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CIÊNCIAS CONTÁBEIS SETOR PUBLICO

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS
 
Unidade 1 – Estrutura da Administração Pública
WEBAULA 1
 
Estrutura da Administração Pública
Vamos aprender um pouquinho sobre a organização da Administração Pública.
Mas, professora, o que é administração pública?
Administrar? O que?
Calma... vamos passo a passo e você entenderá tudo ao final desta aula.
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Primeiramente, alguns conceitos básicos:
ADMINISTRAR: Segundo os ensinamentos da ilustríssima Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2014, p. 49), “...administrar significa não só prestar serviço, executá-lo, como, outrossim, dirigir, governar, exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil; e que até, em sentido vulgar, administrar quer dizer traçar programa e ação e executá-lo”.
No entendimento de Hely Lopes Meirelles (2009, p. 85), “administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e à conservação alheias. Se os bens e interesses geridos são individuais, realiza-se administração particular; se são da coletividade, realiza-se administração pública”.
SERVIÇO PÚBLICO: Segundo Hely Lopes Meirelles (2009, p. 332), “Serviço público é todo aquele prestado pela administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.
Agora assista ao vídeo “Direito Administrativo - Noções de Estado, Governo e Administração Pública”, para entender um pouco mais o setor público, acessando o link: .
 
LEGISLAÇÃO: Segundo Maria Silvia Zanella Di Pietro (2014, p. 51), “Legislação é ato de produção jurídica primário, porque fundado única e diretamente no poder soberano, do qual constitui exercício direto e primário; mediante a lei, o Estado regula relações, permanecendo acima e à margem das mesmas”.
JURISDIÇÃO: Conforme Di Pietro, “é a emanação de atos de produção jurídica subsidiários dos atos primários; nela também o órgão estatal permanece acima e à margem das relações a que os próprios atos se referem”; ou seja, Jurisdição é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um determinado caso, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e com isso resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. Jurisdição vem do latim "juris" e "dicere", que significa “dizer direito”.
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO: presente tanto na elaboração das leis, como na execução dos atos concretos pela administração pública. O direito público possui normas e protege normas de interesse público, o interesse coletivo, o interesse da sociedade. Esse princípio serve de fundamento para todo o direito público e vincula a administração em todas as suas decisões de que os interesses públicos têm supremacia sobre os interesses individuais.
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Agora adentrando no aspecto público, no ato de administrar, existem conceitos em dois sentidos de administração pública, são eles:
Sentido objetivo (material ou funcional): a administração pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos. Assim sendo, trata-se no sentido de que põe em execução a vontade do Estado contida em lei; com finalidade de satisfazer direta e imediatamente os fins do Estado (interesses coletivos).
Sentido subjetivo (formal ou orgânico): pode-se definir administração pública como sendo o conjunto de órgãos, agentes públicos e pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa.
Para organizar toda essa estrutura, como texto normativo temos o Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, o qual dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras providências, sendo por extensão utilizados pelos demais entes federativos, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Está descrito neste Decreto-Lei que o Poder Executivo será exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado. Colocando isso a nível dos demais entes federados, temos, nos Estados, os Governadores auxiliados pelos seus secretários e, consequentemente, nos Municípios, temos os Prefeitos juntamente também do seu secretariado.
A estrutura organizacional da administração pública está dividida em administração direta ou centralizada e a administração indireta ou descentralizada, esse ponto que iremos estudar um pouquinho agora.
 
ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 
Administração Direta ou centralizada
Quando falamos em Administração Direta, estamos falando de órgãos ligados diretamente ao poder central, a espinha dorsal da administração pública, seja isso na esfera federal, estadual ou municipal, ou, em outras palavras, nos entes federativos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, seja com seus ministérios ou as suas secretarias.
É o mesmo que dizer desconcentração, que é uma distribuição interna de competências.
 
