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Construção com Containers: Sustentabilidade e Baixo Custo

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Introdução
O uso do container  na construção como elemento arquitetônico atende demandas de novas práticas construtivas e garante o reaproveitamento desses cofres de cargas que ficam abandonados em portos. Trata-se de uma solução sustentável e de baixo custo para residências, escritórios e até comércios.
Dois tipos de contêineres podem ser usados para construção: O contêiner marítimo comum, feito de aço corten, muito resiste à corrosão, mas com deficiente isolamento térmico e acústico. O outro tipo é o container reefer, usado para transportar carga congelada, mais caro, mas com melhor isolamento. 
Há um número enorme de contêineres vazios ao redor do mundo, apenas ocupando espaço nos portos. Uma das razões para isso é que é muito caro para reenviar os recipientes vazios de volta para sua origem, na maioria dos casos, é mais barato comprar novos contêineres da Ásia. O resultado é um excedente de contêineres sem função que podem se transformar em uma casa, escritório, escola, estúdio, abrigos de emergência e etc. 
Container
 Criados por volta de 1937, segundo Levison (2003), pelo norte-americano Malcolm Purcell McLean (1913-2001), os containers eram, inicialmente, grandes caixas de aço destinadas à melhoria do sistema de transporte de fardos de algodão no porto de Nova York. Com o tempo, os métodos de trabalho foram aprimorados e a empresa passou a atender também os setores fluvial e ferroviário. 
 Entre 1968 e 1970 foram publicadas normas ISO (ISO 6346) para containers, condicionando melhorias nos processos de carregamento, transporte e descarga, bem como gerando economia relacionada à redução de tempo e de recursos desprendido para tanto. Em 1972, a sua configuração foi regulamentada pela Organização Inter-governamental Marítima Consultiva (Inter-governmental Maritime Consultative Organization), garantindo o seu transporte e seguro manuseio, regimentados segundo a CSC-Plate (International Convention for Safe Containeres – Convenção Internacional para a Segurança dos Contêineres). 
Vida Útil
A vida útil do contêiner para o mercado náutico é de aproximadamente 8 anos tendo uma vida real de 100 anos, o que geraria uma média de 92 anos de “inutilidade forçada”.
Regulamentação
 Os alvarás e licenças para uma construção de container são os mesmos de alvenaria, obtidos junto à prefeitura. No entanto, você pode enfrentar problemas em algumas cidades, já que se trata de uma construção pouco usual.
 Planos, elevações, topografia, rede de esgoto, energia e desenhos estruturais são os documentos básicos para começar.
Área, dimensões e empilhamento
 A área do terreno deve ser capaz de comportar os containers, com espaço para as manobras dos guindastes que fazem a conexão entre os módulos.
 Os containers são geralmente medidos em pés, variando em 20 e 40. Os de 20 apresentam as seguintes dimensões: 6 m x 2,4 m x 2,6 m de altura, enquanto os de 40 variam em 12 m x 2,4 m x 2,6 m, 12 m x 2,4 m x 2,9 m e 6 m x 2,4 m x 2,6 m de altura, dependendo da antiga função do container. Os que mantinham estruturas de refrigeração nas docas, por exemplo, costumam ser menores.
 As unidades são pintadas com tinta anti-ferrugem e encaixadas através de um sistema de engate. Os contêineres podem ser combinados, basta cortar o piso, paredes ou teto para criar aberturas e novas conexões.
O limite de empilhamento costuma ser de 5 (1 + 4). Mais andares exigem cálculos estruturais adicionais, que complexificam a obra.
Fundação, terraplanagem e impermeabilização
 A maioria das obras com containers dispensam fundações, o que também preserva a característica de mobilidade do projeto. Geralmente, a construção é apoiada em quatro pontos estruturais, as sapatas.
A terraplanagem é rápida e econômica. A maioria dos projetos construídos prevê um platô único, utilizando um sistema de compensação de corte (50 cm) e aterro (até 80 cm), que podem ser realizados em até um dia, com limpeza inclusa.
 Como não há grandes movimentos de terra, o relevo natural do terreno é respeitado, preservando o solo e lençol freático. Com a construção de containers, 85% do terreno fica permeável, permitindo o escoamento da chuva. Para que o projeto seja ainda mais sustentável, um sistema de coleta da água da chuva pode ser instalado.
 Mão-de-obra especializada também é exigida, tanto para operar os guindastes quanto no corte do metal para portas e janelas.
Instalações elétricas, hidro sanitárias e isolamento térmico
 Feitos de aço, os contêineres tem a característica de conduzir bem o calor, exigindo algum tipo de isolamento térmico. Há muitas opções no mercado, desde as mais comuns como lã de vidro, poliuretano, EPS às inovações ecológicas como o Isoft, feito de garrafa PET.
 Estes isolantes são colocados em forma de “sanduíche” entre a estrutura e placas de cimento, OSB e até mesmo Dry-Wall. Nestes vãos também são instalados a fiação elétrica e canos hidro sanitários.
Revestimentos
 Depois deste esquema de sobreposição de isolantes, canos, tubos e forro, o container está livre para receber a maioria dos revestimentos. Papel de parede, cerâmica, pastilha, compensado, madeira.
Lã de Rocha
 A Lã de Rocha garante conforto termo acústica, além de ser um material ambientalmente correto e seguro. Composta basicamente de rocha diábase, como já diz o nome, as fibras da rocha são ligadas a uma resina e prensadas para que tomem a forma desejada.
