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2015.1 - DPP - Fontes, Sistemas Processuais e Princípios.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Prof: Wanderson Gome de Oliveira
Turma: 5º período.
Disponibilizado aos alunos: 06/02/2015
1 - Litígio:
O homem vive em sociedade (ser gregário).
Em qualquer sociedade se verifica o poder senão os agrupamentos humanos seriam caóticos.
A evolução é contínua da organização política.
Verificamos a origem do Estado: Povo
				 Território
				 Governo
- Clóvis Bevilacqua: "O Estado é um agrupamento humano estabelecido em determinado território e submetido a um poder soberano que lhe dá unidade orgânica".
Poderes nas mãos de uma única pessoa (século XVIII).
Meados século XVIII: Montesquieu: "O Espírito das Leis" - verificamos uma divisão funcional do poder. Senão "Tirania".
Verificou-se a divisão dos poderes. Órgãos distintos.
Importância da função legislar: Princípio da Legalidade (conjunto de princípios e normas que disciplinam a persecução penal para solução dos conflitos).
Os atos humanos devem estar pautados de acordo com a norma de conduta.
Não é o que se verifica: cada vez mais "lides": "O sujeito de um dos interesses que conflitou encontra resistência do sujeito do outro interesse".
Francesco Carnelutti: “Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida ou insatisfeita”
Cuidado com o conceito de lide no processo penal:
1º) não haverá no processo penal conflito de interesses (Ao MP não interessa de forma alguma, a condenação de um inocente)
2º) No processo penal sempre deve ocorrer resistência por parte da defesa, mesmo que somente pelo advogado. Ex: mesmo que o acusado confesse, aceita formalmente a imputação, ele ainda precisa ser defendido.
2 - Formas de composição litígios:
- Força.
- Autocomposição: utilizado até hoje.
- Processo.
Comentário:
- O Processo:
De forma paulatina foi o Estado que evocou a tarefa de administrar a justiça restaurando a ordem jurídica. 
Hoje: regra do art. 345 CP- Então os "problemas" devem ser levados ao Estado representado pelo poder judiciário.
Exercício arbitrário das próprias razões
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. 
Processo é uma sucessão de atos com os quais se procura dirimir o conflito de interesses. Conjunto de atos coordenados.
Obs: O processo não absorveu demais formas compositivas de litígio.
- Uso da Força: Art. 1.210, §1º CC (Desforço possessório), Art. 1.283 (árvores limítrofes).
- Uso da Força: Art. 24 e 25 CP: Estado de Necessidade e Legitima Defesa.
- Autocomposição: Transação Penal na Lei 9.099/95
Então o Estado é titular único do Direito de Punir "Jus Puniendi"
3 - Conceito de Direito Processual Penal:
"Corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular o modo, os meios e os órgãos encarregados de punir do Estado, realizando se por intermédio do Poder Judiciário, constitucionalmente incumbido de aplicar a lei ao caso concreto”.
Daqui se extrai o Princípio de Legalidade:
Os órgãos incumbidos da persecução penal não podem possuir discricionariedade (conveniência, oportunidade) na instauração do processo ou do inquérito.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL:
Fontes segundo Nestor Távora é tudo aquilo de onde provém um preceito jurídico. Seria a origem do próprio Direito (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 7 ed., Salvador: Jus Podivm, 2012).
Classificação:
Material (Produção): Aquela que elabora a norma. União (único que legisla sobre processo) Art. 22, I CF.
Obs: Processo é diferente de procedimento. O art. 24 XI da CF ressalta que em relação ao Direito penitenciário e procedimentos a competência e concorrente – União, Estado e DF.
Obs: Vedado ao Presidente da República legislar sobre DP e DPP através de Medida Provisória. (art. 62, I, “b”, CF).
b) Formal (Cognição): é aquela que revela a norma.
b.1- Imediatas: - Leis
 - Constituição (Súmulas Vinculantes) atualmente 33 súmulas.
	 - Direito Internacional dos Direitos Humanos (Tratados e Convenções – Art. 5º, §§ 2º e 3º da CF).
