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ERRO DE TIPO 
 
CONCEITO: falsa percepção da realidade. 
Cuida-se de ignorância ou erro que recai sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer dado agregado ao tipo 
penal. 
 
Ex.: Fulano se apodera de material na rua, imaginando tratar-se de coisa abandonada. Na verdade, o material era 
de Beltrano, que reformava a sua casa. 
 
 Importante! Fulano não sabia que subtraía coisa alheia.
 
 
 
 
ERRO DE TIPO: ESPÉCIES 
 
ERRO DE TIPO ESSENCIAL 
O erro recai sobre os dados principais do tipo. 
 
 Se avisado do erro, o agente para de agir criminosamente.
 
PREVISÃO LEGAL: art. 20 “caput” C.P. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 “Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei.” 
 
CONCEITO: o agente ignora ou erra sobre elemento constitutivo do tipo legal. 
 
EXEMPLO: Caçador que atira contra um arbusto pensando que lá se esconde um veado. Ao se aproximar, perce-
be que matou alguém. 
 
CONSEQUÊNCIAS: 
 
 
 
 
ERRO DE TIPO ACIDENTAL 
Recai sobre dados secundários do tipo. 
 
Quando avisado do erro, o agente corrige os caminhos ou sentido da conduta para continuar a agir de forma ilíci-
 ta.
 
1- ERRO SOBRE O OBJETO 
 
PREVISÃO LEGAL? 
CONCEITO: o agente se confunde quanto ao objeto material (coisa) por ele visado, atingindo objeto diverso. 
 
EXEMPLO: Fulano, querendo subtrair um relógio de ouro, por erro, acaba furtando um relógio dourado. 
 
CONSEQUÊNCIAS: 
 
ATENÇÃO! Somente haverá esta espécie de erro se a confusão de objetos materiais não interferir na essência do 
 crime. Caso contrário, deve ser tratado como erro de tipo essencial.
 
Ex.: Senhora que cultiva pé de maconha no quintal de sua casa, imaginando ser planta ornamental – o objeto 
material “droga” é a essência do tipo. (≠ do relógio de ouro ou dourado, que não é a essência do furto, mas sim a 
subtração de coisa alheia móvel, podendo ser qualquer objeto). 
 
2- ERRO SOBRE A PESSOA 
 
PREVISÃO LEGAL: art. 20, § 3º, C.P. 
 
ERRO SOBRE A PESSOA 
(ART. 20, § 3º, C.P.) 
“Erro sobre a pessoa 
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste 
caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.” 
 
CONCEITO: equivocada representação do objeto material (pessoa visada) pelo agente. Em decorrência do erro, o 
agente acaba atingindo pessoa diversa. 
OBS.1: 
 
 
 
 
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OBS.2: 
OBS.3: 
 
Exemplo: Fulano quer matar seu pai , porém, representando equivocadamente a pessoa que entra (vítima virtual)
na casa, acaba matando o seu tio . (vítima real)
 
3- ERRO NA EXECUÇÃO (“aberratio ictus”) 
PREVISÃO LEGAL: art. 73, C.P. 
 
ERRO NA EXECUÇÃO -“ABERRATIO ICTUS” 
(ART. 73, C.P.) 
“Erro na execução 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que 
pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-
se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia 
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.” 
 
CONCEITO: Por acidente ou por erro no uso dos meios da execução, o agente acaba atingindo pessoa diversa da 
pretendida. 
 
EXEMPLO: Fulano mira seu pai, mas por falta de habilidade no manuseio da arma, acaba atingindo um vizinho 
que passava do outro lado da rua. 
 
CONSEQUÊNCIAS: 
a) “Aberratio ictus” com resultado único: 
b) “Aberratio ictus” com resultado duplo (ou unidade complexa): 
 
 
 
 
 
# PROBLEMA: Fulano, querendo matar seu pai, atira, mas por erro, acaba também atingindo um vizi-
 nho.
 
 OBS.1:
 OBS.2: 
 OBS.3: 
 
 
 
 ATENÇÃO! A DOUTRINA DIVIDE ESSA ESPÉCIE DE ERRO EM DUAS MODALIDADES:
 a) 
 b) 
 
 
 
 
 
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4- RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (“aberratio criminis “/ “delicti”) 
 
PREVISÃO LEGAL: art. 74 C.P. 
 
RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO -“ABERRATIO CRIMINIS “/ “DELICTI” 
( art. 74 C.P. ) 
“Resultado diverso do pretendido 
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resulta-
do diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre tam-
bém o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.” 
 OBS.:
 
CONCEITO: Por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente atinge bem jurídico distinto daquele 
que pretendia atingir. 
 
