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www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 1 Colônia Império República Velha Colônia e Império (1) A administração colonial apresentava pouca organização e diferenciação interna, sendo formada por um vasto conjunto de normas, atribuições, circunscrições e missões extraordinárias. Eram ignorados princípios administrativos de organização e divisão de trabalho, estruturação organizacional e hierarquia. Havia superposição de funções, ausência de parâmetros para definição das estruturas e subordinações diretas que subvertiam a hierarquia. Colônia e Império (2) A administração colonial era organizada em quatro níveis: as instituições metropolitanas, a administração central, a administração regional e a administração local. Além disso, em relação à organização territorial, o país era dividido em capitanias, que constituíam as principais unidades administrativas da colônia e influenciaram o desenho federativo posteriormente adotado no Brasil. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 2 Colônia e Império (3) A chamada “administração geral” incluía o campo propriamente administrativo, mas também a função judiciária. Os juízes exerciam funções judiciais e administrativas. A administração geral às vezes se confundia com a administração local. As câmaras exerciam funções legislativas, executivas e judiciárias. Colônia e Império (4) As principais características da administração colonial são a centralização, a ausência de diferenciação das funções, o excesso de normas e o seu nível de detalhamento, o formalismo excessivo e a ineficiência. Tais disfunções decorrem especialmente: da tentativa de trazer para a colônia as instituições existentes na metrópole; do grande vazio de autoridade no imenso território, compondo uma administração pública autoritária e ineficaz. Colônia e Império (5) Pode-se afirmar que as bases do Estado nacional brasileiro foram fundamentadas a partir de dois momentos históricos, que provocaram a estruturação de um aparato institucional e burocrático adequado às necessidades de governo : A transferência da corte para a colônia; A elevação do Brasil a parte integrante do Reino Unido de Portugal. República Velha (1) A Proclamação da República não alterou de forma significativa as estruturas socioeconômicas do país. A produção e a riqueza continuaram associadas à economia agrícola para exportação, baseada na monocultura e no latifúndio. O principal pólo econômico passou a ser a cafeicultura, levando à mudança da concentração do poder nacional, das tradicionais elites cariocas e nordestinas para os cafeicultores paulistas. República Velha (2) Assim, o Estado brasileiro de 1900 continuou oligárquico: a elite de senhores de terra (oligarquias) e de políticos patrimonialistas permaneceram controlando a economia e a política no país. Havia, ainda, o predomínio de um estamento burocrático semelhante ao que dominava Portugal, com origem aristocrática e relacionado aos ricos produtores rurais. República Velha (3) Nesse contexto, estava em formação uma nova classe média, composto por políticos e burocratas patrimonialistas. No dizer de Bresser Pereira: “Formava-se, assim, um grupo que apropriava-se do excedente econômico por meio do próprio Estado, e não por intermédio da atividade econômica”. República Velha (4) Além de não haver alteração nas estruturas econômica e de poder, falharam as tentativas de mobilizar e organizar a população. O regime oligárquico mantinha-se com eleições fraudulentas. O eleitorado correspondia a um pequeno percentual da população e convivia-se com o voto de cabresto. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 3 Houve um movimento de descentralização política: o poder dos governadores e das oligarquias locais aumentou, dando origem à política dos governadores. República Velha (5) A Constituição de 1891, inspirada na Constituição americana (1787), consagrou a República, o federalismo e o regime presidencialista. A separação de poderes ficou mais nítida: O Legislativo era formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, com membros eleitos para mandado de duração certa. Ampliou-se a autonomia do Judiciário. Foi criado o Tribunal de Contas, para fiscalizar a realização da despesa pública. República Velha (6) As províncias foram transformadas em estados, com presidentes ou governadores eleitos. Os estados receberam significativa autonomia e arrecadação de receitas. As assembléias estaduais detinham competência legislar acerca de uma ampla diversidade de temas, caracterizando um federalismo competitivo. A Reforma de 1936 (1) No Brasil, o modelo de administração burocrática começa a ser implantado de forma relevante a partir dos anos 30, durante o governo de Vargas. A reforma administrativa surge no contexto de aceleração da industrialização brasileira, com participação fundamental do Estado na realização de investimentos maciços no setor produtivo de bens e