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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 ERRO DE TIPO CONCEITO: falsa percepção da realidade. Cuida-se de ignorância ou erro que recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer dado agregado ao tipo penal. Ex.: Fulano se apodera de material na rua, imaginando tratar-se de coisa abandonada. Na verdade, o material era de Beltrano, que reformava a sua casa. Importante! Fulano não sabia que subtraía coisa alheia. ERRO DE TIPO: ESPÉCIES ERRO DE TIPO ESSENCIAL O erro recai sobre os dados principais do tipo. Se avisado do erro, o agente para de agir criminosamente. PREVISÃO LEGAL: art. 20 “caput” C.P. www.cers.com.br 3 “Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.” CONCEITO: o agente ignora ou erra sobre elemento constitutivo do tipo legal. EXEMPLO: Caçador que atira contra um arbusto pensando que lá se esconde um veado. Ao se aproximar, perce- be que matou alguém. CONSEQUÊNCIAS: ERRO DE TIPO ACIDENTAL Recai sobre dados secundários do tipo. Quando avisado do erro, o agente corrige os caminhos ou sentido da conduta para continuar a agir de forma ilíci- ta. 1- ERRO SOBRE O OBJETO PREVISÃO LEGAL? CONCEITO: o agente se confunde quanto ao objeto material (coisa) por ele visado, atingindo objeto diverso. EXEMPLO: Fulano, querendo subtrair um relógio de ouro, por erro, acaba furtando um relógio dourado. CONSEQUÊNCIAS: ATENÇÃO! Somente haverá esta espécie de erro se a confusão de objetos materiais não interferir na essência do crime. Caso contrário, deve ser tratado como erro de tipo essencial. Ex.: Senhora que cultiva pé de maconha no quintal de sua casa, imaginando ser planta ornamental – o objeto material “droga” é a essência do tipo. (≠ do relógio de ouro ou dourado, que não é a essência do furto, mas sim a subtração de coisa alheia móvel, podendo ser qualquer objeto). 2- ERRO SOBRE A PESSOA PREVISÃO LEGAL: art. 20, § 3º, C.P. ERRO SOBRE A PESSOA (ART. 20, § 3º, C.P.) “Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.” CONCEITO: equivocada representação do objeto material (pessoa visada) pelo agente. Em decorrência do erro, o agente acaba atingindo pessoa diversa. OBS.1: www.cers.com.br 4 OBS.2: OBS.3: Exemplo: Fulano quer matar seu pai , porém, representando equivocadamente a pessoa que entra (vítima virtual) na casa, acaba matando o seu tio . (vítima real) 3- ERRO NA EXECUÇÃO (“aberratio ictus”) PREVISÃO LEGAL: art. 73, C.P. ERRO NA EXECUÇÃO -“ABERRATIO ICTUS” (ART. 73, C.P.) “Erro na execução Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo- se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.” CONCEITO: Por acidente ou por erro no uso dos meios da execução, o agente acaba atingindo pessoa diversa da pretendida. EXEMPLO: Fulano mira seu pai, mas por falta de habilidade no manuseio da arma, acaba atingindo um vizinho que passava do outro lado da rua. CONSEQUÊNCIAS: a) “Aberratio ictus” com resultado único: b) “Aberratio ictus” com resultado duplo (ou unidade complexa): # PROBLEMA: Fulano, querendo matar seu pai, atira, mas por erro, acaba também atingindo um vizi- nho. OBS.1: OBS.2: OBS.3: ATENÇÃO! A DOUTRINA DIVIDE ESSA ESPÉCIE DE ERRO EM DUAS MODALIDADES: a) b) www.cers.com.br 5 4- RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (“aberratio criminis “/ “delicti”) PREVISÃO LEGAL: art. 74 C.P. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO -“ABERRATIO CRIMINIS “/ “DELICTI” ( art. 74 C.P. ) “Resultado diverso do pretendido Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resulta- do diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre tam- bém o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.” OBS.: CONCEITO: Por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente atinge bem jurídico distinto daquele que pretendia atingir. EXEMPLO: Fulano quer danificar o carro de Beltrano. Atira uma pedra contra o veículo, mas acaba atingindo o motorista, que vem a falecer. - Fulano responde por homicídio