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Resistência dos Materiais FANOR-2014 José Simões Moita Introdução ao conceito de Resistencia dos Materiais • A Resistência dos Materiais é o ramo da Mecânica dos Corpos Deformáveis. • O objetivo principal do estudo da mecânica dos materiais é o de proporcionar ao futuro engenheiro os meios que possibilitem a análise e o projeto de estruturas e maquinas. • Tanto a análise como o projeto de uma determinada estrutura, envolve a determinação de tensões e deformações que estas sofrem quando submetidas a cargas exteriores. • Basicamente pretende-se saber se as estruturas ou peças suportam com segurança as cargas exteriores aplicadas. • isto depende não só das dimensões da estrutura, como também do tipo de material de que é constituída. • Considera-se que os materiais são: contínuos (ausência de imperfeições, bolhas etc) homogêneos (iguais propriedades em todos os seus pontos) isotrópicos (iguais propriedades em todas as direções). elásticos (sofrendo deformações proporcionais aos esforços a que estão submetidos) ELEMENTOS ESTRUTURAIS E ESTRUTURAS TIPICAS Barra Estrutura Reticulada Viga Pórtico Reservatório de pressão Resistência dos materiais: enfoque matemático e físico A solução de problemas a resolver no domínio da resistência dos materiais baseia-se em formulas matemáticas, as quais são deduzidas com o apoio da observação de figuras geométricas, que representam oobservação de figuras geométricas, que representam o problema físico O Calculo é aplicado para obter formulas, relacionando diferentes conceitos físicos. A disciplina de Resistência dos Materiais faz uso desde operações matemáticas simples até ao uso de derivadas Integrais e equações diferenciais. Por sua vez os problemas físicos são representados por diagramas de corpo livre, onde grandezas vetoriais entram na formulação.entram na formulação. força, momento, aceleração, tensão, são exemplos de grandezas representadas por vetores. Vetores • Vetor é um ente geométrico representado por um segmento de reta cujo comprimento é proporcional à Conceitos da Mecânica Geral segmento de reta cujo comprimento é proporcional à intensidade da grandeza representada, e que tem a mesma direção e o mesmo sentido da grandeza. V Grandezas Fisicas: grandezas escalares e grandezas vetoriais • Grandezas escalares são completamente definidas por um numero real. Exemplos: área, volume, massa, energia, tempo, temperatura, etc. • Grandezas vetoriais são completamente definidas por um numero real (intensidade), por uma direção e um sentido. Exemplos: deslocamento,velocidade, aceleração, força, momento, etc. Princípios fundamentais da Mecânica • 1ª Lei de Newton: Se a força resultante numa partícula é zero, a partícula permanece em repouso ou continua a mover-se em linha reta e com velocidade constante • 2ª Lei de Newton: • 3ª Lei de Newton: As forças de ação e reação entre duas particulas tem a mesma linha de acção, a mesma intensidade e sentidos opostos. • 2ª Lei de Newton: Uma particula terá uma aceleração propocional à força aplicada amF r r = ESTÁTICA DE PARTÍCULAS As Forças são grandezas vetoriais e podem ser adicionadas recorrendo à lei do paralelogramo. A intensidade e a direçãoA intensidade e a direção da resultante R de duas forças P e Q podem ser determinadas graficamente ou recorrendo à trigonome- tria. P R QA • Lei do paralelogramo Q Qualquer força F atuando numa partícula pode ser decomposta em duas ou mais componentes, i.e. pode ser substituída por duas ou mais forças que terão um efeito equivalente sobre a partícula A. A Q P F y Uma força F pode ser decomposta em duas componentes retangulares estando essas componentes direcionadas segundo os dois eixos coordenados x , y. Introduzindo os vetores unitários i e j segundo os eixos x e y, F = Fx i + Fy j Fx = F cos θ Fy = F sin θ x θ Fx = Fx i Fy = Fy j F i j Fx = F cos θ Fy = F sin θ tan θ = Fy Fx F = Fx + Fy 2 2 Adição de vetores B C QPR BPQQPR rrr += −+= cos2222 • Lei dos Cosenos A B C C QPR += • Lei dos Senos Q C R B P A sinsinsin == • A adição de vectores é comutativa PQQP rrrr +=+ Quando duas ou mais forças co-planares atuam sobre uma partícula, as componentes retangulares da sua resultante R podem ser obtidas adicionando algebricamente as correspondentes componentes segundo a direção x e segundo a direção y. Rx = Σ Fx Ry = Σ Fy A intensidade e direção da resultante R são dadas por tan θ = RyR x R = Rx + Ry 2 2 A partícula está em equilibrio quando a resultante de todas as forças atuantes é zero: Rx = Σ Fx = 0 Ry = Σ Fy = 0 Diagrama de corpo livre da partícula