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Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 1 fs Vistos, discutidos e examinados estes autos de Mandado de Segurança, sob o n.º 0055872-28.2013.8.16.0000, em que é impetrante SEBASTIÃO CARLOS DE SOUZA, brasileiro, casado, agricultor, portador da cédula de identidade RG n.º 713.853 - SSP/PR, inscrito no CPF sob o n.º 207.815.479-20, residente na rua Bahia, n.º 11, no Município de Boa Esperança/PR; e autoridade coatora o DIRETOR PRESIDENTE DA ADAPAR (AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ), Sr. INÁCIO AFONSO KROETZ, com endereço na rua dos Funcionários, n.º 1559, bairro Cabral, nesta Capital/PR. O impetrante impetrou o presente Mandado de Segurança, em face da autoridade acima nominada como coatora (também contra o Diretor do DEFIS, cujo departamento restou extinto), entretanto, inicialmente perante o TJPR em face do Governador do Estado do Paraná e do Presidente da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, que, em razão do reconhecimento da ilegitimidade passiva ad causam do Governador (Acórdão de ref.1.5) e do Presidente da SEAB (Acórdão de ref.1.18), pelo Juízo ad quem declinou-se a competência restando remetido este writ para o Juízo a quo e redistribuído para esta Vara da Fazenda Pública, onde se manteve o indeferimento da liminar, pelas razões proferidas pelo Segundo Grau de ref.1.9, e determinou ao impetrante emendar a inicial (ref.3.1). Na emenda, contou o impetrante que foi autuado pelo Departamento de Fiscalização – DEFIS, sob o Auto de Infração n.º 01101, pela prática, em tese, de armazenamento e ou uso de produto (agrotóxico) ilegal sem registro no MAPA e cadastro na SEAB, haja vista que foi encontrada uma embalagem de 1 (um) litro do referido produto denominado herbicida sistêmico D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 2 fs para trigo da marca ‘Volt’, aberta, na ‘Fazenda Catarina’, de sua propriedade. Disse que, com estes elementos, foram lavrados os Autos de Infração n.º 002012 do IAP e aquele do SEAB sob o n.º 01101. Mencionou que recorreu administrativamente junto à SEAB, destacando que o auto de infração seria improcedente, porque o único herbicida utilizado na sua fazenda era o da marca ‘Ally’; que o barracão onde foi encontrado o produto não era utilizado para o depósito de agrotóxicos; que a lavoura de trigo foi acompanhada por engenheiro agrônomo que, segundo os laudos, todos os agrotóxicos adquiridos eram regulares; que haveria necessidade de periciar o produto encontrado, pois, por estar aberta a embalagem do agrotóxico apontado como ilegal, poderia haver conteúdo diverso nela; e por autuação excessiva ante a ausência de prova de uso do produto na lavoura. Narrou que a SEAB, por meio do parecer n.º 389/2011, emitido pela AJUR (área jurídica), considerou regular a autuação realizada e que a perícia não poderia ser realizada com arrimo no §3.º do artigo 80 do Decreto Federal n.º 4.074/2002, cuja decisão foi emitida pelo chefe do DEFIS que lhe aplicou pena de advertência e multa no valor de R$6.406,00 (seis mil quatrocentos e seis reais). Ressaltou que a decisão da ADAPAR (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) também restou mantida no mesmo sentido, sem fundamentação ou análise dos seus argumentos. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 3 fs Argumentou que o seu direito líquido e certo reside na ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório, posto que o procedimento das autoridades coatoras não foi correto segundo o Decreto Federal apontado, no momento que não realizaram perícia no produto encontrado, bem como quando lhe negaram a prova pericial. Sustentou, ainda, que não utilizou o referido agrotóxico e que terceiro teria deixado a embalagem em sua propriedade com conteúdo diverso, não podendo responder por ato praticado por outrem. Requereu a concessão da segurança para anular o processo administrativo que gerou os Autos de Infração sob os números 002012 (IAP) e 01101 (SEAB), e respectivamente o débito fiscal n.º 24167500000267705, anulando o respectivo débito e inscrição em dívida ativa se houver até o final da demanda. Juntou documentos com a emenda da inicial (ref.7.2/7.10). O Estado do Paraná requereu seu ingresso na lide e sua intimação de todos os atos (evento 23.1). O Diretor Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná apresentou suas informações (mov.26.1). Asseverou que os agentes públicos que encontraram o produto na propriedade do impetrante constataram “a olho nu”, durante a vistoria, que se referia a agrotóxico ilegal, visto que a embalagem não apresentava o registro no MAPA, nem o cadastro na SEAB. Destacou que ao ter seu recurso administrativo indeferido, o impetrante postulou D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________4 fs pelo parcelamento da multa, o que levou a crer que aceitou tacitamente a multa que lhe foi impingida. Afirmou que inexiste ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório, inclusive porque se fosse realizada a perícia somente comprovaria de forma contundente a origem ilegal do produto agrotóxico apreendido. Salientou que, a partir do ato investigativo, a fiscalização se convenceu da existência de manifesta irregularidade a ensejar na autuação do impetrante, cuja decisão é intrínseca ao seu poder polícia, adstrita ao campo das suas atribuições legais e funcionais, compondo um dever seu, em face do manifesto interesse público. Destacou que os atos administrativos em tela são revestidos de presunção de legalidade, legitimidade e veracidade, bem como que o indeferimento da perícia fundamentou-se no §8.