		 
Obs: E todos os seus Princípios.
Obs2: O valor do DIDH atualmente:
Se o tratado for recepcionado por 3/5 em cada casa legislativa, em dois turnos, o tratado entra com força de Emenda Constitucional (EC/45).
O STF firma posição em 2007. O DIDH vale mais que a lei, menos que a CF. Possui valor supra legal. RE. 466.343
Importante: Diferença entre princípio e regra:
O princípio vale para uma multiplicidade de situações já a regra vale para uma situação concreta.
Ex: Art. 46 do CPP - MP tem 5 dias oferecer denúncia se réu preso. Isso é uma regra.
Obs3: Princípios básicos do DIDH
* Princípio da boa fé: os tratados devem ser cumpridos de boa fé. "Pacto sunt servanda".
* Princípio da interpretação teleológica: todo o tratado deve ser interpretado para atingir sua finalidade.
* Princípio "pro homine" (em favor do ser humano): sempre se aplica a norma mais favorável. É o que o STF entendeu. Prisão civil do depositário infiel que não possui previsão no Pacto de São José da Costa Rica - CADH.
1) A CF possibilita
2) Várias leis brasileiras preveem
Então se você é Kelseniano vai aplicar prisão civil (antiquada).
Posição moderna (art. 7º- Convenção internacional direitos humanos) proíbe a prisão do depositário. Aplica-se princípio "pro homine" (Aplica-se a regra Direito Internacional).
RE 466.343. 
b.2 - Mediatas: Doutrina/ Analogia/ Costumes (para alguns)/ Princípios Gerais.
Quando se fala em jurisprudência tem que vincular:
- jurisprudência interna
- jurisprudência internacional (Corte Interamericana Direitos Humanos, Convenção Americana de Direitos Humanos).
b.3 – Informais: Costumes 
SISTEMAS PROCESSUAIS
1 - Inquisitório: (Inquisitivo)
Funções de acusar, defender e julgar reunidas em uma só pessoa (juiz).
Características: 
- Sigilo processual
- Sem contraditório
- Finalidade frenética da busca da confissão (na época "Rainha das provas"). O Código de Processo Penal de 1941 seguiu essa forma de raciocínio.
2 - Acusatório: 
As funções de acusar, defender e julgar não se concentram numa só pessoa. Estas funções são bem definidas e distribuídas para vários sujeitos processuais.
- Acusar - Em regra MP.
- Defesa – Advogado.
- Julgar – Juiz.
Este sistema tem sim a observância e respeito às garantias fundamentais. Qualquer julgamento pressupõe o Devido Processo Legal.
Cuidado: O magistrado não é mero expectador. O sistema acusatório não impede que o magistrado possa exercer algumas inciativas probatórias de forma excepcional, bem como, decretar preventiva, ordenar e modificar medidas cautelares. 
3) Misto:
Primeiramente devemos ressaltar que a persecução penal se divide em duas fases:
- uma primeira inquisitiva, presidida pelo juiz.
- segunda, acusatória com a tripartição das funções.
Obs: A maioria entende que o Brasil adotou o sistema acusatório.
A minoria (Guilherme de Souza Nucci) entende que adotou sistema misto.
A persecução penal no Brasil está dividida em duas fases distintas:
	1ª fase: 
- Pré-processual
- Inquisitiva
- Apuração do fato punível (finalidade de reunir provas para início da 2ª fase)
- Obs: em regra, é presidida pela autoridade policial. (foi dito "em regra", pois em alguns casos de foro por prerrogativa de função nos Tribunais Superiores quem preside é o próprio STJ e STF. Aí sim o sistema virou misto).
	2ª fase:
- Processual
- Acusatória
- Aplicação da punição ao autor do fato punível.
Então no Brasil adota o sistema acusatório, salvo nos casos de foro por prerrogativa de função.
PRINCÍPIOS NO DIREITO PROCESSUAL PENAL
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE OU PRINCÍPIO DA LEX FORI (Lei do Foro) – Art. 1º
Regras:
O CPP é válido em todo território nacional.
