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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá Saneamento Ambiental Análise das características do sistema de abastecimento do município de Campos do Jordão-SP. Docente – Msc. Daniel C. V. R. Silva Discente – Fabricio Monte Gustavo Pinheiro Marco Antônio Dania Renivaldo Silva Paulino Victor Afonso Lopes da Cruz 11255-2 11213-2 12533-2 12534-2 12537-2 Vitor Henrique Faria Barbosa 12540-2 Guaratinguetá – SP 16 de Julho de 2015 Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 2 Sumário 1. OBJETIVO .......................................................................................................................................... 3 2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 3. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS ATUAIS .................................................................................................. 4 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................. 11 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 12 Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 3 1. Objetivo Analisar as características do sistema de abastecimento do município de Campos do Jordão-SP. 2. Introdução O Município de Campos do Jordão está localizado na porção leste do Estado de São Paulo, na Serra da Mantiqueira. Limita-se ao norte com os Municípios de Itajubá, Pirangussu e Wenceslau Braz, todos em Minas Gerais, a leste com Guaratinguetá, a oeste com São Bento do Sapucaí e ao sul com Pindamonhangaba e Santo Antônio do Pinhal. Encontra-se nas coordenadas 22º 41’ 15”S e 45º 33’ 45” W. Localizada nas escarpas da Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão tem relevo montanhoso. A área urbana localiza-se, em média, a 1.600 m de altitude em relação ao nível do mar. Os mananciais que abastecem Campos do Jordão estão situados na bacia hidrográfica do Mantiqueira. Os principais corpos d’água que cortam Campos do Jordão são o Rio Sapucaí e Ribeirão Capivari. A Ocupação da bacia é 22% urbana, 5% industrial, 8% agricola, 50% pecuaria, 15% matas. Os mananciais estão em boas condições e o principal problema é o assoreamento das captações. Campos de Jordão situa-se sobre Cambissolo Háplico e Latossolo Vermelho-Amarelo. Em termos geológicos, está sobre rochas gnáissicas de origem magmática e/ou sedimentar de médio grau metamórfico e rochas graníticas desenvolvidas durante o tectonismo. O Município tem área de 289,51 km², com menos de 10% de urbanização. Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura – CEPAGRI (www.cpa.unicamp.br), o clima da região é caracterizado por temperatura média anual de 14,8°C, oscilando entre mínima média de 8,8°C e máxima média de 21,3 °C. A precipitação média anual é de 1.705,8 mm. O município conta com uma população flutuante variável, conforme o período do ano. De acordo com dados apresentados pelo Plano de Bacia da Mantiqueira1 , o levantamento realizado junto à Prefeitura Municipal, em 2001, identificou para o período de janeiro a fevereiro uma média de 70.000 turistas, de março a abril cerca 30.000, de maio a junho 150.000 turistas e, no pico máximo, de julho a agosto, cerca de 80.000 turistas por dia. A economia de Campos do Jordão baseia-se no turismo, na Indústria de confecção de malhas e de chocolate, no artesanato e na exploração de água mineral. O Turismo tem nas belezas naturais, na infraestrutura hoteleira e comercial, atrativos para os inúmeros visitantes, principalmente nos períodos mais frios do ano. Os demais setores da economia se desenvolveram em função das atividades turísticas, buscando supri-las e complementá-las. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 4 Figura 1 – Economia do município de Campos do Jordão. 3. DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS ATUAIS 3.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Os serviços de Abastecimento de Água e de Esgotos Sanitários do município estão sob concessão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, tendo sido renovada em 2008. O sistema de abastecimento de água de Campos de Jordão é bastante complexo, pois é composto de um sistema principal operado pela SABESP, e por pequenos sistemas particulares e independentes existentes nos loteamentos. A maioria dos sistemas independentes são constituídos de captação em pequenos córregos e nascentes, possuem linhas de recalque, reservação e trechos de distribuição. Devido às características topográficas da cidade, bastante acidentada, com diversos núcleos esparsos e altitudes bastante variáveis, o sistema de abastecimento público está dividido em diversas zonas de pressão, consequentemente a rede de distribuição é um misto dos sistemas malhado e ramificado. Conforme informação da municipalidade, existem na cidade fontanários públicos que são utilizados como fonte de água para a população. A qualidade da água é controlada pela própria Prefeitura Municipal de Campos do Jordão. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 5 3.2. SISTEMAS PRINCIPAIS O sistema conta com três captações de água bruta: Ribeirão do Salto, Ribeirão das Perdizes e Ribeirão do Fojo. Os três rios em que atualmente são feitas as captações pertencem a Bacia do Rio Sapucaí-Guaçú, sendo esses seus afluentes. Ribeirão do Salto (Represamento): Manancial abastecedor desde 1.966, seu comportamento é o seguinte: Qmínima de estiagem para Q10,7 (utilizando o Método de Regionalização de Vazões): 24,10 l/s Vazão de exploração: 20 l/s. A captação de água bruta tem capacidades de 56 l/s e é realizada através de barragem de regularização de nível, operando 24 horas por dia. A água bruta captada é encaminhada à Estação de Tratamento de Água por gravidade, por meio de adutora de 300 mm de diâmetro em ferro fundido, de 5.000 metros de extensão. Ribeirão das Perdizes: Manancial abastecedor também desde 1.966, seu comportamento é o