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Artigo acréscimo adicional de 25% na aposentadoria por invalidez

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ACRÉSCIMO DO ADICIONAL DE 25% A TODAS AS ESPÉCIES DE APOSENTADORIAS
Priscila Moraes Antonello1Bacharelanda em Direito pela Universidade da Região da Campanha – Campus Santana do Livramento/RS
Silvia Carolina Gougeon Alves2Professora orientadora, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Processual Civil
RESUMO
O presente trabalho mostra uma análise reflexiva acerca dos casos em que o aposentado poderá ganhar o acréscimo de 25% no valor do seu benefício previdenciário quando vier a necessitar do auxílio permanente de terceiros para realizar suas atividades cotidianas. Este acréscimo é previsto legalmente apenas para a aposentadoria por invalidez, logo serão demonstrados entendimentos a favor e contra a extensão às demais aposentadorias, o que gera diversas discussões e controvérsias no âmbito jurídico e também na sociedade como um todo. Para isso, será explanado, à luz da doutrina e da legislação, noções sobre o tema e a sua real importância, analisando diversos entendimentos jurisprudenciais e doutrinários, além de elaborar uma breve revisão sobre os conceitos básicos de cada tipo de aposentadoria, e os casos em que deverão ser concedidas. Além do mais, serão abordados princípios como o da dignidade da pessoa humana e da isonomia, a fim de resolver o problema de pesquisa em questão, e demonstrar o real interesse do aposentado em também receber tal adicional nos outros tipos de aposentadoria. Por outro lado, serão analisados os princípios da legalidade e da fonte de custeio, dentre outros, demonstrando o lado contrário à extensão do acréscimo às demais espécies de aposentadoria. Assim, o resultado desse estudo é o esclarecimento da necessidade da extensão desse auxílio aos demais segurados aposentados, haja vista a suma importância para sua sobrevivência, considerando, principalmente, a saúde e o bem estar destes, sendo indispensável a presença de um acompanhante junto do aposentado para que ele tenha plenas condições de viver em condições dignas.
PALAVRAS-CHAVE: Aposentadoria; Acréscimo; 25%; Incapacidade.
ABSTRACT
This present work shows a reflexive review about the cases when the retired may win the 25% addition in their social security benefit when they start needing permanent assistance of anothers to realize their daily activities. This addition is legaly provided only to the invalidity retired, so will be demonstrated for and against understanding to the extension to the others retirement, what brings a lot of controversy in the legal zone and also in the society as a whole. To do this, it will be explained, in the light of doctrine and the laws, notions about the topic and their real importance, beside a short review about the basic notions of each type of retirement, and the cases when they should be granted. Furthermore there will be approached principles like the dignity of the human person and of isonomy, so that we can resolve the problem in question, and demonstrate the real interest that the retired in also receive that additional in the others type of retirement. By the other side, there will be analyzed the principles of the legality and source of cousting, among anothers, showing the opposite side to the extension of the extra to the othes species of retirement. Thus, this studying result is the elucidation of the necessity about the extension of this support to all the retired people, in view of the importance to their survival, considering, primarily, their health and comfort, being indispensable the presence of a companion with the retired so that he has full conditions of living in worthy conditions 
KEYWORDS: Retirement; Addition; 25%; Inability.
INTRODUÇÃO
	Com a implantação da Constituição Federal de 1988 a seguridade social vem pautada na aludida carta abrangendo saúde, assistência e previdência social.
	O Regime Geral da Previdência Social (RGPS) atua com a mensal colaboração do segurado, garantindo a eles a concessão de alguns benefícios caso venham a necessitá-los.
	Será devido, dependendo da situação do segurado, e cumpridos alguns requisitos, a aposentadoria por idade, a aposentadoria por tempo de contribuição, a aposentadoria especial ou a aposentadoria por invalidez. 
	Além desses benefícios, o Art. 45 da Lei nº 8.213/91 prevê o acréscimo de 25% acima do valor do benefício nos casos em que o aposentado por invalidez, através de perícia médica administrativa, comprove que necessita da ajuda contínua de terceiros para conseguir realizar suas atividades básicas diárias, tais como alimentar-se e higienizar-se por conta própria. 
	Este adicional é também intitulado ‘grande invalidez’ por alguns doutrinadores, pois se trata do estado mais avançado de necessidade que o segurado pode vir a ter.
	Visto isso, a grande questão é que da mesma forma que um aposentado por invalidez pode vir a passar por essa situação, um aposentado por outra modalidade também pode vir a ficar com essa dependência após a concessão de sua aposentadoria, fazendo com que lhe seja cabível, também, esse adicional.
	Porém, haja vista a falta de previsão legal para essa situação, os aposentados necessitados ingressam com o pedido na agência do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), e lhes é negado este acréscimo, o que acarreta em inúmeros processos judiciais com o pedido de extensão deste amparo às outras aposentadorias, resultando em jurisprudências contra e a favor tal extensão, conforme será analisado no decorrer deste artigo.