EXEMPLO: Fulano quer danificar o carro de Beltrano. Atira uma pedra contra o veículo, mas acaba atingindo o 
motorista, que vem a falecer. 
- Fulano responde por homicídio culposo. 
 
CONSEQUÊNCIA: 
 
CUIDADO! A regra do art. 74 C.P. deve ser afastada quando o resultado pretendido é mais grave que o resultado 
 produzido – hipótese em que o agente responde pelo resultado pretendido na forma tentada.
 
Ex.: Fulano quer matar Beltrano. Atira uma pedra contra a cabeça de Beltrano, mas acaba atingindo o veículo da 
vítima. 
Obs.1: 
Obs.2: 
 
 
 
 
 
 
 
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5- ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL 
PREVISÃO LEGAL: não tem (é criação da doutrina). 
CONCEITO: o agente produz o resultado desejado, mas com nexo causal diverso do pretendido. 
 
MODALIDADES: a doutrina divide esta espécie de erro em duas modalidades: 
1- Erro sobre o nexo causal em sentido estrito 
Ocorre quando o agente, , provoca o resultado visado, porém com outro nexo. mediante 1 só ato
Ex.: “A” empurra “B” de um penhasco para que morra afogado . “B”, na queda, bate a cabeça numa (nexo visado)
rocha e morre em razão de traumatismo craniano . (nexo real)
 
2- Dolo geral / erro sucessivo / “aberratio causae” 
O agente, mediante , provoca o resultado pretendido, porém com conduta desenvolvida em pluralidade de atos
outro nexo. 
Ex.: “A” dispara contra “B” (nexo visado) . Imaginando que “B” está morto, joga seu corpo no mar . (1º ato) (2º ato)
“B” morre afogado . (nexo real)
 
ERRO DE TIPO: QUESTÕES IMPORTANTES 
 
# Problema: Fulano quer matar um agente federal em serviço. Por acidente, acaba matando outra pessoa que 
 passava pelo local.
 O crime de homicídio será processado e julgado por qual justiça, federal ou estadual?
 
 
 
ERRO DE SUBSUNÇÃO 
 
PREVISÃO LEGAL: 
CONCEITO: 
 
 CUIDADO! Não se confunde com erro de tipo ou erro de proibição
 
 , pois não há falsa percepção da realidade (o agente sabe que falsifica che-a) Não se confunde com erro de tipo
que, p.ex.). 
 
 , pois o agente conhece a ilicitude do seu comportamento (sabe que b) Não se confunde com erro de proibição
falsificar cheque é comportamento ilícito, p.ex.). 
Exemplos: 
- Documento público por equiparação. 
- Conceito de funcionário público para fins penais. 
 
ERRO PROVOCADO POR 3º 
(art. 20, § 2º C.P.) 
 
PREVISÃO LEGAL: art. 20, § 2º C.P. 
 
 “Erro determinado por terceiro 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.” 
 
CONCEITO:. No erro determinado por 3º, temos um erro induzido. 
 (≠ erro de tipo, o agente erra por conta própria)
 Atenção!
Ex.: 
 
CONSEQUÊNCIA: responde pelo crime o terceiro que determina o erro (no nosso exemplo, o médico responde 
por homicídio doloso na condição de autor mediato) 
 
 
 
 
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 # E o agente provocado?
 
 
 
CRIME COMISSIVO 
 
 O Direito Penal protege determinados bens jurídicos proibindo condutas consideradas desvaliosas. 
Conclusão: 
 
O DireitoPenal também protege bens jurídicos proibindo a inação de condutas valiosas. 
Conclusão: 
 
 Omissão que viola um tipo mandamental.
A norma mandamental que determina a ação valiosa pode decorrer: 
a) Do próprio tipo penal: o tipo incriminador descreve a omissão
b) De cláusula geral: o dever de agir está descrito numa norma geral
 
 # E se o agente desconhece que tem o dever de agir?
 
CRIME OMISSIVO PRÓPRIO/ PURO 
A conduta omissiva está descrita no próprio tipo penal incriminador. 
- Para a sua basta a valiosa descrita no tipo. caracterização não realização da conduta
Ex.: Omissão de socorro (art. 135 C.P.) 
 
OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135 C.P.) 
“Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e tri-
plicada, se resulta a morte.” 
 
CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO/ IMPURO 
O dever de agir está acrescido no dever de evitar o resultado. 
Art. 13, § 2º CP: HIPÓTESES DE DEVER JURÍDICO 
a) Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância 
b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado 
c) Com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
 
 
 
 
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CRIME DE CONDUTA MISTA 
 
 Tipo penal incriminador composto de ação seguida de omissão. 
 
Ex.: Apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II C.P.) 
 
“II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria , total ou parcialmente, deixando de restituí-la (ação) (omis-
 ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.” são)

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