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E2 Memoria de Cálculo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
 ENGENHARIA CIVIL 
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEMORIA DE CÁLCULO 
Instalação Elétricas – Unidades Comerciais 
 
 
 
Ariel Gago (64262) 
Gustavo Gregório (58893) 
Lucas Fabris (54253) 
Natália Ferrazza (62512) 
 
 
 
Rio Grande, 2018 
2 
 
Ariel Gago (64262) 
Gustavo Gregório (58893) 
Lucas Fabris (54253) 
Natália Ferrazza (62512) 
 
 
 
 
 
MEMORIA DE CÁLCULO 
Instalação Elétricas – Unidades Comerciais 
 
 
Memória de cálculo referente ao 
dimensionamento das instalações 
elétricas das unidades comerciais do 
Edifício Athena. Trabalho 
apresentado como requisito parcial 
para obtenção do grau em 
Engenharia Civil pela Universidade 
Federal do Rio Grande. 
 
 
Orientador: Prof. MSc. Márcio Almeida Gama 
 
 
 
Rio Grande, 2018 
3 
 
Sumário 
1 Introdução....................................................................................................... 5 
2 Levantamento de cargas ................................................................................. 5 
2.1 Carga de iluminação ............................................................................... 5 
2.2 Carga de tomada de uso geral (TUG) ..................................................... 7 
2.3 Carga de tomada de uso específico (TUE) ............................................. 8 
2.4 Potência ativa da unidade consumidora .................................................. 8 
3 Divisão dos Circuitos ..................................................................................... 9 
4 Circuitos Reserva ........................................................................................... 9 
5 Dimensionamento dos circuitos terminais ................................................... 10 
5.1 Condutor Fase ....................................................................................... 10 
5.1.1 Critério da Seção Mínima ............................................................... 10 
5.1.2 Critério da Capacidade de Condução de Corrente .......................... 11 
5.1.3 Critério da Queda de Tensão ........................................................... 12 
5.1.4 Definição da Seção do Condutor Fase ............................................ 13 
5.2 Condutor Neutro ................................................................................... 14 
5.3 Condutor Proteção ................................................................................ 14 
5.4 Resumo do dimensionamento dos condutores ...................................... 15 
6 Disjuntores dos circuitos terminais .............................................................. 15 
7 Dimensionamento dos eletrodutos ............................................................... 16 
8 Tipo de fornecimento, cálculo da demanda e disjuntores gerais .................. 18 
8.1 Tipo de fornecimento ............................................................................ 18 
8.2 Cálculo da Demanda ............................................................................. 18 
8.2.1 Demanda de iluminação e tomadas (a) ........................................... 18 
8.2.1 Demanda dos aparelhos de aquecimento (b) ................................... 19 
8.2.1 Demanda dos aparelhos de condicionador de ar tipo “janela” (c) .. 19 
4 
 
8.2.1 Resumo da demanda ....................................................................... 19 
9 Referências ................................................................................................... 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 Introdução 
Este documento tem como função apresentar o dimensionamento das instalações 
elétricas do Edifício Athena, de uso misto, composto por 24 quitinetes, duas salas 
comerciais e um hall de entrada com acesso ao elevador, escadas, medidores, 
transformador e reservatórios de água e gás. 
Neste memorial serão apresentados os cálculos para o levantamento de carga das 
unidades comerciais do edifício. O dimensionamento será feito de forma genérica, uma 
vez que não é conhecido o uso de tais unidades. Serão feitos os levantamentos de carga 
de iluminação, tomadas de uso geral e de uso específico. 
2 Levantamento de cargas 
Serão apresentados o levantamento de cargas de iluminação e tomadas para uma 
das lojas, uma vez que possuem áreas iguais. A loja é composta por 4 áreas com usos 
diferentes (área comercial, vitrine, copa e pátio), conforme mostra a planta no Anexo A. 
O dimensionamento de cada uma dessas áreas será feito separadamente. 
2.1 Carga de iluminação 
Como não se sabe a destinação das unidades comerciais do edifício, o cálculo da 
quantidade de pontos de iluminação será feito para satisfazer as exigências da NBR 
5413/1992, em seu item 5.3.58. Tal item indica que, para interiores de lojas de artigos 
diversos, deve-se ter uma Iluminância de 500 lux. 
Para a obtenção do número de lâmpadas a ser utilizado, deve-se calcular o fluxo 
luminoso (Φ) necessário no ambiente, que é calculado com a equação abaixo. 
Φ =
𝐸 × 𝑆
𝜇 × 𝑑
 
