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Plano de Aula 14 - Fundamentos das Ciências Sociais

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Plano de Aula: Temas contemporâneos da Sociologia (II) 
FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS - CCJ0001 
Título 
Temas contemporâneos da Sociologia (II) 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
 
Preconceitos de gênero e orientação sexual. Novos modelos de família. Nós e eles: a produção do 
estigma. 
Objetivos 
 
Analisar os preconceitos de gênero e de orientação sexual na sociedade brasileira. 
Identificar os novos modelos de família na sociedade contemporânea. 
Estudar a produção do estigma na sociedade. 
Estrutura do Conteúdo 
 
Antes da aula, leia o Capítulo 6 de seu Livro didático de Ciências Sociais da página 146 até a 152. 
 
Preconceito contra de gênero e de orientação sexual 
 
Antes de começarmos a mostrar como essas formas de preconceito operam na sociedade, comecemos 
por estabelecer as diferenças entre esses conceitos, como apresentado no capítulo 6 do Livro Didático. 
 
Sexo: Refere-se apenas ao aspecto determinado biologicamente. São as diferenças anatômicas que 
estão presentes nos nossos corpos desde que nascemos. Existem dois tipos de sexo: homem e mulher. 
 
Gênero: O conceito de gênero começou a ser usado para marcar as diferenças entre homens e mulheres, 
que não estão restritas aos aspectos físicos e biológicos. A noção de gênero é, portanto, construída 
socialmente. É a partir da observação das diferenças sexuais que se criam ideias sobre o que é 
masculino e o que é feminino, as chamadas representações de gênero. Assim, como as origens das 
identidades subjetivas de gênero são exclusivamente sociais, não existe uma determinação natural dos 
comportamentos de homens e mulheres. 
 
Identidades de gênero: Refere-se ao gênero com o qual o indivíduo se identifica. O que isto significa? Na 
maioria das vezes, as mulheres se identificam no gênero feminino e os homens no gênero masculino. No 
entanto, nem sempre acontece desta forma. Por vezes, algumas pessoas de determinados sexos 
biológicos não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. São os 
indivíduos que chamamos de travestis e transexuais, ou transgêneros. 
 
Orientação sexual: Quando falamos da orientação sexual, estamos indicando por quais gêneros uma 
pessoa sente-se atraída, seja de forma emocional, sexual ou afetiva. Pode ser assexual (nenhuma 
atração sexual), bissexual (atração pelos gêneros masculino e feminino), homossexual (atração pelo 
mesmo gênero), heterossexual (atração pelo gênero oposto) ou, ainda, pansexual (atração independente 
do gênero). 
 
Atualmente, usamos o termo orientação sexual por ser considerado mais adequado do que opção sexual. 
Isto porque palavra opção denota que o indivíduo pode escolher a sua forma de desejo. Apesar de não 
existirem consensos a respeito do que explica a orientação sexual, o que se pode afirmar é que não é 
uma escolha. 
 
Preconceito de gênero 
 
As mulheres, desde a Revolução Industrial, vêm ocupando espaço no mercado de trabalho e, com isso, 
aumentando sua importância na sociedade. Contudo, muitos ainda veem o trabalho feminino como uma 
expansão do trabalho doméstico, tido como menos importante. 
 
A luta da mulher pela sua inserção no mercado de trabalho, tem sua origem em tempos passados, e até 
hoje, a mulher ocupa cargos de trabalho relacionados com serviços de saúde, de educação, como s e o 
trabalho fosse uma extensão do trabalho doméstico Não que esses trabalhos não tenham importância, 
mas é paradoxal o fato de cargos administrativos e industriais serem predominantemente masculinos. 
 
A sociedade brasileira é composta, preponderantemente por mulheres, mas estas têm participação 
inferior a dos homens no mercado de trabalho. Além do mais, a parcela feminina que está empregada 
precisa enfrentar preconceitos e inacreditavelmente recebe menos pelo mesmo trabalho exercido por um 
homem. 
 
