor nascido da atividade organizacional do empresário. Prefiro falar em “fundo de empresa”, tendo em vista que o mesmo fato econômico e suas repercussões jurídicas se verificam na organização de estabelecimento de qualquer atividade empresarial. Registro que não é correto tomar por sinônimos “estabelecimento empresarial” e “fundo de empresa”. Este é um atributo daquele; não são, portanto, a mesma coisa. Precise-se:o estabelecimento empresarial é o conjunto de bens que o empresário reúne para explorar uma atividade econômica, e o fundo de empresa é o valor agregado ao referido conjunto, em razão da mesma atividade”, finaliza.
11 CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA
De acordo com o autor, André Luis Santa Cruz, “(...) o empresário individual, pessoa física, ao iniciar o exercício de uma atividade empresarial, constituiria para tanto um patrimônio de afetação, que não se confundiria com seu patrimônio pessoal, e o registraria na Junta Comercial. Assim, as dívidas que contraísse em função do exercício de sua atividade empresarial, em princípio, não poderiam ser executadas no seu patrimônio pessoal.”
Há também uma segunda situação a qual, segundo o autor, “suprimida a exigência de pluralidade de sócios para a constituição de sociedade limitada, o que permitiria que uma pessoa, sozinha, fosse titular de 100% das quotas do seu capital social. Assim, o patrimônio social não se confundiria com o patrimônio pessoal do sócio, o qual não poderia, em princípio, ser executado para garantia de dívidas sociais.”
O objetivo de ambas situações segundo o autor seria “permitir que um determinado empreendedor, individualmente, exercesse atividade empresarial limitando sua responsabilidade, em princípio, ao capital investido no empreendimento, ficando os seus bens particulares resguardados. Isso funcionaria como um estímulo ao empreendedorismo e acabaria com a prática, tão comum no Brasil, de constituição de sociedades limitadas em que um dos sócios tem percentual ínfimo do capital social (geralmente 1%) e nenhuma participação na gestão dos negócios sociais.”
12 BIBLIOGRAFIA 
RAMOS. André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial: volume único / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020.
COELHO. Fábio Ulhoa. Novo manual de direito comercial: direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. -- 31. ed. rev., atual. e ampl. -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2020.
MAMEDE, Gladstone. Direito Empresarial Brasileiro: Empresa e Atuação Empresarial. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. V. 1.

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