	A 5ª turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em 2013, provocou a discussão com a decisão de que um segurado do RGPS, beneficiado por outro tipo de aposentadoria, também possui direito ao acréscimo, ainda que tenha vindo a ficar incapacitado tempos depois do começo do recebimento do benefício. O relator dessa decisão foi o desembargador federal Rogério Favreto, fundamentando a sua sentença em princípios como o da isonomia e o da dignidade da pessoa humana.
	Em contrapartida, Ricardo Teixeira do Valle Pereira, também desembargador federal, na circunstância do julgamento do acórdão supramencionado, manifestou voto discordante, vencido pela maioria. 
	O supramencionado desembargador adotou a ideia de que não há de se falar em igualdade de situações, pois no caso da aposentadoria por invalidez, o segurado executava determinada atividade e deparou-se com uma circunstância que passou a lhe causar a incapacidade. No outro caso, de outra aposentadoria, esta lhe foi deferida anteriormente à situação de incapacidade, e com o passar dos anos o segurado vem a pleitear o adicional, havendo larga distinção entre elas.
	Deste modo, é fundamental o estudo sobre a discordância de entendimentos a esse respeito, pois de um lado entende-se que o acréscimo deve ser extensivo a todos os tipos de aposentadoria, e de outro, o posicionamento de que o legislador limitou este adicional somente às hipóteses em que o segurado é aposentado por invalidez, sem nenhuma previsão legal de ampliação às outras aposentadorias.
	Ao longo desse artigo serão explicitados os tipos de aposentadorias oferecidas pelo RGPS, e a breve caracterização de cada uma delas. Após, desenrolar-se-á posicionamentos favoráveis e contrários ao prolongamento do acréscimo às demais aposentadorias que não são abrangidas pelo dispositivo legal, assim como o que o segurado que teve seu pedido negado na agência do INSS pode diligenciar a fim de que lhe seja concedido o adicional. Isso tudo será demonstrado com a apresentação de conceitos doutrinários e algumas jurisprudências a respeito dessa questão.
1	TIPOS DE APOSENTADORIA
	Com a evolução da humanidade, ampliou-se dia após dia a preocupação em amparar a população das eventualidades motivadoras de necessidades sociais.
	A cada etapa da história criaram-se formas de proteção social, levando-se sempre em conta a realidade socioeconômica de cada sociedade, com o objetivo de reduzir os casos de necessidade social.
	A Lei n. 8.213/91 trata sobre os planos de benefícios da Previdência Social. É nessa legislação que estão elencados
praticamente todos os benefícios previdenciários atualmente assegurados no Brasil, como por exemplo os de: aposentadorias por idade, por tempo de contribuição, especial, e por invalidez.
	Para os professores Castro e Lazzari (2009, p. 77): 
	Previdência Social é o sistema pelo qual, mediante contribuição, as pessoas vinculadas a algum tipo de atividade laborativa e seus dependentes ficam resguardadas quanto a eventos de infortunística (morte, invalidez, idade avançada, doença, acidente de trabalho, desemprego involuntário), ou outros que a lei considera que exijam um amparo financeiro ao indivíduo (maternidade, prole, reclusão), mediante prestações pecuniárias ou serviços. 
	A seguir da sucinta introdução ao tema, serão individualizadas e conceitualizadas cada uma das aposentadorias referidas acima.
1.1 APOSENTADORIA POR IDADE
	A aposentadoria por idade cabe ao segurado que completar carência e possuir no mínimo 65 anos quando homem, e 60 anos quando mulher, independentemente de ser segurado obrigatório ou facultativo.
	Na aposentadoria por idade rural, a idade mínima é reduzida em cinco anos, e o segurado deverá certificar o verdadeiro exercício de trabalho rural.
	Consoante observa José Antônio Savaris (2014, p. 106), a aposentadoria por idade é prestação previdenciária vitalícia vista constitucionalmente, dirigida à proteção do segurado em virtude de sua idade avançada. 
1.2 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
	Para a concessão integral dessa aposentadoria, o segurado deverá ter cumprido a carência mínima de 180 contribuições mensais, e completar o tempo de contribuição de 35 anos se homem, e 30 anos se mulher. Não é levada em conta a idade mínima do segurado.
	Segundo Tsutiya (2017, p. 98), com o advento da Lei n° 10.666/03, a perda da qualidade de segurado não mais interfere no caso de deferimento das aposentadorias. Dessa forma, basta somente que o segurado tenha cumprido o requisito particular deste benefício, que é o tempo de contribuição. 
1.3 APOSENTADORIA ESPECIAL
	Esse instituto visa propiciar que o trabalhador submetido a situações laborativas intensas, danosas à sua saúde ou à sua integridade física, venham a se aposentar antes do tempo normal, haja vista que suas atividades foram mais desgastantes do que as demais.
