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sentenca de primeiro grau contraditorio e ampla defesa

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Estado do Paraná - Poder Judiciário 
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 
3.ª Vara da Fazenda Pública 
Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
Mandado de Segurança 
 
 
__________________________________________________________________ 1 
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Vistos, discutidos e examinados estes autos de Mandado de Segurança, sob o n.º 
0055872-28.2013.8.16.0000, em que é impetrante SEBASTIÃO CARLOS DE SOUZA, 
brasileiro, casado, agricultor, portador da cédula de identidade RG n.º 713.853 - SSP/PR, 
inscrito no CPF sob o n.º 207.815.479-20, residente na rua Bahia, n.º 11, no Município de 
Boa Esperança/PR; e autoridade coatora o DIRETOR PRESIDENTE DA ADAPAR 
(AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ), Sr. INÁCIO AFONSO 
KROETZ, com endereço na rua dos Funcionários, n.º 1559, bairro Cabral, nesta 
Capital/PR. 
 
O impetrante impetrou o presente Mandado de Segurança, 
em face da autoridade acima nominada como coatora (também contra o Diretor do 
DEFIS, cujo departamento restou extinto), entretanto, inicialmente perante o TJPR 
em face do Governador do Estado do Paraná e do Presidente da Secretaria da 
Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, que, em razão do 
reconhecimento da ilegitimidade passiva ad causam do Governador (Acórdão de 
ref.1.5) e do Presidente da SEAB (Acórdão de ref.1.18), pelo Juízo ad quem 
declinou-se a competência restando remetido este writ para o Juízo a quo e 
redistribuído para esta Vara da Fazenda Pública, onde se manteve o indeferimento 
da liminar, pelas razões proferidas pelo Segundo Grau de ref.1.9, e determinou ao 
impetrante emendar a inicial (ref.3.1). 
 
Na emenda, contou o impetrante que foi autuado pelo 
Departamento de Fiscalização – DEFIS, sob o Auto de Infração n.º 01101, pela 
prática, em tese, de armazenamento e ou uso de produto (agrotóxico) ilegal sem 
registro no MAPA e cadastro na SEAB, haja vista que foi encontrada uma 
embalagem de 1 (um) litro do referido produto denominado herbicida sistêmico 
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PROJUDI - Processo: 0055872-28.2013.8.16.0000 - Ref. mov. 45.1 - Assinado digitalmente por Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira:9200
29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença
 
 
 
Estado do Paraná - Poder Judiciário 
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 
3.ª Vara da Fazenda Pública 
Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
Mandado de Segurança 
 
 
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para trigo da marca ‘Volt’, aberta, na ‘Fazenda Catarina’, de sua propriedade. 
Disse que, com estes elementos, foram lavrados os Autos de Infração n.º 002012 do 
IAP e aquele do SEAB sob o n.º 01101. 
 
Mencionou que recorreu administrativamente junto à SEAB, 
destacando que o auto de infração seria improcedente, porque o único herbicida 
utilizado na sua fazenda era o da marca ‘Ally’; que o barracão onde foi encontrado 
o produto não era utilizado para o depósito de agrotóxicos; que a lavoura de trigo 
foi acompanhada por engenheiro agrônomo que, segundo os laudos, todos os 
agrotóxicos adquiridos eram regulares; que haveria necessidade de periciar o 
produto encontrado, pois, por estar aberta a embalagem do agrotóxico apontado 
como ilegal, poderia haver conteúdo diverso nela; e por autuação excessiva ante a 
ausência de prova de uso do produto na lavoura. 
 
Narrou que a SEAB, por meio do parecer n.º 389/2011, 
emitido pela AJUR (área jurídica), considerou regular a autuação realizada e que a 
perícia não poderia ser realizada com arrimo no §3.º do artigo 80 do Decreto 
Federal n.º 4.074/2002, cuja decisão foi emitida pelo chefe do DEFIS que lhe 
aplicou pena de advertência e multa no valor de R$6.406,00 (seis mil quatrocentos 
e seis reais). Ressaltou que a decisão da ADAPAR (Agência de Defesa 
Agropecuária do Paraná) também restou mantida no mesmo sentido, sem 
fundamentação ou análise dos seus argumentos. 
 