Onde: 
E é a iluminância, em lux; 
S é a área do recinto, em m²; 
μ é o coeficiente de utilização; 
d é o fator de depreciação. 
6 
 
O valor da iluminância (E) é o estabelecido pela NBR 5413/1992, anteriormente 
citado. Para a unidade comercial, com área de 42,31 m², a luminária escolhida para as 
unidades comerciais do Edifício Athena é o modelo C 2198 de embutir da marca Philips. 
Esta luminária comporta duas lâmpadas tubulares de 16 W, foi escolhida a lâmpada 
modelo T8 de LED da Taschibra. Cada lâmpada de 16 W tem fluxo luminoso de 1390 
lumens. Sendo assim, cada luminária tem potência de 32 W e 2780 lumens. 
O coeficiente de depreciação utilizado foi considerando um período de 
manutenção de 7500 h e um ambiente normal. O valor do coeficiente é dado na tabela 
abaixo. 
Tabela 1: Fator de depreciação da luminária. 
Ambiente 
Período de Manutenção 
2500 h 5000 h 7500 h 
Limpo 0,95 0,91 0,88 
Normal 0,91 0,85 0,8 
Sujo 0,8 0,66 0,57 
Fonte: Material de aula. GAMA (2018). 
Já o coeficiente de utilização da luminária é dado pelo fabricante e depende do 
coeficiente de reflexão do ambiente em questão e o índice K, que leva em consideração a 
volumetria da peça. 
O coeficiente de reflexão é composto por um número de três algarismos, onde 
cada algarismo corresponde ao coeficiente de reflexão do teto, paredes e chão, 
respectivamente. Ou seja: 
Coeficiente de reflexão = A⏟
refletância
do teto
B⏟
refletância
das paredes
C⏟
refletância
do piso
 
Como tanto o forro, quanto as paredes e o piso das lojas serão de tons claros, o 
coeficiente de reflexão será igual a 773. Já o índice K, que considera do comprimento do 
local (C), a largura do locar (L) e a altura do plano de trabalho à luminária (H), é calculado 
a seguir. 
𝐾 =
𝐶 × 𝐿
(𝐶 + 𝐿) × 𝐻
∴ 𝐾 =
3,31 × 13,55
(3,31 + 13,55) × 3,5
∴ 𝐾 = 0,81 
7 
 
Entrando com os valores de K e do coeficiente de reflexão na tabela fornecida 
pelo fabricante, obtém-se um fator de utilização igual a 0,61 para esta luminária. Sendo 
assim, aplicam-se os valores na equação citada anteriormente, para obter o fluxo luminoso 
total do ambiente. 
Φ =
𝐸 × 𝑆
𝜇 × 𝑑
∴ Φ =
500 × 42,31
0,61 × 0,80
∴ Φ = 27744,26 𝑙𝑢𝑚𝑒𝑛𝑠 
Divide-se a quantidade total de lumens obtida pelos lumens de cada luminária para 
obter o número de luminárias. 
𝑁º 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠 = 
27744,26
2780
∴ 𝑁º 𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎𝑠= 9,98 
Será adotado o total de 10 luminárias para iluminação da parte comercial da loja. 
Além disso, será incluído uma lâmpada igual específica para a vitrine e uma para a copa. 
No pátio dos fundos será colocada uma arandela na parede lateral, com potência de 
cálculo de 100 W. 
O fator de demanda utilizado para todas as lâmpadas deste projeto será igual a 
80%. 
2.2 Carga de tomada de uso geral (TUG) 
A NBR 5410/2004 não faz nenhuma recomendação de número mínimo de TUGs 
para áreas comercias, portanto este cálculo será baseado na metodologia de Mamede Filho 
(2006), a qual recomenda, para áreas comerciais maiores que 37 m², 8 tomadas para os 
primeiros 37 m² e mais 3 tomadas para cada outros 37 m² ou fração adicional. 
Além disso, o autor sugere que, além destas tomadas, sejam projetados pontos 
específicos para vitrines e expositores. O autor recomenda que seja atribuído um valor de 
200 VA por tomada, com fator de demanda (FD) igual a 100 % (para bancos, lojas e 
semelhantes). 
Sendo assim, a quantidade mínima de TUGs é dada por: 
𝐴𝑟𝑒𝑎 𝑙𝑜𝑗𝑎 = 42,31 𝑚2 = 37 𝑚²⏟ 
8 𝑇𝑈𝐺𝑠
 + 5,31 𝑚²⏟ 
3 𝑇𝑈𝐺𝑠
 