seguinte: Qmínima de estiagem para Q10,7 (utilizando o Método de Regionalização de Vazões 99,60 l/s) Vazão de exploração: 120 l/s. A captação também em barragem de regularização de nível, opera atualmente com 63,3 l/s (capacidade máxima de operação em 72 l/s) e através de uma Estação Elevatória de Água Bruta, equipada por dois conjuntos moto-bomba de 100 CVs, recalca a água bruta pela adutora de 300 mm de diâmetro em ferro, numa extensão de 780m até a ETA. Ribeirão do Fojo (Represamento): Manancial abastecedor desde 1.991, que tem as seguintes características: Qmínima de estiagem para Q10,7 (utilizando o Método de Regionalização de Vazões): 120,3 l/s Vazão de exploração: 150 l/s A captação do Ribeirão do Fojo, de mesma característica construtiva do Ribeirão das Perdizes, tem capacidade instalada de 136 l/s e opera com 100 l/s em média de 20 horas por dia. A Estação Elevatória de Água Bruta de capacidade 100,4 l/s conta com 2 conjuntos moto- bomba de 150 CVs. A adutora de água bruta tem extensão de 8.020m e diâmetro de 500 mm, em ferro fundido. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP6 As somas das vazões dos três mananciais de captação é de de 244,0 l/s, já as captações de água bruta somam 163,18 l/s captados. A demanda máxima diária em alta temporada aponta para uma necessidade máxima entorno de 256,3 l/s e em média para 223,0 l/s. As perdas no sistema é da ordem de 40,8%. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, o consumo médio per capita de água em Campos do Jordão é da ordem de 290 litros por habitante por dia. Figura 2 – Consumo per-capita de água. Fonte SNIS. 3.3. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA Toda a água bruta captada é tratada na Estação de Tratamento de Água Campos de Jordão. A ETA tem capacidade instalada de 320 l/s e opera atualmente com vazões na faixa de 162 l/s a 204 l/s, possui quatro módulos de tratamento compostos de unidades de mistura rápida, floculador, decantador e filtro. O efluente tratado é submetido à desinfecção e fluoretação para sua distribuição. A estação de tratamento de água (ETA) foi construída em concreto armado, apoiada sobre o terreno natural, utiliza o tratamento convencional e suas unidades instaladas são: o Calha Parshall para medição, aplicação de reagentes e mistura rápida; o 8 Floculadores com agitação mecânica; o 4 Decantadores com módulos tubulares; o 6 Filtros rápidos com dupla camada; Pós cloração e fluoretação. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 7 Legenda – Figura 2 Legenda – Figura 3 Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 8 Figura 2 - Segue abaixo a localização das unidades existentes dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Fonte - SABESP Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 9 Figura 3 – Croqui do sistema de abastecimento de água existente. Fonte - SABESP Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 10 3.4. CENTRO DE RESERVAÇÃO DE ÁGUA TRATADA O sistema possui 23 reservatórios que armazenam um total de 6.930 m³ de água, conforme quadro a seguir: Tabela 1 – Reservação de água tratada – Fonte Sabesp. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 11 3.5. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA O sistema de Campos do Jordão quanto à distribuição de água tratada é bastante complexo. Devido a sua topografia acidentada, há um misto de 12 boosteres (conjunto bomba-motor de 3,6 cv a 125cv) e uma estação elevatória, a EEAT Céu Azul, assim como a presença de caixas de quebra pressão (também utilizada como reserva), de forma a manter um equilíbrio nos setores de distribuição. Para distribuição de água tratada o município conta com 259 km de rede em PVC e Ferro Fundido, com diâmetro variando entre 50 e 400mm. Em função da topografia acidentada do município, as pressões na rede variam de 10 m.c.a. a 120 m.c.a. Toda a rede conta com micromedição através de hidrômetros. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As bacias da Serra da Mantiqueira apresentam sazonalmente presença significativa de população flutuante, especialmente em Campos do Jordão, com impactos relevantes na infra-estrutura de serviços públicos, que necessita ser dimensionada, tanto quanto possível, para as demandas de pico, substantivamente superiores às demandas da população efetivamente residente. A Sabesp está presente na prestação dos serviços de todos os três municípios (Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão) da UGRHI (Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos) da Serra da Mantiqueira. Somadas as populações tem-se um total da ordem de 74 mil habitantes, podendo agregar em até mais 150 mil na época do inverno. A Sabesp responde pelo abastecimento de água de 67 mil habitantes, equivalentes a 91% do total. O atendimento nesta região com abastecimento de água é bastante abrangente. Segundo a SABESP, o município de Campos do Jordão não apresenta pontos críticos de abastecimento e não é necessário rodízio de abastecimento. O município caracteriza-se nos bairros isolados com residências de alto padrão e com baixa densidade de imóveis. Nessas regiões o sistema de abastecimento é operado por grupos de moradores, que captam, tratam e reservam a água, como no bairro Recanto da Pedra do Baú. Face à precariedade desses pequenos sistemas, os moradores solicitam a sua conexão ao sistema da SABESP. Todas as unidades do Sistema de Abastecimento de Água estão em bom estado de conservação. Saneamento Ambiental – Engenharia Civil – FEG UNESP 12 5 Referências Bibliográficas GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. RELATÓRIO ANUAL DE QUALIDADE DE ÁGUA – CAMPOS DO JORDÃO. SABESP, 2012. SECRETARIA DE SANEAMENTO E RECURSOS HÍDRICOS. PROGRAMA ESTADUAL DE APOIO À ELABORAÇÃO DE PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO. CAMPOS DO JORDÃO, 2007.
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