ECONOMIA UNIDADE 2

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Oferta, demanda e mercado 
Nesta unidade temática apresentaremos a oferta e a demanda, que são duas forças que fazem as economias de mercado ou capitalistas funcionarem. Quando interagem no mercado, a oferta e a demanda determinam a quantidade de cada bem a ser produzida e seu preço de venda.
A lei da oferta e demanda funcionará em um mercado competitivo, onde existem muitos compradores e vendedores do mesmo bem ou serviço. O jogo dos compradores e vendedores nos mercados determina as quantidades e os preços dos diferentes bens e serviços.
Os objetivos específicos dessa unidade são:
- Analisar o funcionamento da curva de oferta.
- Analisar o funcionamento da curva de demanda.
- Verificar a relação entre oferta, demanda e preços.
1) O que é curva de demanda e o que é curva de oferta?
2) Qual a diferença entre movimentos ao longo de uma curva e deslocamentos da curva (oferta e demanda)?
3) Como as curvas de oferta e demanda determinam o preço de equilíbrio e a quantidade de equilíbrio do mercado?
As forças de mercado da oferta e da demanda
As leis da oferta e da demanda interferem diretamente no funcionamento do mercado econômico. Por meio das relações existentes entre elas serão determinadas as quantidades produzidas e os preços de venda de determinados bens e serviços, que fazem parte da estrutura de mercado de concorrência perfeita no qual existem muitos ofertantes e demandantes. Estudaremos agora como essas forças interferem no mercado.
Demanda
Segundo MÓCHON (2007, p. 17)
“a quantidade demandada de um bem qualquer é a quantidade desse bem que os compradores desejam e podem comprar. O preço do bem interfere fortemente no desejo de comprar”.
Existe uma relação inversa entre preço e quantidade, que é descrita pela lei da demanda. Essa lei mostra que um aumento no preço reduz a quantidade demandada, e uma redução no preço eleva a quantidade demandada.
Vamos entender agora como funciona a lei da demanda: com tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, sua quantidade demandada diminui; quando o preço diminui, a quantidade demandada aumenta.
Segundo TROSTER e MÓCHON (2002), a curva de demanda apresenta uma inclinação para baixo, ou seja, ela é decrescente, mostrando que existe uma relação inversa entre preço e quantidade.
Deslocamentos da curva de demanda
De acordo com KRUGMAN e WELLS (2007, p. 52),
(...) os deslocamentos da curva de demanda acontecem por fatores diversos que não o preço. Quando a curva se desloca para a direita houve um aumento de demanda. Quando a curva se desloca para a esquerda houve uma redução de demanda. (KRUGMAN; WELLA, 2007, p. 52)
A única variável que não interfere no deslocamento da curva de demanda é a alteração no preço. Existem outras variáveis que interferem diretamente no deslocamento da demanda: renda, taxa de juros, oferta de crédito, preços dos bens relacionados, expectativas em relação à atividade econômica, entre outras.
No gráfico a seguir podemos verificar como ocorre o deslocamento da demanda. Quando a seta está apontada para a esquerda, significa que houve uma redução na quantidade demanda daquele bem e o preço de venda se manteve.
No segundo gráfico, podemos perceber que a seta aponta para a direita, demonstrando um aumento na quantidade demandada do bem, sendo que o preço de venda permanece inalterado.
FIGURA 2 - Deslocamento da curva de demanda
Fonte: Domínio Público.
Classificações dos bens de acordo com os deslocamentos
Segundo MÓCHON (2007), os bens podem ter as classificações descritas abaixo, de acordo com as alterações nas rendas e nos preços dos bens relacionados.
a) Bem normal: quanto maior a renda, maior a demanda por esse bem.
b) Bem inferior: quanto maior a renda, menor a demanda por esse bem.
c) Bens substitutos: quando há um aumento no preço de um determinado bem, a demanda passa a ser maior para o seu substituto que tenha um preço menor.
d) Bens complementares: quando há um aumento do preço de um determinado bem, o seu bem complementar sofrerá uma redução na demanda.
Oferta
Segundo MÓCHON (2007, p. 23), “a quantidade ofertada de qualquer bem ou serviço é a quantidade que os vendedores querem e podem vender”.
A lei da oferta demonstra o desejo dos produtores em disponibilizar bens no mercado. Existe uma relação direta entre preço e quantidade, por isso podemos dizer que a curva tem uma inclinação para cima, ou seja, é crescente. Quando há um aumento no preço dos bens, há um aumento na quantidade ofertada e o oposto ocorre quando os preços são reduzidos. Isso pode ser demonstrado no gráfico abaixo.
Deslocamentos da curva de oferta
Os deslocamentos da curva de oferta estão ligados a outros fatores que não o preço de venda dos produtos. Quando há um deslocamento da curva de oferta para a direita, significa que houve um aumento na quantidade ofertada. Ao contrário, quando há um deslocamento da curva de oferta para a esquerda, significa que houve uma redução na quantidade ofertada. Observe como isso se dá nos gráficos a seguir.
FIGURA 4 - Gráfico do deslocamento da curva de oferta
Fonte: Domínio Público.
São muitas as variáveis que podem deslocar a curva de oferta. Algumas das mais importantes são preços dos insumos, tecnologia e expectativas.
Oferta e demandas reunidas
A partir da análise da interseção das curvas de demanda e oferta será determinado o preço do bem ou serviço no mercado, e esse irá variar de acordo com a quantidade ofertada e demandada.