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑇𝑈𝐺 𝑙𝑜𝑗𝑎 = 8 × 200 𝑉𝐴 + 3 × 200 𝑉𝐴 = 2200 𝑉𝐴 
8 
 
Totalizando um mínimo de 11 tomadas de uso geral. Optou-se por dispor as 11 
tomadas ao longo da loja, sendo 6 tomadas baixas nas paredes laterais da loja, 4 tomadas 
do piso, alinhadas no centro e uma tomada alta na parede da copa. Além disso, foram 
colocadas duas tomadas extras no piso da loja e uma tomada no piso dentro da área 
destinada para a vitrine. Portanto a loja conta com 14 tomadas de 200 VA, totalizando 
2800 VA. 
Para o levantamento da quantidade de tomadas da copa da loja, será utilizado o 
que a NBR 5410/2004 prevê para cozinhas residenciais, ou seja, um ponto para cada 3,5 
m ou fração de perímetro e, pelo menos, duas tomadas sobre a bancada. 
𝑃𝑒𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑐𝑜𝑝𝑎 = 6,08 𝑚 = 3,5 𝑚⏟ 
1 𝑇𝑈𝐺
+ 2,58 𝑚⏟ 
1 𝑇𝑈𝐺
= 2 𝑇𝑈𝐺𝑠 
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑇𝑈𝐺 𝑐𝑜𝑝𝑎 = 2 × 600 𝑉𝐴 = 1200 𝑉𝐴 
Não haverá tomadas da área externa da loja. 
2.3 Carga de tomada de uso específico (TUE) 
Por solicitação do projeto, haverá duas TUEs para ar condicionado (12000 BTU/h) 
de 1600 W, 220 V, cada para a parte comercial e uma TUE para micro-ondas de 1300 W, 
127 V., que será colocada na copa. Foi adicionada, ainda, uma TUE para chaleira elétrica 
de 1200 W, 127 V. O fator de demanda para as TUEs deste projeto será igual a 90 %. 
2.4 Potência ativa da unidade consumidora 
Abaixo é apresentado um quadro com o quantitativo de pontos de luz, TUGs e 
TUEs, válidos para as duas lojas do térreo. 
Quadro 1: Resumo de cargas. 
Resumo Levantamento de Cargas Loja 
Dpendência 
Iluminação TUG TUE 
P
o
n
to
s 
Potência 
(VA) P
o
n
to
s 
Potência 
(VA) P
o
n
to
s 
Potência 
(W) 
FP 
Potência 
(VA) 
Área 
Comercial 10 401 
13 
2600 
2 3200 0,9 
2880 
Vitrine 1 32 1 200 
Copa 1 32 2 1200 2 2500 0,9 2250 
Pátio 1 100 
TOTAL 565 4000 5700 5130 
9 
 
Somando-se as potências do quadro acima e sabendo que a potência em W é a 
potência aparente (VA) multiplicada pelo fator de potência, temos a potência ativa da 
unidade. 
𝑃𝑜𝑡. 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑎 = 565 × 0,8 + 4000 × 1 + 5700 = 10152 𝑊 
3 Divisão dos Circuitos 
A NBR 5410/2014 não prevê recomendações referentes à distribuição dos 
circuitos, desde que sua corrente de projeto não ultrapasse 16 A. Sendo assim, os circuitos 
foram divididos de forma a facilitar a instalação. 
O circuito 1 compreende todos os pontos de iluminação. Já o circuito 2 trata-se 
das tomadas existentes no piso, exceto a da vitrine. O circuito 3 inclui as tomadas 
dispostas nas paredes da loja e a tomada presente no piso da vitrine. O circuito 4 
compreende as tomadas de uso geral da copa. Os circuitos 5 e 6 correspondem aos dois 
condicionadores de ar da loja, já os circuitos 7 e 8 são, respectivamente, do micro-ondas 
e da chaleira elétrica da cozinha. 
Um quadro com os detalhes de cada circuito é apresentado a seguir. 
Quadro 2: Circuitos da loja. 
Circuitos Loja 
Circuito 
Dependência Tensão (V) 
Potência 
(VA) 
Fator de 
Potência 
Potência 
(W) 
Corrente de 
Projeto (A) Nº Tipo 
1 Iluminação Comercial, vitrine, copa, pátio 127 565 0,8 452 4,45 
2 TUG Comercial piso 127 1400 1 1400 11,02 
3 TUG Comercial + vitrine 127 1400 1 1400 11,02 
4 TUG Copa 127 1200 1 1200 9,45 
5 TUE Ar condicionado 220 1777 0,9 1600 8,08 
6 TUE Ar condicionado 220 1777 0,9 1600 8,08 
7 TUE Microondas 127 1444 0,9 1300 11,37 
8 TUE Chaleira Elétrica 127 1333 0,9 1200 10,50 
TOTAL 10896 10152 
4 Circuitos Reserva 
Os circuitos reserva são definidos conforme o número de circuitos existentes. A 
Figura 1, abaixo, mostra a tabela 59 da NBR 5010/2014, a qual tem a indicação da quantidade 
mínima de espaços a serem deixados para ampliações futuras da instalação elétrica. 
10 
 