Administração Indireta ou descentralizada
Já a Administração Pública Indireta é aquela composta por entidades que foram criadas com personalidade jurídica própria para realizar atividades de governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada, sendo elas as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Portanto, descentralizar a atividade é distribuir competências de uma para outra pessoa física ou jurídica.
O fundamento da administração indireta encontra amparo legal na Constituição Federal, art. 37, XIX, como segue:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Ainda encontramos fundamento para a descentralização, nos princípios fundamentais elencados no art. 6º, III, do Decreto-Lei nº 200/67 e explicitado no art. 10 do mesmo Decreto-Lei.
Para ajudar na compreensão da estrutura da administração pública, assista ao vídeo acessando o link: .
As características destas entidades, também encontradas no Decreto-Lei 200/67, são:
Autarquias – serviço autônomo, criado por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receitas próprios, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada para assim realizar atividades típicas da administração pública. Exemplo: Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS.
 
Fundação pública - a entidade sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público e sejam de interesse coletivo, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. As fundações públicas mais comuns atuam nas áreas de educação, cultura e pesquisa.
 
Empresa pública - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, se federal, criada para exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou conveniência administrativa. Exemplo: Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.
 
Sociedades de economia mista - entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, instituída mediante autorização legislativa e registro em órgão próprio para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou a entidade da administração indireta. Também tem a participação de particulares em seu capital e em sua administração. Exemplo: o Banco do Brasil.
TRIPARTIÇÃO DOS PODERES
A Teoria dos Três Poderes  foi consagrada pelo pensador francês Montesquieu.O filósofo iluminista foi o responsável por explicar, sistematizar e ampliar a divisão dos poderes que fora anteriormente estabelecida por John Locke.
Essa divisão clássica está consolidada atualmente pelo artigo 16 da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) e prevista no artigo 2º na nossa Constituição Federal, como transcrito a seguir para você:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
 
O QUE É O PODER JUDICIÁRIO?
Cada um dos poderes citados tem sua atividade principal, chamada de função típica, e outras funções secundárias, as chamadas atípicas.
Estamos falando do poder que possui a competência de aplicar a lei a um caso concreto, ou seja, a um caso real, que lhe é apresentado como resultado de um conflito de interesses.
O Poder Judiciário do Brasil é o conjunto dos órgãos públicos aos quais a Constituição Federal brasileira (a atual é de 1988) atribui a função jurisdicional.
 