serviços. A Reforma de 1936 (2) A implantação de uma administração pública burocrática é reflexo do crescimento de um capitalismo moderno no país. A reforma foi formulada por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, com o objetivo de conduz ir a administração pública a um processo de racionalização, com a criação de carreiras burocráticas e a tentativa de adoção do concurso público como forma de ingresso de servidores. A Reforma de 1936 (3) Para a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP. Há forte influência da Administração Científica, com a busca da racionalização mediante simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Neste período, foi instituída a função orçamentária como atividade formal e vinculada ao planejamento. A Reforma de 1936 (4) Em relação à administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de estabelecer uma burocracia conforme o modelo weberiano, baseada na meritocracia. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 4 Foram valorizados instrumentos como o concurso público e o treinamento profissional (embora não se tenha conseguido adotar, a rigor, uma política de recursos humanos à altura das necessidades do Estado). A Reforma de 1936 (5) Observações: Mesmo após a reforma, o Patrimonialismo conseguiu manter sua força no quadro político e administrativo brasileiro. O tradicional coronelismo seria substituído pelos ainda atuais clientelismo e fisiologismo. Questão de Prova - Cespe 01. O Estado oligárquico, no Brasil, é identificado com a República Velha, e caracteriza-se pela associação entre as instituições políticas tradicionais e as entidades da sociedade civil mobilizadas em torno dos segmentos mais pobres e desprotegidos da população, por meio de fortes redes de proteção social. Governo JK (1) A administração burocrática implantada a partir de 1930 sofreu sucessivas tentativas de reforma, com diferentes graus de êxito. As experiências variaram entre a ênfase na extinção e criação de órgãos, de um lado, e a constituição de estruturas paralelas que visavam compensar a rigidez e a ineficiência burocrática. Governo JK (2) No Governo JK foram criadas comissões especiais: Comissão de Estudos e Projetos Administrativos, para a realização de estudos para simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais. Comissão de SimplificaçãoBurocrática, que visava à elaboração de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços. Governo João Goulart O governo Goulart criou a Comissão Amaral Peixoto, que deu início a novos estudos para a realização da reforma administrativa. Seu principal objetivo era promover “uma ampla descentralização administrativa até o nível do guichê, além de ampla delegação de competência”. Entretanto, após o golpe de 1964, as propostas da Comissão não chegam a ser transformadas em lei. Resumo do período (1) Nesse período, cresce a distância entre a administração direta, submetida à excessiva rigidez burocrática, e a administração descentralizada, com mais autonomia gerencial. Na Administração Indireta contratava-se sem concursos, atraindo profissionais especializados e remunerando-os de acordo com o mercado. Com isso, eram criadas “ilhas de excelência” no setor público, cercadas por uma Administração Direta em situação precária. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 5 Resumo do período (2) Houve avanços isolados durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, mas mantiveram-se as práticas clientelistas e o baixo investimento na profissionalização da burocracia. Para superar os obstáculos à realização dos objetivos dos diversos governos, optava-se pela criação de novas estruturas paralelas à administração direta, ao invés de proceder-se à esperada reformulação da burocracia pública. Resumo do período (3) Afinal, as diversas tentativas de reforma, incluindo as comissões criadas e suas formulações, trouxeram avanços conceituais que influenciariam as melhorias futuras na administração pública. Aliás, boa parte das inovações introduzidas pela reforma de 1967 já constavam das propostas da COSB, da CEPA e, especialmente, da Comissão Amaral Peixoto. A Reforma de 1967 (1) A reforma de 1967, feita pelo Decreto-Lei 200, foi uma tentativa de resolver as limitações trazidas pela rigidez burocrática. Bresser a considera como o primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Pautou-se pelo fortalecimento da Administração Indireta, com a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. A Reforma de 1967 (2) Buscava-se obter maior flexibilidade e dinamismo operacional, por meio da descentralização funcional. Foram instituídos diversos princípios administrativos: racionalidade administrativa, planejamento e orçamento, processos de desconcentração e descentralização, tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, sistematização, coordenação e controle. A Reforma de 1967 (3) As reformas do Decreto-Lei 200/67 não trouxeram mudanças no âmbito da administração