Lã de Pet
 Produzida com 100% de poliéster, matéria-prima derivada das garrafas pets, material base para a produção da lã, como já diz o seu nome a Lã de Pet ajuda de forma direta a preservar o meio-ambiente, já que tirar de circulação milhares de garrafas que seriam despejadas na natureza.
 Uma das grandes vantagens da lã de pet é a sua instalação, pois por ser um material totalmente atóxico e hipoalérgico, a instalação não exige o uso de EPI, isto faz com que a obra fique com um custo mais reduzido e também diminui a preocupação das pessoas envolvidas.
Isopor ou EPS
 O EPS é ótimo para “segurar” a temperatura de ambientes, além de assim como as alternativas apresentadas, tem uma forte responsabilidade ambiental, pois para que ele seja produzido é consumida pouca energia em sua fabricação, é isento de CFC e são 100% reciclável, não produzindo resíduos que venham a poluir o ambiente.
Container em canteiro de obras
 Os alojamentos podem ser rapidamente mobilizados em menos de 24h e a quantidade das unidades pode ser adaptada, seguindo o progresso da obra. “Com o container, evita-se a geração de resíduo e não há nenhuma alteração no meio ambiente, no que diz respeito à colocação e retirada do mesmo”. Além disso, um mesmo container pode ser utilizado em diversas obras e por muitos anos.
Local: Construção da Linha 13 – Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Telhado verde
 Telhados verdes é uma solução arquitetônica que consiste na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base impermeável, podendo ser uma laje impermeabilizada ou mesmo um telhado convencional.
 Além de uma solução estética os telhados verdes são uma alternativa viável para a gestão de águas pluviais em áreas urbanas, pois retardam a drenagem pluvial ( coeficiente de runoff), mitigando assim problemas com enchentes e saturação das galerias pluviais. É ainda uma ótima solução termo acústica, atuando como isolante evitando a transferência de calor, frio e ruído para o interior da edificação, desta forma minimizam gastos energéticos com aquecimento e refrigeração, constituindo se numa solução para a economia de energia.
Vantagens
Diminui o calor;
Regula a drenagem de águas pluviais, mais do que diversos outros sistemas de captação;
Sequestrao gás carbônico e produz oxigênio;
Cria e preserva habitats;
Isolamento térmico e resfriamento por evaporação;
Desvantagens
Maior custo;
Mais energia empregada na fabricação;
Sujeita a vazamentos caso mal instalada;
Falta de expertise na área;
Cuidados necessários com o vento e fogo.
Custo
 O telhado verde possui uma variação de preço entre R$100,00 a 150,00/m2 dependendo do tipo e região, e é certamente um custo de implantação inicial maior (geralmente o dobro) do que telhados convencionais ou lajes impermeabilizadas. Olhando superficialmente não parece vantajoso, certo? A vantagem surge se considerarmos o ciclo de vida completo da estratégia, pois sua duração é em média o dobro tempo da opção convencional. Dificilmente uma solução comum irá durar mais de 20 anos sem manutenção, já o telhado verde, apesar de exigir cuidados específicos e periódicos, pode durar o dobro, além de proteger a laje concentrando e suportando as diferenças de temperatura e insolação.
Telhado verde: 2 tipos
Intensivo (ou semi): mais espesso e suporta uma maior variedade de plantas. No entanto é mais pesada e exige maior manutenção. A espessura mínima de instalação é de 20cm. Deve-se existir um cuidado especial na consideração dos cálculos estruturais, que considera nos edifícios em concreto armado no Brasil uma carga média de 300kg/m².
Extensivo: mais fino e leve, com no máximo 8cm de espessura e coberta tipicamente com forração. É mais viável financeiramente, no entanto não suporta tanta carga de águas pluviais.
Legislação
 Um terreno em local muito íngreme pode se tornar um problema. É importante ressaltar que o container precisa ser transportado até o local (em um caminhão) e depois colocado em seu terreno por um guindaste ou munk. Leve em consideração que um container pesa entre 2 e 3 toneladas e SEGURANÇA é requisito máximo.
Precisa de um projeto:
Isso custa um pouco mais e não é muito fácil encontrar profissionais (arquitetos) que projetam casas em container.
Precisa de aprovação do projeto na Prefeitura;
Após aprovação na Prefeitura, preciso de registro imobiliário, ou seja, é preciso pagar IPTU;
Livre de agentes nocivos:
Garantia obtida através do laudo de ausência de riscos químicos, físicos e biológicos e radioativos, também conhecido como laudo de descontaminação.
Essa etapa preserva a saúde das pessoas e deve ser fiscalizada pelo setor de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde).
Não é qualquer container que pode ser transformado em módulos para habitação;
Deve observar no container o tipo de carga que ele transportou e o tamanho, isso é importante, pois é preciso verificar a altura mínima exigida em sua Prefeitura para aprovação de um projeto.
Referências
http://2030studio.com/telhado-verde-uma-opcao-sustentavel/
https://www.ecocasa.com.br/telhados-verdes
file:///C:/Users/Andre/Downloads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o%20Multiteiner.pdf
https://www.hometeka.com.br/inspire-se/8-dicas-de-arquitetura-e-construcao-com-containers/
https://www.ecycle.com.br/component/content/article/42-eco-design/2039-casas-sustentaveis-estao-se-popularizando.html
http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/16/1-telhado-verde-cobertura-de-edificacoes-com-vegetacao-requer-260593-1.aspx
https://studiovivaarquitetura.wordpress.com/tag/containers/
https://sustentarqui.com.br/dicas/construcao-em-conteiner/

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