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Estado do Paraná - Poder Judiciário 
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 
3.ª Vara da Fazenda Pública 
Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
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Argumentou que o seu direito líquido e certo reside na 
ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório, posto que o procedimento 
das autoridades coatoras não foi correto segundo o Decreto Federal apontado, no 
momento que não realizaram perícia no produto encontrado, bem como quando lhe 
negaram a prova pericial. Sustentou, ainda, que não utilizou o referido agrotóxico e 
que terceiro teria deixado a embalagem em sua propriedade com conteúdo diverso, 
não podendo responder por ato praticado por outrem. 
 
Requereu a concessão da segurança para anular o processo 
administrativo que gerou os Autos de Infração sob os números 002012 (IAP) e 
01101 (SEAB), e respectivamente o débito fiscal n.º 24167500000267705, 
anulando o respectivo débito e inscrição em dívida ativa se houver até o final da 
demanda. Juntou documentos com a emenda da inicial (ref.7.2/7.10). 
 
O Estado do Paraná requereu seu ingresso na lide e sua 
intimação de todos os atos (evento 23.1). 
 
O Diretor Presidente da Agência de Defesa Agropecuária do 
Estado do Paraná apresentou suas informações (mov.26.1). Asseverou que os 
agentes públicos que encontraram o produto na propriedade do impetrante 
constataram “a olho nu”, durante a vistoria, que se referia a agrotóxico ilegal, visto 
que a embalagem não apresentava o registro no MAPA, nem o cadastro na SEAB. 
Destacou que ao ter seu recurso administrativo indeferido, o impetrante postulou 
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3.ª Vara da Fazenda Pública 
Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
Mandado de Segurança 
 
 
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pelo parcelamento da multa, o que levou a crer que aceitou tacitamente a multa que 
lhe foi impingida. 
 
Afirmou que inexiste ofensa aos princípios da ampla defesa 
e do contraditório, inclusive porque se fosse realizada a perícia somente 
comprovaria de forma contundente a origem ilegal do produto agrotóxico 
apreendido. Salientou que, a partir do ato investigativo, a fiscalização se convenceu 
da existência de manifesta irregularidade a ensejar na autuação do impetrante, cuja 
decisão é intrínseca ao seu poder polícia, adstrita ao campo das suas atribuições 
legais e funcionais, compondo um dever seu, em face do manifesto interesse 
público. 
 
Destacou que os atos administrativos em tela são revestidos 
de presunção de legalidade, legitimidade e veracidade, bem como que o 
indeferimento da perícia fundamentou-se no §8.º do artigo 80 do Decreto Federal 
n.º 4.074/2002. Dissertou sobre a importância da fiscalização e do registro dos 
produtos em tela perante os entes públicos, nos termos do artigo 9.º da Lei Estadual 
n.º 7.827/1983, para fins de coibir o desvio de uso de agrotóxicos, ilidindo danos às 
pessoas e ao meio ambiente. Lembrou que a via mandamental não permite a dilação 
probatória e requereu a denegação da segurança. Trouxe documentos 
(ref.26.2/26.4). 
 
Certificou-se nos autos que se deixou de notificar a 
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autoridade coatora apontada como Chefe do DEFIS, porque o referido 
Departamento havia sido extinto (ref.27.1). 
 
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná – 
ADAPAR/PR, na qualidade de litisconsorte passivo necessário, requereu seu 
ingresso na lide (mov.29.1). 
 
O Ministério Público manifestou-se pela desnecessidade de 
intervir no feito (ref.34.1). 
 
Sobre a certidão de ref.27.1, o impetrante manifestou ciência 
e disse que não havia nada a requerer (mov.38.1). 
 
Os autos vieram-me conclusos para sentença. 
 
É o relatório. Passo a decidir. 
 