burocrática central. Havia a coexistência de núcleos de eficiência e competência na administração indireta e formas ineficientes na administração direta. A Reforma de 1967 (4) O núcleo burocrático foi enfraquecido através de uma estratégia oportunista do regime militar, que não desenvolveu carreiras de administradores públicos de alto nível. Optou-se por contratar os escalões superiores da administração através das empresas estatais. A Reforma de 1967 (5) Em meados dos anos 70, uma nova iniciativa modernizadora da administração pública teve início, com a criação da SEMOR - Secretaria da Modernização. Reuniu-se um grupo de administradores públicos, muitos com pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, especialmente de recursos humanos, na administração pública federal. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 6 Questão de Prova - Cespe 02. Dadas as inadequações do modelo burocrático implantado a partir da década de 30 do século passado, sucessivas tentativas de reforma foram implantadas, destacando-se o Decreto-Lei n.º 200/1967 como marco definitivo na tentativa de superação da rigidez burocrática. Decreto 200/1967 Art. 4° A ADMINISTRAÇÃO FEDERAL COMPREENDE: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Emprêsas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987) Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: I - Planejamento. II - Coordenação. III - Descentralização. IV - Delegação de Competência. V - Contrôle. Art. 7º A ação governamental obedecerá a PLANEJAMENTO que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes INSTRUMENTOS BÁSICOS: a) plano geral de govêrno; b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; c) orçamento-programa anual; d) programação financeira de desembôlso. Art. 14. O trabalho administrativo será RACIONALIZADO mediante simplificação de processos e supressão de contrôles que se evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja evidentemente superior ao risco. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 7 REVISÃO DAS NORMAS DE PESSOAL / PRINCÍPIOS: Art. 94. O Poder Executivo promoverá a revisão da legislação e das normas regulamentares relativas ao pessoal do Serviço Público Civil, com o objetivo de ajustá-las aos seguintes princípios: (...) Art. 145. A Administração Federal será objeto de uma REFORMA de profundidade para ajustá-la às disposições da presente lei e, especialmente, às diretrizes e princípios fundamentais enunciados no Título II (...) Desburocratização e Desestatização Dois programas marcaram o fim dos anos 70 e início dos anos 80: Programa Nacional de Desburocratização Programa Nacional de Desestatização De iniciativa do Poder Executivo, os dois programas foram concebidos para atender a objetivos complementares: a) o aumento da eficiência e eficácia na administração pública; b) o fortalecimento do sistema de livre empresa. PrND (1) O Programa Nacional de Desburocratização –PrND foi uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública gerencial. Objetivos do PrND: revitalização e agilização das organizações do Estado, descentralização da autoridade, melhoria e simplificação dos processos administrativos e promoção da eficiência. PrND (2) As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Esperava-se tornar mais ágil o sistema administrativo, trazendo benefícios para funcionários e clientes. Ao contrário de outros programas, o PrND privilegiava o cidadão, usuário do serviço público. Lustosa destaca o ineditismo do PrND: “(...) nenhum outro programa antes era dotado de caráter social e político. Mas, ele também incluía entre seus objetivos o enxugamento da máquina estatal (...)”. Nova República O governo civil herdou um aparato administrativo marcado por deficiências. Apesar da intenção de mexer na rigidez burocrática, o Decreto-Lei nº 200/67 deixou problemas relevantes: O ingresso defuncionários sem concurso público permitiu a reprodução de velhas práticas patrimonialistas. O completo descaso em relação à administração direta, enfraquecendo o núcleo estratégico do Estado. O governo Sarney instituiu uma comissão com objetivos ambiciosos, com a intenção inicial de redefinir o papel do Estado, reestruturar o funcionamento da administração pública, reformular as estruturas do Poder Executivo federal e de seus órgãos e entidades, racionalizar os procedimentos administrativos, e estipular objetivos e metas para as áreas prioritárias. Entretanto, as mudanças almejadas não foram alcançadas. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 8 A reforma ambiciosa foi substituída pelo mero processo de racionalização dos meios. Além disso, o governo não foi capaz de reativar as antigas ilhas de eficiência do setor público, como planejamento, arrecadação, comunicações e política agrícola, desorganizadas ao fim do regime militar. “Retrocesso Burocrático” de 1988 (1) As mudanças em direção a uma administração pública gerencial foram paralisadas na transição democrática de 1985. A Constituição de 1988 representou uma grande vitória democrática, mas foi acompanhada do loteamento dos cargos públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos Estados, entre os políticos aliados aos partidos vitoriosos. Assim, um novo populismo patrimonialista era estabelecido no país. “Retrocesso Burocrático” de 1988 (2) Na Constituição de 1988, ocorreu então um retrocesso burocrático expressivo: Foi estabelecido um forte engessamento do aparelho estatal, atribuindo-se, para os serviços não exclusivos do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras rígidas requeridas para o núcleo estratégico do Estado. “Retrocesso Burocrático” de 1988 (3) Resultados: burocracia e patrimonialismo! Perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos. Obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios. A administração indireta perdeu a sua flexibilidade operacional. “Retrocesso Burocrático” de 1988 (4) Resultados: burocracia e patrimonialismo! Abandono da busca por uma administração pública gerencial. Reafirmação dos ideais da administração burocrática. Instituição de uma série de privilégios, impróprios para a administração pública burocrática, demonstrando a força do patrimonialismo arraigado. “Retrocesso Burocrático” de 1988 (5) Resultados: burocracia e patrimonialismo! A estabilidade rígida para todos os servidores civis. Generalização do regime estatutário na administração direta e nas fundações e autarquias. Aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a contribuição do servidor. Questão de Prova - Cespe 03. A Constituição de 1988 promoveu um avanço significativo na gestão pública, concedendo mais flexibilidade ao aparelho estatal. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 9 Collor As distorções provocadas pela nova Constituição logo trouxeram consequências para o país. No governo Collor, a resposta a elas foi equivocada e agravou os problemas existentes. A preocupação era destruir, e não construir. Itamar O governo Itamar Franco buscou essencialmente recompor os salários dos servidores, violentamente reduzidos no governo anterior. O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir de 1994. A campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e cultural da administração pública no sentido de uma administração gerencial. Questões de Prova 01. A partir da segunda metade do século XX, começa a verificar-se a erosão do modelo de Administração Púbica Burocrática, seja em função da expansão das funções econômicas e sociais do Estado, seja em face do desenvolvimento tecnológico e do fenômeno da globalização. Surge, então, o modelo da Administração Pública Gerencial, cujas características são: (A) concentração dos processos decisórios, aumento dos controles de processos e ênfase no cidadão. (B) descentralização dos processos decisórios, horizontalização organizacional, contratualização, competição administrada, controle de resultados, ênfase no cidadão (C) inversão do conceito clássico de hierarquia, com redução dos níveis inferiores e aumento dos intermediários, dando a estes mais poder decisório, com ênfase no controle dos processos internos. (D) acentuação da verticalização das estruturas organizacionais, com aumento dos níveis hierárquicos superiores, onde se concentra o poder decisório, ênfase nos controles interno e externo da atuação dos escalões inferiores. (E) descentralização dos processos decisórios, horizontalização das estruturas organizacionais, abandono dos mecanismos de controle de processos e adoção de mecanismos de controle de resultados, com foco no cidadão. 02. Sobre as experiências de reformas administrativas em nosso país, é correto afirmar: a) a implantação do DASP e a expedição do Decreto-Lei n. 200/67 são exemplos de processos democráticos de reformismo baseados no debate, na negociação e em um modelo decisório menos concentrador. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 10 b) ainda que o formalismo e a rigidez burocrática sejam atacados como males, alguns alicerces do modelo weberiano podem constituir uma alavanca para a modernização, como meritocracia e distinção entre público e privado. c) o modelo gerencial foi implantado no Brasil com amplo sucesso, representando o fim do patrimonialismo e da burocracia. d) já nos anos 1980, o Programa Nacional de Desburocratização propunha uma engenharia institucional capaz de estabelecer um espaço público não-estatal, com a incorporação das Organizações Sociais. e) desde os anos 1990, a agenda da gestão pública tem sido continuamente enriquecida, sendo hoje mais importante que as agendas fiscal ou econômica. 