	É possível a aposentadoria após atingida a carência mínima de 180 meses, e, ao segurado que trabalhou em condições especiais durante 15, 20 ou 25 anos, dependendo do agente nocivo ao que ele estava exposto.
	Além do tempo de trabalho, o segurado deverá confirmar a real exposição aos agentes nocivos pelo tempo correspondente ao imposto para a concessão do benefício postulado.
	Apontam os autores José Paulo Baltazar Junior e Daniel Machado da Rocha (2014, p. 288) que a carência dessa espécie é a mesma que a da aposentaria por idade e por tempo de serviço, sendo a exigência particular desta o tempo de serviço, em concordância com a atividade desenvolvida.
1.4 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
	A aposentadoria por invalidez, regrada nos termos da Lei nº 8.213/91 e do Decreto 3.048/99, é devida nos casos em que o segurado, tendo cumprido quesitos como carência e qualidade de segurado, apresente incapacidade laborativa total e definitiva, e impossibilidade de reabilitação profissional, não conseguindo garantir a sua subsistência.
	De acordo com Frederico Amado (2015, p. 85), pode ser caracterizada como “a incapacidade laborativa total, indefinida e multiprofissional, insuscetível de recuperação ou reabilitação profissional, que corresponde à incapacidade geral de ganho, em consequência de doença ou acidente”.
	Conforme explana o autor André Luiz Menezes Azevedo Sette (2007, p. 218), a concessão da aposentadoria por invalidez está subordinada ao afastamento de todas as atividades, visto que a incapacidade para o trabalho deve ser absoluta.
	Essa possível incapacidade é verificada no ato da perícia médica administrativa, e independe de prévio recebimento de auxílio-doença, podendo ser concedido de pronto, caso cumprido seus requisitos, o benefício da aposentadoria por invalidez.
	Em relação ao estado de necessidade social, interessante análise é desenrolada por Rossi, Ribeiro e Santos (2012, p. 85) no ponto de vista em que “[...]a incapacidade geradora da aposentadoria por invalidez há de impedir o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, não necessariamente exige um estado vegetativo laboral para a concessão deste benefício”.
	Em seguida será analisada a previsão legal do auxílio de 25% e a viabilidade de estendimento às outras aposentadorias.
2	ACRÉSCIMO DO ADICIONAL DE 25%
	Em conformidade com o art. 45 da Lei nº 8.213/91, ao segurado beneficiado pela aposentadoria por invalidez, cabe, ainda, o acréscimo do adicional de 25% sobre o seu valor total, nos ocorrencias em que necessite do auxílio permanente de terceiros para exercer as tarefas indispensáveis do dia a dia. 
	Este adicional tem como característica o caráter personalíssimo, no qual não é transferido com a morte do beneficiado, logo, não é sendo inserido na pensão por morte, no caso de haver dependentes. Outra particularidade é que ele é cabido mesmo que o valor ultrapasse o teto previdenciário.
	O art. 45 do Decreto 3.048/99 expõe no anexo I os casos em que o aposentado terá direito a esta majoração: 
ANEXO I: RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES EM QUE O APOSENTADO TERÁ DIREITO À MAJORAÇÃO DE 25% (VINTE E CINCO POR CENTO) PREVISTA NO ART. 45 DESTE REGULAMENTO 
1 - Cegueira total. 
2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 
3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível. 
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível. 
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social. 
8 - Doença que exija permanência contínua no leito. 
9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária. (BRASIL, 1999)
	Conforme observa Jediael Galvão Miranda (2007, p. 116), há hipótese do acréscimo nos casos em que haja necessidade de assistência constante de outra pessoa para a prática das atividades diárias, como, por exemplo, alimentação, locomoção e higienização. 
	Para Tsutsui (2014, p. 03) “embora as situações listadas sejam exemplificativas, não é qualquer presunção de necessidade de assistência de terceiros que constitui direito ao acréscimo de 25%. A assistência permanente de outra pessoa deve ser uma necessidade e não uma comodidade”.
	A análise da chamada ‘grande invalidez’ fica por conta da previdência social que deverá agendar perícia médica a fim de comprovar que o beneficiário está realmente necessitando desse acréscimo.
	2.1 PERCEPÇÃO FAVORÁVEL À EXTENSÃO A TODAS AS APOSENTADORIAS
	Este acréscimo de 25%, como explicado acima, tem previsão legal apenas nos casos de aposentadoria por invalidez, não sendo devido aos demais tipos de aposentadorias.
	Entretanto, partindo dos princípios constitucionais da isonomia, ou da igualdade, e da dignidade da pessoa humana, indaga-se se este benefício não seria também extensível às demais aposentadorias.
	O princípio da isonomia tem por base que todos devem ser tratados iguais, e os méritos, se as condições forem as mesmas, devem também serem iguais.