Hustana Vargas nos mostra que, na representação política, por exemplo, as mulheres estão muito aquém 
da igualdade que a Constituição lhe assegura: Embora as mulheres representem 51,20% do eleitorado 
brasileiro, aproximadamente o mesmo percentual da composição entre os sexos na população brasileira 
(IBGE, 2005), o percentual de candidatas às câmaras de vereadores, nas eleições de 2004 em todo o 
país, foi de 22,14%, totalizando 76.765. Já as candidatas às prefeituras somaram apenas 9,48% do total 
das candidaturas, ou seja, 1.495 candidaturas femininas. 
 
Dados recentes mostram que esse quadro pouco se modificou nos últimos anos. Em 2012, a despeito de 
o Brasil ter mulheres em cargos de chefia na administração federal, como a presidente da República, 
Dilma Rousseff, e dez mulheres chefiando ministérios, há apenas 45 mulheres parlamentares, que 
representam 8,77% das cadeiras da Câmara dos Deputados. No Senado, o cenário não é diferente. De 
um total de 81 senadores, apenas 12 são mulheres, constituindo apenas 14,8 % do to tal. 
 
Essa reduzida proporção de mulheres nos cargos eletivos no Brasil tem sido motivo de inúmeros 
questionamentos de organismos internacionais, como ocorreu, em 2012, por parte do Comitê das Nações 
Unidas para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Comitê Cedaw). 
 
Outro claro exemplo de preconceito contra as mulheres se expressa nos altos índices de violência 
doméstica, motivação para a criação de lei específica visando maior rigor na punição dos agressores, a 
chamada Lei Maria da Penha. 
 
Preconceito de orientação sexual 
 
Durante o processo de socialização, aprendemos que existe um padrão de orientação sexual, baseado na 
heterossexualidade. A partir daí, tendemos a identificar e classificar lésbicas, gays, travestis, transexuais 
e transgênicos através da representação feita, em geral, pelos meios de comunicação, ou seja, de forma 
estereotipada, com faz com as mulheres afrodescendentes e outros grupos. 
 
Muitas vezes, esse preconceito se expressa em forma de humor: piadas que satirizam e diminuem os 
indivíduos de orientação sexual não heterossexual, passando, depois à discriminação e, não raro, à 
violência. 
 
Pesquisa recentemente realizada pela USP revelou que, nas escolas públicas brasileiras, 87% da 
comunidade - sejam alunos, pais, professores ou servidores - têm algum grau de preconceito contra 
homossexuais. Essa é uma questão que estudantes e educadores homossexuais, bissexuais e travestis 
enfrentam diariamente nas escolas: a homofobia. O levantamento foi realizado com base em entrevistas 
feitas com 18,5 mil alunos, pais, professores, diretores e funcionários, de 501 unidades de ensino de todo 
o país. 
 
Estudo da UNESCO divulgado em 2011 indica que nas escolas públicas do Distrito Federal 44% dos 
estudantes do sexo masculino afirmaram não gostariam de estudar com homossexuais. Entre as 
meninas, o índice é de 14%. 
 
Ressalte-se que esta minoria é, historicamente, vítima de violências físicas e simbólicas e, até 
recentemente, sua prática era considerada patológica. 
 
Por essa razão, a questão do recente reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas gerou tanta 
polêmica, pois trouxe para a agenda nacional a possibilidade da existência de mais de um modelo de 
família, o que já é uma realidade não só no Brasil, como em várias sociedades. 
 
Veja entrevista de Maria Berenice Dias, especialista em Direito das Famílias, em: 
 
http://www.youtube.com/watch?v=ZMAgUnPa1jI&feature=fvsr 
 
A produção do estigma 
 
Devido aos padrões que são considerados normais e que nos são impostos pela sociedade abrangen te, 
temos a tendência a considerarmos desprezível, incorreto, impuro, tudo que não se encontra dentro 
desses padrões pré-estabelecidos. 
 
Nesse processo, muitas vezes separamos, excluímos, segregamos o outro com o qual sequer podemos 
ter mínimas relações de cordialidade. É o caso conhecido do sistema de castas na índia, onde os grupos 
considerados impuros são relegadosaos trabalhos menos nobres, proibidos de se casar com os "puros" e 
sofrem uma série de violências muitas vezes toleradas socialmente, a despe ito da existência de leis 
punitivas. É a esse processo de criação de marcas sociais de impureza e à postura desqualificadora dela 
decorrente que se dá o nome de estigma. 
 