º do artigo 80 do Decreto Federal n.º 4.074/2002. Dissertou sobre a importância da fiscalização e do registro dos produtos em tela perante os entes públicos, nos termos do artigo 9.º da Lei Estadual n.º 7.827/1983, para fins de coibir o desvio de uso de agrotóxicos, ilidindo danos às pessoas e ao meio ambiente. Lembrou que a via mandamental não permite a dilação probatória e requereu a denegação da segurança. Trouxe documentos (ref.26.2/26.4). Certificou-se nos autos que se deixou de notificar a D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 5 fs autoridade coatora apontada como Chefe do DEFIS, porque o referido Departamento havia sido extinto (ref.27.1). A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná – ADAPAR/PR, na qualidade de litisconsorte passivo necessário, requereu seu ingresso na lide (mov.29.1). O Ministério Público manifestou-se pela desnecessidade de intervir no feito (ref.34.1). Sobre a certidão de ref.27.1, o impetrante manifestou ciência e disse que não havia nada a requerer (mov.38.1). Os autos vieram-me conclusos para sentença. É o relatório. Passo a decidir. Necessário tecer alguns comentários acerca do controle judiciário sobre os atos da administração. Hely Lopes Meirelles, no que tange ao assunto, assim dispõe: “Todo ato administrativo, de qualquer autoridade ou Poder, para ser legítimo e operante, há que ser praticado em conformidade com a norma legal pertinente (princípio da legalidade), com a moral da instituição D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 6 fs (princípio da moralidade), com a destinação pública própria (princípio da finalidade), com a divulgação oficial necessária (princípio da publicidade) e com presteza e rendimento funcional (princípio da eficiência). Faltando, contrariando ou desviando-se desses princípios básicos, a Administração Pública vicia o ato, expondo-se a anulação por ela mesma ou pelo Poder Judiciários, se requerida pelo interessado.” 1 Certo é que o Judiciário não poderá substituir a Administração em pronunciamentos que lhe são privativos, mas dizer se ela agiu com observância da lei, dentro de sua competência, e por isso mesmo poderá ser exercida em relação a qualquer ato do Poder Público. Os limites da atuação do Poder Judiciário estão estreitados na mera verificação da legalidade do ato administrativo e da inexistência de abuso de poder, sob pena de ofensa ao princípio da independência dos poderes. Esclarecido isto, destaca-se que o Mandado de Segurança é o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem às funções que exerça (CF/88, art.5.º, LXIX e LXX; Lei n.º 12.016/09 - art.1.º). 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Pulo: D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 7 fs Segundo a lição do renomado mestre HELY LOPES MEIRELLES , “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante”. A respeito do direito líquido e certo, cumpre sempre ter em mente a lição do ilustre Ministro Alfredo Buzaid, citando o não menos ilustre Ministro Carlos Maximiliano, in verbis: Carlos Maximiliano definiu-o: o direito translúcido, evidente, acima de toda dúvida razoável, aplicável de plano, sem detido exame nem laboriosas cogitações. No mesmo diapasão, entendeu o Superior Tribunal de Justiça, em acórdão de lavra do Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. Vejamos: Direito líquido e certo, para fins de mandado de segurança, pressupõe a demonstração de plano do alegado direito e a inexistência de incerteza a respeito dos fatos. Sustenta-se na incontestabilidade destes, verificando-se quando a regra jurídica, que incidir sobrefatos incontestáveis, configurar um direito da parte. Não bastasse isto, os atos administrativos, de fato, são revestidos de presunção de legitimidade, legalidade e veracidade, sendo certo que somente prova cabal do contrário os desconstituiriam. Importante destacar que a via Malheiro: 2004, p.680. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 8 fs mandamental é incompatível com a dilação probatória. Compulsando os autos e as provas coligidas ao processo, denota-se que, de modo indubitável, carece o impetrante de direito líquido e certo a embasar o presente writ. Verifica-se que o contido no auto de infração n.º 01101/2010 restou devidamente lavrado e motivado por infração legalmente prevista, que consistiu em “armazenamento e ou uso de produto (agrotóxico) ilegal sem registro na MAPA e cadastro na SEAB”, por ter sido encontrado 01 (um) litro da embalagem aberta do agrotóxico da marca ‘Volt’, nas propriedades do impetrante. Nítido está no referido auto que tal conduta do impetrante restou configurada como infração tipificada nos artigos 82; 84, inciso VII; artigo 85, inciso I, todos do Decreto Federal n.