O CPP é único em todo território nacional.
O CPP vale paracrimes ocorridos no Brasil.
Em princípio todo processo segue o CPP. Porque há leis especiais que regem alguns processos. Ex.: Eleitoral, Militar, etc. (Art. 1º, III).
Todo o crime ocorrido no Brasil é processado no Brasil de acordo com CPP.
Exceção: Ex. Imunidade Diplomática (Art. 1º, I - agentes diplomáticos, agentes consulares).
Obs.: Art. 1º, IV CPP – A Constituição Federal veda Tribunal e Exceção art. 5º, XXXVII.
Art. 1º V – ADPF nº 130-7 DF – Lei não foi recepcionada pela CF.
PRINCÍPIO DA APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI (GENUINAMENTE) PROCESSUAL OU PRINCÍPIO DA EFICÁCIA DA LEI ANTERIOR.
A Lei processual é aplicada de imediato, ou seja, desde sua vigência, sem prejuízo dos atos praticados sob a égide da lei anterior. 
Normas processuais materiais: O que são? Qual princípio se aplica? É a norma que afeta diretamente o ius libertatis. É processual, mas afeta a liberdade diretamente. É como se fosse uma norma penal.
Então estamos diante do princípio da retroatividade da lei benéfica.
Ex.: Lei 11.464/07 – Veio permitir progressão de regime em crimes hediondos. Tempo de cumprir 2/5 se primário, 3/5 se reincidente. Então crimes ocorridos antes desta lei aplica-se CP - 1/6 ou lei nova? O STF decidiu, crimes antigos lei antiga. É uma norma processual, mas afeta a liberdade.
Normas mistas: São normas que tem uma parte penal e uma parte processual. 
Ex.: Art. 366 CPP “... Suspende o processo (norma processual), ... prazo prescricional (norma penal) ...”.
Tenho que descobrir qual parte prepondera. O STF diz que prepondera a parte penal. Quando diz que suspende a prescrição, isso é maléfico para o réu. Então é irretroativa.
Obs: Então tal princípio leva em conta a data da realização do ato (“tempus regit actum”) e não da infração penal.
Obs: Não haverá retroação, ou seja, os atos anteriores permanecem válidos, pois praticados segundo lei da época. A lei processual só alcança os atos praticados a partir de sua vigência (dali pra frente).
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: Art. 5º LIV
Constituído de uma série de garantias:
Garantias (Luigi Ferrajoli): São técnicas previstas no ordenamento jurídico que reduzem a distância entre a normatividade e a efetividade.
Ao lado da Mega Garantia – DPL temos outro, o Princípio da Proteção Jurídica ou Princípio do Acesso ao Juiz. O DPL sem a proteção jurídica não é nada.
Ex: Quem garante a liberdade (Direito) ----- HC (garantia) ------ através do judiciário (garantia da garantia).
Origem do DPL: Magna Carta do Rei João Sem Terra de 1215 (art. 39).
Significado original: Ninguém pode ser privado de seus direitos sem lei.
Atualmente o princípio possui dois significados: (art. 5º, LIX).
DPL substantivo.
É o princípio da proporcionalidade ou razoabilidade (aqui existe divergência entre autores) ou proibição de excesso. Obs: O princípio da proporcionalidade está implícito na CF em seu art. 5º LIV.
DPL Judicial ou Procedimental
Garantia a plenitude de defesa: Direito de ser ouvido, de ser informado pessoalmente de todos os atos processuais, de ter acesso a defesa técnica, de ter oportunidade de se manifestar depois da acusação, de ser julgado perante juiz competente, duplo grau de jurisdição...
Obs: Do ponto de vista privado o DPL é um direito, já do ponto de vista público é uma garantia.
Obs: Temos uma pluralidade de garantias que compõe o DPL.
Ex: Constitucional: ampla defesa, Contraditório, Julgamento pelo Júri ....
 Internacional: Art. 8º, item 2, alínea “h” da Convenção Americana de Direitos Humanos.
Pergunta: Dê um exemplo de uma garantia internacional que não está na CF. Resposta: A Garantia ao Duplo Grau de Jurisdição.