Necessário tecer alguns comentários acerca do controle 
judiciário sobre os atos da administração. Hely Lopes Meirelles, no que tange ao 
assunto, assim dispõe: 
 
“Todo ato administrativo, de qualquer autoridade ou Poder, para ser 
legítimo e operante, há que ser praticado em conformidade com a norma 
legal pertinente (princípio da legalidade), com a moral da instituição 
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Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
Mandado de Segurança 
 
 
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(princípio da moralidade), com a destinação pública própria (princípio da 
finalidade), com a divulgação oficial necessária (princípio da publicidade) 
e com presteza e rendimento funcional (princípio da eficiência). Faltando, 
contrariando ou desviando-se desses princípios básicos, a 
Administração Pública vicia o ato, expondo-se a anulação por ela 
mesma ou pelo Poder Judiciários, se requerida pelo interessado.” 1 
 
Certo é que o Judiciário não poderá substituir a 
Administração em pronunciamentos que lhe são privativos, mas dizer se ela agiu 
com observância da lei, dentro de sua competência, e por isso mesmo poderá ser 
exercida em relação a qualquer ato do Poder Público. Os limites da atuação do 
Poder Judiciário estão estreitados na mera verificação da legalidade do ato 
administrativo e da inexistência de abuso de poder, sob pena de ofensa ao princípio 
da independência dos poderes. 
 
Esclarecido isto, destaca-se que o Mandado de Segurança é 
o meio constitucional posto à disposição de toda pessoa física ou jurídica, órgão 
com capacidade processual, ou universalidade reconhecida por lei, para a proteção 
de direito individual ou coletivo, líquido e certo, não amparado por habeas corpus 
ou habeas data, lesado ou ameaçado de lesão, por ato de autoridade, seja de que 
categoria for e sejam quais forem às funções que exerça (CF/88, art.5.º, LXIX e 
LXX; Lei n.º 12.016/09 - art.1.º). 
 
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Pulo: 
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Segundo a lição do renomado mestre HELY LOPES 
MEIRELLES , “o objeto do mandado de segurança será sempre a correção de 
ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo de direito individual ou 
coletivo, líquido e certo, do impetrante”. 
 
A respeito do direito líquido e certo, cumpre sempre ter em 
mente a lição do ilustre Ministro Alfredo Buzaid, citando o não menos ilustre 
Ministro Carlos Maximiliano, in verbis: Carlos Maximiliano definiu-o: o direito 
translúcido, evidente, acima de toda dúvida razoável, aplicável de plano, sem 
detido exame nem laboriosas cogitações. 
 
No mesmo diapasão, entendeu o Superior Tribunal de 
Justiça, em acórdão de lavra do Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira. Vejamos: 
Direito líquido e certo, para fins de mandado de segurança, pressupõe a 
demonstração de plano do alegado direito e a inexistência de incerteza a respeito 
dos fatos. Sustenta-se na incontestabilidade destes, verificando-se quando a regra 
jurídica, que incidir sobrefatos incontestáveis, configurar um direito da parte. 
 
Não bastasse isto, os atos administrativos, de fato, são 
revestidos de presunção de legitimidade, legalidade e veracidade, sendo certo que 
somente prova cabal do contrário os desconstituiriam. Importante destacar que a via 
 
Malheiro: 2004, p.680. 
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mandamental é incompatível com a dilação probatória. 
 
Compulsando os autos e as provas coligidas ao processo, 
denota-se que, de modo indubitável, carece o impetrante de direito líquido e certo a 
embasar o presente writ. 
 
Verifica-se que o contido no auto de infração n.º 
01101/2010 restou devidamente lavrado e motivado por infração legalmente 
prevista, que consistiu em “armazenamento e ou uso de produto (agrotóxico) 
ilegal sem registro na MAPA e cadastro na SEAB”, por ter sido encontrado 01 
(um) litro da embalagem aberta do agrotóxico da marca ‘Volt’, nas propriedades do 
impetrante. 
 
Nítido está no referido auto que tal conduta do impetrante 
restou configurada como infração tipificada nos artigos 82; 84, inciso VII; artigo 
85, inciso I, todos do Decreto Federal n.º 4.074/2002; assim como prevista no 
artigo 24, item 2 do Regulamento A que se refere ao Decreto Estadual n.º 
3.876/1984 (fl.02, ref.7.3), o que ensejou, inclusive, no auto de infração n.º 002012 
do IAP. 
 