03. A correta análise da modernização da Administração Pública brasileira, havida nas últimas décadas, permite chegar às seguintes conclusões, exceto: a) a despeito de tudo, a administração pública ainda carrega tradições seculares de características semifeudais e age como um instrumento de manutenção do poder. b) não obstante as qualidades das medidas em prol da profissionalização do serviço público, previstas na Constituição de 1988, parte dessa legislação resultou, na verdade, em aumento do corporativismo estatal. c) uma das ações mais significativas na gestão pública foi a incorporação do governo eletrônico. d) constituiu-se uma coalizão em torno do Plano Purianual - PPA e da ideia de planejamento, com a retomada e o reforço de sua versão centralizadora e tecnocrática adotada no regime militar. e) os programas de renda mínima acoplados a instrumentos criadores de capacidade cidadã, política das mais interessantes na área social, tiveram origem nos governos subnacionais e não na União. 04. Acerca dos modelos de gestão patrimonialista, burocrática e gerencial, no contexto brasileiro, é correto afirmar: a) cada um deles constituiu-se, a seu tempo, em movimento administrativo autônomo, imune a injunções políticas, econômicas e culturais. b) com a burocracia, o patrimonialismo inicia sua derrocada, sendo finalmente extinto com a implantação do gerencialismo. c) o caráter neoliberal da burocracia é uma das principais causas de sua falência. d) fruto de nossa opção tardia pela forma republicana de governo, o patrimonialismo é um fenômeno administrativosem paralelo em outros países. e) com o gerencialismo, a ordem administrativa se reestrutura, porém sem abolir o patrimonialismo e a burocracia que, a seu modo e com nova roupagem, continuam existindo. 05. Weber estudou as organizações que surgiram após a revolução industrial e a formação do Estado, identificando características que eram comuns e tipos de autoridade. Indique a opção que apresenta corretamente características do tipo ideal de burocracia de Weber. a) Excesso de regulamentos e valorização da hierarquia. b) Competência técnica e dominação tradicional. c) Dominação legal e carismática. d) Impessoalidade e profissionalismo. e) Flexibilidade e racionalidade legal. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 11 06. Indique a opção que apresenta respectivamente o objetivo central do modelo burocrático de gestão e suas principais características. a) Qualidade – profissionalismo, transparência e especialização. b) Produtividade – hierarquia, descentralização e padronização. c) Eficiência – padronização, descentralização e autonomia. d) Coordenação – especialização, hierarquia e centralização. e) Controle – impessoalidade, hierarquia e formalismo. 07. A análise da evolução da administração pública brasileira, a partir dos anos 1930, permite concluir acertadamente que: a) com o Estado Novo e a criação do DASP, a admissão ao serviço público passou a ser feita exclusivamente por meio de concurso público, sendo descontinuadas as práticas do clientelismo e da indicação por apadrinhamento. b) a reforma trazida pelo DL 200/67 propugnou pela descentralização funcional do aparelho do Estado mediante delegação de autoridade aos órgãos da administração indireta para a consecução de muitas das funções do governo. c) a partir de meados do século XX, com o desenvolvimentismo, deu-se a ampliação da administração direta, gestora das políticas implementadas pela administração indireta. d) a partir dos anos 1980, dadas a falência do estado do bem-estar, a crise fiscal e a redemocratização, as reformas passaram a seguir uma estratégia única e homogênea. e) os ‘50 Anos em 5’ e a construção de Brasília, no período JK, representaram a pedra fundamental do que viria a ser a adoção do gerencialismo no serviço público. 08. Acerca do modelo de administração pública gerencial, é correto afirmar que: a) admite o nepotismo como forma alternativa de captação de recursos humanos. b) sua principal diferença em relação à administração burocrática reside na forma de controle, que deixa de se basear nos processos para se concentrar nos resultados. c) nega todos os princípios da administração pública patrimonialista e da administração pública burocrática. d) sua preocupação com a racionalidade econômica e com o cumprimento da lei deixam em segundo plano a satisfação das demandas por qualidade por parte dos cidadãos. e) caracteriza-se pela profissionalização, ideia de carreira, hierarquia funcional, impessoalidade e formalismo. 09. Todos os enunciados a seguir são características da administração gerencial, exceto: a) suas decisões e ações são orientadas para os resultados. b) tem como foco as demandas dos clientes-usuários dos serviços públicos. c) pressupõe uma instituição orientada basicamente para processos e tarefas. d) suas ações são baseadas no planejamento permanente e executadas de forma descentralizada e transparente. e) pressupõe uma instituição com seus corpos diretivo e funcional comprometidos com a missão institucional. www.cers.com.br ISOLADA – COMEÇANDO DO ZERO Administração Pública Leonardo Albernaz 12 GABARITO 01. ERRADO 02. CERTO 03. ERRADO ------------------- 01. E 02. B 03. D 04. E 05. D 06. E 07. B 08. B 09. C
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