Princípio da Proporcionalidade/ Razoabilidade
São sinônimos (corrente majoritária)
Significado: Nenhum ato público pode ser desproporcional ou desarrazoado, inclusive o ato legislativo.
Ex: STF entendeu absurda (faltou razoabilidade) a regra que não admitia fiança no crime tipificado no art. 14, parágrafo único do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03). Pena para o delito de 2 a 4 anos e multa. ADIN 3112-1/DF.
Ementa
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 10.826/2003. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL AFASTADA. INVASÃO DA COMPETÊNCIA RESIDUAL DOS ESTADOS. INOCORRÊNCIA. DIREITO DE PROPRIEDADE.
INTROMISSÃO DO ESTADO NA ESFERA PRIVADA DESCARACTERIZADA. PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE PÚBLICO RECONHECIDA. OBRIGAÇÃO DE RENOVAÇÃO PERIÓDICA DO REGISTRO DAS ARMAS DE FOGO. DIREITO DE PROPRIEDADE, ATO JURÍDICO PERFEITO E DIREITO ADQUIRIDO ALEGADAMENTE VIOLADOS. ASSERTIVA IMPROCEDENTE. LESÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. AFRONTA TAMBÉM AO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. ARGUMENTOS NÃO ACOLHIDOS. FIXAÇÃO DE IDADE MÍNIMA PARA A AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO. POSSIBILIDADE. REALIZAÇÃO DE REFERENDO.
INCOMPETÊNCIA DO CONGRESSO NACIONAL. PREJUDICIALIDADE. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE QUANTO À PROIBIÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA.
[...]
IV - A proibição de estabelecimento de fiança para os delitos de “porte ilegal de arma de fogo de uso permitido” e de “disparo de arma de fogo”, mostra-se desarrazoada, porquanto são crimes de mera conduta, que não se equiparam aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade.
Pergunta: Pode um juiz julgar uma lei inconstitucional por falta de razoabilidade? Sim ADIN – 3112-1/DF.
PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES: 
(ne procedat judex ex officio – traduz o princípio da inércia judicial, ou seja, o Estado Juiz só deve atuar se provocado).
Não existe processo sem ação. O Juiz não pode iniciar processo no Brasil.
Pergunta: Quem inicia ação penal? 
- Ação Penal Pública – MP; 
- Ação Penal Privada – Ofendido.
Obs: O juiz tem vários poderes de iniciativa em outras atividades. 
Ex: Reconhecer prescrição, Decretar preventiva, Decretação de interceptação telefônica... O juiz possui iniciativa ou poder complementar de inciativa de provas (art. 156 CPP). Significa que a inciativa de provas em regra é das partes, depois de forma complementar pode o juiz produzir provas.
Cuidado: art. 156, I do CPP: violação ao sistema acusatório, por nós adotado expressamente pela Constituição da República de 1988, o que se depreende tanto de uma interpretação sistemática quanto da análise de artigos específicos sobre o tema, tais como os artigos 5º, inciso LIX, e 129, inciso I. A expressão "mesmo antes de iniciada a ação penal", contida no inciso I do art. 156 do CPP nos parece inconstitucional, sendo certo que ao juiz não abrirá a possibilidade de produzir prova que considere urgente antes de iniciado o processo penal. Apenas a requerimento das partes é que o juiz poderá produzir a prova antecipada iniciado o processo penal. 
PRINCÍPIO ACUSATÓRIO:
Funções de acusar, defender e julgar nas mãos de pessoas distintas.
Estudado quando tratamos dos sistemas processuais.
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL (art. 5º, XXXVII e LIII da CF).
Juiz natural é o juiz competente. 
Ex: Juiz natural para julgar os crimes dolosos contra a vida é o Juri; Crimes cometidos por Deputados e Senadores é o STF.
É, então, aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de competência estabelecidas antes da infração penal, que possui garantias que lhe asseguram independência e imparcialidade.
Garantias emanadas deste princípio:
Ninguém pode ser subtraído do seu juiz natural.