	Em conformidade com Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p. 45), o método e o propósito da discriminação tem de ser racionais e harmonizáveis com a Constituição Federal.
	Ruy Barbosa (2006, p. 132) respaldando-se na lição de Aristóteles afirmou que “a regra da igualdade não consiste senão em tratar desigualmente os desiguais na medida em que se desigualam”.
	Nesse seguimento, relatando Maria Christina Barreiros D’Oliveira (2015, p. 102), a sensação de igualdade carece de um tratamento correto aos que ainda não conquistaram a implementação dos direitos primordiais, para que o ser humano possua não apenas o direito de viver,
mas fazê-lo dignamente.
	Para o desembargador federal Rogério Favreto (2013, AC nº 0017373-51.2012.404.9999, TRF4), a aplicação restrita do art. 45 da Lei nº. 8.213/91 provoca a transgressão ao princípio da isonomia por tratar iguais de maneira desigual, não assegurando a determinadas pessoas as mesmas oportunidades de suprir as suas necessidades básicas.
	Nessa mesma perspectiva, Lazzari e Castro (2013, p. 579), entendem que os aposentados afetados por impedimentos para as tarefas substanciais habituais têm de ser tratados com isonomia pela Previdência em comparação aos aposentados por invalidez, e, nessa lógica, serem favorecidos pelos mesmos proveitos.
	O Desembargador Federal Luiz Carlos de Castro Lugon (2014, AG 45769620144040000, TRF4) questiona qual seria o motivo do tratamento diferenciado e se tal segregação tem fundamento plausível que o explique, conclui evidenciando que a desigualdade parcial identificada na legislação, que provoca o valor diverso do benefício é, na verdade, a origem do benefício previdenciário.
	Assim, não existindo causas que fundamentem o tratamento diferenciado, é obrigatório igual tratamento. Essa é a síntese do que significa igualdade, sendo, no mínimo, descabido, privilegiar certa prestação a pessoa em estado de invalidez em razão da espécie do benefício previdenciário deferido previamente.
	A limitação ao art. 45 da Lei de Benefícios, viola também o princípio da dignidade da pessoa humana, que pretende garantir o mínimo essencial a cada pessoa, entendendo-se, assim, que a restrição dos segurados que recebem outro tipo de aposentadoria seria uma evidente omissão a este princípio.
	Se a Previdência Social é um direito social, relatado no caput do art. 6º da Constituição Federal de 1988, sua conexão com a dignidade da pessoa humana situa-se basicamente na definição de mínimo existencial. Por mínimo existencial entende-se a compensação das necessidades essenciais à subsistência psíquica e física. 
	Analisando pela mesma frente de entendimento, em uma situação hipotética, se um aposentado por idade torna-se incapaz, posteriormente à concessão de seu benefício, e vem a necessitar do auxílio de terceiros permanentemente para praticar suas atividades cotidianas, não seria este um caso equivalente ao de um aposentado por invalidez que necessita da mesma assistência?
	Neste caso, não deveria lhe ser negado este adicional, haja vista que se encontram em situações semelhantes e com e mesma necessidade, não devendo o legislador tratá-los com distinção.
	A TNU, em 2015, no julgamento do Pedido de Uniformização de interpretação de Lei Federal n. 500339207.2012.4.04.7205, decidiu que satisfeitos os requisitos ‘invalidez’ e ‘necessidade de ajuda constante de outra pessoa’, mesmo que tais fatos aconteçam em período ulterior à aposentadoria e não fundamentem sua concessão na categoria invalidez, cabe dizer, na hipótese, ainda que tenha sido deferida a aposentadoria por idade, passa então a ser necessário o acréscimo de 25%, confirmando então a teoria de que a concessão do adicional de 25% por assistência permanente de outra pessoa é admissível às demais aposentadorias.
	A 5ª Turma do TRF4, em 2015, no julgamento da apelação/reexame necessário n. 211377420144049999, relator LUIZ CARLOS DE CASTRO LUGON, decidiu:
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. ACRÉSCIMO DE 25%. O tratamento igualitário aos segurados da Previdência, sejam eles beneficiários de aposentadoria por invalidez, sejam de aposentadoria por tempo de contribuição ou por idade, é obrigatório; assim, é devido o acréscimo de 25% para quem necessita auxílio de terceiros, por motivo de invalidez, a despeito da espécie de benefício outorgado.
	O Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Peçanha Martins, cita o também Ministro José Delgado, ao sustentar a chance de extensão do benefício com renda integral a servidor que possui enfermidade de igual gravidade àquelas expostas no rol do §1º do Art. 186 da Lei 8.112/90, em que diz que não se pode ater-se rigorosamente à letra fria da lei, mas sim refleti-la com temperamentos, levando-se em conta o propósito do legislador, especialmente diante do princípio maior exarado na Constituição Federal assegurador do direito à vida, à saúde e à dignidade da pessoa humana e, considerando também, o caráter social que é, diretamente, possibilitar ao trabalhador e a seus familiares a garantia de suas necessidades essenciais.