Figura 1: Tabela para definição dos circuitos reserva. 
 
Fonte: NBR 5410/2014. 
Desta forma, como as unidades comerciais do Edificio Athena possuem 8 circuitos 
cada, entram na condição 7 < N < 12 e, portanto, devem possuir, no mínimo, 3 espaços 
destinados a reserva no quadro de distribuição (QD). 
5 Dimensionamento dos circuitos terminais 
5.1 Condutor Fase 
Tendo feito a divisão dos circuitos e a disposição dos pontos de alimentação na 
planta, bem como traçado os eletrodutos que levam os condutores a estes pontos, faz-se 
o dimensionamento destes condutores. Serão utilizados três métodos para o cálculo da 
seção do condutor fase: o critério da seção mínima, da capacidade de condução de 
corrente e da queda de tensão. 
O dimensionamento dos condutores neutro e proteção é feita com base no 
condutor fase calculado. A seguir são apresentados os cálculos. A seção utilizada será a 
maior entre os três métodos, para cada circuito. 
Os condutores utilizados serão de cobre com isolação em PVC, com temperatura 
máxima de serviço de 70 ºC, temperatura limite de sobrecarga de 100 ºC e temperatura 
limite de curto circuito de 160 ºC. 
5.1.1 Critério da Seção Mínima 
Para condutores de cobre, a NBR 5410/2004, em sua Tabela 47, define que, para 
circuitos de iluminação, a seção mínima deve ser 1,50 mm² e, para circuitos de força, 2,50 
mm². Sendo assim, por este critério, o circuito 1 da loja deve ter condutores de 1,50 mm² 
e os demais devem ter condutores de, no mínimo, 2,50 mm². 
11 
 
5.1.2 Critério da Capacidade de Condução de Corrente 
Este critério não considera o tipo de circuito ao qual o condutor faz parte. É 
considerado o meio onde o condutor estará inserido (dentro de eletrodutos ou eletrocalhas, 
embutido em alvenaria ou exposto, etc), além disso, considera fatores ambientais, como 
temperatura ambiente e se o condutor está enterrado ou não. Todos esses itens geram 
fatores de correção da corrente de projeto que, obtido o valor da corrente corrigida, entra-
se na Tabela 36 da NBR 5410/2004, encontra-se a seção do condutor que será capaz de 
suportar tal corrente. 
O fator de correção para agrupamento é encontrado na Tabela 42 da NBR 
5410/2004, e depende da forma de agrupamento e número de circuitos agrupados. Todos 
os circuitos desde projeto encontram-se no primeiro caso “em feixe: ao ar livre ou sobre 
superfície; embutidos; em conduto fechado”. 
O fator de correção para a temperatura será igual a 1, pois a temperatura ambiente 
da região é de 30 ºC, igual ao considerado como base para a NBR 5410/2004. 
O fator de correção para condutores enterrados é igual a um também, pois não há 
condutores enterrados, uma vez que os condutores do pisoestão embutidos no contrapiso. 
Sendo assim, é apresentado abaixo o Quadro 3 com o dimensionamento do 
condutor fase para os circuitos da loja pelo critério da capacidade de corrente. 
Quadro 3: Dimensionamento do condutor fase da loja pelo método da capacidade de corrente. 
Método Capacidade de Condução de Corrente 
Circuito 
Tensão 
(V) 
Potência 
(VA) 
Corrente 
Projeto 
(A) 
Nº 
circuitos 
agrupados 
Fatores de correção Corrente 
Corrigida 
(A) 
Seção 
Cond. 
Fase 
(mm²) 
Nº Tipo Temperatura Agrupamento 
1 Iluminação 127 565 4,45 3 1,00 0,70 6,36 0,50 
2 Força 127 1400 11,02 3 1,00 0,70 15,75 1,50 
3 Força 127 1400 11,02 3 1,00 0,70 15,75 1,50 
4 Força 127 1200 9,45 3 1,00 0,70 13,50 1,00 
5 Força 220 1777 8,08 2 1,00 0,80 10,10 0,75 
6 Força 220 1777 8,08 2 1,00 0,80 10,10 0,75 
7 Força 127 1444 11,37 3 1,00 0,70 16,24 1,50 
8 Força 127 1333 10,50 3 1,00 0,70 14,99 1,50 
 