O QUE É O PODER LEGISLATIVO?
Esse poder elabora as leis para um determinado país, estado ou município, sobre determinado assunto. Legislar significa ordenar ou preceituar por lei, fazer as leis.
Além dessa função, compete também ao Poder Legislativo a fiscalização do Poder Executivo e julgá-lo se necessário, além de julgar também os seus próprios membros, estamos falando aqui do chamado controle externo.
No nível federal temos como Poder Legislativo o Congresso Nacional, que é composto do Senado Federal e da Câmara e Deputados. Que tem as suas competências descritas nos art. 51 e 52 da Constituição Federal, como transcrito a seguir:
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do Banco Central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
No nível dos Estados temos a Assembleia Legislativa e nos Municípios temos a Câmara de Vereadores.
UAL A FUNÇÃO DO PODER EXECUTIVO?
Ao Poder Executivo cabe a função de executar as leis existentes e de administrar a coisa pública, a administração do Estado em si. Em um país presidencialista como o Brasil, o Poder Executivo é representado, em nível nacional, pelo Presidente; em nível estadual pelos Governadores e em nível municipal pelos Prefeitos.
Saiba mais
1 - Para saber mais sobre a teoria dos três poderes, acesse o link indicado: .
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICADOS à ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Vamos conhecer estes princípios?
Mas, antes, você precisa entender o que é um princípio. Eles são as regras que trazem no seu interior valores altamente relevantes e que vão nortear a elaboração, estruturação e aplicação das normas de um determinado ordenamento jurídico.
Perceba, então, a importância que os princípios têm para toda a ciência do Direito, já que eles trazem uma carga muito grande de valores, significados e também de moral que formam a sociedade.
Antes de adentrar nos princípios constitucionais, vamos expor quais são os princípios existentes no Decreto-Lei nº 200/1967, são eles:
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Controle.
A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do país e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos: a) plano geral de governo; b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual; c) orçamento-programa anual; d) programação financeira de desembolso.”
Também nas atividades da Administração Federal e, especialmente, a execução dos planos e programas de governo, serão objeto de permanente coordenação.
Além do que, essas execuções de suas atividades deverão ser amplamente descentralizadas.
Sendo consequência natural da descentralização, a delegação de competência será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender.
Devendo ainda existir na administração pública o controle das suas atividades em todos os níveis e em todos os órgãos.
E, afinal, quais são os princípios que regem a administração pública? Eles estão elencados no art. 37 da Constituição Federal de 1988. Vamos conhecê-los?
Princípio da supremacia do interesse público: este princípio está relacionado à ideia de que o interesse público deve se sobrepor ao interesse privado. Isso não significa que a administraçãopode fazer tudo o que quer, mas apenas o que está na lei. A supremacia do interesse público só é válida se exercida dentro dos limites das regras e dos valores do nosso ordenamento jurídico.
Alguns princípios ligados por natureza à administração pública foram positivados de forma explícita no art. 37 da Constituição Federal, sao eles:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...
Legalidade: os doutrinadores costumam usar a seguinte expressão: “Na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na administração pública tudo o que não está permitido é proibido.” Portanto, o gestor público está rigidamente preso à lei e sua atuação sempre deve ser confrontada com a lei.
Ainda no art. 5º, II, ainda texto constitucional, determina que:
Art. 5º, II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.
Assim, o gestor é obrigado a seguir leis nos seus atos e gestão.
O Princípio da Legalidade é um dos mais importantes princípios do Direito Administrativo e norteia o Estado Democrático de Direito, uma vez que dispõe que todos os atos administrativos (todos os atos praticados pelos agentes públicos) devem respeitar a legislação na estrita forma e nos precisos limites dados pelo sistema normativo, sob pena da responsabilização (tanto cível, administrativa, eleitoral, quanto penal, etc.) conforme a infração cometida pelo agente. Isso significa que a administração pública somente pode agir nos limites daquilo que é permitido pela lei.
Saiba mais