	Em 2015, o Desembargador Federal Rogério Favreto expressou, em voto-vista na apelação cível Nº 5016675-53.2014.04.7100/RS, que entender de forma contrária ao adicional seria chegar ao disparate de forçar o segurado a pedir a conversão da sua condição de aposentado por outra categoria para a aposentadoria por invalidez, visto que mantém a qualidade de segurado pois está em gozo de benefício, conforme art. 14 da Lei 8.213/91, com a finalidade posterior de pedir o acréscimo de acompanhamento de terceiro.
	Conclui indagando:
	Por que usar uma maratona judicial para mudar sua natureza de beneficiário do sistema previdenciário, quando a causa que lhe confere o direito à proteção adicional decorre da gravidade de sua doença? Este sim é o fundamento a ser protegido pelo direito normativo, a fim de garantir direito à vida com mínimas condições de saúde!
	A possível extensão do benefício não significa simples escolha à preferência ou gosto do intérprete, mas sim a averiguação acordada com o fim jurídico-político da orientação protetiva da ordem normativa, sobretudo por tratar de direito social inerente à efetivação do princípio maior da dignidade da pessoa humana.
	Com isso, empregando a analogia, consegue-se encontrar o principal pensamento do legislador, ou seja, a finalidade objetiva do dispositivo legal, que pela sua interpretação mais favorável é relativa ao preceito da preservação da vida e do bem-estar do segurado aposentado.
	Não obstante essas percepções, poderia ainda ser considerado que o adicional de 25% é um benefício de natureza assistencial, logo, agregado ao princípio da universalidade de atendimento, quer dizer que “a entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social a todos os que necessitem, tanto em termos de previdência social – observado o princípio contributo – como no caso da saúde e da assistência social” (LAZZARI, 2010, p. 114).
	A acadêmica Maria Eugênia Bento de Melo em artigo realizado na Unisul, em 2010, anota sobre o equívoco no argumento do princípio da fonte de custeio, proferido em alguns julgados contrários à concessão do acréscimo às demais aposentadorias, registra que:
	A aplicação do acréscimo de 25% da aposentadoria por invalidez não pode ser interpretada de forma isolada, vez que a fonte de custeio desse percentual é a mesma para todas as espécies de aposentadoria do RGPS. Neste norte, a medida plausível a ser adotada seria a aplicação extensiva. Isto porque, se se entender que não há fonte de custeio para a extensão às demais espécies de aposentadoria, da mesma forma, dever-se-ia entender que não há fonte de custeio para a própria extensão da aposentadoria por invalidez. E assim seria porque, em momento algum a legislação aponta a fonte de custeio para o acréscimo dos aposentados por invalidez.
	Ademais, uma vez demonstrado que o adicional é unicamente de natureza assistencial, a aplicação restrita desse dispositivo tão somente aos aposentados por invalidez, fere não apenas os princípios da dignidade da pessoa humana e da isonomia, mas igualmente os princípios que regulam a assistência social, como por exemplo os princípios da universalização dos direitos sociais, do respeito à dignidade do cidadão, da igualdade de direito para acessar o atendimento, da supremacia do atendimento das necessidades sociais, dentre outros. 
	Dar à norma uma análise restritiva quer dizer amparar apenas aquele que obteve invalidez antes de lhe ser conquistado o direito a outra espécie de aposentadoria, o que promove a instabilidade dos princípios que protegem a dignidade das pessoas e das que são portadoras de deficiência.
Negar-lhes esse acréscimo não se mostra justo com os que mais colaboraram com o sistema previdenciário.
	Por conseguinte, a concessão do suplemento a outro tipo de aposentadoria, objetiva proporcionar maior validade aos princípios que norteiam a seguridade e a assistência social no Brasil, o que intensifica a imprescindibilidade de flexibilização da norma.
	O Juiz Federal Andrei Pitten Velloso, em 2014, em decisão no Recurso Inominado n. 2007.72.59.000245-5, manifestou:
	A possibilidade da aplicação analógica do Art. 45 da LBPS à espécie decorre, sobre tudo, do fato de a lei não exigir que a ajuda de terceiros seja necessária desde o início da incapacidade. Assim, se alguém que se aposentou por incapacidade e posteriormente passou a necessitar da ajuda permanente de terceiro faz jus ao benefício, com maior razão é de se assegurar tal benefício àquele que, após contribuir por toda a sua vida para a previdência, preencheu os requisitos legais para a aposentadoria e, posteriormente, se tornou definitivamente incapaz e passou a necessidade da ajuda permanente de terceiro.