12 
 
5.1.3 Critério da Queda de Tensão 
O critério da queda de tensão leva em consideração as perdas que ocorrem na 
passagem da corrente entre o QD e o ponto de alimentação, dimensionando o condutor a 
partir de uma queda de tensão máxima permitida. Neste projeto será considerada a queda 
de tensão fixa em 2% para o dimensionamento do condutor. O cálculo da seção é dado 
por: 
𝑆𝑐 =
200 × 𝜌 × 𝛴𝑙 × 𝐼𝑝
∆𝑉 × 𝑉𝑓𝑛
 
Onde: 
ρ é a resistividade do material condutor, no caso cobre, 1/58 Ω.mm²/m 
Σl é o comprimento do circuito, em m; 
Ip é a corrente de projeto, em A, igual a 2,83 A para o Circuito 1. 
∆V é a queda de tensão máxima, no caso 2, em %; 
V é a tensão do circuito fase-neutro ou fase-fase, em V; 
Sc é a seção do condutor calculada, em mm². 
Para simplificação dos cálculos, será calculada a seção do condutor para cada 
aparelho de cada circuito (como se cada aparelho tivesse um circuito próprio) e então 
serão somadas as seções para a obtenção da seção do circuito. 
Os valores de seção para o condutor fase, pelo método da queda de tensão, são 
apresentados no quadro a seguir. 
Quadro 4: Cálculo do condutor fase pelo método da queda de tensão. 
Método da Queda de Tensão 
Circuito 
Queda 
de 
tensão 
(∆V) 
Material 
Tensão 
(V) 
Potência 
(VA) 
Corrente 
Projeto 
(A) 
Distância 
ao QD 
(m) 
Seção do 
cond. Fase 
- parcial 
(mm²) 
Seção 
Condutor 
fase (mm²) 
1 2% Cobre 127 
32 0,25 1,54 0,01 
0,25 
32 0,25 2,45 0,01 
32 0,25 3,28 0,01 
32 0,25 4,15 0,01 
32 0,25 5,00 0,02 
32 0,25 5,85 0,02 
13 
 
32 0,25 6,68 0,02 
32 0,25 7,54 0,03 
32 0,25 9,61 0,03 
32 0,25 2,86 0,01 
32 0,25 11,60 0,04 
32 0,25 11,51 0,04 
2 2% Cobre 127 
200 1,57 2,00 0,04 
0,50 
200 1,57 4,62 0,10 
200 1,57 6,98 0,15 
200 1,57 9,71 0,21 
3 2% Cobre 127 
200 1,57 4,53 0,10 
1,42 
200 1,57 3,91 0,08 
200 1,57 3,98 0,09 
200 1,57 8,64 0,18 
200 1,57 8,64 0,18 
200 1,57 11,36 0,24 
200 1,57 11,36 0,24 
200 1,57 14,05 0,30 
4 2% Cobre 127 
200 1,57 15,70 0,34 
0,69 
200 1,57 16,45 0,35 
5 2% Cobre 220 1777 8,08 20,82 1,32 1,32 
6 2% Cobre 220 1777 8,08 18,48 1,17 1,17 
7 2% Cobre 127 1444 11,37 14,29 2,21 2,21 
8 2% Cobre 127 1333 10,50 15,48 2,21 2,21 
 