Está proibido no Brasil juiz ou tribunal de exceção (é o juízo ou tribunal constituído depois do crime para julgá-lo).
Obs: No Direito Internacional existe. Ex: Julgamento do Saddam Hussein.
Irrecusabilidade do Juiz Competente. Não se recusa o juiz da sua causa salvo por motivo justificado – Impedimento, suspeição.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO (art. 5º LV CF)
Direito de ser informado. Só podemos falar no exercício do contraditório se for informado.
O contraditório possibilita o exercício da defesa que deve e pode ser ampla.
Obs: Súmula 523 do STF: falta de defesa e defesa insuficiente. Ex: Advogado que não apresentoudefesa. Processo nulo. Venceu pela prescrição.
Leitura dos art. 261, parágrafo único e 263 do CPP.
Obs: A denúncia deve narrar os fatos praticados claramente sob pena de inépcia do art. 44.
PRINCIPICIO DA PUBLICIDADE: ( Art. 792 CPP)
Todos os atos processuais são publicados (art. 792 CPP), exceto quando decretados sigilosos.
Obs: O inquérito é sigiloso. Art. 20 CPP.
Advogado tem acesso ao processo sigiloso? E ao inquérito?
Claro que o advogado tem acesso ao processo. Estatuto do Ordem Art. 7º , XIV e tem acesso ao I.P. (qualquer inquérito).
E se há provas sigilosas no I.P.? Sim, o advogado pode ver, mas em caso de provas sigilosas, ele precisa de procuração (entendimento de alguns doutrinadores).
Obs: Súmula vinculante nº 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
PRINCIPIO DA IDENTIDADE FISICA DO JUIZ: (Lei 11.719/08) 
O Juiz que preside a instrução tem que ser o que sentencia? 
No Processo Penal isso não vigorava, o juiz que sentenciava podia ser outro que não participou da instrução criminal. Acabou com a nova lei (Art. 399, § 2º do CPP).
Veio ao encontro à nova sistemática, ou seja, jurisdição única.
PRINCIPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO:
Todo réu no crime tem direito ao duplo grau de jurisdição. È o direito de apelar. (art. 593 CPP).
Obs: Não está expresso na CF, mas sim no art. 8º, item 2, alínea “h”, da Convenção Americana de Direitos Humanos.
Exceção: A única exceção ainda vigente no STF são os casos de competência originária dos Tribunais.
Obs: O réu para apelar tem que ser recolhido a prisão?
O Art. 594 CPP, antes exigia prisão para apelar, salvo se primário e bons antecedentes. Este artigo foi revogado. A CADH é mais favorável, (Principio “pro homine”).
Quem falou isso foi o STF. H.C. 88420/PR
PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA: Art. 5º, LV.
O Estado deve proporcionar a todo acusado a mais ampla defesa, seja pessoal (auto defesa), seja técnica (advogado) e prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (art. 5º, LXXIV).
Obs: Deve-se observar ordem do processo. Defesa deve se manifestar em ultimo lugar.
PRINCIPIO DA INDISPONIBILIDADE:
Prevalece no Processo Penal o principio da indisponibilidade ou obrigatoriedade. O Crime é uma lesão irreparável ao interesse coletivo. O Estado, então, deve punir. 
Decorre do mencionado principio que a autoridade policial não pode recusar a proceder investigações preliminares (art. 5º), não pode arquivar I.P. (art. 17), O MP não pode desistir da ação penal (art. 42), nem do recurso interposto (art. 576) - Regra de Irretratabilidade.
Obs: A CF admite abrandamento dessa regra. Ex. Transação Penal. (CF – art. 98, I, c/c a lei 9.099/95, art. 76).
PRINCIPIO DA OFICIALIDADE (a) E OFICIOSIDADE (b): 
“a” - Em decorrência do principio anterior os órgãos responsáveis pela “persecutio criminis” não podem ser privados . Da mesma forma exercida por agentes públicos.
Ex: 129, I e Policia Judiciária - art. 144, §4º da CF c/c art. 4º do CPP.