	Além disto, o Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os direitos das pessoas com deficiência determinado pelo Decreto Presidencial nº 6.949/2009, que em seu art. 28.2, alínea ‘e’, garante igual ingresso de pessoas com alguma deficiência a projetos e benefícios de aposentadoria.
	A Convenção estabelece uma interpretação, do art. 45 da Lei de Benefícios, à luz dos seus princípios, que seria entender que o aposentado por outra categoria de aposentadoria encontra-se em igual situação de deficiência dos que são aposentados por invalidez, e que possuem direito ao adicional de 25%.
	Consoante proferiu o Juiz Federal Sérgio Murilo Wanderley Queiroga em 2015, em sentença ao Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal n. 05010669320144058502:
	O elemento norteador para a concessão do adicional deve ser o evento ‘invalidez’ associado à ‘necessidade de auxílio permanente de outra pessoa’, independentemente de tais fatos, incertos e imprevisíveis, terem se dado quando o segurado já se encontrava em gozo de aposentadoria por idade. Ora, o detentor de aposentadoria não deixa de permanecer ao amparo da norma previdenciária… Seria de uma desigualdade sem justo discrímen negar o adicional ao segurado inválido, que comprovadamente carece do auxílio de terceiro, apenas pelo fato de ele já se encontrar aposentado ao tempo da instalação da invalidez.
	Portanto, a designação do art. 45 da Lei 8.213/91 deveria, antes de ser entendida como impedimento à ampliação do adicional às demais espécies de aposentadoria, ser compreendida como resultante do caso de o adicional ser necessário em situações de incapacidade, ordinariamente relacionada à aposentadoria por invalidez, entretanto, não de forma exclusiva, bem como na eventualidade em que a situação ‘invalidez’ venha posteriormente à concessão do outro tipo de aposentadoria.
	2.2 ENTENDIMENTO CONTRA A EXTENSÃO A TODAS APOSENTADORIAS
	Para alguns doutrinadores e magistrados o art. 45 da Lei 8.213/91 delimitou sua aplicação ao benefício da aposentadoria por invalidez, na eventualidade de o segurado precisar da assistência permanente de outra pessoa, no qual esse acréscimo não poderá ser adicionado a outras espécies de benefícios. 
	O fundamento mais utilizado pela jurisprudência é de que não há previsão legal de concessão do adicional de 25% às demais aposentadorias do RGPS, e também que tal extensão violaria o princípio da fonte de custeio prevista no art. 195, §5º da CF de 1988, que diz que “nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”, deste modo, expandir a outras aposentadorias o que está claramente previsto somente para a de invalidez, causaria uma elevação do valor do benefício sem a equivalente fonte de custeio total, o que é vetado tanto para o legislador quanto para o operador de direito.
	Ademais, é necessário que haja um equilíbrio dentre os recursos que adentram no fundo previdenciário e as custas com o pagamento dos benefícios, pois de acordo com o caput do art. 201 da CF/1988, a Previdência Social deve-se sujeitar, também, ao princípio do equilíbrio financeiro e atuarial.
	Conforme relata Castro (2005, p. 93), o tema em discussão:
[...]tem íntima ligação com o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial, de modo que somente possa ocorrer aumento de despesa para o fundo previdenciário quando exista também, em proporção adequada, receita que venha cobrir os gastos decorrentes da alteração legislativa, a fim de evitar o colapso das contas do regime [...]
	
	Seguindo nesta linha, o prolongamento do adicional em questão provoca visível violação aos princípios da Legalidade e da Separação dos Poderes, consoante julgado dos Embargos Infringentes n. 5022066-57.2012.404.7100/RS, TRF4, Relator Desembargador Federal Celso Kipper, proferido em 03-11-2014, o adicional de 25% sobre o valor da aposentadoria ao beneficiário que comprovadamente precisar da ajuda contínua de terceiros não pode ser prolongado a diferentes categorias de benefícios, correndo o risco de violar o princípio da reserva de lei previsto no inciso II do art. 5º da CF/1988.
	Além do mais, de acordo com a jurisprudência suprarreferida, o aumento do benefício por meio de decisão judicial quando não existe antecedente autorização legal, assim como estimativa de fonte de custeio, acarreta em uma inadequada atividade do juiz, onde agiria como legislador positivo, ultrapassando os princípios da contrapartida e da separação dos poderes. 
	Diante disso, não compete ao judiciário, sob o pressuposto de afronta ao princípio da isonomia, criar, majorar ou prolongar determinado benefício previdenciário haja vista que o acréscimo foi uma escolha do legislador, que a fez unicamente para a aposentadoria por invalidez, motivo o qual a extensão desse auxílio para os demais benefícios depende da modificação da lei, não havendo maneira de ser obtido partindo da declaração de inconstitucionalidade da mesma.
	A Súmula n° 339 do Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento de que não cabe ao Poder Judiciário acrescer vencimentos de servidores públicos fundamentados no princípio da isonomia.