5.1.4 Definição da Seção do Condutor Fase 
Para definir qual seção de condutor fase adotar, tendo em vista que foram 
utilizados três métodos de dimensionamento, será escolhida a maior seção calculada, para 
cada circuito. Na tabela abaixo é demonstrado o resultado de cada método e, por fim, a 
seção adotada. 
Tabela 2: Seção do condutor fase adotada. 
Resumo Cálculo Seção Condutor Fase 
Circuito 
Seção do condutor fase (mm²) 
Seção 
adotada 
(mm²) 
Seção 
mínima 
Capacidade 
de corrente 
Queda de 
tensão 
Nº Tipo 
1 Iluminação 1,50 0,50 0,25 1,50 
2 Força 2,50 1,50 0,50 2,50 
3 Força 2,50 1,50 1,42 2,50 
4 Força 2,50 1,00 0,69 2,50 
5 Força 2,50 0,75 1,32 2,50 
14 
 
6 Força 2,50 0,75 1,32 2,50 
7 Força 2,50 1,50 1,17 2,50 
8 Força 2,50 1,50 2,21 2,50 
 
5.2 Condutor Neutro 
A seção do condutor neutro, segundo a NBR 5410/2004, para circuitos com 
condutor fase com seção inferior a 25 mm² deve ser simplesmente igual à seção do 
condutor fase. Portanto, abaixo é apresentada a Tabela 3 com a indicação das seções de 
condutores fase e neutro para cada circuito de cada unidade. 
Tabela 3: Seção do condutor neutro de cada circuito. 
Resumo condutores 
Circuito 
Seção dos condutores (mm²) 
Fase Neutro 
Nº Tipo 
1 Iluminação 1,50 1,50 
2 Força 2,50 2,50 
3 Força 2,50 2,50 
4 Força 2,50 2,50 
5 Força 2,50 2,50 
6 Força 2,50 2,50 
7 Força 2,50 2,50 
8 Força 2,50 2,50 
 
5.3 Condutor Proteção 
A seção mínima do condutor de proteção deve seguir o que diz a Tabela 58 da 
NBR 5410/2004, mostrada na Figura 2 abaixo. 
Figura 2: Seção mínima do condutor de proteção. 
 
15 
 
Como todos os condutores fase deste projeto têm seção inferior a 16 mm², a seção 
dos condutores de proteção será igual à seção dos condutores fase, conforme mostra a 
tabela abaixo. 
Tabela 4: Definição da seção dos condutores de proteção. 
Resumo condutores 
Circuito 
Seção dos condutores (mm²) 
Fase Proteção 
Nº Tipo 
1 Iluminação 1,50 1,50 
2 Força 2,50 2,50 
3 Força 2,50 2,50 
4 Força 2,50 2,50 
5 Força 2,50 2,50 
6 Força 2,50 2,50 
7 Força 2,50 2,50 
8 Força 2,50 2,50 
5.4 Resumo do dimensionamento dos condutores 
A tabela abaixo apresenta o resumo das seções dos condutores fase, neutro e 
proteção para todos os circuitos da loja. 
Tabela 5: Seção dos condutores fase, neutro e proteção. 
Resumo condutores 
Circuito 
Seção dos condutores (mm²) 
Fase Neutro Proteção 
Nº Tipo 
1 Iluminação 1,50 1,50 1,50 
2 Força 2,50 2,50 2,50 
3 Força 2,50 2,50 2,50 
4 Força 2,50 2,50 2,50 
5 Força 2,50 2,50 2,50 
6 Força 2,50 2,50 2,50 
7 Força 2,50 2,50 2,50 
8 Força 2,50 2,50 2,50 
6 Disjuntores dos circuitos terminais 
Os disjuntores dos circuitos terminais devem ser escolhidos de forma a terem 
corrente de serviço superior a corrente de projeto do circuito e inferior à capacidade de 
condução dos condutores do circuito. O primeiro valor de corrente foi obtido no item 3 
deste memorial, na divisão dos circuitos. Já a capacidade de condução de corrente é obtida 
16 
 
da Tabela 36 da NBR 5410/2004, onde, conhecendo a seção do condutor e o método de 
cálculo do mesmo (neste caso o Método B1), obtém-se a corrente máxima que o condutor 
pode suportar. 
Sendo assim, apresenta-se o Quadro 5 com a escolha das correntes de trabalho 
dos disjuntores de cada unidade residencial do Edifício Athena. 
Quadro 5: Dimensionamento dos disjuntores. 
Disjuntores 
N
º 
ci
rc
u
it
o
 