1 - Para saber mais da maior norma jurídica do nosso país, acesse o link indicado: .
Impessoalidade: o gestor público deve orientar-se por critérios objetivos,  e nunca critérios pessoais, pois toda a atividade da administração pública deve ser praticada focada na finalidade pública. Este princípio impede o favorecimento dos gestores públicos. Isso significa que os gestores devem buscar tratar todos de forma igual e isonômica. A administração pública não pode favorecer um em detrimento do outro.
Exemplo de impessoalidade podemos citar no art. 37 da Constituição Federal, incisos I e II, a respeito dos concursos públicos:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Concurso público obedece ao princípio da impessoalidade, pois não escolhe quem irá contratar e, sim, há seleção dos candidatos mais preparados nas provas e títulos.
Moralidade: a moral administrativa significa que o dever do gestor público não é apenas cumprir formalmente a lei, mas sim cumprir buscando sempre o melhor resultado. Pressuposto de validade de todo ato administrativo, está ligado com a ética, com a justiça, a honestidade, a conveniência e a oportunidade. Este princípio exige que a administração pública, ao celebrar atos e contratos, tenha a obrigação de seguir a lei e de honrar a moral e o comportamento probo (Princípio da Probidade), entendido como honesto e correto.
O administrador tem que separar, além do bem do mal, legal do ilegal, justo do injusto, conveniente do inconveniente, também o honesto do desonesto.
Os agentes públicos têm de agir de forma lícita, compatível com a moral e os bons costumes. Se assim não for, os agentes podem sofrer sanções como a perda do cargo, a indisponibilidade de seus bens e até mesmo ressarcir o erário público.
A respeito da probidade administrativa temos a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional. Nesta lei divide-se a improbidade em três formas: os atos que importam em enriquecimento ilícito (art. 9º); os atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) e os atos que atentam contra os princípios da administração pública.
ublicidade: este princípio determina que é dever do Estado manter plena transparência em seus comportamentos. Sendo assim, a administração pública, através da divulgação oficial dos seus atos administrativos, deve ser, em regra, pública, assegurando o seu cumprimento, observância e controle, como requisito da eficácia e moralidade.
Existem alguns tipos de atos que não se restringem à administração interna, devido à produção de efeitos externos, assim a necessidade da publicidade.
Este princípio está ligado à transparência pública, que possui embasamento legal no art. 5º do texto constitucional:
Art. 5º. XXXIII. CF. “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;”
Em 18 de novembro de 2011 temos a Lei nº 12.527 – Lei de Acesso à Informação, que regula o acesso a informações, previsto no inciso XXXIII do art. 5º, da Constituição Federal:
“Art. 6º. Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;”
Sendo determinado na própria lei de acesso prazos para resposta aos pedidos dos cidadãos, ou justificar o não atendimento. Podendo ainda esse prazo inicial ser prorrogado.
Ainda é dito na Lei de acesso à informação que, sendo a informação de caráter geral, deve já estar disponível ao cidadão na internet.
Atualmente temos também a Lei de Responsabilidade Fiscal, a chamada LRF, LC nº 101/2000, que tem por objetivo o planejamento orçamentário e financeiro, além de colocar publicações obrigatórias de diversos tipos de relatórios, execução orçamentária e gestão fiscal, prestações de contas e audiências públicas para divulgar as realizações dos instrumentos de planejamento do exercício financeiro ou de períodos. Mas a respeito desta lei pertinente às finanças públicas nos aprofundaremos na Unidade 2.
Exceção na publicidade: preservação à intimidade (divórcio, adoção); segurança da sociedade ou do Estado (operações da Forças Armadas, atos de defesa do território nacional); inquérito policial (atos de investigação).
Eficiência: exige que o serviço público seja satisfatório ao atendimento das necessidades da sociedade.
Para obtenção de um serviço prestado com eficiência deve-se começar pela organização e estruturação da máquina pública para assim satisfazer as necessidades da sociedade, bem como, procurar preparar os agentes públicos para que tenham um bom desempenho.
A obrigação da administração pública é de satisfazer as necessidades dos cidadãos e adequada utilização dos recursos disponíveis.  Uma administração eficiente é uma administração gerencial, pois está preocupada com os resultados a serem obtidos na prestação de serviços à sociedade.
CIÊNCIAS CONTÁBEIS
 