	Para os autores Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior (2014, p. 235), não existe motivo real que justifique a suposta discriminação, haja vista que a aposentadoria por invalidez é algo que não se espera, do contrário das demais aposentadorias, que são relativamente previsíveis pelos segurados. Dessa forma, a lei pode sim estabelecer uma diferenciação entre elas, beneficiando somente quem tenha se aposentado por invalidez, e não todos os recebedores de qualquer aposentadoria.
	Nesta mesma perspectiva, a Relatora Juíza Federal Vânia Hack de Almeida, TRF4 3ª seção, julgou nos Embargos Infringentes nº 0017373-51.2012.404.9999/RS em 22/08/2014:
EMBARGOS INFRINGENTES. ACRÉSCIMO DE 25% PREVISTO NO ART. 45 DA LEI 8.213/91. APOSENTADORIA POR IDADE. INAPLICABILIDADE. 
1. O dispositivo do art. 45 da Lei 8.213/91 prevê a possibilidade de acréscimo de 25% ao valor percebido pelo segurado, quando este necessitar do auxílio permanente de outra pessoa, somente nos casos de aposentadoria por invalidez. 2. A extensão do benefício a casos outros que não a aposentadoria por invalidez fere os princípios da legalidade (artigo 5º, II e 37, caput, da Constituição da República) e da contrapartida (artigo 195, § 5º, da Constituição Federal). 3. A falta de idêntica proteção a outros beneficiários com igual necessidade de assistência não institui necessária lacuna ou violação da igualdade, pela razoável compreensão de que ao inválido o grau de dependência é diretamente decorrente da doença motivadora do benefício - isto não se dando automaticamente nos outros benefícios previdenciários. 4. A extensão do auxílio financeiro pela assistência ao inválido para outros benefícios previdenciários é critério político, de alteração legislativa,
e não efeito de inconstitucionalidade legal.
	Segundo proferiu o Desembargador Federal Ricardo Teixeira do Valle em voto à Apelação Cível n. 5016675-53.2014.404.7100/RS em 11/11/2014, qualquer entendimento que leve à conclusão de que careceria ser ampliado aos demais benefícios passa por um juízo de inconstitucionalidade, teria que retirar o valor da aposentadoria por invalidez ou ao menos excluir a classificação, invalidez. Logo isso passaria por um juízo de constitucionalidade. 
	Declara que:
	Eu não diviso inconstitucionalidade, uma vez que aqui há situações diversas, um benefício que cobre uma situação de risco decorrente de eclosão da incapacidade, e essa própria incapacidade justifica a concessão do benefício, diferentemente daqueles benefícios de base contributiva, que são programados e que, pelo fato de haver contribuição pelo período previsto na legislação, justificam a concessão do benefício, conforme for o caso.
	A questão de fato é que, para essa posição contrária à extensão às demais aposentadorias, o grande problema é que o deferimento de tal benefício não prescinde da intervenção do legislador, pois assim se estaria entrando no âmbito da política jurídica, aquela que examina os fundamentos e o processo de origem dos preceitos jurídicos pelo legislador.
	A Juíza Carla Evelise Justino Hendges em voto no julgamento do Reexame Necessário Cível n. 0023183-70.2013.404.9999/RS em 11-02-2014, adota posição predominante, em que o acréscimo é admissível unicamente aos aposentados por invalidez. A magistrada, em seus argumentos, alega que a norma indiscutivelmente deixou de favorecer as outras aposentadorias, e entende não ser o caso de uso de analogia, tendo em vista não existir incerteza na lei, que é nítida ao firmar que somente os aposentados por invalidez merecem a majoração.
	Considera que para ser possível a ampliação do acréscimo às demais aposentadorias teria que ser determinada a inconstitucionalidade parcial do preceito legal, devendo-se reduzir o seu texto a fim de eliminar a alusão à aposentadoria por invalidez. No entanto, considerando o princípio de reserva de plenário, essa decretação de inconstitucionalidade apenas poderia se dar no pleno do tribunal, e não no âmbito da colenda turma. Porém, garante a juíza, que não há inconstitucionalidade na discriminação feita pela norma.
	Conclui a magistrada que é concedida a atuação do julgador como legislador positivo tão somente em raras situações, em casos que se verifique omissão do Estado e impossibilidade de direito decorrente diretamente da Constituição.
3	VIA JUDICIAL
	O implemento previdenciário em questão é valorizado no tocante em que agrega um adicional remuneratório ao aposentado por invalidez que, por consequência do agravamento de sua enfermidade precisa do acompanhamento permanente de outra pessoa. 
	Todavia, com o passar dos anos, formam-se novos episódios que também merecem proteção, tal como a possibilidade de invalidez após a concessão da aposentadoria obtida por idade, por exemplo. Então vem a necessidade de remodelar a regra, com o intuito de conceder maior eficácia ao direito protegido.