Corrente 
Projeto (A) 
Corrente 
Nominal 
Disjuntor (A) 
Capacidade 
Condução de 
Corrente (A) 
Verificação 
(2) < (3) < (4) 
(1) (2) (3) (4) (5) 
1 4,45 6 17,5 VERDADEIRO 
2 11,02 16 24,0 VERDADEIRO 
3 11,02 16 24,0 VERDADEIRO 
4 9,45 10 24,0 VERDADEIRO 
5 8,08 10 24,0 VERDADEIRO 
6 8,08 10 24,0 VERDADEIRO 
7 11,37 16 24,0 VERDADEIRO 
8 10,50 16 24,0 VERDADEIRO 
7 Dimensionamento dos eletrodutos 
O dimensionamento dos eletrodutos é feito de forma a permitir a fácil instalação 
dos condutores. Segundo a NBR 5410/2004, o somatório das áreas de condutores dentro 
de um eletroduto não devem ultrapassar as seguintes proporções: 
➢ 53% em caso de apenas um condutor ocupar o eletroduto; 
➢ 31% no caso de dois condutores ocuparem o eletroduto; 
➢ 40% no caso de três condutores ou mais. 
No caso da instalação das unidades comerciais, observando-se a planta emanexo, 
existem poucas configurações de condutores em eletrodutos que se repetem ao longo da 
instalação, tornando o dimensionamento mais fácil. Abaixo é apresentado o 
dimensionamento. Vale lembrar que os condutores de 1,5 mm² têm diâmetro externo de 
3 mm², em função da isolação de PVC. Já os condutores de 2,5 mm² têm diâmetro externo 
de 3,7 mm², pelo mesmo motivo. 
➢ Um circuito de iluminação com 3 condutores: fase, neutro e retorno. 
17 
 
Há apenas um circuito de iluminação e seu condutor é de 1,5 mm². Como são três 
condutores (fase, neutro e retorno), a área total de condutores no eletroduto é 9 mm² (3 x 
3 mm²). Essa área é menor que 53 % da área do eletroduto de 16 mm, sendo este o 
escolhido. 
➢ Um circuito de tomada com 3 condutores: fase, neutro e proteção ou fase, 
fase e proteção. 
Sendo três condutores de 2,5 mm² no eletroduto, com diâmetro externo de 3,7 
mm² cada, temos uma área total de condutores de 11,1 mm², sendo necessário um 
eletroduto de 16 mm. 
➢ Três circuitos, sendo um de iluminação e dois de tomadas. 
O circuito de iluminação é composto por uma fase, um neutro e um retorno, já os 
de tomada têm uma fase e um neutro (ou duas fases) para cada circuito mais um condutor 
de proteção, totalizando 8 condutores no eletroduto. O cálculo é feito a seguir. 
Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 = 3 × 3,0⏟ 
𝑖𝑙𝑢𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜
+ (2 + 2 + 1) × 3,7⏟ 
𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎
= 27,50 𝑚𝑚² 
Como são mais de 3 circuitos, os condutores podem ocupar apenas 40% da área 
do eletroduto, o eletroduto de 16 mm atende a esta condição. 
➢ Três circuitos, todos de tomada. 
Neste caso, cada circuito apresentará dois condutores (fase e fase ou fase e neutro) 
mais um condutor de proteção, sendo assim, serão 7 condutores de 2,5 mm² (3,7 mm² 
externo). A área total de condutores será de 25,9 mm², sendo inferior a 52 mm², o que 
corresponde à 40% da área do eletroduto de 16 mm. 
➢ Dois circuitos de tomada. 
Aplica-se ao eletroduto que leva os circuitos das TUEs de ar condicionado da loja. 
Trata-se de dois conjuntos de dois condutores fase mais um condutor de proteção. Sendo 
assim, 5 condutores com 3,7 mm² de área, totalizando 18,5 mm². Um eletroduto de 16 
mm satisfaz a condição de 31% de ocupação. 
Sendo assim, observa-se que todos os condutores das áreas comerciais do Edifício 
Athena serão de 16 mm, do tipo flexível (corrugado). 
18 
 
