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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Ensaio de Fluência Klaus Higor dos Santos Silva Belo Horizonte 2016 1. Introdução Fluência é a deformação plástica que ocorre em função do tempo em um material submetido a uma tensão ou carga constante. Ocorre em todos os materiais e nos metais torna-se crítica para valores de T > 0,4 Tf (K), que aceleram a taxa de deformação. Os principais materiais ensaiados são os empregados em turbinas, refinarias petroquímicas e usinas nucleares. 1. Introdução Não é um ensaio de rotina, devido ao longo tempo para a sua realização, pode durar até pouco mais de um ano. Embora de grande importância, normalmente seu uso se restringe a atividades de pesquisa e desenvolvimento de novos materiais ou ligas metálicas e para a determinação de condições seguras de uso de diversos produtos. O objetivo do ensaio, em muito casos, é determinar as tensões necessárias para produzir uma deformação limite de 0,5%, 1,0% (turbinas e tubulações a quente) e, em alguns casos, até 2,0%. 2. Ensaio de Fluência Representação esquemática do equipamento utilizado para ensaio: Antes da aplicação da carga - homogeneização da temperatura. Carga uniaxial e constante. Corpo-de-prova geometricamente igual ao utilizado no ensaio de tração. Temperatura de ensaio elevada e constante. De um modo geral, as máquinas utilizam pesos para a aplicação de carga. 2.1 Corpo de prova Corpo de prova semelhante ao do ensaio de tração. A temperatura do CP deve ser homogeneizada antes do ensaio. A temperatura do CP é medida através de pirômetros ou termopares. A medição da deformação é feita por um extensômetro acoplado ao CP fora da região de aquecimento. 2.2 Características e fases do ensaio: Estágio primário (Região de Encruamento): decréscimo contínuo da taxa de fluência devido ao encruamento. Estágio secundário (Fluência secundária): taxa de fluência constante devido aos dois fenômenos que ocorrem simultaneamente, o encruamento e a recuperação. O valor médio da taxa de fluência medida neste estágio é denominado taxa mínima de fluência. 2.2 Características e fases do ensaio: Estágio terciário (Região de Fratura): ocorre principalmente para os ensaios submetidos a cargas e/ou temperaturas elevadas. Neste estágio ocorrem a separação de contornos de grão, a formação, o coalescimento e a propagação de trincas, conduzindo a uma redução localizada de área no corpo-de-prova e a um consequente aumento na taxa de deformação. Taxa de deformação X Tempo Alguns materiais podem deixar de apresentar o estágio terciário em certas condições de ensaio. Curva B – baixa carga Para o ensaio de fluência da liga apresentada (Alumínio 24S-T4), observa-se que para uma temperatura de ensaio constante, a curva de ensaio sofre alterações devido à variação da carga aplicada. Taxa mínima de fluência [(dε/dt)m]: Consiste na inclinação da curva do estágio secundário de fluência. Trata-se de um parâmetro a se considerar em projetos de componentes para aplicações de longa duração (ex: reatores nucleares). No entanto, para componentes de vida relativamente mais curta (ex: lâminas de turbinas para motores a jato) o tempo de ruptura é o parâmetro determinante. Parâmetros Característicos do Ensaio de Fluência Ensaio de Ruptura por Fluência A diferença entre o ensaio dito convencional e o ensaio de ruptura é que, como o próprio nome diz, o segundo ocorre até a ruptura do corpo-de-prova, enquanto o convencional utiliza- se de artifícios para estimar a vida útil do material. O ensaio de ruptura, muitas vezes, implica a aplicação de cargas de ensaio maiores que a especificada. Ensaio de Ruptura por Fluência Este ensaio é menos demorado que o ensaio de fluência, sua duração fica em torno de 1.000 horas. Da mesma forma que o anterior, são necessários muitos CP, ensaiados com cargas diferentes, para a obtenção de resultados significativos. Além disto, é possível selecionar as tensões de trabalho que nas operações práticas evitem a ruptura do material. Ao contrário dos anteriores, este ensaio é feito com apenas um corpo de prova, este ensaio fornece informações sobre a redução da tensão (carga) aplicada ao corpo-de-prova quando a deformação em função do tempo é mantida constante a uma certa temperatura. A maioria dos ensaios duram de 1.000 a 2.000 h, a sua principal desvantagem são as exigências do equipamento, cujo sistema de medição de força deve permitir edições precisas de pequenas variações de carga ao longo do tempo. Ensaio de Relaxação Efeito da temperatura e tensão aplicada São 3 os efeitos de cada um, mantendo o outro constante: • Aumento da deformação inicial • Aumento da taxa na região secundária • Redução do tempo de vida 4. Extrapolação de características de fluência para longos períodos Em função da impraticabilidade de ensaios de longa duração, uma solução que se adota consiste em avaliar o comportamento à fluência em condições de temperatura acima das especificadas, por tempos mais curtos e no mesmo nível de tensão. A partir dos resultados obtidos faz-se uma extrapolação para as condições de operação do componente. Uma extrapolação segura só pode ser feita quando se tem certeza de que na região da extrapolação não ocorrerão mudanças estruturais que resultem na variação da inclinação da curva. 5. Informações adicionais sobre fluência Norma: ASTM E139. Mecanismos de deformação: movimento de discordâncias, recristalização e escorregamento de contornos de grão. Fatores que influenciam as propriedades de fluência: E, Tfusão e tamanho de grão. 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 6. Exemplos de falha por fluência 7. Máquina de Ensaio de Fluência