Obs: Admite exceção no caso de Ação Penal Privada.
“b” - As autoridades públicas incumbidas pela persecução penal devem agir de oficio.
PRINCIPIO DA VERDADE REAL:
O Juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade, não se contentando com a verdade formal dos autos. Para tanto: Art. 156, II CPP.
É diferente do Processo Civil onde o juiz se conforma com a verdade trazida aos autos, embora não seja mero espectador (art. 130 CPC).
Exceção ao principio da Verdade Real:
a) Art. 479 CPP. “Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte”.
b) A inadmissibilidade das provas obtidas por meio ilícito (Art. 5º, LVI CF e CPP 157 do CPP). 
c) Os limites para depor (art. 207)
d) Recusa de depor de parentes do acusado (art. 206)
e) Art. 156, I CPP – Questionável. A princípio prevê figura do juiz investigador. (Processo Inquisitivo). Estaria, portanto, impedido de proferir qualquer sentença ou decisão no processo criminal que vier a se instaurar (art. 252, II – caso de impedimento).
Obs. Art. 3º Caput, Lei Crimes Organizados (Lei 9034/95). Possibilidade juiz realizar deligências – STF, ADIN 1.570, declarou inconstitucional com base art. 129, I e VIII e §2º e 144, §§1º, I e IV e 4º da CF).
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 9034/95. LEI COMPLEMENTAR 105/01. SUPERVENIENTE. HIERARQUIA SUPERIOR. REVOGAÇÃO IMPLÍCITA. AÇÃO PREJUDICADA, EM PARTE. "JUIZ DE INSTRUÇÃO". REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS PESSOALMENTE. COMPETÊNCIA PARA INVESTIGAR. INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. IMPARCIALIDADE DO MAGISTRADO. OFENSA. FUNÇÕES DE INVESTIGAR E INQUIRIR. MITIGAÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DAS POLÍCIAS FEDERAL E CIVIL. 1. Lei 9034/95. Superveniência da Lei Complementar 105/01. Revogação da disciplina contida na legislação antecedente em relação aos sigilos bancário e financeiro na apuração das ações praticadas por organizações criminosas. Ação prejudicada, quanto aos procedimentos que incidem sobre o acesso a dados, documentos e informações bancárias e financeiras. 2. Busca e apreensão de documentos relacionados ao pedido de quebra de sigilo realizadas pessoalmente pelo magistrado. Comprometimento do princípio da imparcialidade e conseqüente violação ao devido processo legal. 3. Funções de investigador e inquisidor. Atribuições conferidas ao Ministério Público e às Polícias Federal e Civil (CF, artigo 129, I e VIII e § 2o; e 144, § 1o, I e IV, e § 4o). A realização de inquérito é função que a Constituição reserva à polícia. Precedentes. Ação julgada procedente, em parte. 
Obs: Art. 156. Não se afasta a constitucionalidade de iniciativas do juiz de aprofundamento ou complementação.
PRINCIPIO DA LEGALIDADE
Os órgãos incumbidos da persecução penal não podem possuir poderes discricionários para apreciar conveniência e oportunidade.
Assim o Delegado nos crimes de ação publica é obrigado a proceder a investigação preliminar e o MP é obrigado a oferecer denuncia desde que verifique fato delituoso.
Exceções: Crimes de Ação Penal Pública Condicionada e Ação Penal Privada.
PRINCIPIO DO “FAVOR REI”.
A dúvida sempre beneficia o acusado. Na duvida absolve o réu (falta de prova). Alguns recursos somente em favor do réu. Ex: Revisão Criminal.
Material utilizado:
BONFIM, Edilson Mougenot. Curso de processo penal. 8 ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 19 ed., São Paulo: Saraiva, 2012.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 10 ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
MACHADO, Antônio Alberto. Curso de processo penal. 3 ed., São Paulo: Atlas, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal. 5 ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed., São Paulo: Atlas, 2014. 
RANGEL, Paulo. Direito processual penal. 20 ed., São Paulo: Atlas, 2012.
TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 7 ed., Salvador: Jus Podivm, 2012.