selecionada: Diagramas de corpo livre da particula Situação real a analisar Triângulo de forças: TAC = 480,39 N TAB = 647,23 N Para resolver um problema envolvendo uma partícula em equilibrio estático: 1. Desenhar o diagrama de corpo livre da particula, mostrando todas as forças que atuam na partícula 2. Escrever as equações de equilibrio estático: Σ Fx = 0 Σ Fy = 0 2. Escrever as equações de equilibrio estático: Exemplo 1: As duas forças Q=60 N e P=40 N actuam no parafuso A. Determinar a sua resultante. ( ) ( ) ( )( ) °−+= −+= 155cosN60N402N60N40 cos2 22 222 BPQQPR N73.97=R Aplicando a Lei dos cosenos: Aplicando a Lei dos senos: A A R QBA R B Q A +°= °= °= = = 20 04.15 N73.97 N60155sin sinsin sinsin α °= 04.35α Exemplo 2: Quatro forças actuam no parafuso A como mostra a figura. Determinar as componentes segundo x e y bem como a resultante. 9.256.96100 0.1100110 2.754.2780 0.759.129150 4 3 2 1 −+ − +− ++ F F F F FyFxFforça r r r r 1.199+=xR 3.14+=yR 22 3.141.199 +=R N6.199=R N1.199 N3.14 tan =α °= 1.4α Conceito de Momento de uma força em torno de um ponto O Produto escalar - O produto escalar entre P e Q resulta num número (e não num vetor) que é definido como P . Q = P Q cos φ onde φ é o ângulo entre os dois vetores. Geometricamente, temos o produto do módulo de um vetor pela projeção do outro sobre si. Este tipo de produto aparece no cálculo do trabalho mecânico, potência de uma força, etc. Produto vetorial – o produto vetorial de dois vetores r e F, resulta num vetor M que é definido por M= r x F O vetor resultante tem o módulo dado por M = r F senφ = F dM = r F senφ = F d e direção perpendicular ao plano que contém os vetores r e F O sentido do vetor M pode ser determinado pela regra da mão direita ilustrada na Figura seguinte. regra: coloque a palma da mão e os dedos no sentido dos vetores r e F : o polegar indicará o sentido do vetor M O A F Mo r O momento da força F em torno do ponto O é definido como o produto externo vetorial MO = r x F sendo r é o vetor posição desenhado do ponto O ao ponto de aplicação F θ d A da força F. O ângulo entre as linhas de ação de r e F é o ângulo θ. O valor do momento de F em torno de O pode ser dado por MO = r F sen θ = F d onde d é a distância medida na perpendicular de O até à linha de ação da força F. Momento Resultante: Regra da mão direita: Sentido da rotação Dois binários que tenham o mesmo valor M dizem-se equivalentes (uma vez que têm o mesmo efeito sobre o corpo rígido): Um binário representado pelo vector M pode ser decomposto vetorialmente segundo os 3 eixos. Qualquerforça F atuante num ponto A de um corpo rígido pode ser substituída por um sistema Força e Momento num ponto arbitrário O. O vetor força F e o vetor momento Mo são sempre perpen- diculares um ao outro. O A1r1 F1 O M1 r2 A2 F2 r3 A3 F3 F1 M2M3 F2 F3 R R O MRO Qualquer sistema de forças pode ser reduzido a um sistema Força e Momento num dado ponto O. Em geral, a força resultante e o vetor momento não serão perpendiculares entre si. Dois sistemas de forças, F1, F2, F3 . . . , e F’1, F’2, F’3 . . . , são equivalentes se e só se Σ F = Σ F’ ee ΣMo = ΣMo’ Σ F = 0 Σ MO = 0 Para o caso bi-dimensional, as condições necessárias e suficientes para o equilíbrio podem ser expressas pelas 3 equações escalares: Equilíbrio de corpo rígido em duas dimensões ΣFx = 0 ΣFy = 0 ΣMo = 0 Estas equações podem ser usadas para determinar forças desconhecidas aplicadas ao corpo rígido ou as reações exercidas nos suportes. Tipo de apoio Reacções deslizante com pino superfície lisa Pino superfície rugosa Engastamento ligação a um cabo ligação a uma barra força com direcção conhecida Tipo de apoio/ligação Reacções corrediça sem atrito idem força com linha de acção conhecida Diagramas de corpo livre A estrutura é isolada dos apoios e são indicadas as forças aplicadas e as forças de reação. Diagrama de Corpo Livre da Estrutura 1. Aplicam-se as condições de equilíbrio estático à estrutura, e no caso de não ser possível obter todas as reações, 2. aplicam-se as mesmas condições de equilíbrio estático a qualquer componente tomado isoladamente Exemplo 4: Diagrama de corpo livre: Massa da grua: 1000 Kg corpo livre: • Calcular a reacção em B resolvendo a equação do equilibrio dos momentos de todas as forças em torno de A: ( ) ( ) ( ) 0m6kN5.23 m2kN81.9m5.1:0 =− −∑ += BM A kN1.107+=B • Calcular as reacções em A• Calcular as reacções em A (segundo x e y) resolvendo as equações de equilibrio das forças horizontais e verticais: 0:0 =+=∑ BAF xx kN1.107−=xA 0kN5.23kN81.9:0 =−−=∑ yy AF kN 3.33+=yA
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