Unidade 2 – Lei de Responsabilidade Fiscal
WEBAULA 1
 
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. Foi elaborada e promulgada, com certa pressa, no decorrer de uma revolta da sociedade, que pedia por socorro e revoltada com altíssimos índices de atos de improbidade que reinavam pelo país.
A legislação que trata das finanças públicas brasileiras recebeu a Lei de Responsabilidade Fiscal com elevado grau de ceticismo.Foram inúmeras as reações dos entes alcançados pelo rigorismo a que os planos orçamentários e a execução financeira ficaram sujeitos. Especificamente os municípios que naquele ano de 2000 estavam realizando eleição para a sucessão de seus prefeitos e foram afetados pela lei.
Deve-se notar que ao término dos mandatos dos governadores estaduais, ocorrido em dezembro de 2002 e com o término do mandato de prefeitos municipais no final do ano de 2004, inúmeras vezes, durante debates pela busca de votos, abordaram ditames e respeitabilidade à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Por outro lado, persistem dúvidas quanto à agilidade na aplicação de penalidade aos gestores que entregaram  mandato aos seus sucessores e estes constataram, na entidade a administrar, uma série de irregularidades.
A novidade da Lei de Responsabilidade Fiscal reside no fato de responsabilizar especificamente a parte da gestão financeira a partir de um acompanhamento do desempenho mensal, trimestral, anual e plurianual.
Controles dos gastos com pessoal, limites de endividamento, organização do sistema próprio de previdência, transferência de recursos constitucionais e voluntários, além de déficit primário, servem de referencial para avaliar as contas do gestor público.
Juntamente com a promulgação desta lei, vem a Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000, impondo grandes penas e obrigando a correta utilização de recursos financeiros com honestidade do administrador e de seus agentes públicos.
Não há lei que possa transformar o desonesto, o ímprobo, mas uma lei através da sua coação ou, digamos, impondo medo, pode intimidar esses gestores públicos com ameaças representadas por essas sanções penais. Como não há lei perfeita, a possibilidade, bem como a probabilidade de os atos de improbidade nas três esferas de Poder e no âmbito das três entidades políticas continuarão em aberto, ainda que, em proporção menor.
A dívida ocorre quando se gasta mais do que se pode pagar. Às vezes conseguimos pagar nossas dívidas, outras vezes, perdemos o controle e o dinheiro não é suficiente para pagar as contas do dia a dia, muito menos para pagar nossas dívidas já constituídas.
Assim como em nosso orçamento doméstico funciona desta maneira, é da mesma forma na administração pública, verificar o quanto entrará de recursos e desembolsar conforme esse montante.
Um dos grandes objetivos e intenção do legislador, com esta lei, foi o de tentar evitar que o governo gaste mais do que pode efetivamente pagar. Assim, além de impor os limites a serem obedecidos com determinadas despesas, prevê sanções para os gestores que ficarem em desobediência à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Esta lei complementar veio regulamentar alguns artigos constitucionais, tal como atender o discriminado no artigo 163 da Constituição Federal de 1988, cuja redação é a seguinte:
Art. 163 - Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
Temos também o atendimento do art. 165, § 9º, II, também da Constituição, que determina uma regulamentação para a gestão financeira e patrimonial, além dos fundos criados pela administração pública, como citado na sequência:
Art. 165 - § 9º - Cabe à lei complementar:
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
Bem como o art. 169 da CF/88, que pede a normatização referente a limites de gasto com pessoal, como segue:
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
Estão compreendidos ou submetidos ao rigor da Lei de Responsabidade Fiscal todos os entes Federativos e a ele vinculados de alguma forma, assim como, todos os Poderes existentes, tal como transcrito abaixo:
Art. 1º - § 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3º Nas referências:
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão compreendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município.
A Lei de Responsabilidade Fiscal também trata do tema referente ao planejamento, que é um dos seus pilares:
Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:
I - disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas;
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem.
Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º;
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias...
ANEXOS OBRIGATÓRIOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF
A LC nº 101, de 05 de maio de 2000, em seu artigo 48, define quais são os intrumentos que fazem parte para cumprimento da transparência fiscal obrigatória:
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
A LRF estabelece as normas para elaboração e publicação do Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO.
A LRF obriga os governantes a:
Realizar o Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO a cada dois meses e publicação da forma que a lei exige.
Fazerem Relatório da Gestão Fiscal- RGF a cada quatro meses, isto é, o quanto arrecadou, como cuidou e gastou o tributo;
Realizarem audiências públicas nas Câmaras Municipais, o Prefeito, e nas Assembleias Legislativas pelo Governador.
O objetivo da transparência é garantir a todos os cidadãos, individualmente, por meio das diversas formas em que costumam se organizar, acesso às informações que explicitam as ações a serem praticadas pelos governantes, as ações em andamento e também as executadas em períodos anteriores, quando prevê ampla divulgação, inclusive por meios eletrônicos e realização de audiências públicas, dos planos, diretrizes orçamentárias, orçamentos, relatórios periódicos da execução orçamentária e da gestão fiscal, bem como das prestações de contas e pareceres prévios emitidos pelos tribunais de contas.
 
RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA - RREO
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO é exigido pela Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, que estabelece em seu artigo 165, § 3º, que o Poder Executivo o publicará, até 30 dias após o encerramento de cada bimestre:
Art. 165. § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
O objetivo dessa periodicidade é permitir que, cada vez mais, a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise o desempenho da execução orçamentária do governo.
O RREO e seus demonstrativos abrangerão os órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta, de todos os Poderes, constituídos pelas autarquias, fundações, fundos especiais, empresas públicas e sociedades de economia mista que recebem recursos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social, inclusive sob a forma de subvenções para pagamento de pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária.
O RREO será elaborado e publicado pelo Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O RREO deverá ser assinado pelo chefe do Poder Executivo que estiver no exercício do mandato na data da publicação do relatório, ou por pessoa a quem ele tenha legalmente delegado essa competência, qualquer dos dois deve fazê-lo em conjunto com o profissional de contabilidade responsável pela elaboração do relatório.
O RREO é formado por alguns relatórios, sendo eles:
I. Balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada;
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
II. Demonstrativos da execução das:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;
b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;
c)  despesas, por função e subfunção.
III. Apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;
IV. Receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;
V. Resultados Nominal e Primário;
VI. Despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
VII. Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
A publicação dos relatórios no último bimestre do exercício financeiro será acompanhada também de demonstrativos, sendo eles:
I. Projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores públicos;
II. Variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL - RGF
O Relatório de Gestão Fiscal – RGF é exigido assim como o RREO, sendo um instrumento imprescindível no acompanhamento das atividades financeiras e de gestão do Estado e está previsto no artigo 54 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, intitulada Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Os relatórios conterão:
I. Comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes montantes:
a)  Despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;
b)  Dívidas consolidada e mobiliária;
c)  Concessão de garantias;
d)  Operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
e)  Despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
II. Indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites;
III. Demonstrativos, no último quadrimestre:
a)  Montante das disponibilidades de caixa em 31 de dezembro;
b)  Inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
• Liquidadas;
• Empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;
• Empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade de caixa;
• Não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
Os Poderes e órgãos definidos na LRF deverão, cada um, emitir o seu próprio Relatório de Gestão Fiscal, abrangendo todas as informações necessárias à verificação da consecução das metas fiscais e dos limites de que trata a lei. O relatório deverá conter, também, as medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado qualquer dos limites. Dessa forma, o manual utiliza uma linguagem clara e objetiva, a partir dos preceitos legais que fundamentam e justificam a elaboração do Relatório de Gestão Fiscal.
Caso não sejam observados os prazos para divulgação do Relatório Resumido de Execução Orçamentária e do Relatório de Gestão Fiscal, o órgão público ficará impedido de receber transferências voluntárias e contratar operações de crédito.
Os prazos de publicações do RGF são:
I. Até o dia 30 de maio, para o 1º quadrimestre;
II. Até o dia 30 de setembro, para o 2º quadrimestre;
III. Até o dia 30 de janeiro, do ano subsequente ao de referência, para o 3º quadrimestre.
Saiba mais
1 - Para saber mais sobre os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal, leia a Parte III e IV do manual disponível no link indicado: .
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, ou Lei Complementar nº 101/2000, é o principal instrumento normativo das finanças públicas no Brasil, estabelecendo metas, limites e condições para gestão de receitas e despesas, bem como obrigando os gestores a assumirem compromissos com a arrecadação e gastos públicos.
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.
A LRF se apoia em quatro fundamentos:
Planejamento – é feito por intermédio de mecanismos como o Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA, que estabelecem metas para garantir uma eficaz administração dos gastos públicos.
Transparência – é a ampla e diversificada divulgação dos relatórios nos meios de comunicação, inclusive internet, para que todos tenham oportunidade de acompanhar como é aplicado o dinheiro público.
Controle – é aprimorado pela maior transparência e pela qualidade das informações, exigindo uma ação fiscalizadora mais efetiva e contínua dos Tribunais de Contas.
Responsabilização – são sanções que os responsáveis sofrem pelo mau uso dos recursos públicos. Essas sanções estão previstas na legislação que trata dos crimes de responsabilidade fiscal (Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000).
Tópicos abordados na Lei de Responsabilidade Fiscal:
Capítulo I – Disposições Preliminares
Capítulo II – Do Planejamento
Capítulo III – Da Receita Pública
Capítulo IV – Da Despesa Pública
Capítulo V – Das Transferências Voluntárias
Capítulo VI – Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado
Capítulo VII – Da Dívida e doEndividamento
Capítulo VIII – Da Gestão Patrimonial
Capítulo IX – Da Transparência, Controle e Fiscalização
Capítulo X – Disposições Finais e Transitórias
Como você, aluno, pode verificar, a LRF tranforma a sua finalidade de planejamento, transparência pública, controle na administração pública e responsabilização dos gestores pela não obediência à obrigatoriedade na gestão das contas públicas em 10 (dez capítulos), conforme descrito acima.
 