culposo. CONSEQUÊNCIA: CUIDADO! A regra do art. 74 C.P. deve ser afastada quando o resultado pretendido é mais grave que o resultado produzido – hipótese em que o agente responde pelo resultado pretendido na forma tentada. Ex.: Fulano quer matar Beltrano. Atira uma pedra contra a cabeça de Beltrano, mas acaba atingindo o veículo da vítima. Obs.1: Obs.2: www.cers.com.br 6 5- ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL PREVISÃO LEGAL: não tem (é criação da doutrina). CONCEITO: o agente produz o resultado desejado, mas com nexo causal diverso do pretendido. MODALIDADES: a doutrina divide esta espécie de erro em duas modalidades: 1- Erro sobre o nexo causal em sentido estrito Ocorre quando o agente, , provoca o resultado visado, porém com outro nexo. mediante 1 só ato Ex.: “A” empurra “B” de um penhasco para que morra afogado . “B”, na queda, bate a cabeça numa (nexo visado) rocha e morre em razão de traumatismo craniano . (nexo real) 2- Dolo geral / erro sucessivo / “aberratio causae” O agente, mediante , provoca o resultado pretendido, porém com conduta desenvolvida em pluralidade de atos outro nexo. Ex.: “A” dispara contra “B” (nexo visado) . Imaginando que “B” está morto, joga seu corpo no mar . (1º ato) (2º ato) “B” morre afogado . (nexo real) ERRO DE TIPO: QUESTÕES IMPORTANTES # Problema: Fulano quer matar um agente federal em serviço. Por acidente, acaba matando outra pessoa que passava pelo local. O crime de homicídio será processado e julgado por qual justiça, federal ou estadual? ERRO DE SUBSUNÇÃO PREVISÃO LEGAL: CONCEITO: CUIDADO! Não se confunde com erro de tipo ou erro de proibição , pois não há falsa percepção da realidade (o agente sabe que falsifica che-a) Não se confunde com erro de tipo que, p.ex.). , pois o agente conhece a ilicitude do seu comportamento (sabe que b) Não se confunde com erro de proibição falsificar cheque é comportamento ilícito, p.ex.). Exemplos: - Documento público por equiparação. - Conceito de funcionário público para fins penais. ERRO PROVOCADO POR 3º (art. 20, § 2º C.P.) PREVISÃO LEGAL: art. 20, § 2º C.P. “Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.” CONCEITO:. No erro determinado por 3º, temos um erro induzido. (≠ erro de tipo, o agente erra por conta própria) Atenção! Ex.: CONSEQUÊNCIA: responde pelo crime o terceiro que determina o erro (no nosso exemplo, o médico responde por homicídio doloso na condição de autor mediato) www.cers.com.br 7 # E o agente provocado? CRIME COMISSIVO O Direito Penal protege determinados bens jurídicos proibindo condutas consideradas desvaliosas. Conclusão: O DireitoPenal também protege bens jurídicos proibindo a inação de condutas valiosas. Conclusão: Omissão que viola um tipo mandamental. A norma mandamental que determina a ação valiosa pode decorrer: a) Do próprio tipo penal: o tipo incriminador descreve a omissão b) De cláusula geral: o dever de agir está descrito numa norma geral # E se o agente desconhece que tem o dever de agir? CRIME OMISSIVO PRÓPRIO/ PURO A conduta omissiva está descrita no próprio tipo penal incriminador. - Para a sua basta a valiosa descrita no tipo. caracterização não realização da conduta Ex.: Omissão de socorro (art. 135 C.P.) OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135 C.P.) “Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri- plicada, se resulta a morte.” CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO/ IMPURO O dever de agir está acrescido no dever de evitar o resultado. Art. 13, § 2º CP: HIPÓTESES DE DEVER JURÍDICO a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. www.cers.com.br 8 CRIME DE CONDUTA MISTA Tipo penal incriminador composto de ação seguida de omissão. Ex.: Apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II C.P.) “II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria , total ou parcialmente, deixando de restituí-la (ação) (omis- ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.” são)
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