	A desarmonia da lei com a realidade social requisita uma especial apreciação do julgador de modo a aproximá-la do contexto atual e garantir a efetividade dos direitos fundamentais. Assim, a jurisprudência serve de antecipação à evolução legislativa.
	Dessa maneira, se o beneficiário não for amparado na via administrativa, pode ser judicializado o problema, cumprindo o julgador papel de extrema sensibilidade social. Isto é, caso o pedido do acréscimo seja negado ao segurado na via administrativa, ele tem o direito de ingressar com ação judicial pleiteando esse adicional.
	Os processos que versam sobre este assunto estão suspensos, haja vista ter sido admitido o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) considerando que o acórdão da TNU segue linha diversa à jurisprudência predominante no STJ.
	O IRDR será julgado pelo STJ e definirá a possibilidade da concessão do adicional sobre o valor do benefício, na hipótese de o segurado precisar de assistência contínua de terceiros, independentemente da espécie de aposentadoria.
	Com o julgamento, a tese constituída servirá de diretriz às esferas ordinárias da justiça para a conclusão de casos baseados na mesma controvérsia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Ao longo da pesquisa, foram apresentados e explanados o benefício de aposentadoria por invalidez e, em linhas gerais, as propriedades das outras aposentadorias inscritas no Regime Geral da Previdência Social (aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial), e também, principalmente a explicação sobre o acréscimo previsto na Lei de Benefícios (Lei 8.213/91) com a discussão da possibilidade de extensão desse adicional à luz da doutrina e de algumas jurisprudências, adentrando-se na controvérsia sobre a viabilidade de prolongamento do acréscimo que trata o artigo 45 da Lei de Benefícios a todas as aposentadorias. 
	Considerando-se o exposto, dentre os magistrados predomina o entendimento de que não há afronta à Constituição Federal e nem viabilidade de interferência judicial nos casos em que é solicitado o acréscimo às demais aposentadorias do RGPS, haja vista que isto está dentro da competência do legislador, onde pode estipular as circunstâncias em que o segurado receberá determinado benefício. 
	Ademais, por contrariar princípios como o da legalidade, da separação dos poderes, da fonte de custeio, da contrapartida, entre outros, o adicional não deve ser ampliado às outras aposentadorias.
	Entretanto, uma minoria que vem ganhando força, compreende ser necessária a extensão do acréscimo, pois sugere uma observação mais detalhada do verdadeiro sentido da norma e do seu propósito, tal como a aceitação de princípios constitucionais e internacionais de preservação e cumprimento dos direitos humanos, onde estão inclusos os direitos sociais, previdenciários e assistenciais.
	A melhor interpretação da norma propõe a leitura sistemática do princípio da isonomia, onde o episódio de a invalidez decorrer de fato posterior à aposentadoria, não pode eliminar a possibilidade do adicional de 25% ao segurado que vem a permanecer inválido e carecedor da colaboração de outra pessoa, com a finalidade de lhe assegurar o direito à saúde, à vida, e à dignidade humana.
	Refletindo sobre os julgados e entendimentos referidos no presente artigo, tem-se que esse aumento é de extrema importância para a garantia da dignidade e do bem-estar do beneficiário, em face de que a lei está em evidente discordância com a realidade fática vivenciada pelos segurados, tendo em vista que não teriam condições de viver razoavelmente sem contar com o auxílio de outra pessoa, sendo fundamental o deferimento desse acréscimo a qualquer aposentado que passar a necessitá-lo, dado que a finalidade deveria ser a preservação da vida desse idoso, não sendo importante, então, o tipo de aposentadoria que ele esteja recebendo.
	Outrossim, a omissão do legislador não pode exprimir ameaça de violação aos direitos fundamentais das pessoas, não havendo justificativas aceitáveis que expliquem tal discriminação, somente pelo tipo de aposentadoria ser diverso daquela designada na Lei de Benefícios. 
	A exposição de uma conclusão para a falha legislativa é inadiável para o aperfeiçoamento do bem-estar social, tendo em vista que os aposentados que necessitam desse adicional estão passando por necessidades além das que deveriam passar, pois não estão sendo amparados pela Previdência Social, o que configura um descaso e uma desumanidade com pessoas que contribuíram a vida toda com essa instituição. 
	Em síntese, tem-se que a solução para o conflito seria a alteração do atual dispositivo legal para: ‘o acréscimo de 25% ao benefício de aposentadoria’, de modo a conceder tratamento igualitário aos recebedores de qualquer espécie de aposentadoria do RGPS, e é claro, apenas quando efetivamente comprovada a incapacidade e consequente necessidade do auxílio de
terceiros. Ou também, a decisão favorável do IRDR para a consolidação do entendimento de que pode sim ser o adicional estendido aos aposentados por outra categoria de aposentadoria, que não a de invalidez.
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