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
A Audiência Pública é um instrumento de participação popular, garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulado pela leis federais, constituições estaduais e leis orgânicas municipais.
É um espaço em que os poderes Legislativo e Executivo podem expor e debater com a população sobre a formulação das políticas públicas, elaboração de um projeto de lei ou realização de algum empreendimento que possa gerar impacto na cidade, na vida das pessos ou no meio ambiente.
A Audiência Pública é um momento em que você e sua comunidade podem representar seus próprios interesses, esclarecer dúvidas e dar opiniões junto ao poder público.
Duas importantes novidades são as prestações de contas oriundas do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Ministério Público  serem submetidas ao parecer prévio e, separadamente, do Tribunal de Contas, cada um em seu nível governamental.
Também as prestações de contas do Tribunal de Contas deverão ser analisadas pelo Poder Legislativo. No âmbito federal, pela Comissão Mista Permanente de Senadores e Deputados. Nos Estados e Municípios, serão as comissões equivalentes às que deverão emitir parecer sobre a prestação de contas.
Portanto, nenhum dos poderes está imune ao julgamento das contas, e um outro órgão será responsável para emitir parecer sobre o desempenho orçamentário e financeiro.
Na prática, deve haver maior especialização e estruturação dos atuais Tribunais de Contas, uma vez que se amplia e diversfica o conteúdo a analisar. Também no Poder Legislativo deve haver essa especialização técnica, para atender no mínimo a qualidade e credibilidade devido à incumbência determinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
As audiências referentes à prestação das contas financeiras e orçamentárias executadas pela administração pública têm o prazo de até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, para ser demonstrado pelo Poder Executivo e avaliar o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, que consiste em uma apresentação, por meio de exposição oral, no Poder Legislativo, de todos os relatórios, para que se tenha conhecimento de como estão os gastos do ente federativo, em cumprimento ao art. 9º, § 4º da LRF.
Para participar dessas audiências é interessante que os participantes tenham algum preparo anterior, que sejam informados sobre o assunto a ser apresentado ou discutido e que tenham clareza em suas opiniões. Para isso, é necessário que esses participantes busquem informações, discutam anteriormente com a comunidade e que já tenham a certeza sobre a exposição dos seus pontos de vista ou as dúvidas a respeito da questão discutida ou apresentada.
Agora que você estudou e entende a importância da transparência pública, incentive as pessoas que você conhece a participarem deste momento e desta conquista em nosso país, a divulgação dos atos realizados com os recursos públicos. Além do mais, PARTICIPE, É DIREITO SEU!
DESPESAS EM FINAL DE MANDATO
Visando o cuidado com as contas públicas, também foram inseridos cuidados a serem observados em seus finais de mandato, para que não saiam do período que estão a exercer os seus mandato de deixarem dívidas e mais dívidas para o próximo gestor que irá assumir a chefia do Poder Executivo.
Os cuidados para final de mandato são os seguintes:
I - Aumento de despesa com pessoal;
Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Portanto, ato do gestor que configure aumento de pessoal dentro dos últimos 180 dias de seu mandato é totalmente proibido.
 
II - Retorno da despesa com pessoal dentro dos limites estabelecidos;
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição.
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:
I - receber transferências voluntárias;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
§ 4º As restrições do § 3º aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.
Há limite estabelecido para despesas com pessoal e quando o governo extrapola esse limite fixado em um quadrimestre, ele possui o prazo de 2 (dois) próximos quadrimestres para que esse gasto retorne ao limite determinado em lei. Mas se esse período de extrapolamento for o 1º quadrimestre do último ano de mandato, o retorno do montade dos gastos com pessoal deve ser imediato.
 
III - Retorno da dívida consolidada dentro dos limites estabelecidos;
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.
§ 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º.
§ 3º As restrições do § 1º aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do chefe do Poder Executivo.
Assim como as despesas com pessoal, na dívida consolidada há limite estabelecido e quando o governo extrapola esse limite fixado em um quadrimestre, ele possui o prazo de nos três próximos quadrimestres para que esse gasto retorne ao limite determinado em lei. Mas se esse período de extrapolamento for o 1º quadrimestre do último ano de mandato, o retorno do montante das dívidas consolidadas deve ser imediato.
 
IV - Realização de operação de crédito por antecipação de receita;
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:
IV - estará proibida:
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal.
No primeiro momento, operação de crédito por antecipação de receita é aquela que é realizada e quitado esse empréstimo no mesmo exercício financeiro até o dia 10 de dezembro, podendo ocorrer somente a partir do décimo dia do ano. Mas sendo esse exercício financeiro o último ano do mandato do chefe do Executivo, ele estará proibido de realizá-la de qualquer forma.
 