Aplicação Prática Teórica 
 
Questão discursiva: 
 
Leia o texto abaixo e responda as questões propostas: 
 
Suprema Corte dos EUA aprova o casamento gay nacionalmente (Globo.com, 26/06/2015) 
 
Em uma decisão histórica, a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o casamento entre pessoas do 
mesmo sexo em todo o país. Os 13 estados que ainda proibiam não podem mais barrar os casamentos 
entre homossexuais, que passam a ser legalizados em todos os 50 estados americanos. A decisão veio 
por cinco votos contra quatro.O casamento tem sido uma instituição central na sociedade desde os 
tempos antigos, afirmou o tribunal, "mas ele não está isolado das evoluções no direito e na sociedade". 
Ao excluir casais do mesmo sexo do casamento, explicou, nega-se a eles "a constelação de benefícios 
que os estados relacionaram ao casamento". 
 
O tribunal acrescentou: "O casamento encarna um amor que pode perdurar até mesmo após a morte". 
"Estaria equivocado dizer que estes homens e mulheres desrespeitam a ideia de casamento... Eles 
pedem direitos iguais aos olhos da lei. A Constituição lhes concede este direito", res saltou, segundo a 
agência AFP. Nesta sexta, centenas de pessoas se reuniram nos arredores da Suprema Corte, no centro 
de Washington, para comemorar a decisão dos juízes. 
 
Como informa a agência EFE, o governo do presidente Barack Obama já tinha manifestado abertamente 
sua postura a favor do casamento homossexual depois que, pela primeira vez, o próprio líder declarou 
apoio à causa em 2012. 
 
O caso analisado pela decisão desta sexta se referia aos estados de Kentucky, Michigan, Ohio e 
Tennessee, onde o casamento é definido como a união entre um homem e uma mulher. Esses estados 
não permitiram que os casais do mesmo sexo se casassem em seu território e também se negaram a 
reconhecer os casamentos válidos em outros estados do país. 
 
O representante da ação na Justiça foiJim Obergefell, que viveu 21 anos com John Arthur, em Ohio. Ele 
queria que o casamento fosse formalmente reconhecido na certidão de óbito de Arthur, quando ele 
morresse. O companheiro tinha esclerose lateral amiotrófica, doença que não tem cura. Os dois 
chegaram a se casar em outro estado, mas a união não era reconhecida em Ohio. 
 
Obama disse no Twitter que a aprovação é um grande passo para a igualdade de direitos. "Casais de 
gays e lésbicas têm agora o direito de se casar, como todas as outras pessoas. #Oamorvence", disse o 
presidente.Ele fez um pronunciamento e disse que a decisão é uma "vitória para a América". 
 
1- Que fenômeno social o fato acima narrado evidencia? Explique-o. 
 
2- Apresente, justificadamente, um exemplo de reconhecimento, na sociedade brasileira, de novas 
conjugalidades. 
 
Questão de múltipla escolha: 
 
Os papéis sociais foram, no passado, conhecidos como o resultado de uma divisão ?natural? do trabalho. 
Para os cientistas sociais que estudam gênero, a divisão sexual de tarefas , longe de ser consequência 
natural de diferenças biológicas, é construção criada e mantida pela sociedade. Nesse sentido, assinale a 
única opção correta com relação aos objetivos da pesquisa de gênero, no âmbito das ciências sociais. 
 
a) Os estudos de gênero têm como objetivo exclusivo a distribuição do poder feminino no conjunto da 
sociedade. 
b) A pesquisa de gênero tem como objetivo mostrar para a sociedade que as mulheres possuem 
características inatas diferentes no que tange à divisão social do trabalho. 
c) A pesquisa de gênero tem como objetivo básico demonstrar que as diferenças entre homens e 
mulheres no mercado de trabalho são biologicamente determinadas. 
d) Os estudos de gênero realizados no âmbito das ciências sociais têm como objetivo restrito e exclusivo 
a introdução das mulheres no mercado de trabalho. 
e) Nas ciências sociais, a pesquisa de gênero procura estudar a distribuição de poder e de recursos entre 
homens e mulheres em uma dada sociedade, considerando a questão de gênero como uma dimensã o da 
análise fundamental de toda organização social.

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