8 Tipo de fornecimento, cálculo da demanda e disjuntores gerais 
8.1 Tipo de fornecimento 
Como visto no item 2.4 deste memorial, a potência instalada de cada unidade 
consumidora comercial é de 10152 W, sendo assim, o fornecimento é do tipo B1, bifásico 
a três condutores (duas fases e o neutro). 
8.2 Cálculo da Demanda 
O cálculo da demanda é feito conforme o solicitado pela CEEE em seu 
Regulamento de Instalações Consumidoras (RIC). Este cálculo deve ser feito para 
dimensionar o condutor do circuito alimentador da unidade consumidora (UC). É 
importante frisar que esse procedimento é parte imprescindível para a liberação da 
instalação por parte da concessionária responsável pelo fornecimento de energia na 
região. A demanda da UC é dada por: 
𝐷 (𝑘𝑉𝐴) = (𝑎 + 𝑏 + 𝑐 + 𝑑 + 𝑒 + 𝑓) 
Onde: 
a é a demanda de iluminação e tomadas; 
b é a demanda dos aparelhos para aquecimento; 
c é a demanda dos aparelhos de condicionador de ar tipo janela; 
d é a demanda das unidades centrais de condicionadores de ar; 
e é a demanda dos motores elétricos e máquinas de solda a motor; 
f é a demanda das máquinas de solda a transformador, aparelhos de 
eletrogalvanização e de raios-X. 
8.2.1 Demanda de iluminação e tomadas (a) 
Para lojas, o RIC define uma carga mínima de 30 W/m² e um fator de demanda de 
86 %. Sendo assim: 
𝑎 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑜𝑗𝑎 × 30
𝑊
𝑚²
× 𝐹𝐷 = 52,45 𝑚2 × 30
𝑊
𝑚2
× 0,86 = 1,35 𝑘𝑉𝐴 
19 
 
8.2.1 Demanda dos aparelhos de aquecimento (b) 
Aparelhos de aquecimento são chuveiros e torneiras elétricas, aquecedores, fornos 
e fogões. Em cada unidade comercial há um micro-ondas e uma chaleira elétrica, ou seja, 
serão dois aparelhos por unidade. O RIC-BT não estabelece uma potência mínima para 
os aparelhos de aquecimento, portanto será utilizada a potência calculada. No anexo I do 
RIC-BT temos um fator de demanda de 75% pra dois aparelhos, portanto: 
𝑏 = (𝑃𝑜𝑡.𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜 + 𝑃𝑜𝑡. 𝑐ℎ𝑎𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎) × 𝐹𝐷 = (1300 𝑊 + 1200 𝑊) × 0,75 = 1,88 𝑉𝐴 
8.2.1 Demanda dos aparelhos de condicionador de ar tipo “janela” (c) 
Nas unidades comerciais há dois aparelhos de ar condicionado com potência de 
1600 W (ou 1778 VA) cada. Conforme o Anexo E do RIC-BT o fator de demanda para 
uma potência instalada entre 1 kVA e 10 kVA, que é o caso (3,56 kVA), é de 100 %, 
portanto a demanda para cada unidade residencial é de 3,56 kVA. 
8.2.1 Resumo da demanda 
A demanda das unidades comerciais é dada por: 
𝐷 = 1,35 + 1,88 + 3,56 ∴ 𝐷 = 6,79 𝑘𝑉𝐴 
No Anexo J do RIC é feito o dimensionamento da entrada de serviço. Abaixo são 
descritas as definições pelo Anexo J. 
Fornecimento: tensão 127/220 V, Tipo B1 (bifásico). 
Carga instalada: 10,135 kW 
Demanda calculada: 6,79 kVA 
Tipo de medição: direta 
Proteção – disjuntor termomagnético: 50 A 
Ramal de ligação – cobre: 10 mm² 
Ramal de entrada – cobre isolado:10 mm² 
Aterramento – cobre isolado: 10 mm² 
Proteção – cobre isolado: 10 mm² 
Eletroduto – ramal de entrada – PVC (DN): 25 mm 
20 
 
Eletroduto – aterramento e proteção (DN): 20 mm 
Limite máximo de potência: carga individual resistiva FN =5,4 kW e FF = 8,8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
9 Referências 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: 
Instalações Elétricas de Baixa Tensão. Rio de Janeiro, 2004. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: 
Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992. 
REGULAMENTO DE INSTALAÇÕES CONSUMIDORAS: Fornecimento em 
Tensão Secundária de Distribuição – Rede Distribuidora Aérea. CEEE Distribuição, 
2017. 
GAMA, M. A. Notas de aula. Rio Grande, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
ANEXO A

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