V - Restos a pagar;
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidadede caixa para este efeito.
Restos a pagar são aquelas despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro. Mas em se tratando do último ano do mandato, estará o gestor proibido de realizar despesas nos 2 (dois) últimos quadrimestres que ele não conseguirá quitá-las dentro do exercício financeiro ou deixar para o exercício financeiro seguinte sem que haja valores em caixa para o pagamento delas.
SANÇÕES
Existem tipos diferente de punições para o não cumprimento das obrigatoriedades estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal: as punições fiscais, que correspondem ao impedimento do ente para o recebimento de transferências voluntárias, a contratação de operações de crédito e a obtenção de garantias para a sua contratação; e as sanções penais, que envolvem o pagamento de multa com recursos próprios (podendo chegar a 30% dos vencimento anuais), a inabilitação para o exercício da função pública por um período de até cinco anos, a perda do cargo público e a cassação de mandato, e, finalmente, a prisão.
Vamos ver um pouquinho então quais as punições existentes no camo governamental para os agentes públicos.
Sanções Administrativas
Irregularidades:
Por não cobrar as receitas de tributos;
Por ultrapassar o limite de gastos com pessoal;
Por ultrapassar o limite da dívida consolidada;
Por descumprir os prazos de apresentação dos Relatórios:
•  Resumido de execução orçamentária;
•  De execução fiscal.
 
Sanções:
Suspensão das Transferências Voluntárias; 
Proibição de contratação de Operações de Crédito.
 
Sanções institucionais:
não prever, arrecadar e cobrar tributos que sejam de sua competência;
•  suspensão de transferência voluntária;
ultrapassar o limite máximo para despesa com pessoal;
•  ficam  suspensas  a  contratação  de  operação  de crédito e obtenção de garantias da União.
 
Punições Fiscais e Penais por Transgressões à LRF
Punições Fiscais: (suspensão)
•  transferências voluntárias (menos p/ saúde, educação e assistência social);
•  contratação de operações de crédito;
•  obtenção de garantias.
A LRF prevê apenas 11 casos de transgressão passíveis de punição fiscal, dentre os quais:
• estar acima do limite das dívidas consolidada e mobiliária;
• não instituir, prever e arrecadar todos os impostos de sua competência;
• não publicar o R.R.E.O no prazo;
• não promover a redução da despesa com pessoal que exceder o limite.
 
Penalidades pessoais (Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000)
•  Todo cidadão é parte legítima para denunciar, configurando crime a denúncia infundada.
•   Alcança os responsáveis dos três Poderes no que lhes couber.
•  Punições: perda de cargo, inabilitação para exercício de função, cargo ou emprego público por cinco anos, detenção ou reclusão e multa.
•  Em vários casos, pune administradores pela omissão (i.e., não pelo desvio, mas por não tomar medidas para corrigir desvios).
Punições penais:
•  perda do cargo e a inabilitação, por cinco anos, p/ exercer cargo público;
•  cassação do mandato;
•  detenção de três meses a dois anos;
•  reclusão de um a quatro anos;
•  multa de 30% dos vencimentos anuais.
 
Legislações
•  Decreto-Lei 2.848, de 07.12.40 (Código Penal)
•  Lei 1.079, de 10.04.50 (União e Estados)
•  Decreto-Lei 201, de 27.02.67 (Prefeitos e Vereadores)
•  Lei 8.429, de 02.06.92 (enriquecimento ilícito de agentes públicos)
•  Lei 10.028, de 20.10.00 (Lei dos Crimes Fiscais).
Pronto. Estudo concluído. Parabéns pela sua persistência, agora você entende a importância desta lei e tudo o que ela tem a oferecer e o que ela inovou em nosso país.
Mais uma pequena atividade:
REFLEXÃO
Estudamos um dos marcos históricos das finanças públicas brasileiras, suas obrigatoriedades e sanções ao não cumprimento das exigências. Poste no Fórum de discussões como está sendo a transparência pública aí na sua região.

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