A figura a seguir mostra as curvas de oferta e de demanda juntas, conforme analisado por TROSTER e MÓCHON (2002).
Observe que há um ponto em que ocorre interseção das curvas de oferta e demanda, o qual é chamado equilíbrio do mercado. O preço nessa interseção é chamado preço de equilíbrio e a quantidade é denominada quantidade de equilíbrio. Ao preço de equilíbrio, a quantidade do bem que os compradores desejam e podem comprar é exatamente igual à quantidade que os vendedores desejam e podem vender. (TROSTER; MÓCHON, 2002, p. 52)
FIGURA 5 - Gráfico de equilíbrio da curva de oferta e de demanda
Fonte: Domínio Público.
No ponto de equilíbrio os preços serão mantidos, entretanto pode haver um deslocamento da curva de oferta ou de demanda, alterando o mesmo. Além disso, podem existir situações onde a quantidade ofertada será maior que a quantidade demandada, gerando uma queda nos preços. O oposto também pode ocorrer, fazendo com que a quantidade demandada exceda a quantidade ofertada. Nesse cenário podem acontecer aumentos nos preços, e se os mesmos forem consistentes e relacionados a produtos que interferem na economia como um todo, podem gerar a inflação.
Esse fenômeno é chamado lei da oferta e da demanda: o preço de qualquer bem se ajusta para trazer a quantidade ofertada e a quantidade demandada do bem para o equilíbrio.
Os movimentos ao longo das curvas de oferta e demanda ocorrem sempre que acontecem alterações nos preços de venda dos produtos.
Oferta e Demanda
Você sabia que a relação entre oferta e demanda interfere diretamente sobre os preços dos produtos?
A oferta e a demanda são os principais formadores de preços de produtos agrícolas em mercados internos e externos. A oferta constitui todo o produto colocado à disposição de um mercado em um determinado espaço de tempo. Já a demanda é definida por todo o produto consumido neste período.
O balanço entre a oferta e a demanda no mercado nacional e internacional proporciona, a cada safra, excedentes de produção ou falta do produto, que aumentam ou diminuem os estoques mundiais, respectivamente, a fim de suprir a quantidade demandada. Quando a produção é maior do que o consumo, o excesso é estocado e os preços tendem a cair. Já na falta do produto, os preços sobem.
Carlos Eduardo Freitas Vian
Portanto, para contribuir com a queda dos preços e com o orçamento familiar, o ideal é adquirir os produtos da safra, fazendo substituições quando necessário!
Fica a dica!
Curvas de oferta e de demanda
Conforme estudado, as pessoas e empresasdemandam e ofertam uma maior quantidade ou menor quantidade de bens, não apenas devido aos seus preços. Existem outros fatores que interferem na decisão de quanto consumir e quanto produzir.
Por que as alterações nas quantidades ofertadas e demandadas não acontecem apenas devido às alterações nos preços?
- A partir deste questionamento, reflita sobre quais são os fatores que interferem na decisão de quanto consumir e quanto produzir e o que ocorre com as curvas de oferta e demanda.
Mercado imobiliário tem descasamento entre oferta e demanda
Samy Dana
O marketing do mercado imobiliário preconiza anúncios crescentes dos preços dos imóveis ao longo do tempo para que o comprador de uma nova casa ou apartamento esteja sempre satisfeito com a valorização do seu bem.
Nenhum consumidor ficaria satisfeito se comprasse um imóvel na planta por um valor e, no mês seguinte, o preço das unidades restantes caísse 10%, mesmo que a título de promoção.
No momento atual, no entanto, é possível que muitos compradores e investidores estejam começando a ficar decepcionados. A quantidade de leilões de imóveis no mercado não para de aumentar, e os descontos estão se multiplicando rapidamente e em escalas cada vez maiores, podendo chegar a até 45%.
Fala-se muito que ainda há demanda por imóveis e que tais descontos não são indicativos de queda de preços. O problema não está na demanda, mas no valor praticado, que no momento ainda é muito alto.
O que se detecta hoje é um descasamento entre oferta e demanda. O público já não considera mais viável pagar tão caro e acaba forçando os preços para baixo. Como consequência, surgem os descontos. Afinal, oferecer um imóvel supostamente de R$ 1 milhão por R$ 800 mil possui um apelo muito maior do que simplesmente anunciá-lo a R$ 800 mil.
Não é a primeira vez que o tema é abordado nesta coluna e as críticas são frequentes. A principal alegação é que, segundo muitos índices, os preços não desceram. Esquece-se, contudo, de que tais índices não são capazes de mostrar a tendência correta do mercado por não levarem em conta os descontos aplicados, pois captam apenas os valores anunciados, não o preço do negócio fechado.
Todas as informações indicam que o momento é de desaquecimento. Dados do Secovi-SP mostram que o metro quadrado do imóvel novo na cidade de São Paulo acumula apenas 2,31% de alta no ano até o mês de julho, não ultrapassando nem mesmo a inflação, que chegou a 3,76% nesse período.
Ainda segundo o Secovi, a venda de imóveis novos em São Paulo caiu 31,3% no mês de julho e já acumula 48,9% de queda no ano, o que ratifica que a demanda está se enfraquecendo.
Para finalizar, cabe o questionamento: se o mercado estivesse realmente a todo o vapor, por que um imóvel de R$ 1 milhão seria vendido por um profissional especializado a preços tão reduzidos? Vale refletir.