º 4.074/2002; assim como prevista no artigo 24, item 2 do Regulamento A que se refere ao Decreto Estadual n.º 3.876/1984 (fl.02, ref.7.3), o que ensejou, inclusive, no auto de infração n.º 002012 do IAP. No próprio auto de infração consta o direito do autuado em apresentar defesa, que restou garantida e exercida pelo impetrante, conforme ele mesmo noticiou na petição inicial. Constata-se, também, que os seus recursos D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 9 fs administrativos restaram devidamente analisados e, em que pese indeferidos, verifica-se que as decisões administrativas foram fundamentadas pela Administração Pública, conforme se infere nos documentos de ref.7.4/7.6; e 7.9. O ponto central do impetrante se refere ao indeferimento do seu pedido de perícia, na via administrativa, sob o material encontrado na sua propriedade, (portanto é o responsável por ele), o que, em tese, teria lhe ofendido o seu direito à ampla defesa e ao contraditório, pois poderia ter substância diversa no interior da embalagem encontrada aberta do agrotóxico ilegal (sem registro na MAPA e cadastro na SEAB). Ao contrário do que o impetrante tentou argumentar, entendo que processo administrativo foi regido de acordo com o contido no Decreto Federal n.º 4.074/2002, inexistindo qualquer ilegalidade no indeferimento da perícia, haja vista que o seu artigo 74, inciso I é expresso e claro ao prever que os agentes de inspeção e fiscalização “podem”, ora não são “obrigados”, a coletar amostras, nestes termos: “Art. 74. Os agentes de inspeção e fiscalização, no desempenho de suas atividades, terão livre acesso aos locais onde se processem, em qualquer fase, a industrialização, o comércio, a armazenagem e a aplicação dos agrotóxicos, seus componentes e afins, podendo, ainda: I - coletar amostras necessárias às análises de controle ou fiscalização;” (grifou-se). D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 10 fs Portanto, inexistindo ofensa a qualquer dispositivo legal, haja vista que a Administração Pública somente agiu em observância ao princípio da legalidade consoante ao seu poder de polícia, e ausente afronta aos princípios da ampla defesa e do contraditório (porque a defesa foi garantida e exercida pelo autor), fica o Poder Judiciário impedido de adentrar no mérito do ato administrativo do Poder Executivo (visto que foi devidamente fundamentado e dada a sua publicidade), sob pena de ofensa ao princípio da independência dos poderes, levando-se à total denegação da segurança, por ausência de direito líquido e certo na hipótese. Não pode se deixar de olvidar, inclusive, que os agentes de inspeção e fiscalização em tela somente exerceram a função pública pela qual prestam compromisso legal perante a sociedade, por meio da qual visam garantir a saúde e segurança pública, de modo a coibir o uso de agrotóxicos ilegais que afetam as pessoas e todo o meio ambiente, cujo interesse público é sobreposto ao do particular, nas relações de trato entre a Administração Pública e os administrados. Posto isso, no mérito, em conformidade com o artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil e com a Lei n.º 12.016/2009 (LMS), JULGO IMPROCEDENTE o pedido inaugural formulado pelo impetrante SEBASTIÃO CARLOS DE SOUZA, em desfavor do DIRETOR PRESIDENTE DA ADAPAR (AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ), e D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr ojudi/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença Estado do Paraná - Poder Judiciário Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 3.ª Vara da Fazenda Pública Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA Mandado de Segurança __________________________________________________________________ 11 fs DENEGO a segurança pleiteada, ante a falta de direito líquido e certo, já que inexistiu ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório no processo administrativo que resultou na autuação do impetrante, sob os Autos de Infração números 002012 (IAP) e 01101 (SEAB), assim como no débito fiscal sob o n.º 24167500000267705, mantendo-se incólume o ato administrativo atacado. Condeno o impetrante ao pagamento das custas e das despesas processuais, deixando de condená-lo em verba honorária, tendo em vista a vedação contida na Súmula 105 do STJ. Publique-se. Registre-se. Intime-se. Ciência ao Estado do Paraná e à Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná – ADAPAR/PR. Cumpra-se, no que couber, o disposto no Código de Normas da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Paraná. Curitiba, 29 de outubro de 2015. Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira Juiz de Direito D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp s: //p ro jud i.tj pr. jus .br /pr oju di/ - I de nti fic ad or: P JD XA H AE QE TP W LU Q 5N JA PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200 29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença
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