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CESED No. 03
FACISA
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: Direito Civil VIII
PROFESSOR: Mário Vinícius Carneiro
DA ABERTURA DA SUCESSÃO
 	A existência da pessoa natural termina com o seu óbito, conforme estabelece o art. 6º do CC. Sendo a morte a idéia central para tratar de sucessão, não há como falar em herança de pessoa viva. 
Antes da morte não há direito adquirido à herança, mas única e exclusivamente expectativa de direito. Nosso ordenamento jurídico, contudo, apresenta uma exceção, quando trata da sucessão de bens do ausente. Neste caso a sucessão é, a princípio, provisória e, depois de algum tempo, definitiva. Aberta a sucessão definitiva, o ausente se presumirá morto. 
A morte deve provar-se autêntica, devendo ser documentada pela Medicina e, no plano jurídico, por certidão passada pelo oficial do Registro Civil, extraída do registro de óbito. 
Com a morte do titular, no mesmo instante em que a mesma ocorre, abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do autor da herança, mesmo que haja ignorância de todos sobre o ocorrido. Este procedimento data do século XIII e foi denominado de droit de saisine (pronuncia-se /druá dê cesíni/). Em nosso direito, encontramos tal princípio acolhido no art.1784 do CC.
Por tal princípio, extraímos os seguintes efeitos: 
A abertura da sucessão se dá com a morte e no mesmo instante os herdeiros passam a ser titulares da herança. 
A imissão na posse se dá independentemente de qualquer ato do herdeiro, logo após a morte. 
Qualquer herdeiro tem legitimidade para defender todo o acervo hereditário contra terceiros esbulhadores, ainda que só tenha direito a fração desse monte. 
Aberta a sucessão, se o herdeiro falecer logo após o autor da herança, aquilo que herdou passa aos seus próprios herdeiros. 
O herdeiro, mesmo antes de individuado seu quinhão, pode passá-lo adiante, tomando o adquirente seu lugar no espólio. 
 	Uma observação importante que deve ser feita é que, diante do princípio da saisine, a lei que regula a legitimação para suceder a será àquela vigente ao tempo da abertura da sucessão. Conforme Gonçalves (2004:2), se a abertura de uma sucessão tiver ocorrido antes de 1988, quando a atual Constituição Federal não entrara em vigor, as normas serão relativas às contidas no Código Civil de 1916. E exemplifica: se a abertura da sucessão ocorre nessas condições, “antes do advento da atual Constituição federal, que igualou os direitos sucessórios dos filhos adotivos aos dos consangüíneos, qualquer que seja a forma de adoção (art.227, § 6º), o adotado pelo sistema do Código Civil de 1916 (adoção restrita) quando o adotante já possuía filhos consangüíneos nada receberá, mesmo que o inventário seja aberto após tal advento. Herdará, entretanto, em igualdade de condições com estes, se a abertura ocorrer depois da entrada em vigor da Carta Magna”. (Vide art. 377 do Código Civil de 1916).
 	Quanto ao foro competente para o processamento do inventário, a sucessão terá lugar no último domicílio do falecido, mesmo que a morte tenha ocorrido no exterior. A Lei, porém, estabelece que será o da situação dos bens, se o autor da herança não tinha domicílio certo, ou o do lugar em que ocorreu o óbito, caso o mesmo possuísse, também, bens em lugares diferentes (CPC, art.; 96 e parágrafo único). Quanto à nomeação do inventariante, a mesma ocorre de acordo com o art. 990 do CPC. 
Bibliografia: 
FIUZA, César. Direito Civil: curso completo/ 8ª. Edição. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Sucessões, volume 4. São Paulo: Saraiva, 2004.

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