No próprio auto de infração consta o direito do autuado em 
apresentar defesa, que restou garantida e exercida pelo impetrante, conforme ele 
mesmo noticiou na petição inicial. Constata-se, também, que os seus recursos 
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29/10/2015: DENEGADA A SEGURANÇA. Arq: sentença
 
 
 
Estado do Paraná - Poder Judiciário 
Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Foro Central 
3.ª Vara da Fazenda Pública 
Autos n.º 0055872-28.2013.8.16.0000 – SENTENÇA 
Mandado de Segurança 
 
 
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administrativos restaram devidamente analisados e, em que pese indeferidos, 
verifica-se que as decisões administrativas foram fundamentadas pela 
Administração Pública, conforme se infere nos documentos de ref.7.4/7.6; e 7.9. 
 
O ponto central do impetrante se refere ao indeferimento do 
seu pedido de perícia, na via administrativa, sob o material encontrado na sua 
propriedade, (portanto é o responsável por ele), o que, em tese, teria lhe ofendido o 
seu direito à ampla defesa e ao contraditório, pois poderia ter substância diversa no 
interior da embalagem encontrada aberta do agrotóxico ilegal (sem registro na 
MAPA e cadastro na SEAB). 
 
Ao contrário do que o impetrante tentou argumentar, 
entendo que processo administrativo foi regido de acordo com o contido no Decreto 
Federal n.º 4.074/2002, inexistindo qualquer ilegalidade no indeferimento da 
perícia, haja vista que o seu artigo 74, inciso I é expresso e claro ao prever que os 
agentes de inspeção e fiscalização “podem”, ora não são “obrigados”, a coletar 
amostras, nestes termos: 
 
“Art. 74. Os agentes de inspeção e fiscalização, no desempenho de 
suas atividades, terão livre acesso aos locais onde se processem, em 
qualquer fase, a industrialização, o comércio, a armazenagem e a 
aplicação dos agrotóxicos, seus componentes e afins, podendo, ainda: 
 I - coletar amostras necessárias às análises de controle ou 
fiscalização;” (grifou-se). 
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Portanto, inexistindo ofensa a qualquer dispositivo legal, 
haja vista que a Administração Pública somente agiu em observância ao princípio 
da legalidade consoante ao seu poder de polícia, e ausente afronta aos princípios da 
ampla defesa e do contraditório (porque a defesa foi garantida e exercida pelo 
autor), fica o Poder Judiciário impedido de adentrar no mérito do ato administrativo 
do Poder Executivo (visto que foi devidamente fundamentado e dada a sua 
publicidade), sob pena de ofensa ao princípio da independência dos poderes, 
levando-se à total denegação da segurança, por ausência de direito líquido e certo 
na hipótese. 
 
Não pode se deixar de olvidar, inclusive, que os agentes de 
inspeção e fiscalização em tela somente exerceram a função pública pela qual 
prestam compromisso legal perante a sociedade, por meio da qual visam garantir a 
saúde e segurança pública, de modo a coibir o uso de agrotóxicos ilegais que 
afetam as pessoas e todo o meio ambiente, cujo interesse público é sobreposto ao 
do particular, nas relações de trato entre a Administração Pública e os 
administrados. 
 
Posto isso, no mérito, em conformidade com o artigo 269, 
inciso I, do Código de Processo Civil e com a Lei n.º 12.016/2009 (LMS), JULGO 
IMPROCEDENTE o pedido inaugural formulado pelo impetrante SEBASTIÃO 
CARLOS DE SOUZA, em desfavor do DIRETOR PRESIDENTE DA 
ADAPAR (AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ), e 
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DENEGO a segurança pleiteada, ante a falta de direito líquido e certo, já que 
inexistiu ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório no processo 
administrativo que resultou na autuação do impetrante, sob os Autos de Infração 
números 002012 (IAP) e 01101 (SEAB), assim como no débito fiscal sob o n.º 
24167500000267705, mantendo-se incólume o ato administrativo atacado. 
 
Condeno o impetrante ao pagamento das custas e das 
despesas processuais, deixando de condená-lo em verba honorária, tendo em vista a 
vedação contida na Súmula 105 do STJ. 
 
Publique-se. Registre-se. Intime-se. Ciência ao Estado do 
Paraná e à Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná – ADAPAR/PR. 
 
Cumpra-se, no que couber, o disposto no Código de Normas 
da Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Paraná. 
 
Curitiba, 29 de outubro de 2015. 
 
 
Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira 
 Juiz de Direito 
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